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Nocoes de Direito Administrativo

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G
OVERNO DO 
E
STADO DO 
C
EARÁ 
P
ODER 
J
UDICIÁRIO 
T
RIBUNAL DE 
J
USTIÇA 
S
ERVIÇO DE 
T
REINAMENTO 
 
 
 
 
 
N
OÇÕES DE 
D
IREITO 
A
DMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
 
 
3º Versão / Revista e Ampliada 
 
 
 
 
M
ARCO 
A
NTONIO 
P
RAXEDES DE 
M
ORAES 
F
ILHO 
 
Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do E
stado do Ceará 
- 
TJ/CE. Professor de Direito 
Administrativo da Faculdade Católica Rainha do Sertão 
- 
FCRS. Especialista em Direito e Processo 
Constitucionais pela Universidade de Fortaleza 
- 
UNIFOR. Especialista em Direito e Processo 
Administrativos pela U
niversidade de Fortaleza 
- 
UNIFOR. Especialista em Direito Processual Penal pela 
Universidade de Fortaleza 
- 
UNIFOR. Bacharel em Direito pela Universidade de Fortaleza 
- 
UNIFOR. 
Membro e Sócio Fundador do Instituto Cearense de Direito Administrativo 
- 
ICDA
. 
marco@marcopraxedes.adv.br / www.marcopraxedes.adv.br 
 
 
 
 
Outu
bro 
/ 
2012 
�
T
RABALHOS DO 
A
UTOR 
 
O
BRAS 
C
OLETIVAS 
 
01. Estado Brasileiro: Evolução dos Entes Políticos. São Paulo: 
Verbatim, 2011. 
02. Processo Administrativo: Temas Polêmicos da Lei nº 9.784/99. 
São Pa
ulo: Atlas, 2011. 
03. Licitações e Contratos Administrativos: Apontamentos. Leme: 
JH Mizuno, 2009. 
04. Estudos em Direito e Processo Administrativos. Fortaleza: 
Universidade de Fortaleza, 2006. 
 
A
RTIGOS EM 
R
EVISTAS 
E
SPECIALIZADAS 
 
01. Aquisição de bens e contratação 
de serviços em operações de paz no exterior: breves considerações sobre a nova hipótese de dispensa de 
licitação advinda pela Lei 11.783/2008. Revista da Procuradoria Geral do Município de Fortaleza. Fortaleza/CE, N. 17, V. 17, 
Ano 17, 2009, p. 
319
-
333. 
 
A
RTIGOS EM 
P
ERIÓDICOS 
 
01. Prova emprestada no processo disciplinar. Jornal O Estado. 
Fortaleza, 27 setembro 2012. Direito & Justiça, p. 02. 
02. Progressão de regime por salto. Jornal O Estado. Fortaleza, 11 
setembro 2012. Opinião, p. 02. 
03. Limitação administrativa 
não gera indenização. Jornal O 
Estado. Fortaleza, 30 agosto 2012. Direito & Justiça, p. 02. 
04. Dez anos de vigência do pregão. Jornal O Estado. Fortaleza, 09 
agosto 2012. Opinião, p. 02. 
05. Consórcios Públicos. Jornal O Estado. Fortaleza, 05 julho 2012. 
Opinião, 
p. 02. 
06. O julgamento da ADC 16. Jornal O Estado. Fortaleza, 17 maio 
2012. Opinião, p. 02. 
07. A responsabilidade na prestação dos serviços públicos. Jornal O 
Estado. Fortaleza, 26 abril 2012. Direito & Justiça, p. 02. 
08. Pilares da reforma do Código Penal. Jornal 
O Estado. Fortaleza, 
15 março 2012. Opinião, p. 02. 
09. O inquérito policial e a relatividade do sigilo. Jornal O Estado. 
Fortaleza, 23 fevereiro 2012. Direito & Justiça, p. 02. 
10. Vagas regionalizadas em concurso público. Jornal O Estado. 
Fortaleza, 09 fevereir
o 2012. Opinião, p. 02. 
11. A improbidade administrativa e o princípio da insignificância. 
Jornal O Estado. Fortaleza, 26 janeiro 2012. Direito & Justiça, 
p. 02. 
12. Parecer do Conselho Penitenciário. Jornal O Estado. Fortaleza, 
29 dezembro 2011. Direito & Justiça
, p. 02. 
13. Prescrição do crédito tributário. Jornal O Estado. Fortaleza, 09 
agosto 2011. Opinião, p. 02. 
14. O tribunal do júri e seus efeitos administrativos. Jornal O 
Estado. Fortaleza, 26 maio 2011. Direito & Justiça, p. 02. 
15. Pensões vitalícias. Jornal O Estad
o. Fortaleza, 31 março 2011. 
Direito & Justiça, p. 02. 
16. Vinte anos de proteção ao consumidor. Jornal O Estado. 
Fortaleza, 25 novembro 2010. Direito & Justiça, p. 02. 
17. Dispensa de licitação. Jornal O Estado. Fortaleza, 05 outubro 
2010. Opinião, p. 02. 
18. Vigilân
cia indireta para condenados. Jornal O Estado. 
Fortaleza, 30 setembro 2010. Direito & Justiça, p. 02. 
19. Dez anos de responsabilidade fiscal. Jornal O Estado. 
Fortaleza, 29 julho 2010. Direito & Justiça, p. 02. 
20. Carteira de motorista para emancipados. Jornal O 
Estado. 
Fortaleza, 08 julho 2010. Opinião, p. 02. 
21. A impossibilidade da criação de novos Municípios. Jornal O 
Estado. Fortaleza, 24 junho 2010. Direito & Justiça, p. 02. 
22. Direito fundamental à alimentação. Jornal O Estado. Fortaleza, 
14 junho 2010. Opinião, 
p. 02. 
23. Salas de aula em estabelecimentos criminais. Jornal O Estado. 
Fortaleza, 10 junho 2010. Opinião, p. 02. 
24. Fraude em concursos públicos. Jornal O Estado. Fortaleza, 25 
março 2010. Direito & Justiça, p. 02. 
25. Efetividade do acesso à informação em process
os 
administrativos. Jornal O Estado. Fortaleza, 22 março 2010. 
Opinião, p. 02. 
26. Instituídos os Juizados Especiais da Fazenda Pública. Jornal O 
Estado. Fortaleza, 25 fevereiro 2010. Direito & Justiça, p. 07. 
27. Corte no fornecimento de energia elétrica em Munic
ípios. 
Jornal O Estado. Fortaleza, 14 janeiro 2010. Opinião, p. 02. 
28. Exames psicológicos em concursos púbicos. Jornal O Estado. 
Fortaleza, 17 dezembro 2009. Opinião, p. 02. 
29. Recurso administrativo sem depósito prévio. Jornal O Estado. 
Fortaleza, 12 novembro 
2009. Opinião, p. 02. 
30. Período de validade dos concursos públicos. Jornal O Estado. 
Fortaleza, 29 outubro 2009. Direito & Justiça, p. 02. 
31. Direito à nomeação. Jornal O Povo. Fortaleza, 15 setembro 
2008. Opinião, p. 06. 
32. A nova roupagem da interceptação telefô
nica. Jornal O Estado. 
Fortaleza, 21 fevereiro 2008. Opinião, p. 02. 
33. Intolerância religiosa. Jornal O Estado. 
Fortaleza, 07 fevereiro 
2008. Opinião, p. 02. 
34. Estabilidade na Administração Pública. Jornal O 
Estado. 
Fortaleza, 19 março 2007. Opinião, p. 02. 
35. De
us e a Constituição. Jornal O Estado. 
Fortaleza, 17 janeiro 
2007. Opinião, p. 02. 
36. Cessação da atividade encefálica e espécies de morte. 
Jornal O 
Estado. 
Fortaleza, 05 outubro 2006. Opinião, p. 02. 
37. Iniciativa popular. 
Jornal O Estado. 
Fortaleza, 26 setembro 
2006. Opinião, p. 02. 
38. Superprincípios da Administração Pública. 
Jornal O 
Estado. 
Fortaleza, 21 setembro 2006. Opinião, p. 02. 
39. Funções típicas e atípicas do Estado. 
Jornal O 
Estado. 
Fortaleza, 13 setembro 2006. Opinião, p. 02. 
40. Interceptação de e
-
mail. 
Jorn
al O Estado. 
Fortaleza, 25 agosto 
2006. Opinião, p. 02. 
41. Elementos essenciais do Estado. 
Jornal O Estado. 
Fortaleza, 15 
agosto 2006. Opinião, p. 02. 
42. Prova ilícita no processo penal. 
Jornal O Estado. 
Fortaleza, 30 
junho 2006. Opinião, p. 02. 
43. Eleições indiret
as para Presidente da República. 
Jornal O 
Estado. 
Fortaleza, 23 junho 2006. Opinião, p. 02. 
44. Comissões parlamentares. Jornal O Estado. Fortaleza, 19 junho 
2006. Opinião, p. 02. 
45. Unificação da delação premiada. 
Jornal O Estado. 
Fortaleza, 08 
junho 2006. Opini
ão, p. 02. 
46. Barreira legislativa. 
Jornal O Estado. 
Fortaleza, 22 maio 2006. 
Opinião, p. 02. 
 
