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11.. CCoorrtteess Os cortes são utilizados para representar de um modo claro os detalhes internos de uma peça, fazendo ressaltar ainda em um conjunto a posição de cada peça ou órgão que o constitui. A aplicação do corte em desenhos de peças e conjuntos tem três vantagens: 1. Facilitar a interpretação interna das peças ou do conjunto de peças. 2. Facilitar a colocação de cotas, evitando, assim, cotação em linhas tracejadas. 3. Identificar, por meio de hachuras, de que material é feita a peça (desenho de detalhes) ou as peças (desenho de conjunto). 1.1. Interpretação do corte Para representarmos melhor o corte, observemos a figura n° 53 abaixo, pois quando executamos um corte, o executamos imaginariamente. Na figura n° 54, as partes atingidas pelo corte estão representadas com linhas finas inclinadas, cha- madas linhas de hachuras. Observações 1. O corte é imaginário. 2. O sombreado, na projeção, corresponde à parte da peça que foi atingida pelo corte. A região não sombreada indica a não atingida. Hachuras São traços eqüidistantes e paralelos que produzem em desenhos e gravuras o efeito do sombreado. No desenho técnico, representamos as hachuras por meio de linhas finas inclina- das a 45° em relação à base da peça ou em relação ao seu eixo. Figura 59 Figura 60 Figura 58 (Cotação desaconselhável) Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________2 Para cada material existe uma hachura convencional, conforme exemplos abaixo. No desenho abaixo, temos duas vistas de uma peça da qual só conseguimos in- terpretar a parte externa. Com apenas esses detalhes externos apresentados, é impossível a identificação correta da peça. Portanto, precisamos de mais detalhes. Na figura abaixo, temos os detalhes externos representados por meio de contor- nos visíveis e os detalhes internos por contornos invisíveis (linhas tracejadas). Com tudo isso, ainda existe uma dificuldade para interpretar a forma de todas as Figura 61 Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________3 peças. Portanto, temos de lançar mão de um outro recurso que possibilite mostrá- las com maior clareza e facilidade de interpretação. Esse recurso, chamado de corte total, usado nestas vistas, possibilitar uma per- feita interpretação e algumas vantagens, como: 1. maior clareza dos detalhes internos das peças; 2. quais os tipos de material de que constituem as peças; 3. melhor interpretação do funcionamento do conjunto; 4. número de peças que constituem o conjunto. 1.2. Norma NBR 12298 As hachuras, em uma mesma peça, são feitas sempre numa mesma direção. (ver Figura abaixo) Figura 62 CORTE - AA Figura 63 Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________4 As hachuras, nos desenhos de conjunto, em peças adjacentes, devem ser feitas em direções opostas ou espaçamentos diferentes. (ver Figura abaixo) As hachuras devem ser espaçadas em função da superfície a ser hachurada. O espaçamento mínimo para as hachuras é de 0,7 mm, conforme a NBR 8403. As hachuras, em área de corte muito grande. Podem ser limitadas à vizinhança do contorno, deixando a parte central em branco (ver Figura abaixo) As hachuras têm sempre a mesma direção, mesmo quando o corte de uma peça é executada por vários planos de corte paralelos (ver Figura abaixo). Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________5 Quando houver necessidade de representar dois elementos alinhados, manter a mesma direção das hachuras, porém com linhas desencontradas (ver Figura a- baixo). As hachuras devem ser interrompidas quando da necessidade de se inscrever na área hachurada (ver Figura abaixo). 1.3. Algumas regras sobre os cortes 1. O corte, de um modo geral, é sempre indicado em uma vista por meio de uma linha de corte acompanhada pelas letras AA, BB, CC ... e representado em ou- tra vista (figura acima). 2. Sempre que indicarmos em uma vista a linha de corte seguida das letras AA, BB, CC ... embaixo da vista na qual é representada o corte, será escrita a ex- pressão CORTE-AA, CORTE-BB, CORTE-CC, etc. 3. Em um mesmo formato, quando houver mais de uma peça cortada, as letras indicativas de corte AA, BB, CC, etc., não poderão se repetir. Cada vista corta- da terá um tipo de indicação. 4. As letras indicativas de corte deverão seguir a mesma seqüência alfabética, começando de AA, BB, CC, DD, EE, FF, GG, HH, II, JJ ... ZZ. 5. Quando cortamos ume peça, mostramos apenas o que vemos. Portanto, não mostramos nenhum detalhe oculto por meio de linhas tracejadas. Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________6 6. Quanto às hachuras, devem ficar inclinadas para a direita tratando-se de pe- ças isoladas. Mas em se tratando de conjuntos, mesmo que sejam de mesmo material, o hachurado deve ser disposto em sentindo divergente, ou seja, para a direita e para a esquerda, conforme a Figura 63. 1.4. Corte total O corte total é aquele que corta toda a extensão de uma peça em uma só direção e sua direção pode ser no sentido vertical ou horizontal. Os cortes podem ser representados em qualquer das vistas do desenho técnico mecânico. A escolha da vista onde o corte é representado depende dos elemen- tos que se quer destacar e da posição de onde o observador imagina o corte. 1.4.1. Corte Total Longitudinal Considere o modelo abaixo, visto de frente por um observador. Nesta posição, o observador não vê os furos redondos nem o furo quadrado da base. Para que estes elementos sejam visíveis, é necessário imaginar o corte cor- te. Imagine o modelo secionado secionado, isto é, atravessado por um plano de corte, como mostra a ilustração. O plano de corte paralelo ao plano de projeção vertical é chamado plano longitu- dinal vertical. Este plano de corte divide o modelo ao meio, em toda sua extensão, atingindo todos os elementos da peça. Veja as partes em que ficou dividido o mo- delo atingido pelo plano de corte longitudinal vertical. Figura 64 Figura 65 Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________7 Observe novamente o modelo secionado e, ao lado, suas vistas ortográficas. 1.4.2. Corte Total Horizontal Como o corte pode ser imaginado em qualquer das vistas do desenho técnico, agora você vai aprender a interpretar cortes aplicados na vista superior. Imagine o mesmo modelo anterior visto de cima por um observador. Para que os furos redondos fiquem visíveis, o observador deverá imaginarum corte. Veja, a seguir, o modelo secionado por um plano de corte horizontal. Figura 66 Figura 67 Figura 68 Figura 69 Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________8 Este plano de corte, que é paralelo ao plano de projeção horizontal, é chamado plano longitudinal horizontal. Ele divide a peça em duas partes. Com o corte, os furos redondos, que antes estavam ocultos, ficaram visíveis. Imagine que o mode- lo foi removido. Veja como fica a projeção do modelo no plano horizontal. Observe novamente o modelo secionado e, ao lado, suas vistas ortográficas. 1.4.3. Corte Total Transversal Observe mais uma vez o modelo com dois furos redondos e um furo quadrado na base. Imagine um observador vendo o modelo de lado e um plano de corte verti- cal atingindo o modelo, conforme a figura a seguir. Observe na figura seguinte, que a parte anterior ao plano de corte foi retirada, deixando visível o furo quadrado. Figura 70 Figura 71 Figura 72 Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________9 Finalmente, veja na próxima ilustração, como ficam as projeções ortográficas des- te modelo em corte. O plano de corte, que é paralelo ao plano de projeção lateral, recebe o nome de plano transversal transversal. Na vista lateral, o furo quadrado, atingido pelo corte, aparece representado pela linha para arestas e contornos visíveis. As partes ma- ciças, atingidas pelo corte, são representadas hachuradas. 1.5. Corte em desvio Toda peça tem um eixo principal que pode ser horizontal ou vertical e, normal- mente, a direção do corte passa por um desses eixos, mas pode também, quando isso se fizer necessário, mudar de direção (corte em desvio) para passar por deta- lhes situados fora do eixo e que devem ser mostrados também em corte. OBS: A mudança de direção do corte é feita mediante dois traços grossos em ângulos (observe as figuras abaixo). Em determinadas situações, para mostrar todos os detalhes internos de uma pe- ça, é necessário aplicar mais de um plano de cotre em desvio, como se observa no exemplo abaixo. Figura 73 Figura 74 Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________10 Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________11 1.6. Meio corte Tratando-se de uma peça ou de um conjunto simétrico, é sempre vantajoso re- presentá-los em meio corte. O meio corte tem a vantagem de indicar em uma só vista a parte interna e externa da peça ou conjunto mas tem o inconveniente de não se poderem cotar com cla- reza alguns detalhes internos. Este corte se faz imaginariamente, eliminando ¼ da peça ou conjunto de peças e representando em uma outra vista os ¾ que restaram. 1.7. Corte parcial É o corte que se representa sobre parte de uma vista para indicar algum detalhe interno da peça, evitando, às vezes, o corte total ou meio corte. OBS: Quando aplicamos o corte parcial em uma vista, as partes internas não a- tingidas pelo corte deverão ser mostradas em linhas tracejadas e o contorno da parte cortada é feito por uma linha de ruptura de grossura média. 