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Princípios de Bioenergética Raquel Benevides S1 > S2 N R H C NH2 O N R C NH2 OH H + + 2 e− + H+ NAD+ NADH Princípios de bioenergética 1. Introdução; 2. Bioenergética e Termodinâmica; 3. Lógica química e reações bioquímicas comuns; 4. Transferência de Grupos Fosforil e ATP; 5. Reações Biológicas de Óxido-Redução. S1 > S2 N R H C NH2 O N R C NH2 OH H + + 2 e− + H+ NAD+ NADH 1. Introdução Conceitos Gerais Introdução Metabolismo Catabolismo Anabolismo Entropia Entalpia Energia Livre Via Metabólica Autotrófico Heterotrófico ATP NADH FADH2 Metabólito Introdução Células e organismos necessitam realizar trabalho para: a manutenção da vida, crescimento e para sua reprodução Trabalho químico: síntese dos componente celulares Trabalho osmótico: acúmulo e retenção de sais e outros compostos contra gradiente de concentração Trabalho mecânico: contração muscular e movimentação de flagelos Introdução Todos os organismos vivos derivam sua energia direta ou indiretamente da energia radiante da luz solar Os organismos vivos são interdependentes, trocando energia e matéria através do meio ambiente Introdução • O que é Bioenergética? Estuda a capacidade da célula de converter nutrientes alimentares (carboidratos, proteínas e lipídios) numa forma de energia biologicamente utilizável, de maneira contínua QUESTÃO CENTRAL DA BIOENERGÉTICA Mecanismos pelos quais a energia dos alimentos ou da captura da energia solar é acoplada às reações que requerem energia Introdução Introdução • METABOLISMO?? • VIAS METABÓLICAS?? Soma de todas as transformações químicas que ocorrem em uma célula ou em um organismo Séries de reações catalisadas enzimaticamente Introdução • Catabolismo: • Anabolismo: Fase biossintética do metabolismo em que moléculas precursoras simples e pequenas são reunidas em moléculas maiores e mais complexas. Fase degradativa do metabolismo em que as moléculas orgânicas nutrientes são convertidas em produtos finais mais simples e menores. Introdução CARBOIDRATOS LIPÍDIOS PROTEÍNAS Glicose Ácidos Graxos Aas ÁC. NUCLÉICOS Nucleotídeos Tipos de Vias Metabólicas Via Cíclica a a Catabolismo Convergente Anabolismo Divergente Metabólito Regulação das Vias Metabólicas • Enzimas Alostéricas: • Regulação Hormonal: • Controle da velocidade de uma dada reação enzimática: Variam sua atividade catalítica em resposta a moduladores estimuladores ou inibidores. Coordenam as atividades biológicas de diferentes tecidos. Pela regulação da concentração celular da enzima responsável pela mesma. 2. Bioenergética e Termodinâmica As transformações biológicas da energia seguem as Leis da Termodinâmica Leis da Termodinâmica Primeira lei: Lei da conservação de energia: Numa modificação química ou física, a quantidade total de energia no universo permanece constante, embora a forma de energia possa mudar As células são transdutoras de energia: capazes de converter energia química, eletromagnética, mecânica e osmótica com muita eficiência (funcionam a temperatura constante) Segunda lei: Em todos os processos naturais a entropia do universo aumenta Definição rigorosa de entropia: Qualitativamente pode ser descrita como “desordem” ou “caos”manifestada de várias maneiras Bioenergética e Termodinâmica • Energia Livre (G): A fração de energia disponível para realizar trabalho = energia livre de Gibbs (G). Ela é sempre menor do que a energia teoricamente liberada. Uma parte é dissipada como calor de friccão A energia que a célula pode e deve usar é a Energia Livre de Gibbs (G): prediz a direção da reação e a quantidade de trabalho Acoplamento energético em um processo químico Se o produto tem menor G do que o reagente: a reação libera energia, disponível para realizar trabalho: ∆G = (-) Reação exergônica Ao contrário: ∆G = (+) Reação endergônica Cada composto tem um