Buscar

Psi. Escolar Conteúdo Teórico Aulas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Psicologia Escolar
Caracterização e Histórico
Aula 1
Introdução
A Psicologia Escolar é uma especialidade ampla que interliga os saberes da Psicologia com os saberes da Educação. O psicólogo que atua na escola deve ter conhecimento de diferentes campos da Psicologia, bem como do universo escolar, como ele funciona e quais as principais questões que perpassam a escola na atualidade.
No que concerne ao campo da Educação, podemos citar a educação inclusiva, o construtivismo, a aprendizagem significativa, as questões sobre avaliação e o fracasso escolar.
A Psicologia Escolar tem procurado, nas últimas décadas, utilizar, em sua prática, o conhecimento científico e a análise sociocultural, a fim de contribuir para a otimização do processo educativo. O campo de atuação é a escola, que se constitui como uma instituição de formação integral do sujeito. Assim sendo, ela deve proporcionar ao educando a possibilidade da aprendizagem de conteúdos e o seu desenvolvimento enquanto pessoa.
O espaço escolar
O espaço escolar é composto por sujeitos com diferentes papéis sociais: diretores, coordenadores, pedagogos, psicólogos, professores, alunos e funcionários. Esse universo está perpassado pelas relações entre esses diferentes sujeitos. 
Quanto à aprendizagem, é importante considerar as relações interpessoais estabelecidas no universo educativo, as relações entre professor e aluno e as relações entre alunos. A relação que o professor estabelece com o aluno pode facilitar ou dificultar a aprendizagem deste, em função do interesse e do envolvimento com o conteúdo. O mesmo pode ocorrer na relação com os colegas de turma, em dificuldade extrema de relacionamento ou na exclusão do aluno pelos colegas.
Essas situações podem interferir negativamente na aprendizagem. Diversos fatores podem influenciar a capacidade de aprendizagem do aluno e seu desenvolvimento. A Instituição Escolar, atualmente, tem como objetivos a transmissão do conteúdo e o desenvolvimento integral do aluno nos seus diferentes aspectos: cognitivo, afetivo, social e moral. 
A escola preocupa-se, hoje, com o desenvolvimento da capacidade de interação social de seus alunos e com o desenvolvimento de valores morais como a justiça e a honestidade, além da construção de cidadania.
O surgimento da Psicologia Escolar
A Psicologia Escolar é uma área que se desenvolveu juntamente com a Psicologia Geral. O conhecimento produzido no campo da aprendizagem, da percepção e da memória auxiliaram as reflexões do processo ensino-aprendizagem, possibilitando o surgimento da Psicologia Escolar no final do século XIX. 
Não é possível delimitar um local e uma data de surgimento, uma vez que, em diversos países, foram sendo realizadas iniciativas de aplicação do conhecimento da Psicologia no universo escolar, com o intuito de promover o bem-estar humano. 
	1º momento
	2º momento
	Trabalhou com crianças, sobretudo as que apresentavam dificuldades de aprendizagem. Podemos afirmar, inclusive, que a Educação Especial para os alunos portadores de necessidades especiais funcionou como um incentivo para o desenvolvimento dessa especialidade da Psicologia.
	Passou a trabalhar também com os pais, os professores e, mais recentemente, com a comunidade. Essas diferentes iniciativas do trabalho do psicólogo no campo escolar tiveram início na Europa e nos Estados Unidos da América.
	Stanley Hall
	Foi, nos Estados Unidos, um dos primeiros estudiosos que articulou Psicologia e Educação. Ele foi professor de escola pública e possuía grande interesse em temas relacionados com a infância. Hall desenvolveu diversos trabalhos em Psicologia relacionados com desenvolvimento de crianças e adolescentes e com educação. Ao longo de sua carreira, publicou diversos livros e artigos sobre esses temas.
	Lightner R. Witmer
	Outro precursor da Psicologia Escolar nos Estados Unidos foi Lightner R. Witmer, que trabalhou sobretudo com crianças com dificuldades de aprendizagem e criou uma clínica psicológica para encaminhamento dessas crianças (cf. Netto, 2001).
	Alfred Binet
	Do final do século XIX, na França, podemos destacar o nome de Alfred Binet, que publicou um livro de Psicologia Escolar intitulado Ideias modernas sobre as crianças. O livro continha sua pesquisa, realizada em Paris, sobre memorização de frases e palavras por alunos de escola primária (cf. Netto, 2001).
	Wallon
	Na França, podemos destacar a importância de Wallon, com seus estudos acerca do desenvolvimento de crianças.
	René Zazzo
	Além de Wallon, enfatizamos a contribuição de René Zazzo para o desenvolvimento da Psicologia Escolar. Ele realizou um projeto nas escolas francesas, em que os alunos eram acompanhados, desde o início da escolarização, por psicólogos a fim de auxiliá-los nesse processo (cf. Netto, 2001).
A Psicologia Escolar no Brasil: um breve histórico
A Psicologia Escolar começou a ser introduzida no Brasil juntamente com o início do curso de graduação em Psicologia no ano de 1962 (lei 4.119). Antes do curso de graduação, a relação entre a psicologia e a escola ocorria através dos conteúdos da Psicologia que eram úteis à escola e ao processo de ensino-aprendizagem. Esses conteúdos eram ministrados no curso de formação de professores, o chamado Curso Normal. Ali, o conhecimento da psicologia educacional e do desenvolvimento infantil encontravam espaço.
A Psicologia Escolar iniciou sua atuação sobretudo junto aos professores, através da sua formação para trabalhar com crianças e, paulatinamente, foi surgindo o atendimento aos escolares que apresentavam dificuldades no sistema escolar, sobretudo referentes à aprendizagem.
A história da Psicologia Escolar no Brasil tem sido marcada por diferentes momentos. Inicialmente, o foco do trabalho era no ajustamento e na adaptação do aluno, em que o psicólogo diagnosticava os alunos com dificuldades de aprendizagem. Em momento posterior, a ênfase foi dada ao processo de Orientação Vocacional, em que o psicólogo, através de testes, procurava compreender as aptidões e interesses dos alunos para que eles pudessem encontrar uma profissão à qual se ajustassem. 
Posteriormente, a psicologia passou a estar inserida na escola para lidar com as questões da aprendizagem, e não somente com as dificuldades de aprendizagem. A perspectiva da psicologia, até esse momento, não considerava os aspectos institucionais envolvidos na dificuldade do aluno. Apenas ele e o seu meio social eram os responsáveis pelo fracasso escolar.
A Psicologia Escolar mudou o foco do trabalho para uma atuação cujo objetivo passou a ser auxiliar a escola na promoção do desenvolvimento integral do aluno e das relações que ocorrem na escola. Assim, o psicólogo passou a atuar de maneira mais institucional e preventiva (cf. Cruces, 2003).
O trabalho preventivo na escola
O psicólogo irá atuar preventivamente ou na resolução de problemas existentes com os diferentes sujeitos envolvidos no processo: professores, alunos, pais e funcionários.
Com os pais e professores: a atuação poderá ser através de orientação ou palestras.
Com os alunos: através de projetos temáticos como sexualidade, uso de drogas ou valores morais.
E, com os funcionários, poderá ser através de cursos ou reuniões de avaliação.
Exemplo
Imagine uma situação em que haja um aluno com dificuldade de interação e que ele permaneça isolado em sala de aula em função da discriminação dos demais.
Nesse caso, o problema já existe, e o psicólogo irá atuar, inicialmente, procurando compreender o motivo do isolamento e, posteriormente, planejando uma ação junto à turma, através, por exemplo, de dinâmicas de grupo.
Poderá, também, atuar junto aos professores, solicitando que proponham trabalhos em grupo que possibilitem a interação. Nesse caso, o diagnóstico da situação poderá ser feito através da observação direta e do relato dos professores, sem necessariamente conversar com o aluno ou expô-lo diante da turma. Em uma ação preventiva, o psicólogo poderá,por exemplo, trabalhar com adolescentes reflexões acerca da sexualidade, que é um aspecto da formação afetiva, e ter como objetivo a prevenção da gravidez e das doenças sexualmente transmissíveis.
O trabalho preventivo tem sido um aspecto de relevância nos diferentes campos da Psicologia (hospitais, empresas e comunidades) e a área escolar também tem caminhado no sentido de atuar nos aspectos de desenvolvimento antes que o problema se instale.
O Psicólogo e sua atuação na escola
O psicólogo que atua na escola deve ter conhecimento acerca dos aspectos cognitivos do sujeito, tais como: percepção, atenção, memória, pensamento e linguagem, que são fundamentais para que o sujeito possa aprender os conteúdos. É importante, também, que o profissional conheça as diferentes patologias para que possa identificá-las nesse universo e, assim, orientar pais e professores. Para que um dado conteúdo seja apreendido, faz-se necessário que os canais de entrada da informação, sobretudo a visão e a audição, que são os principais utilizados pela escola, estejam em bom funcionamento. 
Podemos perceber, facilmente, que uma criança com problemas de visão poderá ter dificuldade de enxergar as questões colocadas no quadro e copiá-las de modo diferente, prejudicando, assim, a assimilação do conteúdo e a aprendizagem.
Um aluno que tenha déficit de atenção terá dificuldade de fixá-la em um dado conteúdo para aprendê-lo. O mesmo é válido para a memória, o pensamento e a linguagem. Todas essas funções são importantes para a aprendizagem e fazem parte do corpo teórico aprendido pelo psicólogo ao longo do curso de graduação nas disciplinas de Psicologia Geral.
Projeto Político Pedagógico
Aula 2
No início do século XX, a escola tinha como objetivo a transmissão de conteúdo ao aluno. Os demais aspectos da formação humana ficavam sob responsabilidade da família. Esta era constituída como família nuclear, com pai, mãe e irmãos.
Na forma de organização social, o homem trabalhava e sustentava a família, enquanto a mulher cuidava dos filhos e os educava. Essa realidade mudou ao longo da segunda metade do século XX. As mulheres começaram a ocupar lugares no mercado de trabalho, e outra organização social começou a surgir: os pais dividindo com outros sujeitos (avós, familiares, empregadas, creches e escolas em tempo integral) o processo de formação da criança e do adolescente. 
A escola passou a ter uma dupla função: a transmissão do conteúdo culturalmente acumulado e a formação do aluno em seus diferentes aspectos: social, emocional, cognitivo e moral. É o que denominamos, atualmente, formação integral do sujeito. Uma formação que investe nos diferentes aspectos do desenvolvimento humano e não somente na transmissão do conteúdo.
A escola: um espaço social de formação
A educação é um fenômeno social através do qual o ser humano transmite e aprende o conteúdo culturalmente acumulado. O processo educacional pode ser organizado de diferentes formas, de acordo com o grupo social e sua cultura.  
No Brasil, a educação formal, que visa a transmissão dos conteúdos acumulados pela cultura ocidental, elegeu a escola como espaço de construção desses conteúdos. A sociedade, no século XX, passou a necessitar de sujeitos mais qualificados, que soubessem ler, escrever e contar e, para tal, passou a ter a obrigatoriedade do ensino, o que ampliou o campo de trabalho dos profissionais ligados à educação.
A escola é uma instituição social que reflete as contradições da sociedade à qual pertence e auxilia na formação dos sujeitos sociais. Ela possui uma estrutura, composta por um espaço físico, por recursos humanos (diretor, coordenador, pedagogo, professor, psicólogo etc.) e objetos necessários à prática educativa. Cuja dinâmica de funcionamento é composta pelas relações interpessoais e regras institucionais, bem como objetivos que se constituem na intencionalidade de influenciar a aprendizagem do outro em determinado sentido. Essa influência está relacionada com o tipo de aluno que a instituição deseja formar, com o tipo de mudança que ela quer promover no aluno e com os aspectos do desenvolvimento em que deseja atuar. 
Os objetivos da escola devem ser construídos por todos os sujeitos envolvidos no processo: professores, alunos, pais e funcionários, através de discussões e reflexões.
Divisão do espectro
A palavra “projeto” vem do latim projectu, que tem o sentido etimológico de “lançar adiante”. É um plano para a realização de algo que se deseja. Quando os sujeitos da escola elaboram um Projeto Político Pedagógico (PPP), eles planejam o que têm a intenção de realizar. Um plano que possui objetivos e metas e que deve ser vivenciado pelos sujeitos do processo educativo não deve ser, portanto, engavetado e desconhecido, sobretudo do corpo docente.
O projeto político pedagógico
O projeto busca uma direção, um sentido definido, coletivamente, para a realidade daquele universo escolar específico e a partir de suas necessidades. Como os professores poderão realizar um trabalho integrado e formar um aluno em determinado sentido se desconhecem os objetivos do Projeto Político Pedagógico que deveriam perpassar as ações na instituição escolar? 
Daí a importância de ser discutido e construído por todos, para que ele seja conhecido e vivenciado.
A importância do Projeto Político Pedagógico para o trabalho do psicólogo escolar
Atualmente, acredita-se que o Projeto Político Pedagógico (PPP) deve ser fruto da reflexão e da discussão dos diferentes sujeitos envolvidos no processo educativo (professores, alunos, pais e funcionários). O psicólogo que atua na escola irá participar da elaboração, da implementação e da avaliação permanente do Projeto.
	Implementação
	Avaliação
	A implementação é um processo constante em que as ações procuram alcançar os objetivos a que se propõem. Como exemplo, podemos pensar o objetivo de formar cidadãos.  
Esse objetivo exige trabalho constante porque se trata de formação, tanto dos alunos que já estão na instituição quanto dos que são novos e estão chegando à escola.  
Por ser dinâmica, a implementação torna-se um permanente fazer acontecer.
	
