Buscar

Apostila de Mineralogia Gandini

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO 
ESCOLA DE MINAS – DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA 
 
 
 
 
 
RESUMO DA DISCLIPLINA DE MINERALOGIA 
GEO104 
 
 
 
 
GUIA PARA O ESTUDANTE 
 
 
 
 
Prof. Dr. Antonio Luciano Gandini 
DEGEO/EM/UFOP 
 
2015/2 
 
 
2 
 
CONCEITOS BÁSICOS 
 
 Definições: 
 
Mineral: é um sólido homogêneo de ocorrência natural, formado 
inorganicamente, com uma composição química definida e 
um arranjo atômico ordenado. 
 
Cristal: é uma substância onde seus átomos (ou moléculas) que o 
constitui estão dispostos segundo uma rede tridimensional 
bem definida e que é repetida por milhões de vezes (cela 
unitária). Possui arestas retilíneas e faces planas 
simetricamente arranjadas. 
 
Rocha: é um corpo heterogêneo constituído por um agregado mono 
(mármore) ou policristalino (granito), formado em condições 
e períodos geológicos diferentes, com características 
geológicas definidas como volume, grau de consolidação 
etc. Existem três tipos de rochas: sedimentares, ígneas e 
metamórficas. 
 
 
 Propriedades físicas dos minerais 
 
 escalares (densidade) 
 vetoriais - contínuas (cor, pleocroísmo) 
descontínuas (crescimento das faces dos cristais, D) 
3 
 
NOMENCLATURA DOS MINERAIS 
 
 minerais - terminação ITA 
malaquita, hematita 
exceção: quartzo, ouro 
 
 rochas - terminação ITO 
granito, pegmatito 
exceção: mármore, folhelho 
 
 fósseis - terminação ITE 
Amonite, Tentaculite 
 
 
 
Muitos nomes são derivados de palavras gregas e latinas, 
dando algumas informações a respeito do mineral. 
 
cor branco - albus (lat.) albita NaAlSi3O8 
comp. quím. cálcio calcita CaCO3 
prop. fís. fluorescência fluorita CaF2 
morfologia octaedro octaedrita TiO2 - anatásio 
localidades Aragón - Espanha aragonita CaCO3 
personalidades Goethe - poeta alemão goethita FeO(OH) 
 
4 
 
Cristalografia - Sistemas Cristalinos: 
 
sistema cte lineares e angulares exemplos 
cúbico 
a = b =c 
 =  =  = 90o 
diamante, fluorita 
tetragonal 
a = b c 
 =  =  = 90o 
zircão, rutilo 
trigonal = 
hexagonal-R 
a1 = a2 = a3  c 
 =  = 90o e  = 120o 
quartzo, coríndon 
hexagonal 
a1 = a2 = a3  c 
 =  = 90o e  = 120o 
berilo, apatita 
ortorrômbico 
a  b c 
 =  =  = 90o 
topázio, crisoberilo 
monoclínico 
a  b  c 
 =  = 90o e   90o 
espodumênio, euclásio 
triclínico 
a  b  c 
      90o 
cianita, amazonita 
 
Escola européia - 7 sistemas; 
Escola americana - 6 sistemas: 
trigonal = hexagonal-R (R - romboedro) 
 
5 
 
SISTEMAS CRISTALINOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 Densidade relativa (d): 
 
 A densidade relativa de um mineral expressa a relação entre o 
peso do mineral e o peso de um volume igual de água a 4oC e é 
representado por um número puro. 
 
 Esta propriedade depende essencialmente: 
 
 do peso atômico dos átomos que compõem o mineral: 
 
mineral peso atômico do cátion d 
aragonita CaCO3 Ca = 40,08 2,95 
cerussita PbCO3 Pb = 207,21 6,55 
 
 do raio iônico dos elementos constituintes: 
 
mineral raio iônico d peso atômico 
silvita KCl K+ = 1,33Å 1,98 K+ = 39 
halita NaCl Na+ = 0,98Å 2,17 Na+ = 23 
 
 do arranjo estrutural dos átomos: 
 
mineral composição sistema cristalino d 
diamante C cúbico 3,5 
grafita C hexagonal 2,2 
 
 
7 
 
 
 
CÁLCULO DA DENSIDADE RELATIVA 
 
balança 
hidrostática: 
 
d = M x dlíq 
 V 
dlíq = dH2O = 1 
d = [P1/(P1-P2)].dlíq 
d = P (mineral no ar) x 1 
 P - P’ (min. na H2O) 
 
 
 
 
líquidos densos fórmula d diluente 
bromofórmio 
iodeto de metileno 
solução de Clerici 
CHBr3 
CH2I2 
formiato e malonato de Ta 
2,89 (2,90 - 2,95) 
3,33 (3,324) 
4,05 (4,2 - 4,322) 
acetona 
acetona ou éter 
água 
 
8 
 
 Dureza relativa (D): 
 
 A dureza relativa é definida como sua resistência ao risco. Essa 
propriedade está diretamente relacionada à estrutura do cristal. 
 A seguir, algumas correlações entre a dureza e a estrutura 
cristalina: 
 
 a dureza é maior quanto menor forem os átomos ou íons: 
mineral composição raio iônico D 
calcita CaCO3 Ca++ = 0,99Å 3 
magnesita MgCO3 Mg++ = 0,66Å 4,5 
 
 a dureza aumenta com a valência ou carga dos íons: 
mineral composição raio iônico D 
nitrato de sódio NaNO3 Na+ = 0,97Å 2 
calcita CaCO3 Ca++ = 0,99Å 3 
 
 a dureza aumenta com a densidade de empacotamento dos 
átomos: 
mineral composição sistema cristalino D 
diamante C cúbico 10 
grafita C hexagonal 1 
 
 
Não confundir: 
risco (sulco que o mineral mais duro deixa no mais macio); 
traço (linha de pó que o mineral mais macio deixa no mais duro). 
9 
 
ESCALA DE MOHS 
Carl Friedrich Christian Mohs, 1773 – 1839 
Alemão – escala em 1812 
 
 1 – talco 
 2 – gipsita 
 3 – calcita 
 4 – fluorita 
 5 – apatita 
 6 – ortoclásio 
 7 – quartzo 
 8 – topázio 
 9 – coríndon 
10 – diamante 
 
 
TENACIDADE 
 
 Modo pelo qual o mineral se comporta sob a ação de esforços 
mecânicos e está relacionada com a coesão entre os átomos. A tabela a 
seguir relaciona os diversos tipos de tenacidades. 
 
