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PONTO 02 
XIV CONCURSO PARA JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO DA 1ª REGIÃO
Alessandro Rafael Bertollo de Alexandre * Alexey Suusmann Pere * Bruno Anderson Santos da Silva * Caio Castagine Marinho * Carolynne Souza de Macêdo Oliveira * Clécio Alves Araújo * Danielli Farias Rabelo Leitão Rodrigues * Diana Maria Wanderlei da Silva * Diego Leonardo Andrade de Oliveira * Diogo Souza Santa Cecília * Eduardo Santos da Rocha Penteado * Emanuel José Matias Guerra * Érico Rodrigo Freitas Pinheiro * Felipe Bouzada Flores Viana * Flávio Fraga e Silva * Frederico Botelho de Barros Viana * Gabriela Silva Macedo * Gilberto Pimentel de Mendonça Gomes Junior * Heitor Moura Gomes * Herley da Luz Brasil * José Flávio Fonseca de Oliveira * Jucelio Fleury Neto * Leonardo Tavares Saraiva * Lílian Mara de Souza Ferreira * Liviane Kelly Soares Vasconcelos * Luzia Farias da Silva * Marcelo Freire Lage * Márcio Muniz da Silva Carvalho * Mauro César Garcia Patini * Omar Bellottti Ferreira * Paulo Máximo de Castro Cabacinha * Pedro Felipe de Oliveira Santos * Rafael de Sousa Branquinho e Assis * Rafael Lima da Costa * Ricardo Beckerath da Silva Leitão * Robson de Magalhães Pereira * Rodrigo Parente Paiva Bentemuller * Sophia Nóbrega Câmara * Tiago Borré * Ubiratan Cruz Rodrigues * Umberto Paulini * Victor Cretella Passos Silva * Walisson Gonçalves Cunha * Walter H. Santos
2012
CONTEÚDO DO PONTO 02�
	A
	Direito Constitucional
	Direitos Humanos. Hermenêutica constitucional.
	B
	Direito Administrativo
	Administração Direta (órgãos públicos: conceito, espécies, regime); Administração Indireta: Autarquias, Fundações Públicas, Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas. Principais características de cada e regimes jurídicos. O regime das subsidiárias. Direito Administrativo Econômico. As formas de intervenção do Estado. Os princípios constitucionais da ordem econômica e a criação de sociedades de economia mista e empresas públicas. 
	C
	Direito Penal
	A lei penal: características; fontes; interpretação; vigência e aplicação. Lei penal no tempo e no espaço. Imunidade. Condições de punibilidade. Concurso aparente de normas. Crimes contra a administração pública. Crimes de responsabilidade. Crimes de abuso de autoridade. Crimes nas licitações e contratos da administração pública.
	D
	Direito Processual Penal
	Prisão. Flagrante. Temporária. Preventiva. Decorrente de pronúncia, decorrente de sentença. Princípio da necessidade, prisão especial, prisão albergue, prisão domiciliar e liberdade provisória. Fiança. Execução das penas e das medidas de segurança. Execução penal: evolução e regressão, regimes de cumprimento da pena e incidentes; suspensão condicional da pena; livramento condicional; graça; indulto; anistia; reabilitação. Incidentes da execução. Remição. Inclusão e transferência de presos para presídios federais (Resolução CJF).
	E
	Direito Civil
	Pessoas jurídicas: Conceito. Classificação. Registro. Administração. Desconsideração da personalidade jurídica. Associações. Fundações. 
	F
	Direito Processual Civil
	Jurisdição constitucional propriamente dita (controle judicial de constitucionalidade e suas espécies: ação direta de inconstitucionalidade interventiva, ação direta de inconstitucionalidade, ação de inconstitucionalidade por omissão, ação declaratória de constitucionalidade, arguição de descumprimento de preceito fundamental, respectivos natureza, conceitos, características, hipóteses de cabimento, detalhes de procedimento).
	G
	Direito Previdenciário
	Regime geral. Segurados e dependentes. Inscrição e filiação. Qualidade de segurado. Manutenção e perda. Previdência Social Rural e Previdência Social Privada. Regimes especiais. 
	H
	Direito Financeiro e Tributário
	Despesa pública. Conceito e classificação. Disciplina constitucional dos precatórios.
	I
	Direito Ambiental
	Normas constitucionais relativas à proteção ambiental.
	J
	Direito Internacional Público e Privado
	Atos Internacionais. Tratado. Conceito. Validade. Efeitos. Ratificação. Promulgação. Registro e publicidade. Vigência contemporânea e diferida. Incorporação ao Direito Interno. Violação. Conflito entre tratado e norma de Direito Interno. Extinção. Convenção. Acordos. Ajuste. Protocolo.
	K
	Direito Empresarial
	Teoria geral dos títulos de créditos. Títulos de créditos: letra de câmbio, cheque, nota promissória, duplicata. Aceite, aval, endosso, protesto, prescrição. Ações cambiais.
	L
	Direito Econômico e Proteção ao Consumidor
	Intervenção do Estado no domínio econômico. Liberalismo e intervencionismo. Modalidades de intervenção. Intervenção no direito positivo brasileiro. 
	M
	Ética e Estatuto Jurídico da Magistratura Nacional
	Direitos e deveres funcionais da magistratura.
	N
	Sociologia Do Direito/Filosofia Do Direito
	Conceito de sociologia - controle social e direito. A justiça como valor universal.
	O
	Teoria Geral Do Direito E Da Política
	O ser do direito.
�
SUMÁRIO
A. Direito Constitucional	7
Direitos Humanos. Hermenêutica constitucional	7
B. Direito Administrativo	35
Administração Direta (órgãos públicos: conceito, espécies, regime). Administração Indireta (Principais características de cada e regimes jurídicos.). Autarquias. Fundações Públicas. Sociedades de Economia Mista. Empresas Públicas. O regime das subsidiárias. Direito Administrativo Econômico. As formas de intervenção do Estado. Os princípios constitucionais da ordem econômica. A criação de sociedades de economia mista e empresas públicas	35
C. Direito Penal	73
1. A lei penal: Características Fontes. Interpretação. Vigência. Aplicação. Lei penal no Tempo. Lei Penal no Espaço. Imunidade. Condições de punibilidade. Concurso aparente de normas. Crimes contra a administração pública. Crimes de responsabilidade. Crimes de abuso de autoridade. Crimes nas licitações e contratos da administração pública.	73
D. Direito Processual Penal	124
1. Prisão. Flagrante. Temporária. Preventiva. Decorrente de pronúncia. Decorrente de sentença. Princípio da necessidade. Prisão especial, prisão albergue, prisão domiciliar. Liberdade provisória. Fiança. Execução das penas e das medidas de segurança. Execução penal: evolução e regressão. Regimes de cumprimento da pena e Incidentes. Suspensão condicional da pena. Livramento condicional. Graça, indulto, anistia. Reabilitação. Incidentes da execução. Remição. Inclusão e transferência de presos para presídios federais (Resolução CJF)	124
E. Direito Civil (IGUAL AO PONTO 10)	169
1. Pessoas jurídicas	169
1.1. Conceito	169
1.2. Classificação	170
1.4. Registro (Não há no nosso resumo.)	172
1.5. Administração	172
1.6. Desconsideração da personalidade jurídica	172
1.7. Associações	173
1.8. Fundações	174
F. Direito Processual Civil	175
1. Jurisdição constitucional propriamente dita (controle judicial de constitucionalidade e suas espécies: respectivos natureza, conceitos, características, hipóteses de cabimento, detalhes de procedimento)	175
1.1. Ação direta de inconstitucionalidade interventiva	175
1.2. Ação direta de inconstitucionalidade	176
1.3. Ação de inconstitucionalidade por omissão	183
1.4. Ação declaratória de constitucionalidade	185
1.5. Arguição de descumprimento de preceito fundamental	187
G. Direito Previdenciário (IGUAL AO PONTO 4)	190
1. Regime geral	190
1.1. Segurados e dependentes	190
1.2. Inscrição e filiação	191
1.3. Qualidade de segurado.	193
1.3.1. Segurados Obrigatórios	193
1.3.2. Segurados Facultativos	203
1.4. Dependentes.	204
1.5. Manutenção e perda	210
2. Previdência Social Rural e Previdência Social Privada	212
2.1. Introdução	213
2.2. Previdência Social Rural	214
2.3. Previdência Social Privada – Regime Complementar de Previdência	217
3. Regimes especiais	220
3.1. Previdência do Servidor Público	221
H. Direito Financeiro e Tributário	231
1. Despesa pública. Conceito e classificação (Ponto 3 do material do grupo).	231
2. Disciplina constitucional dos precatórios.234
I. Direito Ambiental	240
1. Normas constitucionais relativas à proteção ambiental.	240
J. Direito Internacional Público e Privado	245
1. Atos Internacionais. Tratado. Conceito. Validade. Efeitos. Ratificação. Promulgação. Registro e publicidade. Vigência contemporânea e diferida. Incorporação ao Direito Interno. Violação. Conflito entre tratado e norma de Direito Interno. Extinção. Convenção. Acordos. Ajuste. Protocolo.	245
K. Direito Empresarial	268
1. Teoria geral dos títulos de créditos. 2. Títulos de créditos 2.1. Letra de câmbio. 2.2. Cheque. 2.3. Nota promissória. 2.4. Duplicata. 3. Aceite, aval, endosso, protesto, prescrição. 4. Ações cambiais	268
L. Direito Econômico e Proteção ao Consumidor (IGUAL AOS PONTOS 08 E 14)	298
Intervenção do Estado no domínio econômico. Liberalismo e intervencionismo. Modalidades de intervenção. Intervenção no direito positivo brasileiro	298
M. Ética e Estatuto Jurídico da Magistratura Nacional (IGUAL AOS PONTOS 07 E 12)	303
1. Direitos e deveres funcionais da magistratura	303
1. Garantias do Poder Judiciário	303
1.1. Garantias Institucionais	303
1.2. Garantias Funcionais	305
1.3 Prerrogativas dos magistrados	310
3. Deveres dos Magistrados	313
3.1 Deveres Previstos na LOMAN (art. 35)	313
3.2. Outros Deveres dos Magistrados	316
N. Sociologia do Direito/Filosofia do Direito	318
1. Conceito de sociologia - controle social e direito	318
1.1. Controle social e direito	318
1.1.1. Tipos de controle social	318
1.1.2. Mecanismos de controle social	319
1.1.3 Controle social e o papel do direito	319
1.1.4. A ilicitude como objeto sociológico	320
1.1.5. A sanção jurídica como fenômeno sociológico	320
1.1.6. A dicotomia sanções negativas versus sanções positivas	321
2. A justiça como valor universal	322
2.1. Os filósofos e as visões da justiça	323
2.2. A equidade e a justiça	324
O. Teoria Geral do Direito e da Política	325
1. O ser do direito	325
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A. Direito Constitucional
Direitos Humanos. Hermenêutica constitucional
1. Direitos Humanos�
Direitos Humanos - Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos
FÁBIO KONDER COMPARATO lembra que a idéia de que há direitos inerentes a todos os seres humanos é antiga:
ARISTÓTELES (RETÓRICA):
 LEIS PARTICULARES – adotadas por cada polis. 
