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Critérios para determinação da competência A distribuição da competência foi doutrinariamente divida em três espécies: critério objetivo, funcional e territorial. 1. Critério objetivo: em razão da matéria, pessoa e valor da causa. É estabelecido segundo os três elementos da demanda (partes, causa de pedir e pedido). a) Em razão da matéria. Determinada pela relação jurídica controvertida e extraída da causa de pedir. Exemplos: trabalhista, família, cível, penal, militar, eleitoral. 1 b) Em razão da pessoa (ratione personae) ou da parte litigante. Exemplo: Vara Privativa da Fazenda Pública e de Tribunais para processar determinadas pessoas em MS; c) Em razão do valor da causa identificado pelo valor do pedido. Exemplo: Juizado Especial Cível julga causas com valores inferiores a 40 Salários mínimos. É competência relativa. O demandante pode optar em ingressar com ação no Juizado Especial Cível ou Justiça Comum. 2 2. Critério funcional. Refere-se a atuação do órgão jurisdicional dentro do mesmo processo. Fenômeno interno (endoprocessual). Por graus de jurisdição: originária e recursal; Fases do processo: cognição e execução; Por objeto: assunção de competência e arguição de inconstitucionalidade. A competência funcional pode ser verificada segundo o aspecto horizontal (arguição de inconstitucionalidade) e vertical (originária e derivada). 3 3. Competência territorial. É a determinação do território em que a causa será processada e julgada. Regra geral de competência territorial: foro de domicílio do réu para as ações pessoais e reais mobiliárias (art. 46). Dessa regra decorrem outras: Se o réu tiver mais de um domicílio, pode ser demandado em qualquer deles. Se o domicílio for incerto ou desconhecido, foro de domicilio onde for encontrado o do autor. Réu domiciliado no exterior o foro é de domicílio do autor. Se houver vários réus com domicílios diferentes no foro de qualquer deles. Regras especiais da competência territorial (prevalecem sobre a genérica): 1) CDC – foro competente é do autor-consumidor (art. 101, I); 2) Ações imobiliárias: juízo da situação da coisa (forum rei sitae) ou opção do autor por foro de eleição ou domicílio do réu, cabendo a escolha ao autor (art. 47); A regra acima não se aplica ao direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, nunciação de obra nova, divisão demarcação de terras (art. 47 §§ 1º e 2º do CPC). Nestes casos a competência é territorial e absoluta. 3) Regra geral para processamento do inventário, partilha, arrecadação, cumprimento de disposições de ultima vontade é o foro de sucessão ou do domicílio “de cujus” (do autor da herança), no Brasil e nas ações em que o espólio for réu, ainda que óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Aplica-se à partilha extrajudicial (art. 48). Essa regra e de competência relativa. Se o espólio for réu em litigio de propriedade, a regra é especial e o foro é de domicílio da coisa e a competência é relativa. 4) As ações em que réu é ausente o foro é de seu último domicílio (art. 49), inclusive para inventário e testamento; 5) Ações contra incapaz o foro competente é do foro de seu representante (art. 50); 6) As causas em que o Estado for autor serão propostas no foro de domicílio do réu, sendo o Estado réu, no foro de domicílio do autor. Se versar sobre ocorrência de fato ou ato ou situação da coisa, a capital do Estado será competente. Aplica-se a mesma regra de competência territorial à Justiça Federal. 7) Foro que envolvam causas de casamento e união estável, com filhos menores, do guardião do incapaz, sem filhos menor, o último domicílio do casal, se nenhuma das partes residir no ultimo domicílio do casal será o foro de domicílio do réu. Na guarda compartilhada o foro de domicílio do réu (art. 53); 8) Causas de alimentos; foro de domicílio do alimentando (art. 53, II); 9) Se for ré pessoa jurídica o foro competente é do lugar da sua sede ou obrigação contraída por agência ou sucursal a sua sede (art. 53, III a, b e c) e foro do cumprimento das obrigações em que se exigir o cumprimento o local onde deve ser satisfeita (art. 53, III d). 