tenacidade descrição exemplo 
quebradiço pulveriza-se ao choque mecânico quartzo 
séctil pode ser cortado em lascas delgadas prata 
maleável pode ser transformado em lâminas platina 
dúctil pode ser transformado em fio cobre 
flexível 
placas que podem ser encurvadas e que 
permanecem assim uma vez cessado o esforço 
talco 
elástico 
placas que podem ser encurvadas mas retornam 
a sua posição original uma vez cessado o 
esforço 
micas 
 
10 
 
 Clivagem: 
 
É a tendência de alguns minerais se partirem segundo superfícies 
mais ou menos planas relacionadas à estrutura cristalina. Ela é sempre 
paralela a uma possível face do cristal, sendo assim, um reflexo da 
estrutura interna. A clivagem ocorre entre planos atômicos de menor 
resistência devido a um espaçamento reticular maior ou a tipos mais 
fracos de ligação 
 
Tipos de clivagens - (número de direções) 
 
pinacoidal (1) 
prismática (2) 
cúbica (3, ângulos retos) 
romboédrica (3, ângulos diferentes de 90o) 
octaédrica (4) 
dodecaédrica (6) 
 
associação de clivagem – cianita; barita 
 
FRATURA: é a maneira particular como o mineral se quebra quando 
isto não se dá ao longo de planos de clivagem ou partição. Os principais 
tipos de fraturas são as irregulares, serrilhadas ou estilhaçada e as 
conchoidais. 
 
PARTIÇÃO: é a ruptura do mineral ao longo de superfícies de menor 
resistência desenvolvidas acidentalmente por deformação ou por 
geminação. 
 
11 
 
 Hábito cristalino: 
 
É o modo ou combinação das faces comuns e características em 
que o mineral se cristaliza, incluindo as suas irregularidades de 
crescimento. Forma, em cristalografia, é o conjunto de todas as faces de 
um cristal, simétricas entre si. Estas podem ser abertas ou fechadas. 
 
 
hábito exemplo 
cúbico pirita 
octaédrico magnetita 
bipiramidal anatásio 
escalenoédrico calcita 
romboédrico dolomita 
rombododecaédrico granadas 
pentadodecaédrico pirita 
trapezoédrico leucita 
tetraédrico tetraedrita 
prismático berilo 
tabular albita 
laminado cianita 
acicular rutilo 
capilar serpentina 
 
 
12 
 
 Agregadocristalino: 
 
De um modo geral, os cristais não ocorrem isolados, mas sim em 
agrupamentos, os quais podem ser bastantes característicos. 
 
Tipo Exemplo Tipo Exemplo 
maciço / compacto calcedônia estalactítico / estalagmite aragonita 
granular / terroso barita coraloidal gibbsita 
reticulado rutilo colunar goethita 
fibroso asbestos concêntrico ágata 
radial malaquita bandado ágata 
micáceo micas oolítico calcita 
drúsico / geodo quartzo pisolítico calcita 
amigdaloide zeólitas estrelado micas 
dendrítico cobre coloforme: 
globular; botrioidal; 
mamilar; reniforme 
goethita 
 
 Macla ou geminação: 
 
Dois ou mais indivíduos da mesma espécie mineral estão 
maclados ou geminados, quando o seu intercrescimento obedecer a 
certa lei de simetria. 
 
Reconhecimento de cristais maclados: 
 ângulos reentrantes; 
 interrupção de estrias ou direções diferentes sobre as faces. 
 
13 
 
Tipos de Maclas: cruz de Santo André, cauda-de-andorinha, ... 
 
 
 
Fenômenos relacionados com a luz: 
 
 
 Diafaneidade: 
 
 Esta propriedade descreve a capacidade do mineral de transmitir a 
luz. Os diversos graus dessa propriedade podem ser descritas como: 
 
 
 transparente; 
 semitransparente; 
 translúcido; 
 semitranslúcido e 
 opaco. 
 
 Na mineralogia, a análise é feita em lâmina delgada de até 3m, 
enquanto na gemologia a análise é feita macroscopicamente. 
 
 
14 
 
 
 Brilho: 
 
É o aspecto superficial do mineral sob luz refletida. O brilho 
depende, além do índice de refração, da natureza da superfície refletora 
e de absorção. 
 
 
Brilho Descrição Exemplo 
metálico 
minerais opacos 
n ≥ 3 
pirita 
submetálico 
minerais opacos 
n entre 2,6 e 3 
ferroclumbita 
não metálico: minerais transparentes a trunslúcidos 
adamantino 
semelhante ao diamante 
n entre 1,9 e 2,6 
diamante 
vítreo 
semelhante ao vidro 
n entre 1,3 e 1,9 
quartzo 
resinoso semelhante a resina enxofre 
gorduroso em superfícies rugosas nefelina 
ceroso semelhante ao da cera de vela calcedônia 
terroso em agregados porosos caulinita 
perláceo semelhante ao da pérola talco 
sedoso semelhante ao da seda serpentina 
 
 
15 
 
 
 Cor: 
 
 É produzida pela absorção de alguns e reflexão de outros 
comprimentos de onda que compõem a luz branca. No caso de minerais 
metálicos, a cor está ligada a reflexão metálica. A cor pode ser dividida 
em: 
 
tipo descrição exemplo 
 
 
a) idiocromática cor verdadeira, está relacionada a própria composição química e 
estrutural do mineral 
 
 
íons de metais 
de transição 
absorção seletiva 
existem 8 elementos de 
transição: 
Ni - falcondoíta (verde) 
Ti - titanoaugita 
(castanho-avermelhado) 
Cr - crocoíta (alaranjada) 
V - cavansita (azul esverdeado) 
Mn - rodocrosita (rosa) 
Fe - almandina (veremelho) 
Co - esferocobaltita (vermelho) 
Cu - azurita (azul) 
 
 
 
