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Apostila direito previdenciario

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 1 
Apresentação ............................................................................................................................ 7 
Aula 1: Seguridade Social ....................................................................................................... 8 
Introdução ............................................................................................................................. 8 
Conteúdo ................................................................................................................................ 9 
Noções históricas .............................................................................................................. 9 
Conceito de seguridade social ...................................................................................... 12 
Os três ramos da seguridade social ............................................................................. 14 
Aprenda Mais ....................................................................................................................... 15 
Referências........................................................................................................................... 15 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 16 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 19 
Aula 2: Regime geral de previdência ................................................................................ 20 
Introdução ........................................................................................................................... 20 
Conteúdo .............................................................................................................................. 21 
Regime Previdenciário (conceito e benefícios essenciais) ...................................... 21 
Recapitulando ................................................................................................................... 21 
Existem hoje dois sistemas públicos de previdência ................................................ 22 
Regime Geral de Previdência Social ............................................................................. 22 
Regimes Próprios de Previdência Social ..................................................................... 23 
Espécies de aposentadoria no serviço público, no âmbito do Regime Próprio .. 31 
Aposentadoria por invalidez permanente .................................................................. 37 
A Relação Jurídica Previdenciária e os Sujeitos Protegidos .................................... 38 
Segurado obrigatório ...................................................................................................... 38 
Empregado (Artigo 11 I, Lei nº 8.213) ........................................................................... 39 
Empregado doméstico (Artigo 11 II, Lei nº 8.213) ..................................................... 41 
Contribuinte individual ................................................................................................... 41 
IV. Trabalhador avulso .................................................................................................... 42 
V. Segurado especial ....................................................................................................... 43 
Dependentes..................................................................................................................... 46 
Dependentes de cada uma das classes ....................................................................... 47 
Relação jurídica previdenciária ..................................................................................... 53 
Filiação ao regime geral de previdência social .......................................................... 54 
Carência: benefícios com e sem carência. ................................................................. 54 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 2 
Manutenção e perda da qualidade do segurado ....................................................... 55 
Os dependentes ............................................................................................................... 56 
Aprenda Mais ....................................................................................................................... 61 
Referências........................................................................................................................... 61 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 62 
Notas ........................................................................................................................................... 66 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 66 
Aula 3: Aposentadoria e desaposentação ....................................................................... 68 
Introdução ........................................................................................................................... 68 
Conteúdo .............................................................................................................................. 69 
Aposentadoria e direito à desaposentação ................................................................ 69 
Artigo 201, § 7º, da Constituição da República .......................................................... 69 
Irreversíveis e irrenunciáveis ......................................................................................... 70 
Exemplo ............................................................................................................................. 70 
Pecúlio ............................................................................................................................... 70 
Sistema previdenciário na sua globalidade ................................................................ 72 
Fator previdenciário ........................................................................................................ 73 
Derrogação ....................................................................................................................... 73 
Aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social ............................................. 74 
Desaposentação defendida pelo STJ ........................................................................... 75 
Informativo nº 535 .......................................................................................................... 78 
Despensão ......................................................................................................................... 79 
Caráter personalíssimo ................................................................................................... 80 
TRF da 4ª Região .............................................................................................................. 81 
Aposentadoria e vinculo de emprego ......................................................................... 82 
Congresso Nacional rejeita em 14/04/1994 a Medida Provisória 446 ................... 83 
Atividade proposta .......................................................................................................... 83 
Aprenda Mais ....................................................................................................................... 94 
Referências........................................................................................................................... 95 
Exercícios de fixação .........................................................................................................96 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 99 
Aula 4: Aposentadoria por tempo de contribuição .................................................... 101 
Introdução ......................................................................................................................... 101 
Atividade proposta ........................................................................................................ 102 
Aposentadoria por tempo de contribuição .............................................................. 106 
Qualidade de segurado - Lei nº 10.666, de 2003 .................................................... 107 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 3 
Artigo 18, da Lei nº 8.213 .............................................................................................. 109 
Para o professor ............................................................................................................. 111 
Renda Mensal Inicial- RMI ............................................................................................ 111 
Salário de benefício ....................................................................................................... 112 
Fator previdenciário ...................................................................................................... 114 
Tempo de contribuição para fins previdenciários .................................................. 118 
Prova material ................................................................................................................ 119 
Aposentadoria e certidão de tempo de serviço como aluno-aprendiz .............. 121 
Contagem recíproca do tempo de contribuição .................................................... 122 
Justificação administrativa .......................................................................................... 123 
Cabimento da ação declaratória para reconhecimento de tempo de 
contribuição .................................................................................................................... 123 
Referências......................................................................................................................... 124 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 125 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 127 
Aula 5: Aposentadorias especiais .................................................................................... 128 
Introdução ......................................................................................................................... 128 
Conteúdo ............................................................................................................................ 129 
Aposentadorias diferenciadas ..................................................................................... 129 
Aposentadoria especial, mais informações .............................................................. 130 
Reconhecimento do tempo especial ......................................................................... 131 
Lei nº 9.528/97 ................................................................................................................ 133 
Aposentadoria constitucional diferenciada do professor ...................................... 139 
Professores ...................................................................................................................... 141 
Ato normativo ................................................................................................................ 141 
Aposentadoria da pessoa com deficiência ............................................................... 142 
O Decreto 3.048 ............................................................................................................. 144 
Por tempo de contribuição .......................................................................................... 145 
Aposentadoria por idade da pessoa com deficiência ............................................. 145 
Aposentadoria por idade .............................................................................................. 148 
Aposentadoria por idade urbana ................................................................................ 148 
Qualidade de segurado ................................................................................................ 149 
Aposentadoria por idade rural .................................................................................... 149 
Mais informações sobre aposentadoria por idade rural ........................................ 150 
Aposentadoria por invalidez - requisitos necessários ............................................ 152 
Aposentadoria por invalidez ........................................................................................ 152 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 4 
Auxílio-doença ............................................................................................................... 155 
Auxílio-doença - Mais informações ........................................................................... 159 
Atividade proposta ........................................................................................................ 162 
Referências......................................................................................................................... 162 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 164 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 168 
Aula 6: Pensão por morte e benefícios .......................................................................... 170 
Introdução ......................................................................................................................... 170 
Conteúdo ............................................................................................................................ 171 
Pensão por morte .......................................................................................................... 171 
Correntes, visão de alguns pensadores ..................................................................... 172 
Óbito ................................................................................................................................ 174 
Quanto à prova de ser dependente ........................................................................... 175 
Cônjuge divorciado ou separado ............................................................................... 176 
Se o dependente for incapaz ....................................................................................... 180 
Renda Mensal Inicial (RMI) ........................................................................................... 180 
Legislação ........................................................................................................................ 181 
STJ .................................................................................................................................... 184 
Auxílio-reclusão ............................................................................................................. 185 
Salário-família ................................................................................................................. 186 
Salário-família - renda mensal .................................................................................... 187 
Salário-maternidade ......................................................................................................188 
Salário-maternidade - mais informações ................................................................. 190 
Renda mensal do benefício ......................................................................................... 194 
Empregos concomitantes ou de atividade simultânea .......................................... 194 
Renda mensal do benefício - mais informações ..................................................... 196 
Atividade proposta ........................................................................................................ 196 
Referências......................................................................................................................... 197 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 199 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 203 
Aula 7: Custeio da seguridade social .............................................................................. 205 
Introdução ......................................................................................................................... 205 
Conteúdo ............................................................................................................................ 206 
Sistemas de custeio ....................................................................................................... 206 
Sistemas de custeio ....................................................................................................... 207 
Regra importante ........................................................................................................... 208 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 5 
Tripartite .......................................................................................................................... 209 
Natureza jurídica ............................................................................................................ 212 
Contribuições sociais destinadas à Previdência Social .......................................... 214 
Lei nº 8.212/91 ................................................................................................................ 215 
Cota patronal previdenciária da empresa ................................................................. 220 
Prazo para recolhimento .............................................................................................. 220 
Adicional das instituições financeiras ........................................................................ 222 
Cooperativas de trabalho ............................................................................................. 223 
Empregador doméstico ................................................................................................ 224 
Contribuição dos trabalhadores e incidentes sobre seu salário-de-contribuição
 ........................................................................................................................................... 224 
Empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico .................................... 225 
Incidência das alíquotas ............................................................................................... 225 
O empregador é diretamente responsável ............................................................... 227 
Parte da jurisprudência ................................................................................................. 228 
Contribuinte individual e segurado facultativo ....................................................... 228 
Segurado especial .......................................................................................................... 229 
Atividade proposta ........................................................................................................ 231 
Referências......................................................................................................................... 231 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 232 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 235 
Aula 8: Acidente de trabalho ............................................................................................ 236 
Introdução ......................................................................................................................... 236 
Conteúdo ............................................................................................................................ 237 
Atividade proposta ........................................................................................................ 237 
Acidente de trabalho – conceito ................................................................................ 238 
Caracterização do acidente de trabalho ................................................................... 239 
Doenças profissionais e do trabalho .......................................................................... 240 
Artigo 20 .......................................................................................................................... 241 
Nexo causal e concausalidade .................................................................................... 242 
Perícia médica do INSS ................................................................................................. 242 
Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário ......................................................... 243 
Comunicação da empresa ........................................................................................... 244 
Lei nº 8.213 ...................................................................................................................... 245 
CAT ................................................................................................................................... 246 
Acidente de trabalho ..................................................................................................... 247 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 6 
Auxílio-doença Acidentário (B-91) ............................................................................. 249 
Cessação do benefício .................................................................................................. 251 
Auxílio-acidente (B-94) ................................................................................................. 252 
Regra importante ........................................................................................................... 253 
Artigo 86 da Lei nº 8.213/1991 ..................................................................................... 254 
Requisitos de concessão .............................................................................................. 255 
Suspensão e cessação do benefício ........................................................................... 255 
Atividade proposta ........................................................................................................ 256 
Aprenda Mais ..................................................................................................................... 258 
Referências......................................................................................................................... 258 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 259 
Notas ......................................................................................................................................... 261 
Chaves de resposta ...................................................................................................................261 
Conteudista ........................................................................................................................... 263 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 7 
Nesta disciplina, analisaremos a legislação sobre o Regime Geral de Previdência 
Social, bem como os elementos dos Regimes Próprios dos servidores públicos, 
sob um filtro constitucional. 
 