1.8. Corte rebatido Figura 78 Figura 76 Figura 77 Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________12 A projeção normal de peças que tenham partes ou detalhes situados fora dos ei- xos horizontais e verticais, além de deformar os elementos, torna difícil a interpre- tação. Para evitar tais dificuldades, criou-se o corte rebatido, que consiste no des- locamento em rotação dessas partes para o eixo principal (horizontal ou vertical). Quando aplicamos o corte rebatido, imaginariamente fazemos com que os deta- lhes desloquem para o eixo horizontal ou vertical e aplicamos o corte como se fosse total longitudinal ou total transversal. 1.9. Superfícies finas em corte Vistas em corte de peças muito estreitas, tais como juntas, guarnições gaxetas, tubulações ou perfis de estruturas metálicas quando em escalas reduzidas, em vez de hachuradas serão enegrecidas por completo. Se coincidirem várias super- fícies enegrecidas, uma com a outra, a separação será feita por uma junta cha- mada linha de luz. 1.10. Omissão de corte Para melhor interpretação de certos elementos de máquinas, e de alguns deta- lhes de peças mecânicas, foi criada uma regra no desenho técnico mecânico, que se chama omissão de corte. Assim, veja como ficou o desenho abaixo. Figura 92 Figura 93 Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________13 Portanto, pinos, contra pinos, eixos, rebites, parafusos, porcas, contra porcas, arruelas, esferas e roletes de rolamento, chavetas, nervuras, braços de polias, volantes e rodas dentadas, não devem ser desenhadas em corte no sentido longi- tudinal, mesmo situadas no plano de corte. Figura 79 Figura 80 Figura 82 Figura 81 Figura 83 Figura 84 Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________14 1.11. Secções Teoricamente podemos imaginar que a secção e o corte tem a mesma finalidade, mas isto não é verdade pois cada um possui regras próprias; enquanto o corte é usado para representar detalhes internos de uma peça, a secção é usada para mostrar o perfil da mesma ou de uma de suas partes. Em alguns casos é aconselhável fazer o uso da secção, pois na sua representa- ção, mostramos apenas a parte seccionada (cortada), enquanto que o corte, mos- tramos além da parte cortada todos os detalhes externos nâo atingidos pelo plano de corte mas que sâo visíveis na projeção. Compare as vistas ortográficas desta peça em corte e em seção. 1.11.1. Seção traçada sobre a própria vista A seção pode ser representada rebatida dentro da vista, desde que não prejudi- que a interpretação do desenho. Observe a próxima perspectiva em corte e, ao lado, sua representação em vista ortográfica, com a seção representada dentro da vista. Para representar o contorno da seção dentro da vista, usa-se a linha contínua estreita. A parte maciça é representada hachurada. Quando a seção aparece re- batida dentro das vistas do desenho técnico, ela não vem identificada pela palavra seção, seguida de letras do alfabeto. Na seção dentro das vistas também não a- parece a indicação do plano de corte.Figura 86 Figura 85 Figura 87 Figura 88 Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________15 1.11.2. Seções traçadas fora das vistas No desenho técnico, as seções sucessivas também podem ser representadas: próximas da vista e ligadas por linha traço e ponto; em posições diferentes mas, neste caso, identificadas pelo nome. 1.12. Rupturas Peças de perfis simples e uniforme porém longas, como chapas, barra chatas, barra redonda, tubos e perfilados de um modo geral, não precisam ser desnhados em formatos alongados e nem em escalas muito reduzidas, dificultando à inter- pretação e até mesmo a execução dos mesmos. O desenhos destas peças se faz aplicando uma representação convencional chamada ruptura. O desenho de peças usando rupturas, consiste em representar as peças numa escala maior, para isso quebra-se imaginariamente a peça nos dois extremos, removendo a parte quebrada e aproximando as extremidades. A sua verdadeira grandeza será dada por uma cota de preferência quebrada. OBS.: A parte removida da peça, não poderá ter nenhum detalhe importante para sua construção. As linhas de ruptura são contínuas de grossuras médias, desenhadas à mão-livre. Nos desenhos técnicos confeccionados à máquina, pode-se optar pela linha con- tínua estreita em ziguezague para representar os encurtamentos. Figura Desenho Técnico I e II ____________________________________________________________ ____________________________________________________________16 Figura 90 Figura 91
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