certo potencial energético (G: energia livre) que depende do tipo e do número de ligações em sua molécula É o conteúdo em calor, (energia cinética que se propaga em um gradiente de temperatura) de um sistema molecular Bioenergética e Termodinâmica • Entalpia (H): ∆∆∆∆H<0 processo exotérmico ∆∆∆∆H>0 processo endotérmico É a medida do grau de desordem de um sistema molecular S1 > S2 Bioenergética e Termodinâmica • Entropia (S): Bioenergética e Termodinâmica Alfabeto Sem Informação Rico em Entropia Palavras Com Informação Pobres em Entropia Exemplo: INFORMAÇÃO E ENTROPIA Bioenergética e Termodinâmica • Os organismos vivos violam a 2ª lei??? ORGANISMOS VIVOS SÃO ALTAMENTE ORDENADOS, ESTRUTURAS NÃO RANDÔMICAS, IMENSAMENTE RICOS EM INFORMAÇÃO E, ENTÃO POBRES EM ENTROPIA… Meio Seres vivos são sistemas abertos, que trocam matéria (nutrientes e produtos de excreção) e calor (do metabolismo) com seu meio e nunca estão em equilíbrio Organismo + meio = universo Entropia do universo Universo EnergiaMatéria Ser Vivo DEFINIÇÃO DE ΔG (Energia livre de Gibbs) ΔG = ΔH - TΔS G = Energia livre: Energia capaz de realizar trabalho durante uma reação a T e P constante: Se a reação libera energia livre ∆G = (-) exergônico (ESPONTÂNEO) Se ganha energia livre ∆G = (+) Endergônico (NÃO-ESPONTÂNEO) S = Entropia: expressão quantitativa para desordem e caos: Se os produtos são menos complexos e mais desordenados: ganho de entropia ∆S = (+) Se os produtos são mais complexos e mais ordenados: perda de entropia ∆S = (-) H = Entalpia: conteúdo de calor de um sistema de reação; Reflete o número e o tipo de ligações nos reagentes e produtos H reg > H prod: ∆H = (-) exotémico H reg <<<< H prod: ∆H = (+) endotérmico • Como medir o ∆∆∆∆G das reações que ocorrem nas células? RELAÇÃO ENTRE A ENERGIA LIVRE PADRÃO DE UMA REAÇÃO QUÍMICA E A CONSTANTE DE EQUILÍBRIO aA + bB cC + dD ba dc K ]B[[A] ]D[]C[ eq a, b, c e d = número de moléculas [A], [B], [C] e [D] = concentração molar dos Componentes da reação no ponto de equilíbrio Quando o sistema de reação não está em equilíbrio, a tendência de se mover em direção ao equilíbrio representa uma força, cuja magnitude pode ser expressa como a variação de energia livre para a reação = ∆G A força que dirige o sistema em direção ao equilíbrio é definido como: Variação de energia livre padrão (∆∆∆∆G’°°°°) Na célula [H+]=10-7 e [H2O]=55,5M Nestas condições: constantes padrões transformadas ∆G’° e K’eq Relação entre ∆∆∆∆G’°°°° e K’eq: ∆∆∆∆G’°°°° = -RTln K’eq Quando K’eq é ∆∆∆∆G’°°°° Direção com 1M de reagentes e produtos > 1.0 Negativo Procede adiante = 1.0 Zero Em equilíbrio = < 1.0 Positivo Procede no reverso Relação entre ∆∆∆∆G’°°°° e K’eq e direção da reação química em condições padrões aA + bB cC + dD ba dc K ]B[[A] ]D[]C[ eq Relação entre ∆∆∆∆G’°°°° e K’eq: ∆∆∆∆G’°°°° = -RTln K’eq Glicose 1-fosfato glicose 6-fosfato Início: 20 mM glicose 1-fosfato e 0mM glicose 6-fosfato Final: 1 mM glicose 1-fosfato e 19 mM glicose 6-fosfato 19 mM1 mM19 P]-1 [Glicose ]P-6 Glicose[ eq' ===K ∆∆∆∆G’°°°° = -RTln K’eq ∆∆∆∆G’°°°° = -(8,315 J/mol.K)(298K)(ln19) ∆∆∆∆G’°°°° = -7.296 J/mol = -7,3 kJ/mol EXEMPLO DE CÁLCULO DE K’eq e ∆∆∆∆G’°°°° (espontânea) EXERCÍCIOS Calcule o ∆∆∆∆G’°°°° das seguintes reaçõescatalizadas por enzimas a 25°°°°C e a pH 7,0 a partir de suas constantes de equilíbrio (R= 8,315 J/mol.K; T=298 K) 1.Glutamato + oxaloacetato aspartato + αααα-cetoglutarato K’eq = 6,8 Aspartato amino transferase 2.Dihidroxiacetona-fosfato gliceraldeído 3-fosfato K’eq = 0,0475 Triose Fosfato Isomerase ∆G’° =-4,75 kJ/mol (espontânea) ∆G’° =+7,6 kJ/mol (não-espontânea) Variação de energia livre padrão (∆∆∆∆G’°°°°) para algumas reações químicas a pH 7,0 e 25º C 3. Lógica química e reações bioquímicas comuns Lógica química e reações bioquímicas comuns 1. Reações que criam ou quebram ligações