Buscar

Sistemas de custeiO - Contabilidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Contabilidade de custos 
e seus conceitos básicos
Considerações gerais
A Contabilidade de Custos corresponde à especialidade da Contabilidade 
que trata da gestão econômica de custos.
Leone (2000, p. 19-20) define Contabilidade de Custos:
A Contabilidade de Custos é o ramo da Contabilidade que se destina a produzir 
informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como o auxílio às 
funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e 
de tomada de decisões.
O autor enfatiza, nessa definição, a importância da Contabilidade de 
Custos para o processo de planejamento das ações na organização e respec-
tivo controle, bem como o suporte ao processo decisório.
Maher (2001, p. 38) apresenta uma definição mais pragmática da Conta-
bilidade de Custos: “Ramo da Contabilidade que mede, registra e relata infor-
mações sobre custos.”
De fato, com o objetivo maior de adicionar valor a usuários de informa-
ções contábeis, a Contabilidade de Custos desenvolve as seguintes funções: 
coleta de dados, classificação, registro das operações e geração de informa-
ções por meio da organização e tratamento dos dados coletados.
Os propósitos da Contabilidade de Custos são determinados com base 
nas necessidades sinalizadas pelos diferentes níveis gerenciais, como por 
exemplo:
obter o custo de cada produto, bem ou serviço; �
contribuir para a determinação da rentabilidade e lucratividade do �
negócio;
ensejar controles operacionais em níveis diversos; �
auxiliar programas de minimização de custos; �
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
14
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
facilitar a alocação eficiente de recursos; �
fornecer, por meio de suas informações, elementos que fundamentem �
o processo decisório e auxiliem na prática do planejamento.
São vários os objetos da Contabilidade de Custos, inexistindo uma quan-
tidade determinada. Essa característica torna amplo o universo ou campo de 
atuação dessa especialidade. Leone (2000, p. 21) destaca: 
Os objetos mais conhecidos são os seguintes: a entidade, como um todo, seus compo-
nentes organizacionais (administrativos e operacionais), os produtos e bens que fabrica para 
si própria e para a venda e os serviços, faturáveis ou não, que realiza.
O objeto de custo corresponde àquilo para o qual se deseja mensurar 
os custos. Dessa forma, existem outros objetos: projetos, estudos, estoques, 
campanhas promocionais, canais e segmentos de distribuição, atividades 
etc.
A Contabilidade de Custos é empregada para concretizar os objetivos de 
custeio, alimentando com seus dados e informações tanto a Contabilidade 
Geral ou Financeira como a Contabilidade Gerencial. A diferença é que, ao 
fornecer dados para a Contabilidade Geral, estes devem obedecer rigorosa-
mente aos princípios da Contabilidade. As informações geradas para a Con-
tabilidade Gerencial não obedecem necessariamente aos princípios. Existe 
liberdade na definição de critérios (figura 1).
Yu
m
ar
a 
Va
sc
on
ce
lo
s.
Contabilidade de Custos
Obediência aos 
princípios 
da Contabilidade
Liberdade no uso 
de critérios
Contabilidade Geral Contabilidade Gerencial
Diálogo 
entre os 
ramos
Figura 1 – Destinação dos dados e informações da Contabilidade de Custos.
A Contabilidade Gerencial engloba dados da Contabilidade de Custos ex-
clusivamente para atender às demandas informativas da administração da 
entidade, produzindo relatórios customizados (sob medida para o usuário).
A Contabilidade Geral ou Financeira lida com o preparo e comunica-
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
15
ção dos relatórios oficiais para o público externo, formado por investido-
res, órgãos governamentais, bancos, enfim, toda a sociedade, cenário que 
requer informações baseadas em critérios uniformes, ou seja, em formatos 
padronizados (figura 2).
Como as necessidades de informações desse grupo de usuários externos são muitas, 
e já que as informações precisam ser altamente confiáveis, o sistema de Contabilidade 
Financeira é projetado de acordo com regras e formatos contábeis claramente definidos 
[...]. (HANSEN; MOWEN, 2001, p. 28)
A Contabilidade Gerencial traduz ou converte os dados contábeis em 
informações úteis ao processo decisório, atendendo aos usuários internos. 