O mesmo é válido para o processo de avaliação, que funciona como feedback do que está ou não sendo alcançado, possibilitando a reformulação do caminho a ser seguido para atingir os objetivos propostos.
Desse modo, o psicólogo participa de forma ativa da elaboração, da implementação e da avaliação permanente do Projeto Político Pedagógico. E, ao mesmo tempo, são os objetivos dele que funcionam como orientação para o trabalho.
Lei de Diretrizes e Bases
O projeto político pedagógico exige que os valores e os princípios que delineiam a função social da escola possuam uma coesão e reflitam em ações.
A política educacional do país é regida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – lei 9394/96. Ela define as prioridades e os objetivos que devem reger a política educacional. Assim sendo, todos os profissionais que trabalham no campo da educação devem conhecê-la, inclusive o psicólogo. A filosofia da educação que perpassa a Lei de Diretrizes e Bases concerne ao desenvolvimento das potencialidades do aluno, à educação para o trabalho e à construção da cidadania.
Segundo a LDB, o aluno deve desenvolver a capacidade de aprender, a autonomia intelectual e o pensamento crítico. A LDB utiliza-se, de forma integrada, das tendências educacionais que valorizam os aspectos acadêmicos.
A LDB preconiza que uma das funções sociais da escola é a construção de cidadania. As escolas, num âmbito local, colocam esse aspecto como um objetivo a ser alcançado. No entanto, se não houver uma reflexão por parte dos educadores acerca do que é cidadania, como ela poderá ser construída?
Atualmente, tem-se a ideia de cidadania associada à defesa dos direitos, sobretudo ao consumo (direito do consumidor).
No entanto, a noção de cidadania é mais ampla e se refere ao sujeito como agente de seu contexto social.Refere-se, também, ao desenvolvimento de atitudes e valores associados aos direitos e deveres de todos os sujeitos da sociedade, entre outros aspectos que devem compor a formação de um cidadão. Vemos, assim, a importância de ser discutido cada objetivo existente no PPP pelos sujeitos que constituem a escola. Para se atingir um objetivo, é necessário que todos os envolvidos tenham clareza do ponto em que se deseja chegar.
Atuação no espaço escolar
Aula 3
A orientação vocacional e a preparação para o vestibular são dois temas que o psicólogo escolar pode trabalhar com os alunos. Consegue imaginar como? Ao longo desta aula, você poderá descobrir como trabalhar essas questões no espaço escolar.
Diferentes possibilidades de atuação do psicólogo escolar
No universo escolar, existem múltiplas formas de atuação do psicólogo escolar, que podem ser divididas em duas grandes modalidades: preventiva e de intervenção em problemas existentes (cf. VALLE, 2003).
O psicólogo pode realizar diversos trabalhos no espaço escolar: 
Orientação;
Capacitação de professores;
Pesquisa;
Avaliação;
Intervenção.
Orientação
O trabalho de orientação é um dos mais antigos realizados pelo psicólogo no espaço escolar. Aquela destinada a pais e alunos pode ser desenvolvida através de encontros em que serão discutidos temas de interesse desses grupos, tais como sexualidade, drogas, relação de pais e filhos, adolescência, valores morais etc. Nesse caso, a orientação terá um caráter preventivo.
O psicólogo pode atuar com a orientação vocacional, auxiliando os alunos de diferentes segmentos a realizarem uma escolha profissional. Esse trabalho pode ser feito de diferentes formas, com alguns encontros ou mesmo com a preparação ao longo de todo o segmento do Ensino Médio.
Capacitação de professores
Na capacitação de professores, o psicólogo trabalha diferentes temas, tais como educação inclusiva, desenvolvimento cognitivo e emocional, aprendizagem significativa, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), entre outros temas que poderão auxiliar o professor a construir uma melhor atuação em sua prática.
O trabalho de capacitação pode ser realizado em forma de oficina, de palestras ou cursos.  Essas diferentes modalidades incluirão sensibilização (em que se prepara o grupo para trabalhar o tema), reflexão e planejamento de ações, quando for o caso de implementar uma mudança.
Exemplo
Um exemplo concreto é a implementação de um trabalho de educação inclusiva. O psicólogo realizará atividades que possibilitem a sensibilização sobre a diferença e a solidariedade, informando o que é a educação inclusiva. Escolherá atividades que favoreçam as mudanças necessárias para realizar esse trabalho, tanto no concernente ao espaço físico quanto à capacitação de pessoal e organização da tarefa em sala de aula.
Avaliação
O trabalho de avaliação pode ser utilizado tanto em caráter preventivo, para avaliar uma determinada situação, quanto para compreender um problema que esteja ocorrendo e necessite de uma intervenção (cf. MARTINEZ, 2003). 
O psicólogo poderá avaliar a qualidade das relações interpessoais entre professores, entre alunos, entre professores e alunos, entre os demais profissionais da escola e entre a escola e os pais. Uma avaliação preventiva possibilita identificar o que pode ser melhorado na situação avaliada. Para isso, o psicólogo utilizará diferentes técnicas: questionário, dinâmica, entrevista, reunião, observação etc.
Exemplo:
O psicólogo aplicará um questionário avaliativo sobre a motivação dos alunos para o estudo ou a satisfação dos professores com a instituição. A partir disso, poderá fazer o levantamento dessas questões e intervir, caso seja necessário.
Intervenção
O trabalho de intervenção é outra possibilidade. Diante de um problema que ocorra na instituição, o psicólogo irá elaborar um planejamento incluindo diversas etapas, tais como a avaliação e a orientação aos alunos ou a capacitação dos professores. Ele irá analisar qual a melhor forma de auxiliar na resolução de determinado problema.  As intervenções podem ser individuais ou em grupo e incluir diferentes sujeitos como professores, coordenadores e pais.
Pesquisa
O psicólogo escolar pode desenvolver pesquisa sobre temas diversos para produzir conhecimento relativo ao seu campo de trabalho. O desenvolvimento de pesquisas é uma possibilidade para o psicólogo escolar que trabalha junto às secretarias de educação e às universidades (cf. MARTINEZ, 2003).
Exemplo: 
O psicólogo escolar poderá realizar uma pesquisa para avaliar a perspectiva de futuro de alunos do Ensino Médio nas escolas da rede pública.
Assessoria
O psicólogo escolar pode assessorar os professores e coordenadores na elaboração de atividades e avaliação dos alunos de acordo com o Projeto Político Pedagógico. Pode auxiliar através do fornecimento de material próprio da Psicologia Geral e da Psicologia Educacional (cf. MARTINEZ, 2003).
Elaboração de projetos
O psicólogo escolar poderá elaborar projetos temáticos direcionados aos diferentes públicos com os quais trabalha na escola: alunos, pais, professores e funcionários. Os projetos podem contemplar diversos encontros.
Adaptação Escolar
Aula 4
Adaptação Escolar: um processo que envolve a escola e o aluno
Quando pensamos em adaptação escolar, em geral, consideramos apenas a adaptação do aluno ao universo escolar e não nos damos conta de que a escola também se modifica para adapta-se melhor aos seus alunos.
Um exemplo disso é a Educação Inclusiva. Neste caso, as escolas estão tendo que adaptar suas instalações, adaptar materiais e metodologias, e treinar seus profissionais para a especificidade dos alunos.
A adaptação escolar pode ser definida como um processo constante e dinâmico que envolve o aluno e a escola. A adaptação escolar é, portanto, um processo de mão dupla, onde ambos se modificam. Ela não é algo que acontece somente quando o aluno ingressa na Instituição escolar, ela acontece permanentemente nos diferentes segmentos, durante toda vida escolar do aluno. Quando pensamos em adaptação escolar, em geral, consideramos apenas a adaptação do aluno ao universo escolar, e não nos damos conta de que a escola também se modifica para se adaptar melhor aos seus alunos.