 
 
�
P
ARTICIPAÇÃO DE 
E
NQUETES 
EM 
P
ERIÓDICOS 
 
01. 
Quais os ganhos que a Lei de Responsabilidade Fiscal trouxe à administração pública brasileira? Jornal O Povo. Fortal
eza, 09 maio 2010. 
Opinião, p. 06. 
A
RTIGOS EM 
S
ITES 
 
01. 
Evolução histórica da inimputabilidade penal: uma abordagem cronológica da loucura na humanidade e seus reflexos na legislaçã
o criminal 
brasileira até o Código de Piragibe. Jus Navigandi, Teresina, a
. 10, n. 1017, 14 abr. 2006. Disponível em: 
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8234>. 
 
�
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, 
qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim. 
(Chico 
Xavier 
- 
1900 a 2004) 
 
�
Sumário 
 
 
Trabalhos do Autor 
Epígrafe 
 
I. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO 
DO DIREITO ADMINISTR
ATIVO 
 
1. Origem do Direito Administrativo 
2. Importância do Estudo do Direito Administrativo 
3. Natureza Jurídica do Direito Administrativo 
4. Conceito de Direito Administrativo 
5. Ausência de Codificação do Direito Administrativo 
6. Estado, Governo e Administração Pública 
6.1. Estado 
a) Conceito de Estado 
b) Poderes do Estado 
c) Elementos do Estado 
6.2. Governo 
6.3. Administração Pública 
7. Fontes do Direito Administrativo 
8. Regime Jurídico Administrativo 
9. Sistemas Administrativos 
9.1. Sistema do Contencioso Administrativo 
9.2. Sistema da Jurisdição Una 
 
II. 
PRINCÍPIOS DA ADMINI
STRAÇÃO PÚBLICA 
 
1. Conceito 
2. Princípios, Normas e Regras 
3. Finalidades 
4. Organograma dos Princípios da Administração Pública 
5. Princípios Constitucionais Básicos (art. 37, caput, CF) 
5.1. Princípio da Legalidade 
5.2. Princípio da Impessoalidade 
5.3. Princípio da Moralidade 
�
5.4. Princípio da Publicidade 
5.5. Princípio da Eficiência 
6. Princípios Constitucionais Explícitos 
6.1. Princípio do Devido Processo Legal 
6.2. Princípio do Contraditório 
6.3. Princípio da Ampla Defesa 
6.4. Princípio da Vedação da Prova Ilícita 
6.5. Princípio da Presunção de Inocência 
6.6. Princípio da Razoável Duração do Processo 
6.7. Princípio do Concurso Público 
6.8. Princípio da Licitação 
6.9. Princípio da Participação Popular 
6.10. Princípio da Motivação das Decisões Administrativas 
7. Princípios Constitucionais Implícitos 
7.1. Princípio da Isonomia 
7.2. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição 
7.3. Princípio do Interesse Público 
7.4. Princípio da Hierarquia 
7.5. Princípio da Presunção de Legitimidade 
7.6. Princípio da Especialidade 
7.7. Princípio da Autotutela 
8. Princípios Infraconstitucionais Explícitos 
9. Princípios Infraconstitucionais Implícitos 
9.1. Princípio da Supremacia do Interesse Público 
9.2. Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público 
 
III. 
ORGANIZAÇÃO DA ADMIN
ISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
1. Desconcentração e Descentralização 
2. Teoria do Órgão 
3. Administração Direta e Indireta 
4. Organograma da Administração Pública 
5. Autarquias 
5.1. Conceito 
5.2. Características 
�
a) Criadas por lei ordinária específica 
b) Personalidade jurídica de direito público 
c) Execução de atividades típicas da Administração Pública 
d) Especialização dos fins ou atividades 
e) Responsabilidade objetiva 
5.3. Autarquias como Agências 
a) Agências Executivas 
b) Agências Reguladoras 
5.4. Autarquias como Conselhos Profissionais 
6. Fundações 
6.1. Conceito 
6.2. Modalidades 
6.3. Características 
a) Autorizadas por lei ordinária específica 
b) Personalidade jurídica de direito público ou direito privado 
c) Qualificação de Agências Executivas 
d) Responsabilidade objetiva 
7. Empresas Estatais 
7.1. Empresas Públicas 
7.1.1. Conceito 
7.1.2. Características 
a) Autorizadas por lei ordinária específica 
b) Personalidade jurídica de direito privado 
c) Responsabilidade subjetiva 
d) Capital público 
e) Organização societária diversa 
f) Possibilidade de falência 
8. Sociedades de Economia Mista 
8.1. Conceito 
8.2. Características 
a) Autorizadas por lei ordinária específica 
b) Personalidade jurídica de direito privado 
c) Responsabilidade subjetiva 
d) Capital misto 
e) Organização societária específica 
�
f) Possibilidade de falência 
9. Entidades Paraestatais 
9.1. Serviços Sociais Autônomos (SSA) 
9.2. Organização Social (OS) 
9.3. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) 
 
IV. 
PODERES ADMINISTRATI
VOS 
 
1. Conceito de Poder Administrativo 
2. Poder Vinculado 
3. Poder Discricionário 
4. Poder Hierárquico 
5. Poder Disciplinar 
6. Poder Normativo 
7. Poder de Polícia 
7.1. Conceito 
7.2. Atributos do Poder de Polícia 
 
V. 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1. Conceito 
2. Regime Jurídico dos Atos Administrativos 
3. Elementos do Ato Administrativo 
3.1. Competência 
3.2. Finalidade 
3.3. Forma 
3.4. Motivo 
3.5. Objeto 
4. Atributos do Ato Administrativo 
5. Extinção do Ato Administrativo 
5.1. Exaurimento dos Efeitos 
5.2. Revogação 
5.3. Anulação 
5.4. Cassação 
5.5. Caducidade 
5.6. Contraposição 
�
5.7. Renúncia 
 
VI. 
LICI
TAÇÃO PÚBLICA E CONT
RATOS ADMINISTRATIVO
S (LEI Nº 8.666/93) 
 
1. Conceito de Licitação Pública 
2. Disciplina Legal 
3. Modalidades de Licitação 
3.1. Concorrência 
3.2. Tomada de Preços 
3.3. Convite 
3.4. Concurso 
3.5. Leilão 
3.6. Pregão 
4. Fases do Procedimento 
5. Fases do Procedimento do Pregão 
6. Contrato Administrativo 
 