(Ni,Mg)4Si6O15(OH)2·6H2O 
Ca(Mg,Fe,Al,Ti)(Si,Al)2O6 
 
PbCrO4 
Ca(VO)2Si4O10·6H2O 
MnCO3 
Fe3Al2(SiO4)3 
CoCO3 
Cu3(CO3)2(OH)2 
reflexão 
preferencial 
 
cobre - Cu 
vermelho 
 
 
16 
 
 
tipo descrição exemplo 
 
 
b) alocromática cor não própria, está relacionada com impurezas ou 
defeitos eletrônicos ou estruturais 
 
 
impurezas de íons de 
metais de transição 
Ni - safira laranja sintética 
Ti - safira azul sintética 
Cr - rubi (vermelho) 
esmeralda (verde) 0,3% - Cr2O3 
V - esmeralda 
Mn - kunzita (rosa) 
Fe - heliodoro (amarelo) 
Co - espinélio azul (sintético) 
Cu - smithsonita (azul, esverdeada) 
Al2O3 
Al2O3 
Al2O3 
Be3Al2Si6O18 
Be3Al2Si6O18 
LiAlSi2O6 
Be3Al2Si6O18 
MgAl2O4 
ZnCO3 
centro de cor fluorita - CaF2 
violeta 
exsolução agulhas de rutilo (0,1mm / 0,05mm) quartzo róseo 
 
 
c) pseudocromática cor falsa, está relacionada a efeitos ópticos 
 
 
difração jogo-de-cores opala preciosa 
labradorescência labradorita 
interferência da luz irisação hematita 
embaçamento ou pátina bornita 
 
 
17 
 
 Dupla refração (birrefringência): 
 
 Quando um raio luminoso atravessa uma substância anisótropa 
(minerais uni e biaxiais), desdobra-se em dois raios, de cada um com 
uma velocidade e um índice de refração característico, ou seja, ocorre a 
dupla refração. Ex: calcita, variedade espato-da-Islândia. 
 
 Acatassolamento (chatoyance ou olho-de-gato): 
 
 É um fenômeno produzido pela reflexão da luz em minerais de 
estrutura fibrosa, ou que contém inúmeras inclusões aciculares. O efeito 
é um brilho sedoso ondulante, em que a luz se concentra em estreitas 
faixas, observada sob luz refletida. 
 
 Asterismo: 
 
 O efeito do asterismo é decorrente da reflexão da luz em inclusões 
cristalinas, fluidas ou em cavidades aciculares orientadas segundo 
determinadas direções cristalográficas da amostra. 
 
 Opalescência: 
 
 Apresenta um aspecto azulado leitoso a nacarado provocado pela 
reflexão da luz. A opala apresenta esse fenômeno como alguns outros 
minerais. Este termo não deve ser confundido com opalinização ou jogo-
de-cores da opala preciosa. 
18 
 
 Adularescência: 
 
 É uma luminosidade branca a azulada observada em certos 
minerais (adulária – pedra da lua) quando são girados e que se deve à 
reflexão difusa da luz em lamelas de geminação em certos minerais 
paralelamente intercrescido e com índice de refração um pouco 
diferente. 
 
 Aventurinização: 
 
 É caracterizada por um reflexo brilhante de pequenas inclusões, 
geralmente sobre um fundo opaco. No caso do quartzo aventurina as 
inclusões são de fuchsita, enquanto no feldspato aventurina (pedra do 
sol), as inclusões são de hematita ou goethita. Na imitação do vidro 
aventurina são utilizadas limalha de cobre como inclusões. 
 
 Luminescência: 
 
É a emissão de luz resultante de todos os processos, exceto a 
incandescência. Ela é normalmente produzida pela irradiação com luz 
ultravioleta. A luminescência pode ser dividida em: 
 fluorescência: é a emissão de luz que se dá durante a irradiação; 
 fosforescência: é a emissão continuada de luz, após a interrupção 
da irradiação excitante; 
 termoluminescência: é a emissão de luz quando a amostra é 
aquecida a temperatura inferior a da incandescência e 
 triboluminescência: é a emissão de luz após quebra ou 
esmagamento do cristal. 
 
19 
 
 
 Pleocroismo: 
 
 É uma absorção seletiva da luz nas diferentes direções 
cristalográficas do mineral, mudando a cor ou a tonalidade deste. 
Dependendo do sistema cristalino que o mineral pertencer, com exceção 
do cúbico, este poderá ser dicróico ou tricróico. Essa propriedade não 
ocorre em minerais incolores. 
 
 
dicróicos n tricróicos n 
turmalina 
verde 
(trigonal) 
nω = verde forte 
nε = verde claro 
 cordierita 
(ortorômbico) 
nα = amarelo 
nβ = azul claro 
nγ = violeta escuro 
rubi 
(trigonal) 
nω = vermelho forte 
nε = vermelho amarelado 
 andaluzita 
(ortorômbico) 
nα = vermelho escuro 
nβ = verde claro 
nγ = cor de oliva 
safira 
(trigonal) 
nω = azul forte 
nε = azul amarelado 
 kunzita 
(monoclínico) 
nα = incolor 
nβ = rosa pálido 
nγ = cor de ametista 
 
n- índice de refração 
 
20 
 
CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA DOS MINERAIS 
 
classe mineral fórmula 
Elementos nativos ouro Au 
Sulfetos pirita FeS2 
Sulfossais enargita Cu3AsS4 
Haletos fluorita CaF2 
Óxidos hematitaFe2O3 
Hidróxidos goethita FeO(OH) 
Carbonatos calcita CaCO3 
Nitratos nitratita NaNO3 
Boratos sinhalita MgAlBO4 
Iodatos lautarita Ca(IO3)2 
Fosfato monazita (Ce,La,Y,Th)PO4 
Arseniatos nicolita NiAs 
Vanadatos vanadinita Pb5Cl(VO4)3 
Antimoniatos monimolita (Pb,Ca)2Sb2O7 
Niobatos ferrocolumbita (Fe,Mn)(Nb,Ta)2O6 
Sulfatos barita BaSO4 
Cromatos crocoíta PbCrO4 
Molibdatos wulfenita PbMoO4 
Tungstatos scheelita CaWO4 
Seleniatos eucairita AgCuSe2 
Teluratos cavalerita AuTe2 
Titanatos perovskita CaTiO3 
Tantalatos tantalita (Fe,Mn)(Ta,Nb)2O6 
Silicatos 
nesossilicatos zircão ZrSiO4 
sorossilicatos bertrandita Be4(Si2O7)(OH)2 
ciclossilicatos berilo Be3Al2Si6O18 
inossilicatos espodumênio LiAlSi2O6 
filossilicatos talco Mg3Si4O10(OH)2 
tectossilicatos ortoclásio KAlSi3O8 
Sais de ác. orgânic. oxilatos 
Hidrocarbonetos 
 
21 
 
ELEMENTOS NATIVOS 
 
Encontram-se no estado nativo (não combinado  estado de 
valência mais reduzido, sem ânions: Au0, Ag0, ...) cerca de 20 elementos 
como minerais, os quais, podem ser divididos em: 
 
 metais: 
 
