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AULA 1 Psicologia Comunitária Parte 1

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Psicologia Comunitária
Aula 1 -2016.1
Profa. Lúcia Holanda
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Conceito de Psicologia Comunitária 
A Psicologia Comunitária é uma aplicação da psicologia social para resolução dos problemas sociais nas comunidades. Constitui-se como disciplina recente na história da psicologia. Origem: Remonta, por um lado à psiquiatria social e preventiva, à dinâmica e psicoterapia de grupos, práticas "psi" que conceituavam uma origem social a seus objetos de estudo. 
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Outros termos conhecidos 
São comuns : “Psicologia na Comunidade” (Bender, 1978)[1] ; “Psicologia do Desenvolvimento Comunitário” (Escovar, 1979)[2] ; “Saúde Mental Comunitária” (Berenger, 1982)[3] ; “Psicologia Comunitária/na Comunidade” (Bonfim, 1992)[4] ; etc.
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Caracterização
A Psicologia Comunitária se caracteriza por trabalhar com sujeitos sociais em condições ambientais específicas, atento às suas respectivas psiques ou individualidades.
 Seus objetivos se referem a melhoria das relações entre os sujeitos e entre estes e a natureza e instituições sociais ou o seu empoderamento. Nesta perspectiva está todo o esforço para a mobilização das comunidades na busca de melhores condições de vida
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Estudos e práticas
”. O termo Psicologia Comunitária inclui os estudos e práticas que vêm se realizando no Brasil a exemplo do “Movimento de Saúde Mental Comunitário e do Movimento de Ação Comunitária na América Latina, ” e outras aplicações da psicologia social em problemas relacionados a comunidade.
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Compreensão
Fundamental para compreensão da Psicologia Comunitária é o conceito de comunidade, seu objeto material e campo de atuação. 
O termo Comunidade, utilizado hoje em dia na Psicologia Social, é bastante elástico e capaz de incluir em seu escopo desde um pequeno grupo social, um bairro, uma vila, uma escola, um hospital, um sindicato, uma associação de moradores, uma organização não - governamental, até abarcar os indivíduos que interagem numa cidade inteira.
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Representação de comunidades
Comunidade (latim) communitatem/communitas, qualidade ou estado do que é comum; comunhão.
 Comunhão: compartilhamento de ideias (senso comum) ou interesses em concordância, identidade; na área jurídica, posse, obrigação ou direito em comum designando também o sujeito ou interesses coletivos.
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Abrangência do conceito 
Comunidade é um conceito amplo que abrange situações heterogêneas, mas que, ao mesmo tempo, apoia-se em fundamentos afetivos, emotivos e tradicionais. 
Ela está relacionada a parentes que se relacionam por laços de sangue e por uma vida em comum numa mesma casa, a vizinhos, o que se caracteriza pela vida em comum entre pessoas próximas da qual nasce um sentimento mútuo de confiança, de favores, e amigos, que estão ligados aos laços criados nas condições de trabalho ou no modo de pensar, etc. 
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Abrangência da Psicologia
A psicologia Comunitária vai além da psicologia social, ela tem uma visão maior com relação à sociedade; mudança social, ideologia, alienação, representação social, identidade social, sentido psicológico de comunidade, “empoderamento”, grupo social, apoio social, realidade socialmente construída, atividade, investigação-ação-participante, sujeito histórico-social, consciência crítica, conscientização etc. 
Podemos dizer que a Psicologia Comunitária compreende hoje um conjunto de concepções relevantes para o esforço de delimitar seu campo de análise e aplicação.
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Modos e percepções da Psicologia Social
Pode-se dizer que é uma relação mantida entre pessoas mais próximas. Quando nos referimos a pessoa vivendo em comunidades é difícil pensar que essas comunidades nunca terão problemas de relacionamentos às vezes interpretados como doença mental, pois há diferenças entre as pessoas por se tratar das diferenças de cada indivíduo suas subjetividades e opiniões de classe social e racial.
Se tomarmos a acepção literal de psicologia aplicada ao estudo intervenções na comunidade teremos esta(s) como sinônimo da psicologia social ou seja como os mesmos problemas de método e definição do objeto de estudo que essa. 
A principal diferença entre a psicologia social e comunitária vem da do uso específico que assume o vocábulo comunidade contrapondo-se à sociedade enquanto segmento específico por recorte territorial, identidade ou relação entre seus membros. [5]
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Movimento e ciência
Para Sawaia [6] a descoberta da comunidade não foi um processo específico da psicologia social. Fez parte de um movimento mais amplo de avaliação crítica do papel das ciências sociais e, por conseguinte, do paradigma da neutralidade científica, desencadeado nos anos 60 e culminado nas décadas de 70 e 80, quando o conceito de comunidade invadiu literalmente, o discurso das ciências humanas e sociais, especialmente as práticas na área da saúde mental. 