Essa característica impõe uma sistemática de trabalho mais flexível. “A conta-
bilidade gerencial se preocupa especificamente com a forma como informa-
ções sobre custos e outras informações financeiras e não financeiras devem 
ser usadas para o planejamento, controle e tomada de decisão” (HANSEN; 
MOWEN, 2001, p. 28).
O universo de dados com o qual a Contabilidade Gerencial lida é variado, 
não se restringindo aos custos.
O emprego das informações geradas pela Contabilidade Gerencial for-
talece tecnicamente a administração, profissionalizando-a, visto que enseja 
um melhor aproveitamento das oportunidades de negócios.
Instituições 
governamentais
Usuários
externos
Público em geral
Acionistas
Credores
Proprietários
Demonstrações 
contábeis 
padronizadas em 
relação ao formato.
Comissões 
constituídas 
internamente
Usuários
internos
Grupos de 
trabalho
Gestores 
das áreas
Informações de 
alcance variado.
Reporte em 
diferentes formatos.
Yu
m
ar
a 
Va
sc
on
ce
lo
s.
Figura 2 – Relação das especialidades com seus usuários.
As características da Contabilidade Gerencial podem variar entre as or-
ganizações, pois estas são fortemente influenciadas pelas necessidades da 
administração.
É importante destacar que a Contabilidade de Custos integra um todo que 
é a Contabilidade, não possuindo autonomia como área de conhecimento.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
16
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Ratifica essa afirmação o fato de que, na medida em que a administra-
ção emprega as demonstrações contábeis divulgadas em análises gerenciais 
para coordenar operações no presente e no futuro, as duas áreas sobrepõe--
se (WARREN et al., 2001). “Deve ser enfatizado que o sistema de informações 
da gestão de custos e o sistema de informações da Contabilidade Financeira 
fazem parte do sistema total de informações contábeis” (HANSEN; MOWEN, 
2001, p. 28).
Os produtos gerados pelos sistemas contábeis de custos são direciona-
dos tanto para a Contabilidade Geral ou Financeira como para a Contabili-
dade Gerencial.
O quadro 1 esquematiza as características e os respectivos elos entre a 
Contabilidade Geral, de Custos e Gerencial.
Quadro 1 – Contabilidade Geral, Gerencial, e Custos e seus elos
Contabilidade Geral
Ocupa-se da geração das Demonstrações Contábeis para públicos externos (acionistas, governo, 
credores e sociedade em geral).
As divulgações obedecem a critérios legais e aos princípios de Contabilidade.
As comunicações são restritas e pouco flexíveis em razão das exigências normativas.
Toma por base dados passados (fatos já ocorridos).
Contabilidade Gerencial
Ocupa-se do direcionamento dos dados contábeis à tomada de decisão.
As divulgações alcançam apenas o âmbito interno da organização, muitas vezes, restritas à ad-
ministração.
Produz relatórios específicos às necessidades decisórias.
Utiliza tanto dados históricos como projetados, conforme as necessidades – flexibilidade.
O foco é a preocupação com o futuro.
Fornece medidas objetivas relativas a operações passadas e estimativas de operações futuras 
(WARREN et al.; 2001).
Contabilidade de Custos
Alimenta com seus “produtos” (dados e informações) a Contabilidade Geral e Gerencial.
Identifica, coleta, mensura, organiza e classifica dados relativos a custos e os reporta, amparando 
o planejamento, controle organizacional e o processo de tomada de decisão.
Yu
m
ar
a 
Va
sc
on
ce
lo
s.
A segregação da Contabilidade em áreas temcaráter didático e, ao mes- 
mo tempo, prático, sendo essencial à compreensão do todo.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
17
Contabilidade de Custos 
e Contabilidade industrial
A Contabilidade aplica-se tanto à área de serviços como à área industrial.
É comum, todavia, a adoção do gênero no lugar da espécie. Como a Contabilidade de 
serviços é pouco estudada e aplicada em nosso país, é habitual o uso da expressão 
“Contabilidade de Custos” no sentido de gastos relativos à atividade industrial somente. 
(FERREIRA, 2007, p.1)
De fato, a abordagem usual da Contabilidade de Custos é muito dirigida 
para a indústria.