3 grupos 
grupo do ouro  Au, Ag, Cu, Pb 
grupo da platina  Pt, Pd, Ir, Os, Rh 
grupo do ferro  Fe, Fe – Ni (tetrataenita – FeNi) 
 
 semimetais: 
 
2 grupos 
grupo do arsênio  As, Bi, Sb 
grupo do selênio e telúrio  Se, Te 
 
 não metais: 
 
grupo do enxofre (S): -S ou S8 – enxofre (ortorrômbico) e 
β-S ou S8 – rosickyíta (monoclínico) 
 
grupo do carbono (C): grafita 
diamante 
22 
 
SULFETOS [S]2- 
 
 A importância dessa classe é a presença da grande maioria dos 
minerais minérios metálicos. 
 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS SULFETOS 
 
 são acessórios importante das rochas; 
 estão relacionados com Au, Ag, Pb, Cu, Hg, Sb, Ni, Zn, ... 
 apresentam vários tipos de ligações; 
 a clivagem e a fratura estão relacionadas a certos tipos de 
ligações; 
 escuros; cores e cor do traço característicos; 
 minerais essencialmente opacos (há exceções); 
 brilho essencialmente metálico (há exceções); 
 dureza variável  molibdenita 1 e pirita 6,5; 
 densidade, de média a alta, raramente inferior a 4. 
 
SULFOSSAIS [S]2- 
 
 Classe com 100 espécies pouco comuns e de estrutura 
complexa. Parecem ser sulfetos múltiplos. 
 
metal + não metal + semimetal 
A C B A
x
B
y
C
z
 
Pb
2+
 
 
Sb
3-
 
sulfoantimonietos 
Ag
1+
 S
2-
 As
3-
 
sulfoarsenetos 
Cu
1+
 
 
Bi
3+
 
sulfobismutitos 
 
23 
 
HALOGENETOS ou HALETOS (±85 espécies) 
 
 presença de íons halogênicos eletronegativos: F-, Cl-, Br- e I-; 
 D e d relativamente moderados; 
 ponto de fusão e de ebulição razoavelmente altos; 
 são maus condutores de calor e eletricidade em T ambiente, 
excelentes condutores no estado de fusão. 
 
Exemplos: 
halita - Na[6]Cl[6] 
fluorita - CaF2 
 
ÓXIDOS [O]2 
 
 1 cátion (metal) (óx. simples) ou mais (óx. múltiplos) ligado ao 
O2; 
 clivagem rara ou ausente; 
 partição em algumas espécies; 
 brilho metálico a submetálico (há exceções); 
 relativamente duros (>5,5 - 9) e densos; 
 ocorrem como acessórios em rochas metamórficas e ígneas, 
além de grãos detríticos nas rochas sedimentares; 
 importância econômica: Fe, Cr, Sn, Ti, Mn, Al, U ... 
 
24 
 
TIPOS DE ÓXIDOS 
I) Óxidos simples 
pirolusita MnO
2
 
rutilo TiO
2
 
cassiterita SnO
2
 
 
II) Óxidos múltiplos 
cromita FeCr
2
O
4
 
magnetita Fe
2+
Fe
2
3+
O
4
 
 
 
HIDRÓXIDOS 
 
 óxidos que contêm hidroxila (OH)-; 
 D e d relativamente mais baixos; 
 todos hidróxidos são secundários. 
 
FeS
2
  FeO(OH) • nH
2
O 
pirita limonita 
(amorfa - pseudomorfo) 
 (termo genérico) 
 
Exemplos: 
romanechita - (Ba,H2O)2Mn5O10 (“psilomelano”) 
goethita - FeO(OH) 
 
25 
 
 
DIVERSAS CLASSES (650 espécies) 
 
 grupos ou complexos aniônicos 
 
 
Ri (raio iônico) O
2-
 = 1,40Å 
 nitratos (N
5+
O
3
)
1-
 0,13 
radical [RO
3
]
x-
 carbonatos (C
4+
O
3
)
2-
 0,16 
 boratos (B
3+
O
3
)
3-
 0,23 
 
 
radical [RO
4
]
x-
 
 
fosfatos (PO
4
)
3-
 0,35 
R
5+
 arseniatos (AsO
4
)
3-
 0,46 
 vanadatos (VO
4
)
3-
 0,59 
 
 
 
 sulfatos (SO
4
)
2-
 0,30 
R
6+
 cromatos (CrO
4
)
2-
 0,52 
 tungstatos (WO
4
)
2-
 0,62 
 molibdatos (MoO
4
)
2-
 0,62 
 
 
 
 
 
 
26 
 
NITRATOS [N5+O3]1- 
 
nitro - KNO3 (salitre ou sal de potássio) 
nitratita - NaNO3 (salitre do Chile ou nitro de sódio) 
 
 
BORATOS [B3+O3]3- 
 
 Existem, aproximadamente, 100 espécies e são semelhantes aos 
silicatos, formam grupos aniônicos polimerizados. 
bórax - Na2B4O5(OH)4 • 8H2O 
sinhalita - MgAlBO4 
 
CARBONATOS [C4+O3]2- 
 
 possuem clivagem geralmente perfeita; 
 transparente a translúcido  brilho essencialmente vítreo; 
 dureza < 5,5; 
 densidade - média a alta 
 
EXEMPLOS DE CARBONATOS 
 
a) carbonatos anídricos b) carbonatos básicos e hidratados 
 
magnesita MgCO3 malaquita Cu2CO3(OH)2 
calcita CaCO3 azurita Cu3(CO3)2(OH)2 
 
 
27 
 
radical FOSFATOS ARSENATOS VANADATOS 
[R
5+
O
4
]
3-
 [PO
4
]
3-
 [AsO
4
]
3-
 [VO
4
]
3-
 
 
 
apatita Ca5(F,Cl,OH)(PO4)3 
monazita (Ce,La,Y,Th)PO4 (ETR) 
piromorfita Pb
5
Cl(PO
4
)
3
 
mimetita Pb
5
Cl(AsO
4
)
3
 
vanadinita Pb
5
Cl(VO
4
)
3
 
 
 
 
radical SULFATOS CROMATOS 
[R
6+
O
4
]
2-
 [SO
4
]
2-
 [CrO
4
]
2-
 
 
 
 ligação covalente forte; 
 clivagem excelente a imperfeita; 
 dureza variável, <5; 
 densidade - média a alta; 
 transparente a translúcido  brilho vítreo. 
 