Um exemplo disso é a Educação Inclusiva. Nesse caso, as escolas precisam adaptar suas instalações, materiais e metodologias, e treinar seus profissionais para as especificidades dos alunos.
A adaptação escolar pode ser definida como um processo constante e dinâmico que envolve o aluno e a escola. É, portanto, um processo de “mão dupla”, em que ambos se modificam. Ela não acontece somente quando o aluno ingressa na instituição, mas permanentemente, nos diferentes segmentos, durante toda a vida escolar do aluno.
Diferentes aspectos da adaptação escolar
Quando a criança tem seu primeiro contato com a escola, a quantidade de adaptações necessárias é maior e envolve diversos aspectos. O mesmo ocorre quando ela, ou um adolescente, muda de instituição e se depara com um universo novo.
Podemos considerar alguns aspectos aos quais deverá haver uma adaptação:
Espaço físico: A criança, quando entra na escola, vem de um universo familiar que possui um espaço físico, papéis e regras. Na escola, ela irá encontrar outro espaço, composto por salas, pátios, biblioteca, laboratórios, quadra de esporte, entre outros. E cada um deles terá uma significação.
Um espaço físico muito grande pode ser ameaçador para algumas crianças pequenas que estão acostumadas com a casa.
O mesmo ocorre com os alunos que mudam de escola. Quando saem de uma escola com espaço físico maior e vão para uma menor, certamente, haverá uma adaptação. Para alguns alunos, poderá ser uma mudança vivenciada de forma positiva e, para outros, de forma negativa.
Novas regras de conduta e de avaliação: Tanto no início da escolarização quanto na mudança de escola, o aluno irá se deparar com regrasdiferentes, às quais poderá ou não se adaptar. Uma escola poderá ter regras de conduta mais flexíveis ou mais rígidas. A mudança de segmento é um exemplo de como as regras mudam no espaço escolar.
Enquanto no Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano), a criança possui em torno de 5 disciplinas, a partir do 6º ano, passa a ter 9 ou 10 disciplinas, novas regras de avaliação e uma relação professor-aluno marcada, muitas vezes, pelo distanciamento afetivo.
Relações interpessoais: As relações estão em constante mudança. A criança passa por nova adaptação quando muda de professor, quando muda de turma ou quando os amigos mudam de escola. Quando a criança muda de escola, ela precisa se adaptar a novas relações interpessoais com alunos, professores e funcionários.
Metodologia de ensino: A adaptação ocorre quando a instituição modifica o modelo de ensino-aprendizagem ou quando o aluno muda para uma escola com metodologia de ensino diferente da qual ele estava habituado.
A instituição escolar, os professores e os funcionários também estão passando por adaptações constantes nesse universo, em todos esses níveis, e procurando se adaptar para dar conta dos objetivos educacionais. O psicólogo escolar trabalha para facilitar o processo de adaptação dos alunos que estão ingressando na instituição e dos alunos que a compõem. Assim, esse profissional auxilia a instituição nas mudanças que ela necessita realizar para atender melhor aos seus alunos no processo de ensino-aprendizagem.
O psicólogo pode atuar propondo atividades em sala de aula, orientando professores a realizar, quando necessário, trabalhos em conjunto, tendo como finalidade a integração de alunos novos na turma. 
Pode preparar a turma de 5º ano para a mudança de segmento e facilitar a adaptação posterior. 
Pode, também, acompanhar a adaptação dos alunos que estão ingressando na escola, mudando de segmento, de professores ou de turma. Esse acompanhamento pode ser feito através dos professores, do rendimento do aluno, da observação direta ou mesmo da conversa com o aluno.
Esse trabalho é importante como forma de prevenção ao surgimento de problemas de conduta ou de rendimento.
Dificuldades de adaptação escolar
O processo de adaptação escolar pode apresentar, em algum momento, dificuldades para o aluno. Elas podem ocorrer por motivos intrínsecos (físico, intelectual ou emocional) ou por motivos extrínsecos (ambiente escolar, familiar ou social). E podem ser divididas em:
Dificuldades de conduta;
Dificuldades nas relações interpessoais;
Dificuldades de aprendizagem ou rendimento.
Um aluno pode ter dificuldade de aprendizagem por um motivo intrínseco em função de:
Um aspecto físico como a visão ou a audição;
Uma limitação intelectual, como um atraso no desenvolvimento do pensamento;
Um motivo emocional, como insegurança e baixa autoestima, que estejam dificultando o desenvolvimento das potencialidades ou relações interpessoais.
O aluno pode ter dificuldade de adaptação aos aspectos citados (aprendizagem, rendimento, conduta, relações) em função de motivos extrínsecos como questões referentes ao ambiente escolar, onde, por exemplo, ele tenha dificuldades com a turma ou com o professor. O motivo pode estar relacionado também com o ambiente familiar, em que ele vivencie uma situação de exclusão, de perda de um familiar ou a separação dos pais. O ambiente familiar, assim como o escolar, deve sempre ser investigado pelo psicólogo, a fim de compreender sua influência na vida do aluno. O ambiente social no qual a criança está inserida também pode exercer influência. Se a comunidade ou vizinhança não atribui valor à escola e à aprendizagem, o aluno poderá não atribuir ao processo ensino-aprendizagem e ao universo escolar um valor positivo que justifique o investimento dele nesse lugar. 
Os motivos acima expostos podem causar dificuldades nas relações interpessoais, na aprendizagem e na conduta.
Dificuldades de conduta
Os problemas de conduta apresentados por alunos na escola são variados, alguns dos mais comuns são a indisciplina, a violência, o furto e a mentira. Como exemplo, podemos pensar em uma situação de indisciplina: quando o aluno desobedece, sistematicamente, às regras estabelecidas.
Essa conduta pode estar ocorrendo como uma forma de agressão ao meio escolar porque o aluno em questão não gosta da instituição, ou porque se desentendeu com algum professor, ou mesmo por questões familiares como: educação com tolerância excessiva, ausência de limites ou superproteção.
Considere a situação abaixo:
Dois alunos do Ensino Médio se agridem verbalmente em sala de aula e desacatam o professor presente. Um desses alunos possui conduta agressiva de forma regular. Pense em uma possibilidade de atuação do psicólogo para essa situação.
O psicólogo escolar poderia conversar com os professores para compreender a conduta dos alunos. Poderia, também, conversar com as famílias e com os próprios alunos para compreender a percepção deles sobre o que está ocorrendo e compreender o momento familiar. Um projeto para trabalhar questões de relacionamento interpessoal, com dinâmicas e filmes, também poderia ser elaborado para trabalhar com a turma/grupo.
Educação Inclusiva
Os alunos portadores de necessidades especiais, historicamente, têm estudado em escolas que possuem Educação Especial. Esta é uma modalidade de educação escolar oferecida aos alunos portadores de necessidades especiais.
O movimento de educação inclusiva é, na verdade, uma luta para a construção de uma Escola de qualidade para todas as crianças e adolescentes, porque a educação é um direito previsto na Constituição Brasileira. Todos os sujeitos em desenvolvimento possuem necessidades especiais que devem ser supridas pela sociedade da qual participam (cf. GOMES, 2007).
Encontrar uma terminologia para os alunos com necessidades especiais sem estigmatizá-los tem sido um desafio para a Educação. Termos como “excepcionais”, “deficientes”, “portadores de deficiência”, entre outros, já foram utilizados ao longo das últimas décadas.
Dificuldades de Aprendizagem
Aula 5
	