 LEIS COMUNS – não escritas, mas admitidas em toda a terra.
CÍCERO - Há um direito natural que rege a vida familiar, a vida pública, as relações entre cidadãos e estrangeiros e as destes e dos diversos povos entre si.
(“Dizer que se deve respeitar os concidadãos, mas não os estrangeiros, é destruir a sociedade comum do gênero humano” (De Officiis).
GAIO – Ao lado do direito de cada povo (direito civil) há um direito natural, comum a todos os Homens, que deve ser chamar ius gentium, porque é “o direito de que todas as gentes se servem” (Institutas).
HUGO GRÓCIO - Direito natural laico.
BARTOLOMÉ DE LAS CASAS - Debate no Concílio de Valladolid, em 1.550, sobre a natureza dos índios, com Juan Ginés Sepúlveda.
(a questão indígena foi responsável pelas primeiras discussões de direitos fundamentais na América latina. [o índios seriam ou não sujeitos de direito – eles possuem alma e devem ser protegidos ou podem ser tratados como os demais animais].
	-os índios estaria em estágio diferente e devem ser educados, seriam culturas atrasadas.
 	-a visão de integração prevalece até a CF 88. Somente agora foi que se reconheceu o direito da proteção ao diferente.
A conotação universal de direitos da pessoa humana ganha especial significado a partir do CONSTITUCIONALISMO NORTE-AMERICANO (DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DE 04-07-1776) e do CONSTITUCIONALISMO FRANCÊS (DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO DE 26-08-1789)
Houve, porém, terrível retrocesso, e a universalidade foi renegada por Hitler e pela barbárie do holocausto, que a substituiu pela idéia de HIERARQUIZAÇÃO DE RAÇAS, sendo os direitos inerentes à “raça superior” e negados às “raças inferiores”.
Com o fim da II Guerra Mundial inúmeras transformações são necessárias, dentre as quais a fundamentação do direito na dignidade da pessoa humana e, conseqüentemente, a reconstrução dos direitos humanos e da sua universalidade.
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Relação entre PESSOAS e COISAS (KANT):
PESSOA
FIM EM SI MESMO 
DIGNIDADE
AUTONOMIA
INSUBSTITUÍVEL
COISA
MEIO, INSTRUMENTO PARA REALIZAR A DIGNIDADE
PREÇO: 	(ECONÔMICO
 				(AFETIVO
SISTEMA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
FÁBIO KONDER COMPARATO menciona que inicialmente foram projetadas três fases:
ELABORAÇÃO DE UMA DECLARAÇÃO INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS;
ELABORAÇÃO DE UM TRATADO OU CONVENÇÃO INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS (posteriormente tivemos um sistema internacional normativo);
CONSTRUÇÃO DE MECANISMOS INTERNACIONAIS PARA SANCIONAR VIOLAÇÕES AOS DIREITOS HUMANOS (sistema internacional sancionador).
CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA INTERNACIONAL:
Movimento de RECONSTRUÇÃO e INTERNACIONALIZAÇÃO dos DIREITOS HUMANOS como resposta à barbárie do holocausto, QUE HAVIA NEGADO A UNIVERSALIDADE DOS DIREITOS HUMANOS, presentes no ideário NORTE-AMERICANO e FRANCÊS, substituindo-o pela premissa de pertinência apenas a uma raça superior e negação às raças inferiores
RETOMADA DA UNIVERSALIDADE DOS DIREITOS HUMANOS: a característica de pessoa já é suficiente para o reconhecimento da dignidade e a titularidade de direitos.
(Universalidade (declaração dos direitos do homem e do cidadão – 1789) x universalização (declaração universal dos direitos do homem - 1948): Autores como PAULO BONAVIDES distinguem entre a “velha” universalidade da Declaração francesa de 1789 e a “nova” universalidade da Declaração da ONU de 1948. Outros, como ANDRÉ RAMOS TAVARES, preferem diferenciar a universalidade da universalização dos direitos humanos. A primeira seria uma qualidade dos direitos humanos, ante a consideração de que todo ser humano é beneficiário desses direitos; já a “universalização”, o termo a designar a ideia de movimento, englobando o processo evolutivo tanto dos homens quanto dos próprios direitos humanos.
INDIVISIBILIDADE E INTERDEPENDÊNCIA RECÍPROCA DOS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS EM RELAÇÃO AOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS
PREOCUPAÇÃO NÃO DEVE SER APENAS INTRA-ESTATAL, MAS SIM DE TODA A COMUNIDADE INTERNACIONAL 
CONSEQÜÊNCIAS DO SISTEMA INTERNACIONAL:
RELATIVIZAÇÃO DO CONCEITO DE SOBERANIA ESTATAL, com a admissão de intervenções em nome da garantia dos direitos humanos;
PROTEÇÃO INTERNACIONAL DO INDIVÍDUO COMO SUJEITO DE DIREITOS
Construção de um SISTEMA INTERNACIONAL NORMATIVO E SANCIONADOR PARA A PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS.
SISTEMA GLOBAL
INSTRUMENTOS GERAIS
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM (1.948)
PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS (1.966)
PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS (1.966)
INSTRUMENTOS ESPECÍFICO
TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS CONTRA VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS (GENOCÍDIO, TORTURA, DISCRIMINAÇÃO RACIAL, DISCRIMINAÇÃO CONTRA MULHERES, DIREITOS DAS CRIANÇAS, etc)
SISTEMAS REGIONAIS
SISTEMA EUROPEU
SISTEMA AFRICANO
SISTEMA INTERAMERICANO
SISTEMA ASIÁTICO (INCIPIENTE)
SISTEMA REGIONAL INTERAMERICANO
DECLARAÇÃO AMERICANA DOS DIREITOS E DEVERES DO HOMEM (1.948)
CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (1.969) (PACTO DE SAN JOSE DA COSTA RICA)
ESTATUTO DA COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS.
ESTATUTO DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (sua competência jurisdicional foi reconhecida pelo Brasil pelo Decreto Legislativo n° 89, de 03-12-1998)
CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR E PUNIR A TORTURA (1.985)
PROTOCOLO ADICIONAL À CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS EM MATÉRIA DE DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS (1.988) (PROTOCOLO DE SAN SALVADOR)
CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR, PUNIR E ERRADICAR A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER (1.994) (CONVENÇÃO DE BELÉM DO PARÁ)SISTEMA INTERNACIONAL DE CONTROLE DE VIOLAÇÕES AOS DIREITOS HUMANOS
PLANO UNIVERSAL
CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA DA ONU (solução pacífica de controvérsias envolvendo Estado)
CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU (sanções coletivas contra um Estado)
COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA ONU (relatórios)
COMITÊS PREVISTOS EM TRATADOS (Comitê de Direitos Humanos, comitê contra a tortura, etc.)
TRIBUNAIS “AD HOC” CRIADOS POR CONVENÇÕES DO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU (ex-Iugoslávia, Ruanda)
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL (responsabilidade pessoal)
PLANO DO SISTEMA INTERAMERICANO
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
(o primeiro passo para a formatação do sistema internacional de proteção aos direitos humanos foi dado com a proclamação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que afirma a dignidade da pessoa humana como fundamento dos direitos humanos e da sua universalidade.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM (10-12-1.948) 
RESOLUÇÃO 217 A (III) DA ASSEMBLÉIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS [10 de dezembro de 1948] 
 		(tecnicamente é uma recomendação da ONU aos seus membros.
 		(porém, os direitos humanos independem de previsão formal, e os direitos previstos na declaração “correspondem, integralmente, ao que o costume e os princípios jurídicos internacionais reconhecem, hoje, como exigências básicas de respeito à dignidade humana” (FÁBIO KONDER COMPARATO).
 		(“trata-se do primeiro texto jurídico-internacional que apresenta um catálogo completo dos direitos humanos”. [ANDRÉ RAMOS TAVARES]
(No final do material, abordaremos mais detalhadamente a DUDH)
após a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM tivemos no sistema global, por exemplo:
INSTRUMENTOS GERAIS
PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS (1.966)
PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS (1.966)
DECLARAÇÃO DO DIREITO AO DESENVOLVIMENTO (1.986)
DECLARAÇÃO E PROGRAMA DE AÇÃO DE VIENA (1.993)
INSTRUMENTOS ESPECÍFICOS
CONVENÇÃO CONTRA O GENOCÍDIO (1.948)
CONVENÇÃO RELATIVA AO ESTATUTO DOS REFUGIADOS (1.951)
CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL (1.968)
CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER (1.979)
CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS TRATAMENTOS OU PENAS CRUÉIS, DESUMANOS OU DEGRADANTES (1.984)
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA (1.989) 
DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
(em 2.008 comemorou-se: 	-60 anos da declaração universal dos DH;
 				-10 anos da jurisdição internacional;
 				-10 anos da elaboração do Estatuto de Roma;
 				-80 anos do início da proibição do uso da força e das guerras de conquista. 
 	-Conceito de DH: conjunto mínimo de direitos necessário para assegurar uma vida digna ao ser humano baseada na liberdade igualdade e na dignidade.
 		(os DH protegem o homem contra todo tratamento degradante e asseguram condições materiais mínimas de sobrevivência. [trata-se de um rol de direitos reconhecidos como ESSENCIAIS PARA A VIDA DIGNA que POSSUEM UM REGIME JURÍDICO ESPECIAL]
 	( DIGNIDADE HUMANA: EPICENTRO AXIOLÓGICO DE TODO O DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS.