 
 
28 
 
Sulfatos anidros: 
 
barita BaSO
4
 
celestita SrSO
4
 
anglesita PbSO
4
 
anidrita CaSO4 
 
Sulfatos hidratados: 
 
gipsita CaSO
4
 • 2 H
2
O 
epsomita MgSO
4
 • 7H
2
O 
 
CROMATO: 
 
crocoíta - PbCrO4 
 
radical TUNGSTATOS MOLIBDATOS 
[R
6+
O
4
]
2-
 [WO
4
]
2-
 [MoO
4
]
2-
 
 
 presença de clivagem; 
 densidade - média a alta; 
 opaco a transparente  brilho submetálico a adamantino. 
 
scheelita CaWO
4
 
wulfenita PbMoO
4
 
 
29 
 
SILICATOS 
 
Compreendem a classe química mais importante entre os minerais 
da crosta terrestre, com cerca de 99% em volume. 
 Quase todos os minerais que formam as rochas ígneas são 
silicatos (mais de 90% da crosta terrestre - em volume). 
 
 
 
cela unitária 
de [SiO4]4- 
“ponte de oxigênio” ou 
polimerização 
 
 quanto mais alta a T(oC) de cristalização de um silicato, tanto mais 
baixo o grau de polimerização. 
 
Seis subclasses 
 
NESOSSILICATOS - [SiO4]4- 
SOROSSILICATOS - [Si2O7] 6- 
CICLOSSILICATOS - [Si6O18]12- 
INOSSILICATOS - [Si2O6]4- e [Si4O11]6- 
FILOSSILICATOS - [Si2O5]2- 
TECTOSSILICATOS - [SiO2]o 
 
30 
 
subclasse – NESOSSILICATOS (grego – ilha, isolado) 
 
 
grupo aniônico: tetraédrico – [SiO4]4- 
relação Si : O = 1 : 4 
lig. covalente forte no interior da estrutura 
 
 
 tetraedros isolados ligados uns aos outros por cátions intersticiais 
(ligação iônica); 
 substituição eventual de Si4+ por Al3+. 
 
 
 
Exemplos: 
 
olivina - (Mg2+,Fe2+)2SiO4 
topázio - Al2SiO4(F,OH)2euclásio - BeAlSiO
4
(OH) 
fenaquita - Be2SiO4 
zircão - ZrSiO4 
titanita - CaTiSiO5 ou CaTiOSiO4 
estaurolita - (Fe2+,Mg,Fe3+)4Al17O13[(Si,Al)O4]8(OH)3 
 
 
31 
 
 
Grupo das granadas - 15 espécies 
 
 
espécies fórmulas 
série piralspita 
granadas aluminosas 
piropo 
almandina 
sperssartina 
Mg
3
Al
2
(SiO
4
)
3
 
Fe
3
Al
2
(SiO
4
)
3
 
Mn
3
Al
2
(SiO
4
)
3
 
série ugrandita 
granadas cálcica 
uvarovita 
grossulária 
andradita 
Ca
3
Cr
2
(SiO
4
)
3
 
Ca
3
Al
2
(SiO
4
)
3
 
Ca
3
Fe
2
(SiO
4
)
3
 
 
 
 
Polimorfos – Al2SiO5 ou Al2O(SiO4) 
 
cianita – zona de falha (P, T) 
andaluzita – met. de contato (P, T) 
sillimanita – met. de alto grau (P, T) 
32 
 
subclasse – SOROSSILICATOS (grego – grupo) 
 
 
grupo aniônico: tetraédrico – [Si2O7] 6- 
relação Si : O = 2 : 7 
lig. covalente forte no interior da estrutura 
 
 polimerização por uma ”ponte” de oxigênio; tetraedros interligados 
por cátions intersticiais; 
 minerais  raros, apesar das 70 espécies conhecidas (6 são 
comuns); 
 
hemimorfita - Zn4(Si2O7)OH • H2O 
epídoto - Ca2(Al,Fe
3+
)3Al
2
O(SiO
4
)(Si
2
O
7
)(OH) 
 
subclasse - CICLOSSILICATOS (grego – anel) 
 
 
grupo aniônico 
[Si3O9]6- 
relação Si : O = 1 : 3 
benitoíta - BaTiSi3O9 
grupo aniônico 
[Si4O12]8- 
relação Si : O = 1 : 3 
axinita – Ca2Fe2+ 
Al2(BO3)(Si4O12)(OH) 
grupo aniônico 
[Si6O18]12- 
relação Si : O = 1 : 3 
berilo - Be3Al2Si6O18 
grupo aniônico: tetraédrico 
lig. covalente forte no interior da estrutura 
33 
 
 
 cátions: Ca, Fe, Na, Al, Be, Mg, Mn, Cu, Li, ...; 
 
Grupo da turmalina - XY3Z6(BO3)3T6O18(O1)3(O2) 
dravita - NaMg3Al6(BO3)3Si6O18(OH)3(OH) [turmalina típica] 
 
berilo – Be3Al2Si6O18 
cordierita – (Mg, Fe2+)2Al3[AlSi5O18] • H2O 
 
subclasse – INOSSILICATOS (grego – cadeia) 
 
cadeia simples 
PIROXÊNIOS 
grupo aniônico: tetraédrico 
lig. covalente forte no interior 
da estrutura 
cadeia dupla 
ANFIBÓLIOS 
 
 
 
 
 
 
grupo aniônico 
[Si2O6]4- 
relação Si : O = 1 : 3 
grupo aniônico 
[Si4O11]6- 
relação Si : O = 4 : 
11 
 
34 
 
I - Cadeia simples: grupo dos piroxênios 
 
 os piroxênios ricos em Ca são os mais abundantes (sist. mono.) 
 cristais prismáticos, com 4 ou 8 lados, geralmente curtos e 
grossos; 
 possuem clivagem prismática má (87o - 93o ou 88o - 92o); 
 min. essenciais de rochas ígneas e met. (T↑). Piroxênios em 
met. regressivo na presença de H2O transformam-se em 
anfibólios. 
 
espodumênio - LiAlSi2O6 
jadeíta - Na(Al, Fe3+)Si2O6 
 
PIROXENÓIDES 
 
wollastonita - CaSiO
3
 rodonita - MnSiO
3
 
 
II - Cadeia dupla: grupo dos anfibólios 
 
 semelhantes aos piroxênios + hidroxila; 
 cristais prismáticos, com 4 ou 8 lados, geralmente longos e finos; 
 possuem clivagem prismática (56 - 124o); 
 min. essenciais de rochas met. (acessórios em ígneas - <1%). 
Anfibólios podem se alterar em biotita. 
 
hornblenda: rochas met. (médio - alto grau) e ígneas [+ rara no QF] 
ferrohornblenda - Ca2[Fe2+4(Al,Fe3+)]Si7AlO22(OH)2 
magnesiohornblenda - Ca2[Mg4(Al,Fe3+)]Si7AlO22(OH)2 
nefrita  var. de tremolita ou ferroactinolita compacta  JADE 
35 
 
subclasse - FILOSSILICATOS (grego – folha) 
 
grupo aniônico: tetraédrico 
lig. covalente forte no interior da estrutura 
 
 
 
grupo aniônico [Si2O5]2-, [Si4O10]4-, [AlSi3O10]5- ou [Al2Si2O10]6- 
relação Si : O = 2 : 5 
 
 polimerização bidimensional; 
 hábitos achatados ou em escamas - TABULAR; 
 moles, flexíveis, elásticos ou não; 
 clivagem perfeita - pinacoidal; 
 D e d relativamente baixos; 
 são constituintes principais do solo. 
 
