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aula 5 - release especial (1)

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Acreditação: saída para a qualificação da saúde 
Cerca de 400 profissionais da área de saúde se reuniram de 20 a 22 de maio, no Rio de Janeiro, para participar do III Seminário Internacional de Acreditação. O evento foi promovido pela Joint Commission Internacional (JCI) e pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) – única instituição autorizada pela JCI a realizar o processo de Acreditação Internacional, no Brasil. Das mais de 125 instituições de saúde acreditadas pela JCI em 25 países do mundo, onze brasileiras e duas internacionais marcaram presença no seminário, que teve como tema Educação e Qualificação de Profissionais de Saúde.
“Se não tivermos recursos humanos bem treinados e com qualificação permanente, jamais conseguiremos dar continuidade ao nosso padrão de excelência internacional. As máquinas jamais substituirão os humanos no cuidado a pacientes hospitalizados. Sem recursos humanos, nada poderá ser feito em termos de segurança e qualidade aos nossos doentes”, destacou a superintende do CBA, a médica Maria Manuela Alves dos Santos, na abertura do evento, que contou com as presenças do Secretário Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio Cortes, e do Secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, José Carvalho de Noronha. Representando o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, Noronha afirmou que as instituições brasileiras têm plenas condições de alcançar padrões de excelência iguais ou até mesmo melhores do que os dos melhores hospitais do mundo. 
Diretor médico da JCI, David Jaimovich, responsável pela conferência sobre Acreditação Internacional: a Metodologia para a Excelência na Qualidade, apresentou números alarmantes sobre erros médicos: o número de pacientes que sofrem lesões ou mesmo chegam a morrer em função de procedimentos hospitalares incorretos é de 2 bilhões no mundo inteiro, o que gera um prejuízo na casa de US$ 220 bilhões por ano para instituições públicas e privadas de saúde. No caso de infecções hospitalares, o número gira em torno de 1,4 milhão de pacientes por ano. “Temos que reduzir os riscos que causamos aos nossos pacientes. Ninguém é tão perfeito que não precise de uma contínua melhoria de qualidade. O que tentamos fazer é oferecer uma estratégia de redução de riscos que possibilitará resultados garantidos aos que a praticarem”, resumiu David. 
	Ellie Scrivens, especialista internacional em programas de avaliação de qualidade em saúde da Keele University, na Inglaterra, veio pela primeira vez ao Brasil para falar sobre Educação e Qualificação de Profissionais Como Eixo Central da Melhoria de Qualidade. Ellie disse que casos de infecção hospitalar, queda do leito e erros de medicação, por exemplo, são freqüentes em hospitais ingleses. Por isso, ressaltou que o objetivo primordial da Acreditação é criar um ambiente favorável ao atendimento clínico. Para que isso aconteça, é necessário estabelecer um processo padronizado com o intuito de reduzir erros na prestação dos serviços e garantir que todos os envolvidos no processo tenham o mesmo entendimento. “Ao contrário do que muitos médicos pensam, tudo pode dar errado em uma sala de cirurgia. Só nos EUA, foram realizados 362 procedimentos cirúrgicos incorretos no ano passado”, alerta Jamovich. Apesar da busca por um método padronizado, Ellie observa que a metodologia da Acreditação incentiva os gestores a buscar soluções criativas para eventuais problemas regionais. Segundo ela, não é conveniente colocar uma ‘camisa-de-força’ no sistema de atendimento hospitalar.
Entre as novidades do seminário, o diretor-médico da JCI citou a criação de uma certificação de doença específica e de um sistema de auto-avaliação internacional. Segundo ele, a partir de agora, qualquer instituição, acreditada ou não, pode verificar se está alinhada aos padrões internacionais de qualidade. Para tanto, basta acessar o site e responder a um formulário. Para o ano que vem, David esclareceu que foram incluídos no novo manual hospitalar para 2008, novos padrões para cirurgiões e anestesistas, além dos já existentes para médicos e enfermeiras. “É preciso que todos entendam que Acreditação não é o objetivo final. Ao contrário, é o começo de tudo. O processo de Acreditação, antes de tudo, é dinâmico. Se a instituição acha que está tudo terminado só porque conquistou o certificado de Acreditação, ela está enganada: o processo só está começando. Afinal, é imprescindível continuar a melhoria sempre”, ressaltou.
O desenvolvimento e desempenho profissional é tão importante, que o III Seminário Internacional de Acreditação contou com várias mesas sobre modelos de plano de recursos humanos, gestão de pessoal, avaliação de desempenho profissional, educação e qualificação profissional. Coordenador de Qualidade do Hospital do Coração (SP), Allan Egon Kern, sublinhou que o custo de pessoal costuma superar os 40% do total de despesas de uma instituição de saúde. “Por isso mesmo, medir o retorno do investimento humano é essencial”, justificou. Para ele, a análise de indicadores, como absenteísmo e turn-over, podem ser bastante sintomáticos para a instituição. Segundo ele, se estes indicadores estiverem elevados, é porque chegou a hora de promover mudanças e buscar resultados. “Quem não mede, não gerencia. Quem não gerencia, não melhora”, afirmou Allan.
	Saindo do foco da formação profissional, Maria Manuela dos Santos, superintendente do CBA, já adiantou o tema do próximo encontro, que será realizado em 2009: os impactos da Acreditação nas finanças dos hospitais.

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