VII. 
AGENTES PÚBLICOS 
 
1. Conceito de Agente Público 
2. Classificação dos Agentes Públicos 
2.1. Agentes Políticos 
2.2. Servidores Públicos Civis 
2.3. Servidores Públicos Militares 
2.4. Empregados Públicos 
2.5. Servidores Temporários 
3. Acessibilidade 
4. Concurso Público 
5. Acumulações 
6. Estabilidade 
7. Sindicalização 
8. Greve 
9. Responsabilidade 
 
VIII. 
SERVIÇO PÚBLICO (LEI 
Nº 8.987/95) 
 
1. Conceito 
�
2. Mutabilidade do Conceito de Serviço Público 
3. Serviço Público x Poder de Polícia 
4. Disciplina Legal 
5. Princípios 
5.1. Princípio da Generalidade 
5.2. Princípio da Modicidade das Tarifas 
5.3. Princípio do Serviço Adequado 
5.4. Princípio da Atualidade 
5.5. Princípio da Continuidade do Serviço Público 
5.6. Princípio da Cortesia 
5.7. Princípio da Eficiência 
6. Concessão x Permissão 
7. Responsabilidade do Concessionário 
8. Serviço Público Especial 
 
IX. 
CONTROLE DA ADMINIST
RAÇÃO PÚBLICA 
 
1. Conceito de Controle Administrativo 
2. Controle Externo x Controle Interno 
3. Controle do Poder Legislativo 
4. Controle do Poder Judiciário 
4.1. Habeas corpus 
4.2. Habeas data 
4.3. Mandado de injunção 
4.4. Mandado de segurança individual 
4.5. Mandado de segurança coletivo 
4.6. Ação popular 
4.7. Ação de improbidade administrativa 
5. Controle Interno 
 
X. 
PROCESSO ADMINISTRAT
IVO (LEI Nº 9.784/99
) 
 
1. Processo em Sentido Amplo e Restrito 
2. Disciplina Legal 
3. Processo versus Jurisdição 
4. Processo versus Coisa Julgada 
�
5. Importância do Processo Administrativo 
6. Aplicação Subsidiária da Lei n° 9.784/99 
7. Objetivos 
8. Princípios 
8.1. Princípio da Legalidade 
8.2. Princípio da Finalidade 
8.3. Princípio da Motivação 
8.4. Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade 
8.5. Princípio da Moralidade 
8.6. Princípio da Ampla Defesa e Contraditório 
8.7. Princípio da Segurança Jurídica 
8.8. Princípio da Eficiência 
8.9. Princípio da Pluralidade de Instâncias 
8.10. Princípio da Participação Popular 
9. Direitos do Administrado 
10. Deveres do Administrado 
11. Interessados 
12. Competência 
13. Impedimento e Suspeição 
14. Forma 
15. Tempo 
16. Lugar 
17. Comunicação dos Atos 
18. Instrução 
18.1. Finalidade 
18.2. Impulso Oficial 
18.3. Vedação da Prova Ilícita 
18.4. Instrumentos de Participação Popular 
a) Consulta Pública 
b) Audiência Pública 
18.5. Titularidade Probatória 
18.6. Dever de Cooperação Instrutória 
18.7. Princípio da Ampla Defesa 
18.8. Intimação 
18.9. Arquivamento 
�
18.10. Provas
e Diligências 
18.11. Pereceres Obrigatórios 
18.12. Laudos Técnicos Obrigatórios 
18.13. Alegações Finais Administrativa 
18.14. Medidas Cautelares 
18.15. Publicidade e Acesso aos Autos 
18.16. Relatório 
19. Dever de Decidir 
20. Motivação 
21. Desistência e Renúncia 
22. Anulação e Revogação 
23. Convalidação 
23.1. Requisitos da Convalidação 
23.2. Faculdade da Convalidação 
24. Recursos 
24.1. Princípio da Pluralidade de Instâncias 
24.2. Legitimidade 
24.3. Prazo 
24.4. Formalização 
24.5. Efeito 
24.6. Prazo das Alegações do Recurso 
24.7. Hipóteses de Não Reconhecimento do Recurso 
24.8. Decisão do Recurso 
24.9. Violação à Súmula Vinculante 
24.10. Reclamação ao STF 
24.11. Revisão dos Processos Administrativos Já Decididos 
24.12. Contagem dos Prazos 
25. Sanções 
 
Bibliografia 
 
�
C
APÍTULO 
I 
 
I
NTRODUÇÃO AO 
E
STUDO DO 
D
IREITO 
A
DMINISTRATIVO 
 
 
1. Origem do Direito Administrativo 
 
O 
Dir
eito Administrativo surgiu entre 
o 
final do século XVIII e início do século XIX, 
entre a decadência do Estado Absolutista e a implantação do Estado de Direito. 
Foi dur
ante o 
movimento denominado de Revolução F
rancesa, período em que se buscava a menor arbi
trariedade 
estatal e a maior proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos, que apareceram os primeiros 
alicerc
es desta nova ciência jurídica. 
 
 
 
 
Revolução Francesa 
1789 
 
Estado Totalitário 
Estado de Direito 
 
 
 
 
A obra central que 
serviu de inspiração para a consolida
ção da Revolução Francesa 
foi o 
livro “O Espírito das Leis” (
L’Esprit des 
L
ois
), publicad
o 
em 1748 pelo filósofo francês Charles
-
Louis de Secondatt ou Barão de Montesquieu. 
Em decorrência do movimento, 
instaurou
-
se na 
França a 
chamada 
jurisdição administra
tiva ou contencioso administrativo
, encarregada 
de julgar as 
causas de interesse da Administração Pública, ficando a jurisdição comum com o julgamento dos 
demais litígios. 
Foram as decisões do 
Conselho de Estado francês
, órgão central do contencioso 
admini
strativo, que teriam identificado os primeiros vetores do Direito Administrativo, 
influenciando todos os demais países. Logo, foram as lições 
da ciência jurídica francesa 
quem mais 
contribuiu para a formação do Direito Administrativo mundial, principalment
e a brasileira, embora 
também haja forte influência do direito alemão. 
 
Diante do contexto histórico, podemos afirmar que 
o Direito Administrativo surgiu com 
um propósito 
bastante 
específico 
e determinado: 
tentar reequilibr
ar as prerrogativas do Poder 
Pú
bl
ico com as garantias dos administrados. 
Infere
-
se, ainda, que o 
Direito Administrativo nasce 
atrelado ao Direito Constitucional, pois enquanto ao primeiro cabe executar as tarefas (atividade 
dinâmica), ao segundo cabe determinar e planeja os trabalhos (ati
vidade estática). 
 
As premissas do Estado de Direito são: o princípio da legalidade, a separação de 
poderes e a constitucionalização do Estado. 
 
2. Importância do Estudo do Direito Administrativo 
 
As transformações sociais e os desafios impostos ao Poder P
úblico tornaram o Direito 
Administrativo um influente fator de mudança da própria gestão 
das atividades rotineiras do Estado
. 
É 
preciso atentar à verdadeira revolução da importância do estudo desta disciplina jurídica, 
fundamental para o entendimento do pr
óprio Estado. 
 
