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QUEM SOMOS AUTORES CONTATO Advocacia Artigos Atualidades Concursos Dicas Educação Exame OAB Jurisprudência Legislação Notícias ARTIGOS PROCESSO CIVIL Execuções no Novo CPC – Parte IV: Execução Definitiva Com intuito de analisarmos temas pertinentes às diversas formas de execução forçada, no que toca diretamente aos reflexos das inovações propostas sobre a jurisprudência atual relacionada, sobretudo, com problemas societários e empresariais, propomos esta série de artigos. Nela, cuidaremos das inovações mais relevantes propostas para ambas as modalidades executivas, títulos judiciais e títulos extrajudiciais. 1 – Introdução Tramita pelo Congresso Federal o Substitutivo da Câmara dos Deputados ao Projeto de Lei do Senado 166, de 2010, aprovado sob o número 8.046, de 2010, da Câmara, e que se refere à instituição de um novo Código de Processo Civil. Em 27.11.2014 foi apresentado pelo Senador Vital do Rêgo relatório com texto consolidado do projeto para votação final, é com base neste relatório que faremos os comentários que se seguem. 2 – Execução definitiva de sentença relativa a obrigação de quantia certa Depois que a reforma do atual CPC pela Lei nº 11.232/2005 implantou o processo sincrético, em que o cumprimento da sentença deveria ocorrer em sequência ao provimento condenatório, sem depender da ação executória, a maior celeuma jurisprudencial foi a instalada em torno do SOBRE O AUTOR Humberto Theodoro Júnior é Professor Titular aposentado da Faculdade de Direito da UFMG. Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Advogado. Parecerista ÁREAS DE INTERESSE Administrativo Ambiental Civil Constitucional Direito do Consumidor Direito Eleitoral Direitos Humanos Econômico Empresarial Estatuto da Criança e do Adolescente Ética Filosofia do Direito Imobiliário Internacional Leis Penais Especiais Notarial Penal Português Jurídico Previdenciário Processo Civil Processo Penal Trabalho Tributário ARTIGOS RELACIONADOS Saiba como ser aprovado com José Roberto Lima, autor do livro ‘Como Passei em 15 Concursos?’ O estilo das 6 principais bancas de concursos públicos OAB divulga lista dos aprovados no XI Exame de Ordem ‘Geração do diploma’ lota faculdades, mas decepciona empresários Projeto de lei torna crime violação de prerrogativas profissionais dos advogados 14 7 então novo art. 475‐J. É que esse dispositivo previa um prazo de cumprimento da sentença condenatória referente a obrigação de quantia certa (15 dias) e sujeitava o devedor, que o desobedecesse, à multa de 10% sobre o montante da condenação. Não previa, contudo, como seria contado dito prazo. O primeiro posicionamento do STJ, diante da divergência instalada nos tribunais inferiores, foi no sentido de que: “O termo inicial do prazo de que trata o artigo 475‐J, caput, do Código de Processo Civil é o próprio trânsito em julgado da sentença condenatória, não sendo necessário que a parte vencida seja intimada pessoalmente ou por seu patrono para saldar a dívida” [1] (grifamos). A 4ª Turma, porém, passou, a certa altura, a divergir do entendimento até então dominante, para decidir que: “… cabe ao credor o exercício de atos para o regular cumprimento da decisão condenatória, especialmente requerer ao juízo que dê ciência ao devedor sobre o montante apurado, consoante memória de cálculo discriminada e atualizada [CPC, art. 475‐J c/c art. 614, II]. Concedida a oportunidade para o adimplemento voluntário do crédito exequendo, o não pagamento no prazo de quinze dias importará na incidência sobre o montante da condenação de multa no percentual de dez por cento (art. 475‐J do CPC), compreendendo‐se o termo inicial do referido prazo o primeiro dia útil posterior à data da publicação da intimação do devedor na pessoa de seu advogado” [2] . Levada a divergência à Corte Especial do STJ, restou vitoriosa a corrente liderada pela 4ª Turma, qual seja, a que entendia ser necessária a intimação do devedor, na pessoa do seu advogado, “para efetuar o pagamento no prazo de quinze dias, a partir de quando, caso não o efetue, passará a incidir sobre o montante da condenação, a multa de 10% (dez por cento) prevista no art. 475‐J, caput, do Código de Processo Civil” [3] . Pouco tempo, porém, durou a pacificação do tema no Superior Tribunal de Justiça, pois a 4ª Turma, que antes se vinculara a orientação da Corte Especial [4] , logo adotaria novo entendimento, segundo o qual , a incidência da multa não se vincularia à intimação executiva, mas ao prazo legal de cumprimento da condenação: “PROCESSUAL CIVIL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. PAGAMENTO VOLUNTÁRIO MAS EXTEMPORÂNEO. 16º DIA A CONTAR DA INTIMAÇÃO. INCIDÊNCIA DA MULTA PREVISTA NO CAPUT DO ART. 475‐J DO CPC. 1. O esgotamento do prazo previsto no art. 475‐J do CPC tem consequências essencialmente materiais, pois atinge o próprio crédito cobrado. Com o escoamento do prazo para o Poderosa demais OAB votará regra sobre obrigação de advogado de delatar cliente Palestra do Prof. Rafael Oliveira no X Congresso Brasileiro de Licitações e Contratos pagamento, o valor do título se altera, não podendo o juiz atingir o próprio direito material do credor, que foi acrescido com a multa, assim como o seria com a incidência de juros, correção monetária ou outros encargos. A pura fluência do prazo desencadeia as consequências legais. 2. A execução é, deveras, uma faculdade do credor, mas o cumprimento da condenação prevista no título é uma obrigação do devedor. E, certamente, a incidência da multa do art. 475‐J do CPC não está vinculada ao efetivo exercício de um direito pelo credor, mas ao descumprimento de uma obrigação imposta ao devedor. Assim, pouco importa se o credor deu início ou não à execução, ou seja, se exerceu seu direito. O relevante é saber se o devedor cumpriu ou não sua obrigação, no modo e tempo impostos pelo título e pela lei. 3. Portanto, o pagamento extemporâneo da condenação imposta em sentença transitada em julgado, muito embora espontâneo e antes de o credor deflagrar a execução forçada, enseja a incidência da multa do art. 475‐J, caput, do CPC. 4. Recurso especial provido.” [5] Consta, todavia, que já existem vários embargos de divergência pendentes de julgamento no STJ, motivados pela nova dissidência da 4ª Turma (justamente a Turma que antes provocara a manifestação uniformizadora da Corte Especial). O Projeto encampou a orientação traçada pela Corte Especial do STJ, dispondo em seu art. 520 que: a. “o cumprimento definitivo da sentença far‐se‐á a requerimento do exequente” (caput) [6] ; b. O executado, em seguida, será “intimado para pagar o débito, no prazo de quinze dias” (caput); c. “Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento” (§ 1º). 3 – Conclusões A execução forçada civil passou por grande remodelação há pouco tempo, por meio das Leis nºs 11.232/2005 e 11.382/2006. Por isso, o Projeto não se afasta da sistemática implantada pela reforma recente do CPC, no terreno do processo de execução. O que se nota é a busca pelo Novo Código do estabelecimento de um diálogo entre o regime legal reformado e as tendências predominantes na jurisprudência, principalmente a estabelecida pelo Superior Tribunal de Justiça, após o advento das aludidas Leis. [1] STJ, 3ª T., AgRg no REsp 1.076.882/RS, Rel. Min. Sidnei Beneti, ac. 23.09.2008, DJe 08.10.2008. No mesmo sentido: STJ, 2ª T., AgRg no Ag 1.071.344/RJ, Rel. Min. Castro Meira, ac. 17.03.2009, DJe 14.04.2009; STJ, 3ª T., REsp 1.136.370/RS, Rel. Min. Nome Email EnviarNEWSLETTER Massami Uyeda, ac. 18.02.2010, DJe 03.03.2010. [2]STJ, 4ª T., REsp 1.052.774/RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, ac. 05.11.2009, DJe 16.11.2009. [3] STJ, Corte Especial, REsp 940.274/MS, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, ac. 07.04.2010, DJe 31.05.2010. [4] “3. A Corte Especial, a partir do julgamento do REsp 940.274/MS, em que foi Relator para acórdão o eminente Ministro João Otávio de Noronha (DJe de 31.5.2010), firmou orientação de que, para fins de incidência da multa prevista no art. 475‐J do CPC, é dispensável a intimação pessoal do devedor para pagamento espontâneo do débito, bastando sua intimação por intermédio de seu advogado. Ausente a intimação do devedor por meio de seu advogado, após o trânsito em julgado da condenação, é imperioso o afastamento da multa em apreço.” (STJ 4ªT., AgRg nos EDcl no REsp 1.235.422 / RS, DJe 01/02/2012). [5] STJ, 4ª T., REsp 1.205.228/RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, ac. 21.02.2013, DJe 13.03.2013. [6] O requerimento deverá ser instruído com “demonstrativo discriminado e atualizado do crédito”, o qual conterá os dados previstos no art. 521 do Projeto. TAGS 11.232 11.382 2014 EXECUÇÃO DEFINITIVA JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS NOVO CPC OBRIGAÇÃO PROJETO QUANTIA CERTA SENTENÇA STJ Sem Comentários Deixe um comentário Escreva o seu comentário aqui... 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