O universo escolar e o processo educativo têm como um de seus objetivos a aprendizagem tanto de conteúdos como de comportamentos. Nesse processo, a aprendizagem é influenciada por fatores referentes a quem ensina e a quem aprende, porque a educação é uma relação de ensino-aprendizagem.
A aprendizagem envolverá fatores individuais do próprio aluno: aspectos cognitivos (memória, atenção e pensamento), emocionais (autoestima e autoconfiança), físicos (visão e audição) e sociais (capacidade de estabelecer relacionamentos).
Aspectos referentes à relação com o professor e com os demais alunos, aspectos da matéria a ser aprendida e da metodologia de ensino também podem influenciar no processo.
No processo de aprendizagem, a informação é captada (Input), processada e emitida (output). A informação é recebida, organizada e integrada para ser armazenada e depois recuperada. Desse modo, a informação, que é processada de forma única pelo indivíduo, reveste-se de significado.
A dificuldade de aprendizagem pode ocorrer tanto por uma falha na captação, no processamento, no armazenamento ou na recuperação da informação, o que se caracteriza como algum problema na estrutura cognitiva, como também pela forma como o conteúdo é ministrado. Neste último caso, a origem do problema é pedagógica.
A dificuldade de aprender pode ter uma origem intrínseca, relacionada com o processamento da informação e, portanto, pode ser uma disfunção do Sistema Nervoso Central. Pode, também, estar relacionada com a metodologia de ensino ou com as relações interpessoais com o professor ou os alunos e, portanto, ter uma origem extrínseca.
No primeiro caso, a dificuldade em aprender está relacionada com um d de aprendizagem que possui classificação nos manuais de diagnóstico, no CID 10, elaborado pela Organização Mundial de Saúde (distúrbio de aprendizagem), e no DSM IV, elaboradopela Associação Psiquiátrica Americana (transtorno de aprendizagem).
O transtorno de aprendizagem deve ser diagnosticado através de testes de avaliação da expressão escrita, da leitura e da matemática. Esses aspectos caracterizam os três tipos de transtorno apresentados nos manuais acima citados: transtorno da leitura, transtorno da escrita e transtorno da matemática.
Para ser considerado um transtorno, segundo esses manuais, a dificuldade não pode ser decorrente de problemas visuais ou auditivos, falta de oportunidade de aprender, comprometimento na inteligência global, traumatismo ou doença cerebral adquirida ou descontinuidade educacional em função de mudanças de escola. A dificuldade ocorre pelo mau funcionamento no Sistema Nervoso Central.
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e o processo de aprendizagem escolar
O TDAH é causado por uma insuficiência de neurotransmissores em áreas do cérebro responsáveis pela atenção, pelo estado de vigília e controle das emoções. Esse distúrbio funcional ocasiona o déficit de atenção e a hiperatividade.
Segundo o manual de diagnóstico DSM IV, existem três subtipos de TDAH:
TDAH predominantemente hiperativo-impulsivo: apresenta, como sintomas, agitação, inquietação na cadeira, dificuldade para realizar atividades de lazer em silêncio, dificuldade para aguardar a sua vez e fala em demasia.
TDAH predominantemente desatento: apresenta dificuldade de manter a atenção, dificuldade de seguir instruções até o final, dificuldade em terminar tarefas escolares que exijam concentração, dificuldade em organizar tarefas e atividades.
TDAH combinado: apresenta os sintomas do subtipo hiperativo-impulsivo e do subtipo desatento.
Para que seja diagnosticado um desses subtipos, faz-se necessário que o indivíduo apresente seis ou mais dos sintomas referentes àquele subtipo por no mínimo seis meses. (Associação Americana de Psiquiatria, 2006)
A criança ou adolescente que possui o TDAH pode apresentar dificuldade de aprendizagem em função do déficit de atenção.
A criança pode apresentar déficit de atenção sem hiperatividade, sem problemas de aprendizagem e sem comportamento antissocial, ou pode apresentar o déficit de atenção associado a algum desses fatores. No entanto, quando apresenta o quadro de hiperatividade, em geral, também apresenta o déficit de atenção.
O tratamento desse transtorno é realizado em duas vias: a medicamentosa, em que o paciente será tratado com psicofarmacos estimulantes ou antidepressores (no caso de quadro depressivo comórbido), e a outra via é a psicoterapia, que irá atuar nas consequências do TDAH na vida do indivíduo referentes às relações com pais e colegas, à adaptação na escola, à aprendizagem, à autoestima etc.
Isso porque o déficit de atenção causa dificuldades na relação com outras pessoas e, consequentemente, criam-se rótulos, rejeições, isolamento social e baixa autoestima.
É importante, também, ressaltar que o TDAH, muitas vezes, ocorre conjuntamente com outros problemas. As comorbidades mais comuns são a depressão, a ansiedade, as dificuldades de linguagem, a dificuldade na coordenação motora e os problemas comportamentais.
A criança com TDAH na escola
Em função do déficit de atenção, a criança pode desenvolver dificuldades na área de aprendizagem, uma vez que, para esta ocorrer, haja necessidade de retenção na memória, que, por sua vez, depende da percepção e da atenção. Se a criança não consegue sustentar a atenção nas tarefas, terá dificuldade para reter informações e criar estratégias de solução de problemas mais elaborados (pensamento). Esse transtorno, pode interferir, em última instância, no desenvolvimento cognitivo da criança e na sua capacitação escolar.
Como, além da dificuldade de atenção, existe a hiperatividade também, outros problemas escolares acabam surgindo. O ensino escolar, a partir da 1º ano do Ensino Fundamental, exige da criança um comportamento mais disciplinado. Ela tem um lugar para sentar e deve permanecer nele por um longo tempo, sem levantar e, muitas vezes, sem poder falar com os colegas, mantendo a atenção no que diz a professora.
Uma criança com TDAH terá muita dificuldade em corresponder a essa postura, dificuldade de ficar parada em um lugar, de não falar constantemente, de fixar a atenção na realização de uma tarefa, por exemplo. Todas essas dificuldades levam-na a ter um comportamento atípico em sala, o que atrapalha a dinâmica das aulas e, muitas vezes, desagrada aos professores, colegas e coordenadores, além de haver punição por mau comportamento e reclamações recorrentes à família.
“Com os colegas também não é diferente, pois essa agitação constante, sobretudo com os colegas mais próximos, acaba por trazer problemas também para eles. Os rótulos dos professores e colegas podem afetar a autoestima e conduzir ao afastamento dos colegas e ao isolamento social” (Goldstein, S. ; Goldstein, M, 1994).
Essa situação não é incomum e, quando não avaliada e tratada adequadamente, pode levar a criança e o adolescente a abandonarem os estudos e a continuarem, na vida adulta, com vários sintomas e com as consequências dessa experiência escolar.
Diante da dificuldade de se adaptar às instituições de ensino, alguns alunos conseguem desenvolver estratégias para focar a atenção, tais como horários fixos e tempo adequado de estudo, de acordo com as possibilidades pessoais, e intervalos regulares, uso de recursos visuais, auditivos e cinestésicos, que possibilitam um aumento da atenção para que não se dispersem.
Os pais podem utilizar estratégias para auxiliar os filhos nos estudos, no entanto, o primeiro passo é que ele dispense um esforço para tal atividade, que considere a atividade de estudo importante e, por isso, merecedora de seu esforço. Para a criança com TDAH, faz-se necessário criar estratégias motivadoras e que “prendam a atenção”. Para motivá-las, os pais podem tornar os estudos interativos ou lúdicos, ou, ainda, estabelecer metas e recompensas.
Os pais devem conhecer o tempo em que a criança é capaz de permanecer atenta aos estudos e permitir intervalos. Além da rotina de estudo, manter um registro com dia, hora e matéria a ser estudada facilita a organização da criança, ela se programa para a atividade a ser realizada.
Fracasso escolar e culpabilização do aluno
A culpabilização do aluno e a isenção dos fatores pedagógicos e sociais nas dificuldades de aprendizagem constituem um erro. Um aluno de baixa renda, que vive em uma casa de dois cômodos com uma mãe que trabalha o dia todo e mais três irmãos, pode apresentar dificuldades na alfabetização sem necessariamente possuir um transtorno de aprendizagem.
Em muitas situações, ele não tem quem possa auxiliá-lo em casa nas dificuldades que apresenta, não possui um local adequado para estudar e, muitas vezes, a própria alimentação é comprometida. Em geral, é uma criança que está acostumada a atividades ao ar livre e que exigem pouca concentração, e não foi introduzido no universo das histórias infantis. Todas essas questões sociais podem dificultar a aprendizagem do aluno que, por desinteresse da escola ou falta de recursos, não consegue dar conta da aprendizagem.
Os professores da rede pública de ensino, diante dessa realidade, sentem-se impotentes e não contam com um suporte técnico fora da sala de aula para refletir e encontrar alternativas conjuntas com outros profissionais. Essas circunstâncias acabam por transformar o trabalho de muitos educadores em uma tarefa pouco gratificante (cf. Patto, 1997).
Como a 
culpabilização
 do aluno está relacionada com a situação do fracasso escolar que encontramos na 
atualidade ?
As escolas, muitas vezes, não conseguem adequar o sistema de ensino à realidade social do aluno. Como resultado, temos muitos alunos que não conseguem aprender. No entanto, diante desse quadro, a escola se exime de sua responsabilidade e culpa o aluno pela não aprendizagem.
Avaliação das dificuldades
Aula 6
Nesta aula,você poderá observar as fases do desenvolvimento da criança e a aprendizagem. Piaget e Vygotsky pontuaram o tema muito bem e nos trouxeram o entendimento sobre o poder da cognição para a aprendizagem.
O primeiro afirmava que a criança passa por quatro estágios, chamados: sensório-motor; pré-operatório; operatório concreto e operatório formal. O segundo autor falava sobre Zona de Desenvolvimento Proximal, como um tipo de aprendizagem por imitação, que vai sendo aprimorada por meio do potencial de cada indivíduo.
Por fim, você estudará as Inteligências Múltiplas de Gardner. Elas foram criadas como uma forma de criticar os psicólogos que consideram que o raciocínio lógico ou a competência linguística ocorrem em um lugar diferente daquele em que são realizadas as soluções dos problemas musicais, por exemplo.
Processo de aprendizagem - Principais pensadores
Jean Piaget: a aprendizagem começa desde o nascimento e chega mais ou menos ao 16 anos de idade. O que não quer dizer que, depois dessa idade, deixa-se de haver a aprendizagem, pois esta acontece até o fim da vida, porém aos 16 anos, o desenvolvimento cognitivo já foi bem explorado.
Lev Vygotsky: Quanto à zona de desenvolvimento proximal, estudo de Vygotsky, existe o debate da existência de dois níveis de desenvolvimento: o real e o potencial.
O desenvolvimento real: relaciona-se com as funções psicológicas consolidadas e com a capacidade de desempenhar tarefas sozinho.
O potencial: refere-se às funções que estão em processo de amadurecimento e à capacidade de desempenhar tarefas em colaboração com adultos ou companheiros mais capazes.
Howard Gardner: afirma que as inteligências estão presentes em diferentes esferas da vida humana, e não principalmente na escola. Ele definiu como: verbal-linguistica, lógico-matematica, espacial, musical, naturalista, cinestesico-corporal, interpessoal e intrapessoal.
Desenvolvimento e Aprendizagem
Para Piaget, o conhecimento ou a aprendizagem não podem ser estudados somente quanto à aquisição, mas deve-se compreender como eles mudam e evoluem ao longo da história. Isso nos leva a pensar que não devemos nos preocupar com esses fatores apenas como algo que foi obtido e que não será modificado. É preciso compreender como conhecimento e aprendizagem são alterados.
Nessa visão, Piaget defendia o pensamento de compreender a aprendizagem de uma maneira genética, ou seja, ao longo do desenvolvimento da vida humana, começando de um estado de menor conhecimento até um estado de maior conhecimento (Coll, 1996).
Para Piaget, a aprendizagem está em conexão com o desenvolvimento cognitivo. “O nível de competência intelectual de uma pessoa em um determinado momento de sua evolução depende da natureza de seus esquemas, do número dos mesmos e da maneira como se combinam e coordenam entre si” (Coll, 1996, p. 106).
Para compreender o desenvolvimento cognitivo de uma pessoa, Piaget o dividiu em estágios:
	