carbono-carbono 2. Rearranjos internos, isomerizações e eliminações 3. Reações com radicais livres 4. Transferência de grupos 5. Oxidação-redução Mecanismos para a clivagem de uma ligação C-C ou C-H Clivagem homolítica x heterolítica Homolítica Cada átomo mantém um dos elétrons da ligação Heterolítica Um dos átomos retém os dois elétrons da ligação Nucleófilos e Eletrófilos comuns em reações bioquímicas Nucleófilos grupos funcionais ricos em elétrons e capazes de doá-los Eletrófilos Grupos funcionais deficientes em eletróns e que os procuram -O- Oxigênio negativamente carregado -S- -C- -N Sulfidril negativamente carregado Carbânion Grupo amino descarregado Imidazol R 1. Reações que criam ou quebram ligações carbono-carbono Propriedades químicas do grupo carbonil (potencializadas com ion metálico ou com um ácido) Condensação aldólica (aldolase – glicólise) Condensação de Claisen (síntese do citrato - CK) Descarboxilação de um β-cetoácido (formação de corpos cetônicos) 2. Rearranjos internos, isomerizações e eliminações Redistribuição dos elétrons resulta em alterações de muitos tipos, sem alterar o estado de oxidação da molécula Isomerização 3. Reações com radicais livres 4. Transferência de grupos Clivagem homolítica de ligações covalente com geração de radicais livres Transferência de grupos acil, glicosil e fosforil de um nucleófilo para outro Grupo acil Grupo fosforil 5. Reações de oxidação-redução Reações de transferência de elétrons Desidrogenação x OxidaçãoEstados de oxidação do C em biomoléculas 4. Transferência de Grupos Fosforil e ATP A molécula de ATP Os seres vivos utilizam a molécula de ATP como meio principal para armazenar energia potencial proveniente da degradação dos alimentos Por quê? Ligações de “Alta energia” Ligações Fosfoanídricas: ∆G de hidrólise grande e negativo. ∆G = -30,7 Kj/mol N NN N NH2 O OHOH HH H CH2 H OPOPOP-O O O- O- O O O- adenine ribose ATP adenosine triphosphate phosphoanhydride bonds (~) 1. Separação das cargas resultante da hidrólise atenua a repulsão eletrostática entre as 4 cargas negativas do ATP 2. O fosfato inorgânico liberado é estabilizado pela formação de um híbrido de ressonância 3. O ADP2- produzido ioniza-se imediatamente, liberando um proton para o meio onde [H+] é baixa (pH 7) Bases bioquímicas para a grande variação livre de energia livre associada à hidrólise do ATP Hidrólise com alívio da repulsão entre as cargas Estabilização ressonância ionização Potencial de fosforilação: energia livre real de hidrólise do ATP (∆Gp) • Depende da concentração intracelular (varia entre as células) • verdadeiro substrato: MgATP2- Como utilizar a energia contida na molécula de ATP? ligação covalente de alta energia A síntese do ATP ocorre durante a glicólise e a respiração celular na mitocôndria Em que processo ocorre a síntese de ATP? Síntese de ATP ocorre assistida por luz durante a fotossíntese, na fase fotoquímica. E nas Plantas? O ATP contribue com energia para diversas reações O ATP participa de uma série de reações acopladas Diversas moléculas biológicas requerem a capacidade de mover- se para cumprir suas funções... Portanto, se falta energia, essa função pára O ATP participa de uma série de reações de movimento O ATP fornece energia para o correto enovelamento das proteínas O ATP fornece energia para o transporte ativo de certos íons O ATP fornece energia para conversão em energia luminosa ATP como doador de grupos fosforil, pirofosforil e adenilil Compostos com ligações de “alta energia” são ditos terem um grupo potencial de transferência: Pi pode ser espontaneamente clivado a partir do ATP para ser transferido para outra molécula Ligações de “Alta energia” ATP (AMP~P~P) � ADP (AMP~P) + Pi ATP� AMP + PPi PPi� 2Pi � ATP sempre funciona como fonte de energia. A clivagem hidrolítica de uma ou de ambas as ligações de alta energia