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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
FICHAMENTO DE FILOSOFIA, COMUNICAÇÃO E ÉTICA: CAPÍTULO 1 RAZÃO E CAPÍTULO 5 LINGUAGEM
Campus Vargas – Ribeirão Preto
Abril de 2015
CAPÍTULO 5 LINGUAGEM
A importância da linguagem
Em sua obra Política, Aristóteles afirma que somente o homem é um “animal político”, ou seja, social e cívico, pois só ele é dotado de linguagem. Os demais animais, assim diz Aristóteles, possuem voz e com ela expressam dor e prazer, mas o homem possui a palavra e, com ela expressa o bom e o mau, o justo e o injusto.
O linguista Hjelmslev diz que “a linguagem é inseparável do homem, segue-o em todos os seus atos”, sendo “ o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus atos, o instrumento, a base mais profunda da sociedade humana”.
Rousseau considera que a linguagem nasce de uma profunda necessidade de comunicação.
Gestos e vozes, na busca da expressão e da comunicação fizeram surgir a linguagem.
A linguagem diz Hjelmslev, está sempre à nossa volta, sempre pronta a envolver nossos pensamentos e sentimentos, acompanhando-nos em toda nossa vida.
A linguagem é assim, a forma propriamente humana da comunicação, da relação com o mundo e com os outros, da vida social e política, do pensamento e das artes.
Platão considerava que a linguagem poderia ser um medicamento ou um remédio para o conhecimento, pois, pelo diálogo e pela comunicação, conseguimos descobrir nossa ignorância e aprender com os outros. Porém, pode ser um veneno quando, nos faz aceitar fascinados, o que vimos ou lemos, sem que indaguemos se essas palavras são verdadeiras ou falsas. 
Essa mesma ideia aparece na Bíblia judaico cristã, no mito da Torre de Babel, quando Deus lançou a confusão entre os homens, fazendo com que perdessem a língua comum e passassem a falar línguas diferentes, que impediam uma obra em comum, abrindo as portas para desentendimentos e guerras.
A força da linguagem
Podemos avaliar a força da linguagem tomando como exemplo os mitos e as religiões.
Os mitos são a maneira pela qual, através das palavras, os seres humanos organizam a realidade e a interpretam. O mito tem o poder de fazer com que as coisas sejam como são ditas ou pronunciadas. Então podemos dizer que a linguagem tem o poder encantatório, uma capacidade de reunir o sagrado e o profano, trazer deuses e as forças cósmicas para o meio humano. Eis por que, em quase todas as religiões existem profetas e oráculos.
As palavras assumem o poder contrário também, ou seja, criam tabus, coisas que não podem ser ditas por que, se forem, não só trazem desgraças. Como ainda desgraçam quem as pronunciar. As palavras tabus existem no meio religioso e na vida social. Na vida social sob efeitos da repressão dos costumes, sobretudo os que se referem a práticas sexuais. Essas palavras eram pronunciadas em meios masculinos e em locas privados ou íntimos. As palavras de cunho político também tendem a tornar-se tabu: revolucionários, terroristas, guerrilheiro, etc.
O contexto do direito também aparece nesses termos. O direito era uma linguagem solene. Era o julgamento pronunciado pelo juiz e acatado pelas partes. Onde as expressões “Dou minha palavra” para indicar juramento feito.
Nas comunidades onde todos se conhecem pelo primeiro nome e se encontram todos os dias, a palavra dada é suficiente, pois, quando alguém dá sua palavra, dá sua vida, assume um compromisso que só poderá se desfeito com a morte ou com o acordo da outra parte. 
Acreditando ou não nas palavras místicas, magica, encantatórias ou tabu, o poder dessas palavras decorre do fato de que são núcleos, sínteses ou feixes de significação, que determinam o modo como interpretamos as forças divinas, naturais, sociais e politicas e suas relações conosco. 
A outra dimensão da linguagem
Para referir-se à palavra e à linguagem, os gregos possíam duas palavras: mythos e logos. Logos é a palavra racional do conhecimento do real, desenvolve-se como o poder de conhecimento racional, estando referidas, à razão e à verdade.
Não por acaso, muitos filósofos das ciências afiram que uma ciência nasce ou um objeto se torna científico quando uma explicação que era religiosa, mítica, mágica cede lugar a uma explicação racional.
A origem da linguagem
Uma primeira divergência surgiu sobre o assunto na Grécia: a linguagem é natural aos homens ou é uma convenção social? Se a linguagem for natural, as palavras possuem sentido próprio e necessário, se for convencional, são decisões consensuais da sociedade e, nesse caso, são arbitrária. Essa discussão levou, séculos mais tarde, à seguinte conclusão: a linguagem como capacidade de expressão dos seres humano é natural, surgem de fatos culturais. 