 
�
Licitações públicas 
 
Contratos administrativos 
Gestão de atividades rotineiras 
Concurso público 
Processo administrativo 
 
Serviços públicos 
 
 
 
Desapropriação 
 
Tombamento 
Restrição da propriedade 
Limitaçõe
s administrativas 
 
Servidões administrativas 
 
Requisição administrativa 
 
 
Quanto maior a participação popular na condução da atividade adminis
trativa e a 
sujeição do Estado às 
leis, maior 
será 
a incidência de normas de direito público e a preocupaç
ão 
com o estudo do Direito Administrativo. 
Quanto mais democrático for o ambiente institucional 
vivenciado 
um país, mais seus cidadãos
-
administrados poderão exigir o exato cumprimento do 
Direito Administrativo. 
 
 
democrático 
importância do Direito 
A
dministrativo 
 
 
 
Logo, podemos afirmar que há países onde o Direito Administrativo é pouco avançado e 
outros países onde é muito evoluído. Quanto mais funções são dadas ao Estado, maiores serão as 
atribuições do Direito Administrativo. 
 
3. 
Nature
za Jurídica do Direito Administrativo 
 
Embora o direto seja uno, não podendo ser 
fatiado
, a sua clássica divisão em direito 
público e direito privado, proposta pelo jurista romano 
Ulpianus
, ajuda a compreender melhor as 
diferentes funções deste ramo da ciê
ncia social. 
 
Há duas partes neste estudo: o direito público, que diz respeito ao estado das 
coisas de Roma; e o privado, relativo à utilidade os particulares, pois certas 
utilidades são públicas e outras, privadas. O direito público consiste (nas 
normas r
elativas) às coisas sagradas, aos sacerdotes e magistrados. O direito 
privado é tripartido: é, de fato, coligido de preceitos naturais, ou das gentes, 
ou civis. 
(Ulpianus)
. 
 
Para 
fins didáticos, 
a ciência jurídica comporta uma 
divisão 
em 
direito público e 
privado. 
O direito público, por sua vez, sob uma ótima contemporânea e globalizada, ainda permite 
uma subdivisão em direito público externo e direito público interno. 
 
Direito público: 
regula as relações em que o Estado é parte, ou seja, relações entre 
gov
ernantes e governados, em uma perspectiva vertical, regendo sua organização, atuando com 
supremacia e visando sempre o interesse público. 
São considerados ramos do direito público as 
�
seguintes áreas: constitucional, tributário, penal, processual, econômico
, financeiro, ambiental, 
urbanístico, eleitoral. 
Direito privado: 
r
egula as relações entre particular e particular, em uma 
perspectiva hor
izontal, atuando com igualdade. 
São considerados ramos do direito privado as 
seguintes áreas: civil, empresarial, trab
alho. 
Direito público interno: 
aborda as atividades 
administrativas tendo em vista os fins interiores do Estado. 
Direito público externo: 
regula as 
relações entre países diferentes. 
 
Portanto, tendo em vista as características apresentadas, infere
-
se com f
acilidade que o 
D
ireito 
A
dministrativo 
pertence 
é ramo do 
direito público interno
. 
 
4
. Conceito de Direito Administrativo 
 
Não há uma uniformidade quanto ao conceito de 
D
ireito 
A
dministrativo. Cada autor 
escolhe certos elementos que considera mais importan
te para edificar seu conceito próprio. 
 
O conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para nós, sintetiza
-
se no 
conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e 
as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e i
mediatamente os 
fins desejados pelo Estado. 
(
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito 
Administrativo Brasileiro. 38ª ed. 
São Paulo: Malheiros, 2012). 
 
O Direito A
dministrativo é o ramo do direito público que disciplina a função 
administrativa, bem como pessoas e órg
ãos que a exercem. 
(
MELLO, Celso 
Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 29ª 
ed. São Paulo: 
Malheiros, 2012). 
 
É o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas 
jurídicas administrativas que integram a Administração 
Pública, a atividade 
jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a 
consecução
de seus fins, de natureza pública. 
(
PIETRO, Maria Sylvia Zanella 
Di. Direito Administrativo. 
25ª ed. São Paulo: Atlas, 2012). 
 
Direito Administrativo é o 
conjunto de normas e princípios que, visando 
sempre ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e 
órgãos do Estado e entre estes e as coletividades a que devem servir. 
(
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrati
vo. 
25ª ed. São Paulo: Atlas, 2012). 
 
O Direito Administrativo é o ramo do direito público interno que trata de 
princípios e regras que disciplinam a função administrativa e que abrange 
órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela Administração Pública 
na 
consecução do interesse público. 
(
NOHARA, Irene Patrícia. Direito 
Administrativo. 
2ª ed. São Paulo: Atlas, 2012). 
 
5. Ausência de Codificação do Direito Administrativo 
 
O Direito Administrativo não é estudado em nosso país de forma codificada, pois 
inex
iste no ordenamento jurídico pátrio um código tratando detalhadamente do conteúdo. Toda a 
matéria relativa a este ramo do direito se encontra disciplinado em legislações especiais, abordando 
de forma pontual os assuntos. Alguns doutrinadores se aventuram a 
mencionar a existência de 
verdadeiras codificações administrativistas parciais, a exemplo da Lei nº 9.784/99, responsável pela 
regulamentação do processo administrativo na seara federal. 
 
�
Importante ainda ressaltar duas características da ausência de codi
ficação: não guarda 
relação direta com o estágio evolutivo da ciência jurídica, ou seja, não significa falta de 
amadurecimento científico; não mantém relação direta com a ausência de autonomia da ciência 
jurídica, ou seja, o ramo pode ser autônomo sem exis
tir um diploma único. 
 
Embora o 
ordenamento jurídico pátrio não possua um 
diploma único tratando sobre 
temas ligados ao 
Direi
to Administrativo
, 
grande parte dos seus 
princípios e regras 
estão 
previstos na 
Constituição Federal
, servindo de vetor interpretat
ivo para 
a
s 
l
egislaç
ões extravagantes. No direito 
comparado, podemos apontar como um exemplo bem sucedido de codificação nesta área, o Código 
Administrativo Português, de 1940, atualmente em vigor na sua essência. 
 
Diante da necessidade de melhor organizar 
os principais assuntos ligados ao Direito 
administrativo, 
em 2007 foi instalada uma comissão de juristas para 
elaborar um anteprojeto sobre 
a 
Lei Orgânica da Administração Pública. 
Trata
-
se da 
Portaria n° 426, de 6 de dezembro de 2007, do 
Ministério do P
l
anejamento, Orçamento e Gestão, 
a
lterada pela Portari
a n° 84, de 23 de abril de 
2008
. 
Muito embora o anteprojeto já tenha sido finalizado e entregue em definitivo ao órgão 
competente, infelizmente, por vontade política, o resultado final dos estudos ainda 
não está sendo 
discutido no Congresso Nacional. A comissão de juristas foi composta por Almiro do Couto e Silva, 
Carlos Ari Sundfeld, Floriano de Azevedo Marques Neto, Paulo Eduardo Garrido Modesto, Maria 
Coeli Simões Pires, Sergio de Andréa e Maria Sylvia 
Zanella Di Pietro. 
 
6
. Estado, Governo e Administração Pública 
 
As denominações Estado, Governo e Administração Pública não são consideradas 
sinônimas, possuindo cada uma delas peculiaridades que as tornam diferentes entre si. 
 
6
.1. Estado 
 
Quando falamos 
em uma sociedade politicamente organizada, a primeira imagem que 
nos vem à cabeça é a palavra Estado. Todavia, por de trás deste aglomerado de letras, se esconde 
toda uma evolução política, social e jurídica que perdurou durante séculos, onde inúmeras ten
tativas 
de estruturar a vida em coletividade foram testadas, até chegarmos ao modelo de hoje por nós 
utilizados. 
 
a) Conceito de Estado 
 
Podemos conceituar Estado como sendo uma pessoa jurídica de direito público interno, 
com personalidade jurídica própria
, apta a ser sujeito de direitos e obrigações. 
 
b) Poderes do Estado 
 
Basicamente, três foram os personagens que deram sua contribuição filosófica para a 
formação do Estado: Aristóteles (A política, 340 a.C.), John Locke (Segundo tratado sobre o 
governo, 1
690) e Barão de Montesquieu (O espírito das leis, 1748). Todos focalizavam suas utopias 
em um Estado com um Poder organizado de forma descentralizada, com distribuições precípuas de 
funções, independentes e harmônicos entre si. Esta moldura estatal encontr
a
-
se recepcionada pela 
Constituição Federal de 1988 em seu art. 2º, onde menciona a existência dos Poderes do 
Legislativo, Executivo e Judiciário. 
 