do ATP (processo exergônico) está acoplado a uma reação que requer energia (processo endergônico) � AMP funciona como sensor e regulador da energia no metabolismo. Acúmulo de AMP estimula vias metabólicas que produzem ATP • activation of pathway enzymes by AMP. Compostos com Ligações de “Alta Energia” • ATP; • PPi; • Polifosfatos; • Fosfocreatina; • Coenzima A; • AMP cíclico. −O P H N C O O− N NH2+ CH2 CH3 C O O− phosphocreatine P~P~P~P~P N N N N NH2 O OHO HH H H2C HO P O O- 1' 3' 5' 4' 2' cAMP Compostos com Ligações de “Alta Energia” Compound ∆∆∆∆Go' of phosphate hydrolysis, kJ/mol Phosphoenolpyruvate (PEP) − 61.9− 61.9− 61.9− 61.9 Phosphocreatine − 43.1− 43.1− 43.1− 43.1 Pyrophosphate − 33.5− 33.5− 33.5− 33.5 ATP (to ADP) − 30.5− 30.5− 30.5− 30.5 Glucose-6-phosphate − 13.8− 13.8− 13.8− 13.8 Glycerol-3-phosphate − 9.2− 9.2− 9.2− 9.2 Muitos organismos estocam energia como Polifosfatos Inorgânicos: P~P~P~P~P... A hidrólise dos resíduos de Pi podem ser acoplados a reações dependentes de energia Dependendo do organismo ou tipo celular, podem ter funções adicionais Polifosfatos Inorgânicos Creatine Kinase catalisa: Phosphocreatine + ADP ↔↔↔↔ ATP + creatine � Fosfocreatina é produzida qdo níveis de ATP estão altos; � Qdo o ATP encontra-se esgotado durante exercício, o fosfato é transferido da Fosfocreatina para o ADP, repondo o ATP. −O P H N C O O− N NH2+ CH2 CH3 C O O− phosphocreatine Fosfocreatina, outro composto com ligação fosfato de “alta energia”, é usada nos nervos e músculos para estocagem de ligações ~P Fosfoenolpiruvato (PEP): A ligação éster nessa molécula é uma exceção C C O O− OPO32− CH2 C C O O− O CH3 C C O O− OH CH2 ADP ATP H+ PEP enolpyruvate pyruvate Coenzyme A-SH + HO C O R Coenzyme A-S C O R + H2O Tioester coenzyme A (CoA-SH) 3',5'- AMP Cíclico (AMPc): Utilizado nas células como sinalizador intermediário Adenilato Ciclase catalisa a síntese altamente espontânea de AMPc: ATP →→→→ cAMP + PPi. N N N N NH2 O OHO HH H H2C HO P O O- 1' 3' 5' 4' 2' cAMP 5. Reações Biológicas de Óxido-Redução Oxidação e Redução: O fluxo de elétros pode realizar trabalho Oxidação e Redução: O fluxo de elétros pode realizar trabalho Vias metabólicas derivam energia a partir de transferência de elétrons de variadas espécies redudantes até a molécula de Oxigênio (cadeia respiratória) A oxidação de um átomo de Ferro envolve a perda de um e- (p/ um aceptor): Fe++(reduced) � Fe+++ (oxidized) + e- Oxidação do carbono é espontânea (exergônica). Increasing oxidation of carbon H CH H H H CH OH H H C H O O C O OH C H O Estados de Oxidação do Carbono NAD+, Nicotinamide Adenine Dinucleotide, é um aceptor de elétron em vias catabólicas. O anel nicotínico recebe 2e- e 1 H+ gerando a forma reduzida NADH. NADP+/NADPH são similares, exceto pelo Pi. NADPH é um doador de e- em vias anabólicas. H C NH2 O CH2 H N H OH OH H H OOP O HH OH OH H H OCH2 N N N NH2 OP O O −O + N −O nicotinamide adenine esterified to Pi in NADP+ Nicotinamide Adenine Dinucleotide Dois importantes carreadores de e- no metabolismo: NAD+ & FAD. NAD+/NADH Reação de Transferência de e- : NAD+ + 2e−−−− + H+ ↔↔↔↔ NADH. ou NAD+ + 2e−−−− + 2H+ ↔↔↔↔ NADH + H+ N R H C NH2 O N R C NH2 OH H + + 2 e− + H+ NAD+ NADH FAD (Flavin Adenine Dinucleotide), funciona como um aceptor de e-. O anel dimetilisoaloxazínico sofre redução/oxidação FAD + 2 e−−−− + 2H+ ↔↔↔↔ FADH2 C C C H C C H C N C C N N C NH C H3C H3C O O CH2 HC HC HC H2C OH O P O P O O O- O O- Ribose OH OH Adenine C C C H C C H C N C C H N N H C NH C H3C H3C O O CH2 HC HC HC H2C OH O P O P O O O- O O- Ribose OH OH Adenine FAD FADH2 2 e− + 2 H+ dimethylisoalloxazine Mozilla Firefox.lnk � NAD+ é uma coenzima que reversivelmente liga-se a enzimas. � FAD é um grupo prostético, que interage com o sítio ativo de algumas enzimas. Bom dia
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