A origem da linguagem levou a quatro perguntas:
A linguagem nasce por limitação, os humanos imitam, pela voz, os sons da Natureza;
A linguagem nasce por limitação dos gestos. Pouco a pouco, o gesto passou a ser acompanhado de sons estes se tornaram gradualmente palavras, substituindo os gestos;
A linguagem nasce da necessidade: fome, sede, necessidade de abrigar-se e proteger-se, reunir-se com outros homens para defender-se do mundo, gradativamente tornou-se mais complexo e transformou-se numa língua;
As linguagem nasce das emoções, particularmente do grito( medo, surpresa ), do choro( dor, medo ) e do riso ( prazer, felicidade )
A linguagem, nascendo das paixões, foi a primeira linguagem figurada e por isso surgiu como poesia e canto. 
É possível que a linguagem tenha nascido de todas essas fontes ou modos de expressão, o estudos de Psicologia Genética mostra que as crianças fazem uso dessas fontes para começar a se expressar.
O que a linguagem?
A linguagem é um sistema de signos ou sinais usados para indicar coisas, as pessoas usam para se comunicar entre si, e é também expressão de ideias, valores e sentimentos. Essa definição da linguagem esconde problemas complicados com o quais os filósofos têm-se ocupado desde há muito tempo.
Essa definição afirma que:
A linguagem é um sistema, totalidade estruturada, com princípios e leis próprias, sistemas esse que pode ser conhecido; 
É um sistema de sinais ou de signos, os signos, ou objetos que indicam outros, designam outros ou representam outros. Por exemplo a fumaça é um signo ou sinal de fogo.
Os signos linguísticos possuem uma função indicativa ou denotativa, pois como que apontam para as coisas que significam;
 Função comunicativa, por meio das palavras entramos em relação com os outros, dialogamos, argumentamos persuadimos, etc;
Exprime pensamentos, sentimentos e valores, ou seja, uma mesma palavra pode expressar sentidos ou significados diferentes, dependendo do sujeito que a emprega, do sujeito que lê, etc.
No entanto essas definições não nos dizem vária coisas. Na respostas dessas perguntas vamos encontrar divergência, qual seja a diferença entre empiristas e intelectuais.
Empiristas e intelectuais diante da linguagem
Para os empiristas, a linguagem é um conjunto de imagens corporais e mentais formadas por associação e repetição e que constituem imagens verbais. São elas motoras e sensoriais. As imagens motoras são as que aprendemos articular sons e letras. As imagens sensoriais são as que aparecem quando aprendemos a ouvir e a reconhecer a grafia dos sons. As linguagens verbais são aprendidas por associação em função da repetição que estimulam nossa capacidade sensorial. 
O que levou a essa concepção empirista da linguagem foi o estudo médico de “perturbações da linguagem”, os médicos que estudaram essas perturbações concluíram que a língua seria uma soma de causas físicas e de efeitos psíquicos cujos átomos ou elementos seriam as imagens verbais associadas. Os intelectuais, porém, apresentam uma concepção muito diferente desta, afirmam que a capacidade para a linguagem é um fato do pensamento ou de nossa consciência.
Duas provas poderiam confirmaressa concepção da linguagem: o faoto de que o pensamento procura e inventa palavras; e o fato de que podemos aprender outras línguas. 
As concepções empiristas e intelectuais, apesar de suas divergências, possuem dois pontos em comum:
Ambas consideram a linguagem como sendo fundamentais indicativa ou denotativa;
Ambas consideram a linguagem como instrumento de representação das coisas e das ideias.
O fato de que a comunicação verbal se realize com as palavras assumindo sentidos diferentes é considerado perturbador porque afinal as coisas são sempre o que elas são. 
Por esse motivo periodicamente aparecem na Filosofia correntes filosóficas que se preocupam em purificar a linguagem. 
Purificar a linguagem
Os positivistas lógicos distinguiram duas linguagens:
A linguagem natural, aquela que usamos todos os dias e que é imprecisa, confusa, etc
A linguagem lógica, uma linguagem purificada, formalizada, inspirada na matemática e, sobretudo na física. 
Dava-se ênfase à sintaxe lógica dos enunciados, que asseguraria a verdade representativa e indicativa da linguagem. A conotação foi afastada. 