�
Para compreendermos a estrutura do Estado atual brasileiro mister a análise do art. 2º da 
Constituição Feder
al de 1988, onde mesmo sendo uma das primeiras lições estudadas sobre o 
assunto, serve como arcabouço para uma compreensão gradativa e sistêmica sobre o equilíbrio e 
organização da nossa sociedade. O texto normativo trata expressamente dos Poderes da União
, 
todos harmônicos e com graus de independência entre si, trazendo como pano de fundo a teoria ou 
sistema norte
-
americano de freios e contrapesos (
checks and balances
). 
 
Três são os Poderes Estatais, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, todos com sua
s 
funções principais, típicas, inerentes a sua própria essência, e desfrutando, também, de funções 
secundárias, atípicas, eleitas pelo constituinte, aquelas que se afastam do normal (porém, nem por 
isso, assumindo um papel de anormalidade). Tais atributos 
fazem com que tal harmonia seja 
realmente alcançada, gerando uma estabilidade entre eles. 
 
Ao 
Poder Legislativo 
cabem duas funções precípuas: (i) inovação da ordem jurídica, ou 
seja, elaboração de leis 
lato sensu
, abstratas e de ordem geral (art. 59); (ii) 
fiscalização, que pode 
ser de caráter político
-
administrativo, exercido pelas comissões, por exemplo, Comissão 
Parlamentar de Inquérito 
– 
CPI e Comissão de Constituição e Justiça 
– 
CCJ (art. 58), ou de caráter 
econômico
-
financeiro, auxiliado pelo Tribunal 
de Contas (art. 70). Pode também julgar e 
administrar
-
se internamente, são suas funções atípicas. A princípio pode parecer estranho o 
Legislativo julgando, papel tradicionalmente direcionado ao Judiciário, mas a Carta Constitucional 
permite tal situação, 
é o caso do Senado Federal processar e julgar o Presidente e o Vice
-
Presidente 
da República nos crimes de responsabilidade (art. 52, I). 
 
Ao 
Poder Executivo 
podemos afirmar que sua função essencial é de aplicar a lei ao 
caso concreto, administrando a coisa 
pública. Desta forma, suas ações são diretas, concretas, 
individuais e revisáveis. A função atípica deste Poder se faz também por meio de julgamentos, por 
exemplo, os contenciosos administrativos e tributários, e a elaboração normativa, como a 
famigerada 
Medida Provisória em caso de relevância e urgência (art. 62) e a elaboração das Leis 
Delegadas (art. 68). 
 
Ao 
Poder Judiciário 
cabe por natureza a aplicação da lei ao caso concreto, substituindo 
a vontade das partes resolvendo o conflito de interesses com 
força coercitiva. Assim sendo, seus 
atos são indiretos, concretos e individuais. Cabe ainda ao Judiciário
, 
como funções atípicas
, 
sua 
própria administração interna (art. 99) e a elaboração normativa, por exemplo, disciplinando a cerca 
de seu regimento inte
rno (art. 96, I, “a”). 
 
Diante desta construção, utilizada claramente para evitar a hipertrofia de um destes 
Poderes em detrimento dos demais, é de fácil percepção a harmonia entre os mesmos, pois todos 
exercem as três funções estatais concomitantemente, r
esidindo a diferença tão somente no grau de 
importância e prevalência que uns possuem em função dos outros. 
 
A vontade estatal,
portanto, é manifestada por meio do exercício de seus três Poderes, 
todos harmônicos e independentes entre si. 
 
 
CURIOSIDADE 
 
Pa
ra Celso Antônio Bandeira de Mello há ainda uma quarta função estatal, a 
Função Política do Estado
. Tal função 
estaria localizada acima dos três Poderes já citados e só teria utilidade para questões importantes, tais como estado de 
defesa e estado de sítio
. 
 
�
c) Elementos do Estado 
 
Para a existência do Estado inspirado por estes pensadores, faz
-
se necessário quatro 
elementos essenciais sem os quais não podemos deixá
-
los de lado, pois organizam a espinha dorsal 
deste sistema, são o povo, território, poder s
oberano e objetivos (finalidades definidas). Faltando 
um deles, é impossível configurar a existência do mencionado mecanismo social. 
 
 
Povo 
Elementos 
Território 
do Estado 
Poder Soberano 
 
Objetivos 
 
 
Povo 
é componente humano. É impossível se pensar em 
um Estado sem pessoas que lá 
habitem, exercendo suas tarefas diárias. Todavia não devemos confundi
-
lo com população e 
habitantes, pois ambos são conceitos meramente geográficos. 
 
Território 
é o elemento espacial. As pessoas não podem ficar espalhadas ao ve
nto, 
devem fazer parte de algum espaço físico e delimitado, com o fim de demarcar a área as quais 
pertencem. Esta é a justificativa dos palestinos não terem um Estado, pois apesar de possuírem os 
demais elementos, não desfrutam oficialmente de um pedaço de 
terra. 
 
Não devemos interpretar território em sentido literal, ou seja, apenas ao solo 
propriamente dito, o termo abrange também o subsolo, espaço aéreo, mar territorial e plataforma 
continental (art. 22, V e VI, Constituição Federal de 1988). Podemos con
siderar ainda como 
território, em uma ficção jurídica, as aeronaves e embarcações públicas brasileiras onde quer que se 
encontrem (art. 5º, Código Penal). 
 
Poder soberano 
é o elemento subjetivo. De nada adianta ter um povo, sob um território, 
e ser adminis
trado por uma pessoa que não consegue impor suas vontades, que na verdade é a 
vontade do Estado. Logo, este força deve ser soberana, superior as demais, delimitadas, 
logicamente, pelas normas impostas por ele mesmo. 
 
Objetivos 
são as metas e finalidades a 
serem desempenhadas. A utilização deste quarto 
elemento para caracterizar o Estado é uma posição da doutrina mais moderna. 
 
 
CURIOSIDADE 
 
Existe uma teoria denominada de 
teoria da dupla personalidade
, onde seus adeptos sustentam que o Estado na 
verdade pos
sui duas caras, duas personalidades, uma de direito público e outra de direito privado. Não é a corrente 
adotada na sistemática estatal brasileira, pois ela encontra
-
se totalmente superada. O entendimento atual segue na 
direção do Estado possuir somente um
a face, a de direito público. 
 
 
6
.2. Governo 
 
É o comando, a gestão, a direção da pessoa jurídica, logo, são as decisões políticas. Essa 
vontade estatal é manifestada pelo exercício de seus três Poderes, cada qual com suas atividades 
funcionais. 
�
6
.3. Admi
nistração Pública 
 
A terminologia Administração Pública admite dois significados diversos, podendo ser 
utilizada no sentido subjetivo e no sentido material. 
 
O 
critério formal, orgânico ou subjetivo 
representa tanto o aparelhamento, a estrutura, 
os órgãos, 
quanto os agentes, as pessoas jurídicas, ou seja, é toda a máquina administrativa 
(conjunto de órgãos e pessoas) disponível. Geralmente é escrito com letras maiúsculas: 
Administração Pública. 
 
O 
critério material ou objetivo 
representa a atividade de admi
nistrar, ou seja, é a função 
administrativa desempenhada pelo Estado com prerrogativas necessárias para atingir o interesse 
público. Geralmente é grafada com letras minúsculas: administração pública. 
 
