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IMPORTÂNCIA DA ZETÉTICA NA FORMAÇÃO EFICAZ DO OPERADOR DO DIREITO

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Tema: 	“Importância da zetética na formação eficaz do operador do direito”1
Acadêmicos: 	Francidalva Lopes ribeiro - 27002725
Mario Caetano - 27002721
FIT/UNAMA – Faculdades Integradas do Tapajós
Disciplina: Tópicos Integradores – Prof.° George Wilkens Gomes
Turma: III – Semestre do Curso de Direito (3DIN-2)
Resumo: Como a Ciência que tem com objeto de estudo direito no âmbito da Sociologia, Antropologia, História, Filosofia, Psicologia e Ciência Política. Zetéticaderiva do latim “zetein”, que significa “investigar, perquirir”. A Zetética é uma ciência mais aberta e abrangente que as demais, sendo inicialmente abordada no início dos cursos de direito, focada na técnica, na informação e na interpretação. Sendo caracterizada mais pela busca de perguntas do que pelas próprias respostas destas, desintegrando opiniões, pondo-as em dúvida. Questões zetéticas têm uma função especulativa explícita e pode-se dizer que são infinitas.
Resume: As science has a right subject of study in Sociology, Anthropology, History, Philosophy, Psychology and Political Science. Zetetic derive the Latin "zetein" which means "to investigate, to assert." The zetetic is a more open and comprehensive science than the others science, being initially addressed at the beginning of law courses focused on technical, information and interpretation. Being characterized more by the pursuit of questions than the answers, disintegrating opinions, putting them in doubt. Zetetic questions have an explicit speculative function and be to be endless.
Palavras-chave: Ensino do Direito; Zetética; Disciplinas Zetéticas; Dogmática; Interpretação;
___________________________________________________________________
1.Trabalho apresentado Para o Prof. George Wilkens, durante Seminário Interclasses, na data de 09 de abril de 2016.
A zetética sempre fez parte da vida do ser humano, desde a infância, quando a criança começa a tomar ciência do mundo ao seu redor, e questiona tudo sobre ele. Esses “porquês, como, quando, pra quê” embutidos na mentalidade infantil é o meio utilizado para se tomar ciência das verdades dos fatos e, consequentemente, julgar essas verdades. 
No meio acadêmico, esse modo investigativo é chamado de zetética, que representa o ato de questionar a natureza e a razão dos fatos e coisas, partindo de pressupostos que podem vir a ser modificados e questionados.
No âmbito jurídico, a zetética engloba uma importância mais abrangente. Pois, o direito está em constante mudança, acompanhando o desenvolvimento da sociedade, dessa forma é impossível separar zetética nos estudos e na prática do direito, pois essa constante mudança configura uma prática ideal da doutrina do direito na sociedade. 
É impossível entendermos a zetética se não entendermos a “dogmática”, que assim como zetética, tem sua origem no latim “dokein”, que significa “ensinar, doutrinar.” Embora muitos não consigam diferenciar esses dois radicais, entender seus enfoques faz grande diferença na prática justa do direito. 
Enquanto a dogmática releva o ato de opinar e ressalva as opiniões, tendo uma função diretiva explícita e finita, a zetética desintegra essas opiniões, as dissolvendo, pondo-as em dúvida, tendo uma função especulativa e infinita, com o puro intuito de tentar conhecer o real significado dos fatos ou coisas. A dogmática tematiza o fato ou coisa como o “ser”, já a zetética vislumbra esse mesmo fato ou coisa como um “dever ser”.
Por esta mesma causa, o papel da zetética jurídica frente às políticas educacionais das faculdades de direito ainda é colocado como em segundo plano, enfrentando o ensino direto explícito e dogmático de algumas dessas instituições, que muitas vezes possui ensinos são focados somente na informação, técnica, pouco crítico e criativo.
No entanto, desde o parecer do MEC CNE/CES 211 de 2004, as disciplinas zetética estão ganhando campo de estudos como disciplinas em várias instituições de ensino. Entende-se que o campo da investigação zetética é bastante amplo. É formado por disciplinas gerais que admitem, no âmbito de suas preocupações, um espaço para o fenômeno jurídico. Assim, são disciplinas zetéticas, a Filosofia do Direito, a Sociologia do Direito, a Criminologia, a Medicina Legal e a Psicologia Forense. Pois estas disciplinas definem o objeto de estudo, apresentando as noções e princípios jurídicos fundamentais da ciência, bem como as noções sociológicas, históricas, filosóficas necessárias à compreensão do Direito (Ciência do Direito em seu sentido amplo) em todos os seus aspectos.