A linguagem lógica era uma metalinguagem, uma segunda linguagem que falava sobre língua natural e sobre linguagem cientifica para saber se os enunciados eram verdadeiros ou falsos. No entanto, descobriu-se, pouco a pouco que havia expressões linguísticas que não possuíam caráter denotativo nem representativo, e, apesar disto, eram verdadeiras. A linguagem usa certas expressões para as quais não existe denotação, todas as linguagens que são profundamente conotativas, para as quais a multiplicidade de sentido das palavras e das coisas é sua própria razão de ser. 
 
Critica ao empirismo e ao intelectualismo
Os psicólogos Goldstein e Gelb fizeram estudos da afasia e descobriram situações curiosas, observaram que a palavra azul não formava uma categoria ou ideia geral para o afásico visto que não fazia distinção das cores, portanto seu problema de linguagem era de pensamento também. No entanto a parte do cérebro destinada à inteligência estava intacta, sem lesão. Conclui-se que a linguagem não era um mero conjunto de imagens verbais, como diziam os empiristas, mas é inseparável de uma visão mais global da realidade e inseparável do pensamento. Porém estes estudos não reforçaram a concepção intelectualista, como poderíamos supor. Não pensamos sem palavras, não há pensamento antes e fora da linguagem palavras não traduzem pensamentos.
A linguística e a linguagem
A linguagem era estudada sob duas perspectivas: a da filosofia e a da gramática. Nesses estudos, retomava-se a discussão sobre o caráter natural da linguagem. Era comum os filósofos e os gramáticos a ideia de que as línguas se transformaram no tempo e que as transformações eram causadas por fatores extralinguísticos (migrações, guerras, etc). Nesses estudos viram-se problemas que não conseguiam resolver. Um desses problemas foi o aparecimento do estudo das flexões (tempos verbais, pluralidade, etc), revelando que as línguas mudavam por razões internas e não por fatores externos. Na Alemanha tomava as flexões como prova de que cada povo tem uma língua diferente porque esta expressava o caráter ou espirito do povo. Em suma, cada estudioso inventa o “caráter da língua” segundo as fantasias e ideologias de sua nação e dos nacionalismos da época. 
A experiência da linguagem
Dizer que somos seres falantes significa dizer que a linguagem é uma criação humana, ao mesmo tempo em que nos cria como humanos. A linguagem é nossa via de acesso ao mundo e ao pensamento. Ter experiência da linguagem é ter uma experiência espantosa: emitimos e ouvimos sons, escrevemos e lemos letras, e assim por diante. 
Podemos voltar à definição inicial que demos da linguagem e nela fazer alguns acréscimos. 
Em primeiro lugar, teremos que especificar melhor que tipo de signo é o signo linguístico. O símbolo é um análogo e não um efeito da coisa indicada, representada ou expressada. O símbolo verbal ou palavra me reenvia a coisa que não são palavras. A linguagem simbólica e, pelas palavras, nos coloca em relação com o ausente. 
Em segundo lugar, temos que especificar melhor as várias funções que atribuímos à linguagem e para isso precisamos indagar com o que a linguagem se relaciona e nos relaciona. Essa pergunta fundamental para o positivismo lógico, pois foi responsável pelo surgimento de uma nova filosofia, a Filosofia da Linguagem. Tradicionalmente, dizia-se que a linguagem possuía a forma de uma relação binaria:
Signo verbal <-> coisa indicada (realidade)
Signo verbal<-> ideia, conceito, valor (pensamento)
No entanto, é possível perceber que essa relação binaria não nos explica por que uma palavra ou signo verbal indica alguma coisa ou ideia diferente. Há um vai e vem continuo entre as palavras e as coisas, entre elas e as significações, de tal modo que a realidade, o pensamento e a linguagem são inseparáveis, suscitam uns aos outros e interpretam-se uns aos outros. A linguagem não traduz imagens verbais de origem motora e sensorial, nem representa ideias feitas por um pensamento silencioso, mas encarna as significações.
Linguagem simbólica e linguagem conceitual
A linguagem em sentido amplo é constituída por quatro fatores fundamentais:
Fatores físicos, que determinam para nós a possibilidade de falar, escutar, escrever e ler;
Fatores socioculturais, que determinam a diferença entre as línguas dos indivíduos.
Fatores psicológicos que criam em nós a necessidade e o desejo da informação e da comunicação.
Fatores linguísticos propriamente ditos, ou seja, a estrutura e o funcionamento da linguagem que determinam nossa competência e nosso desempenho enquanto seres capazes de criar e compreender significações.
Esses fatores nos dizem por que existe linguagem e como ela funciona, mas não nos dizem o que é a linguagem. É a perspectiva fenomenológica que nos orienta para sabermos não só o que é a linguagem, mas também qual é seu papel fundamental no conhecimento.

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