A Contabilidade de Custos aplicada à área de serviços trata dos custos in-
corridos no processo de prestação de serviços; na indústria, trata dos custos 
vinculados à produção. A diferença reside basicamente nas características 
do processo. Na área de serviço o processo diz respeito à prestação de ser-
viços (intangível); na indústria o processo é basicamente a produção de um 
bem (tangível).
Origem da Contabilidade de Custos
Antes da Revolução Industrial a Contabilidade era essencialmente finan-
ceira. Com o crescimento do número de empresas industriais, os procedi-
mentos contábeis tiveram que ser adaptados à nova demanda informativa.
Nas operações comerciais, os bens eram apenas revendidos, partindo-se 
de um custo de aquisição claramente definido.
Nas operações industriais, para suporte adequado tornava-se necessário 
levantar o custo unitário desse produto, gerado internamente por meio do 
processo produtivo.
Da adaptação e definição de procedimentos surgiu a Contabilidade de 
Custos. Viceconti e Neves (p. 6, 1998) destacam:
A Contabilidade de Custos, nos seus primórdios, teve como principal função a avaliação 
de estoques em empresas industriais, que é um procedimento muito mais complexo do 
que nas comerciais, uma vez que envolve muito mais que a simples compra e revenda de 
mercadorias. São feitos pagamentos a fatores de produção tais como salários, aquisições 
e utilização de matérias-primas etc.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
18
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
De fato, a Contabilidade de Custos, em um primeiro momento, limitava-se 
à função de avaliar os estoques dessas indústrias. Com a complexidade das 
operações, algo próprio da evolução natural dos sistemas organizacionais, a 
Contabilidade evoluiu, ganhando outras funções. Os negócios cresciam em 
tamanho e ganhavam novas necessidades gerenciais. “Até a Revolução In-
dustrial (século XVIII), quase só existia a Contabilidade Financeira (ou geral), 
que, desenvolvida na Era Mercantilista, estava bem estruturada para servir as 
empresas comerciais” (MARTINS, 2001, p. 19).
Antes da revolução industrial, o procedimento de apuração do resultado 
(lucro ou prejuízo) de cada período era algo relativamente simples. Para fazê-
-lo, bastava inventariar os estoques (operação de contagem física) e proce-
der ao cálculo abaixo:
Estoque inicial
(+) Compras
(-) Estoques finais (obtido na contagem física)
= Custo das Mercadorias vendidas (CMV)
O custo das mercadorias vendidas obtido, para atingir o resultado, era 
confrontado com a receita auferida no período.
Receita de Vendas
(-) Custo das Mercadorias vendidas
(-) Despesas diversas (comerciais, administrativas, financeiras)
= Resultado (lucro ou prejuízo)
Como se vê, o surgimento da Contabilidade de Custos foi importante 
porque ampliou a abordagem da Contabilidade.
O desenvolvimento da especialidade ensejou um melhor aproveitamen-
to das informações produzidas em outros campos, além do industrial (MAR-
TINS, 2001).
Terminologia básica 
em Contabilidade de Custos
Os termos gastos, custo, despesa e perda são muito utilizados no dia a 
dia das organizações e, algumas vezes, muito confundidos. Conhecer a dife- 
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
19
rença entre esses termos constitui condição essencial ao entendimento das 
informações gerenciais obtidas por meio da Contabilidade de Custos.
Comecemos pelo conceito mais abrangente: o de gasto.
O gasto representa um sacrifício financeiro com o qual arca a entidade 
para obter um produto, bem ou serviço. Esse sacrifício é representado pela 
entrega de ativos ou promessa de entrega destes (geralmente dinheiro). Sig-
nifica que a contrapartida de um gasto pode ser à vista ou a prazo, conforme 
a transação (figura 3).
Aquisição / consumo /
utilização de recursos Gasto
A prazo Aumento 
do “Contas a pagar”. 
À vista Diminuição 
do saldo de caixa.
Variações patrimoniais 
qualitativas
e quantitativas.
Yu
m
ar
a 
Va
sc
on
ce
lo
s.
Figura 3 – Gastos.