 
 
Subjetivo: órgãos/pessoas 
Administração Pública 
 
Objetivo: função/atividade 
 
 
 
ATENÇÃO 
 
A administração enquanto aparelho é o instrumento de que dispõe o Estado para por em prática as decisões do 
governo. Enquanto o governo constitui uma atividade política discricionária, a administração constitui ati
vidade 
vinculada. 
 
 
A expressão Administração Pública pode, ainda, se apresentar em dois sentidos 
distintos, podendo ser utilizada no sentido amplo e no sentido restrito. 
 
O 
sentido amplo 
representa tanto a direção e o comando dos órgãos governamentais e 
a 
execução dos planos traçados (aspecto subjetivo), quanto o exercício da função política (sentido 
objetivo). 
 
O 
sentido restrito 
representa tão somente os órgãos administrativos no desempenho da 
função administrativa. 
 
7
. Fontes do Direito Administrativo 
 
São várias as fontes do Direito Administrativo, todas elas dando sua contribuição em 
especial para a construção desta ramificação da ciência jurídica. Diante da ausência de uma 
codificação específica, as fontes no Direito Administrativo possuem uma import
ância 
muito grande
, 
servindo de paradigma para interpretação e solução dos problemas envolvidos. 
 
As fontes podem ser: 
(i) primárias 
– 
são as principais, onde nasce o direito, bebedouro 
imediato de fundamento da norma; 
(ii) secundárias 
– 
são as acessórias, 
funcionando de auxílio com 
relação às primárias, estando subordinadas àquelas. 
 
 
Fonte Primária 
Lei 
�
Jurisprudência 
 
Doutrina 
Fonte Secundária 
Costume
s 
Princípios Gerais do Direito 
 
. 
Lei: 
a fonte primária 
do Direito Administrativo 
consiste 
nas leis em sentido amplo (
lato sensu
), ou 
seja, qualquer 
das 
espécie
s 
normativa
s 
prevista
s 
no art. 59 
da Constituição Federal de 1988. 
 
. 
Jurisprudência: 
são os julgamentos reiterados dos nossos tribunais na mesma direção, no mesmo 
sentido, servindo apena
s como uma orientação 
decisória
. Tanto a jurisprudência quanto as súmulas 
editadas pelos tribunais superiores são consideradas 
apenas como 
fontes secundárias. Porém, 
com o 
advento da Emenda Constitucional nº 45/04, foi inserido no art. 103
-
A da CF/88 a súm
ula com 
efeitos vinculantes. Devido à sua força cogente para agentes, órgãos e entidades administrativas, a 
doutrina mais abalizada vem entendendo tratar
-
se de uma nova fonte primária diante 
do 
ordenamento jurídico pátrio. 
 
. 
Doutrina: 
é o resultado dos trabalhos dos estudiosos da ciência jurídica, retratados em livros, 
artigos, pareceres, dentre outros. 
 
. 
Costume
s
: 
é a prática habitual, corriqueira e generalizada de determinadas condutas humanas, 
acreditando serem elas obri
gatórias. Costuma
-
se distinguir dois elementos da fonte consuetudinária: 
o primeiro é o 
aspecto psicológico
, que consiste em praticar determinado ato pensando de forma 
convicta que é o correto; o segundo é o 
aspecto físico
, que consiste na ação humana de p
raticá
-
lo 
reiteradamente. 
 
. 
Princípios Gerais do Direito: 
são as balizas, os alicerces do ordenamento jurídico; podem ser 
expressos ou implícitos. 
 
8
. Regime Jurídico Administrativo 
 
A expressão regime jurídico
-
administrativo consagra tanto a união dos princípios 
peculiares ao Dire
ito Administrativo, que conservam entre si não apenas união, mas relação de 
interdependência, como também as prerrogativas e sujeições, visando a satisfação do interesse 
público limitando restringindo a sua autonomia de vontade. 
 
Prerrogativas 
Presunçã
o de legitimidade, autoexecutoriedade, autotutela, etc. 
 
Restrições 
Concurso público, licitação, legalidade administrativa, etc.
9
. Sistemas Administrativos 
 
A introdução de sistemas administrativos significa de que forma será efetivado o 
mecanismo con
trole dos atos dos administradores. 
Podemos indicar a existência de dois sistemas 
administrativos: o sistema do contencioso administrativo e o sistema da jurisdição una. 
 
 
 
Sistema do 
Contencioso 
Administrativo 
 
 
Sistema da 
Jurisdição Una 
 
 
 
�
9
.1. Sistema do Contencioso Administrativo 
 
O 
sistema do contencioso administra
tivo
, t
ambém denominado de 
sistema francês
, 
consiste em afirmar que os 
atos praticados pela Administração Pública 
devem 
ser re
apreciados por 
ela própria
, 
sendo desnecessária a 
interferência do Poder Judiciário. 
Significa atestar que a função 
jurisdicional 
também é exercida pela Administração Pública, não sendo exclusiva daqueles que 
pertencem aos quadros do Poder Judiciário. 
 
Neste sistema, há uma divisão quanto a prática da função jurisdicional: o Poder 
Judiciário a exerce sobre as causas comuns de sua com
petência, e a Administração Pública também 
a exerce referente às causas que envolva a seara estatal 
de sua competência. Somente em hipóteses 
excepcionais, desde que previamente determinadas, é que certas demandas apreciadas originalmente 
no âmbito da Admin
istração Pública podem ser reanalisadas pelo Poder Judiciário. 
Por exemplo, 
atividade pública de caráter privado, ação ligada ao Estado e capacidade das pessoas, propriedade 
privada e repressão penal. 
 
Em suma, é como se existisse ao lado do Poder Judiciár
io um foro especial, encarregado 
de julgar, em caráter definitivo, apenas causas envolvendo interesses da própria Administração 
Pública. Podemos afirmar que nos países onde vigora o sistema do contencioso administrativo há 
uma dualidade de jurisdição, ou s
eja, a coexistência de uma justiça de caráter administrativo e uma 
justiça com feições judiciárias. 
 
É 
o sistema adotado na França e na Grécia. 
 
 
CURIOSIDADE 
 
A Emenda Constitucional nº 7 de 1977, referente à Constituição Federal de 1967, tentou introduzir 
o contencioso 
administrativo no Brasil, mas foi inoperante, não saiu do papel. 
 
 
 
9
.2. Sistema da Jurisdição Una 
 
O 
sistema da jurisdição una
, também denominado 
de 
sistema inglês
, 
consiste em 
afirmar que somente o Poder Judiciário possui a competência de 
julgar com ânimo definitivo as 
lides propostas, detendo o monopólio da jurisdição. Mesmo as causas apreciadas e decididas na 
esfera da Administração Pública podem ser revistas pelo Poder Judiciário, tendo em vista o 
princípio constitucional da inafastabil
idade da função jurisdicional (art. 5º, XXXV da CF/88). 
 
Neste sistema, 
a última palavra é sempre do Poder Judiciário, 
somente ele decide com 
trânsito em julgado, tornando irreversível o entendimento exposto na sentença, sendo o único 
detentor da denominad
a função jurisdicional. Mesmo assim, ainda é possível falar em coisa julgada 
administrativa, para aquelas situações onde não cabe mais recurso na seara administrativa, podendo, 
todavia, sempre recorrer às vias jurisdicionais para ter reapreciado a causa. 
 
Em suma, mesmo existindo uma esfera julgadora administrativa em paralelo com a 
estrutura jurisdicional, somente esta última tem o poder para decidir com força definitiva. Como 
regra, não há necessidade do exaurimento da via administrativa para se provocar 
a esfera 
jurisdicional, sendo as únicas exceções o art. 217, § 1º da CF/88 (justiça desportiva) e a Súmula nº 
02 do STJ (
habeas data
). 
�
É o sistema adotado no Brasil. 
 