	( DIREITOS HUMANOS: [DIREITOS CONTRAMAJORITÁRIOS, DE TOLERÂNCIA e EMANCIPATÓRIOS].
 		-PRINCÍPIO CONTRAMAJORITÁRIO DOS DIREITOS HUMANOS – como são direitos de todos e a maioria tem condições para fazer valer suas posições, os direitos humanos servem para proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade.
 		-TOLERÂNCIA – são direitos de todos.
 		-EMANCIPATÓRIOS – não aceitam degradação.
(DIREITOS HUMANOS X DIREITOS FUNDAMENTAIS
 	-a terminologia é conseqüência de uma classificação arbitrária da doutrina, nem sempre relevante. [direitos fundamentais, liberdades públicas, direitos humanos, direitos humanos fundamentais, direitos públicos subjetivos]
 	-parte da doutrina brasileira diferencia direitos humanos de direitos fundamentais no seguinte sentido.[influência da doutrina ibérica e alemã] 
 	DIREITOS FUNDAMENTAIS – direitos essenciais de matriz constitucional.
 	DIREITOS HUMANOS – direitos essenciais de matriz internacional.
 	(Prof. André: no contexto brasileiro essa diferenciação perde um pouco sua razão de ser. [art. 5º, §§ 2º e 3º, CF]
 ANTECEDENTES HISTÓRICOS PRÓXIMOS
 (é óbvio que o ser humano, desde a pré-história, já reflete e pensa sobre sua existência.
 	-Miguel Reale: origem dos DH é a auto-consciência do ser humano como um ser que tem determinação própria.
 		(o fato de pensar, determinação de modo autônomo.
 	-esse questionamento do ser humano sobre sua existência aqui no planeta e sua cpacidade de se determinar por conta própria não vem do séc. XVIII, vem de antes.
 	[SÉCULO XVIII] 
 		-DIREITOS INDIVIDUAIS;
 			(“O indivíduo é a medida jurídica real dos direitos”, (Vieira de Andrade)
 			-esses DH celebram a autonomia individual.
 		-ESTADO COMO INIMIGO.
 		-prestações negativas.
 		-momento histórico: REVOLUÇÃO BURGUESA 
 			(combate à centralização e ao absolutismo europeu [prevalência da vontade do rei]
 			(especiais, privilégios ou imunidades decorrente dos estamentos.
 			(necessidade de estabelecimento de condições objetivas de igualdade.
 			(luta pela liberdade em virtude de seus exageros, arbítrios e negação de direitos do súditos.
 		 (surgimento do Estado Constitucional com o objetivo de limitar a atuação estatal.
 			(direito do indivído contra o Estado + separação de poderes
 			(segurança jurídica: todos se subordinam à lei.
 	(MAGNA CARTA (1.215),
	(DECLARAÇÃO DE VIRGINIA (1.776),
	(DECLARAÇÃO DE DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO (1.789)
	(BRASIL: Constituição de 1824 e seguintes já incorporaram declaração de direitos.
PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO A POSITIVAR A PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS -discussão doutrinária quanto à identificação da primeira constituição a positivar os direitos humanos. [3 posições]
	a)CONSTITUIÇÃO DA BÉLGICA [1.831]
	b)CONSTITUIÇÃO DO IMPÉRIO DO BRASIL [art. 179 da Constituição de 1.824]
	c)BILL OF RIGHTS DA CONSTITUIÇÃO AMERICANA.(engloba as 10 primeiras emendas, ratificadas em 1.791.
 	[SÉCULO XX]: [A ERA DOS DIREITOS SOCIAIS]
 	 	-DIREITOS SOCIAIS.
		-ESTADO COMO ALIADO. [ESTADO SOCIAL]
 		-prestações positivas.
 		-novos direitos são agregados:	DIREITO À SAÚDE, EDUCAÇÃO, EMPREGO, HABITAÇÃO, PREVIDÊNCIA, ETC.
 		-momento histórico: fruto das revoluções sociais no SEC. XIX.
 	(CONSTITUIÇÃO DO MÉXICO (1.917)
 	(CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR (1.919)
 	[2ª METADE DO SÉCULO XX]
		-necessidade de novos direitos » direito ao desenvolvimento, meio ambiente, paz
 		-momento histórico: Era Nuclear
 		-devastação dos recursos naturais
(Karel Vasak: teoria geracional 
 	(três gerações (dístico da Rev. Francesa)
 		(Liberdade (1ª Geração)
 		(Igualdade (2ª Geração)
 		(Fraternidade (3ª Geração)
	(CRÍTICA(:
 		(indica uma idéia de superação, mas o que ocorre é uma ACUMULAÇÃO.
 		(indica regimes jurídicos diferentes, o que nem sempre ocorre.
 		(o elemento de diferenciação é falho, imperfeito ( todos os direitos são compostos por obrigações de abstenção e de prestação. [ex.: direito a vida - não basta a abstenção, deve haver prestação positiva para que se garanta tal direito; direito sindical – também exige a abstenção estatal]
(RESERVA DO POSSÍVEL – óbice a implementação a determinados direitos. Mesmo que a CF estabeleça a implementação de determinados direitos, está implícita uma cláusula de determina que essa implementação ocorra na medida do possível (razoabilidade da prestação e suficiência financeira). 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO PLANO INTERNACIONAL
 	-direitos humanos: direitos do indivíduo.
 	-visão tradicional do direito internacional, direito dos Estados.
 	-Estado é produtor, destinatário, intérprete e aplicador da norma internacional.
 	-DIDH:conjunto de direitos e faculdades que garante a dignidade da pessoa humana e se beneficiam de garantias internacionais institucionalizadas
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
 		1)INÍCIO: século XIX – PROTEÇÃO DIPLOMÁTICA [não tem nenhuma relação com o prerrogativas diplomáticas]
 			(instituto costumeiro que trata da responsabilidade internacional do Estado por violação a direito dos estrangeiros.
 			-composta por 2 elementos:
 			(dever costumeiro dos Estados de tratar adequadamente os estrangeiros em seu território. [direito à vida, propriedade, devido processo legal etc]
 			(caso o Estado viole esses direitos, o estrangeiro pode solicitar a proteção do Estado de sua nacionalidade. [discricionariedade do Estado auxiliar ou não]
 			(ENDOSSO INTERNACIONAL – instrumento de concessão da proteção diplomática. [com o endosso, o Estado patrial transforma o LITÍGIO INTERNO em um LITÍGIO INTERNACIONAL].
(DOUTRINA DRAGO POTER [1.907] – Estados devem envidar esforços para solucionar pacificamente as controvérsias que envolvesse cobrança de dívidas, se frustrada poderia ser ocorrer o uso da força. [no passado essa solução era por meio da força]
(a proteção diplomática é uma antecedente pobre por possuir inúmeras limitações:
 		(instrumento de proteção apenas para o estrangeiro [não é direito de todos]
 		(trata-se de um direito estatal [e não do indivíduo].
 	-reação: CLÁUSULA OU DOUTRINA CALVO – [CARLOS CALVO]
 		(dispositivo contratual inserido no negócio jurídico celebrado pelo estrangeiro, pelo qual há a renúncia à proteção diplomática.
 		-a prática internacional nega efeito ( trata-se de renúncia de direitos alheio. A proteção diplomática é direito do Estado.
 		2)RUMO À CONSAGRAÇÃO DOS DH NO DI.
 			(proibição de escravidão e do tráfico de escravos (sec. XIX e XX)
 			(criação da OIT (1.919)
 			(proteção das minorias após a 1ª Guerra Mundial.
 				(caso essa proteção fosse violada era possível recorrer às instâncias internacionais.
 				(pode ser considerado como antecedente:
 					(i)trata de direito dos indivíduos, não importando as leis locais;
 					(ii)tem acesso à jurisdição internacional.
 				-crítica: é discriminatório, protege a minoria (agrupamento numericamente inferior com traços semelhantes).
 			(proteção dos refugiados (passaporte Nansen) após a 1ª Guerra Mundial.
(Tratado de Versailles – tratado de paz, criou a OIT e a liga das nações.
 		3)HORRORES DA 2ª GUERRA
 			-carta da ONU: proteção de dh como objetivo principal. [1.945]
 			-DUDH: [1.948]
 				-a declaração Universal dos DH foi adotada pela Resolução 217 A (iii) da Assembléia Geral, reunida em Paris, em 10 de dezembro de 1.948.
 				-houve oito abstenções, entre 58 Estados participantes, a saber: BIELORÚSSIA, CHECOSLOVÁQUI, POLÔNIA, UNIÃO SOVIÉTICA, UCRÂNIA, IUGOSLÁVIA, ARÁBIA SAUDITA E ÁFRICA DO SUL.
 				-Iêmen e Honduras não participam da votação.
 			 desde então:
 				-multiplicam-se os tratados internacionais e direitos humanos (plano universal e regional)
 				-costume internacional consolidado.
 			(CARACTERÍSTICAS DOS DH [as características do DH nessa época são as mesmas presentes até hj]
 				-direitos de todos.
 				-direitos concedidos aos indivíduos pelas normas internacionais. [Estados só têm deveres no DIDH]
 				-mecanismos internacionais de supervisão das obrigações contraídas pelos Estados.
(introdução do padrão mínimo de direitos.
(UNIVERSALIDADE ARTIFICIAL?
 	-constatação empírica – a sociedade é marcada pela heterogeneidade. Questiona-se se esse universalismo seria artificial? Se a declaração universal foi aprovada em um momento histórico em que o colonialismo era marcante. O desenvolvimento dos DH demonstra que os Estados aceitam a existência de direitos universais. [ex.: Declaração de DH de Viena de 1993 (participação de 193 Estados)]
PRINCIPAIS TRATADOS DE ÂMBITO GLOBAL [ONU]
	-PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
 	-PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS
	-PACTO INTERNACIONAL CONTRA TORTURA
 	-PACTO INTERNACIONAL CONTRA O GENOCÍDIO
	-PACTO INTERNACIONAL DISCRIMINAÇÃO RACIAL
	-PACTO INTERNACIONAL DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER
	-PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA
(Tratar especificamente de cada um destes instrumentos fugiria ao objetivo do presente resumo).
