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DELEGADO ESTADUAL - NOTURNO - CENTRO DIR. ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC! DATA: 03/02/10 1. Direito Administrativo Constitucional Direito Administrativo é ramo do Direito Público, uma vez que disciplina as relações do Estado com suas próprias instituições, e do Estado com os particulares (portanto, o Estado é o elemento central), "Direito Administrativo Constitucional" é a identificação do Estado a partir da Constituição, e a identificação da Administração a partir do Estado. Em um território delimitado, o povo unido conferirá condição de validade e legitimidade a um comando jurídico único, e esse comando jurídico constituirá órgãos, estruturas e poderes que atuarão de forma unificada para atender os interesses e as necessidades do povo. O consenso do povo legitimando a norma constitucional é chamado de "norma hipotética fundamental" de Hans Kelsen (austríaco). O Estado exercerá três funções próprias ou "típicas" de qualquer Estado (sem as quais não haverá soberania): 1. Função Legislativa - editando comandos genéricos e abstratos de cumprimento obrigatório (leis em geral); 2. Função do Judiciário — aplica concretamente a lei, quando provocado para solucionar conflitos; e 3. Função do Executivo - também aplica concretamente a lei, porém de ofício independente de provocação, no atendimento dos interesses coletivos. Esses três poderes típicos do Estado são exercidos sem que um prejudique ou se sobreponha ao outro, e a CF confere a cada um deles poderes e atribuições especiais de intervenção e integração, constituindo o sistema de freios e contrapesos (checks and balances). Esse sistema é exercido através de atribuições constitucionais "atípicas". Portanto, "funções atípicas" representam uma parcela das atribuições que os três poderes exercem uns dos outros reciprocamente (logo cada poder é dotado de sua função típica e de duas funções atípicas - Exemplo, o Judiciário atipicamente é dotado de competência legislativa, cabendo a ele propor com exclusividade suas próprias leis orgânicas, e atipicamente se autoadministra, definindo o próprio orçamento, remunerações, aposentadorias e gerindo o próprio património). DELEGADO ESTADUAL - NOTURNO - CENTRO DIR. ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 03/02/10 *Dicotomia ou Dualidade do Executivo - O Judiciário e o Legislativo são poderes que exercem de maneira uniforme suas funções. Já o Executivo atua de duas formas distintas: A) Executivo enquanto Governo: a função governamental é exercida por um conjunto de órgãos e poderes que emanam comandos políticos e abstratos chamados "planos de governo" que "definem as diretrizes de atuação futura da máquina pública. Exemplos, PAC, Fome Zero, Bolsa Família, etc, B) Executivo enquanto Administração: a função administrativa é exercida por órgãos, pessoas jurídicas, entes e poderes do Executivo encarregados de executarem concretamente os planos de governo. 2, Função Administrativa A corrente clássica definia Administração como sendo sinónimo de serviço público. Hoje entende-se que Administração é uma função do Executivo, identificável a partir da conjugação de três elementos: 1) Elemento Subjetivo - identifica quem exerce a função administrativa: órgãos da Administração Direta, parte das pessoas jurídicas da Administração Indireía, agentes públicos, pessoas delegadas pelo Estado (exemplo, concessionárias de serviços públicos), ou agentes outorgados pelo Estado (exemplo, tabelião, cartorário, etc.). 2) Elemento Objetivo ou Material - identifica o que essa função faz: atua no atendimento ao interesse público. 3) Elemento Formal - indica como essa função age. Essa função atua através de. Direito Público e em regra adotando regime jurídico administrativo. 3. Regime Jurídico Não se confundem os conceitos de "Regime Jurídico da Administração", com "Regime Jurídico Administrativo". Regime jurídico - breve conceito - é o conjunto de normas que será aplicado para reger uma determinada situação ou relação jurídica, afastando a incidência ou a aplicação de qualquer outra norma ainda que seja aparentemente mais benéfica (o operador do Direito não pode escolher qual DELEGADO ESTADUAL - NOTURNO - CENTRO DR ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 03/02/10 norma irá aplicar conforme o resultado que pretende obter, devendo se submeter às normas juridicamente preordenadas). O ordenamento é dividido em dois universos de regimes jurídicos: 1) Regime Jurídico Privado: é o conjunto de normas que regem as relações dos particulares no atendimento de seus "interesses privados (como esses interesses são disponíveis, o regime privado é caracterizado pela autonomia da vontade). 2) Regime Jurídico Público: é o conjunto de normas aplicáveis ao Estado e seus entes, no atendimento ao interesse público (como interesse público, é absolutamente indisponível, a autonomia da vontade não se aplica, e esse regime é caracterizado pela obrigatoriedade do cumprimento da DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC1 DATA: 10/02/10 • •HI;M.OHl:H3R Continuação,.,. I, REGIME DA ADMINISTRAÇÃO Indica a qua! regime o ente administrativo estará sujeito: a. Administração de regime público: Todos os órgãos da administração direta (e por analogia, também todos os órgãos do judiciário e legislativo). Todas as autarquias (comuns, especiais e agência reguladoras). Fundações Públicas Estatais. b. Administração de regime jurídico privado: A CF permite que o Estado, extraordinariamente, explore atividade económica, através de "Empresas Estatais" (Empresas públicas e Sociedades de Economia Mista), obrigando a adoção do regime jurídico privado. A CF também proíbe que o Estado conceda às suas estatais vantagens e benefícios económicos ou concorrenciais que não sejarn estendidos às demais empresas comuns de mercado. .; ^ -^ Portanto empresa estatal, em regra, paga impostos, contribuições previdenciárias, seu património e seus empregados estão * ''*; ff sujeitos a regras comuns, etc. '~r% Porém as estatais pertencem ao Estado e assim, estarão obrigadas a obedecer aos elementos públicos de controle e moralidade - Estatais deverão licitar, concursar agentes, prestar contas ao Tribuna! de Contas, entre outros. Em função da incidência destes elementos, de controle e moralidade, provenientes do regime público, parte da doutrina conclui que as estatais estão sujeitas a regime misto ou temperado (onde prepondera o regime privado mas incidem elementos do regime público). DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 10/02/10 A CF não proíbe a criação de uma estatal para a prestação de serviços públicos. Serviço público é sem fins lucrativos e o Estado explora em regime de monopólio. Como não existem, em regra, empresas comuns concorrendo no mercado, não haverá violação à proibição constitucional, caso o Estado conceda vantagens e benefícios para as estatais de serviços públicos - Assim, por exemplo, o Metro, Correios, a Infraero entre outras, poderão gozar de imunidade tributária, isenção previdenciária, impenhorabilidade de seus bens, regime empregatício diferenciado para seus agentes, etc. (no caso destas estatais o regime jurídico continua a ser misto, porém preponderando o regime público). il. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO O judiciário, o legislativo e o governo, estão submetidos, em regra, apenas ao regime jurídico público. A administração pode excepcionalmente ser de regime privado (na verdade misto), mas em regra, também está sujeita ao regime público. Quando de regime público, o ente administrativo gozará ainda de um conjunto de normas e poderes especiais. •^ Conceito: Portanto regime administrativo é o conjunto de normas atribuído exclusivamente à administração de direito público, não extensível aos demais entes do Estado, Para doutrina (Celso Aní. Bandeira de Melo)o regime administrativo está baseado em dois princípios fundamentais: « O princípio da indisponibilidade do interesse público (interesse público não pode ser renunciado nem negociado e a administração está obrigada a agir de ofício para atendê-lo). • Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado (quando o interesse público colidir com o interesse privado, sempre prevalecerá). DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 10/02/10 Para uma segunda corrente doutrinária, o regime administrativo confere à administração "prerrogativas públicas especiais" que são poderes e faculdades de agir próprio da administração (intervenção na propriedade, intervenção no domínio económico/ètc.). Porém impondo "sujeições públicas especiais" que são ónus e obrigações impostos apenas sobre a administração. Ex.: O dever funcional de controle e fiscalização, Conceito técnico: Regime administrativo é o regime de prerrogativas e sujeições baseado na indisponibilidade e supremacia do interesse público, FUNÇÃO ADMINISTRATIVA A corrente clássica entendia que a administração era sinónimo de serviço público. Hoje a corrente atual define a administração como sendo uma função estatal do executivo, e essa função administrativa é identificável através da conjugação de três elementos: Elemento subjetivo: indica quem exerce essa função. São os órgãos da administrativa direta, as autarquias e fundações da administração indireta, e também particulares delegados (concessionários de serviços públicos) e agentes outorgados (cartórios), Obs, Professor já falou desse assunto em aula anterior.,. ... PRERROGATIVAS E SUJEIÇÕES O regime de prerrogativas e sujeições está instrumentalizado nos poderes administrativos exercidos conforme os princípios constitucionais (essa é a corrente brasileira, mas a corrente estrangeira entende que as prerrogativas e sujeições estão instrumentalizadas nos princípios, e são materializadas através dos poderes - Portuguesa), DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC1 DATA: 10/02/10 PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS Somente a CF pode definir princípios administrativos (tecnicamente, a Lei não pode reduzir nem aumentar o rol de princípios), A administração estará sujeita a "princípios expressos", definidos em nível federal no artigo 37 caput (os Estados gozam de poder constituinte decorrente e, portanto Constituição Estadual pode criar outros princípios administrativos), e também, estará sujeita a "princípios constitucionais implícitos" •^ Princípios explícitos: O artigo 34, caput da CF define cinco princípios expressos: • Legalidade » Impessoalidade • Moralidade • Publicidade • Eficiência (LIMPE) a, Legalidade: O artigo 5°, H da CF define a legalidade privada aplicada aos particulares, O particular pode fazer tudo, não dependendo de autorização legal para agir, e só não poderá fazer aquilo que a Lei proíba (portanto é uma legalidade proibitiva ou negativa, pois a lei estará excluindo uma faculdade de agir que o particular possuía até então). Já o artigo 37 da CF define a "legalidade pública", pela qual o Estado nada pode fazer, exceto aquilo expressamente autorizado em Lei (portanto é uma legalidade positiva ou autorizativa, que passa a permitir uma forma de agir que o Estado não possuía até então), . A legalidade privada representa uma forma de limitação sobre o poder estatal - pois ainda que haja lei autorizando o Estado a agir, este só poderá reprimir ou punir o particular quando existir uma previsão em lei condicionando ou obrigando o particular. 4 DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC) DATA: 24/02/10 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE A impessoalidade é aplicada em dois aspectos distintos: a, Impessoalidade dos órgãos e agentes públicos: O Estado atua concretamente através de órgãos e agentes. Logo são os órgãos e os agentes que irão executar as obrigações estatais atendendo a interesses públicos, O órgão e o agente não agirão por vontade própria, mas sim para cumprir a vontade estatal que foi imputada sobre eles através da Lei que fixou suas competências. Desta forma, o órgão e o agente são apenas longa manus do Estado, agindo de forma impessoal, fazendo com que o resultado de sua atuação seja atribuível apenas ao Estado (impedindo a responsabilização pessoal do agente ou órgão pela ocorrência de eventuais danos, e também impedindo a auto promoção do Estado pelos feitos do Estado). Esta é a teoria da imputação volitiva de Qtto Gierke. b. Impessoalidade em relação ao particular: As correntes clássica e contemporânea definiram a impessoalidade estatal a partir do destinatário, proibindo a ação do Estado que prejudicasse ou beneficiasse pessoa determinada. Hoje a corrente moderna define a impessoalidade estatal conforme o interesse atendido, definindo que o estado só pode agir no atendimento de direitos coletivo, ainda que prejudique ou beneficie pessoa determinada, PRINCÍPIO DA MORALIDADE Não existe conceito legal de moralidade, porém, violar a moralidade pode implicar em crime de responsabilidade, improbidade administrativa e até infracão funcional. A corrente contemporânea definia moral pública como sinónimo de moralidade. Mas os concursos recusam esta corrente, uma vez que "moralidade" é um conceito jurídico indefinido enquanto que improbidade é um conceito positivado em Lei e de conteúdo jurídico definido, A Lei 8429/91 prevê em três artigos distintos, diversas condutas que configuram improbidade, e uma destas é a violação da moralidade - portanto, para esta corrente, nem toda improbidade violará a moralidade, mas em tese, toda violação de moral implicará em improbidade, 1 DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC1 DATA: 24/02/10 Para esta corrente, a moral pública é a conduta que adota com maior intensidade os mesmos preceitos da moral privada (honestidade, urbanidade - conduta discreta, adequada e retilínea — fidelidade funcional ao Estado, eta), que recai sobre o agente durante o exercício funcionai e também em sua vida privada. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE No ordenamento brasileiro, em regra, não se admite a conduta secreta ou sigilosa do Estado, e a publicidade é pressuposto de eficácia e exigibilidade dos aios, contratos e decisões administrativas, Exceções Excepcionalmente admite-se expedientes administrativos sigilosos ou secretos nas questões públicas que envolvam segurança e soberania (estas questões constituem o "Fato do Príncipe"). PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA Quando a CF/88 foi promulgada, trazia no caput do art 37 apenas os primeiros quatro princípios, mas a eficiência já era considerada como "princípio implícito" da administração. Em 1998, a reforma administrativa promovida pela EC-19, inseriu a eficiência como princípio expresso administrativo. Como principal efeito interno, a eficiência passou a ser critério de controle sobre os agentes públicos. Após a posse, o agente público inicia seu período de estágio e, cumpridos os três anos, adquirirá o direito à sua avaliação por comissão especial. A comissão avalia a assiduidade e a produtividade que juntas compõem a eficiência funcional. Quando declarado eficiente, passará a ser estável, sofrendo a partir de então avaliações periódicas de sua eficiência. Sendo considerado ineficiente, poderá sofrer a quebra da estabilidade sendo exonerado (mediante processo com contraditório e ampla defesa). Com efeito externo, a introdução do princípio passou a permitir que a administração, quando estiver ineficiente, ofereça através de licitação um "Contrato de Gestão" para que um contratado preste serviços (instituindo um plano de metas, o gerenciamento de pessoas DELEGADO ESTADUAL NOTURNQ CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC1 DATA: 24/02/10 e/ou o gerenciamento de recursos - que são os três objetosde um contrato de gestão). O contrato de gestão poderá ser oferecido com dispensa licitatória a uma autarquia ou fundação pública já existente, para que -esta preste serviço ao Estado, buscando otimizar a eficiência pública. Durante a vigência do contrato a autarquia ou fundação se transformará em Agência Executiva. •^ Obs.: Agência executiva é uma autarquia ou fundação estatal que assinou um contrato de gestão para otimizar a eficiência pública da administração - não se confunde com agência reguladora, que é uma autarquia especial criada para fiscalizar as concessionárias e o cumprimento dos contratos de concessões, e editar as normas reguiatórias que disciplinam a exploração de certas atividades de interesse público. Os princípios administrativos instrumentalizam (são as ferramentas) das prerrogativas e sujeições. E os poderes administrativos materializam (representam a forma de se executar) as prerrogativas e sujeições. PODERES ADMINISTRATIVOS Para a corrente dominante, são propriamente poderes da administração apenas 04: o Hierárquico. o Disciplinar o Normativo o Poder de Polícia (1) Poder Hierárquico: Em relação ao exercício das atribuições constitucionais, o judiciário e o legislativo possuem estruturas horizontais, pois a Lei distribui aos agentes os mesmos graus de competências e prerrogativas (Desembargador não interfere na forma de julgar de um juiz, nem o Senador interfere na forma de votar de um Deputado). DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACHI DATA: 17/03/10 A administração, ao contrário do judiciário e do legislativo, possui estrutura verticalizada composta por níveis sobrepostos de poder, A lei distribui, nestes níveis, competências distintas, que conferirão maiores ou menores prerrogativas. Quando a estrutura estiver verticalmente dotada de competências distintas, surgirão duas relações funcionais: a) Relação de Hierarquia: Aquele que ocupa nível superior gozará de prerrogativas sobre aqueles de nível inferior, em especial: 1, Poder de controlar e rever de ofício os atos e decisões dos subordinados (exercendo autotutela, podendo anular os ilegais ou revogar aqueles inoportunos ou inconvenientes); 2. Poder de editar normas do funcionamento interno da estrutura (atos ordinatórios - portarias, circulares, avisos, ordens de serviço). * 3. Poder de dar ordens de acatamento obrigatório: Entre as ordens mais importantes, estão aquelas de deslocamento das competências. O superior dá uma ordem para que determinado subordinado execute a competência que a lei atribuiu ao superior (ordem de delegação administrativa). -^ Obs.: Em regra, não se admite ao subordinado subdelegar a competência repassada pelo superior, pois representaria desobediência a uma ordem direta. O superior também pode puxar para si a execução de uma competência que a lei atribuiu ao subordinado, através de avocação administrativa. ^ Obs.: Em regra, todas as competências são delegáveis, exceto as Decisórias, Normativas e Exclusivas (DENOREX). •^ Extraordinária duplicação da competência: A lei fixa as competências, e o superior as deslocam através de ato. Como ato não revoga lei, aquele competente por lei não deixa de se-lo quando delegar ou avocar sua competência, e aquele que não era competente por lei passou a se-lo em função do ato de delegação ou avocação (portento delega-se e avoca-se a mera execução) 4- 1 DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACH1 DATA: 17/03/10 b) Relação de subordinação: Aquele que ocupa nível inferior está submetido a uma grande sujeição pública