0 à 2 anos e meio
	Sensório-motor: culmina com a construção da primeira estrutura intelectual. A inteligência é prática. As noções de espaço e tempo são construídas pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento. 
Exemplo: O bebê pega qualquer objeto, leva até a boca e mama. Ele vê apenas o objeto e não o seu significado.
	2 a 7 anos
	Pré-operatório ou Inteligência representativa ou conceptual: culmina com a construção das estruturas operatórias concretas. É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro. Nesse momento, a criança desenvolve os seguintes comportamentos e pensamentos:
 Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é a fase dos "porquês").
 Já pode agir por simulação: "como se". 
 Possui percepção global sem discriminar detalhes. 
 Deixa-se levar pela aparência sem relacionar fatos. Exemplo: Duas bolinhas de massa iguais são apresentadas à criança, e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Ela não relaciona as situações.
	7 a 11 anos
	Operatório Concreto: a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade etc. Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração. Desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade). Exemplo: Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa, uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.
	11 a 16 anos
	Operações formais: culmina com a construção das estruturas intelectuais próprias do raciocínio hipotéticodedutivo. O indivíduo torna-se apto a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas. 
Exemplo: Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da ideia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.
Aprendizagem Cognitiva
Essas etapas vistas na tela anterior, são alcançadas por meio da preparação da etapa anterior, elas vão amadurecendo gradativamente, conforme o desenvolvimento da criança e a evolução da idade. É preciso avaliar o potencial de aprendizagem de cada sujeito para identificar seu poder evolutivo.
O conhecimento, para Piaget, é adquirido com a interação do sujeito e o objeto, mas essa interação vai depender muito dos esquemas cognitivos do indivíduo. Uns assimilam a presença do sujeito e do objeto com maior facilidade, outros, com maior dificuldade.
Pode-se dizer, então, que existem 4 fatores que explicam o desenvolvimento: 
 
