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Platão, Aristóteles e Sócrates

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ULBRA -UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL – CAMPUS CACHOEIRA DO SUL
CURSO DE DIREITO
FILOSOFIA DO DIREITO
Platão, Sócrates e Aristóteles 
Maiara Molineli Ferrari 
CACHOEIRA DO SUL, 2016
Platão
Foi um dos principais filósofos gregos da antiguidade
Nasceu em Atenas por volta de 427/28 A.C
Pertencia a uma das mais nobres famílias de Atenas
Seu nome verdadeiro era Arístocles, mas recebeu o apelido de Platão, em grego significa de ombros largos
Foi seguidor de Sócrates e mestre de Aristóteles
Além de filósofo era também um renomeado matemático e fundador da Academia de Atenas, a primeira instituição de ensino superior do mundo ocidental
Morreu em 347 A.C.
Filosofia : é baseado na teoria de que o mundo que percebemos com nossos sentidos é um mundo ilusório, confuso. o mundo espiritual é mais elevado, eterno, onde o que existe verdadeiramente são as ideias, que só a razão pode conhecer
Educação: Platão valorizavam os métodos de debate e conversação como formas de alcançar o conhecimento. de acordo com Platão os alunos deveriam descobrir as coisas superando os problemas impostos pela vida. a educação deveria funcionar como forma de desenvolver o homem moral. Defendia também que a educação da mulher deveria ser a mesma educação aplicada aos homens. A educação deveria dedicar esforços para o desenvolvimento intelectual e físico dos alunos
Sociedade: Platão divide a sociedade em três classes,que correspondem as três partes da alma humana: a classe dos artesãos e trabalhadores braçais (correspondente a parte apetitiva da alma), a classe dos Guerreiros e Guardiões (correspondente a parte irascível da alma), a classe dos governantes (correspondente a parte racional da alma).
O bom funcionamento da sociedade depende de cada classe exercer bem sua função e se manter em “seu devido lugar”, segundo a virtude que lhe é específica. Os governantes deveriam ser os filósofos ou ter os filósofos como os conselheiros para poder agir com sabedoria
Política: As duas principais obras de Platão onde podemos encontrar suas ideias sobre política são A República e As Leis. A república é uma de suas obras mais conhecidas e onde Platão debate sobre o conceito de justiça, o papel de filósofos, sábios, governantes, guerreiros e artesãos na constituição da sociedade e define a democracia como o estado no qual reina a liberdade. Mas o filósofo ficou desiludido com a forma como a política era direcionada naquela época, sobretudo depois de algumas experiências frustradas no campo da política. “Outrora na minha juventude – escreve Platão quando tinha então 70 anos – experimentei o que tantos jovens experimentam. Tinha o projeto de, no dia em que pudesse dispor de mim próprio, imediatamente intervir na política”. Platão expressou este sentimento em uma de suas cartas endereçadas aos parentes e amigos de Dion de Siracusa, a Carta VII. Através da Carta VII sabe-se que Platão foi por três vezes a Siracusa, numa tentativa, todas malogradas, de implantar seu ideário filosófico-político. O filósofo tinha a convicção da necessidade de se envolver com o debate político, apesar de suas frustrações nesse campo.
Direito: O conceito platônico de direito é muito distante do que entendemos hoje. Para Platão, um esperto conhecedor do direito, a função do jurista não é somente aplicar ou estudar as leis existentes, mas antes de tudo, comparar os decretos injustos das assembleias populares, assim como dos emanados pelos tiranos. Uma lei injusta, torna-se uma lei malvada, portanto não se configura consequentemente como direito.
A “justiça é dar a cada um o que é seu”. Definição naturalmente de cunho poético, atribuída ao poeta Simônides, em uma de suas obras
Obras: Ao contrário das obras de Aristóteles que chegaram até nós, as de Platão foram escritas para o grande público. O conjunto das obras que lhe são atribuídas é constituído por 35 diálogos, algumas cartas, definições e 6 pequenos diálogos apócrifos: Axíoco, Da Justiça, Da Virtude, Demódoco, Sísifo, Eríxias. Os diálogos hoje considerados autênticos, reduzem-se todavia apenas a 24, sendo em geral divididos em quatro grupos, de acordo com a sua maior ou menor proximidade às ideias socráticas.
-Diálogos de juventude, onde é nítida a influência socrática: Laques, Cármide, Eutrifrom, Hipias Menor, Apologia de Sócrates, Críton, Ion, Protágoras, Lísis;
-Diálogos dirigidos contra os sofistas: Górgias, Ménon, Eutidemo, Crítias, Teeteto;
-Diálogos de maturidade, onde é desenvolvida de forma admirável a sua teoria das ideias: Fedro, Banquete, Fédon e República;
-Diálogos onde realiza uma revisão crítica da sua filosofia: Parménides, Sofista, Político, Filebo, Timeu, e as Leis, esta obra não foi concluída.
Frases de Platão:
"O belo é o esplendor da verdade".
"O que mais vale não é viver, mas viver bem".
"Vencer a si próprio é a maior de todas as vitórias".
"Praticar injustiças é pior que sofrê-las".
"A harmonia se consegue através da virtude".
"Teme a velhice, pois ela nunca vem só".
"A educação deve possibilitar ao corpo e à alma toda a perfeição e a beleza que podendo ter".
Sócrates
Foi um filósofo grego. Nasceu por volta de 470 a.C , nas planícies do monte Licabeto, próximo a Atenas, e morreu em 399 a.C, vinha de família humilde. Durante sua infância, ajudou seu pai no ofício de escultor, porém não tinha habilidades, mais atrapalhava do que ajudava. Seu destino foi apontado, pelo próprio Oráculo de Delfos, como um grande educador, mas foi somente por influência da sua mãe que ele pôde descobrir sua verdadeira vocação.