chamada "dever funcional de obediência". Por este dever, o subordinado não pode recusar questionar nem deixar de cumprir ordem superior, sob pena de insubordinação hierárquica que é uma infração grave, punível até como demissão. . Nas ordens manifestamente ilegais, predomina o entendimento que o subordinado poderá deixar de cumprir a ordem recebida, não sendo punido por isso - mas mesmo neste caso, não poderá enfrentar o seu superior. PODER DISCIPLINAR Quando o superior exercer sua atribuição hierárquica de controle e revisão sobre seus subordinados, poderá flagrar, ou ainda, ser noticiado da ocorrência de um AIF (Ato Infracional Funcional) atribuído a seu subordinado. Neste caso, o superior estará obrigado a apurar os fatos e punir se for o caso e, portanto o poder disciplinar é mais de que um poder, sendo um poder-dever (caso o superior não cumpra este dever, responderá por infração funcional e até por crimes de prevaricação e condescendência criminosa. Procedimento apuratório: (Lei 8.112/90) O superior inicialmente nomeará uma comissão processante composta por 03 agentes. A comissão verificará a existência ou não de justa causa para o processo (provas da materialidade da infração com indícios de sua autoria). Concluindo que há justa causa, a comissão faz o relatório circunstanciado encaminhado-o ao superior. Entendendo não haver justa causa, a comissão realiza uma sindicância, que será conduzida, discricionariamente, apenas para apurar a ocorrência dos fatos e o indício da autoria. Como não há acusação, não é necessário contraditório nem a ampla defesa, não sendo necessário defesa por advogado (Súmula vinculante n° 5 do STF1). Concluído a sindicância, a comissão faz o relatório, encaminhando-o ao superior. 1Súmula Vinculante 5 - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACHI DATA: 17/03/10 • Quando o superior estiver em posse do relatório, poderá adotar uma em três medidas: 1°. Poderá arquivar quando for provado que não houve a infração (prova de inexistência dos fatos ou prova de ausência de autoria). 2°. Convencido da justa causa, poderá mandar instalar um (PAD) Processo Administrativo Disciplinar. 3°, Quando suficientemente provada a ocorrência de uma infração leve ou média, o superior poderá notificar o acusado para apresentar defesa e logo em seguida, o superior poderá aplicar penas de advertência ou de suspensão não remunerada de até 30 dias. Desta forma, em nível federal, a sindicância não é etapa obrigatória do procedimento disciplinar, e, é possível aplicar pena sem um processo disciplinar, desde que o acusado possa exercer o seu direito de defesa. DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 24/03/10 5, Poderes Administrativos Observação: O processo disciplinar e as punições serão estudados na aula de agentes públicos. (c) Poder Normativo ou Regulamentar - Poder normativo representa a capacidade de editar normas referentes a obrigações e deveres que recairão sobre todos. Em função do art, 5°, II da CF1, somente lei pode criar deveres e obrigações. Portanto, o poder normativo, que é exclusivo do Chefe do Executivo, confere a ele a capacidade de complementar ou regulamentar uma prévia lei existente (é um poder secundário ou derivado, uma vez que dependerá de uma prévia lei). O Chefe do Executivo exercerá este seu poder editando: (1) Regulamentos - São, em regra, atos específicos e concretos que permitirão ao particular cumprir uma prévia lei. Exemplo, para pagar o imposto de renda tem que se observar o regulamento do IR. (2) Decretos - Podem ser genéricos e abstratos, havendo dois tipos de decretos - decreto executivo (aquele que explicita a forma de se executar uma prévia lei), e o decreto regulamentar (aquele que traz um regulamento de seu conteúdo). Os regulamentos e os decretos são, portanto, fontes derivadas ou secundárias, pois dependem de uma prévia lei. ***(3) Decretos autónomos - A Constituição anterior previa o decreto com natureza de lei que era editada independente de uma prévia lei, sendo então fonte originária ou primária de norma. Estes decretos nãoforam recepcionados pela CF/88, deixando de existir no ordenamento brasileiro. Porém, a EC n° 32/2001 alterou o art. 84, VI2, passando a permitir ao Presidente editar decretos, independente de prévia lei. 1 Art. 5°.... II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 2 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 1 DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 24/03/10 Porém, estes decretos são editáveis apenas para organizar a estrutura da Administração (como não poderão instituir deveres e obrigações sobre os particulares, estes decretos não violam o art. 5°, II da CF e, portanto, são constitucionais). A CF instituiu duas limitações materiais: (1) O Presidente não pode aumentar gastos e despesas públicas, nem direta, nem indiretamente através destes decretos; (2) O Presidente não pode criar órgão através destes decretos; Assim, os decretos autónomos foram restaurados no Brasil (a corrente majoritária entende que estes decretos são autónomos), porém NÃO configura repristinação (restauração de um instituto jurídico que era previsto em uma Constituição e deixou de ser previsto na Constituição seguinte, passando a ser novamente previsto na Constituição subsequente), pois no Brasil só se admite repristinação na forma expressa. DELEGADO ESTADUAL - NOTURNO - CENTRO DIR, ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 07/04/10 5. Poderes Administrativos (d) Poder de Polícia - É o poder de fiscalização geral do Estado que recai sobre todos de forma inevitável e ininterrupta. O Estado fiscaliza o exercício dos direitos individuais, podendo CONDICIONÁ-LOS OU ATE REDUZI-LOS para garantir finalisticamente a supremacia do interesse público. Assim, há um aparente conflito de preceitos da Constituição, pois ela prevê os direitos individuais e ao mesmo tempo os condiciona a interesses públicos (Exemplo, o direito de propriedade é condicionado à sua função social), Este conflito é resolvido pela "Teoria da Convivência das Liberdades Públicas", atribuída à Professora Ada Pellegrini Grinover, também conhecida como "Teoria da Relativização dos Direitos", que explica que no Brasil direitos individuais são soberanos, porém não são absolutos e o estado pode neles intervir evitando que alguém os empregue para cometer ilícitos ou para prejudicar o interesse coletivo. Este poder é atribuído às pessoas jurídicas de direito público interno (Administração Direta, através de seus órgãos; autarquias e; fundações públicas) e o exercício desse poder se dá através de três atributos: (1) Autoexecutoriedade; (2) Discricionariedade e; (3) Coercibilidade, (1) Autoexecutoriedade: A Administração não depende de prévia autorização, nem manifestação do Judiciário para executar este poder e impor concretamente seus atos e decisões (apreendendo bens, interditando estabelecimentos, embargando obras, demolindo imóveis, etc.), A doutrina divide este atributo em dois: (a) Exigibilidade - A Administração sempre exercerá independente de previsão em lei (a Administração pode exigir que todos obedeçam a seus atos e decisões de polícia, ainda que a lei não diga expressamente que ela possui este poder de exigir); DELEGADO ESTADUAL - NOTURNO - CENTRO DJR, ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 07/04/10 (b) Executoriedade - É a interferência física e concreta no património e direitos dos particulares (demolindo imóveis, apreendendo veículos, etc.) - a Administração assim executa desde que esteja expressamente previsto em lei. (2) Discricíonariedade: Quando houver dano ou risco ao interesse público a Administração deverá realizar a fiscalização, e neste aspecto a doutrina entende que o poder de polícia é mais" do que um poder, sendo um "poder-dever", implicando na obrigação da Administração de indenizar quando ocorrer um dano decorrente da omissão em fiscalizar. Porém, a forma de fiscalizar é, em regra, discricionária, onde o agente competente atuara conforme critérios de oportunidade e conveniência (excepcionalmente a fiscalização para a concessão de Alvarás é uma fiscalização vinculada, realizada conforme critérios fixados por lei). DELEGADO ESTADUAL SEMESTRAL NOTURNO CENTRO DIR. ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 29/04/10 PODER DE POLÍCIA (Continuação) 3. Coercibilídade: Toda manifestação de polícia é dotada de alguma forma de coerção, para que esta pena administrativa surta dois efeitos: O efeito principal preventivo de induzir todos a se sujeitarem as decisões e aios de polícia quando o particular descumprir, a pena surtira seu segundo efeito retributivo punindo o infrator para desestimular a reincidência, e desestimular o sentimento de impunidade social. Para o STJ as penas administrativas só serão validas e exigíveis quando obedecerem três pressupostos: 1- Que a pena seja razoável (adequada) e proporcional (valor jurídico equivalerife); 2- Que seja eficaz não podendo ser ínfima (pois perderia a eficácia preventiva) nem excessiva (pois perderia a eficácia retributiva). 3- Que seja a última razão (ULTIMA RATIO): A pena administrativa só é valida quando esgotados todos os meios preventivos exigidos por lei. P: Poder de polícia é delegável? R: Não se admite delegar poder de polícia aos particulares. O máximo que pode ser delegado é a execução de atos materiais (P.ex.: Empresa privada realiza a foto de trânsito, mas a administração converte em multa). Dentro da estrutura administrativa é possível a delegação de fiscalizações de polícia de um agente para outro. Naturezas de Polícia No sistema brasileiro são previstas duas naturezas de polícias: a) Polícia Administrativa: Esta é exercida por órgãos da administração direta e pessoas jurídicas de direito público da administração indireía, realizando fiscalizações em nome do Estado, preventivamente antes da ocorrência de ilícitos. Em relação a direitos individuais envolvendo a gestão de bens, a relação entre as pessoas e o exercício de direitos, para todos os ilícitos (P.ex.: IBAMA para ilícitos ambientais, PROCQN, SUNAB, Agência Sanitária, Agências Reguladoras, Polícia Militar e Guarda Municipal, entre outros). DELEGADO ESTADUAL SEMESTRAL NOTURNO CENTRO DIR. ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 29/04/10 b) Polícia Judiciária: Exercida exclusivamente por órgãos, objetiva . auxiliar a justiça criminal realizando prisões, perícias, investigações, eíc, A polícia judiciária é a polícia civil e sus departamentos (IML, polícia científica, etc). Esta polícia atua repressivamente após a ocorrência de um ilícito, e sua repressão recai exclusivamente sobre pessoas e apuram ilícitos penais, Departamento da Polícia Federai Esta realiza fiscalizações preventivas sobre estrangeiros, emissão de passaportes, fronteiras, portos e aeroportos, mas também atua repressivamente conduzindo o inquérito polícia federal. Portanto é uma polícia de natureza mista. Obs.: Para a corrente minoritária e pouco aceito em concurso a polícia militar também é mista porque conduz o inquérito policial militar, a polícia civil para esta corrente também é mista, pois atua preventivamente fiscalizando a emissão de RG (essa corrente é minoritária e não costuma ser aceita em concurso). ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO Organização do Estado conforme teoria do corpo de Marcelo Caetano. É possível traçar um paralelo entre a formação do corpo e a organização do Estado. O núcleo de poder central que é o cérebro do corpo do Estado é Q presidente da república, ele é o núcleo do poder central. A Constituição Federal (e somente ela) define as essencialidades para o Estado brasileiro atribuindoas competências políticas sobre responsabilidade de poder central (esta concentrada no cérebro as necessidades para sobrevivência do corpo). O poder central pode delegar internamente dentro do corpo do Estado, exclusivamente através-- de lei, cada uma dessas essencialidades criando assim núcleos de competências desconcentradas. DELEGADO ESTADUAL SEMESTRAL NOTURNO CENTRO D1R. ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC1 DATA: 29/04/10 A lei de desconcentração administrativa cria então os órgãos, que são cls núcleos de competências que executam aquilo que é essencial conforme a Constituição. Conforme a "teoria do órgão" atribuído a OTTO MAYER e aprimorado por OTTO GIERKE, o órgão não é dotado de personalidade jurídica, portanto órgão não possui nem gere bens próprios, não compra, não vende e não respondem por seus próprios atos. Como o órgão integra o corpo todos esses atos devem ser praticados pela pessoa jurídica o qual o órgão pertence. O órgão não atua por vontade própria, mas sim cumprindo a vontade estatal a ele imputada por lei (teoria da imputação volitiva), e, portanto a aíuação do órgão é impessoal. Por essa mesma razão é que os órgãos* estão hierarquicamente subordinados ao poder central (portanto o órgão esta sujeito a ordens, controle, revisão e decisões de atos pelo poder central, sofrendo então administração direta). Obs,: Administração direta é o conjunto de órgãos sem personalidade jurídica criados por descentralização administrativa que executam serviços e atividades essenciais do Estado (P.ex.: Ministro da Cultura, Advocacia, Justiça, departamento de polícia, procuradorias, secretarias, etc). CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS Conforme a Constituição Federal os órgãos podem ser divididos em quatro níveis: 1- Órgãos independentes: São aqueles que encabeçam os poderes do Estado. Não há qualquer outro órgão ou poder acima deste e, portanto gozam de independência política para definirem os planos de aíuação futura da máquina pública (P.ex.: Presidência da República). DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIR, ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC1 DATA: 03/05/10 Classificação dos Órgãos - continuação ,„ (2) Órgãos autónomos: Estes formam o primeiro escalão de poder, sendo diretamente subordinados aos órgãos independentes, cabendo a estes acatarem as ordens políticas realizando o seu planejamento. Exemplos: Ministérios, Presidência do Banco Central, etc. (3) Órgãos superiores: Estes não gozam de independência, nem de autonomia, sendo diretamente subordinados aos órgãos autónomos, recebendo políticas planejadas para ' promoverem a coordenação para a sua implementação. Exemplos: Departamento da Polícia Federal, Delegacia Geral de Polícia, Procuradorias, Secretarias, Gabinetes, etc. (4) Órgãos subalternos: São aqueles que executam as políticas planejadas e coordenadas, também desprovidos de independência e autonomia, são subordinados aos órgãos superiores, mas recebem ordens, também dos autónomos e até dos independentes. Descentralização Os interesses estatais serão delegados conforme haja oportunidade e conveniência. O poder central (Presidente da República) delega este interesse através de lei especial para fora da estrutura central do Estado. Delegar para fora de uma estrutura chama-se "descentralizar" (ao contrário de delegar dentro de uma mesma estrutura que é chamado de "desconcentrar"). Esta lei de descentralização administrativa delegará o interesse estatal criando ou autorizando a criação de uma pessoa jurídica autónoma que irá atender a estes interesses, A pessoa criada, por gozar de personalidade jurídica própria, não está sujeita a subordinação hierárquica ao poder central, e assim, não obedece a ordens, nem sofre comandos ou controles diretos. Atuam com plena independência e autonomia para cumprirem o interesse estatal delegado (Esta pessoa só pode realizar exclusivamente este interesse delegado, sendo vedada a prática de outros atos ou interesses. Esta é a "regra ou princípio da especialização" 1 DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIR. ADMINISTRATIVO PROF: 8ALDACCI DATA: 03/05/10 que obriga a pessoa descentralizada a se tornar especialista ganhando finalisticamente em eficiência.). Esta pessoa é dotada de património próprio, assumindo em nome próprio suas obrigações e exercendo em nome próprio seus direitos, respondendo pessoalmente pelos danos que causa, *Administração indireta é o conjunto de pessoas jurídicas autónomas criadas ou autorizadas por lei para cumprirem interesses estatais atuando com independência e autonomia. Entes da Administração Indireta O Decreto-lei n2 200/67 (está para ser revogado) regulamenta os entes da Administração Indireta prevendo as empresas públicas, as sociedades de economia mista, as autarquias e as fundações estatais. *Com a edição da Lei ns 11.107/2005 mais um tipo de pessoa jurídica passou a integrar a Administração Indireta. Esta lei prevê que as pessoas políticas - União, Estados, DF e Municípios - podem reunir seus esforços mediante contrato para realizarem grandes obras ou grandes serviços de interesse comum. O contrato será um "contrato de convénio público" assinado entre Estados, entre Municípios, entre Estados e Municípios, entre a União e Estados, ou ainda entre a União, Estados e Municípios (União com Município não é permitido por lei). O contrato que estas pessoas assinam regulando este convénio público criará uma nova pessoa jurídica, que terá natureza de ASSOCIAÇÃO PÚBLICA. Exemplo, para fazer o trem-expresso Rio-São Paulo a União, e os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro assinam um convénio para executarem esta grande obra. O contrato terá criado uma associação pública (exemplo, Associação para o Trem Bala) e esta associação pertencerá à Administração Indireta da União, do Estado de São Paulo e do Estado do Rio de Janeiro. A lei permite que a associação adote regime privado assemelhando-se às associações privadas comuns, mas em regra adotam regime público assemelhando-se às autarquias (alguns doutrinadores chamam de "associações autárquicas"). Parte da doutrina chama de "convénio" o contrato firmado por pessoas políticas distintas (exemplo, União com Estado; Estado com Município), e chama de "consórcio público" quando as pessoas políticas 2 DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIR. ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC1 DAT A: 03/05/10 forem de mesma natureza (exempio, Estado com Estado e Município com Município), (1) Estatais: As estatais são as empresas públicas e as sociedades de economia mista que são criadas para que o Estado possa explorar atividade económica. Em concurso são perguntadas as semelhanças e as distinções entre estas: (a) Semelhanças: I. Empresa pública e sociedades de economia mista são constituídas para explorarem atividade económica; II. Ambas estarão sujeitas ao regime privado (e, portanto suas rendas e bens são privados e, em tese, penhoráveis; devem pagar impostos e contribuições sociais). Observação: Para a doutrina o regime é na verdade híbrido ou misto; III. Ambas, apesar do regime privado, deverão licitar, concursar agentes, que serão submetidos ao regime da CLT, e ambas se sujeitam ao teto remuneraíório do serviço público, e prestam contas aos Tribunais de Contas; IV. Ambas só existem a partir de um contrato ou de um estatuto social e, portanto, são apenas autorizadas por lei (a lei de descentralização autoriza a criação do contrato ou do estatuto social); *V - Depois da edição da Lei n9.11.101/2005 (Nova Lei de Recuperações e Falências), ambas estão proibidas de falir e de proporem plano de recuperação (quando as estatais forem insolventes o Estado poderá promover sua liquidação extrajudicial ou poderá privatizar a estatal alienando suas quotas ou suas ações sociais e seu património social através de leilão iicitatório.). (b) Distinções: Empresa Pública l. Perfil: Podem adotar qualquer perfilempresarial (limitada, nome coletivo, comandita simples, etc.). II. Hl. Sociedade de Economia Mista L Perfil: São sempre com perfil de sociedade anónima e a lei das S/A (Lei n9 6.404/76) regerá a atuação destas sociedades. II. 111. DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 12/05/10 Classificação dos Órgãos - (continuação) ,„ \- Distinções: Empresa Pública Sociedade de Economia Mista 1- Perfil: Podem adotar qualquer perfil empresarial (limitada, nome coletivo, comandita simples, etc,). 