Discutiremos as decisões recentes da jurisprudência dos tribunais superiores e 
resolveremos casos práticos enfrentados pelos profissionais do Direito no dia a 
dia. 
 
Sendo assim, essa disciplina tem como objetivos: 
1. Apontar as principais categorias jurídicas do Direito Previdenciário; 
2. Resolver casos práticos; 
3. Analisar a legislação, doutrina e jurisprudência sobre a matéria; 
4. Construir uma visão crítica acerca dos principais problemas enfrentados 
pela Previdência Social. 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 8 
 
 
Introdução 
A Pós-Graduação da Estácio tem galgado posição de destaque, para o que tem 
sido fundamental a peculiaridade de manter parceria com Harvard Business 
School, uma das mais prestigiadas universidades do mundo, o que resulta em 
incalculáveis benefícios ao corpo discente em um ambiente cada vez mais 
globalizado. 
 
A metodologia a ser empregada, aulas expositivas e participativas, a partir 
daquela proposta pela Harvard, considera as características locais, condições 
institucionais existentes e possibilidade de adequação à matéria exposta, ao 
mesmo tempo em que incentiva o aluno a interagir, criar estratégias e 
aprimorar seus conhecimentos. 
 
O case da aula de hoje consiste na análise da possibilidade ou não de 
concessão de benefício assistencial a estrangeiros domiciliados no Brasil. 
 
Objetivos: 
1. Analisar os aspectos: histórico, conceitual e principiológico da seguridade 
social. E seus ramos: saúde, assistência social e previdência social; 
2. Conhecer o benefício assistencial. (Lei nº 8742/93 – Lei Orgânica de 
Assistência Social – LOAS). 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 9 
Conteúdo 
 
Noções históricas 
A humanidade tem uma preocupação constante com os infortúnios da vida, 
desde os tempos remotos o homem procura reduzir os efeitos das adversidades 
com as quais se depara, como fome, doenças, velhice, dentre outras. O que 
pode ser visto como algo inerente ao instinto de sobrevivência, a exemplo do 
que ocorre com os outros animais, que guardam alimentos para épocas de 
escassez. 
 
No passado as pessoas viviam em aglomerados familiares, sendo os cuidados 
dos idosos e incapacitados incumbência dos mais jovens em condições de 
trabalhar. Assim, a ideia de proteção social tem origem na família. 
 
Mas, em razão de nem todas as pessoas serem agraciadas com essa proteção 
familiar, que, em muitos casos, também se apresentava precária, surgiu o 
auxílio externo e voluntário de terceiros, prática esta muito incentivada pela 
igreja. 
 
Tinha-se incentivo à caridade e a pobreza era tratada como algo benefício, pois 
se traduzia em desapego as coisas materiais e, por conseguinte, em posterior 
acolhimento no reino do céu. A indigência, por sua vez, era vista como uma 
punição divina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 10 
 
Atenção 
 No estudo da proteção social sem intervenção do Estado pode-se 
mencionar, ainda, os primeiros grupos de mútuo, em que 
determinadas pessoas se cotizavam de valor certo para o resguardo 
de todos. Esses grupos de mútuo representaram um prenúncio do 
que temos, hoje, como sistemas complementares de previdência 
privada. 
 
Os primeiros seguros marítimos também são utilizados como 
referência para a evolução da proteção social, ainda que o que se 
priorizasse fosse resguardar a carga e não as pessoas envolvidas. 
 
Há registro também de indícios de seguros coletivos no Império 
Romano, para proteção de seus participantes e alguma preocupação 
com os necessitados já que o Estado concedia licença para 
mendicância àqueles impossibilitados de trabalhar. 
 
Somente no séc. XVII, com a edição da lei dos pobres (poor Laws) 
na Inglaterra e Gales, o Estado assumiu alguma responsabilidade 
para com o social, até chegar a um sistema estatal securitário. 
 
A Revolução Industrial foi muito importante para o surgimento da 
proteção social, porque se tinha uma sociedade industrial com a 
classe operaria sendo dizimada por acidentes de trabalho, 
vulnerabilidade da mão de obra infantil, alcoolismo, dentre outras 
coisas. Isso associado a um grande processo de migração do 
homem do campo para as cidades, sem, contudo, demanda para 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 11 
absorver toda essa mão de obra. 
 
Essa realidade demonstrou a necessidade da participação do Estado 
por meio de instrumentos legais de correção, daí termos 
passado de um estado mínimo para o denominado “Estado do 
tamanho certo”, capaz de atender demandas sociais além das 
elementares, em especial na área social. Tais conceitos sociais-
democratas resultaram na construção do “Estado do Bem-Estar 
Social”, que visa atender outras demandas sociais como a 
previdência social, verdadeiro direito de segunda dimensão. 
 
