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Compostos Organoclorados Poluentes Orgânicos Persistentes (POP’s) Claudio Azevedo Moléculas formadas por: - C, H e Cl - O, N, S, F, Br, I e etc.. Endosulfan Diclorodifeniltricloroetano (DDT) Lindano Dicofol Naturais • Produzido por bactérias marinhas (DBP – Br4Cl2) • Identificado em ovos de aves marinhas do Atlântico e Pacífico (Canadá) Dimetil-bipirrols (DBP) Heptacloro-1`metil-1,2`-bipirrol • Produção exclusivamente natural • Detectado em mamíferos marinhos (focas da Antártica), peixes, cápsulas de óleo de peixe e leite humano Ácidos Graxos Clorados e derivados Principais constituintes entre os compostos organohalogenados em peixes (ex: salmão, enguia e linguado), invertebrados (ex: moluscos) e algas marinhas. • Produzido por corais, esponjas e moluscos Oxilipídio monocíclico clorado Antropogênicos • Grande quantidade de compostos produzidos • Ampla utilização: - Fármacos - Pesticidas - Uso industrial e etc.. • Produtos gerados a partir de rejeitos Cloranfenicol Dieldrin Triclorometano PVC • Persistência no ambiente • Hidrofóbicos • Lipofílicos • Voláteis e semivoláteis • Acumulação na biota • Propriedades tóxicas Poluentes Orgânicos Persistentes (Jones &Voogt, 1999) Convenção de Estocolmo Sobre os Poluentes Orgânicos Persistentes – POP’s As Partes da presente Convenção: • Reconhecem que os poluentes orgânicos persistentes têm propriedades tóxicas, • são resistentes à degradação, • são bioacumulativos e • são transportados pelo ar, pela água e pelas espécies migratórias através das fronteiras internacionais e depositados distantes do local de sua liberação, onde se acumulam em ecossistemas terrestres e aquáticos... Levando em consideração a Decisão 19/13C, de 7 de fevereiro de 1997, do Conselho de Administração do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, de iniciar ações internacionais para proteger a saúde humana e o meio ambiente com medidas que irão reduzir e/ou eliminar as liberações e despejos de poluentes orgânicos persistentes. STOCKHOLM CONVENTION ON PERSISTENT ORGANIC POLLUTANTS (May 22, 2001) Convenção de Estocolmo POP’S INICIAIS (2001) •Aldrin •Clordano •DDT •Dieldrin •Dioxinas •Endrin •Furanos •Heptaclor •Hexaclorobenzeno •Mirex • Bifenilas Policloradas (PCBs) •Toxafeno NOVOS POP’S (2009) •Acido perfluorooctano sulfônico (PFOS), seus sais e Perfluorooctano sulfonil fluoreto • Alfa-hexaclorociclohexano • Beta hexaclorociclohexano • Clordecone • Hexabromobifenil • Éter hexabromodifenil e éter Heptabromodifenil • Lindano • Pentaclorobenzeno • Éter tetrabromodifenil e éter Pentabromodifenil Endossulfan (2012) Pesticidas Organoclorados • Compostos de estruturas cíclicas • Peso Molecular entre 290 e 545 g mol-1 • Bastante lipofílicos • Resistentes a biotransformação Dieldrin Clordano Endrin Heptacloro Aldrin Toxafeno Mirex DDT e seus principais metabólitos • Histórico • 1874 – Othmar Zeidler • 1939 – Paul Muller (Premio Nobel em 1948) • 1962 – Rachel Carson (Primavera Silenciosa) • 1985 – Brasil (Portaria 329/85) • 1991 –Última compra realizada pela FUNASA • Uso • Inseticida: - Agricultura - Controle de vetores p,p’ - DDT p,p - DDE p,p’ - DDD Toxicidade • Neurotoxicidade • Hepatotoxicidade • Interferência no Sistema Endócrino - Estrogenicidade (o,p-DDT) - Anti-androgenicidade (p,p’-DDE) • Promotor de Câncer Industrial Bifenilas Policloradas (PCB) • 1864 – 1o Síntese (WHO, 1992) • 1929 – Início da produção comercial (WHO, 2003) • 1966 – Descoberta na biota por Sören Jensen (Jensen, 1972 apud Boon, 1986) • 1968 – Yusho (Fukuoka e Nagasaki) (Yoshimura, 2003) • 1979 – Yu-Cheng (Tailândia) (Safe, 1986) • • 1981 – Brasil (Portaria 19) (Penteado & Vaz, 2001) • 2001 – Convenção de Estocolmo (2025) (UNEP, 2001) Histórico Conformação Estrutural PCB-54PCB-15PCB-4 Nomeclatura: IUPAC - 2,2’,3,3,4,4’,5,5’-octaclorobifenil Ballschmiter & Zell (1980) – PCB-194 Aplicação comercial Além do amplo uso na indústria. Este composto também pode ser formado não intencionalmente e liberadas a partir de processos térmicos envolvendo matéria orgânica e cloro como resultado de combustão incompleta ou reações químicas. • Fluido dielétrico em transformadores. • Óleo