Grupo das micas (43 minerais) 
 
a – subgrupo da muscovita (14) 
muscovita - KAl2(Si3Al)O10(OH,F)2 [var. fuchsita – Cr] 
36 
 
b – subgrupo da biotita (18) - K(Mg,Fe2+)3[(AlSi3)O10](OH,F)2 
flogopita – siderofilita / annita – eastonita 
flogopita - KMg3(Si3Al)O10(F,OH)2 
siderofilita - KFe2+Al(Al2Si2)O10(F,OH)2 
annita - KFe3+(AlSi3O10)(OH,F)2 
eastonita - KMg2Al[Al2Si2O10](OH)2 
 
c – subgrupo da margarita (7) 
margarita - CaAl2(Al2Si2)O10(OH)2 
 
d – subgrupo da hidromica (4) 
vermiculita - (Mg,Fe2+,Al)3(Si,Al)4O10(OH)2 • 4(H2O) 
 
 
Grupo da pirofilita - talco (6) 
 
pirofilita - Al2Si4O10(OH)2 
talco - Mg3Si4O10(OH)2 
 
 
Grupo da palygorskita - sepiolita (subgrupo da sepiolita) 
 
sepiolita - Mg4Si6O15(OH)2 • 6(H2O) 
falcondoíta - (Ni,Mg)4Si6O15(OH)2 • 6(H2O) [GARNIERITA] 
 
 
Grupo da apofilita 
 
apofilita - KCa4 (Si4O10) 2F • 8(H2O) 
37 
 
 
GRUPO CAULINITA - SERPENTINA 
 
A2-3Si2O5(OH)4  A = Al, Fe3+, Fe2+, Mg, Ti, Mn 
 
Grupo caulinita 
 
caulinita - Al2Si2O5(OH)4 
 
Grupo da serpentina 
 
antigorita - (Mg,Fe2+)3Si2O5(OH)4 [variedade maciça] 
subgrupo da crisotila: 
clinocrisotila - Mg 3Si2O5(OH)4 (monoclínico) 
ortocrisotila - Mg 3Si2O5(OH)4 (ortorrômbico) 
 
Grupo da clorita (11) [termo genérico] 
 
cookeíta - LiAl4(Si3Al)O10(OH)8 
clinocloro - (Mg,Fe2+)5Al(Si3Al)O10(OH)8 
 
Grupo da “esmectita” [min. argilosos] (13) 
 
montmorillonita - (Na,Ca)0,3(Al,Mg)2Si4O10(OH)2 • n(H2O) 
nontronita - Na0,3Fe2(Si,Al)4O10(OH)2 • n(H2O) 
 
 crisocola - (Cu,Al)2H2Si2O5(OH)4 • n(H2O) 
 petalita - LiAlSi4O10 
38 
 
subclasse – TECTOSSILICATOS (grugo – tridimensional) 
 
grupo aniônico: tetraédrico 
lig. covalente forte no interior da estrutura 
 
 
grupo aniônico [SiO2]o 
relação Si : O = 1 : 2 
AlxSiyOz  [z = 2(x+y)] 
 
 minerais mais abundantes da crosta terrestre; 
 quase ¾ dos componentes das rochas; 
 quase a totalidade das rochas ígneas; 
 frequentemente há substituição parcial do Si4+ por Al3+; 
 apresentam ligações fortes, dificultando a clivagem; 
 os tectossilicatos são divididos em 5 grupos: 
 
sílica quase a totalidade 
das 
rochas ígneas 
feldspatos 
feldspatoides 
escapolitas 
zeólitas 
39 
 
GRUPO DA SILICA - SiO2 
 
 Existe 8 polimorfos de SiO2 (quartzo, tridimita, cristobalita, 
moganita, melanofloguita, coesita, stishovita), sendo a opala amorfa e a 
lechatelierita (sintéticas e amorfa). 
 
QUARTZO (GRUPO DA SÍLICA) - SiO2 
A - variedades cristalinas de granulação grossa 
hialino 
ametista 
citrino 
fumê ou morion 
i róseo 
n leitoso 
c rutilado 
l astérico 
u olho-de-gato 
s olho-de-falcão 
õ olho-de-tigre 
e azulado 
s aventurina 
 
B - variedades criptocristalinas 
 c cornalina 
 a sárdio 
 l crisoprásio 
 c heliotrópio 
a) fibrosas e ônix 
 d ágata: opala: 
 ô musgosa 
 n dendrita 
 i madeira silicificada 
 a ou opalizada, ou ... 
 
 jaspe 
b) granular prásio 
 silex 
 chert 
40 
 
 
GRUPO DOS FELDSPATOS 
 
 feldspato  do alemão feld (campo) + spath (pedra); 
 substituição parcial do Si4+ pelo Al3+  3 grupos: 
feldspatos potássicos; f. sódicos-cálcicos; f. de bário (mais raro) 
 de um modo geral, podem ser considerados como soluções 
sólidas de três componentes: OrxAbyAn100-x-y 
 
ortoclásio (Or) - KAlSi3O8 
albita (Ab) – Na+AlSi3O8 
anortita (An) – Ca2+Al2Si2O8 
 
 pertita: separação, desmisturação ou exsolução [tendem a ser // a 
(100)] de albita (filetes, filmes ou delgadas camadas), em um 
cristal de ortoclásio hospedeiro, contendo algum sódioainda em 
solução sólida. Sendo inverso gera a antipertita. 
 