No Brasil, a Constituição de 1891, isto é, a Constituição Imperial, 
foi pioneira no emprego da expressão "aposentadoria", ao 
prever, em seu artigo 75, que “A aposentadoria só poderá ser 
dada aos funcionarios públicos em caso de invalidez no serviço da 
Nação”. Disponível em: 
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1824-
1899/constituicao-35081-24-fevereiro-1891-532699-
publicacaooriginal -15017-pl.html> 
 
Regulando as obrigações resultantes dos acidentes no trabalho, em 
1919, tivemos o Decreto Legislativo nº 3.724, que instituiu, caso 
houvesse um infortúnio no trabalho, uma indenização a ser paga 
pelos empregadores ao estabelecer, 
 
Art. 2º O acidente, nas condições do artigo anterior, quando ocorrido 
pelo facto do trabalho ou durante este, obriga o patrão a pagar uma 
indenização ao operário ou à sua família. Exceptuados apenas os 
casos de força maior ou dolo da própria vítima ou de 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 12 
estranhos. Disponível em: 
<http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/23/1919/3724.htm> 
 
Mas, como marco da previdência social, temos o Decreto Legislativo 
nº 4.682, de 24.01.1923 (Lei Eloy Chaves), através do qual 
foram criadas as caixas de aposentadoria e pensões, em cada 
uma das empresas de estradas de ferro existentes, mediante 
contribuição dos trabalhadores, das empresas do ramo e do 
Estado, assegurando aposentadoria aos trabalhadores e pensão a 
seus dependentes em caso de morte do segurado. 
 
Muitas foram as previsões a respeito, nas demais constituições, 
notadamente, na Constituição de 1934, que disciplinou a forma de 
custeio dos institutos (ente público, empregado e empregador); a 
competência do Poder Legislativo para instituir normas de 
aposentadoria e proteção social ao trabalhador e à gestante. 
Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/9311/seguridade-
social#ixzz3XgQwOm1I>. 
 
A Constituição Federal vigente, alcunhada por Wlysses Guimarães de 
“Constituição cidadã”, prevê um “Estado do Bem Estar-Social” e a 
seguridade social como grau máximo da proteção social, alcançando 
também a assistência social e a saúde. 
 
Conceito de seguridade social 
 
Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, “a ordem 
social tem como base o primado do trabalho e como objetivo o bem-estare a 
justiça social” (art. 193). E a seguridade social abrange medidas de iniciativa 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 13 
dos Poderes Públicos e da sociedade, com o fim de garantir direitos inerentes à 
saúde, à previdência social e à assistência social (art. 194). 
 
“Artigo 6º – São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição.” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64 de 2010). 
 
A seguridade social, como direito social, traduz-se num conjunto de ações de 
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência social e à assistência social. Este 
conceito está insculpido no Artigo 194 da CFRB: 
 
“Artigo 194 – A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. 
 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos dentre os direitos 
fundamentais da pessoa humana, preceitua a proteção previdenciária: 
 
Artigo XXV 
Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a 
sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, 
cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em 
caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de 
perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 
(DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - DUDH 
<http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/dudh.pdf> Acesso em: 
05 Ago 2015. 
 
Organização Internacional do Trabalho - OIT, na Convenção 102, de 
1952 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 14 
Com a mesma finalidade de tutela de direitos, a Organização Internacional 
do Trabalho - OIT, na Convenção 102, de 1952, a qual foi ratificada pelo 
Estado brasileiro em 15/06/2009, por meio do Decreto-Legislativo nº269/08, 
prevê a seguridade social como, a proteção que a sociedade oferece aos 
seus membros mediante uma série de medidas públicas contra as 
privações econômicas e sociais que, de outra forma, derivam do 
desaparecimento ou em forte redução de sua subsistência, como consequência 
de enfermidade, maternidade, acidente de trabalho ou enfermidade 
profissional, desemprego, invalidez, velhice e também a proteção em forma de 
assistência médica e ajuda às famílias com filhos. (ARAÚJO, Francisco Carlos da 
Silva. Seguridade social. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 
1272, 25 dez. 2006. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/9311> Acesso 
em: 19 ago 2015. 
 
Segundo a doutrina, a seguridade social pode ser conceituada como a rede 
protetiva formada pelo Estado e por particulares, com contribuição de todos, 
incluindo parte dos beneficiários dos direitos, no sentido de estabelecer ações 
para o sustento de pessoas carentes, trabalhadores em geral e seus 
dependentes, providenciando a manutenção de um padrão mínimo de vida 
digna. (Ibrahim, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário, 20º Ed. Rio de 
Janeiro:Impetus, 2015). 
 
Os três ramos da seguridade social 
 
A seguridade social é um gênero composto por três ramos: saúde, 
previdência social e assistência social. 
 
Segundo Fábio Zambitte, a seguridade social pode ser conceituada como a 
rede protetiva formada pelo Estado e por particulares, com contribuição 
de todos, incluindo parte dos beneficiários dos direitos, no sentido de 
estabelecer ações para o sustento de pessoas carentes e trabalhadores em 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 15 
geral e seus dependentes, providenciando a manutenção de um padrão mínimo 
de vida digna. 
 
 
 
 
 
 
Aprenda Mais 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre INSS, autarquia federal especializada na matéria previdenciária, 
leia a Reclamação 4.374 Pernambuco de 18 de abril de 2013, disponível em nossa 
biblioteca virtual. 
 
 
 
 
Referências 
IBRAHIM, Zambitte Fábio. Curso de Direito Previdenciário. Niterói: 
Impetus, 2015. 
TAVARES, Marcelo Leonardo. Previdência e assistência social: Legitimação 
e fundamentação constitucional brasileira. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. 
Martinez, Wladimir Novaes. Curso de Direito Previdenciário, São Paulo, Ed. 
Ltr 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 16 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Igor, portador de alienação mental, acarretando impedimento de longo prazo, 
ajuíza ação em face do INSS pleiteando a concessão de benefício assistencial 
com base no Artigo 20, II, da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Alega 
que mora com sua mãe, desempregada, e seu pai, já idoso, que recebe 
aposentadoria do INSS no valor de um salário mínimo, porém, tal valor é 
insuficiente para seu pai arcar com despesas de remédios e da manutenção da 
família. Para fins de concessão do benefício de prestação continuada LOAS, 
assinale a alternativa correta. 
a) Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de 
deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do 
salário mínimo. Esse critério, de acordo com entendimento recente do STF, não 
é absoluto, podendo ser conjugado com outros fatores indicativos do estado de 
miserabilidade do indivíduo e de sua família. 
b) Igor, além de ser incapaz, precisa comprovar a idade mínima de 65 anos para 
fazer jus ao benefício assistencial LOAS. 
c) O requisito da miserabilidade não pode ser comprovado por exclusivamente 
prova testemunhal. 
 
Questão 2 
Américo está tetraplégico, exigindo cuidados permanentes da mulher. Seus dois 
filhos, maiores de idade, moram com eles, trabalham na cidade, e cada um 
ganha um salário mínimo mensal. Nessa situação, por estar incapacitado para o 
trabalho, Américo procura seu advogado para saber se tem direito a receber o 
benefício de prestação continuada previsto na LOAS. Marque a opção correta. 
a) Américo tem direito a receber LOAS por ser a incapacidade para o trabalho 
requisito único para concessão do benefício assistencial. 
b) A renda de seus filhos maiores deve ser excluída do conceito de renda familiar 
por expressa disposição legal. 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 17 
c) Américo não tem direito ao benefício assistencial LOAS, porque precisa recolher 
contribuições sociais, já que a assistência social depende de contribuição direta 
do beneficiário. 
d) Américo, ainda que tetraplégico, deve comprovar que possui impedimento de 
longo prazo a fim de cumprir o requisito subjetivo. 
 