1- Perfil: São sempre com perfil de sociedade anónima e a lei das S/A (Lei n° 6,404/76) regerá a atuação destas sociedades. 2- Sem fins Lucrativos: Objetivo - as empresas públicas são sem fins lucrativos e a receita excedente a cada período deverá ser contabilizada como superavit sendo reinvestido na própria atividade publica sendo proibido a sua distribuição a sócios ou dirigentes. 2- Já a sociedade de é de fins economia lucrativosmista distribuindo normalmente lucros. 3- Capital Social: Nas empresas publicas será totalmente formado por bens e dinheiro público sendo subscrito exclusivamente por pessoas jurídicas de direito público (admitindo-se até a unipessoalidade. 3- As sociedades de economia mista terão o capital social formado por bens e dinheiro público e privado, sendo divididos em ações, onde o Estado devera ser o acionista controlador do direito a voto. 4- Particularidade: Nas empresas públicas prestadoras de serviços públicos (correios, metro, Infraero, etc.) haverá uma maior incidência do regime público, e os bens dessas empresas são impenhoráveis, os agentes concursados e celetistas são demissíveis apenas por processo e estas empresas poderão gozar de imunidades e isenções fiscais. 4- Particularidade: Sociedade de economia mista de atividade económica que subsistem exclusivamente dos recursos obtidos através da atividade económica (Petrobras) não se sujeitaria ao teto de remuneração do funcionalismo (pode remunerar livremente). DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC1 DATA: 12/05/10 FUNDAÇÃO ESTATAL Fundações são pessoas jurídicas criadas através de um acervo patrimonial, que será dedicada a atender fins beneficentes, assistenciais ou de auxílio (sempre sem fins lucrativos). Quando os criadores da fundação e o património a ela destinados forem particulares e privados será uma fundação privada de direito privado que não integra a administração, existindo a partir do registro do estatuto no cartório civil de pessoas jurídicas sendo externamente fiscalizadas pelo Ministério Público. Quando o Estado for o criador da fundação destinando a ela bens e dinheiro público será uma fundação pública de direito público. Esta existe a partir de uma lei autorizador de seu estatuto fundacional, integrando a administração indireta adotanda todas- as características, regras e privilégios das autarquias comuns (tanto que parte da doutrina chama essas fundações de "autarquias fundacionais ou fundações autarquias"), Hl - AUTARQUIAS As autarquias são divididas em: a) Autarquias Comuns: estas são criadas para prestação de serviços públicos sem fins lucrativos. São diretamente criadas por lei, não admitindo contrato nem estatuto social. A lei criadora de propositura do presidente da república, promove a afetação de bens - portanto bens de autarquias são bens públicos não sendo penhoráveis nem sofrendo usucapião. Adotaram obrigatoriamente regime público próprio do Estado, adotando então características próprias do Estado: - Podem gozar de poder de polícia desde que previsto em lei; - Gozam de imunidade tributária recíproca; - Seus agentes são concursados e sujeitos ao regime estatutário (após 3 anos gozam de estabilidade funcional); - Os dirigentes não são concursados nem são eleitos - são apenas nomeados (como a nomeação é livre, também será livre a destituirão que não dependera de processo nem motivação - ad Nutum. DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC1 DATA: 12/05/10 - São mantidas por verbas públicas orçamentarias sendo então obrigadas a licitar e firmar contratos administrativos com clausulas exorbitantes a seu favor; - Autarquias gozam ainda de privilégios especiais: - Processuais: (são citadas e intimadas exclusivamente na forma real e pessoas - não se admitindo edital nem hora certa); - Prazos: contestam e realizam os demais atos de resposta tais como reconvenção, exceção de incompetência, demais exceções e incidentais - com prazo em quádruplo, e recorrem com prazo em dobro - mas para contra razões de recurso o prazo é simples; - Devedor Privilegiado: (pois garantem as dividas que contraem e os danos que causam através de precatórios; b) Autarquias Especiais: como são autarquias adotam todas as regras e características das autarquias comuns, porém com algumas diferenças e as mais importantes são: - Finalidade: são criadas para prestarem serviços especiais em regra de ensino superior (USP, UNICAMP), e para fiscalizarem profissões regulamentadoras (CRM, CRF); - Seus agentes concursados, mas em regra sujeitos ao regime da CLT; - Seus dirigentes são em regra eleito, gozando então de mandato fixo por prazo determinado (não são destituíveis Ad Nutum, mas apenas por processo), Observação: - OAB: esta foi criada e sempre foi considerada como autarquia de regime especial, mas como fiscalizam a advocacia que é uma profissão privada de múnus público (pois o advogado é essencial para a administração da justiça) passou a gozar de alguns privilégios extraordinários: - A OAB não é obrigada a licitar nem concursar seus agentes e nem prestar contas aos tribunais de contas - levando o STF a declarar que a OAB não deve mais ser considerada como autarquia especial, mas sim como um ente constitucional Sui Generís. DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC1 DATA: 12/05/10 c) Agências Reguladoras: estas são autarquias de regime especial, e portanto também adotam as regras e características das autarquias comuns. Difere destas principalmente em três aspectos: - Finalidade: Estas agências são criadas para fiscalizarem as concessionárias de serviços públicos, • acompanharem o fiel cumprimento dos contratos de concessão, aplicar penas e multas nas concessionárias, controlarem a eficiência e a satisfação dos usuários, editarem as normas regulatórias. Para a corrente moderna e dominante o ato regulatorio expedido pelas agências tem natureza jurídica de ato discricionário de efeitos concretos e propõem a intervenção nas concessionárias. (Quando houver graves vícios na prestação dos serviços a agência reguladora fará requerinrrenta ao presidente da república para que este mediante decreto nomeie um interventor que administrará a concessionária ate sanear o vício ou ate decidir pela rescisão do contrato de concessão); - Seus agentes são concursados, mas podem ser celetistas; - O dirigente não é concursado nem eleito, sendo nomeado pelo chefe do executivo porém na sendo destituível Ad Nutum, pois gozará de mandato fixo por prazo determinado (o presidente não pode destituí-lo nem mesmo quando perder a confiança no agente, e quando houver sucessão presidencial o novo presidente deverá respeitar o mandato dos dirigentes nomeados pelo presidente anterior). TERCEIRO SETOR O1° setor é o Estado atendendo a interesses públicos. O 2° setor é a iniciativa privada atendendo aos próprios interesses privados. O 3° setor é a iniciativa privada atendendo a interesses públicos e coletivos, agindo sempre sem fins lucrativos. Os entes do 3° setor não integram nem se confundem com os entes estatais - não participam da administração direta nem indireta, sendo então entes privados de regime privado. Em regra o 3° setor é formado pelos seguintes entes: a) entes paraestatais também chamadosde entes sociais autónomos - são entes que dependem de lei para serem criados, agindo em apoio, fomento ou assistência a determinados setores da sociedade (aos profissionais com carteira de trabalho assinada na indústria, comércio ou no setor de transporte). Estes entes são mantidos por contribuições destes setores que representam e também por verba pública que é arrecada a cota patronal 4 DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC) DATA: 12/05/10 do INSS (e por tal motivo prevalece o entendimento que estes entes devem licitar e prestar contas ao tribunal de contas-apesar de serem entes privados). Estes formam o sistema 7s: -SESC -SESI - SENAI -SEBRAE - SENAC -SEST -SENAT (estes dois últimos foram criados recentemente e antes dele falava-se em sistema 5s), b) Associações Privadas e fundações Privadas: quando estas obedecem aos requisitos do artigo 141 do "Código Tributário Nacional (não remunerar os dirigentes, possuir escrituração contábil formal e regular, não distribuir lucros nem qualquer parcela de seus resultados e património e reinvestir todos os recursos na própria atividade e no território nacional) gozaram de imunidade tributária para impostos. Estes poderão obter outros privilégios desde que obtenham certificações específicas e as mais relevantes são: a) OS - Organizações Sociais: é uma certificação discricionária que permitira ao ente receber verbas públicas e até receitas orçamentarias, b) OSC1P - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público: é uma certificação vinculada, que permitira ao ente remunerar seus