É evidente que o direito, enquanto objeto de conhecimento, deve ser visto de forma diferente, se o enfoque é zetético. Assim sendo, está certo Ferraz Jr. quando sugere que “tal opção não significa, de maneira alguma, um desprezo pela perspectiva zetética. Trata-se apenas de escolher uma tônica dominante. ” Esse mesmo autor, em seu livro, escolhe uma introdução cujo objeto de reflexão é o Direito no pensamento dogmático e cuja análise desse é feita a partir de uma perspectiva zetética. Com isso, Ferraz Jr. (2003:51) qualifica a zetética quando diz que “uma introdução ao estudo do Direito é uma análise zetética, [pois esta] interpreta e aplica [qualifica] o Direito, mostrando-lhe as limitações [do mesmo direito]”. 
Essa abordagem revelada e demonstrada por Ferraz Jr., mostra claramente que o acadêmico de direito, o futuro operador do direito, tem necessidade de estudar as disciplinas zetéticas. Proposta que oferece ao estudante e futuro operador uma visão interpretativa e crítica do fenômeno jurídico, estudando as modalidades por meio das quais o Direito insere-se na vida social, política e econômica. 
Quanto da crescente preocupação que o ensino do direito vire mera técnica, as disciplinas zetéticas aparecem como um complemento ao ensino do direito que ainda tem em sua maioria disciplinas técnicas (profissionais e práticas).
Ainda assim, entre as habilidades e competências exigidas dos bacharéis em Direito, as disciplinas tidas como zetéticas tem tido pouco espaço na reflexão do ensino e aprendizado obtidos pelas mesmas, uma vez que são tratadas por muitos juristas pejorativamente como “perfumarias jurídicas”, de acordo com algumas configurações curriculares. Assim, nem todos os alunos chegam a cursar todas essas disciplinas zetéticas.
Como acadêmicos de direito, entendemos o posicionamento de Ferraz Jr. ao dizer que “[seja] provável que a estranheza causada [aos alunos dos cursos de direito] quanto a essas disciplinas zetéticas, se deva mais ao desconhecimento dos métodos dessas ciências. O desprestígio das disciplinas zetéticas somente não é maior em um país como o Brasil, uma vez que ainda impera sobre grande parte das faculdades de direito a busca por saberes que levariam o aluno a obter “cultura”.”
É realmente possível que as disciplinas zetéticas não tenham ainda sucumbido, devido a uma busca de um refinamento misto por uma cultura, que não é adquirido apenas com os saberes técnicos. Desse modo, as disciplinas zetéticas, não são visadas por muitos alunos e mestres, como fonte de investigação e questionamento, mas de informações de saberes cultos, formais que elevariam o status do ‘operador do direito’ para o bacharel.
 Concluímos que as disciplinas zetéticas têm como objetivo a reflexão, o debate e a busca da autonomia do pensar do estudante de direito, além da produção de conhecimentos por pesquisadores. Sabemos que a diminuição da importância das disciplinas zetéticas parece estar relacionada com a diminuição do espaço público de discussão existente nas faculdades de direito. Por isso ressaltamos que a introdução da zetética ao estudo do direito deve, além de nos oferecer a possibilidade de entendimento e interpretação, também nos dá a oportunidade de construir um saber jurídico diferenciado.
Os estudos zetéticos em Direito, quando verdadeiramente zetéticos, possivelmente não são tão diferentes em qualidade, daqueles produzidos pelas outras áreas das ciências humanas. Porém, o que muitas vezes ocorre é que ospadrões para lidar com um direito como técnica, presente na dogmática são levados para as disciplinas zetéticas. Por outro lado, as disciplinas zetéticas também podem sofrer com a restrição de seu objeto, restringindo o Direito à norma.
Em outras palavras, “a ciência não nos libera porque nos torna mais sábios, mas é porque nos tornamos mais sábios é que a ciência nos libera”. (Ferraz Jr, 2003:29) Essas disciplinas têm o objetivo “de integrar o estudante no campo, estabelecendo relações do Direito com as outras áreas do saber”. As disciplinas zetéticas lutam para se manter e a continuar a produzir um saber crítico e inovador. 
Tal tarefa não é fácil, mas parece ser fundamental para um outro ensino de Direito, que tenha como objetivo não somente produzir um aparato burocrático Estatal, mas de formar pessoas para enfrentar os desafios de lidar com o direito na sociedade moderna que é altamente complexa.
Bibliografia
Serrano, Pablo Jiménez. Doutor em Direito, Professor e pesquisador do Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA. Seguir em: http://web.unifoa.edu.br/.
FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Filosofia do Direito: do perguntador infantil ao neurótico filosofante, In: O que é a filosofia do direito?

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