Questão 3 
Jurema, idosa, ex-exposa de Jorge, ao saber do óbito deste, procura um 
escritório de advocacia para saber sobre a possibilidade de buscar, junto ao 
INSS, pensão por morte. Na consulta, é informada que é beneficiária do LOAS e 
recebe valor de um salário mínimo. Marque a opção correta. 
a) Não há possibilidade de ser concedida pensão por morte à Jurema, haja vista 
existir regra vedando a acumulação na percepção de LOAS com pensão por 
morte. 
b) Há possibilidade de receber conjuntamente LOAS e pensão por morte, pois 
ambos têm natureza jurídica diversa. 
c) Sendo o LOAS benefício pago a qualquer idoso, conforme Estatuto do Idoso, 
não há impedimento para a percepção da pensão por morte. 
 
Questão 4 
Jorge, menor impúbere e portador de Síndrome de Down, necessita de 
cuidados constantes de sua mãe, que não trabalha para cuidar do menino. Seu 
pai, João, trabalha como pedreiro e aufere a renda bruta de R$ 642,88, valor 
este que, com os descontos de contribuição previdenciáriae sindical, decresce 
para R$ 572,81. Os três moram num imóvel não próprio, sendo que João 
custeia despesas fixas de aluguel (contrato de locação), suprimento de água e 
energia elétrica, além das despesas com o sustento da esposa e do filho, 
ressaltando que este se submete a um tratamento especial em razão da doença 
de que é portador. Marque a opção correta. 
a) A realidade do núcleo familiar do requerente permite que se conclua pelo 
atendimento do requisito da hipossuficiência financeira, haja vista que se trata 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 18 
de família de 03 (três) pessoas, em que somente o cônjuge varão exerce 
atividade laborativa, havendo presunção absoluta de miserabilidade. 
b) A renda familiar per capita de até ¼ do salário mínimo gera presunção absoluta 
de miserabilidade, sendo critério absoluto, de forma que a renda superior a 
esse patamar afasta o direito ao benefício. 
c) A despeito de o núcleo familiar não se encontrar na linha de extrema pobreza, 
os sinais de condições socioeconômicas do requerente afiguram-se insuficientes 
para afastar a presunção de risco social (estado de miserabilidade, 
hipossuficiência econômica ou situação de desamparo) delineada pelo 
legislador. 
 
Questão 5 
Juanita recebe benefício assistencial por ser idosa e miserável. No segundo 
semestre de 2013, conhece Mário e com ele se casa no dia 02/01/2014. Em lua 
de mel, proporcionada por amigos de Mário, Juanita sofre um acidente e vem a 
falecer. Juanita deixou dois filhos maiores de pai desconhecido. Marque a 
alternativa correta. 
a) O benefício de Juanita se transmite a Mário pela inexistência de filhos menores. 
b) O benefício de Juanita é intransferível. 
c) O benefício de Juanita é intransferível, porque não foi realizado testamento. 
d) O benefício de Juanita é transferível somente para os filhos, 
independentemente da idade. 
 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 19 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
Justificativa: STF, Reclamação nº 4.374-PE. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: Artigo 20, caput, e Artigo 2º da Lei nº 8.742. 
 
Questão 3 - A 
Justificativa: Artigo 20, § 4º, da Lei nº 8.742 – O benefício de que trata este 
artigo não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito 
da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e 
da pensão especial de natureza indenizatória. (Redação dada pela Lei nº 
12.435, de 2011). 
 
Questão 4 - C 
Justificativa: TRF2 – 201302010002159 - PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL 
CIVIL. RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL – LOAS. MENOR 
IMPÚBERE COM SÍNDROME DE DOWN QUE NECESSITA DE CUIDADOS 
CONSTANTES. INCONTROVÉRSIA EM RELAÇÃO À INCAPACIDADE. CONDIÇÕES 
SOCIOECONÔMICAS DO NÚCLEO FAMILIAR QUE CONFIRMAM A NECESSIDADE 
DO BENEFÍCIO. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: Conforme Artigo 48, II, do Decreto nº 6.214, de 2007, o 
pagamento do benefício cessa em caso de morte do beneficiário. 
 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 20 
 
Introdução 
Hoje é a nossa segunda aula! O Direito Previdenciário é uma matéria 
interessante e vocês perceberão, no decorrer do curso, que é muito importante 
conhecermos tal disciplina, pois em muitas relações jurídicas do dia a dia 
precisaremos do Direito Previdenciário! 
 
- Regime Geral de Previdência Social - RGPS (Lei 8.212/91, Lei 8.213/91 e 
Decretos Regulamentadores); 
- Regime Próprio de Previdência de Servidores Públicos – RPPS ( metodologia 
de Harvard, estudo de caso: ADI 5316, Min. Luiz Fux); 
- A Relação Jurídica Previdenciária e os sujeitos protegidos, no RGPS; 
- Filiação ao Regime Geral de Previdência Social. 
 
Objetivo: 
Identificar os sujeitos protegidos na relação jurídica previdenciária do regime 
geral de previdência social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 21 
 
Conteúdo 
 
Regime Previdenciário (conceito e benefícios essenciais) 
Regime previdenciário é aquele que abarca, mediante normas disciplinadoras 
da relação jurídica previdenciária, uma coletividade de indivíduos que têm 
vinculação entre si, em virtude da relação de trabalho ou da categoria 
profissional a que está submetida. 
 
Garantindo a esta coletividade, no mínimo, os benefícios essencialmente 
observados em todo o sistema de seguro social – aposentadoria e pensão 
por falecimento do segurado. 
 
Recapitulando 
No conceito, vimos que são benefícios essenciais a aposentadoria e a pensão 
por morte. Por quê? Vamos voltar ao que foi dito na aula passada sobre os 
princípios. Vimos que o Estado deve garantir o mínimo existencial por conta 
do postulado da dignidade da pessoa humana, que é um dos fundamentos da 
República Federativa do Brasil (CF, Artigo 1º, III). 
 
E por conta da dignidade da pessoa humana, que pressupõe consideração pela 
vida e pela integridade do ser humano, o Estado deve garantir condições 
básicas para uma existência na qual se possa exercer a liberdade e 
receber respeito como pessoa dotada de razão. Portanto, cabe ao Estado 
criar mecanismos de proteção do homem. 
 
Qual seria então a configuração mínima de previdência suficiente para garantir 
a dignidade humana? O que seria previdência como direito fundamental? 
Para a maioria da doutrina, previdência social, como direito social fundamental, 
deve ter uma configuração mínima de garantia da dignidade da pessoa 
humana, devendo oferecer dois benefícios essenciais: a aposentadoria ao 
segurado e a pensão por morte dependente do segurado falecido. 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 22 
 
Assegurada essa configuração mínima (mínimo existencial), da qual o Estado 
não pode se furtar, a proteção perde o caráter de fundamentalidade e passa a 
ser merecedora de proteção na medida das possibilidades orçamentárias do 
Estado. 
 