Leone (2000, p. 53) conceitua gasto enfatizando o compromisso financei-
ro que a entidade assume na transação (obtenção de um bem ou serviço) e a 
variação patrimonial resultante. “Vamos entender por gasto o compromisso 
financeiro assumido por uma empresa na aquisição de bens ou serviços, o 
que sempre resultará em uma variação patrimonial [...].”
O conceito é amplo, aplicando-se a um universo de transações:
compra de mercadorias para revenda; �
aquisição de máquinas e equipamentos; �
contratação de serviços diversos; �
compra de material de escritório para uso imediato etc. �
Todas essas situações representam gastos. De fato, os gastos dizem res-
peito à utilização ou consumo genérico de recursos (bens ou serviços).
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
20
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Os gastos podem ser categorizados em:
investimento; �
custo; �
despesa; �
perda. �
Investimentos
Os investimentos são gastos ativados em decorrência de seu potencial 
prolongado de benefícios ou mesmo sua vida útil. Esses gastos correspon-
dem aos ativos de uma entidade.
Investimentos correspondem ao conjunto de meios à disposição da ad-
ministração da entidade para consecução dos objetivos institucionais. Assim, 
são aqueles elementos patrimoniais que se traduzem em benefícios futuros 
esperados, direitos adquiridos.
Exemplos:
compra de matéria-prima. �
A matéria-prima adquirida é inicialmente estocada para utilização futura, 
portanto, enquanto permanecer em estoque será um ativo denominado de 
estoque de matéria-prima;
aquisição de máquinas e equipamentos, móveis e utensílios. �
Esta categoria de bens é adquirida em caráter permanente, para suporte 
às atividades empresariais. Têm vida útil prolongada e um grande potencial 
de benefícios atribuíveis a períodos futuros (ativo).
Custo
O custo representa o gasto relacionado ao uso de recursos empregados 
na produção de outros bens ou serviços.
Diz respeito ao consumo de bens ou utilização de serviços necessários 
ao processo produtivo; dito de outra forma, recursos (bens ou serviços) em-
pregados no processo para gerar outro bem ou serviço. “Custo é o somatório 
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
21
dos bens e serviços consumidos ou utilizados na produção de novos bens ou 
serviços, traduzidos em unidades monetárias” (NASCIMENTO, 2001, p. 26).
Exemplos de custos:
matéria-prima consumida no processo; �
consumo de materiais auxiliares; �
utilização de mão de obra no processo de produção; �
uso de embalagens; �
aluguéis das instalações de fábrica; �
utilização de serviços de suporte à administração; �
consumo de energia elétrica no processo; �
contratação de seguro fabril; �
manutenção de máquinas e equipamentos de fábrica, controle de �
qualidade etc.
Para que o gasto se configure como custo, é preciso ocorrer o consumo 
do bem ou utilização de serviço.
A classificaçãocomo custo requer o uso dos fatores de produção. Por 
exemplo, quando adquirida, a matéria-prima é estocada. À medida que a 
área de produção a requisita para uso em processo, e se dá o consumo, o 
valor correspondente deve ser tratado como custo.
Despesa
A despesa é um gasto relacionado ao consumo de bens ou utilização de 
serviços com a finalidade de gerar receita. 
Trata-se de um gasto intencional que contribui direta ou indiretamente 
para a obtenção de receita.
Exemplos:
taxa cobrada pelas administradoras de cartões de crédito (despesa de �
vendas);
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
22
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
gastos de distribuição; �
gasto com salários do pessoal da área administrativa; �
gasto com promoção do produto; �
gasto com comissão de vendedores; �
juros passivos etc. �
As despesas são sempre gastos necessários à manutenção dos negócios 
da entidade. Caracterizam-se por não estarem associadas ao processo pro-
dutivo (gasto de natureza não fabril). Estão sempre relacionadas a gastos ad-
ministrativos, com vendas e incidência de juros (operações financeiras). 
Façamos uma analogia entre custos e despesas (quadro 2).
Quadro 2 – Analogia entre custos e despesas
Custos Despesas
Gastos necessários à obtenção do pro-
duto, bem ou serviço.
Gastos necessários à gestão geral financeira, 
comercial ou de vendas.
Possuem natureza fabril. Dizem respeito ao consumo ou utilização de 
bens e/ou serviços.
São reconhecidos quando os fatores de 
produção são utilizados.
São necessárias à disponibilidade do produto 
no mercado.