dirigentes sem perder a imunidade tributária. c) CEBAS - Certificação de Entidade Brasileira de Assistente Social: o ente devera primeiro obter em nível municipal o certificado de COMAS (conselho municipal de assistência social) para 1 Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9° é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: l - não distribuírem qualquer parcela de seu património ou de suas rendas, a qualquer título; H - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. § 1° Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1° do artigo 9°, a autoridade competente pode suspender a aplicação do beneficio. § 2° Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9° são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos. 5 DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 12/05/10 em seguida obter junto ao INSS o certificado de CMAS (cadastro nacional de assistência social), gozando então de isenção nas contribuições sociais (COFINS, PIS, CSL, INSS patronal). ATOS ADMINISTRATIVOS Interesses privados serão atendidos mediante atos privados, sujeitos ao regime privado. Neste regime, os particulares gozam de "autonomia da vontade" e a lei interferirá de forma mínima para permitir que os particulares possam livremente dispor de seus interesses. Assim, atos privados são em regra válidos bastando que o objeto seja lícito e o agente seja capaz (respeitando determinada forma quando a lei exigir). DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 24/05/10 Atos Administrativos Interesses privados serão atendidos mediante atos privados, sujeitos ao regime privado. Neste regime, os particulares gozam de "autonomia da vontade" e a lei interferirá de forma mínima para permitir que os particulares possam livremente dispor de seus interesses. Assim, aios privados são, em regra, válidos bastando que o objeto seja lícito e o agente seja capaz (respeitando determinada forma quando a lei exigir). Administração atendendo interesses públicos: Quando as pessoas de direito público do Estado agirem no atendimento ao interesse público, não se sujeitará às regras privadas do Código Civil, mas sim às regras especiais do regime público. Neste regime o ato só será válido e existente quando 5 pressupostos estiverem formalmente preenchidos: competência, finalidade, forma, motivo e objeto (decorar os 5). *Quando a lei autorizadora já trouxer estes 5 pressupostos preenchidos não haverá qualquer margem de deliberação ao administrador, tornando-o um mero cumpridor de leis, nestes atos de exercício obrigatório conforme a lei (atos vinculados). ***É possível que a lei autorizadora traga preenchidos apenas parte dos pressupostos (no mínimo a competência, a finalidade e a forma, pois estes são sempre fixados por lei), deixando os demais elementos em branco ou indefinido. Para o exercício deste ato, estes elementos deverão ser preenchidos, cabendo à Administração fazê-lo, de forma motivada, através de critérios de oportunidade e conveniência. Estes são atos que permitem uma pequena parcela de deliberação pelo administrador, sendo então atos de exercício facultativo conforme haja ou não oportunidade e conveniência (atos discricionários). DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 24/05/10 Pressupostos (1) Competência: Sempre fixada por lei, a competência pode ser flexibilizada através de ato do superior hierárquico, mediante delegações e avocações administrativas (lembrando que não são delegáveis, nem avocáveis as competências decisórias, normativas e exclusivas). (2) Forma: A forma dos atos, em regra, é livre (não existe uma única forma válida), mas a lei sempre definirá a forma válida do ato. Portanto, descumprir qualquer detalhe da forma implicará na ilegalidade do ato com a consequente nulidade. Teoria do Fato Consumado: Quando um ato apresentar vício apenas na forma, em regra, será anulado, anulando-se retroativamente os efeitos decorrentes deste ato. Mas para esta teoria, quando o ato for relevante para a segurança jurídica, então o vício na forma, em regra, implicará na anulação do ato, porém sem surtir efeitos retroativos, mantendo-se a validade e a eficácia destes efeitos decorrentes. Exemplo, auditor da Receita Federal autua um contribuinte, que reconhecendo a dívida efetua o pagamento. Caso o concurso deste auditor seja anulado, o agente perderá o cargo, seus atos, em regra, serão nulos, mas o pagamento efetuado pelo contribuinte é válido. (3) Motivo: É a obrigatória exposição das circunstâncias legais (aponta qual a lei que autoriza o exercício daquele ato) e as circunstâncias fáticas (aponta qual o fato concreto e as circunstâncias fáticas que está ocorrendo e que é previsto na lei, autorizando a prática do ato). Motivo não se confunde com motivação: Esta é a completa exposição de todos os argumentos baseados em fatos e circunstâncias, que demonstram o atendimento ao interesse público conforme pretendido pela lei. Exemplo, para o Prefeito decretar um dispensa licitatória: em primeiro deverá fazer a exposição de motivo, apontando a lei de licitações como fundamento legal e qual das hipóteses previstas na lei está ocorrendo (fundamento fático). No caso, a dispensa está baseada em calamidade pública. "Calamidade" possui conteúdo jurídico indefinido e então o Prefeito deverá apontar no decreto os fatos e circunstâncias que 2 DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 24/05/10 justificam uma situação jurídica de calamidade - por exemplo, aponta a seca severa que está causando a paralisação de serviços públicos essenciais, A corrente clássica exigia motivação apenas nos atos discricionários. A corrente atual e a jurisprudência dominante exigem que todos os atos sejam motivados, para permitir controle externo sobre a Administração,ainda que seja uma motivação sucinta (entre as motivações sucintas está a motivação "Aliunde" que é aquela que apenas faz referência a outro ato ou decisão, fazendo com que a motivação deste outro ato ou decisão passe a ser a motivação desta segunda decisão (Teoria da Transcendência da Motivação). Exemplo de ato ou decisão "Aliuncfe": O superior hierárquico recebe o parecer de sua assessoria, publicando a seguinte decisão: "Acolho parecer, para decretar a revogação do concurso," - a motivação do parecer passou a ser a motivação da revogação. Nem todo ato exigirá motivação, pois a lei, expressamente, poderá listar determinados atos taxativamente, que serão praticados independentemente de motivação (independe de motivação, mas pode ser espontaneamente motivado), (4) Finalidade: Sempre fixada por lei, é o pressuposto mais rígido, e qualquer forma de descumprimento implicará sempre na nulidade absoluta e insanável do ato (desvio de finalidade), A finalidade representa a intenção da lei com aquele ato (o que a lei pretende ao permitir sua prática). (5) Objeto: Em regra é discricionário, e representa aquilo que o administrador quer ao praticar aquele ato (é a projeção abstraía da sua intenção). Exemplo, decreto desapropriatório fundado em utilidade pública para que a Administração possa fazer um hospital. (1) Ato = decreto; (2) Competência = Chefe do Executivo; (3) Forma = escrito, assinado e publicado em diário oficial; (4) Motivo = autorizado pela Lei Orgânica do Município, para regular hipótese previstas em lei; (5) Finalidade = instituir uma utilidade pública e; (6) Objeto = fazer um hospital. DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 26/05/10 Desvio de Finalidade Como visto, é um vício que implica sempre em nulidade absoluta. Na doutrina são reconhecidas duas finalidades: a primária ou genérica que é o "interesse público"; e a específica ou secundária ou concreta que é aquela finalidade prevista especificamente na lei. Assim, a desapropriação de um bem decretada pelo Prefeito com a intenção apenas de prejudicar o desapropriado, que é seu concorrente político - como não envolve qualquer interesse público houve desvio de finalidade primária (o desvio da finalidade primária torna desnecessário analisar se houve também desvio de finalidade secundária). Já uma desapropriação por utilidade pública para fazer um hospital, onde no final foi feita reforma agrária é um desvio de finalidade secundária - reforma agrária é um interesse público (atendendo, portanto, a finalidade primária), mas reforma agrária não é uma utilidade pública, mas sim um interesse social - violando-se, portanto, apenas a finalidade secundária. Controle dos Atos Administrativos (I) Controle de atos vinculados: Todos os elementos destes atos estão taxados por lei e, portanto, qualquer descumprimento ou vício implicará sempre em ilegalidade. A ilegalidade é controlada pelo Judiciário (tutela jurisdicional) e também pela própria Administração (autotutela administrativa), mas em qualquer caso, o reconhecimento da ilegalidade implicará na decretação de nulidade do ato (na verdade, além do ato, também serão anulados os efeitos jurídicos decorrentes e dependentes do ato anulado - Exemplo: anular concurso realizado há mais de 1 ano, anula o ato de posse do agente, a nomeação, o provimento e a aprovação, uma vez que ninguém faz direito adquirido sobre ilegalidades públicas. Portanto, o efeito da nulidade é desconstitutivo reíroativo - ex tunc), Os efeitos da nulidade, em regra, não acalcam a relação jurídica do terceiro de boa-fé - que é aquele que possui uma relação decorrente, porém não dependente do ato anulado. Exemplo: aquele agente que teve o concurso anulado havia aplicado uma multa sobre um particular, e como a multa era devida, o particular a pagou. O pagamento é decorrente da atividade daquele agente, mas não é 1 DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 26/05/10 juridicamente dependente e assim, ainda que o agente tenha tido o cargo anulado, o pagamento efetuado pelo particular é válido. (II) Controle de atos discricionários: Partes dos elementos destes atos são taxados por lei (em regra, a competência, a finalidade e a forma) e havendo vício em qualquer um destes, o ato será ilegal, permitindo ao Judiciário ou à própria Administração decretarem sua nulidade, surtindo efeitos retroativos desconstitutivos ex tunc. Assim, Judiciário pode anular tanto atos vinculados, como atos discricionários. Os demais elementos do ato discricionário que não estão fixados por lei serão preenchidos com exclusividade pelo administrador, cabendo a este apontar motivadamente os fatos e circunstâncias que demonstram ser oportuno e conveniente a prática daquele ato ao interesse público. Essa motivação constitui o "mérito discricionário". O mérito é baseado então em fatos, que podem mudar com o tempo, e ocorrendo um fato superveniente poderá ser possível ao administrador rever seu ato discricionário. Caso o fato superveniente tenha alterado o cenário jurídico ao ponto de tornar a manutenção do ato, inoportuno ou inconveniente ao interesse público, poderá o administrador revogar seu ato. Exemplo, dia 20 de janeiro o fato "seca" estava causando as circunstâncias de paralisação de serviços públicos e aulas. O Prefeito, baseado nestes, entendeu ser oportuno e conveniente decretar um estado de "calamidade", decretando então o ato discricionário de dispensa licitatória. Um mês após ocorre, como fato superveniente, uma forte chuva que altera as circunstâncias, regularizando o abastecimento de água. Neste caso, o Prefeito poderá então revogar o estado de calamidade, revogando assim a dispensa licitatória (pois o ato perdeu seu mérito). Quando o ato foi decretado, preenchia todos os elementos necessários de forma válida, sendo então um "ato jurídico perfeito", constituindo então direitos adquiridos. Após o fato superveniente, o ato não se tornou ilegal, mas apenas perdeu sua condição para surtir efeitos - e como a Constituição não admite violar o ato jurídico, nem o direito adquirido, então todos os efeitos surtidos serão mantidos e a revogação terá eficácia meramente futura ex nunc. Como só a Administração pode apontar os fatos e circunstâncias que constituem a oportunidade e a conveniência, a 2 DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 28/05/10 corrente clássica entendia que o Judiciário não poderia analisar os elementos do mérito discricionário. Porém, hoje duas teorias permitem que o Judiciário possa analisar elementos do mérito. (A) Teoria dos Motivos Determinantes dos Atos: Como as motivações são baseadas em fatos e circunstâncias, QUANDO ESTES FOREM INVERÍDICOS OU INEXISTENTES, implicarão em uma motivação ilegal. Por ser motivação ilegal, o Judiciário poderá controlar este ato, decretando sua nulidade com força retroativa ex tunc (mas, mesmo neste caso, o juiz não poderá se manifestar sobre oportunidade e conveniência). *** Nem todo elemento inverídico ou inexistente implicará na nulidade do ato - mas apenas quando tiver sfdcr DETERMINANTE para a sua prática. Exemplo, o servidor Zé responde a inquérito policial, mas apresenta declaração falsa de que "nada consta", para obter promoção. Logo em seguida a chefia, através de processo disciplinar, decreta a demissão de Zé por ter apresentado falsa declaração. Meses após o inquérito é arquivado, pois a denúncia era inverídica e os fatos imputados contra Zé eram inexistentes. Mesmo assim, Zé não poderá anular a demissão sofrida, pois haver ou não crime era elemento secundário, e o que foi determinante para demissão foi a falsa declaração. (B) Teoria do Devido Processo Legal Substantivo: A lei, ao permitir que o administrador preencha elementos em branco ou indefinidos do mérito,possui uma determinada intenção ("Calamidade" pode decorrer de inúmeros fatos, mas só será juridicamente uma calamidade quando colocar em risco vidas, interesses públicos relevantes, etc.). Assim, quando o administrador motivar através de fatos que não sejam adequados (razoabilidade) ou não possuam valor jurídico equivalente (proporcionalidade) terá abusado do direito de motivar decretando um mérito ilegal. Assim, quando os elementos do mérito não atenderem razoabilidade ou proporcionalidade ocorrerá; uma ilegalidade, permitindo ao Judiciário anular o ato com efeitos ex tunc, Mas, mesmo neste caso o juiz continua impedido de apreciar oportunidade ou conveniência. DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC1 DATA: 26/05/10 Extinção dos Atos Administrativos (1) Extinções Ordinárias; É a extinção normal e regular do ato, sendo extinto em função de um elemento previsto no próprio ato - esgotamento do prazo, cumprimento do objeto, atingimento de um termo ou condição, etc. (2) Extinções Extraordinárias: Quando o ato se extinguir, em regra, antecipadamente e de forma distinta do previsto em função de elementos estranhos ao ato. (2.1) Caducidade: Quando um ato posterior for editado para surtir efeitos jurídicos diversos e reflexa ou indiretamente tornar impraticável ou até extinguir um ato anterior. Exemplo - uma portaria do Ministério da Saúde é publicada para proibir diversas substâncias no Brasil. Um fabricante de alimentos possui licença para fabricar um produto, mas que leva na fórmula substâncias tornadas ilícitas naquela portaria, e assim, a licença para fabricar o produto não pode mais ser exercida. (2.2) Contraposição: Quando um ato posterior for editado especificamente para extinguir um ato anterior. Exemplo - medida provisória é editada para provocar a cassação das licenças de pesca de baleia. (2.3) Revogação: Quando um fato superveniente tornar o ato discricionário inoportuno ou inconveniente. (2.4) Invalidação: Em Direito Privado, ato nulo é aquele que viola direitos indisponíveis e ato anulável é aquele que viola direitos disponíveis. Porém, o ato administrativo, sujeito ao regime público, envolve sempre interesse público que é absolutamente indisponível - e, portanto, a diferença entre nulo e anulável é outra: Ato anulável é aquele que possui vício, mas pode ser convalidado. São 4 as formas de convalidação: (a) Ratificação: é a mera confirmação do ato; (b) Retificação: é o refazimento ou correção do ato; DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 26/05/10 (ç) Saneamento: é o cumprimento de uma obrigação alternativa posterior (Exemplo - construiu a casa sem antes obter autorização para a realização da obra. Para regularizar, bastará pagar uma multa), (d) Conversão: quando não for possível qualquer das hipóteses acima, mas for possível converter o ato viciado em outro de outro tipo que surta efeitos semelhantes, mas não exija aquilo que causou o vício (Exemplo - a Prefeitura cede um terreno público para uma ONG através de concessão de uso). Como não foi feito licitação, o ato é ilegal, mas para manter as atividades da ONG será possível converter a concessão em mera autorização de uso, que não depende de prévia licitação. Atos anuláveis são, portanto, aqueles convalidáveis, e o ato nulo será então aquele que não admite convalidação (Exemplo - a lei aponta ser uma "nulidade absoluta"), ou não há interesse público em convalidar. (2.5) Provocado pelo Particular: o particular, que é beneficiado por um ato público pode provocar a sua extinção - quando comunicar que não pretende mais usufruir do ato (renúncia expressa), quando, simplesmente, deixar de exercer o ato (renúncia tácita), ou ainda, quando o ato tiver sido concedido impondo ao particular uma obrigação ou condição que ele deixa de atender, levando a Administração decretar a cassação ou retirada do ato, Licitações A licitação é um procedimento administrativo (não é ato, nem processo) regulado por lei (a competência é concorrente, cabendo à União editar as normas gerais e aos Estados, DF e Municípios apenas normas complementares de interesse local). O objetivo é alcançar a melhor proposta através da disputa direta entre interessados (melhor proposta através de disputa). Não haverá licitação, portanto, apenas nas hipóteses previstas em lei. E na Lei Geral de Licitações (Lei n° 8.666/93) são previstas 2 hipóteses: DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 26/05/10 (I) Inexigibilidades: Quando a disputa for inviável, não devendo a Administração realizar licitação (a doutrina entende ser uma causa vinculante). As inexigibilidades são previstas em um ROL EXEMPLIFICATIVQ com apenas 3 hipóteses: (a) Quando houver unicidade - apenas um fabricante, fornecedor, objeto, prestador, etc, A unicidade deve ser provada através de certidões e declarações de Confederações de Indústrias, Juntas Comerciais, etc. (b) Para contratar artistas renomados. Como o rol é exemplificativo, nesta hipótese é admitido contratar esportista renomado, cientista renomado, etc. O renome exigido deverá ser motivado, demonstrando que o artista contratado possui prestígio junto a toda população do ente contratante. (c) Para contratar profissionais de serviços singulares (só o contratado pode prestá-los) que goze de notória especialização. Não se exige que o profissional seja o melhor, bastando ser notoriamente renomado. A especialização será notória quando não depender de provas, bastando demonstrá-la através de livros publicados pelo contratado, artigos publicados, reconhecimento geral pelo meio ou mercado, etc. (II) Dispensas: Quando a disputa é viável, mas o interesse público for melhor atendido sem a realização da disputa (para evitar a demora do procedimento, para evitar seu alto custo, etc.). São