Existem hoje dois sistemas públicos de previdência 
Existem hoje dois sistemas públicos de previdência, veja quais são estes 
sistemas: 
 
Regime próprio: destinado aos servidores com vínculo efetivo com a 
Administração e mantido pelas entidades federativas (União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios), intitulado de regime próprio de previdência social; 
 
Regime Geral de Previdência Social: instituído em benefício dos 
trabalhadores da iniciativa privada, gerido por uma autarquia federal - o 
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), denominado Regime Geral de 
Previdência Social. 
 
Ambos caracterizam-se por serem administrados pelo Estado, pela natureza 
institucional do vínculo mantido com os segurados, pela obrigatoriedade de 
filiação e pelo custeio obtido mediante cobrança de contribuições sociais. 
 
Regime Geral de Previdência Social 
 
Artigo 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, 
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, 
à: 
I. Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
II. Proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
III. Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 23 
IV. Salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de 
baixa renda; 
V. Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou 
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2o. 
 
O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) é um seguro social público gerido 
pelo INSS, autarquia federal responsável pela concessão de serviços e 
benefícios do RGPS. 
 
O RGPS que abrange obrigatoriamente todos os trabalhadores da iniciativa 
privada, ou seja: trabalhadoresque possuem relação de emprego regida pela 
CLT, pela Lei nº 5.889/73 (empregados rurais) e pela Lei nº 5.859/72 
(empregados domésticos); os trabalhadores autônomos, eventuais ou não; os 
empresários, titulares de firma individual ou sócios gestores e prestadores de 
serviços; trabalhadores avulsos; pequenos produtores rurais e pescadores 
artesanais trabalhando em regime de economia familiar. 
 
O RGPS é regido pela Lei nº 8.213/91, sendo de filiação compulsória e 
automática para os segurados obrigatórios, permitindo ainda que pessoas que 
não estejam enquadradas como obrigatórios e não tenham regime próprio de 
previdência se inscrevam como segurados facultativos, passando também a 
serem filiados ao RGPS. É o único regime previdenciário compulsório brasileiro 
que permite a adesão de segurados facultativos, em obediência ao princípio da 
universalidade do atendimento (Artigo 194, I). 
 
Regimes Próprios de Previdência Social 
Artigo 40, caput, da CF, estabelece que para os agentes públicos titulares de 
cargos efetivos, bem como para os ocupantes de cargos vitalícios (magistrados, 
membros do MP e Tribunal de Contas) deve haver Regimes Previdenciários 
Próprios. Portanto, há um estatuto próprio dispondo sobre direitos 
previdenciários e regras de participação no custeio do regime diferenciado. 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 24 
Artigo 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é 
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante 
contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial e o disposto neste artigo. 
 
No que tange aos Regimes Próprios de Previdência Social, os sujeitos 
protegidos nesta relação jurídica são os agentes públicos ocupantes de cargos 
efetivos e vitalícios, sendo que as regras de aposentadoria sempre foram 
diferenciadas dos trabalhadores de iniciativa privada, sendo traços marcantes 
até a reforma constitucional: 
 
Fixação de base de cálculo da aposentadoria com base na última remuneração 
(integralidade), e não uma média de remunerações auferidas como no RGPS; 
 
Regra de paridade em que se estabelecia o reajuste dos proventos de 
aposentadoria e pensões no mesmo índice e na mesma data em que fossem 
reajustados os servidores públicos na atividade. 
 
O Artigo 40, caput, estabeleceu que para os agentes públicos ocupantes de 
cargos efetivos, bem como para os ocupantes de cargos vitalícios (magistrados, 
membros do MP e Tribunal de Contas) deve haver Regimes 
Previdenciários Próprios. Portanto, há um estatuto próprio dispondo sobre 
direitos previdenciários e regras de participação no custeio do regime 
diferenciado. (A aposentadoria do servidor, ao contrario do que ocorre na 
iniciativa privada, ROMPE a relação laborativa entre o servidor publico e o ente 
da federação, pois a aposentadoria é caso de vacância do cargo publico (lei 
8112, art. 33, VII)). Com a reforma, Os servidores que tiverem preenchido os 
requisitos para aposentadoria sob as regras anteriores à aprovação da reforma 
continuarão a ter os proventos calculados com base na última remuneração 
recebida em atividade (integralidade). E as aposentadorias e pensões assim 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 25 
garantidas serão reajustadas na mesma época e pelos mesmos índices 
aplicados às remunerações dos funcionários ativos (paridade). A matéria foi 
regulamentada pela Lei 10.887, de 18.06-2004, no art. 1º: 
 § 1o As remunerações consideradas no cálculo do valor inicial dos proventos 
terão os seus valores atualizados mês a mês de acordo com a variação integral 
do índice fixado para a atualização dos salários-de-contribuição considerados no 
cálculo dos benefícios do regime geral de previdência social. 
 § 2o A base de cálculo dos proventos será a remuneração do servidor no cargo 
efetivo nas competências a partir de julho de 1994 em que não tenha havido 
contribuição para regime próprio. 
 § 3o Os valores das remunerações a serem utilizadas no cálculo de que trata 
este artigo serão comprovados mediante documento fornecido pelos órgãos e 
entidades gestoras dos regimes de previdência aos quais o servidor esteve 
vinculado ou por outro documento público, na forma do regulamento. 
§ 4o Para os fins deste artigo, as remunerações consideradas no cálculo da 
aposentadoria, atualizadas na forma do § 1o deste artigo, não poderão ser: 
I. Inferiores ao valor do salário-mínimo; 
II. Superiores ao limite máximo do salário-de-contribuição, quanto aos 
meses em que o servidor esteve vinculado ao regime geral de previdência 
social. 
 § 5o Os proventos, calculados de acordo com o caput deste artigo, por ocasião 
de sua concessão, não poderão ser inferiores ao valor do salário-mínimo nem 
exceder a remuneração do respectivo servidor no cargo efetivo em que se deu 
a aposentadoria. Portanto, também no tocante ao valor da aposentadoria, as 
regras da EC. 41, de 2003, limitam o seu valor máximo à remuneração do cargo 
efetivo do próprio servidor requerente (art. 40 § 2º). 
 
Regras importantes 
Se o servidor público ocupante de cargo efetivo (procurador federal) exerce 
atividade paralelamente na iniciativa privada (professor da Estácio), sujeita-se à 
filiação em dois regimes de previdência social, pois há filiação obrigatória em 
relação a cada uma das atividades desempenhadas. 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 26 
 
Artigo 201. § 5o. É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na 
qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de 
previdência. 
 
Por fim, vamos trazer uma inovação da EC. 41 em relação ao regime 
previdenciário próprio do servidor público, que foi palco de muitas polêmicas, 
culminando em ADI no STF: 
 
Obrigatoriedade de contribuição previdenciária tanto para os servidores na ativa 
quanto para uma parte de inativos, haja vista que o regime próprio tem caráter 
contributivo e solidário. 
 
Vamos ilustrar o tema com uma história bem conhecida: Quando um 
servidor público federal se aposenta, ele sempre terá em seus proventos 
desconto proveniente de recolhimento de contribuição previdenciária? 
 
Tudo vai depender do momento em que houve a cobrança. 
Portanto, a resposta mais correta é aquela que aborda a evolução da legislação 
sobre o assunto, haja vista que a questão não traz a época em que foram 
efetuados os descontos previdenciários no contracheque do servidor 
aposentado. 
E, nesse ponto, é fundamental saber o princípio da solidariedade como 
fundamento de ordem constitucional em nosso ordenamento jurídico com a 
publicação da EC. 41/2003. 
 
