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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA DISCIPLINA ECOLOGIA PATRICIA DE F. R. MATTOS 201402251068 SUSTENTABILIDADE NA EXPLORAÇÃO DO AMBIENTE MARINHO RIO DE JANEIRO 2016 Resenha Sustentabilidade na exploração do ambiente Marinho Reservas extrativistas Marinhas: como influenciam na Gestão sustentável dos Recursos marinhos; Professor: Alexandre Ornellas SUSTENTABILIDADE NA EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS MARINHOS * Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro. Seguindo estes parâmetros, a humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável. O Brasil possui um extenso litoral, cenário onde ocorrem múltiplas mudanças e onde existem milhares de famílias vivendo da pesca artesanal e outras formas de extrativismo. Neste contexto, após um período de acomodação dos parâmetros de implantação e regulamentação de áreas destinadas ao uso sustentável, criouse em 1992 a primeira reserva extrativista fora dos limites da Amazônia e distinta quanto aos recursos a serem utilizados – a Reserva Extrativista Marinha (REM) de Pirajubaé, no estado de Santa Catarina. As Reservas Extrativistas Marinhas são a materialização de um modelo de área protegida de base comunitária, por meio de um regime de cogestão onde os recursos naturais são manejados buscando sua utilização sustentável. No entanto, o modelo transferido para o ambiente costeiro e marinho encontra conflitos de ordem legal, haja vista a atual legislação brasileira. O conflito se dá devido ao impedimento de acesso aos recursos nas áreas delimitadas como reserva pelos cidadãos não designados como “população tradicional”. Essa restrição de acesso não encontra embasamento dentro da legislação brasileira, podendo gerar conflitos entre os beneficiários e ¨excluídos¨. Para complicar mais a questão, as referências aos direitos de propriedade relativa ao setor pesqueiro, podem estar relacionadas a várias situações, tais como: direitos de propriedade mediante a concessão de licenças ou outras formas de limitação de acesso. Outras formas de direitos podem ser criadas especificando o uso dos recursos pesqueiros para determinadas comunidades, ou ainda criandose direitos para o uso de determinado território ou mesmo direitos de uso de determinadas populações de pesca. E, se podem criar ainda, outros direitos de propriedade mediante sistema de quotas para a pesca, aonde essa cotas podem ser transferíveis ou não. Como se pôde ver, as questões relacionadas com os direitos de propriedade no setor pesqueiro, são de uma grande amplitude e envolvem vários aspectos. São na verdade uma fusão das instituições legislativas, jurídicas, econômicas, sociais, culturais, biológicas e políticas, presentes em cada país ou região. Assim sendo, antes que se comece qualquer trabalho no intuito de regulamentar o setor pesqueiro, seja ele nacional, estadual ou mesmo local, é necessário convocar as partes interessadas a debater sobre os seus direitos. No que diz respeito ao uso do espaço físico da pesca, por exemplo, nos Estados Unidos e na Austrália, os recursos naturais pesqueiros são recursos públicos. Em outros países, como Japão e Taiwan, há casos em que o direito de propriedade sobre os recursos pesqueiros, pertencem as comunidades locais. A pesca artesanal, um aspecto da cultura e meio de vida das populações que a RESEXMar busca proteger, tem passado por grandes mudanças nas últimas décadas, tais como a utilização de motores nas embarcações. Estas mudanças afetam o modo de exploração, aumentando a pressão sobre os recursos. No entanto, poucos estudos têm sido conduzidos para avaliar se a pesca artesanal é realmente sustentável, dado os impactos deste modelo de extrativismo sobre os estoques ou habitats. Desta forma, faltam estudos que demonstrem a sustentabilidade do tipo de exploração que se dá nestas Reservas. A taxa de captura do extrativismo costeiro deve considerar diversos fatores a fim de manter uma exploração sustentável. Para se determinar taxas de captura adequadas, fatores como taxa de reprodução, fecundidade, esforço de pesca e artes de pesca devem ser considerados. Embora a pesca de pequena escala, no geral, cause menos impacto ao ambiente quando comparada a pesca comercial/industrial, também pode gerar danos, como a sobre pesca ou alterações na abundância das espécies exploradas. Isso poderia, indiretamente, modificar as taxas de reprodução destas espécies, aumentando sua variação. É provável que esta variação ocorra com maior frequência em populações de espécies exploradas pela pesca industrial, mas como há uma falta generalizada de conhecimento sobre o padrão reprodutivo de peixes na costa brasileira, seria apropriado uma abordagem cautelosa para a gestão e conservação destes recursos naturais. E, além disso, para que a pesca se possa transformar numa atividade sustentável, isto é, para que a pesca venha a se desenvolver produtivamente, sem agir contra a existência das espécies de peixes, comerciais ou não, e garantir a reprodução das cadeias biológicas, torna se necessário introduzir esquemas de ordenamento da atividade. Esse ordenamento pode contemplar as seguintes medidas e ações: ● Determinação de volumes racionais de captura; ● Equilíbrio do número de embarcações que podem participar da atividade; ● Estabelecimento de época e região geográfica para implementação do defeso (periódico ou permanente); ● Controle da deterioração ou da contaminação ambiental ( marinha ou fluvial); ● Atribuição da atividade somente aos verdadeiros pescadores, ou seja, àqueles que sabem quando e como pescar; ● Impedimento aos pescadores de pescar com improviso que, por isso mesmo, depredam o meio ambiente, oferecendolhes opções de sobrevivência em outras atividades produtivas; ● Estabelecimento de novos esquemas de desenvolvimento dentro da atividade, como por exemplo, dando maior valor agregado ao produto e recebendo mais pelo mesmo volume; ● Seleção de outras áreas de pesca de modo que as atuais possam descansar e se recuperar; ● Esforço para introduzir no mercado espécies diferentes das tradicionais, que serão igualmente nutritivas e saborosas, para dar tempo de recuperação das espécies que usualmente são mais procuradas. CONCLUSÃO: A sustentabilidade da pesca depende de um estudo profundo, envolvendo diferentes especialistas, de modo que o conjunto de ações planejadas cheguem aos objetivos pretendidos. Ela passa ainda por dois temas marcantes no cotidiano pesqueiro. Na maioria das pescarias, estratégia errada de regulamentação do acesso dos pescadores às populações marinhas, pode levar a situações em que o nível de esforços de pesca acaba por desperdiçar os recursos da sociedade, provocando a sobre exploração das espécies. Parte da solução do problema da organização pesqueira consiste em estabelecer direitos apropriados de acesso as espécies aquáticas. Entretanto, esse direito de acesso, acaba interferindo na questão do direito de propriedade. Para que a exploração seja sustentável é indispensávelo conhecimento dos processos oceânicos e dos recursos marinhos, o que só pode ser atingido por meio da pesquisa científica e tecnológica. Tornamse igualmente importantes tanto a formação de pessoal como a divulgação desse conhecimento nos mais diferentes âmbitos da sociedade, a fim de promover o desenvolvimento e a consolidação de uma consciência ambiental sobre o uso do mar e de seus recursos. file:///C:/Users/Walter/Downloads/mar_e_ambientes_costeiros.pdf ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/39_4_479494.pdf
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