hipóteses em que a Administração pode não licitar, tendo em regra natureza discricionária. Na lei, são previstas as hipóteses em um ROL TAXATIVO! DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 09/06/10 PRINCIPAIS HIPÓTESES DE LICITAÇÕES DISPENSÁVEIS: 1°) Quando o contrato tiver valor inferior a 10% dos limites para a modalidade convite (admite-se a modalidade convite para contratos de até R$ 80.000,00 na aquisição de bens e contratação de serviços, e de até R$ 150,000,00 para a contratação de obras e serviços de engenharia); 2°) Nas emergências e calamidades (incluindo-se as epidemias de doença); 3°) Forças armadas (somente para insumos bélicos e propriamente militares), porém deveram licitar na aquisição de elementos administrativos Por exemplo: lâmpadas, papel, etc. 4°) Para adquirir bens perecíveis apesar de não licitar realiza- se cotação de preços em no mínimo 3 (três) fornecedores no dia da compra; 5°) Quando empresas do Estado ou pessoas jurídicas Estatais puderem prestar o serviço ou fornecerá coisa (desde que sejam adotados preços compatíveis de mercado): 6°) Licitação Deserta: quando o edital é publicado, mas ninguém comparece para disputá-lo. Desde que a Administração possa justificar que deixar de contratar será prejudicial ao interesse público poderá dispensar, porém deverá oferecer mediante dispensa exatamente o mesmo contrato que havia sido publicado no edital, (não confundir com "licitação fracassada"). Licitação Fracassada: Onde o edital é publicado, interessados disputam o contrato, mas ao final nenhum é declarado vencedor para ser contratado. Neste caso não pode dispensar, sendo necessário repetir a licitação. * Estes itens acima representam as principais hipóteses de licitações dispensáveis. * A doutrina prevê que além das hipóteses de licitações dispensáveis, a lei prevê ainda a chamada "licitação dispensada" empregada para o Estado alugar ou adquirir IMÓVEIS desde quepossa DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 09/06/10 justificar a necessidade pela localização ou pelas características de um determinado imóvel. MODALIDADES LICITATÓRIAS Não sendo o caso de inexigibilidades ou dispensas, será realizada a licitação. As licitações em geral atravessam duas fases distintas: A 1° fase, onde interessados não participam, envolvendo apenas entes administrativos - é a "fase fechada" ou procedimento administrativo preparatório (nesta fase é orçado o valor daquilo que será licitado, elaborando se a minuta do edital e do contrato e verificando se é ou não hipótese de dispensa ou inexigibilidade). A 2° fase é chamada de "fase aberta ou de disputas" que é iniciada com a publicação do edital seguindo a sequência de etapas conforme a modalidade licitatória. Para a definição da modalidade, a Lei de Licitações (Lei n° 8.666/93) adota os seguintes critérios: (1) Para adquirir bens e contratar serviços - São previstas as seguintes modalidades: a) Concorrência: para contratos de grande valor, para licitações internacionais e para oferecer contratos de concessões. Na concorrência a publicação do edital é ampla e obrigatória permitindo-se a participação de qualquer interessado. Na concorrência são cumpridas as seguintes etapas nesta sequência: publicação do edital - habilitação - julgamento e classificação - decretação de vencedor - homologação - adjudicação. b) Tomada de Preços: para contratos de médio valor. A publicação do edital é restrita, pois esta modalidade é destinada a participantes cadastrados. A fase de habilitação é realizada de forma preliminar e, portanto, são cumpridas as seguintes etapas: publicação do edital - julgamento e classificação - decretação de vencedor - homologação - adjudicação. DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC) DATA: 09/06/10 c) Convite: Destinada a contratos de pequeno valor. O edital não é publicado, sendo encaminhado aos convidados junto com o convite, A Administração escolhe quem quer convidar, devendo convidar no mínimo 3 (mas aquele não convidado poderá voluntariamente participar). São adotadas as mesmas etapas da concorrência, porém com prazos menores concentrando atos. 2) Para alienar - Para alienar bens móveis, bens apreendidos e excepcionalmente bens imóveis que a Administração recebeu por dação em pagamento ou através de ação judicial adota-se LEILÃO. Para alienar todos os demais imóveis adota-se CONCORRÊNCIA. 3) Para a Administração receber trabalhos técnicos, artísticos ou científicos adota-se a modalidade CONCURSO. Portanto são modalidades da Lei 8.666/93: concorrências, tomada de preços e convite, leilão e concurso. Leis especiais criam outras modalidades: (1°) A Lei 8.987/95 cria a concorrência especial para concessões de serviços públicos; (2°) A Lei 10.520/02 cria a modalidade pregão que é adotada na contratação de serviços e aquisição de bens fungíveis e comuns. Os pregões (presencial que é realizado com a presença física dos interessados, e o eletrônico que é totalmente realizado através da internet) são chamados de licitação invertida. Ao contrário das demais modalidades, no pregão a habilitação é feita somente ao final, invertendo assim o momento de realização desta etapa obrigatória. Nos pregões são realizadas duas grandes etapas: A primeira etapa é chamada de "classificatória", onde cada interessado realiza apenas um lance. O menor de todos e aqueles que não o superarem em até 2% estarão classificados para a etapa seguinte. A segunda etapa éíchamada de "etapa de disputas" onde os classificados poderão, durante determinado tempo, fazerem lances sucessivos. Ao final será declarado o vencedor, que será convocado para a habilitação. DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACC! DATA: 09/06/10 3?) As agências reguladoras possuem uma modalidade privativa chamada de "consulta de preços", 4°) A Petrobras possui uma modalidade própria e exclusiva dela chamada de "procedimento simplificado". TIPOS LICITATÓRIOS Como visto "modalidades" são ritos procedimentais e não se confundem com tipos. "Tipos licitatórios" são os critérios de julgamento das propostas, e a Lei 8,666/93 cria apenas 4 tipos: 1°) Menor Preço: adotado para contratar serviços ou adquirir bens consumíveis, comuns ou fungíveis; 2°) Maior lance: adoíado para alienar bens; 3°) Melhor técnica: adotado para contratar serviços técnicos singulares; 4°) Técnica e preço: também para a contratação de serviços técnicos singulares e também para as contratações de informática. CONTRATOS A Administração pode firmar dois tipos de contratos distintos: 1°) Contratos privados chamados de "contratos da Administração" - estes são firmados quando a Administração for atender a interesses privados dela mesma. P.ex.: contratar limpeza, serviços de copeiro, manobrista, etc. Esses contratos são regidos pelo código civil onde as partes possuem os mesmos níveis de direitos e obrigações (são contratos horizontais). 2°) A Administração firmará contratos administrativos quando o objeto contratual for de interesse público. Neste caso será adotado regime público da Lei 8.666/93, e não haverá isonomia de poderes e obrigações, uma vez que a Administração gozará de poderes contratuais especiais previstos nas "cláusulas exorbitantes". Assim, são características dos contratos administrativos: - A Administração é sempre a contratante; - O objeto é de interesse público; - Regido pela Lei 8.666/93; - Verticalizado pela presença das cláusulas exorbitantes. DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 09/06/10 CLAUSULAS EXORBITANTES São cláusulas que traduzem previsões expressas da Lei de prerrogativas contratuais exclusivas da Administração (como decorre de lei, as prerrogativas das cláusulas exorbitantes são exercíveis pela Administração ainda que a cláusula não esteja escrita no contrato). São cláusulas exorbitantes: 1°) Aplicações de Sanções (penas): o contrato prevê apenas a natureza e os limites das penas, e a Administração decide quais serão as infrações caso a caso. 2°) Presença de Agente Público de Fiscalização: a Administração tem o poder de impor a presença de um agente público que fiscalizará a execução do contrato pelo contratado. 3°) Alteração Unilateral de Cláusulas: a Administração tem o poder de alterar a qualquer tempo, sem prejudicar o dever do contratado de cumprir o contrato, certas cláusulas contratuais são independentes da manifestação ou da concordância do contratado: - Para readequar o projeto; - Para readequar valores em até 25% para mais ou para menos, para contratos de reformas e restaurações o limite é de até 50% para mais. - A lei prevê que certas cláusulas a Administração não poderá alterar unilateralmente (artigo 65): - Substituir garantias já ofertadas; - alterar o regime de execução do contrato; - Alterar a previsão de gastos e ganhos do contratado (o contratado calcula antes de assinar o contrato quanto gastará e quanto usará e a Administração não poderá alterar essas previsões. Porém caso ela faça um readequação de projetos que aumente gastos ou diminua ganhos estará obrigada a rever o contrato garantindo o equilíbrio económico e financeiro do contrato, que é a mais forte garantia do contratado). - 4°) Redução da "exceptio non adimplent contractus": em regra os contratos bilaterais a parte inocente pode suspender o cumprimento de sua obrigação quando a outra parte estiver em mora. 5 DELEGADO ESTADUAL NOTURNO CENTRO DIREITO ADMINISTRATIVO PROF: BALDACCI DATA: 09/06/10 Esta regra é reduzida no contrato administrativo - caso a Administração pare de pagar, o contratado não poderá suspender a atividade contratual. Caso a mora administrativa supere
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