Artigo 1º da Lei nº 9.783, de 28 de janeiro de 1999 
Primeiramente, devemos trazer à baila o disposto no Artigo 1º, da Lei nº 9.783, 
de 28 de janeiro de 1999, em sua redação original: 
 
Artigo 1º. A contribuição social do servidor público civil, ativo e inativo, e dos 
pensionistas dos três poderes da União, para a manutenção do regime de 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 27 
previdência social dos seus servidores, será de onze por cento, incidente sobre 
a totalidade da remuneração de contribuição, do provento ou da pensão. 
 
O STF, diante da existência de efetiva controvérsia judicial em torno da 
legitimidade constitucional de determinada lei ou ato normativo federal, se 
pronunciou em ADC 8, no sentido de que a Lei nº 9.783/99 (Artigo 1º), ao 
dispor sobre a contribuição de seguridade social relativamente a pensionistas e 
a servidores inativos da União, regulou, indevidamente, matérianão autorizada 
pelo texto da Carta Política, eis que, não obstante as substanciais modificações 
introduzidas pela EC 20/98 no regime de previdência dos servidores públicos, o 
Congresso Nacional absteve-se, conscientemente, no contexto da reforma do 
modelo previdenciário, de fixar a necessária matriz constitucional, cuja 
instituição se revelava indispensável para legitimar, em bases válidas, a criação 
e a incidência dessa exação tributária sobre o valor das aposentadorias e das 
pensões. 
 
O regime de previdência de caráter contributivo, a que se refere o Artigo 40, 
caput, da Constituição, na redação dada pela EC 20/98, foi instituído, 
unicamente, em relação "Aos servidores titulares de cargos efetivos...", 
inexistindo, desse modo, qualquer possibilidade jurídico-constitucional de se 
atribuir, a inativos e a pensionistas da União, a condição de contribuintes da 
exação prevista na Lei nº 9.783/99. 
Interpretação do Artigo 40, §§ 8º e 12, c/c o Artigo 195, II, da Constituição, 
todos com a redação que lhes deu a EC 20/98. 
 
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é 
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante 
contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial e o disposto neste artigo. 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 28 
Surgiu então a matriz constitucional dando respaldo para que a legislação 
ordinária instituísse a contribuição previdenciária sobre inativos e pensionistas. 
Só que como já analisamos, o art. 1º da lei 9.783 já continha vicio de origem. 
E aí veio a lei 10.887, de 2004 trazendo o respaldo legal para a cobrança, 
porém obedecendo ao previsto no art. 40, § 12 da CF (Ao regime de 
previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que 
couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência 
social), institui a contribuição previdenciária sobre o valor da parcela dos 
proventos de aposentadorias e pensões que supere o limite máximo (teto) 
imposto pelo RGPS. 
Art. 5o Os aposentados e os pensionistas de qualquer dos Poderes da União, 
incluídas suas autarquias e fundações, contribuirão com 11% (onze por cento), 
incidentes sobre o valor da parcela dos proventos de aposentadorias e pensões 
concedidas de acordo com os critérios estabelecidos no art. 40 da Constituição 
Federal e nos arts. 2o e 6o da Emenda Constitucional no 41, de 19 de 
dezembro de 2003, que supere o limite máximo estabelecido para os benefícios 
do regime geral de previdência social. O fato é que: 
A cobrança de contribuição dos já aposentados e pensionistas não agride a 
regra constitucional da irredutibilidade de remuneração (art. 37, XV), tendo em 
vista que a proteção somente resguarda o valor bruto do estipêndio, que não 
será alterado (irredutibilidade nominal) 
Tampouco há desrespeito a eventual direito adquirido (art. 5º, XXXVI), 
porquanto não há garantia à manutenção de determinado regime jurídico 
contra incidência nova de tributo cuja cobrança é permitida pela Constituição. 
O STF, com base nesses argumentos, julgou constitucional a cobrança da 
contribuição previdenciária sobre proventos de aposentadorias e pensões 
concedidas no regime próprio de previdência, conforme ementas das Adins 
3105 e 3128. 
 “1. Inconstitucionalidade. Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. 
Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência de contribuição 
previdenciária. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. Não 
ocorrência. Contribuição social. Exigência patrimonial de natureza tributária. 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 29 
Inexistência de norma de imunidade tributária absoluta. Emenda Constitucional 
nº 41/2003 (art. 4º, caput). Regra não retroativa. Incidência sobre fatos 
geradores ocorridos depois do início de sua vigência. Precedentes da Corte. 
Inteligência dos arts. 5º, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e 
§ 6º, da CF, e art. 4º, caput, da EC nº 41/2003. No ordenamento jurídico 
vigente, não há norma, expressa nem sistemática, que atribua à condição 
jurídico-subjetiva da aposentadoria de servidor público o efeito de lhe gerar 
direito subjetivo como poder de subtrair ad aeternum a percepção dos 
respectivos proventos e pensões à incidência de lei tributária que, anterior ou 
ulterior, os submeta à incidência de contribuição previdencial. Noutras palavras, 
não há, em nosso ordenamento, nenhuma norma jurídica válida que, como 
efeito específico do fato jurídico da aposentadoria, lhe imunize os proventos e 
as pensões, de modo absoluto, à tributação de ordem constitucional, qualquer 
que seja a modalidade do tributo eleito, donde não haver, a respeito, direito 
adquirido com o aposentamento. 2. Inconstitucionalidade. Ação direta. 
Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e 
pensões. Sujeição à incidência de contribuição previdenciária, por força de 
Emenda Constitucional. Ofensa a outros direitos e garantias individuais. Não 
ocorrência. Contribuição social. Exigência patrimonial de natureza tributária. 
Inexistência de norma de imunidade tributária absoluta. Regra não retroativa. 
Instrumento de atuação do Estado na área da previdência social. Obediência 
aos princípios da solidariedade e do equilíbrio financeiro e atuarial, bem como 
aos objetivos constitucionais de universalidade, equidade na forma de 
participação no custeio e diversidade da base de financiamento. Ação julgada 
improcedente em relação ao art. 4º, caput, da EC nº 41/2003. Votos vencidos. 
Aplicação dos arts. 149, caput, 150, I e III, 194, 195, caput, II e § 6º, e 201, 
caput, da CF. Não é inconstitucional o art. 4º, caput, da Emenda Constitucional 
nº 41, de 19 de dezembro de 2003, que instituiu contribuição previdenciária 
sobre os proventos de aposentadoria e as pensões dos servidores públicos da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas 
autarquias e fundações. 3. Inconstitucionalidade. Ação direta. Emenda 
Constitucional (EC nº 41/2003, art. 4º, § único, I e II). Servidor público. 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 30 
Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência de 
contribuição previdenciária. Bases de cálculo diferenciadas. Arbitrariedade. 
Tratamento discriminatório entre servidores e pensionistas da União, de um 
lado, e servidores e pensionistas dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, de outro. Ofensa ao princípio constitucional da isonomia tributária, 
que é particularização do princípio fundamental da igualdade. Ação julgada 
procedente para declarar inconstitucionais as expressões "cinquenta por cento 
do" e "sessenta por cento do", constante do art. 4º, § único, I e II, da EC nº 
41/2003. Aplicação dos arts. 145, § 1º, e 150, II, cc. art. 5º, caput e § 1º, e 60, 
§ 4º, IV, da CF, com restabelecimento do caráter geral da regra do art. 40, § 
18. São inconstitucionais as expressões "cinqüenta por cento do" e "sessenta 
por cento do", constantes do § único, incisos I e II, do art. 4º da Emenda 
Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, e tal pronúncia restabelece o 
caráter geral da regra do art. 40, § 18, da Constituição da República, com a 
redação dada por essa mesma Emenda” 
 (ADC 8 MC / DF - DISTRITO FEDERAL, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, 
Julgamento: 13/10/1999, Órgão Julgador: Tribunal Pleno, Publicação DJ 04-
04-2003). Artigo 40 da CF, com a redação da EC.20, de 16-12-2008. 
 