10) Ação proposta por idoso de direito decorrente do estatuto: no foro de sua residência (art. 53, III, e); 11) Ações contra serventia notarial ou registro competente para a ação de reparação de danos por ato praticado em razão do ofício (art. 53, III, f); 12) Ação de reparação civil extracontratual é o foro do local do ato ou fato; ação de acidente de veículo ou aeronave no foro de domicílio do autor ou do local do fato ou de domicílio do réu (Art. 53, IV “a” e inc. V); Foros distritais: É a divisão territorial da comarca (competência absoluta); A Justiça federal é divida em seções judiciárias e essas divididas em subseções; Existem exceções quanto à competência territorial classificar-se como absoluta. Ex.: Lei da ação civil pública, art. 2º, dispõe que o foro competente é o do local do dano como competência funcional, o que indicaria ser absoluta – Territorial MODIFICAÇÕES DE COMPETÊNCIA Só há modificação de competência se for relativa. Há alteração de competência: 1) Se não houver alegação de incompetência relativa: A alegação deve se dar pelo réu como preliminar da contestação. Se não for alegada. Prorroga-se a competência: 2) Foro de eleição: é alterada por vontade das partes e deve constar no negócio jurídico expressamente e obriga herdeiros e sucessores (art. 63); O foro de eleição pode reconhecido de ofício pelo juiz se for abusivo, nos contratos de consumo; nos contratos de adesão A declaração de abusividade ocorrerá com o prévio contraditório mesmo que seja conhecido de ofício. Reconhecida essa abusividade o juiz deverá remeter os autos ao foro de domicílio do réu (art. 63 § 3º do CPC). 10 3) Foro de eleição internacional: As partes podem eleger foro exclusivo estrangeiro nos contratos internacionais. Entretanto, existem foros de competência exclusiva da jurisdição brasileira: Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 11 4) Conexão (art. 55): Entre duas ou mais causas houver identidade de pedido ou causa de pedir. O efeito do reconhecimento da conexão é que as causas serão reunidas para julgamento conjunto para evitar decisões conflitantes. (exemplos: ações de indenização provenientes de um mesmo acidente); 5) Continência (art. 56): entre duas ou mais causas há identidade de partes e causa de pedir, mas o objeto de uma é mais amplo que o de outra e abrange os demais. (exemplo: pedido de anulação de contrato em uma demanda e em outra a anulação de cláusula do mesmo contrato. Prevenção: é o instrumento para que se saiba qual o juízo competente nos causas conexas ou continentes. Será prevento o juízo a quem primeiramente foi designada uma das causas conexas (art. 59). 12 COOPERAÇÃO NACIONAL: A cooperação entre os órgãos do Poder Judiciário decorre do princípio da unidade da jurisdição e da responsabilidade pela entrega de uma tutela jurisdicional efetiva e em tempo razoável (art. 5º inc. XXXV e LXXVIII da CF/1988). A colaboração entre órgãos do Poder Judiciário do art. 67 evidencia dever para atingir a finalidade de resolução do conflito com respeito às garantias fundamentais. Várias atos revelam esse dever de cooperação entre os órgãos jurisdicionais: as cartas precatórias, rogatóriasde ordem e carta arbitral. Os atos concertados previstos no artigo 69 cita alguns exemplos de cooperação. Os atos deverão obedecer às formalidades estabelecidas na lei processual. COOPERAÇÃO NACIONAL: Art. 67 a 69 Art. 69 § 2o Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros, no estabelecimento de procedimento para: I - a prática de citação, intimação ou notificação de ato; II - a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos; III - a efetivação de tutela provisória; IV - a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação de empresas; V - a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial; VI - a centralização de processos repetitivos; VII - a execução de decisão jurisdicional. § 3o O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário. DAS PARTES. Art. 70 a 72 1) Capacidade processual: Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. 2) Representação e assistência: O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. 3) Curador especial (nomeado para aquele processo): I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade; II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei. CONSENTIMENTO DO CÔNJUGE E LITISCONSÓRCIO PASSIVO O s cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. Aplica-se à união estável comprovada nos autos.
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