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* ESCOLAS HERMENÊUTICAS OBJETIVO: DISPUTA TEÓRICA ENTRE AS DIVERSAS MANEIRAS PROPOSTAS DE SE INTERPRETAR O DIREITO * IMPORTÂNCIA Orientações expostas pelos juristas, quanto ao uso e importância atribuída às diversas espécies de interpretação. Dar maior ou menor interpretação ao corpo jurídico. Formar juízo de valor a partir da compreensão da norma. * EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO: ESCOLAS HERMENÊUTICAS Foram pensadas com o passar do tempo como formas de expressar o direito em si, alterando-se de acordo com a evolução social humana. Somente após a promulgação dos Códigos de Napoleão, principalmente o Código Civil (1804), que a interpretação ganhou relevo a ponto de ser objeto de reflexão e permitindo a criação de teorias. Antes do séc. XIX havia apenas a preocupação interpretativa de modo acidental, ou seja, sem o caráter científico. * ESCOLA DOS GLOSADORES Escola da Bolonha (séc. XI a XIII). A sua base era a interpretação gramatical do Corpus Juris Civilis de Justiniano. Ocorria por meio de glosas que eram anotações marginais ou interlineares acrescentadas aos textos estudados. Nenhuma produção científica, mas apenas a literalidade do texto romano voltado para a sociedade medieval. * ESCOLA DOS COMENTARISTAS Conhecida por pós-glosadores, tratadistas, escolásticos ou bartolistas (séc. XIII a XV). Tentativa de adaptar o direito romano às novas relações econômicas e sociais da sociedade feudal. Acrescentavam apreciações próprias, adotando o método lógico da dialética e com aplicação prática. Recorreram a outras fontes: costumes locais, direito estatutário e direito canônico. * ESCOLAS CONTEMPORÂNEAS A partir do séc. XIX, as escolas são vistas em três grandes grupos: Estrito legalismo ou dogmatismo. De reação ao estrito legalismo. Interpretação mais livre. Passaremos a ver sob o enfoque evolutivo e temporal. * ESCOLA DA EXEGESE Formada na França no início do séc. XIX. Dogmatismo legal: supervalorização do código e sua auto-suficiência, encerrando todo o direito. Lei como única fonte. Subordinação à vontade do legislador: aplicando de acordo com a vontade original, não podendo substituir-se. Estado como único autor do direito: se todo o direito encontrava-se na lei e no código e era ele quem elaborava, então não se poderia ter outra origem. * ESCOLA DE VIENA Pensador: Hans Kelsen. Movimento positivista ou normativista. Conceitos jurídicos puramente formais. Distinguir o direito dos fenômenos naturais (ser e dever ser). Distinguir e libertar o direito da sociologia e filosofia. Formalismo puro e lógico (exclusão dos conteúdos variáveis). Vincular o direito ao Estado (positivismo estatista). * ESCOLA HISTÓRICO-EVOLUTIVA Surgiu no final do séc. XIX em resposta à Escola da Exegese. Fundador: Savigny. Verdadeiro direito reside nos usos e costumes da tradição popular. Lei como realidade histórica: com progresso e desprendimento de origem. Interpretação atualizadora: transportando o pensamento da época para o presente. Interpretação não-criadora: o intérprete apenas atualiza, mas não cria o direito. * ESCOLA TELEOLÓGICA Desenvolvido por Ihering a partir de sua obra “O fim do direito”. Interpretação inspirada menos na lógica e mais no caráter finalístico do direito. O fim e o motivo criam o direito. Garantia das condições da vida social. Fim social não é uma intenção, mas uma realidade objetiva. Direito visto como vivência e luta. Jurisprudência dos interesses. * ESCOLA DA LIVRE PESQUISA CIENTÍFICA DO DIREITO Autor François Gény. A lei é insuficiente para cobrir todos os fatos sociais. A intenção da lei seria o motivo do seu aparecimento, não podendo deformá-la. Diante das lacunas, devemos recorrer a outras fontes (costumes, jurisprudência e doutrina). Atividade do intérprete de acordo com regras e princípios gerais da ordem jurídica. Autoriza o juiz a agir praeter legem. * ESCOLA DO DIREITO LIVRE Criadores: Eugène Ehrlich e Hermann Kantorowicz. O domínio imperativo da lei é muito restrito. As visões do legislador são parte mínima do mundo jurídico. Livre busca do direito em lugar da vontade do legislador. Direito natural: brotado de grupos e movimentos sociais. O juiz tem apenas o compromisso com a justiça. * OUTRAS ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO LIVRE Escola Sociológica: o direito é um todo orgânico; é necessário uma cultura completa, conhecendo outras ciências; pesquisar os elementos sociológicos do direito (economia, política, moral, religião); evolução dos fatos sociais; mais experiência que lógica; mais utilitarismo que racionalismo; juristas: Bufnoir (França) e Roscoe Pound (EUA). * OUTRAS ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO LIVRE Escola Egológica: não é a lei que se interpreta, mas a conduta humana mediante a lei; o juiz interpreta a lei segundo a sua ciência e consciência; a lei é um conselho, mas não é o direito; compreender e valorar a conduta humana; jurista: Carlos Cóssio. * OUTRAS ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO LIVRE Escola Vitalista: a função jurisdicional escapa da criação legislativa; o direito é forma de vida humana objetivada; a norma é um pedaço da vida humana e, enquanto vigente, é revivida de modo atual, mas experimentando novas realidades; jurista: Luís Recaséns Siches.
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