Encontra-se gravado na história da humanidade como sendo um divisor de águas. Da mesma forma que a história, posteriormente, veio a dividir os acontecimentos terrestres nos tempos antes e depois de Jesus Cristo, dizemos de pré e pós Sócrates. Conhecido como um dos fundadores da filosofia ocidental, conhecido principalmente através dos relatos em obras de escritores que viveram mais tarde, especialmente dois de seus alunos, Platão e Xenofonte. Muitos acreditam e defendem que os diálogos de Platão seriam o relato mais abrangente de Sócrates a ter perdurado da Antiguidade aos dias de hoje. Tornou-se renomado por sua contribuição no campo da ética, e é este Sócrates platônico que legou seu nome a conceitos como a ironia socrática e o método socrático. Permanece até hoje sendo uma ferramenta comumente utilizada numa ampla gama de discussões, e consiste de um tipo diferenciado de pedagogia no qual uma série de questões são feitas, não apenas para obter respostas específicas, mas para encorajar também uma compreensão clara e fundamental do assunto sendo discutido. 
Paradoxos socráticos: Os paradoxos socráticos são posições éticas defendidas por Sócrates que vão contra (para) a opinião (doxa) comum. Os principais paradoxos são:
"A virtude é um conhecimento";
"Ninguém faz o mal voluntariamente" (mas por ignorância, pois a sabedoria e a virtude são inseparáveis.) ; 
"As virtudes constituem uma unidade";
"É preferível sofrer injustiça do que cometê-la" ou "jamais se deve responder à injustiça pela injustiça, nem fazer mal a outrem, nem mesmo àquele que nos fez mal" 
Justiça para Sócrates: Para Sócrates existem valores supremos, universais que devem ser seguidos. A justiça deveria estar contida nas virtudes e na alma (dividida em desejo, coragem e razão) do homem, sendo que a virtude que deveria prevalecer seria a justiça. Para ele todos deveriam respeitar as leis, independente de convicções próprias, na medida em que, o descumprimento incentivaria a desordem, o caos social. O justo se dá a partir de uma análise do homem na sociedade, é baseado em um conceito antropológico, não se remetendo a conceitos fechados e absolutos. A cidade, por ser reflexo do homem, é justa se estiverem homens justos vivendo nela.
Sócrates discutia a ideia de liberdade de pensamento e acabou condenado á morte por isto, aceitou a morte com dignidade para dar exemplo, poderia ter voltado atrás, mas ele achou que se fizesse isto a essênciados seus ensinamentos se perderia, preferiu morrer a admitir a culpa de algo que não havia feito. 
Política: Diz-se que Sócrates acreditava que as ideias pertenciam a um mundo que somente os sábios conseguiam entender, fazendo com que o filósofo se tornasse o perfeito governante para um Estado. Opunha-se à democracia aristocrática que era praticada em Atenas durante sua época; Sócrates acreditava que ao se relacionar com os membros de um parlamento a própria pessoa estaria fazendo-se hipócrita.
Filosofia: O seu pensamento desenvolveu-se de 3 grandes ideias:
a) a crítica aos sofistas;
b) a arte de perguntar; c) a consciência do Homem.
Principais obras: Sócrates não deixou nenhum escrito, porém suas ideias foram retratadas na obra Apologia e em vários outros diálogos do filósofo Platão
Aristóteles
 Aristóteles foi um filósofo grego. Ele nasceu em 384 a.C., na cidade antiga de Estágira, e morreu em 322 a.C. Aos 17 anos Aristóteles foi viver em Atenas, onde conheceu Platão, tornando seu discípulo. No ano de 343 a.C. tornou-se professor do imperador Alexandre, o Grande, da Macedônia. Fundou em Atenas, no ano de 335 a.C, a escola Liceu, voltada para o estudo das ciências naturais. Seus estudos filosóficos baseavam-se em experimentações para comprovar fenômenos da natureza. Seus pensamentos filosóficos e ideias sobre a humanidade tem influências significativas na educação e no pensamento ocidental contemporâneo. Aristóteles é considerado o criador do pensamento lógico. Suas obras influenciaram também na teologia medieval da cristandade. 
Política: A política aristotélica é essencialmente unida à moral, porque o fim último do Estado é a formação moral dos cidadãos e o conjunto dos meios necessários para isso. O Estado é um organismo moral, condição e complemento da atividade moral individual. A política, contudo, é distinta da moral, porquanto esta tem como objetivo o indivíduo, aquela a coletividade. A ética é a doutrina moral individual. A política é a doutrina moral social. O Estado, então, é superior ao indivíduo, porquanto a coletividade é superior ao indivíduo, o bem comum superior ao bem particular. Unicamente no Estado efetua-se a satisfação de todas as necessidades, pois o homem, sendo naturalmente animal social, político, não pode realizar a sua perfeição sem a sociedade do estado.
 "Em todas as artes e ciência, o fim é um bem” Diz Aristóteles, “e o maior dos bens e bem em mais alto grau se acha principalmente na ciência todo-poderosa; esta ciência é a política, e até certo ponto eles concordam de um modo geral com as distinções de ordem filosófica estabelecidas por nós a propósito dos princípios éticos."
Pensamento de Direito e Justiça: A justiça é considerada por Aristóteles a virtude ética mais importante, pois é a única que se relaciona com o próximo e com o bem do próximo. A justiça é a disposição de caráter que torna as pessoas propensas a fazer o que é justo, a desejar o que é justo e a agir justamente, e injustiça é a disposição que leva as pessoas a agir injustamente e a desejar o que é injusto. Esse é o conceito de justiça e injustiça segundo a opinião geral, o qual Aristóteles adota como base de seu pensamento. A felicidade, como bem maior que todos os outros e fim destes, é o critério usado para definir um ato como justo, este ato precisa buscar a felicidade ou um de seus elementos para a sociedade política. Na concepção aristotélica a justiça é a lei, se você segue a lei está praticando a justiça, ou seja, o homem sem a lei seria injusto.
Em seu livro Ética a Nicômaco o filósofo não fala diretamente do Direito, mas se refere a ele de duas formas: na primeira, Aristóteles fala em “as leis”, com as quais claramente expressa “o Direito”, nesse caso o Direito é a justiça legal, é o Direito legal, complementado pela equidade; na segunda, se refere ao Direito como superior à justiça legal e critério desta, caracterizando assim o Direito Natural. Quando se refere à justiça política, Aristóteles faz bem esta distinção sustentando que a justiça geral muda de lugar para lugar e de tempos em tempos, é o Direito legal, mas a justiça particular está em todo lugar e impõe sua força, se identificando ou não com o Direito legal, é o Direito natural.
As Quatro Causas:
 