de corte. • Lubrificante. • Pesticidas. • Plastificantes para tintas, etc... • (WHO, 1976; Safe 1986; Hoivik e Safe, 1998) • Desenvolvimento neurológico (Fischer et al., 1998) • Câncer (Hanberg, 1996) • Interferência no Sistema Endócrino - Estrogenicidade – metabólito hidroxilado - Anti-estrogenicidade – através do AhR - Redução da [ ] T4 - aumento da [ ] TSH • Depressão o sistema imune (Duffy et al., 2002) • Hepatotoxicidade (Hoivik & Safe, 1998) • Cloracne (Yoshimura, 2003) Toxicidade Múltiplos usos Hexaclorobenzeno (HCB) • Historicamente este composto teve vários usos tanto na agricultura quanto na indústria. Este composto também pode ser formado não intencionalmente e liberadas a partir de processos térmicos envolvendo matéria orgânica e cloro como resultado de combustão incompleta ou reações químicas. • Uso: Fungicida, Preservante de madeira, indústria de borracha e etc.. • Toxicidade: - Neurotoxicidade - Hepatotoxicidade - Imunotoxicidade - Efeitos adversos na reprodução e no desenvolvimento Mirex • Este composto apresenta ampla utilidade, tanto na agricultura quanto na indústria. • Uso: Inseticida (principalmente formicida), rodenticida, tinta antincrustante, retardante de incêndio em plástico e etc.. • Toxicidade: • Neurotoxicidade • Hepatotoxicidade Produção não intencional Dibenzo-p-Dioxinas Policloradas & DibenzoFuranos Policlorados Dioxina Furano Dioxinas Furanos Origem • Subproduto não intencional de processos envolvendo o cloro ou substâncias e/ou materiais que o contenham, como a produção de diversos produtos químicos, em especial os pesticidas e branqueamento de papel e celulose . • Incineração de resíduos de serviços de saúde, de lixo urbano e de resíduos industriais, plantas de preparação de carvão, termelétricas a carvão, entre outros processos de queima. • Combustão de combustível fóssil. • Carcinogenicidade • Imunotoxicidade • Cloroacne • Interferente Endócrino - Antiestrogenicidade entre outros • Efeitos adversos na reprodução e no desenvolvimento (Van den Berg et al., 1998). Toxicidade DINÂMICA AMBIENTAL DE POP’S Propriedades físico-químicas • Estrutura molecular • Peso molecular • Ponto de fusão • Pressão de vapor • Ponto de ebulição • Solubilidade na água • Coeficiente de Partição: → sólido/água: octanol/água (POW) → sólido/ar: octanol/ar (POA) → ar/água: Constante da lei de Henry (KAW) (Jones &Voogt, 1999; Miyamoto, 1996) (Wania, 2006) Ciclo ar-solo DEPOSIÇÃO ÚMIDA DEPOSIÇÃO SECA TROCA AR-SOLO RESSUSPENÇÃO DO SOLO ABSORÇÃO VOLATILIZAÇÃO SOLO SUPERFÍCIE SOLO FUNDO BIODIFUSÃO LIXIVIAÇÃO DEGRADAÇÃO DIFUSÃO ENTRE SUPERFÍCIE-FUNDO partículas de solo água pura: dissolvido e colóide (Lohmann et al., 2007) Ciclo ar-água DEPOSIÇÃO ÚMIDA DEPOSIÇÃO SECA TROCA AR-ÁGUA ABSORÇÃO VOLATILIZAÇÃO BIODIFUSÃO DEGRADAÇÃO COLUNA D’ÁGUA DEGRADAÇÃO dissolvido colóide grandespartículas RESSUSPENÇÃO DIFUSÃO água pura: dissolvido e colóide DIFUSÃO ENTRE SUPERFÍCIE-FUNDO SEDIMENTO FUNDO SEDIMENTO SUPERFÍCIE partículas DIFUSÃO POR TURBULÊNCIA DEPOSIÇÃO APROFUNDAMENTO (Jurado et al., 2007) Gerais Geografia e Clima/Metereologia (latitude,altitude, intensidade luminosa, chuva, vento, temperatura, umidade, entre outros). Ar Composição química (presença de contaminantes), aerossol e material particulado em suspensão. Água pH, substâncias orgânicas e inorgânicas solúveis, material particulado em suspensão, biota, entre outros. Solo e sedimento Minerais, matéria orgânica, pH, biota, entre outros. Parâmetros ambientais (Miyamoto, 1996) Transporte através das correntes oceânicas Adaptado de :www.eea.europa.eu/publications/NYM2/page005.html Baixa Latitude evaporação>deposição Alta Latitude deposição>evaporação Latitudes Médias Ciclo sazonal de deposição e evaporação Transporte atmosférico a longa distância ↓ KAW e ↑ POA ↑ KAW e ↓ POA Efeito gafanhoto Condensação Fria Teoria do Fracionamento Global (Scheringer, 2008) Montanhas Rochosas Foto:top-10-list.org/.../worlds-ten-mountain-ranges/ Suspeita de transporte de DDE da África para o Caribe Scientific American (2003) Eventos climáticos Transporte pela biota Salmão (Oncorhynchus nerka) (www.fishbase.org) “A concentração de PCB foi 7 vezes maior nos lagos em que o salmão