 
CURIOSIDADE 
 
Seria juridicamente possível implementar o sistema do contencioso administr
ativo em nosso ordenamento jurídico 
pátrio
? A resposta é negativa. O art. 60, § 4º da CF/88 prevê como uma de suas cláusulas pétreas a separação de 
poderes. Como a Carta de 88 foi edificada sob o pilar do sistema da jurisdição una, 
inserindo 
expressamente 
como um 
de seus princípios fundamentais a inafastabilidade do poder judiciário, entende
-
se 
majoritariamente 
que é impossível a 
troca 
de sistemas administrativos. A previsão do sistema inglês teria um caráter permanente e inafastável, proibindo em 
definitiv
o a adoção do contencioso administrativo. 
 
 
 
 
�
C
APÍTULO 
II 
 
P
RINCÍPIOS DA 
A
DMINISTRAÇÃO 
P
ÚBLICA 
 
 
1. Conceito 
 
Podemos conceituar princípio 
como sendo um conjunto 
normas jurídicas informadoras 
dotadas de valor normativo. 
 
Princípios de uma ciência são as 
proposições básicas, fundamentais, típicas 
que condicionam todas as estruturações subsequentes. Princípios, neste 
sentido, são os alicerces, os fundamentos da ciência. 
(José Cretella Júnior. 
Filosofia do Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 199
9)
. 
 
2. Princípios, Normas e Regras 
 
Na visão da doutrina moderna, as normas jurídicas são gênero, das quais princípios e 
regras são espécies. 
 
 
Princípios 
Regras 
alto grau de abstração 
pouco grau de abstração 
pouca densidade normativa 
alta densidade nor
mativa 
precisa de norma concretizadora 
aplicação direta 
em caso de conflito: critério do peso 
em caso de conflito: critério da validade 
 
 
3. Finalidade 
 
Os princípios da Administração Pública possuem três grandes importantes funções 
dentro do regime jur
ídico
-
administrativo: função fundamentadora, função interpretativa e função 
integrativa. 
 
A 
função fundamentadora 
está atrelada à ideia de vetores informativos de todo o 
sistema jurídico
-
administrativo. Em clássica passagem, Celso Antônio Bandeira de Mello 
nos 
ensina que violar um princípio é muito mais grave do que violar uma regra específica, devido ao 
caráter de diretriz que norteia os princípios. 
 
A 
função interpretativa 
está atrelada à ideia de dúvida sobre a aplicabilidade de uma 
determinada regra. Ha
vendo ambiguidade normativa, o aplicador do direito deve se socorrer dos 
princípios do Direito Administrativo a fim de alcançar a melhor interpretação do dispositivo em 
análise. 
 
A 
função integrativa 
está vinculada à ideia de lacuna de regra específica par
a a solução 
de determinado caso em concreto. A
qui podemos apontar o art. 4º da 
Lei nº 12.376/10 
(
Lei de 
Introdução 
às Normas do Direito Brasileiro 
- 
LINDB)
, afirmando que na omissão da lei, o juiz 
decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito. 
 
4. Organograma dos Princípios da Administração Pública 
�
 
Básicos (art. 37, 
caput
, CF) 
 
Princípios Constitucionais 
Explícitos 
Princípios da 
Implícitos 
Administração 
Pública 
Explícitos 
 
Princípios 
Infraconstitucionais 
 
Implícitos 
 
 
5. Princípios Constitucionais Básicos (art. 37, 
caput
, CF) 
 
 
São cinco os princípios constitucionais básicos da Administração Pública: legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 
 
 
Prin
cípio da 
L
egalidade 
Princípios 
Princípio da 
I
mpessoalidade 
Constitucionais 
Princípio da 
M
oralidade 
Básicos 
Princípio da 
P
ublicidade 
 
Princípio da 
E
ficiência 
 
 
CF/88 
Art. 37. 
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
Uniã
o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: 
 
5.1. Princípio da Legalidade 
 
É o princípio
basilar do Estado de Direito. É a atuação 
da Administração Pública 
(órgãos/agentes) dentro dos parâmetros definidos em lei, sendo vedada sua atuação sem prévia e 
expressa permissão legislativa. 
 
. 
OBS.1. Não se deve confundir legalidade privada com legalidade pública. 
 
 
Le
galidade Pública 
 
Ao administrador somente é 
permitido fazer o que estiver 
previsto em lei 
 
 
Legalidade Privada 
 
Ao particular é permitido fazer 
tudo o que a legislação não proíba 
 
 
 
 
X 
 
 
 
 
. 
OBS.2. 
Não se deve confundir o princípio da legalidade com o princípio da reserva de lei. 
 
 
P. Reserva de Lei 
 
É a limitação à forma de 
regulamentação de determinad
as 
matérias cuja natureza é indicada 
pe
la legislação (ex. 37, XIX, CF) 
 
P. Legalidade 
 
É a submissão da Administração 
Pública (órgãos/agen
tes) aos 
impérios da legislação 
 
 
X 
 
�
CF/88 
Art. 37. 
(...) 
XIX 
- 
somente por lei 
específica poderá ser criada autarquia e autorizada a 
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de 
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de 
atuação; 
 
5.2. Princípio da Impessoalidade 
 
O princípio 
da impessoalidade 
admite 
ser analisado sob três óticas 
diferentes: 
finalidade, imputação e isonomia. 
 
 
 
Finalidade 
Impessoalidade 
Imputação 
 
Isonomia 
 
 
Sob a 
ótica da finalidade
, é a atuação impessoal e genérica da Administração Pública, 
visando a sat
isfação do interesse coletivo, sem corresponder ao atendimento do interesse exclusivo 
do administrado. 
 
CF/88 
Art. 37. 
(...) 
§ 1°. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo 
ou de orientação 
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que 
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
 
Se aproveitar da publicidade governamental, custeado pelo erário público, para f
azer 
promoção pessoal é a
t
o de improbidade administrativa, pois viola o princípio da impessoalidade 
(Lei nº 8.429/92). 
O
s símbolos que são utilizados 
durante o período de campanha eleitoral 
não 
podem ser 
empregados durante o governo, pois serve de promover a figura individualizada 
do 
gestor, e não a instituição pública. 
 
Sob a 
ótica da imputação
, o ato praticado é atribuído ao órgão (pessoa jurídica) e não ao 
agente público (pessoa física). Desta forma, a responsabilidade civil recairá sob a entidade no qual o 
agente público empreg
a sua força de trabalho. Porém, o direito de regresso oferece a possibilidade 
de a pessoa jurídica agir contra o responsável pelo dano. 
 
CF/88 
Art. 37. 
(...) 
§ 6°. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviço públ
ico responderão pelos danos que seus agentes, 
nesta qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra 
o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
Sob a 
ótica da isonomia
, é o tratamento igualitário dispensado a todos os administrados, 
independentemente 
de qualquer interesse político. 
 
5.3. Princípio da Moralidade 
 
�
É a atuação administrativa baseada na boa fé, em consonância com a moral, os 
princípios éticos e a lealdade, não podendo contrariar os bons costumes, a honestidade e os dever
es 
de boa administração. 
 
O princípio da moralidade não se refere a moral comum, mas aquela moral tirada da 
conduta interna da Administração Pública. A 
moralidade comum é o certo e o errado, o correto e o 
incorreto, é o senso comum; já a moralidade adminis
trativa é mais rigorosa, é a boa
-
fé da 
administração, é a melhor escolha possível, é uma administração eficiente. 
Logo, a moral 
relacionada ao princípio não é a moral subjetiva, mas a moral jurídica, ligada a outros princípios da 
própria Administração como 
também aos princípios gerais do direito. 
 