● A maturação;
● A experiência com os objetos;
● A experiência com as pessoas;
● O equilíbrio. 
Este último é interpretado como a relação do sujeito com o ambiente, por exemplo: o barulho, o cheiro, o estímulo invasivo que provoca dor (injeção) são fatores externos e inevitáveis. Para superá-los é preciso ter equilíbrio, caso contrário, o sujeito vai viver em constante desarmonia com o ambiente.
“O equilíbrio, cedo ou tarde, é necessariamente progressivo e constitui um processo de superação tanto como de estabilização, reunindo de forma indissociável as construções e as compensações” (Piaget, apud Coll, 1996, p.109).
 
Apesar de outros estudiosos tentarem desvalorizar os estudos de Piaget sobre Aprendizagem Cognitiva, este se manteve “de pé”, devido a sua grande diversidade nos estudos.
Segundo Coll (1996, p. 115), as aplicações educativas da Psicologia Genética caracterizam-se por seu volume e também por sua diversidade: 
 
● Diversidade de contextos educativos (educação familiar, educação escolar, educação extraescolar etc.); 
● Diversidade de níveis de ensino (Pré-escolar, Primário, Secundário, Ensino Superior etc.); 
● Diversidade de conteúdos (Matemática, Ciências Naturais, Ciências Sociais, linguagem oral, leitura, escrita etc.);
● Diversidade de problemáticas (diferenças 
individuais, educação especial, elaboração de materiais didáticos, formação do professorado etc.);
● Diversidade dos aspectos do processo educativo referidos (objetivos, conteúdos, avaliação, métodos de ensino etc.)”.
Aplicações do desenvolvimento cognitivo
A seguir, serão descritos os 3 tipos de aplicações do desenvolvimento cognitivo.
Desenvolvimento cognitivo e educação escolar
O desenvolvimento cognitivo, por si só, realiza uma conexão com o estágio anterior. Ocorre uma maior aprendizagem no momento posterior, e diminuem-se as perturbações que o estágio anterior trouxe.
A educação escolar tem o papel de potencializar esse desenvolvimento e de contribuir para a construção dessas estruturas, ou seja, minimizar conflitos e incentivar o crescimento do potencial humano.
	Fases do desenvolvimento cognitivo na educação escolar
	Contribuições da educação escolar
	Pré- escolarContribuir para o desenvolvimento das estruturas operatórias concretas e das competências, tais como: reversibilidade, juízo moral autônomo, reciprocidade nas relações, coordenação dos pontos de vista. 
 
Exemplo: 
A criança tem dois objetos idênticos nas mãos. Pede-se a ela que dê um para o amigo, pois o outro é igual. Ela reconhece e doa o objeto.
	Educação primária
	Potencializar e favorecer a construção progressiva das estruturas operatórias formais e das competências cognitivas, afetivas e relacionais que as caracterizam. A criança consegue distinguir as metáforas e o imaginário do real. 
 