São levados a resultado quando em-
pregados no processo.
São levadas integralmente ao resultado no pe-
ríodo em que forem registradas (temporais). 
São contabilizadas no período em que aconte-
cem.
Repercutem no resultado quando os 
produtos são vendidos.
Repercutem no resultado no período em que 
ocorrem.
Yu
m
ar
a 
Va
sc
on
oc
el
os
.
Enquanto as despesas estão relacionadas ao período em que ocorrem, os 
custos se associam exclusivamente ao emprego dos recursos em processo, 
independente do fator tempo. O termo processo foi aplicado anteriormen-
te em sentido amplo (compreendendo tanto a produção de bens como de 
serviços).
É comum escutarmos a frase: “Os custos vão para as prateleiras”. De fato, 
enquanto os produtos estão estocados, os gastos relacionados são ativados 
(saldo presente no balanço patrimonial). À medida que são disponibilizados 
aos clientes e vendidos (analogia da prateleira), comporão o resultado (saldo 
presente na demonstração do resultado do exercício).
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
23
Estoque  Balanço patrimonial
Custo dos produtos vendidos  Demonstração do resultado do exercício
Perdas
Existem dois tipos de perdas: as normais e as extraordinárias.
As perdas normais são sempre esperadas. Estão vinculadas ao processo. 
Na verdade, são inerentes a ele.
Em razão dessa característica, essa perda é considerada custo (tratamen-
to contábil destinado).
As perdas extraordinárias ou anormais, como o próprio nome sugere, são 
eventuais, involuntárias, desnecessárias e contribuem para a ocorrência de 
prejuízo.
A perda é um gasto que expira sem proporcionar qualquer benefício 
(LINS; SILVA, 2005).
Perez Júnior et al. (2001, p. 17) apresenta o seguinte conceito para as 
perdas extraordinárias: “[...] gastos anormais ou involuntários que não geram 
um novo bem ou serviço e tampouco receita e são apropriadas diretamente 
no resultado do período em que ocorrem.” 
As perdas dessa natureza não possuem relação alguma com o desenvol-
vimento normal do processo (algo esperado). Não são regulares. Decorrem 
de eventos não previstos, ou seja, de eventualidades prejudiciais vivenciadas 
pela organização como um todo.
São exemplos de eventos que provocam perdas:
deterioração de itens de estoque; �
ocorrência de defeitos irreversíveis em máquinas e equipamentos; �
materiais estragados em razão da ocorrência de enchentes; �
destruição de bens por incêndio; �
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
24
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
obsoletismo em itens de estoque; �
material com prazo de validade expirado; �
greves; �
paradas não previstas; �
falta de material para reposição de peças das máquinas; �
vazamento em tubulações industriais etc. �
As perdas são também gastos. Ocorre que, nesse caso, o consumo de re-
cursos é indesejado em razão das consequências financeiras.
A perda extraordinária é sempre atípica, não se confundindo com o con-
ceito de custos ou despesas.
Não se pode afirmar tratar-se de um sacrifício porque esta modalidade de 
perda é involuntária. Não acontecem com o propósito de gerar receita; pelo 
contrário, contribuem para a geração de prejuízo.
Despesa  Geração de receita
Perda extraordinária  Geração de prejuízo
As perdas involuntárias de pequeno valor (imateriais) na prática são in-
corporadas aos custos e despesas, conforme o caso. Esse procedimento é 
permitido em razão da pouca representatividade do valor envolvido em 
relação ao custo total. Entretanto, tratando-se de valores materiais, ou seja, 
significativos, o procedimento correto é tratar o gasto correspondente como 
perda, lançando-o diretamente contra o resultado do período.
As perdas normais (aquelas inerentes ao processo) são também denomi-
nadas de perdas produtivas ou técnicas.
As perdas extraordinárias são conhecidas como perdas improdutivas 
(figura 4).
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
25
Perdas
Produtiva Improdutiva
Decorre da 
atividade normal 
da empresa.
Gasto não 
intencional. 
Decorre da 
influência 
de fatores 
fortuitos.
Lançar no custo 
de produção.
Lançar contra 
resultado.
Yu
m
ar
a 
Va
sc
on
ce
lo
s.