 
Série dos plagioclásios (feldspatos Na - Ca) 
 
 plagioclásio  do grego plagios (oblíquo) + klasis (fratura); 
 fórmula geral: plagioclásio* (Na,Ca)(Si,Al)4O8 (*IMA não reconhece) 
 
 
41 
 
 
% "moleculares" 
 fórmula Na Ca 
 
albita (Ab
a-b
) anortita (An
a-b
) 
albita NaAlSi3O8 100-90 0-10 
oligoclásio (Na,Ca)(Si,Al)4O8 90-70 10-30 
*andesina (Na,Ca)(Si,Al)4O8 70-50 30-50 
*labradorita (Ca,Na)(Si,Al)4O8 50-30 50-70 
*bytownita (Ca,Na)(Si,Al)4O8 30-10 70-90 
anortita CaAl2Si2O8 10-0 90-100 
 
 Esta divisão é unicamente de conveniência não apresentando 
nenhum significado estrutural, aparecendo denominações como 
oligoclásio cálcico, andesina sódica etc. 
 
 
Série dos feldspatos K (Na, Ba) ou feldspatos alcalinos 
 
ortoclásio - KAlSi3O8 
sanidina - (K,Na)(Si,Al)4O8 
hialofano - (K,Ba)Al(Si,Al)3O8 
celsiano - BaAl2Si2O8 
microlínio - KAlSi3O8 
anortoclásio - (Na,K)AlSi3O8 
rubiclina - (Rb,K)AlSi3O8 
 
 
42 
 
diferenças entre feldspatos-K e plagioclásios 
 
propriedades feldspatos-K plagioclásios 
hábito prismático tabular 
clivagem 1 perfeita + 1 boa a 90
o
 1 perfeita + 1 boa a ±90
o
 
fratura irregular irregular 
D 6 6 - 6,5 
d 2,55 2,63 - 2,76 
cor branco, róseo 
incolor, branco, 
acinzentado 
traço branco branco 
macla 
simples  são comuns 
Carlsbad, Manebach, Baveno, 
periclina 
múltiplas e estriadas 
Carlsbad e 
polissintética 
pertita presente ausente 
 
 
 
GRUPO DOS FELDSPATOIDES 
 
 silicatos insaturados em sílica e ricos em álcalis. Contêm 2/3 de 
sílica contida nos feldspatos; 
 não são encontrados em rochas que contêm quartzo. Ex.: sienito; 
 são aluminossilicatos de K, Na, Ca, Cl, S, CO3 e SO4, 
quimicamente, muito semelhantes aos feldspatos. 
43 
 
Grupo da leucita (107) 
 
leucita - KAlSi2O6 
 
Grupo da nefelina (6) 
 
nefelina - (Na,K)AlSiO4 [min. petrográfico] 
 
Grupo da sodalita (8) 
 
sodalita - Na8Al6Si6O24Cl2 
lazurita - Na3Ca(Al3Si3O12)S [lápis-lazúli: rocha] 
 
Grupo da cancrinita (16) 
 
cancrinita - (Na,Ca,)8(Al6Si6O24)(CO3,SO4)2 • 2H2O 
liottita - (Ca,Na,K)8(Si,Al)12O24[(SO4),(CO3),Cl,OH]4 • (H2O 
 
 
GRUPO DA ESCAPOLITA 
 
 escapolita  do grego skapos (haste) + lithos (pedra), pelo seu 
hábito prismático; 
 são minerais raros, geralmente aprecem em rochas carbonáticas 
(metamórficas). 
 
marialita - Na4Al3Si9O24Cl 
meionita - Ca4Al6Si6O24CO3 
silvialita - (Ca,Na)4Al6Si6O24(SO4,CO3) 
44 
 
GRUPO DAS ZEÓLITAS (89) 
 
 zeólita  do grego zeo (ferver) + lithos (pedra): a maioria das 
espécies funde-se rapidamente com intumescência pronunciada, 
uma vez que aparentam ferver em sua própria água; 
 são aluminossilicatos hidratados de metais alcalinos e alcalino-
terrosos; 
 a grande maioria são minerais secundários, quando primárias 
aparecem em cavidades de rochas ígneas básicas (basaltos). 
 
Analcima e espécies correlatas (5) 
 
≈ analcima - NaAlSi2O6 • (H2O) 
≈ polucita - (Cs,Na)2Al2Si4O12 • (H2O) 
 
Natrolita e espécies correlatas (10) 
 
natrolita - Na2[Al2Si3O10] • 2(H2O) 
escolecita - CaAl2Si3O10 • 3(H2O) 
 
Cabazita e espécies correlatas (9) 
 
Ca-cabazita - (Ca,Na2,K2,Mg)[Al2Si4O12] • 6(H2O) 
offretita - (K2,Ca,Mg)2,5Al5Si13O36 • 15(H2O) 
 
Heulandita e espécies correlatas (5) 
 
série da heulandita - (Ca,Na2)Al2Si7O18 • 6(H2O) 
série da estilbita - (Ca,Na)Al(Al,Si)Si2O8 
45 
 
SÉRIE DE BOWEN (1928) 
 
 
http://geo.browardcentralscience.org/bowens.html 
 
 
 
http://darkwing.uoregon.edu/~cashman/GEO311/311pages/L10-mafic%20rocks.htm 
 
46 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA 
 
Deer W.A., Howie R.A., Zussman J. 1981. Minerais constituintes das 
rochas - uma introdução. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian. 
559 pp. 
Ernst W.G. 1968. Minerais e rochas. São Paulo, Edgard Blücher. 162 pp. 
Frye K. 1974. Modern mineralogy. New Jersey, Prentice-Hall. 325 pp. 
Gaines R.V., Skinner H.C.W., Foor E.E., Mason B., Rosenzweig A. 
1997. Dana’s new mineralogy. 8. ed. New York, John Wiley & Sons. 
1819 pp. 
Klein C. & Hurlbut Jr. C.S. 1993. Manual of Mineralogy. 21. ed. New 
York, John Wiley & Sons. 681 pp. 
Schumann W. 1992. Gemas do Mundo. 7. ed. Rio de Janeiro, Ao Livro 
Técnico. 254 pp. 
 