(os tratados específicos servem para chamar a atenção a algumas violações. [essa proteção já estava prevista no pactos genéricos]
PLANO REGIONAL INTERAMERICANO
	-CONVENÇÃO AMERICANA DE DH
	-PROTOCOLO DE SAN SALVADOR
(MOTIVO PARA INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
 	-direitos humanos, diferentemente do direito ambiental, não é um tema internacional por si mesmo, questiona-se, então, qual a justificativa para a sua internacionalização.
 	-o que justifica a internacionalização é repúdio aos horrores da 2ª guerra mundial e as barbáries nazistas.
 	-outras explicações: há estados recém independentes que não foram sensibilizados, mas há outros motivos.
 	-os Estados reconhecem a internacionalização, ratificando tais pactos, para que demonstrem, pelo menos na retórica, não compactuam com práticas violadoras. Dessa forma se garante legitimidade no plano internacional.
Consagração dos DH no DI
 	-CONFERÊNCIA MUNDIAL DE VIENA DE DIREITOS HUMANOS [1.993]
 		-180 Estados, oitocentas organizações não-governarmentais. [quinze dias, dez mil indivíduos]
 	-DECLARAÇÃO E PROGRAMA DE AÇÃO DE VIENA
 		-a Declaração contém um preâmbulo de 17 parágrafos e uma parte principal de 39 artigos.
 		-o Programa de Ação contém 100 parágrafos com recomendações de condutas. 
 		-universalidade é consagrada » divisões da guerra fria, religiosas etc são superadas formalmente pelos Estados
DIDH E SUAS CARACTERÍSTICAS
	-composto por normas que contém DIREITOS DOS INDIVÍDUOS e DEVERES DOS ESTADOS.
 	-BASTA A CONDIÇÃO HUMANA (não importa nacionalidade, credo opção política etc).
 	-afetam VALORES ESSENCIAIS DE UMA VIDA EM COMUNIDADE.
 	-visam ofertar uma PROTEÇÃO SUBSIDIÁRIA (caso o Estado não a ofereça...)
 	-MECANISMOS DE CONTROLE E MONITORAMENTO. (desconfiança explícita...)
(há o reconhecimento de alguns direitos que tenham base costumeira, não importa se ratificaram ou não tratado.
(NATUREZA DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL [prova magistratura TRF3]
 	-não é tratado ( é uma resolução não vinculante da Assembléia Geral, porém, resoluções não vinculantes podem servir como espelho para solução de situações.
 	-declaração seria vinculante porque espelha os costumes internacionais sobre a matéria.
 	-é possível o reconhecimento como um tratado que não entrou em vigor. [mesmo não ratificado é possível que o tratado não ratificado estimule uma prática costumeira, pode ser considerado como espelho de costumes internacionais, pode ser reconhecido efeito jurídico]
(EM RESUMO
	-duas grandes obrigações: 	(RESPEITO AOS DIREITOS 
					(GARANTIA DE DIREITOS [grande parte das reclamações no plano internacional está relacionado com violações entre particulares, mas que o Estado não tomou as providências necessárias]
	-natureza objetiva [não sinalagmática]
		-não há direitos e deveres recíprocos.
	-jus cogens
		-superioridade normativa
		-art. 53, CVDT
(a justificativa técnica: norma imperativa de direito internacional [única saída teórica para proteger o jus cogens]
	-erga omnes: [discussão sobre a hierarquia das fontes]
		-todos têm interesse em sua proteção
INTERNACIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS: VÁRIAS FACETAS
 	-direito internacional dos DH é composto:
 		a)NORMAS PREVENDO DIREITOS
 		b)NORMAS PREVENDO DEVERES DOS ESTADOS
 		c)NORMAS PREVENDO MECANISMOS DE MONITORAMENTO E RESPONSABILIZAÇÃO DOS ESTADOS.
(individuo é sujeito – pode pleitear no plano internacional [possui direitos], pode sofrer sanção [possui obrigações internacionais, não importando as leis internas] 
MECANISMOS DE SUPERVISÃOE CONTROLE
 	-mecanismos coletivos:
		-diversas espécies
		-diversos planos: [universal e regional]
(EXISTE MECANISMO UNILATERAL DE CONTROLE E SUPERVISÃO? SIM. [ex.: EUA x CUBA] 
 	(esse tipo de controle é criticado em decorrência da questão da supervisibilidade e invisibilidade dos direitos humanos.
 	(SELETIVIDADE DOS DIREITOS HUMANOS. [a visibilidade das violações dos direitos humanos ocorrerá quando for interessante para o governo (o Estado oculta as violações por ele cometida, mas demonstra as violações realizadas por um outro Estado “rival”]
SUPERVISÃO E CONTROLE NO PLANO UNIVERSAL 
 	-são mecanismos estabelecidos em tratados internacionais, não depende da vontade de um só.
 	-tratados negociados sob os auspícios da ONU.
 	-os Big Six: foram criados Comitês (treatu body) em cada tratado.
 		-especialistas independentes que analisam a situação do direito(s) protegido(s).
			(país encaminha relatório que será objeto de análise.
 			(comitês recebem o relatório elaborado pelo país e relatórios elaborados pela sociedade civil (denominadas de relatório sombra).
 			(comitê emite recomendações – não vinculante.
 		-analisam petições individuais de vítima de violação de direitos humanos (opcional).
 			(o sistema permite que os indivíduos peticionem contra os Estados perante o órgão internacional. Os comitês recebem a petição, abre-se oportunidade para a manifestação do Estado (contraditório). Ao final o comitê delibera sobre a questão.
 			 	-requisitos de admissibilidade:
 			 		-a violação tem que ser protegido pelo comitê.
 			 		-esgotamento prévio das instâncias internas.
(PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE DA JURISDIÇÃO INTERNACIONAL – necessidade do esgotamento dos recursos internos.
 	(dispensa do esgotamento dos recursos internos: ex.: recursos internos inexistirem (não há judiciário, nem devido processo legal), recursos internos demoram para solucionar, esgotamento for inútil (já há decisão reconhecendo); quando os Estados não ofertarem recursos úteis, idôneos (ex.: desaparecimento forçado e o Estado exigia a interposição de HC).
 		-Brasil já reconheceu a competência de dois Comitês para analisar.
(COMITÊ DE DH X CONSELHO DE DH X COMISSÃO DE DH
 	COMITÊ DE DH – órgão criado pelo PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS.
 	CONSELHO DE DH – órgão subsidiário do CONSELHO ECONÔMICO E SOCIAL DA ONU.
 	COMISSÃO DE DH - extinto. Foi transformado em 2006 em conselho de DH.
 	-CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA – órgão judicial permanente da ONU, composto por 15 juízes.
 		-formas de acesso: 
 			a)SISTEMA CONVENCIONAL - jurisdição contenciosa – só Estados podem litigar. [necessidade que um Estado assuma a proteção] 
 			b)SISTEMA EXTRA CONVENCIONAL – baseado nas disposições genéricas na carta da Onu. [órgão subsidiário da Onu exerce supervisão ao tratamento dado aos indivíduos pelos Estados (início: apartheid na África do Sul)] 
(obs.: RELATOR ESPECIAL CONTRA A TORTURA está inserido no mecanismo extra convencional, é longa manus do conselho de direitos humanos. Não tem a ver com o comitê contra a tortura.
(Brasil fez um convite permanente para que todos os relatores especiais pudessem vir visitar o país independentemente da anuência prévia do governo.
(relatório é uma recomendação, não tem força vinculante. Mas pode elaborar uma recomendação para o Conselho de Segurança, este sim tem força vinculante. [não pode deixar de ser reconhecida a relevância desses relatórios]
(outros mecanismos foram implantados pelos sistemas regionais de proteção.
Atualmente o Brasil é representado na CIJ por Antônio Augusto Cançado Trindade, com mandato até 2018.
SISTEMA REGIONAL EUROPEU
 	-sistema europeu
 		-mais antigo – CEDH é de 1.950.
 		-patrocinado pelo Conselho da Europa. (não confundir com a União Européia).
(União européia é organização internacional, sede em Bruxelas, têm 27 Estados
	-principal característica: há um órgão judicial com acesso direto das vítimas (CORTE EUROPÉIA DE DH EM ESTRASBURGO (França).
	-crise atual: delonga e congestionamento.
		(houve tentativa de criação de filtros. [Protocolo 14 vai tentar superar a paralisia criada – criação de juiz singular para decidir, aplicação de precedentes vinculantes para os casos clones (ainda não está em vigor esse protocolo)].
(desde a sua criação a Comissão Europeia de DH vem sendo reformulada. Era baseada na atividade da comissão e das cortes (filtragem das reclamações feitas). A comissão foi extinta há 10 anos. Hoje existe uma corte permanente de DH acessível por todos os jurisdicionados. [direito de ação – acesso direto (diferente do sistema interamericano que existe apenas direito de petição)]
(LADO POSITIVO: acesso direto.
(LADO NEGATIVO: proibição de satisfação qualitativa. Caso o Estado réu alegue que não pode cumprir a sentença por norma interna a Corte estabelece uma satisfação.
 	(crítica: não estimula a alteração do comportamento do Estado. [essa satisfação não é utilizada como forma punitiva (estipulação de valores indenizatórios baixos)]
SISTEMA REGIONAL INTERAMERICANO
 	-dois sistemas:
 		a)CARTA DA OEA
 			(utilizada basicamente para os países que ainda não ratificam a CADH (não é caso do Brasil). [ex.: Cuba Canadá e EUA]
 		b)CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
 			-dois órgãos: 	-COMISSÃO;
 					-CORTE
 			-independência.
 			-sistema bifásico: há um procedimento perante a COMISSÃO e, eventualmente, um processo perante a CORTE.
(Brasil ratificou a CADH em 1.992.
(novidade: estabelece um rol de direitos.
(FLUXO BÁSICO(
	1ª FASE)PERANTE A COMISSÃO (sede em Washington)
		-petição de VÍTIMA, REPRESENTANTE ou 3º à COMISSÃO.
(a vítima não tem DIREITO DE AÇÃO perante a CORTE, mas apenas DIREITO DE PETIÇÃO perante a COMISSÃO.