Figura 4 – Tipos de perdas.
A figura 5 ilustra o alcance do conceito de gasto.
Yu
m
ar
a 
Va
sc
on
ce
lo
s.
Figura 5 – Alcance do conceito de gasto.
Gasto
Consumo de bens ou 
utilização de serviços.
Custo
Investimentos 
(aplicações)
Diminuição do
Caixa 
Aumento do 
passivo (Contas
a Pagar)
Despesa Perdas
Variação patrimonial
É a destinação dos recursos e a sua natureza que fazem o conceito de 
cada elemento do gasto. 
 Se a intenção do gestor é adquirir bens de vida útil prolongada, esse 
gasto será tratado como ativo (natureza e destinação de recursos); se o gasto 
vincular-se ao processo será um custo (natureza e destinação de recursos) 
e se for de natureza não fabril (natureza e destinação de recursos), uma 
despesa.
O ciclo da transação é simples: inicialmente assume-se o compromisso 
financeiro – gasto. Posteriormente se dá a entrega e utilização dos recursos. 
O desembolso pode ocorrer antes, durante ou após o processo, dependendo 
das condições de negociação. Nem todo gasto repercute no caixa.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
26
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Desembolso
O desembolso é um evento financeiro. Corresponde ao pagamento de 
um bem ou serviço, independente do momento do consumo. É fundamen-
tal destacar que os eventos são contabilizados pelo regime de competên-
cia. Como consequência, as despesas são registradas, independente do 
pagamento.
Ampliando seus conhecimentos
Importância gerencial 
da Contabilidade de Custos
(VASCONCELOS, 2009)
O alcance gerencial da informação referente a custos é amplo. Grande 
número de decisões para serem implementadas requerem conhecimento dos 
conceitos básicos de custos. As aplicações variam. Algumas se vinculam ao 
planejamento, outras ao controle e gestão financeira. Acrescente ainda aque-
las vinculadas ao desempenho.
Enumeremosalgumas das funções da Contabilidade de Custos:
avaliação de estoque e do custo dos produtos vendidos � : a avaliação 
dos estoques corresponde a um dos aspectos mais destacados na lite-
ratura técnica como função da Contabilidade de Custos. Variações nos 
estoques impactam no resultado e, consequentemente, no desempe-
nho de uma empresa. Esse efeito, por exemplo, repercute no valor a ser 
recolhido dos impostos sobre lucro;
avaliação de imobilizações próprias � : em algumas realidades, a pró-
pria empresa produz seus bens, aqueles que serão integrados ao imo-
bilizado (móveis, utensílios e até equipamentos);
elaboração do orçamento, plano de vendas e produção � : a informa-
ção custo integra o orçamento de resultado, servindo de base para a 
definição de metas, não somente de custos, mas igualmente de vendas 
e produção em curto prazo, uma vez que influencia esses valores;
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
27
preparo de estudos de viabilidade econômica � : os estudos de viabili-
dade econômica representam o nascedouro de muitos empreendimen-
tos. Neles a informação custo é fundamental, base de muitas análises. 
Qual o custo desse projeto? 
formação do preço de venda � : essa é a aplicação mais conhecida da 
Contabilidade de Custos. Apesar do preço de venda não ser formado 
exclusivamente em função do custo, o preço continua sendo uma im-
portante referência, embora devam ser considerados outros fatores de 
influência. O custo, nesse universo de fatores, constitui um piso abaixo 
do qual o preço não poderá ser praticado;
medição do desempenho � : a informação custo pode ser empregada 
gerencialmente para avaliar o desempenho. Quanto menor o nível ou 
carga de custos, tanto melhor será para a empresa, desde que a quali-
dade dos produtos não seja comprometida. 
Apesar de ser um elemento importante na avaliação de desempenho, 
o custo representa somente uma face da performance, que é um conceito 
plural. Desempenho em relação a qual base ou critério?
O custo não é o único alvo a ser monitorado pela administração. Por exem-
plo, no atual contexto de mercado é cada vez mais expressiva a participação 
das despesas de distribuição, até mesmo pela evolução e alcance do marke-
ting. Esses gastos são, algumas vezes, maiores do que os próprios custos de 
produção. Todavia, mesmo assim, o custo deve receber atenção especial por 
parte do gestor.