Exemplo: 
Dizer que a colher é um aviãozinho para comer não funciona.
Nesse momento, é muito importante explorar a formação de valores e juízos. A educação escolar é marcante e crucial para o desenvolvimento da criança e, por isso, deve ser explorada.
Desenvolvimento e capacidade de aprendizagem
Para exigir o crescimento da aprendizagem da criança, é preciso saber a maturidade do seu desenvolvimento cognitivo. Conforme já estudamos antes, não se pode exigir uma maturidade da criança antes de ela ter passado pelos estágios anteriores e de superá-los. Por isso, os projetos pedagógicos e as ementas são construídos por um grupo de profissionais que compreendem as necessidades das crianças. Mesmo assim, o professor deve ficar atento, em sala de aula, a se as crianças estão conseguindo acompanhar os conteúdos que estão sendo transmitidos.
Caso uma criança não esteja conseguindo acompanhar, e a aprendizagem seja insistida, ela pode acabar por desenvolver os mecanismos da memorização mecânica ou da aprendizagem incorreta.
Funcionamento cognitivo e metodologia de ensino
É preciso estimular o aluno para a aprendizagem. Por muitos anos, o conhecimento foi estabelecido em uma relação de poder e autoridade. O professor era aquele detentor de todo o conhecimento, e o aluno era o receptor. Algo sem movimento e sem versatilidade.
Com o passar do tempo, foi-se percebendo que esse tipo de aprendizagem não era mais suficiente, e isso estava gerando desmotivação e desinteresse nos alunos. Assim, os currículos tiveram que ser ajustados a uma nova realidade que, até os dias atuais, ainda requer muitos ajustes. Entre eles, a inserção de tablets, lousas interativas, internet e outras ferramentas.
Na atualidade, as escolas têm lançado mão de muitas outras metodologias para manter o interesse do aluno pela aprendizagem do conteúdo.
É preciso levar, para a sala de aula, textos de debates, estudos de caso, e inserir as tecnologias nas aulas, construir, juntamente com o aluno, o conhecimento. Os tempos atuais não aceitam mais o conteúdo pronto, e sim construído.
Dessa visão de escola inovadora, nasce um novo estilo de educação, chamado Construtivista, que visa a trazer os estímulos externos para a sala de aula. A escola acredita e age com o aluno como sendo peça principal para a transmissão e absorção do conhecimento.
Zona de Desenvolvimento Proximal na aprendizagem (ZDP) — Vygotsky
O percurso para o desenvolvimento é inerente à espécie humana, mas é a aprendizagem que possibilita o despertar de processos internos de desenvolvimento dependentes do contato do indivíduo com certo ambiente cultural. Desde o nascimento da criança, o aprendizado está relacionado ao desenvolvimento, na medida em que possibilita o desenvolvimento das funções psicológicas superiores.
	
	ZDP
	
 
Essa concepção vincula o desenvolvimento do indivíduo à sua relação com o ambiente sociocultural em que vive e à sua situação de organismo que não se desenvolve plenamente sem suporte de outros indivíduos de sua espécie.
Essa importância dada por Vygotsky à interação social aparece, principalmente, na formulação de um conceito específico que explicita suas ideias sobre as relações entre desenvolvimento e aprendizagem: o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal. Vygotsky define a ZDP a partir da postulação da existência de dois níveis de desenvolvimento, como vimos anteriormente, o real e o potencial.
A ZDP é a distância entre esses dois níveis, é um domínio psicológico em constante transformação de níveis potenciais de desenvolvimento em níveis reais, que, novamente, tornam-se potenciais para a futura atualização em níveis reais.
Para Vygotsky, a Zona de Desenvolvimento Proximal é elaborada por meio da imitação. A criança é capaz de imitar o que um adulto faz, mas é capaz de fazer do seu modo, assim, utiliza da sua própria criatividade e inteligência.
Muitos objetos ou ambientes que não têm sentido para a criança passam a significar algo a partir do momento em que ela vê um adulto dar vida à situação. “O mecanismo de imitação da criança se forma ou se constrói pela soma dos seus próprios recursos aos recursos do adulto.”
Segundo Coll (1996, p. 97), “no lugar onde a criança só vê situações ou apresentações concretas de objetos concretos, o adulto faz-lhe ver representações e símbolos”. Dá sentido ao que, até o presente momento, era sem sentido para a criança.
Para Vygotsky, a expressão Zona de Desenvolvimento Proximal refere-se ao somatório do desenvolvimento real com o desenvolvimento potencial.
O real é interpretado como um conjunto de possibilidades para se resolver um problema. Já o potencial é visto como aquelas possibilidades que o adulto oferta à criança a fim de que ela possa utilizar as primeiras, bem como a maneira com que a criança as realiza.
O importante nesse processo de imitação é estimular na criança a capacidade para desenvolver o seu potencial e solucionar problemas. Por exemplo: a criança visualiza todos os dias o pai amarrando o tênis. Ela observa e repete, mas vai fazer mais rápido ou mais devagar, da direita para a esquerda etc. Isso de acordo com suas potencialidades, e deixará de depender de alguém para amarrar seu tênis.
As inteligências Múltiplas de Gardner
Foi Howard Gardner quem descobriu, através de testes padronizados, quais áreas do cérebro humano são ativadas quando determinada inteligência ou habilidade está sendo utilizada pelo indivíduo durante uma resolução de problemas, uma leitura de um texto, um jogo de construção, uma dança, e em todas as situações vividas pelo ser humano.
As oito inteligências definidas por Gardner são, como vimos no início da aula: verbal-linguística, lógico-matemática, espacial, musical, naturalista, cinestésico-corporal, interpessoal e intrapessoal. Ele afirma que essas inteligências podem ser aplicadas a diferentes contextos.
Em seus estudos das capacidades humanas, ele estabeleceu critérios segundo os quais é possível medir se um talento é realmente uma inteligência. Cada inteligência deve ter uma característica de desenvolvimento, ser passível de observação em vários indivíduos, proporcionar alguma evidência de localização no cérebro e dar suporte a um sistema simbólico ou de notação.
A maior parte das pessoas possui todo o espectro das inteligências, mas cada indivíduo revela características cognitivas distintas. Para Gardner, inteligência é definida como:
A capacidade para resolver problemas encontrados na vida real;
A capacidade para gerar novos problemas a serem resolvidos;
A capacidade para fazer algo ou oferecer um serviço que é valorizado em sua própria cultura.
Relação Interpessoal
Aula 7
O sujeito humano se constitui em uma cultura e a partir das relações interpessoais que estabelece ao longo de sua existência. A criança irá se desenvolver através da interação com os adultos que a educam e com as crianças com quem se socializam.
No espaço escolar, a criança estabelece relações com professores e alunos, e estes participam do seu desenvolvimento social, emocional e moral. A convivência na escola pode conduzir a experiências positivas ou negativas. O bullying é um exemplo de experiência negativa vivenciada pelo aluno.
O processo de construção da subjetividade no espaço escolar
O processo educativo é realizado tanto pela escola quanto pela família. E ele ocorre atravésdas relações interpessoais que são estabelecidas.
Na escola, as relações professor-aluno e entre alunos exercem influência sobre a construção do sujeito e sobre a aprendizagem.
Na família, os sentidos construídos sobre o ato de aprender e sobre o que vem a ser a escola podem influenciar o aprendizado também.
Rel. 
Profº
 - aluno
Aluno
Família
Relação entre alunos
Relação professor-aluno
A relação professor-aluno influencia a aprendizagem sob diferentes aspectos:
A construção de uma visão de mundo ― porque o ensino é perpassado por uma ideologia;
A construção da Zona de Desenvolvimento Proximal e o consequente desenvolvimento do aluno;
A construção do autoconceito e da autoestima do aluno e a motivação para a aprendizagem.
Nas abordagens construtivistas, o professor tem o papel de auxiliar o aluno na construção do conhecimento. É, portanto, na interação com o professor que o conhecimento do aluno é construído.
Podemos dizer que o professor sistematiza o conhecimento e, na relação com o aluno, auxilia a produção da Zona de Desenvolvimento Proximal e o consequente desenvolvimento. Esse é um aspecto que trata, sobretudo, do desenvolvimento cognitivo e da aquisição de conteúdo formal.
Professor e aluno interagem e, nessa interação, ocorre, além do conhecimento, a construção da subjetividade do aluno. O professor trabalha com a formação integral do sujeito. A forma como ele se relaciona com o aluno, o que diz sobre ele, os valores e as crenças que transmite nas aulas influenciam a formação do aluno.
A própria forma como o conteúdo é transmitindo contém, segundo Paulo Freire, uma ideologia. A educação nunca é um processo neutro, sendo assim, as ideias e os valores são, constantemente, transmitidos no processo educativo.
Por exemplo, quando o professor, ao ensinar Português, relaciona materiais que veiculam um conteúdo acerca da realidade social do aluno e o incentiva a refletir sobre essa realidade, está auxiliando esse sujeito a ser crítico de seu contexto social. Em contrapartida, se seleciona um material pretensamente neutro, e não estimula o aluno a olhar sua realidade e pensar acerca dela, está, certamente, formando um outro sujeito.
Relação entre alunos
No processo educacional que ocorre na escola, os pares são um elemento de extrema importância. Os alunos aprendem não só com o professor, mas também com os colegas. Essa aprendizagem envolve tanto os aspectos cognitivos quanto os aspectos emocionais e sociais.
Aspectos cognitivos: a relação entre os alunos pode funcionar também como uma mediação em que aqueles que já adquiriram determinadas capacidades auxiliam os que ainda estão em processo de desenvolvimento. Através dessa relação, pode ser construída a Zona de Desenvolvimento Proximal e o consequente desenvolvimento (cf. Coll e Colomina, 1996).
Aspectos sociais: a relação entre os alunos proporciona intensa aprendizagem quanto à socialização. Eles aprendem formas de comunicação, cooperação, competição e defesa na relação com os pares. Uma interação positiva possibilita o desenvolvimento das habilidades sociais. Nos momentos livres, entrada, saída e recreio, por exemplo, os alunos realizam interações e trocas que colocam em ação os aspectos referentes à socialização.
Aspectos emocionais: em momento de interação, os colegas podem influenciar de forma positiva ou negativa a construção dos aspectos do autoconceito e da autoestima. A interação positiva pode, então, auxiliar no desenvolvimento de um autoconceito positivo.
Bullying
A interação negativa entre alunos pode dificultar a aprendizagem e o desenvolvimento nos aspectos afetivo e social. O Bullying se caracteriza por atitudes agressivas repetidas contra um aluno. E elas não possuem motivação aparente. As atitudes tomadas em uma relação desigual de poder, que intimidam o aluno alvo da agressão, podem causar o rebaixamento de sua autoestima. Entre as atitudes mais comuns, podemos destacar:
Humilhação;
Colocação de apelidos depreciativos;
Ofensas;
Exclusão;
Discriminação;
Agressão física;
Roubo de pertences etc.
Brincar e apelidar são atitudes comuns no universo escolar e, em geral, não possuem maiores consequências. O Bullying se distingue da brincadeira por ser uma agressão repetida e que, como vimos, causa a intimidação da vítima.
Cyberbullying
As redes sociais possibilitam que crianças e adolescentes estabeleçam contatos fora do espaço escolar. No universo virtual, é possível conversar e trocar imagens da vida cotidiana. Esse espaço de relação também é utilizado para a realização do bullying, chamado, nessa situação, de cyberbullying.
Os alunos utilizam a internet para dar continuidade à relação que estabelecem na escola e podem, além de realizar agressões, postar fotos constrangedoras e fazer associações com imagens que circulam na rede para ridicularizar e agredir as vítimas de bullying. Nesse caso, o acompanhamento das relações (virtuais) não é realizado pela escola, e sim pela família.
A formação do psicólogo escolar
Aula 8
O psicólogo escolar deve ter clareza acerca das atividades e desafios com os quais irá trabalhar na instituição, pois o arcabouço teórico que irá utilizar possui estreita relação com as atividades a serem desenvolvidas.
O psicólogo irá utilizar os conhecimentos produzidos no campo da psicologia para auxiliar nas dificuldades de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, assim como em outras atividades institucionais, com o objetivo de otimizar o processo educacional.
Dinâmica de confiança
A técnica de dinâmica de grupo é um dos conteúdos que compõem a formação do psicólogo. No espaço escolar, podemos utilizá-la em diferentes situações e para trabalhar diferentes objetivos.
O tema trabalhado nessa dinâmica é a confiança no outro, trazendo a ideia de que cada um pode contribuir para atingir o objetivo geral. Ela pode ser utilizada em situações de desenvolvimento de equipes de trabalho e de relações interpessoais.
Saberes Teóricos
O psicólogo que atua na escola deve dominar os conceitos básicos da área de Psicologia e da área de Educação, em uma perspectiva interdisciplinar. Esses aspectos devem compor a formação teórica do psicólogo escolar, de forma contínua, para que possa sempre estar atualizado sobre das mudanças nos respectivos campos do saber.
Ele deve possuir conhecimento teórico acerca do processo de aprendizagem e do desenvolvimento humano, além de outros saberes da Psicologia, tais como:
O social, que trata de grupos e instituições;
O organizacional, que trata de relações humanas e trabalho em equipe;
A clínica, que trata do conhecimento de transtornos psicológicos.
Os saberes do campo da Educação constituem, igualmente, um importante referencial de conhecimento, pois faz-se necessário compreender os processos de leitura, escrita, cálculo, entre outros que são objetos da Educação. O conhecimento de áreas como Filosofia, Sociologia e Antropologia também contribuem para a compreensão da complexidade desse sistema (Coll, 1996).
OBS: necessários para o psicologo escolar: são o desenvolvimento humano, a psicologia social (dinâmica de grupo), a psicologia da aprendizagem, a psicologia organizacional e a psicopatologia.
Saberes Técnicos
A atuação do psicólogo escolar depende tanto de sua formação teórica quanto técnica, portanto, suas ações devem estar apoiadas nesses referenciais. Os saberes técnicos são necessários para o trabalho individual e também grupal. Faz-se necessário, pois, que o psicólogo conheça as técnicas de observação e análise dos processos psicológicos para poder compreender o que acontece nos grupos e na própria organização escolar. 
Ele pode utilizar as técnicas de entrevista, de dinâmica de grupo, de questionários, de psicodrama e de testes psicológicos. 
Essas técnicas e instrumentos podem ser utilizados com alunos, pais e professores, em situações individuais e grupais, com objetivo preventivo ou para resolução de problemas (Almeida, 2003).
 