 	-surgimento de ONG de 2ª geração: não são ONG para proteger os DH mas para auxiliar esse acesso.
		-ADMISSIBILIDADE ( prévio Esgotamento dos Recursos Internos
			(não pode existir litispendência internacional (estar sendo analisado em outro caso internacional).
			(prazo máximo de 6 meses.
(esgotamento das vias ordinárias: não se exige o esgotamento das vias extraordinárias.
		-SOLUÇÃO AMISTOSA (vítima e Estado).
			(vários casos que o Estado tenta chegar a uma solução amistosa.
			(o papel da comissão é de supervisionar no sentido de proteger a vítima contra opressão por parte do Estado nessa solução.
		-mérito: procedente ou improcedente. [pegar slide]
 			-procedência – 
				-ordem:
					a)elaboração de um relatório confidencial para o Estado.
					b)no caso de descumprimento do relatório: deverá verificar se o Estado reconheceu a jurisdição da Corte.
 							(se não reconhece: elabora uma 2º relatório.
 								(possibilidade de suspensão do Estado membro da OEA (sanção de não participação).
 							(se reconhece: comissão processa o Estado.
(Brasil foi um dos ultimas grandes Estados a aceitar (em 2008 completa 10 anos).
(processar o Estado não é automático, eventualmente uma maioria dos conselheiros podem reconhecer ser uma questão polêmica e não processar o país.
 	2ª FASE)PERANTE A CORTE
		-é processo civil. [é uma ação de responsabilização]
			(autor: comissão ou Estado. [100% das ações foram feitas pela comissão]
			(réu: Estado. [réu não é o indivíduo]
	(prazo decadencial: 3 meses contados do primeiro informe.
		-fase postulatória, probatória, decisória.
			(todas as provas são admitidas.
			(a Corte considerou que o Estado tem o controle material da produção probatória. [a visita in locu só ocorre com a anuência do Estado]. O Estado tem um dever maior, mesmo na condição de réu, deve contribuir para a produção probatória. [trata-se de um processo semelhante ao objetivo do controle de constitucionalidade].
		-sentença da corte:
			(improcedência:
			(procedência: deve o Estado cumpriR os comandos da sentença.
				(obrigações de dar, fazer e não-fazer.(PRINCÍPIO DO STOPEL (???) – se o Estado não alegou na comissão que não foi esgotado todos os recursos internos, não poderá alegar perante à corte. [é considerado que o Estado anuiu tacitamente]
(FORMA DE DECISÃO: construção dialógica – há um diálogo incessante entre os julgadores para a formação da maioria. [diferente da sistemática do tribunal].
 	-voto concorrente – no sentido do voto vencedor, mas que o juiz quer explicitar sua opinião.
 	-voto dissidente – contrário ao que prevaleceu.
 	-juízes são indicados pelos participantes.
(RECONHECIMENTO DA RESPONSABILIDADE:
	-necessidade da verificação do ato ilícito internacional.
	-NEXO CAUSAL – necessidade da imputação da conduta do agente ao estado. [ex.: ato do Poder Executivo, ato do Poder Legislativo, ato do Poder Judiciário]
(ato ultra vires – ato além do mandato (agente atuando em desconformidade). Não tem cabimento (culpa in elegendo). 
(ainda que o ato do legislativo tenha sido elaborado pelo poder constituinte originário. [ex.: art. 19 da Constituição Chilena, foi objeto de análise e posteriormente alterado]
(ex.: corte determinando que pessoa fosse solta desconsiderando toda a manifestação do Poder Judiciário. [já havia formado coisa julgada e a pessoa estava cumprindo pena]
(ato de ente federado – pode caracterizar.
(ato de particular – não gera indenização. O que pode caracterizar a responsabilização é o ato de o Estado não ter evitado. [ex.: Gilson Carvalho – Brasil não investigou e punir corretamente – país tem que se esforçar (obrigação de meio e não de resultado). Como o país demonstrou que fez tudo que pode, não foi responsabilizado.]
(FORMAS DE REPARAÇÃO
 	a)RESTITUIÇÃO NA INTEGRA – retorno ao status quo ante.
 	b)INDENIZAÇÃO – danos materiais e danos morais.
 	c)SATISFAÇÃO – necessidade de reconhecimento por parte do Estado. [publicação em órgãos, garantia de não repetição] 
 		(surge o MANDO IMPLÍCITO DE NÃO VIOLAÇÃO. Estado não deve violar, mas se houver violação deve investigar.
(caso Damião Ximenes – doente mental internado que foi assassinato. [Poder Executivo não fiscalizava, Poder Judiciário não investigou direito]
 	-alegação do juiz do caso – excesso de trabalho. [olhar decisão da corte que comenta sobre esse argumento]
(a indenização não é paga por PRECATÓRIO, basta o empenho [existe rubrica específica na LDO – indenização de âmbito internacional]
 	-as obrigações de fazer – maior dificuldade para realização que a simples indenização.
(se o pais submete à jurisdição da corte é pq deseja cumprir suas decisões. Por isso que no histórico é difícil a situação que não cumprimento da decisão.
RUMOS DO SISTEMA INTERAMERICANO DE DH
 	-aumento da eficiência do sistema bifásico
 		-extinção da comissão – sem repetição de atos.
 		-acesso direto da vítima
(”Medida provisória” – são ordens cautelares da corte.
ORGANIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
SISTEMAS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS:
	SISTEMA GLOBAL OU SISTEMA DA ONU
	SISTEMAS REGIONAIS
		a)SISTEMA EUROPEU DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
		b)SISTEMA ASIÁTICO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
			-sistema incipiente.
		c)SISTEMA AFRICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
			-Convenção africana de direitos humanos.
		d)SISTEMA INTER-AMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
			-(os editais tratam dos 2 sistemas. No sistema regional é cobrado o sistema inter-americano.
SISTEMA GLOBAL, SISTEMADAS NAÇOES UNIDAS OU SISTEMA DA ONU
	-nascimento do sistema da Organização Nações Unidas: 1.945.
 	1)CARTA DA ONU DE 1.945 trouxe o princípio, mas não trouxe os direitos
 		-foi a primeira vez que foi utilizada a expressão direitos humanos e liberdades fundamentais.
 		-princípio da proteção dos direitos humanos em detrimento de qualquer outra coisa.
		-a carta da Onu inovou por instituir o princípio da proteção dos direitos humanos, porém ela não definiu quais eram esses direitos.
		-crítica: não trouxe a definição de quais são os direitos humanos.
	2)DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS DE 1.948 trouxe o direito, mas não trouxe a garantia
		-surge para dar conteúdo material à expressão direitos humanos.
 		-é um instrumento positivador da expressão direitos humanos.
		-natureza jurídica: (divergência doutrinária)
			-a doutrina é pacífica em afirmar que a declaração não possui natureza de tratado internacional.
				-a Declaração Universal dos direitos humanos é fruto de uma resolução elaborada pela Assembléia Geral da ONU, ela nasce da manifestação unilateral de um órgão; uma das características dos tratados é o nascimento pela vontade de uma pluralidade de partes que deve passar por uma série de trâmites processuais de celebração. 
dica: se não é tratado, também não é nenhum dos sinônimos da expressão tratado, algumas questões de concursos colocam vários sinônimos de tratado para confundir a resposta. 
			-NATUREZA FORMAL: RESOLUÇÃO.
 			-NATUREZA MATERIAL: (divergência)
 				a)NATUREZA MATERIAL DE RECOMENDAÇÃO [corrente minoritária]
					-não obriga.
 				b)NATUREZA MATERIAL DE IUS COGENS [corrente majoritário]
					-direito cogente [art. 53, Convenção de Viena 1.969]
					-normas imperativas de direito internacional, aceitas e reconhecidas por toda a sociedade internacional como normal da qual nenhuma derrogação é possível.
Convenção de Viena sobre direito dos tratados
Art. 53 - Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito Internacional Geral (jus cogens)
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza. 
		-crítica: não definiu meios de implementar os direitos previstos.
(NORMA DE JUS COGENS CONFLITANDO COM UM TRATADO
	-quer sejam anterior, quer posteriores, os tratados cedem perante normas de jus cogens. [norma imperativa de direito internacional geral].
		-estrutura da Declaração universal dos direitos humanos 
 			[estrutura bipartite] trata de 2 categorias de direito distintas.
				1ª parte [arts. 1° a 21]
 					-PRIMEIRA DIMENSÃO DOS DIREITOS HUMANOS.
						-valor: liberdade.
					-direitos envolvidos: direitos civis e políticos [dcp].
				2ª parte [arts. 22 a 30]
					-SEGUNDA DIMENSÃO DOS DIREITOS HUMANOS.
						-valor: igualdade.
						-direitos envolvidos: direitos econômicos, sociais e culturais [desc]
***atenção*** a terceira dimensão dos direitos humanos não é tratada na declaração; à época de sua elaboração, não se concebia a noção dos direitos de terceira dimensão como direitos humanos.
(deu direito,mas não deu garantia. Inexistia a aplicabilidade processual aos direitos humanos.
	-criação de 2 tratados para dar instrumento processual para que os direitos possam ser implementados.
 	3)PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS[PIDCP]
		-Pacto de Nova Iorque de 1.966.
		-tratado que visou implementar os direitos civis e político.
		-surge para trazer instrumentos processuais para efetivação dos direitos previstos na declaração universal de direitos humanos.
		-instrumentos:
			a)SISTEMA INTERNACIONAL DE RELATÓRIOS ESTATAIS
				-relatório elaborado pelo Estado indicando as condutas contrárias aos direitos humanos previstos na declaração internacional dos direitos humanos.
			b)SISTEMA DAS QUEIXAS INTER-ESTATAIS
				-um Estado apresenta uma queixa em relação a outro indicando violação.
				-esse instrumento nunca foi utilizada. [interesses econômicos inviabilizam sua utilização].
(crítica: os sistemas de relatório estatal e de queixas inter-estatais não se apresentam como mecanismos de monitoramento eficazes.
			c)SISTEMADE QUEIXA INDIVIDUAL
				-com o reconhecimento de que o sistema internacional de relatórios estatais e o sistema das queixas inter-estatais não estavam sendo mecanismos eficazes, a ONU elaborou um protocolo criando um terceiro mecanismo, o sistema de queixa individual.