Atividades de aplicação
1. Marque a alternativa falsa.
a) A perda corresponde a um gasto que expira sem gerar receita ou 
qualquer outro benefício.
b) Os investimentos são gastos cujo benefício alcança, geralmente, 
mais de um período (benefício prolongado).
c) A perda anormal não representa um sacrifício voluntário.
d) Perda e despesa são sinônimos.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
28
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
2. Sobre perdas é correto afirmar:
a) a perda normal representa um gasto não intencional, sempre rela-
cionado a fatores fortuitos, alheios à atividade normal da empresa.
b) a perda extraordinária deve ser contabilizada como custo, indepen-
dente da materialidade do valor envolvido.
c) a perda normal é regular, calculada, previsível, por essa razão deve 
ser contabilizada como custo.
d) as perdas extraordinárias enquadram-se como despesas ou custos, 
conforme a situação.
3. Marque a alternativa verdadeira.
a) Os gastos ocorrem sempre com desembolso.
b) Os gastos podem se dar à vista ou a prazo, conforme as bases de 
negociação (condições).
c) Todo gasto é um custo com desembolso.
d) Todo gasto é uma despesa, mas nem toda despesa é um gasto (so-
mente aquelas à vista).
4. Classifique as operações em investimento quanto a: custo, despesa, 
perda e desembolso.
a) Transferência de matéria-prima requisitada pela fábrica. 
b) Pagamento do prêmio de seguro do parque fabril (instalações). 
c) Transferência de materiais secundários para a área fabril (utilização 
imediata). 
d) Deterioração de itens de estoque em razão de condições inadequa-
das de armazenagem. 
e) Vazamento em uma das tubulações da fábrica. 
f) Defeito irreparável de máquinas e equipamentos, os quais estão 
fora de linha, sem qualquer chance de reposição. 
g) Gastos com divulgação do produto em seu mercado. Aquisição das 
instalações da fábrica. 
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
29
5. Atribua V às assertivas verdadeiras e F às falsas.
 O custo somente influenciará o resultado quando o produto for )(
vendido. 
 A despesa influenciará diretamente o resultado. )(
 As despesas são sempre voluntárias e necessárias, apresentando )(
regularidade. 
 O custo influencia o resultado independentemente da venda. )(
6. Marque a alternativa verdadeira.
a) As despesas compreendem gastos pós-produção, aqueles neces-
sários à colocação dos produtos no mercado (gestão, distribuição 
e venda).
b) A Contabilidade de Custos aplica-se exclusivamente às indústrias.
c) As despesas são gastos registrados independentemente do perío-
do em que ocorrem.
d) O custo é incorporado ao produto pelo seu total independente da 
venda.
Gabarito
1. B
2. C
3. B
4. 
a) Custo
b) Desembolso
c) Custo
d) Perda
e) Perda
f) Perda
g) Despesa
h) Investimento
5. V, V, V, F
6. A
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
30
Contabilidade de custos e seus conceitos básicos
Referências
FERREIRA, Ricardo. Contabilidade de Custos. Rio de Janeiro: Ferreira, 2007.
HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne. Gestão de Custos. São Paulo: Pioneira 
Thomson Learning, 2001.
LEONE, George Sebastião G. Curso de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas. 
2000.
LINS, Luiz S.; SILVA, Raimundo Nonato Sousa. Gestão Empresarial com Ênfase 
em Custos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
MAHER, Michael. Contabilidade de Custos: criando valor para a administração. 
São Paulo: Atlas, 2001.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2001.
NASCIMENTO, Jonilton Mendes do. Custos: planejamento, controle e gestão na 
economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2001.
PEREZ JÚNIOR, José Hernandez et al. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo: 
Atlas, 2001.
VASCONCELOS, Yumara L. Importância Gerencial da Contabilidade de Custos. 
Disponível em: <http://yvasc.blogspot.com/>. Acesso em: 11 dez. 2009.
VICECONTI, Paulo Eduardo V.; NEVES, Silvério das. Contabilidade de Custos: um 
enfoque direto e objetivo. São Paulo: Frase, 1998.
WARREN, Carl S. et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Pioneira Thomson 
Learning, 2001.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br

Outros materiais