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Nova aquisição na ciência
Não deixar de ressaltar a importância, para Psicologia, dessa aquisição epistemológica (científico-analítica) onde está implícita a perspectiva orientadora de ações e reflexões (construção / modificação da realidade), o referido autor, assina-la a o caráter utópico da proposição bem como sua utilização demagógica em discursos políticos.
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Um pouco de sua História
Podemos dizer que uma das primeiras tentativas conhecidas foi realizada por Moreno , em Viena , no começo do século . Ele começou em 1908, a fazer improvisações dramáticas com crianças instigando-as a rebelarem -se contra o mundo dos adultos e a criarem normas e regras para uma sociedade infantil respeitada pelos maiores
A experiência e a obra de Wilhelm Reich, apesar de polêmicas , são cruciais na formação histórica da proposta da Psicologia Comunitária . Após participar como assistente de Freud em uma clínica gratuita em Viena, em 1922 e abrir uma semelhante em 1920 em Berlim , logo chegou à conclusão de que seria ilusório “querer transformar a miséria sexual e mental com a multiplicação de clínicas e análises , fundando assim uma sociedade socialista de aconselhamento sexual e de sexologia. ”
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Surgimento de questões polêmicas
Após conferência com médicos e estudantes socialistas , e convencido de necessidade de politizar a questão sexual , liga-se ao partido comunista Alemão e funda a associação Alemã para uma política sexual proletária (SEXPOL), que teve seu primeiro congresso em Dusseldorf, em 1931.Mas a ação de Reich durou pouco. Vasconcelos 1989 [7]
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Experiências Mundiais
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Uma outra experiência, distinta da de Reich, mas bastante significativa, é a dos Alcoólicos Anônimos (A.A.) iniciada em 1935, nos Estados Unidos, e hoje amplamente difundida em quase todo mundo. 
Os A.A. constituem sem dúvida uma experiência sugestiva e eficaz dentro do enfoque da Psicologia Comunitária, e influenciaram enormemente a criação de experiência semelhantes mais recentes, do tipo neuróticos anônimos , grupos de auto-ajuda de ex-"psiquiatrizados" , etc. Vasconcelos 1989 (O.C.)
A medicina comunitária também teve um forte papel no aparecimento da Psicologia Comunitária. Outro processo fundamental que contribuiu para o aparecimento da Psicologia Comunitária foi o progressivo assalariamento , o achatamento da renda e a consequente criação de condições para politização crescente dos profissionais de saúde mental .
Bibliografia
6. Sawaia, Bader B. Comunidade: a apropriação científica de um conceito tão antigo quanto a humanidade. in: Campos, Regina H. F. (org.) Psicologia social comunitária: da solidariedade à autonomia. Petrópolis, RJ, Vozes, 2008
7.VASCONCELOS, Eduardo M. O que é psicologia comunitária. SP, Brasiliense, 1989
8.Rosenfeld, Anatol. O pensamento psicológico. SP, Perspectiva, 2006
9. Paim, Jairnilson S. Desafios para saúde coletiva no século XXI. Ba, EDUFBA, 2006
10. Caplan, Gerald. Princípios de psiquiatria preventiva. RJ, Zahar, 1980
11.Donnangelo, Maria Cecília F.; e Pereira, Luiz. Saúde e Sociedade. SP, Duas Cidades, 1979
12. González, Jorge D. Formacion y funciones Del técnico médio em psicologia. Cadernos PUC n. 11 Psicologia, SP, EDUC, Cortez
Editora
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Bibliografia
13. I Seminario Internacional de Psicología en la Comunidad (Cuba). Revista Latinoamericana de Psicología, año/vol. 13, número 002
14. Averasturi, Lourdes Garcia La psicologia de la salud em Cuba. situación actual y perspectivas. Cadernos PUC n. 11 Psicologia, SP, EDUC, Cortez Editora
15. Lane, Silvia T.M. Histórico e funtamento da psicologia comunitária no Brasil, in: Campos, Regina H.F. (org.) Psicologia social comunitária, da solidariedade à autonomia. RJ, Vozes, 2008
16.Paim, Jairnilson S. Saúde Crises e reformas. Ba, Centro Editorial e Didático da UFBA, 1986
17. Sarafino, E.P. Health Psychology. Biopsychosocial Interactions. New York: John Wiley & Sons, 1994). apud: TRAVERSO-YÉPEZ Martha. A interface psicologia social e saúde: perspectivas e desafios. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 6, n. 2, p. 49-56, jul./dez. 2001
18. TRAVERSO-YÉPEZ Martha. A interface psicologia social e saúde: perspectivas e desafios. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 6, n. 2, p. 49-56, jul./dez. 2001 Scielo Nov. 2011
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