 
Atenção 
 Artigo40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas 
autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de 
caráter contributivo, observados critérios que preservem o 
equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. 
 
O que ocorreu com o Artigo 1º da lei citada? Foi declarado 
inconstitucional, porém a norma não foi revogada, mas teve sua 
eficácia suspensa por conta da declaração de 
inconstitucionalidade da ADC (a ADC é uma ADIN com sinal 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 31 
inverso). A lei continuou existindo, porque o Poder Judiciário não 
tem competência para revogar lei, pois somente uma outra lei 
poderia revogá-la. O Artigo 1º nasceu inconstitucional, é vício de 
origem, vício que não pode ser convalidado nem se vier um 
artigo da CF permitindo tal contribuição. E aí veio a EC. 41, de 
31-12-2003, trazendo o princípio da solidariedade e colocando 
expressamente a contribuição para inativos e pensionistas. 
 
 
Espécies de aposentadoria no serviço público, no âmbito do 
Regime Próprio 
 
Aposentadoria por invalidez permanente 
 
A aposentadoria por invalidez, no âmbito dos regimes próprios, decorre do 
reconhecimento da incapacidade laborativa permanente do agente público, 
declarada por junta médica oficial, podendo ser requerida pelo interessado ou 
decidida ex officio por questões de interesse público. 
Prevê o Artigo 40, § 1º, I, da Constituição de 1988: 
“Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo 
serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na 
forma dos §§ 3o e 17: 
 
I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional 
ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;” 
 
Acidente em serviço é identificado no âmbito federal (Artigo 212, Lei 8.112) 
como dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou 
imediatamente, com as atribuições do cargo exercido, equiparando-se a 
acidente em serviço o dano decorrente de agressão sofrida e não provocada 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 32 
pelo servidor no exercício do cargo, e o sofrido no percurso da residência para 
o trabalho e vice-versa. 
 
Aposentadoria compulsória por idade 
 
Até 08/05/2015, no regime próprio, o art. 40 da CF previa a compulsoriedade 
da aposentadoria, quando o servidor – seja do sexo masculino seja do feminino 
– atingia a idade de 70 anos. Esta aposentadoria ocorria de ofício, na mesma 
data em que o servidor alcançava a idade limite, não sendo permitida sua 
permanência no cargo. A regra era: 70 anos, independente do cargo ocupado. 
 
O cálculo dessa aposentadoria é proporcional ao tempo de contribuição do 
servidor, observando-se para a base de cálculo o disposto nos § 3º e 17 do 
Artigo 40 da CF, correspondendo à média dos maiores salários de contribuição, 
equivalentes a 80% do período contributivo, contado desde julho de 1994, ou 
desde o início da atividade, quando posterior, corrigidos monetariamente. 
 
O cálculo abrangerá todos os salários de contribuição utilizados no Regime de 
Previdência para os quais o servidor tenha contribuído. Assim, se o servidor 
exerceu atividade vinculada ao RGPS, ou exerceu outro cargo público 
anteriormente, tais períodos também serão utilizados para o cálculo do valor da 
aposentadoria. 
 
Súmula 36 do STF: Servidor vitalício está sujeito à aposentadoria 
compulsória, em razão da idade. 
 
EC/88, DE 08/05/2015 
Com o advento da Emenda Constitucional 88, publicada em 08/05/2015, a 
aposentadoria compulsória sofreu profunda alteração e pode ser assim 
sintetizada: 
 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 33 
Regra atual: aposentadoria compulsória aos 70 anos, para os servidores 
públicos, de qualquer ente da federação, inclusive os magistrados de tribunais 
de segunda instância. 
 
Exceções: 
 1ª. Por força da atual redação do inciso II, do §1º, do artigo 40, CF, lei 
complementar poderá estabelecer para todos os cargos ou alguns deles, a 
extensão da compulsoriedade para os servidores que completarem 75 anos de 
idade. Vejam que se trata de norma constitucional de eficácia limitada, isto é, 
que depende de lei para produzir todos os seus efeitos. E a lei, neste caso, 
deve ser lida como lei complementar de âmbito nacional, como tem se 
consolidado a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 
2 ª. A EC 88/15 acrescentou o artigo 100 no ADCT da CF/88, o qual prevê que 
a aposentaria compulsória para os Ministros do STF, dos Tribunais Superiores 
(STJ, TST, TSE, STM) e do Tribunal de Contas da União é aos 75 anos de idade, 
nas condições do art. 52 da Constituição Federal. Tem-se norma de eficácia 
plena. 
 
Assim, os Ministros do STF, dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM) e do 
TCU são detentores do direito de se aposentadoria compulsoriamente somente 
aos 75 anos, independente de nova sabatina e aprovação do Senado Federal. 
O STF, ao analisar a situação de juízes e desembargadores, também decidiu 
que o art. 100 do ADCT da CF/88 não pode ser estendido a outros agentes 
públicos, até que seja editada a Lei Complementar Nacional a que se refere o 
art. 40, § 1º, inciso II, da CF/88. 
 
STF - ADI 5316, DE 08/05/2015 
Em 08/05/2015, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a 
Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e 
a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) ajuizaram a ADI 5316 
contra a expressão “nas condições do art. 52 da Constituição Federal”, prevista 
no art. 100 do ADCT da CF/88 acrescentado pela EC 88/2015. Isso porque 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 34 
sua interpretação literal resultaria na obrigatoriedade de submissão de 
magistrados vitalícios a uma nova sabatina perante o Senado Federal e nova 
nomeação por parte da Presidência da República. 
 
O pedido liminar nessa ADI foi deferido pelo relator, Min. Luiz Fux, para 
suspender a aplicação da expressão “nas condições do artigo 52 da 
Constituição Federal”, contida no final do art. 100 do ADCT. E o plenário, por 
maioria, deferiu o pedido de medida cautelar. 
 
Assim, os Ministros do STF, dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM) e do 
TCU são detentores do direito de se aposentadoria compulsoriamente 
somente aos 75 anos, independente de nova sabatina e aprovação do Senado 
Federal. 
 
O STF, ao analisar a situação de juízes e desembargadores, também decidiu 
que o art. 100 do ADCT da CF/88 não pode ser estendido a outros 
agentes públicos, até que seja editada a Lei Complementar Nacional a que se 
refere o art. 40, § 1º, inciso II, da CF/88. 
 
EC 88/2015 e aposentadoria compulsória – INFORMATIVO 786 
 
O Plenário, por maioria, deferiu pedido de medida cautelar em ação 
direta de inconstitucionalidade para: a) suspender a aplicação da expressão 
“nas condições do art. 52 da Constituição Federal” contida no art. 100 do ADCT, 
introduzido pela EC 88/2015, por vulnerar as condições materiais 
necessárias ao exercício imparcial e independente da função jurisdicional, 
ultrajando a separação dos Poderes, cláusula pétrea inscrita no art. 60, § 
4º, III, da CF; b) fixar a interpretação, quanto à parte remanescente da EC 
88/2015, de que o art. 100 do ADCT não pudesse ser estendido a outros 
agentes públicos até que fosse editada a lei complementar a que alude 
o art. 40, § 1º, II, da CF, a qual, quanto à magistratura, é a lei 
complementarde iniciativa do STF, nos termos do art. 93 da CF; c) suspender 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 35 
a tramitação de todos os processos que envolvessem a aplicação a magistrados 
do art. 40, § 1º, II, da CF e do art. 100 do ADCT, até o julgamento definitivo 
da ação direta em comento; e d) declarar sem efeito todo e qualquer 
pronunciamento judicial ou administrativo que afastasse, ampliasse ou 
reduzisse a literalidade do comando previsto no art. 100 do ADCT e, com base 
neste fundamento, assegurasse a qualquer outro agente público o exercício das 
funções relativas a cargo efetivo após ter completado 70 anos de idade. 
 