Segundo Aristóteles, há quatro causas implicadas na existência de algo:
 
- Causa material: daquilo que a coisa é feita como, por exemplo, o ferro.
 
- Causa formal: é a coisa em si como, por exemplo, uma faca de ferro.
 
- Causa eficiente: aquilo que dá origem a coisa feita como, por exemplo, as mãos de um ferreiro.
 
- Causa final: seria a função para a qual a coisa foi feita como, por exemplo, cortar carne.
 
Pensamento de Aristóteles sobre a educação: 
 
"A educação tem raízes amargas, mas os frutos são doces". Aristóteles (D.L. 5, 18).
 
Principais Obras:
 
- Ética e Nicômano
- Política
- Órganon
- Retórica das Paixões
- A poética clássica
- Metafísica
- De anima (Da alma)
- O homem de gênio e a melancolia
- Magna Moralia (Grande Moral)
- Ética a Eudemo
- Física
- Sobre o Céu
 
Frases:
"O verdadeiro discípulo é aquele que consegue superar o mestre."
 
"A principal qualidade do estilo é a clareza."
 
"O homem que é prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz."
 
"O homem livre é senhor de sua vontade e somente escravo de sua própria consciência."
 
"Devemos tratar nossos amigos como queremos que eles nos tratem."
 
"O verdadeiro sábio procura a ausência de dor, e não o prazer."

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