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Pensamento Politico-Locke e Hobbes

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URCAMP – Universidade da Região da Campanha
Relatório de Atividade a Distancia
Ciência Politica
Síntese do pensamento politico de John Locke e Thomas Hobbes
 
 Nomes: Danrlei Levandowski Xavier
 Douglas Morganti
 Professor: Heron Ungaretti Vaz 
Relatório de atividade a distancia
Síntese do pensamento politico de John Locke x Thomas Hobbes
Apesar de Hobbes e Locke adotarem a mesma estrutura filosófica, vale ressaltar que ambos viveram momentos históricos diferentes, o que contribuiu para que cada um pensasse de forma diferente. São os principais jusnaturalistas moderno, também chamado de contratualista, fazem parte de uma doutrina que reconhece o "direito natural" e a necessidade de um Estado natural por parte dos homens, porém, as ideias desses filósofos, apesar de terem pontos de concordância, se diferem em alguns aspectos.
Thomas Hobbes e John Locke acreditavam que o Estado teria surgido através de um contrato onde os homens estabeleceram regras para o convívio social e subordinação política. Porém apresentam pontos de divergência na definição do estado de natureza. Para Hobbes, o homem, no seu estado de natureza, vivia num verdadeiro estado de guerra. Na falta de um Estado controlador e absolutista, o homem tende a atacar o próprio homem. Tentando subjugá-lo na luta pelos interesses comuns, o homem torna-se lobo do próprio homem, o estado de tensão era constante e os conflitos iminentes, pois os homens, disputando seus interesses, desejavam as mesmas coisas. Ele definiu direito natural como sendo a liberdade que cada homem possui para usar seu próprio poder de acordo à sua vontade. Uma consequência desse estado de natureza hobbesiniano é a dificuldade do homem em gerar riquezas: ocupam-se primordialmente em atacar os outros ou proteger-se contra ataques alheios.
Já para Locke, os homens viviam originalmente num estágio pré-social, pré-político, caracterizado pela mais perfeita liberdade e igualdade, denominado estado de natureza. Locke afirmava que o estado de natureza era uma situação real pela qual passara a maior parte da humanidade ao longo da história. O estado de natureza de Locke diferencia-se do estado de natureza de Hobbes por ser um estado de paz e harmonia, onde o homem já era dotado de razão, ao contrário de Hobbes, que dizia que os homens no estado natural agem como animais. Segundo Hobbes, é preciso que exista um Estado dotado de espada, armado, para forçar os homens ao respeito. Desta maneira haverá, de acordo com Hobbes, mais equidade, pois cada um receberá o que o soberano determinar. Mas o poder do Estado tem que ser pleno. Hobbes desenvolve essa ideia e monta um Estado que é condição para existir a própria sociedade. A sociedade nasce com o Estado. Ambos consideram que, na situação de estado de natureza, o usufruto do direito de propriedade é prejudicado pelo fato de todo o homem ter direito a todas as coisas, havendo necessidade de pacto do contrato social para estabelecer regras de convivência que viabilizem a vida em sociedade e uma proteção mais efetiva da propriedade.
Entretanto, são diferentes as visões dos dois quanto a garantir o cumprimento do que ficou estabelecido no contrato social. Hobbes preconiza a existência de um Estado todo poderoso, o "Leviatã”, um soberano absoluto com poder coercitivo (força) instituído para obrigar os homens ao estrito cumprimento do contrato. Já Locke advoga que a obediência a qualquer poder político deve ser fundada, unicamente, no consentimento dos cidadãos que, em sua visão, é a única fonte de legitimidade do exercício do referido poder, não o sendo nem a tradição nem a força. Sobre direito de resistência e dissolução do governo, também há diferenças. Para Hobbes, o pacto social mediante o qual era estabelecido o Leviatã, só poderia ser desfeito, dissolvido, em uma única situação: quando o soberano não cumprisse, em relação ao indivíduo, sua função de assegurar-lhe a sobrevivência. Nessa situação, poderia o homem sentir-se desobrigado à obediência à tutela do Leviatã, e envidar esforços para tentar garantir a própria vida, já Locke tem visão distinta. Ao povo é conferida a prerrogativa e de resistir e, se preciso destituir o governante tirano, ou seja, aquele que exerce o poder para além do direito, visando ao interesse próprio, e não ao bem da sociedade do qual é representante.
“A principal razão para que Hobbes fosse rejeitado pela burguesia inglesa do século XVI e se tornasse um pensador político “maldito” reside, principalmente, no fato de ele negar” um direito natural ou sagrado do indivíduo à sua propriedade. No seu tempo, e ainda hoje, a burguesia vai procurar fundar a propriedade privada num direito anterior e superior ao Estado: por isso ela endossará Locke, dizendo que a finalidade do poder público consiste em proteger a propriedade. Um direito aos bens que dependa do beneplácito do governante vai frontalmente contra a pretensão da burguesia de controlar, enquanto classe, o poder de Estado; e , como isso vai acontecer na Inglaterra após a Revolução Gloriosa (1.688/1.689), o pensamento hobbesiano não terá aplicação em seu país nem em nenhum outro" (Weffort, 1.991: 75,76). Ou seja, a incompatibilidade entre o postulado hobbesiano de que a concessão do usufruto do direito de propriedade aos súditos é prerrogativa do Soberano ou governante, e a aspiração burguesa de que o referido direito se constitui em direito natural do indivíduo, foi a causa principal da rejeição do pensamento de Hobbes pela classe social anteriormente citada. Como causas adicionais dessa rejeição, porém secundárias, podemos citar a apresentação, por Hobbes, do Estado como algo monstruoso, e do homem como belicoso, em contraposição à visão aristotélica do bom governo e do bom homem; e a subordinação da religião ao poder político.
Bagé, 23 de setembro de 2013.

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