A norma impugnada — introduzida no ADCT pela EC 88/2015 — dispõe 
que, “até que entre em vigor a lei complementar de que trata o inciso II do § 
1º do art. 40 da Constituição Federal, os Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União 
aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de 
idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal”. Alegava-se, na 
espécie, que a expressão “nas condições do art. 52 da Constituição Federal” 
incorreria em vício material por ofensa à garantia da vitaliciedade (CF, 
art. 93, “caput”) e à separação dos Poderes (CF, art. 2º), exorbitando 
dos limites substantivos ao poder de reforma da Constituição (CF, art. 
60, §4º, III e IV). 
 
ADI 5316 MC/DF, rel. Min. Luiz Fux, 21.5.2015. (ADI-5316) 
Aposentadoria voluntária 
 
Aposentadoria por idade: requisitos: 65 anos de idade para homem e 60 
anos de idade para mulher; 10 anos no serviço público e 5 anos no cargo 
público em que pretende se aposentar, com proventos proporcionais ao tempo 
de contribuição. 
 
Aposentadoria por tempo de contribuição: há uma conjugação de 
requisitos a partir da EC. 20: 60 anos de idade para homem e 35 anos de 
contribuição; e 55 anos de idade para mulher; 10 anos no serviço público e 5 
anos no cargo público em que pretende se aposentar, com proventos integrais. 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 36 
 
 
 
Aposentadorias especiais 
 
O Artigo 40, § 4º da CF, prevê: 
“§ 4o É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a 
concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este 
artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de 
servidores: 
I – portadores de deficiência; 
II – que exerçam atividades de risco; 
III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem 
a saúde ou integridade física.” 
 
Até a presente data não foi editada a lei complementar a que alude o texto 
constitucional, havendo um estado de inércia legislativa. O tema chegou ao STF 
por mandado de injunção em casos de servidores públicos trabalhando na área 
de saúde. 
 
No MI 712, foi assegurada a aplicação subsidiária das regras de aposentadoria 
especial previstas no RGPS (Artigos 57 e 58, Lei 8.213) para as atividades 
prestadas pelo servidor filiado ao Regime Próprio de Previdência, por força do 
Artigo 40, § 12 da CF, ante a ausência de lei específica do respectivo ente 
público. 
 
Aposentadoria Especial: 
Em razão de não ter sido editada a lei complementar a que alude o texto 
constitucional e em virtude dessa falta de regulamentação, trabalhadores de 
algumas categorias profissionais, que desempenham atividades de risco ou 
insalubres, não podiam exercer seu direito à aposentadoria especial. Por isso, 
inúmeros Mandados de Injunção foram impetrados, requerendo a 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 37 
regulamentação da aposentadoria especial. O STF, reconhecendo a ausência de 
norma específica para tratar do tema, passou a aplicar analogicamente os 
dispositivos relativos à aposentadoria especial do regime geral da previdência, 
objeto da Lei nº 8.213, como forma de suprir a mora legislativa. 
 
Diante de grande número de processos arguindo a ausência de norma 
específica para regulamentar esse tema e decisões semelhantes no STF, o 
Ministro Gilmar Mendes apresentou a PSV 45, que foi aprovada em 09/04/14 e 
resultou na súmula vinculante 33. 
 
Súmula Vinculante 33, de 09/04/2014. 
Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da 
previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, 
inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica. 
 
Aposentadoria por invalidez permanente 
A Lei nº 8.112, no Artigo 186, § 1º, traz o rol de doenças geradoras de 
aposentadoria integral, sendo que há decisão recente do STJ (REsp 942.530, DJ 
29-03-2010) no sentido de que o rol é exemplificativo: 
 
“DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL. APOSENTADORIA 
POR INVALIDEZ. DOENÇA INCURÁVEL. ARTIGO 186 DA LEI Nº 8.112/1990. 
ROL EXEMPLIFICATIVO. PROVENTOS INTEGRAIS. POSSIBILIDADE. 
 
1. Não há como considerar taxativo o rol descrito no Artigo 186, I, § 1º, da Lei 
nº 8.112/90, haja vista a impossibilidade de a norma alcançar todas as doenças 
consideradas pela medicina como graves, contagiosas e incuráveis, sob pena de 
negar o conteúdo valorativo da norma inserta no inciso I, do Artigo 40, da 
Constituição Federal. 
 
2. Excluir a possibilidade de extensão do benefício com proventos integrais a 
servidor que sofre de um mal de idêntica gravidade àqueles mencionados no 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 38 
186, I, § 1º, da Lei nº 8.112/90, e também insuscetível de cura, mas não 
contemplado pelo dispositivo de regência, implica em tratamento ofensivo aos 
princípios insculpidos na Carta Constitucional, dentre os quais está o da 
isonomia. 
 
3. À ciência médica, e somente a ela, incumbe qualificar determinado mal como 
incurável, contagioso ou grave, não à jurídica. Ao julgador caberá solucionar a 
causa atento aos fins a que se dirige a norma aplicável e amparado por prova 
técnica, diante de cada caso concreto. 
 
4. A melhor exigência da norma em debate, do ponto de vista da interpretação 
sistemática, é a que extrai a intenção do legislador em amparar de forma mais 
efetiva o servidor que é aposentado em virtude de grave enfermidade, 
garantindo-lhe o direito à vida, à saúde e à dignidade humana. 
 
5. Recurso especial improvido. 
 
Aqui trazemos uma diferença da aposentadoria do regime próprio para o RGPS, 
pois neste toda aposentadoria por invalidez corresponde a 100% do salário de 
benefício (média dos salários de contribuição tomados de julho de 1994 até o 
mês anterior à concessão do benefício). 
No âmbito federal, não há regra legal prevendo o cálculo de aposentadoria 
proporcional, sendo que a questão atrai a aplicação do § 12º do Artigo 40 da 
CF, aplica-se subsidiariamente a norma que rege o RGPS. 
 
A Relação Jurídica Previdenciária e os Sujeitos Protegidos 
Os sujeitos protegidos na relação jurídica previdenciária são denominados 
Beneficiários: 
 
Segurado obrigatório 
Segurado obrigatório é aquele que se filia de forma compulsória à 
Previdência Social, em razão de exercer atividade remunerada, efetiva ou 
 
 DIREITO PREVIDENCIÁRIO 39 
eventual, de natureza urbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego, a título 
precário ou não, bem como aquele que a lei define como tal, ou por já ter 
exercido alguma atividade das mencionadas acima, no período imediatamente 
anterior ao chamado período de graça. 
 
Os segurados obrigatórios devem contribuir para a Previdência e terão direito a 
benefícios pecuniários e serviços previstos para sua categoria a encargo da 
Previdência Social. 
 
Segurados facultativos: os maiores de 16 anos que se filiarem ao regime

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