Umexemplo poderia ser um trabalho de capacitação de professores acerca da Educação Inclusiva. 
O psicólogo poderia realizar um trabalho com um grupo de professores da educação infantil (8 professores) com o objetivo de refletir acerca da proposta da Educação Inclusiva a partir do conhecimento de diretrizes básicas.  A capacitação incluiria uma dinâmica inicial de sensibilização, seguida de uma apresentação do tema. Depois, poderia ser proposto a divisão em dois subgrupos para discussão do tema, tendo perguntas orientadoras, e encerrar o encontro com a apresentação das respostas pelo grupo.
 
Outra possibilidade de trabalho, por exemplo, seria a preparação dos pais para a implementação da Educação Inclusiva na escola. O trabalho poderia ser organizado com dinâmicas, textos para reflexão e outras atividades que possibilitarão a reflexão conjunta. Esse é um tema importante, porque, para a escola implementar um trabalho inclusivo, todos os sujeitos que a compõem devem ser preparados (professores, alunos, pais e funcionários). A inclusão se constitui em uma mudança de atitude em relação ao portador de necessidades especiais.
Essas duas situações podem ser pensadas como atuações preventivas (caso sejam realizadas antes da implementação do processo de inclusão) ou como resolução de problema (caso já ocorra a Educação Inclusiva e esteja havendo dificuldade em sua implementação).
Habilidades necessárias ao psicólogo escolar
O psicólogo escolar terá como campo de atuação um universo complexo composto por diferentes sujeitos e grupos. Cada classe se constitui em um grupo: dos professores de cada segmento educacional, dos pais de cada turma ou de cada segmento.
Assim, o psicólogo deve possuir habilidade para trabalhar com grupos de diferentes faixas etárias e com diferentes papéis sociais e funções institucionais. Ele deve ter disponibilidade para a troca de saberes e para elaboração de projetos coletivos.
Saber ouvir, respeitar diferentes pontos de vista e estimular a participação dos sujeitos são habilidades, igualmente, necessárias à sua prática. Deve possuir, também, habilidades pessoais de busca de conhecimento e aperfeiçoamento profissional (Almeida, 2003).
A Importância da Prática
Para a formação do psicólogo escolar, é fundamental que haja a articulação entre a teoria e a prática. Assim, faz-se importante que o aluno que se prepara para o exercício dessa área da Psicologia tenha vivências da prática através de estágios supervisionados.
O estágio possibilita a capacitação para as diferentes funções do psicólogo na escola, bem como o aproximará da complexidade desse universo, além de capacitá-lo para a atuação no trabalho em equipe multiprofissional e com uma visão interdisciplinar.
A formação do psicólogo escolar deve prepara-lo para atuar em contextos educacionais, o que implica a compreensão da dinâmica desse sistema e a capacitação para avaliar, acompanhar e intervir em situações de grupo.
No Brasil, o psicólogo que atua na escola se depara com inúmeros desafios, entre eles, podemos citar:
O analfabetismo e a repetência, que caracterizam um alto índice de fracasso escolar (com crianças que chegam ao 5º ano do Ensino Fundamental sem conseguir ler e interpretar textos);
A formação deficitária dos professores;
O investimento insatisfatório na área educacional por parte dos governos;
A ausência de um projeto educacional comprometido com o desenvolvimento social e educacional ao longo dos anos pelos diferentes governos.
Assim, o psicólogo escolar deverá possuir formação e prática que o habilitem para lidar com essa realidade e encontrar alternativas para realizar o seu trabalho e contribuir para a melhoria do processo educacional.
O psicólogo no contexto escolar
Aula 9
A escola constitui-se em um tipo de organização e, como tal, funciona com diferentes equipes de trabalho: professores, coordenadores, inspetores, pessoal de secretaria, pessoal de limpeza, pessoal administrativo etc. Como toda organização, possui um objetivo geral, e cada equipe de trabalho possui seus objetivos específicos. Para que o objetivo geral seja atingido, as equipes devem trabalhar de forma integrada.
O trabalho do psicólogo no contexto escolar
Os profissionais que trabalham na escola têm como objetivo a formação do aluno de acordo com as diretrizes do Projeto Político Pedagógico. Eles possuem funções diferentes e objetivos comuns. 
Para que esse trabalho possa ser construído, faz-se necessário que haja reuniões para reflexão acerca do trabalho e para o planejamento conjunto de atividades. O trabalho do psicólogo escolar junto aos alunos e pais, tanto no que concerne a um trabalho de orientação em relação a algum problema existente quanto a um trabalho preventivo, deve ser refletido conjuntamente com os outros profissionais da escola envolvidos na questão (professores e pedagogos). Assim, o psicólogo escolar caracteriza-se como membro de uma equipe, um especialista que coopera com outros especialistas.
O trabalho em equipe
A construção de um trabalho em equipe pode ser um dos objetivos do psicólogo. Ele procurará criar um ambiente propício às trocas e à cooperação entre os profissionais. A equipe constitui-se em um grupo e, como tal, possui todas as questões referentes à dinâmica de um grupo. O trabalho em equipe exige constante reflexão acerca da comunicação, das relações, da delimitação de papéis e da cooperação (Carvalho, 2008).
O psicólogo escolar deve ser um interlocutor qualificado que auxilia o professor nas dificuldades que este possua, refletindo, conjuntamente, e colocando questões para serem pensadas. Esse aspecto da prática é importante porque retira o psicólogo do lugar de solucionador de problemas.
Por exemplo, se existe a dificuldade de relação com um aluno ou uma turma, o professor leva a questão para o psicólogo e deixa de buscar a compreensão da situação e de buscar alternativas, passando para o outro profissional a responsabilidade de resolver.
Esse tipo de condução da situação caracteriza-se como um equívoco. O psicólogo escolar, na realidade, deve atuar levantando questões para serem refletidas, discutindo alternativas e resultados, conjuntamente com o professor. Essa conduta é importante para que o professor participe, sinta-se seguro e qualificado para resolver os problemas que se apresentam no processo educativo e envolvido na resolução da questão que se apresenta em sua sala de aula (Masini, 1981).
O trabalho de orientação
O trabalho de orientação tem se constituído na principal representação social do psicólogo no espaço escolar. Existem três possibilidades de atuação no que concerne à orientação: orientação psicológica, orientação psicopedagógica e orientação profissional.
Orientação psicológica: consiste no atendimento através de entrevistas com aluno, pais e professores (de acordo com o caso) a fim de compreender a percepção desses sujeitos acerca da situação-problema, bem como as relações que são estabelecidas. É um acompanhamento direto do caso, e a intervenção consistirá em realizar reflexões com cada sujeito envolvido, compreender a situação de forma global e pensar estratégias de intervenção para a solução, de forma conjunta. Em algumas situações, faz-se necessária a mudança na conduta do aluno, dos pais ou do professor.
Nas entrevistas, o psicólogo estabelecerá uma relação dialógica que visa o envolvimento reflexivo dos sujeitos na compreensão e na busca de soluções para as dificuldades em questão. A partir dessas entrevistas, o psicólogo irá realizar um acompanhamento da situação e poderá fazer diversas entrevistas individuais com os sujeitos envolvidos ou mesmo, se julgar necessário, entrevistas conjuntas. O trabalho de orientação pode também ser realizado em grupo.
A orientação psicológica pode ser utilizada tanto para resolução de problemas quanto para prevenção. O trabalho individual ocorre quando tratamos de uma situação específica relacionada com o aluno e/ou o professor.
A orientaçãogrupal pode ocorrer pautada na demanda dos alunos, pais ou professores. Por exemplo, podemos realizar um ciclo de encontros com os alunos para trabalhar a questão da sexualidade ou um encontro com os pais para falar sobre a fase da adolescência e seus desafios.
Em algumas situações, faz-se necessário que haja um encaminhamento para um profissional que atue fora da instituição e realize um diagnóstico e um acompanhamento mais específico na sua especialidade. O psicólogo escolar pode encaminhar para profissionais da área médica, psiquiátrica, psicológica, fonoaudiológica ou psicopedagógica, de acordo com a questão.
Orientação psicopedagógica: pode ser realizada pelo psicólogo em casos em que o aluno apresente dificuldades de aprendizado. O psicólogo irá trabalhar estimulando o desenvolvimento das habilidades que o aluno necessita. Para atuar com essa forma de orientação, faz-se necessário que o psicólogo escolar possua especialização em psicopedagogia. Em algumas situações, o aluno pode necessitar, também, de um acompanhamento fonoaudiológico, como no caso da dislexia.
Orientação profissional: é uma outra possibilidade de intervenção: o psicólogo irá auxiliar os alunos a realizarem uma escolha profissional. Essa orientação pode ser realizada de forma individual, com entrevistas, atividades e testes padronizados, ou em grupo e com dinâmicas.
O planejamento da orientação vocacional pode ocorrer de diferentes formas: através de alguns encontros com um grupo de alunos do 2º ou 3º ano, ou, de forma sistemática, ao longo, por exemplo, do Ensino Médio, e com encontros mensais com as turmas de 1º, 2º e 3º ano. Assim, os alunos realizam, gradativamente, um discernimento e uma escolha. No processo de orientação vocacional, o psicólogo escolar deve auxiliar o aluno a refletir acerca de sua identidade (quem eu sou), das profissões existentes e do mercado de trabalho.
Orientação vocacional: é um processo que exige autoconhecimento e, portanto, pode começar no início da adolescência (12 anos/7º ano). Esse trabalho, pode ser realizado através de atividades e dinâmicas com as turmas.
O conhecimento acerca das profissões pode, também, ter início nessa fase. O adolescente realizará a escolha por volta dos 16 ou 17 anos, mas as reflexões sobre si mesmo e sobre as profissões podem ocorrer ao longo da adolescência. O trabalho de orientação vocacional realizado com os alunos do Ensino Médio pode contemplar, também, reflexões sobre o mundo do trabalho: desenvolvimento de recursos psicológicos, como trabalho em equipe, relações interpessoais, direitos e deveres, liderança, tomada de decisão, responsabilidade etc.
Intervenção psicologia
Aula 10
O processo de ensino-aprendizagem é influenciado por diferentes fatores, tanto no que concerne às questões de ensino (método, relações, conteúdo, didática) quanto no que concerne às questões referentes ao indivíduo que aprende.
Ao longo da escolarização, o aluno pode apresentar dificuldade de aprendizagem em diferentes momentos e por diferentes motivos que podem estar relacionados com aspectos internos ou externos, como vimos na aula sobre adaptação escolar.
O psicólogo, diante de uma situação de dificuldade de aprendizagem, deverá realizar um levantamento para compreender a situação e elaborar uma forma de intervenção.
Dificuldade de aprendizagem
A atuação do psicólogo, quando se depara com a dificuldade de aprendizagem do aluno, consiste, inicialmente, em três etapas: levantamento, criação de hipóteses e intervenção.
Levantamento
Na primeira etapa, o psicólogo escolar procura compreender o que pode estar levando o aluno a ter dificuldades na aprendizagem. Para tal, ele realizará um levantamento em que irá conversar com o professor para compreender como é esse aluno em sala de aula, sua conduta e relações. (Almeida, 2003)
 
O levantamento deve ter início no contato com o professor que, em geral, é quem formula a demanda. Nessa entrevista, procura-se ouvir a queixa do professor, compreender sua percepção acerca do problema, do aluno e de sua família, compreender como ele trabalha com o aluno e que alternativas de intervenção já experimentou. A partir dessa entrevista, o psicólogo poderá pensar algumas alternativas para serem experimentadas. Poderá, também, realizar um levantamento do desempenho dele nas disciplinas ao longo dos anos ou ver alguma produção acadêmica do aluno. 
 
Na conversa com o professor e no levantamento, o psicólogo poderá verificar se o problema é em uma disciplina ou em várias, e há quanto tempo o problema existe. Se o aluno começou a apresentar dificuldade em determinada disciplina somente no 4º ano, pode-se verificar se a dificuldade está relacionada ao momento presente.
Criação de hipóteses
O psicólogo deve conversar com a família também, a fim de compreender como funciona o universo familiar, como são as relações, se ocorreram mudanças na família tais como: separação dos pais, morte de um ente querido ou nascimento de um irmão. Isso porque uma mudança significativa na família pode se refletir na aprendizagem da criança. Nesse encontro, pode-se refletir sobre a ação que a família pode ter junto ao aluno, para que ela se envolva na busca de soluções.
Intervenção
E, por fim, procurar compreender como o aluno percebe o problema, como se percebe na sala de aula, como é sua relação com os professores e colegas, qual é a sua história escolar e o que pensa acerca da instituição. O psicólogo deve, também, conversar com o aluno ou pedir-lhe algum desenho que expresse o universo escolar, a fim de compreender como ele o percebe.
 
O levantamento de informações é fundamental para compreender a origem da dificuldade de aprendizagem. Nos casos em que o psicólogo julgar necessário, pode solicitar uma avaliação mais profunda de um profissional fora da Instituição Escolar (um psicólogo, um psiquiatra ou um fonoaudiólogo) que lhe enviará um parecer acerca da avaliação (Almeida, 2003).
O Trabalho Institucional
O psicólogo escolar deve compreender os aspectos sociais e relacionais da instituição. Seu olhar não pode considerar somente o indivíduo de forma isolada, mas sim o indivíduo em seus diferentes contextos e relações, sobretudo, os que ocorrem na escola.
 
O conhecimento do Projeto Político Pedagógico possibilita ao psicólogo conhecer os objetivos institucionais e a forma de organização escolar proposta e, a partir, desse conhecimento, avaliar e propor ações que possibilitem o alcance dos mesmos.
A atuação institucional possibilita ao psicólogo ter uma visão do todo (clima organizacional, representação social da escola, objetivos gerais etc.) e atuar para obter melhorias nos processos que constituem o espaço escolar (Almeida, 2003).
 
A satisfação dos sujeitos que compõem o espaço escolar (professores, funcionários, alunos e pais) influencia na motivação e no envolvimento com a instituição. A escola é um espaço social de formação de sujeitos e, consequentemente, da sociedade que se deseja construir.
 
O psicólogo pode realizar uma análise das necessidades da instituição e, a partir dos resultados, propor intervenções que modifiquem ações, processos e representações sociais. Isso pode ser feito através de trabalhos em grupo em que os sujeitos pensem o espaço escolar e suas relações.
O trabalho com projetos
O psicólogo escolar pode elaborar projetos para trabalhar com temas específicos. A elaboração de um projeto deve considerar a realidade escolar. O projeto pode ser elaborado para resolução de problemas existentes, por exemplo, o bullying, ou para prevenção e formação do aluno, por exemplo, a sexualidade (Luck, 2003). A elaboração de um projeto deve conter:
Obj
. 
a
 ser atendido
Público Alvo
Tema
Crono-grama
Plano de trabalho	
Elaboração de projetos

Outros materiais