				-protocolo de assinatura facultativa.
(dentro do sistema global esse foi o único protocolo que o Brasil ainda não ratificou. O sistema regional inter-americano preve instrumento para o exercício desse tipo de controle. No caso de violação dos direitos humanos realizado pelo estado, o cidadão brasileiro poderá pleitear perante o sistema inter-americano, mas não poderá pleitear perante o sistema global
				-órgão responsável: Comitê Internacional de direitos humanos 
(no sistema global não tem tribunal internacional, o comitê é um órgão político, e não um tribunal poderá julgar e impor medidas contra o Estado. Dos 4 sistemas regionais apenas o sistema europeu e o sistema inter-americano têm tribunal, um instrumento mais eficaz que o comitê existente no sistema global..
(PARADOXO
	-SISTEMA GLOBAL
		-tribunal para julga indivíduo – existe [TPI].
		-tribunal para julgar Estado – não existe.
	-SISTEMA REGIONAL
		-tribunal para julga indivíduo – não existe.
		-tribunal para julgar Estado – existe.
			-previsão apenas no sistema europeu e no sistema inter-americano.
	-o sistema maior, que deveria possibilitar uma proteção mais ampla dos direitos humanos, não possui um instrumento de imposição de penalidades contra os Estados, mas tão somente contra os indivíduos (TPI), já os sistemas regionais, que são sistemas de menor amplitude, fazem previsão de instrumento que possibilita tal penalização.
	(nos locais que o sistema regional não prevê instrumento de julgamento de Estado (sistema asiático e sistema africano), existiria apenas a possibilidade de pleitear perante a ONU por queixa individual (um instrumento que apresenta eficácia limitada).
(CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA
	-a Corte Internacional de Justiça, pertencente à Onu, julga questões envolvendo um Estado contra outro Estado, ela não é instrumento hábil para proteger os indivíduos contra as violações aos direitos humanos perpetrados pelos Estados.
 	-não é tribunal de direitos humanos.
	-sede: Haia [apesar de também ter sede em Haia, não tem nada a ver com o TPI].
	4)PACTO INTERNACIONAL DOS DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS [PIDESC]
		-Pacto de Nova Iorque de 1.966.
		-Tratado que visou implementação dos direitos econômicos, sociais e culturais.
		-não existe meio de implementação.
		-direitos da 2ª geração demandam de uma atuação estatal positiva, dependem de implementação local. [depende de políticas públicas]
(semelhança
	-os dois pactos criam obrigações para os Estados.
(diferença
	-1 – direito da primeira dimensão – autoaplicável
	-2 – direito da segunda dimensão – não é auto
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL - ESTATUTO DE ROMA DE 1.998
	-sede: Haia [Holanda]
 	-fundamento para o surgimento do TPI:
 		-os instrumentos 1, 2, 3e 4 do sistema global visam punir os Estados pelas violações aos direitos humanos.
		-o TPI surge como instrumento de punição do indivíduo que praticou violação.
	-julga os indivíduos que praticaram os tipos previstos nos arts. 5° e ss.
	-crimes sob a jurisdição do tribunal: [crimes mais graves que preocupam a comunidade internacional]
		i)GENOCÍDIO
			-conceito clássico de genocídio: matar, intencionalmente, um grupo de pessoas com a finalidade de exterminar esse grupo.
			-genocídio fisico: matar
 			-genocídio espiritual ou psicológico – não dar condições para viver dignamente. 
			-medidas destinadas a impedir os nascimento do grupo.
			-genocídio infantil: transferência de crianças.
(pegar dispositivo)
		ii)CRIMES CONTRA A HUMANIDADE
		iii)CRIMES DE GUERRA
			-todos os crimes perpetrados num contexto bélico, em particular os crimes que violam a Convençãode Genebra de 1.948.
		
iv)CRIME DE AGRESSÃO
			-agredir outro estado sem que esse estado tenha agredido.
			-só está previsto, mas não está tipificado.
	-execução da sentença do TPI:
		-precisa ou não de homologação pelo STJ?
			-“sentenças estrangeiras” – a homologação ocorre nos casos das sentenças estrangeira.
			-sentença de tribunal internacional não é sentença estrangeira, mas sentença internacional, não depende de homologação do STJ.
			-forma de execução da decisão: perante o juiz federal.
(o pagamento se daria por precatório. Há quem defenda que deve ser reconhecida a natureza alimentar a esse valor, para que exista preferência no pagamento.Prof. Valério entende que o mais correto seria que nem a execução fosse necessária, se condenado o Estado deveria pagar espontaneamente.
(TPI corte inter-americana e corte européia – a forma de execução é a mesma.
(TRIBUNAIS AD HOC
	-tribunal criado pela ONU (Conselho de Segurança) para julgar uma detrminada situação.
	-legalidade dos tribunais ad hoc: a interpretação da Carta da ONU indica que não são ilegais. (conselho de segurança pode tomar todas as medidas necessárias)
 	-interpretação atual: ainda que a carta preveja que a ONU preveja tal possibilidade, a partir da criação do TPI, não mais pode ser criado tribunais ad hoc.
	-princípio da legalidade funciona no plano interno, não seria reconhecido no ambito internacional.
SISTEMA INTERNACIONAL DE ORGANISMOS 
	-SISTEMA GLOBAL
		-organismo ( comitê de direitos humanos da ONU
			-criado pelo protocolo facultativo ao pacto internacional dos direitos civis e políticos.
	-SISTEMA REGIONAL INTER-AMERICANO
		-organismo ( comissão inter-americana de direitos humanos.
			-hip[oteses de estados que não ratificaram o pacto ou que tenha ratificado mas que não tenha reconhecido o caráter contencioso da corte.
			-nessas situações a atuação da comissão decorre do fato da comissão tbem ser órgao do OEA, nessa atuação o fundamento não seria o pacto de san jose.
FUNCIONAMENTO DO SISTEMA REGIONAL INTER-AMERICANO
	1)COMISSÃO
		-órgão que pertence à OEA e ao Pacto de San José.
		-a comissão que vai demandar o Estado perante a Corte.
	2)CORTE
-para o estado fazer parte da corte ele tem que ratificar o pacto de san jose, alem disso tem que aceitar a competência contrenciosa (cláusula facultativa da jurisdição obrigatória).
-pacto de san jose percerto à OEA
ex.: Canadá e EUA não ratificaram o Pacto de San José, mas fazem parte da OEA. Não pode ser demandado na corte, mas, através da OEA, poder ser peticionado perante à comissão. (solução política)
 	-estado que sequer assinou o pacto de san jose, mesmo assim seu cidadão pode ser protegido.
(Brasil só adere à Corte em 1998.
 	1992 à 1998 ( a soluçao deve ocorrer na comissão
	-carandiru não foi para corte pq aconteceu antes de 1998.
FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES CONTRA DIREITOS HUMANOS
A EC-45/04, que implementou a Reforma do Poder Judiciário, dentre tantas novidades, trouxe o IDC (sigla adotada no Regimento Interno do STJ) – Instituto de Deslocamento de Competência para a Justiça Federal, a ser instaurado no âmbito do STJ, suscitado pelo PGR, nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte. Está previsto no §5º do art. 109 da CF.
Para isso, além dos requisitos acima elencados, é necessário que o PGR demonstre que no âmbito estadual (ou distrital) está havendo descumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos. É dizer, a Justiça Estadual deve ser omissa ou ineficiente.
A federalização das graves violações aos direitos humanos é um instituto constitucional ainda novo no ordenamento jurídico brasileiro. Em virtude disto, percebe-se que sua utilização e os requisitos para sua aplicação ainda estão em construção.
Apenas dois pedidos de federalizaçãode graves violações de direitos humanos foram apreciados pelo Superior Tribunal de Justiça. O primeiro deles sobre a apuração do crime da defensora de direitos humanos Dorothy Stang, em 2005, e o segundo pedido realizado no ano de 2009 para apuração do assassinato do defensor de direitos humanos Manoel Mattos na Paraíba.
Ambos foram julgamentos bastante importantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tendo o primeiro deles sido indeferido, ao passo que o segundo marca o nascimento da utilização do instituto e está construindo os caminhos processuais do mesmo.
 Tanto no julgamento do IDC n° 1 (Dorothy Stang) quanto no do IDC de n° 2 (Manoel Mattos) o Superior Tribunal de Justiça argumentou/utilizou do entendimento de que a grave violação aos direitos humanos deveria ser causada por uma ação/omissão do Estado federado, provando-se a leniência ou até mesmo o envolvimento direto de agentes estatais na perpetração destas graves violações.
2. Hermenêutica constitucional (Fls. 20 a 28 do “ponto 1” do material)
A hermenêutica constitucional procura a CONCRETIZAÇÃO DA NORMA CONSTITUCIONAL. Considera, além do objeto do texto, os fatos do mundo real, ou seja, deve ser levada em consideração a realidade concreta do mundo. A tarefa de hermenêutica constitucional trará consequências para toda a sociedade. COLOCAÇÃO: em que pese a afirmação de controle abstrato de constitucionalidade, ainda assim, haverá o peso dos fatos sobre a interpretação. Note-se que na própria lei 9868 fala-se da possibilidade de realização de perícia e de audiência pública, bem como, solicitação de informações aos juízos inferiores sobre as consequências fáticas de aplicação da norma. Note-se que a importância das circunstâncias do mundo real é justificada pelos institutos: aplicação de efeitos pro futuros; a lei ser constitucional em dado momento, para mais adiante tornar-se INCONSTITUCIONAL.
Para evitar que a interpretação seja desarrazoada, há o estabelecimento de regras, métodos e princípios de hermenêutica, que permitirão um certo controle sobre a atividade interpretativa, garantindo uma certa uniformidade, ou seja, alguns pontos comuns estarão presentes na atividade interpretativa, busca do EQUILÍBRIO. A liberdade do operador existe, mas, não é absoluta, já que se encontra limitada por determinadas regras.
3.1 CARACTERÍSTICAS DA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
	CARACTERÍSTICAS DA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
	PREÂMBULO
	O STF adotou a tese da irrelevância jurídica, não sendo norma de reprodução obrigatória nas CE’s, servindo, apenas, como norte interpretativo.
	PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
	São decididos antes da elaboração do texto, no momento de construção das normas, deve-se lembrar dos conceitos – VETORES INTERPRETATIVOS QUE IMPRIMEM COESÃO, HARMONIA E UNIDADE AO SISTEMA
	UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO
	A Constituição é um sistema único, não pode ser uma colcha de retalhos
	INTERPRETAÇÃO INTRÍNSECA
	A Constituição será interpretada dentro dos parâmetros positivos da constituição, a Constituição não pode ser interpretada à luz da lei ordinária. A lei ordinária que é interpretada a partir da constituição – NEOCONSTITUCIONALISMO – CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO
3.2 ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
INTERPRETAÇÃO JUDICIAL – irá produzir uma NORMA DE DECISÃO, concretizando a constituição no caso concreto. O STF é um legislador negativo, na medida em que retira do ordenamento as normas inconstitucionais. Entendendo-se a norma como resultado da interpretação, não há como afastar a noção de que o Judiciário produz norma (PRODUZ A NORMA DO CASO CONCRETO). O limite da norma de decisão é o STF, a partir da interpretação do STF, não há nada que se possa fazer, senão a REVOLUÇÃO, para que surja uma nova ordem constitucional.
INTERPRETAÇÃO ADMINISTRATIVA – quando o chefe do executivo entende que a lei é inconstitucional, ele pode deixar de dar cumprimento a lei.�
	Recurso Especial 23.121/92-GO, Min. Humberto Gomes de Barros, publicado no DJU no dia 08 nov. 1993, p. 23251 "Lei inconstitucional – Poder Executivo – Negativa de eficácia. O Poder Executivo deve negar execução a ato normativo que lhe pareça inconstitucional
Obs: o STF ainda não se manifestou sobre tal possibilidade.
INTEPRETAÇÃO DOUTRINÁRIA – pode servir para a interpretação de algum conceito aberto. EXEMPLO: o que é casa.
INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA – é questão dividida na doutrina: 1) entendem que sim, por meio de emendas constitucionais; 2) entendem que não existe a interpretação autêntica, porque quem faz a CF é o poder constituinte originário, assim, a emenda não é da mesma fonte criadora (POSIÇÃO MAJORITÁRIA). No Brasil, isso não tem consequência prática, porque, a utilidade dessa interpretação é a retroatividade da lei nova em relação à lei interpretada, o que não pode ocorrer com as emendas constitucionais, que não têm efeitos retroativos. A Reforma da Previdência não atingiu direito adquirido, porque na verdade não há direito adquirido a regime jurídico, a EC/41 não retroagiu mandando aplicar os atrasados dos últimos 05 anos.
3.3 MÉTODOS DE HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Os métodos de interpretação são caminhos que não se excluem, podem ser usados ao mesmo tempo, no processo de interpretação constitucional.
Métodos clássicos: gramatical ou literal; histórico; sistemático; lógico; teleológico.
3.3.6 MÉTODO TÓPICO - PROBLEMÁTICO
Síntese - Por meio desse método, parte-se de um problema concreto para a norma, atribuindo-se à interpretação um caráter prático na busca da solução dos problemas concretizados.
O intérprete deve preferir a verificação da finalidade prática da interpretação para resolver um problema prático. Ou seja, valoriza a solução de um determinado problema. Isto é, o intérprete quer discutir o problema que está posto diante de si para solucioná-lo, está ligado à ideia de constituição aberta. É a PRIMAZIA DO PROBLEMA (MPF).
O método tópico foi desenvolvido pelos juristas alemães THEODOR VIEHWEG e JOSEF ESSER. A primeira obra sobre o assunto, denominada "Tópica e Jurisprudência", de autoria de Viehweg, foi publicada em 1953. O método tópico caracteriza-se como uma "arte de invenção" e, como tal, uma "técnica de pensar o problema", elegendo-se o critério ou os critérios recomendáveis para uma solução adequada. A principal crítica feita ao método tópico é a de que "além de poder conduzir a um casuísmo sem limites, a interpretação não deve partir do problema para a norma, mas desta para os problemas." Com a tópica, a norma e o sistema perdem o primado: são rebaixados à condição de meros pontos de vista ou "tópoi", cedendo lugar à hegemonia do problema.
3.3.7 MÉTODO INTEGRATIVO OU CIENTÍFICO-ESPIRITUAL
Síntese – A análise da norma constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto da Constituição.
Na doutrina de RUDOLF SMEND, a base de valoração, vale dizer, os valores expressos e tutelados pela Constituição (econômicos, sociais, políticos e culturais) operam como valores de interpretação coletivos dos cidadãos e, destarte, devem ser compreendidos e aplicados. Como acentua PAULO BONAVIDES: "A concepção de Smend é precursoramente sistêmica e espiritualista: vê na Constituição um conjunto de distintos fatores integrativos com distintos graus de legitimidade. Esses fatores são a parte fundamental do sistema, tanto quanto o território é a sua parte mais concreta.O intérprete constitucional deve prender-se sempre à realidade da vida, à "concretude" da existência, compreendida esta sobretudo pelo que tem de espiritual, enquanto processo unitário e renovador da própria realidade, submetida à lei de sua integração."
3.3.8 MÉTODO CONCRETIZADOR ou MÉTODO CONCRETISTA
Síntese – Diferente do método tópico-problemático, que parte do caso concreto para a norma, o método hermenêutico-concretizador parte da Constituição para o problema.
CONCRETISMO INTERPRETATIVO. O intérprete sempre deve ter uma noção de que a interpretação é a concretizaçãoda Constituição pela importância que se deve dar aos fatos reais. Ou seja, o intérprete deve ter uma compreensão prévia da constituição para permitir a concretização em uma determinada ambiência histórica, é basicamente um resumo de tudo que foi visto aqui.
O método concretista foi desenvolvido por três juristas alemães Konrad Hesse, Friedrich Müller e Peter Häberle. Cada um deles ofereceu valiosas contribuições para o desenvolvimento desse método, gravita em torno de três elementos essenciais: 
a norma que vai concretizar, a compreensão prévia do intérprete e o problema concreto a solucionar.
3.4 PRINCÍPIOS DE HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Sendo a hermenêutica constitucional uma hermenêutica de princípios, é inegável que o ponto de partida do intérprete há de ser os princípios constitucionais, que são o conjunto de normas que espelham a ideologia da Constituição, seus postulados básicos e seus fins. Dito de forma sumária, os princípios constitucionais são as normas eleitas pelo constituinte como fundamentos ou qualificações essenciais da ordem jurídica que institui. LUÍS ROBERTO BARROSO assinala ainda que "a dogmática moderna avaliza o entendimento de que as normas jurídicas, em geral, e as normas constitucionais, em particular, podem ser enquadradas em duas categorias diversas: as normas-princípio e as normas-disposição."
As normas-princípio (ou simplesmente princípios) distinguem-se das normas-disposição (também referidas como regras) pelo seu maior grau de abstração e por sua posição mais destacada dentro do ordenamento. São formuladas de maneira vaga e indeterminada, constituindo espaços livres para a complementação e desenvolvimento do sistema, por não se limitarem a aplicar-se a situações determinadas, podendo concretizar-se num sem número de hipóteses. As normas-disposição, por sua vez, comparativamente às normas-princípio, apresentam um grau de abstração reduzido e têm eficácia restrita às situações específicas às quais se destinam.
Princípios de hermenêutica constitucional elaborados por CANOTILHO:
PRINCÍPIO DA UNIDADE – as normas constitucionais pertencem a um todo único, as normas constitucionais têm que ser interpretadas tendo em vista a noção globalizada da CF; a CF é um sistema;
O princípio da unidade da Constituição, segundo o ilustre constitucionalista português, conduz à rejeição de duas teses ainda presentes na doutrina do direito constitucional: a tese das antinomias normativas e a tese das normas constitucionais inconstitucionais.
PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR – na interpretação da CF, devem ser utilizados critérios que reforcem a integração política e social da sociedade, ou seja, pretende-se a integração política e social da sociedade; questão de concurso considerou que por força desse princípio: NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE AS NORMAS CONSTITUCIONAIS.
PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE OU DA EFICIÊNCIA – será atribuído à constituição sempre que possível o maior grau de eficácia. Existindo dois caminhos interpretativos, o intérprete, sempre que possível, deverá optar pela interpretação que garanta mais efetividade à norma constitucional;
" O princípio da máxima efetividade significa o abandono da hermenêutica tradicional, ao reconhecer a normatividade dos princípios e valores constitucionais, principalmente em sede de direitos fundamentais.
PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA ou DA HARMONIZAÇÃO – na tarefa da interpretação constitucional, o intérprete tentará fazer com que os princípios constitucionais não se excluam mutuamente, ou seja, os princípios devem estar harmonizados. EXEMPLO: no choque entre dois princípios deve-se buscar a harmonia entre ambos e não a exclusão de um pelo outro. PONDERAÇÃO DE INTERESSES.
Formulado por KONRAD HESSE, esse princípio impõe ao intérprete que "os bens constitucionalmente protegidos, em caso de conflito ou concorrência, devem ser tratados de maneira que a afirmação de um não implique o sacrifício do outro.”
PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO – quando há um embate entre a CF e a soma das forças reais de poder (Lassale), a CF, pode sair vencedora. Também formulado por Konrad Hesse, esse princípio estabelece que, na interpretação constitucional, deve-se dar primazia às soluções ou pontos de vista que, levando em conta os limites e pressupostos do texto constitucional, possibilitem a atualização de suas normas, garantindo-lhes eficácia e permanência
PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO – é também uma técnica de controle de constitucionalidade (CONSTITUCIONALIDADE SEM REDUÇÃO DE TEXTO e outros). 
A aplicação do princípio da interpretação conforme à Constituição só é possível quando, em face de normas infraconstitucionais polissêmicas ou plurissignificativas, existem diferentes alternativas de interpretação, umas em desconformidade e outras de acordo com a Constituição, sendo que estas devem ser preferidas àquelas. Entretanto, na hipótese de se chegar a uma interpretação manifestamente contrária à Constituição, impõe-se que a norma seja declarada inconstitucional. 
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE – Esse princípio, conquanto tenha tido aplicação clássica no Direito Administrativo, foi descoberto nas últimas décadas pelos constitucionalistas, quando as declarações de direitos passaram a ser atos de legislação vinculados. Trata-se de norma essencial para a proteção dos direitos fundamentais, porque estabelece critérios para a delimitação desses direitos.
O princípio da proporcionalidade desdobra-se em três aspectos fundamentais: 
i. Adequação: significa que o intérprete deve identificar o meio adequado para a consecução dos objetivos pretendidos
ii. Necessidade (ou exigibilidade): o meio escolhido não deve exceder os limites indispensáveis à conservação dos fins desejados
iii. Proporcionalidade em sentido estrito: o meio escolhido, no caso específico, deve se mostrar como o mais vantajoso para a promoção do conjunto de valores em jogo
O princípio da proporcionalidade constitui uma verdadeira garantia constitucional, protegendo os cidadãos contra o uso desatado do poder estatal e auxiliando o juiz na tarefa de interpretar as normas constitucionais.
3.5 REGRAS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
Regras de interpretação (CANOTILHO e VITAL MOREIRA, livro “Fundamentos da Constituição”)
A interpretação é OBJETIVA, buscando a vontade da lei e não do legislador.
A interpretação é INTRÍNSECA, porque se move dentro dos padrões constitucionais.
Inadmissibilidade da interpretação autêntica, porque EC não é derivada do poder constituinte originário.
Exclusão da interpretação a partir da lei, ou seja, é a interpretação conforme dita de outra maneira.
3.6 MODERNA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Esse movimento doutrinário diz que toda a tarefa de interpretação da CF deve estar voltada para um único objetivo: CONCRETIZAR os direitos fundamentais. O movimento constitucionalista cresce junto com o movimento de concretização dos direitos fundamentais, ou seja, constituição e direitos fundamentais são a mesma coisa, assim, toda a tarefa de interpretação deve estar voltada para a concretização dos direitos fundamentais. A MODERNA HERMENÊUTICA Concretização dos direitos fundamentais é toda a função da hermenêutica.
MODERNAS TÉCNICAS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
            A moderna interpretação constitucional, como vimos, significa uma reação ao rígido formalismo jurídico em nome da ideia de justiça material e de segurança jurídica. Neste sentido, o que se assiste no segundo pós-guerra, "é uma inclinação da jurisprudência procurando maximizar as formas de interpretação que permitam um alargamento ou restrição do sentido da norma de maneira a torná-la constitucional.
            Dentre as modernas técnicas de interpretação constitucional existentes, destacam-se: a) declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia da nulidade; b) declaração de inconstitucionalidade com apelo ao legislador; c) interpretação conforme à Constituição.
            5.1. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADESEM A PRONÚNCIA DE NULIDADE
            A declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia de nulidade encontra suas raízes na jurisprudência do Tribunal Constitucional Federal alemão. Nessa técnica de interpretação, "o Tribunal rejeita a arguição de inconstitucionalidade, anunciando, todavia, uma possível conversão dessa situação ainda constitucional ("noch verfassungsgemass") num estado de inconstitucionalidade."(48)
            Essa técnica de interpretação constitucional pode ser admitida desde que a norma em exame não seja integralmente inconstitucional, isto é, inconstitucional em todas as hipóteses interpretativas que admitir.
            A declaração de inconstitucionalidade sem a pronúncia de nulidade contém um juízo de desvalor em relação à norma questionada, obrigando o legislador a empreender a medida requerida para a supressão do estado de inconstitucionalidade, bastando para tanto apenas alguma alteração fática.
O supremo, ao julgar ADI 3316 (Julgamento:  09/05/2007), adotou a técnica da Declaração de inconstitucionalidade da lei estadual sem pronúncia de sua nulidade 
            5.2. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE COM APELO AO LEGISLADOR
            A declaração de inconstitucionalidade com apelo ao legislador também tem origem na jurisprudência do Tribunal Constitucional Federal alemão. Nessa técnica de interpretação, "busca-se não declarar a inconstitucionalidade da norma sem antes fazer um apelo vinculado a "diretivas" para obter do legislador uma atividade subseqüente que torne a regra inconstitucional harmônica com a Carta Maior. Incumbe-se ao legislador a difícil tarefa de regular determinada matéria, de acordo com o que preceitua a própria Constituição."(49)
Gilmar Ferreira Mendes acentua que podem ser designadas pelo menos três grupos típicos dessa técnica de interpretação na jurisprudência do Tribunal Constitucional Federal alemão: a) "apelo ao legislador" em virtude de mudança das relações fáticas ou jurídicas; b) "apelo ao legislador" em virtude de inadimplemento de dever constitucional de legislar; c) "apelo ao legislador" por falta de evidência da ofensa constitucional. (50)
            Com respeito à aplicação da declaração de inconstitucionalidade com apelo ao legislador no direito brasileiro, diz-nos Celso Ribeiro Bastos:
            "Esta espécie de decisão perde muito de sua importância no sistema jurídico pátrio, na medida em que uma vez reconhecida inconstitucional a norma, caberá à Corte assim pronunciá-la, o que não obsta que indique o caminho que poderia o legislador adotar na posterior regulamentação da matéria.
5.3. INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO
            A interpretação conforme à Constituição, na qual o órgão jurisdicional declara qual das possíveis interpretações se mostra compatível com a Lei Maior, origina-se da jurisprudência do Tribunal Constitucional Federal alemão. "Não raro afirma a Corte Constitucional a compatibilidade de uma lei com a Constituição, procedendo à exclusão das possibilidades de interpretação consideradas inconstitucionais." (52)
            Quando, pela redação do texto no qual se inclui a parte da norma que é atacada como inconstitucional, não é possível suprimir dele qualquer expressão para alcançar essa parte, impõe-se a utilização da técnica de concessão da liminar para a suspensão da eficácia parcial do texto impugnado sem a redução de sua expressão literal, técnica essa que se inspira na razão de ser da declaração de inconstitucionalidade sem redução do texto em decorrência de este permitir interpretação conforme à Constituição."
          Como destacou o Min. Moreira Alves, ao votar na Representação 1.417-7,   "O princípio da interpretação conforme à Constituição ("Verfassungskonforme Auslegung") é princípio que se situa no âmbito do controle da constitucionalidade, e não apenas simples regra de interpretação.
          Mas se a única interpretação possível para compatibilizar a norma com a Constituição contrariar o sentido inequívoco que o Poder Legislativo lhe pretendeu dar, não se pode aplicar o princípio da interpretação conforme à Constituição, que implicaria, em verdade, criação de norma jurídica, o que é privativo do legislador positivo."
       No Brasil, tal como acontece na Alemanha, a interpretação conforme à Constituição resulta na procedência da ação de inconstitucionalidade. O Supremo Tribunal Federal abandonou o entendimento que equiparava a interpretação conforme à Constituição à declaração de nulidade parcial sem redução do texto. (ex: ADI 4274 (marcha da maconha), julgada em 23.11.11) 
3.8 BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE ou PARÂMETRO CONSTITUCIONAL
Essa matéria tem sido objeto de dissertação em concurso em concurso público. JORGE XIFRA HERAS compreende dentro do bloco, até mesmo, normas infraconstitucionais. Estão no bloco as normas que buscam a concretização da constitucionalidade global. A igualdade não é o que está apenas escrito na CF, é, na verdade, um bloco que engloba o que está no texto, o que está fora do texto e até mesmo o que esteja em normas infra-constitucionais que estejam voltadas para a concretização de uma norma constitucional (princípio ou regra).
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B. Direito Administrativo
Administração Direta (órgãos públicos: conceito, espécies, regime). Administração Indireta (Principais características de cada e regimes jurídicos.). Autarquias. Fundações Públicas. Sociedades de Economia Mista. Empresas Públicas. O regime das subsidiárias. Direito Administrativo Econômico. As formas de intervenção do Estado. Os princípios constitucionais da ordem econômica. A criação de sociedades de economia mista e empresas públicas
1. Administração Direta (órgãos públicos: conceito, espécies, regime)
1 FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA:
OBS: Lembrar que a Presidência da República (e respectivos Ministérios) é organizada pela Lei 10.683/00.
O Poder Público quando presta a atividade administrativa pode fazê-lo de 03 maneiras diferentes, para a garantia do princípio da eficiência:
FORMA CENTRALIZADA OU ADMINISTRAÇÃO CENTRALIZADA: é a prestação feita pelo núcleo central da Administração, ou seja, é a ADMINISTRAÇÃO DIRETA; é a atividade prestada pelos entes políticos: União, Estados, DF e Municípios.
FORMA DESCENTRALIZADA OU ADMINISTRAÇÃO DESCENTRALIZADA: é a prestação que sai do núcleo e é deslocada para outras pessoas jurídicas, que podem receber a atividade: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista, ou seja, os ENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA. Os particulares também podem receber a descentralização. Planos da descentralização - Decreto-lei 200/67 prevê a possibilidade de descentralização para outros entes políticos (esse DL tem sérios defeitos).
FORMA DESCONCENTRALIZADA OU ADMINISTRAÇÃO DESCONCENTRADA: é prestação distribuída dentro do mesmo núcleo central da Administração. EXEMPLO: transferência de uma Secretaria para outra, ou se um Ministério para outro. Na CONCENTRAÇÃO (é teórica, na prática, não existe), não há divisão interna, cada uma das pessoas jurídicas resultantes da descentralização pode optar por trabalhar de forma concentrada (tudo concentrado na pessoa do presidente) ou desconcentrada.
	DESCENTRALIZAÇÃO
	DESCONCENTRAÇÃO
	Distribuição para outras pessoas: jurídicas da administração, particulares ou entes políticos
	Distribuir dentro da mesma pessoa jurídica, ou seja, distribuir o serviço dentro da própria pessoa jurídica.
	Nova pessoa jurídica
	Mesma pessoa jurídica
	Não há hierarquia, não relação de poder, o que existe é controle e fiscalização.
	Há hierarquia
Segundo JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, “exemplo claro de desconcentração administrativa ocorreu quando o Ministério do Trabalho e da Previdência Social, um órgão único, se subdividiu em dois: O Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Ou quando o Ministério da Educação e Cultura foi desmembrado em Ministério da Educação e Ministério da Cultura.” (MANUAL,

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