desova” Ilha Devon, Ártico canadense Fulmar (Fulmarus glacialis) Fotos: news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/4684415.stm “O sedimento dos lagos em que as aves nidificavam a concentração de HCB e DDT foram 10 e 60 vezes maior, respectivamente.” PRINCIPAIS ROTAS DAS AVES MIGRADORAS Bioconcentração A bioconcentração é o resultado da assimilação do contaminante pelo organismo apenas do meio abiotico, no qual o ser vivo apresenta maiores concentrações do que meio o circunda. Em ambientes aquáticos, a bioconcentração é o resultado da absorção do contaminante dissolvido na água pelo organismo, através das brânquias e o tecido epitelial, com a concentração do contaminante no ser vivo sendo superior do que na água. (Geyer et al., 2000; Mackay & Fraser, 2000) A bioacumulação, por sua vez é o resultado da absorção tanto da água quanto da fase sólida (alimento, sedimento, solo e partículas em suspensão), com o enriquecimento do contaminante no organismo em relação ao ambiente. (Beek et al., 2000; Newman & Unger, 2002) Bioacumulação Idade Bioacumulação Biomagnificação (1) O aumento das concentrações do contaminante de um nível trófico para o seguinte. Alguns autores utilizam os termos Bioamplificação ou Enriquecimento Trófico como sinônimos de Biomagnificação. (Newman, 1998) Biomagnificação Nível Trófico [ ] P C B • Requer uma teia alimentar com os organismos distribuídos em níveis tróficos distintos, o que muitas vezes é uma simplificação não realista da dinâmica trófica do ecossistema. • Não possibilita a observação de interações tróficas complexas e da onivoria que são predominantes em muitos ecossistemas. (Newman & Unger, 1999, Post, 2002) O termo biomagnificação também é definido como a transferência do contaminante, com o aumento da sua concentração, através da sucessão de níveis tróficos. Na biomagnificação, o crescimento da concentração do contaminante ocorre através da teia alimentar e está relacionado ao acúmulo através da alimentação. (Kidd et al., 1995; Meili, 1997; Watras et al., 1998) Biomagnificação (2) (celebrating200years.noaa.gov/breakthroughs/ec...) C on ce nt ra çã o do c on ta m in an te Teia alimentar Biomagnificação Porém algumas explicações alternativas são dadas para tal fenômeno: 1. Predadores tendem a ter maior longevidade do que suas presas e, portanto, têm mais tempo para acumularem. O que pode ter como resultado uma maior concentração do poluente no predador (Moriart, 1983). 2. Predadores são freqüentemente maiores que suas presas e os efeitos alométricos sobre a acumulação podem resultar em maiores concentrações nos predadores do que em suas presas (Moriart, 1983). 3. Para contaminantes lipofílicos, a maior reserva lipídica nos predadores pode resultar em concentrações mais altas do que em suas presas (Moriart, 1983). 4. Organismos de base de teias alimentares tendem a crescer mais rapidamente do que organismos de níveis tróficos superiores, sendo assim, o efeito de diluição por crescimento pode ser mais pronunciado em níveis tróficos mais baixos do que nos altos (Huckabee et al., 1979). 5. Dificuldades na definição do status trófico podem atuar como fator de confusão, principalmente se espécies mudam de hábitos alimentares no decorrer da vida (Huckabee et al., 1979). 6. Muitos trabalhos não distinguem a fonte da contaminação: água ou alimento (Huckabee et al., 1979). 7. Algumas comunidades mostram uma grande variação nas concentrações entre espécies tidas como de um mesmo nível trófico, nos mostrando o quanto é questionável essa noção de nível trófico (Beyer, 1986; Laskowski, 1991) Biomagnificação Principais características dos micropoluentes que biomagnificam • Possuem alta estabilidade química. •São lipossolúveis ( Partição Octanol/água >3) • São facilmente absorvidos pelo trato gastrintestinal • Baixa taxa de metabolização • Baixa taxa de excreção. Fonte Biota QUAIS SERÃO OS PRÓXIMOS POP’S??? Cerca de 400 milhões de toneladas de substâncias químicas são produzidas por ano!! Apenas 3% dos 2,5 mil produtos químicos são de fato testados quanto aos seus efeitos tóxicos!!! Qual a nossa participação???? Obrigado pela atenção!!
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