 
47 
 
RESUMO DAS PRINCIPAIS PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MINERAIS 
 
hábitos agregados D d 
diafaneidade/ 
brilho 
cor / 
traço 
clivagem 
cúbico maciço 1 - talco não metálico transp - transl idiocromático 1 - pinacoidal 
rombododecaédrico granular 2 - gipsita b < 2,2 
pentadodecaédrico reticulado 2,5 - unha m 2,6 - 3,0 não metálico traço colorido 2 - prismática 
trapezoédrico lamelar 3 - calcita a > 3,5 adamantino 
tetraédrico dendrítico 4 - fluorita vítreo 3 - cúbica ou 
octaédrico estalactítico 5 - apatita submet - met resinoso alocromático romboédrica 
bipiramidal fibroso 5,5 - vidro ou estilete b < 3 sedoso 
romboédrico radial 6 - ortoclásio m  5 ceroso traço branco 4 - octaédrica 
escalenoédrico coloforme 7 - quartzo a > 7 gorduroso 
prismático drúsico 8 - topázio nacarado 6 - dodecaédrica 
capilar geodo 9 - coríndon terroso pseudocromático 
acicular coraloidal 10 - diamante 
tabular bandado opaco 
laminado concêntrico submetálico 
 oolítico metálico 
 pisolítico 
 amigdaloide 
 
 
 
 
48 
 
LABORATÓRIO DE MINERALOGIA 
 
Propriedades amostra 1 amostra 2 amostra 3 amostra 4 amostra 5 amostra 6 amostra 7 amostra 8 amostra 9 amostra 10 
cor 
cor do traço 
diafaneidade 
brilho 
hábito 
agregado 
clivagem 
fratura 
partição 
densidade 
dureza 
magnetismo 
reação à HCl 
macla 
prop. organoléptica 
classe mineral 
subclasse 
composição química 
espécie 
"variedade" 
49 
 
PROPRIEDADES ELÉTRICAS 
 
Condutibilidade elétrica (e térmica) dos cristais: 
 
 condutores - lig. metálica. 
Ex.: elementos nativos: Au, Ag, Pt, Cu; 
sulfetos: pirita (FeS2) 
 isolantes - maioria. Ex.: quartzo (SiO2), calcita (CaCO3). 
 
Indução de eletricidade em minerais por: 
temperatura  piroeletrecidade 
pressão  piezoeletrecidade 
 
pressões dirigidas  corrente alternada, e, inversamente, 
campo elétrico  deformação mecânica do cristal. 
 
emprego  placas de quartzo no controle de frequência de: 
 produção ou detecção de som (sonar); 
 recepção e transmissão de rádio; 
 relógios de quartzo; 
 ultrassonografia médica; 
 microbalanças, à base de cristal de quartzo, capaz de pesar 
massa de até 0,1 ng (nanograma) 1g = 1.000.000.000ng; 
 microfones; 
 produção de faísca em acendedores; 
 controles remotos para aparelhos eletrônicos; 
 detectores de ondas em radar ultrassensíveis e 
espectrofotômetros. 
 
50 
 
PROPRIEDADES MAGNÉTICAS 
 
campo magnético  os minerais podem ser magnetizados ou não 
 
caráter magnético: 
 
 Diamagnéticos: 
minerais que não se magnetizam num campo magnético. 
Ex.: quartzo (SiO2), fluorita (CaF2), halita (NaCl), ouro (Au). 
 
 Paramagnéticos: 
minerais fracamente atraído pelo imã, ficam magnetizados num 
campo magnético. 
Ex.: rutilo (TiO2), berilo (Be3Al2Si6O18), todos minerais com Fe; 
- granadas (Fe, Mg, Mn, Ca)2+3 (Al,Fe, Cr)3+2[SiO4]3; 
- olivina (Fe, Mg)2SiO4, etc. 
 
 ferro magnético: 
intensamente atraídos por um imã, podem ficar magnetizados 
permanentemente. 
Ex.: magnetita − [Fe2+Fe3+2O2-4 ou (Fe3O4)], 
pirrotita − [Fe1-xS; x = 0 - 0,17] 
 
emprego: 
 separação de minerais com eletroímã de campo magnético variável; 
 transportes trens ultra-rápidos que funcionam por levitação magnética; 
 ressonância magnética (paramagnetismo); 
 prospecção de jazidas com magnetômetro. 
 
51 
 
PROPRIEDADES DE SUPERFÍCIE 
 
molhabilidade: 
 
 liófilos ou hidrófilos: minerais facilmente molhados 
 
Ex.: quartzo (d = 2,65), granadas (d  3,06 - 4,20), 
diamante (d  3,5) de aluvião 
 
 liófobos ou hidrófobos: dificilmente são recobertos pela água 
 
Ex.: diamante (d  3,5) de kimberlitos, sulfetos 
 
FLOTAÇÃO: 
 
técnica para tratamento de minério (diferença de propriedades de 
superfície) 
 
emprego: 
 
separação do mineral-minério (sulfeto  liófobo) da ganga (quartzo, 
calcita etc.  liófilos) 
 
minério finamente moídos + água  polpa 
 
polpa + pequenas quantidades de agentes [coletor (adere aos liófobos) 
+ espumante] + ar  sulfetos são carreados na espuma e a ganga 
afunda 
52 
 
MÉTODOS DE DATAÇÃO 
 
GEOCRONOLOGIA (gr. gê - terra; khronos - tempo; logos - estudo) 
 
 DATAÇÃO RELATIVA 
 estabelece idades em termos meramente posicionais 
 
Baseia-se: 
a) Princípio da superposição; 
 
b) Biocronologia - fósseis índex - sucessão faunística. 
 
 DATAÇÃO ABSOLUTA 
 determina valores absolutos 
 
Radiometria: desintegração radioativa de um isótopo. Descoberto no 
fim do séc. XIX e, em 1911. Holmes desenvolveu o método U/Pb que é 
usado até hoje. 
 
a - Datação radiométrica por isótopos de meia-vida longa 
nuclídeos 
meia 
vida 
minerais ou rochas comumente datados 
40K/40Ar 1,3Ga muscovita, biotita, sanidina, rocha vulcânica total 
87Rb/87Sr 47Ga muscovita, biotita, microclínio, rocha metamórfica total 
238U/206Pb 4,51Ga zircão, monazita (idade de cristalização) 
235U/207Pb 713Ma zircão, monazita (idade de cristalização) 
147Sm/144Nd 106Ga granadas 
 
53 
 
Ex.: 10g U238  4,5Ga  5g;  4,5Ga  2,5g;  ... 
 
b - Datação pelo método do radiocarbono  14C (meia vida – 5730 anos) 
 
Outros métodos: 
 
 datação absoluta pela contagem de linhas ou anéis de 
crescimento: 
- bivalves e braquiópodas; 
- corais; 
- troncos de árvores (dendrocronologia). 
 varves = controle climático sazonal. 
 método de hidratação da obsidiana (1 a 50m). 
 
PROBLEMAS DE DATAÇÃO 
 
- recristalização / contaminação. 
- refossilização / faunas ou floras endêmicas / intromissão / homomorfia.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes