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Justiça e o Direito Natural

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Justiça e o Direito Natural- Hans Kelsen
- Item 27, Cap.1, Justiça e Felicidade.
Platão diz que só o justo e somente o justo é feliz, diz também que o problema da justiça tem uma grande importância na vida social do homem, porque a sua ambição pela justiça esta enraizada no seu coração, esta relacionada com a busca pela felicidade, ou seja, o homem que é justo é feliz.
Neste mesmo item Platão vai abordar sobre a justiça relativa e justiça absoluta. A justiça relativa não vai fazer com que os homens alcancem esse objetivo (ser justo e feliz), a justiça relativa só vai dar uma satisfação imparcial para o homem. A justiça que o homem clama é a absoluta, ou divina ou de Deus, ou seja, emanado por Deus. Platão diz também que a justiça relativa não trás felicidade, mas a justiça absoluta garante a bem- aventurança para aqueles que acreditam em Deus.
- Item 28, Cap. 2, Direito e justiça. A teoria idealista do Direito é uma Teoria Dualista.
O conceito entre justiça e direito tem que ser diferenciado. A norma da justiça indica como deve ser elaborado o conteúdo do direito, como deve ser feito um sistema de normas que regulam a conduta humana, normas positivas que são globalmente e regularmente eficazes, ou seja, o direito positivo. Kelsen diz que para sabermos se o direito positivo é valido ou não, se suas normas devem ser aplicadas ou acatadas, vamos fazer uma relação entre justiça e direito. Isso vai gerar duas concepções diferentes:
Idealista: que diz que o direito valido é aquele que corresponde às exigências da norma da justiça, ou seja, direito valido é direito justo, diz que a regulamentação de uma conduta invalida humana não é correta, portanto não é direito e como conclusão discute que a validade da norma da justiça é que faz o direito positivo ser valido.
 Realista: Diz que o direito é independente da norma da justiça, ou seja, você vai ter um direito injusto que é valido, direito positivo vai valer sendo injusto.
Neste mesmo item Kelsen fala sobre o dualismo entre a justiça absoluta e a justiça relativa, a justiça absoluta ela vai ter uma norma da justiça que é valida, aquela que prescreve o comportamento dos homens e é absoluta porque provem de algo transcendente. O dualismo entre uma ordem transcendente ideal, que não é estabelecida pelos homens mais é supra -ordenada e uma ordem real que é estabelecida pelos homens, ou seja, positiva.
-Item 29, Cap. 2, O Relativismo Axiológico como Ponto de Partida da Teoria Positivada do Direito.
O ponto de vista cientifico vai rejeitar a ideia de que o direito vai ser valido por um absoluto geral e valores absolutos em particular, e apenas se reconheça a validade em valores relativos. Concluímos que do ponto de vista científico a validade do direito positivo não depende da justiça.
Mas existe uma situação que o direito positivo vai depender da norma da justiça:
 Vai existir quando a justiça tiver um valor absoluto, p.e. Pressupõe-se como valida uma norma da justiça que exclui a possibilidade de tomar como valida qualquer outra norma que a contrarie.
 Quando o valor da justiça vai ser relativo?
Quando você tiver duas normas de justiça que são possivelmente contraditórias, não no sentido que as duas sejam validas ao mesmo tempo, mas que uma quer a outra, que são possivelmente contraditórias e que são validas, então o valor de justiça vai ser relativo.
Teoria positivista do direito ou realista não afirma que não haja qualquer justiça, mas diz que muitas são as normas e que são contraditórias entre si, não nega também que suas normas positivadas através das normas de justiça recebiam os valores de justa ou injusta.
Teoria jurídica positivada não reconhece a validade de suas normas dentro das normas da justiça, mas reconhece por uma norma hipotética fundamental que diz como devemos nos conduzir e tratarmos os homens, conforme a constituição histórica, globalmente e regularmente eficaz, que não esta nem ai para qualquer norma jurídica, mas que esta esteja de acordo de com a constituição para ser valida.
-Item 30 (Capítulo 1) - Primeira Noção do Jusnaturalismo
A doutrina do direito natural é uma doutrina idealista-dualista, ou seja, aborda e distingue o direito real e o direito ideal. O direito real é o direito positivo, aquele que é posto pelos homens e portanto considerado mutável. O direito ideal é aquele natural, considerado imutável e que leva consigo a ideia de justiça.
Essa doutrina se diferencia das outras doutrinas idealistas-dualistas pelo fato de, como o próprio nome indica, considerar a natureza como principal fonte do direito verdadeiramente justo e funcionando como uma autoridade normativa.
Portanto, as normas do direito natural não são como as normas do direito positivo, que são postas pela vontade humana, mas sim postas pela natureza humana e de sua própria essência.
-Item 31 (Capítulo 1) - Objecção de Princípio a todo o Jusnaturalismo
Se por natureza, entendermos a realidade do acontecer em geral ou a natureza particular do homem através de suas ações, então uma doutrina baseada em deduzir normas naturais possui um erro lógico fundamental. Essa natureza é um conjunto de fatos ligados através do princípio de causa e efeito, ou um ser, e portanto não podemos concluir através dessa, um dever ser. Em outras palavras, não se pode de um fato concluir uma norma, e portanto a ideia de uma justiça perfeita baseada nos valores naturais não é válida.
Somente quando confrontamos o ser com um dever ser, os fatos com as normas, é que podemos julgá-los como justos ou injustos, e assim validar a realidade, como válida ou inválida, projetando as normas sobre a realidade, e entendendo que realidade e valor pertencem a diferentes domínios.
-Item 32 (Capítulo 1) - Fundamento Metafísico-Religioso da Doutrina do Direito Natural
Considerando que a natureza está em perpétua mutação, as normas imutáveis do direito natural apenas podem consistir em uma regularidade, sendo as regras gerais nas quais, diante de iguais condições, surgem as mesmas consequências. As normas imutáveis do direito natural apenas podem ser as leis naturais.
Quando a doutrina do direito natural deduz normas de conduta justas através da natureza, o que ela faz é transformar as regras do ser em normas de dever ser, assim criando a ilusão de um valor iminente à realidade.
Se as normas da natureza são interpretadas como organizadas para determinado fim, se presume um caráter teológico, ou seja, possuem uma concepção metafísico-religiosa, na qual radica a ideia de que a natureza foi criada por uma autoridade transcendente, que incorpora em si o valor moral absoluto, criando as leis da natureza, com base principal na teologia cristã. Considerando que a natureza é regida por um Deus justo, então, podem ser reconhecidas normas nas leis dessa natureza, e então ser deduzido o direito justo.
A doutrina do direito natural foi dominante nos séculos XVII e XVIII, e voltando no século XX ao primeiro plano da filosofia social e jurídica, acompanhada da especulação metafísico-religiosa. Grandes pensadores da época analisaram tal situação. Segundo Cícero, o direito da natureza é eterno e imutável, tendo em Deus o seu autor e juiz. Agostinho analisa o Direito Natural como a lei eterna da vontade de Deus. Isidoro de Sevilha ensina que todo o direito é divino ou humano, e que o direito divino e baseado na natureza e o humano baseado nos costumes. No entanto, houve quem tentasse tornar a validade do direito natural independente da vontade de Deus. Grócio declara que o direito natural valeria mesmo que se admitisse não haver nenhum Deus.
Analisando todos os pontos, temos que uma teoria científica do direito apenas pode verificar que, sem a crença numa natureza criada por um Deus justo, não é possível aceitar a ideia de um direito justo iminente à natureza. Deste modo, é indiferente do ponto de vista a teoria científica do direito, que o direito natural, segundo o ponto de vista a doutrina teológica seja pensado como algo posto pela vontade divina ou iminente a Deus.
33/34 
-Tentativade fundar o direito natural na natureza humana 
 
Ao explanarmos o texto, nos deparamos com a clara dedução da tentativa de fundamentar o direito natural na natureza do homem, ou seja, fundamentar o direito; que emana da própria natureza, e agrega-la ao homem nas suas inclinações e instinto. O exemplo disso é o animal; que ao sentir frio, e tendo uma fogueira próxima a ele; seu instinto o conduz para perto dela.  .
Mas o homem é um animal racional, pensante; por exemplo: ao se deparar com uma cascavel em seu caminho, seu instinto de sobrevivência informará  aos sentidos, par que use a razão e desvie o trajeto a ser percorrido. 
 Kelsen argumenta ser, esta natureza do homem; essencialmente, a sua natureza psíquica, não a física. 
Levando em conta as circunstancias externo nas quais a natureza íntima do homem se manifesta exteriormente, sobre as quais o homem por força de sua natureza, reage com um comportamento externo; a natureza das coisas, reagindo com sua conduta externa, suas pulsões e sentimentos. 
Ergue-se então, a principal objeção oposta a todo o direito natural: que o SER não pode derivar-se um DEVER-SER, ou seja, sendo a natureza do homem empírica, não se pode concluir desta natureza real, como o homem deva se conduzir por qualquer outra maneira, tanto fato como conduta. Tal conclusão não só é logicamente falsa como conduz ainda o resultado praticamente impossíveis, contradizendo mutuamente as normas, não podendo representar sequer uma ordem normativa da conduta humana, fundamentando o direito natural sobre as tendências, ou seja, suas pulsões. 
As pulsões podem se contradizerem, gerando um conflito mutuo, a medida em que a satisfação do individuo é inconciliável com outros indivíduos, como por exemplo; A segue uma linha de pensamento diferente de B. Não chegando a satisfação esperada pelos dois, continua o conflito de ideais. 
Tomas de Aquino deduz  do impulso da auto conservação a proibição de direito natural do suicídio, ou seja, o homem não tem somente o total controle da sua vida para conserva-la; mas tem o impulso para por fim nela, a autodestruição. O que significa, que o fato do impulso natural para a auto conservação e também natural da autodestruição, não pode fazer derivar qualquer norma de direito natural unívoca relativamente à conduta do homem perante a sua própria vida.

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