Quando a doutrina administrativista menciona a imoralidade administrativa na forma 
qualificada ela está se referindo ao ato imoral configurado como ato de improbidade (art. 37, § 4°, 
CF; Lei n° 8.429/92). 
Todo ato 
imoral é também ato de improbidade, porém nem todo ato de 
improbidade é um ato imoral (art. 11, Lei n° 8.429/92). 
 
CF/88 
Art. 37. 
(...) 
§ 4°. Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos 
direitos políticos, a perda da função pública, a 
perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação 
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
 
Lei n° 8.429/92 
Art. 4°. 
Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a 
vela
r pela estrita observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, 
moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhes são afetos. 
 
O controle jurisdicional dos atos que violem a moralidade administrativa também pode 
ocorrer via promoção da ação 
popular com a finalidade de invalidar o ato lesivo ou contrário à 
moralidade (art. 5°, LXXIII, CF; Lei n° 4.717/65). 
 
CF/88 
Art. 5°. 
(...) 
LXXIII 
- 
qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise 
a anular ato lesivo ao patrimônio públic
o ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má
-
fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência. 
 
O princípio da impessoalidade est
á ligado ao princípio da isonomia, já o princípio da 
moralidade está ligado ao princípio da lealdade e da boa
-
fé. 
 
Vale lembrar que o princípio da moralidade rege o comportamento não só dos agentes 
públicos, mas de todos aqueles que de qualquer forma se re
lacionam com a Administração Pública. 
Desta forma, os particulares também deverão agir com boa fé e honestidade, podendo também 
responder por ato que violem tal preceito. 
 
5.4. Princípio da Publicidade 
 
É a atuação transparente dos atos da Administração Pú
blica, facilitando seu controle. O 
princípio constitucional oferece a oportunidade das pessoas de obterem informações, certidões e 
�
atestados da Administração Pública, além de apresentarem petição sem o pagamento de taxas. Tais 
informações deverão se presta
das dentro do prazo estipulado sob pena de responsabilidade. 
 
CF/88 
Art. 5°. 
(...) 
XXXIII 
- 
todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no 
prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
XXXIV 
- 
são a todos assegurados, independentemente do pagamento de 
taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito
s ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
 
O princípio da publicidade também determina que todos os julgamentos realizados pelo 
Poder Judiciário sejam públicos. 
 
CF/88 
Art. 93. 
(...) 
IX 
- 
todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos
, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar 
a presença, em determinados atos, às próprias pa
rtes e a seus advogados, ou 
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do 
interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação; 
 
É possível a impetração de mandado de segurança para ter acesso a informação de 
caráter coletivo ou geral 
(Lei nº 12.016/09)
. Porém, se tais informações forem de caráter pessoal 
a 
ação correta a ser impetrada será 
o 
habeas data 
(Lei nº 9.507/97)
. Logo, o 
remédio constitucional 
para o abuso do direito à informação de caráter particula
r é o 
habeas data 
(art. 5°, L
XX
II, CF). 
 
CF/88 
Art. 5°. 
(...) 
LXXII 
- 
conceder
-
se
-
á "habeas
-
data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou d
e caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê
-
lo por processo 
sigiloso, judicial ou administrativo; 
 
Embora a publicidade seja a regra, 
e
xistem algumas informações que, mesmo possuindo 
um caráter coletivo, não podem ser pres
tadas à população em geral. Tais situações podem ser 
consideradas como verdadeiras exceções ao princípio da publicidade, permitindo a manutenção do 
sigilo. São alguns exemplos
: em nome da segurança da sociedade e do estado, 
poderá ser negada a 
publicidade 
(
art. 5º, XXXIII, CF
); 
atos processuais correm em sigilo na forma da lei, logo, o 
processo administrativo também pode ser sigiloso 
(
art. 5º, LX, CF
)
. 
 
Recentemente foi publicada a Lei nº 12.527/11 responsável pela regulamentação do 
acesso aos documentos pú
blicos de interesse particular ou coletivo, possibilitando a sua restrição 
em razão da segurança pública. 
 
Lei n° 1
2
.
527
/
11 
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5
º
, no inciso 
�
II do § 3
º 
do art. 37 e no § 2
º 
do art. 216 da Consti
tuição Federal; altera a Lei 
n
º 
8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei n
º 
11.111, de 5 de maio de 
2005, e dispositivos da Lei n
º 
8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras 
providências. 
 
5.5. Princípio da Eficiência 
 
Muito embora o 
Princípio da Ef
iciência 
tenha sido oficialmente 
inserido no texto 
constitucional pela EC 19/98, denom
inada de reforma administrativa, os gestores públicos já 
utilizavam sua premissa como vetor na condução do interesse público. Oportuno lembrar que o art. 
2º da Lei nº 9.7
84/99, responsável pela regulamentação do processo administrativo na seara federal, 
também traz a previsão da eficiência como princípio a ser necessariamente observado. 
 
Sob a 
ótica do agente público
, significa 
afirmar 
que deve buscar a consecução do 
melho
r resultado possível. 
 
Sob a 
ótica da forma de organização
, significa 
afirmar 
que deve a Administração 
Pública atentar para os padrões modernos de gestão ou administração, vencendo o peso burocrático, 
atualizando
-
se e modernizando
-
se. 
 
6. Princípios Consti
tucionais Explícitos 
 
Ao longo do texto constitucional 
também podem ser 
encontrados div
ersos princípios 
explícitos ligados a A
dministração 
P
ública
, 
auxiliando na boa condução da 
res 
coletiva. 
 
 
 
Princípio do Devido Processo Legal 
 
Princípio do Contrad
itório 
 
Princípio da Ampla Defesa 
Princípios 
Princípio da Vedação da Prova Ilícita 
Constitucionais 
Princípio da Presunção de Inocência 
Explícitos 
Princípio da Razoável Duração do Processo 
 
Princípio do Concurso Público 
 
Princípio da Licitação 
 
P
rincípio da Participação Popular 
 
Princípio da Motivação das Decisões Administrativas 
 
 
6.1. Princípio do Devido Processo Legal 
(art. 5º, LIV, CF) 
 
O devido processo legal ou 
due process 
of law 
é aquele estabelecido em lei, 
configurando uma verdadeira ga
rantia para ambas as partes, onde visualizam um processo 
administrativo tipificado e determinado, sem supressão de atos essenciais. 
 
CF/88 
Art. 5° 
(...) 
LIV 
- 
ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
 
6.2. Princípio do 
Contraditório 
�
Contraditório é a ciência
, 
é a bilateralidade, é o conhecimento de todos os atos 
praticados no processo 
administrativo
. 
Deve ser dada a possibilidade das partes influírem no 
convencimento do magistrado (binômio: ciência e participação). 
 
Pa
ra toda alegação fática ou apresentação de prova, feito no processo por uma das 
partes, gera para o adversário o direito de se manifestar, ocasionando um equilíbrio entre a força 
imperativa do Estado e a manutenção do estado de inocência. 
 
CF/88 
Art. 5° 
(.
..) 
LV 
- 
aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes; 
 
Lei n° 9.784/99 
Art. 2° 
A Administração Pública obedecerá dentre outros, aos 
princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, 
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público 
e eficiência. 
 
6.3. Princípio da Ampla Defesa 
 
Ampla defesa é dar a chance, a oportunidade 
par
a a outra parte envolvida no litígio se 
defender das alegações realizadas. 
Deve ser assegurada a ampla possibilidade de defesa, lançando
-
se mão dos meios e recursos disponíveis. 
 
CF/88 
Art. 5° 
(...) 
LV 
- 
aos litigantes, em processo judicial ou administrati
vo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes; 
 
Lei n° 9.784/99 
Art. 2° 
A Administração Pública obedecerá dentre outros, aos princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidad
e, proporcionalidade, 
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público 
e eficiência. 
 
A 
doutrina 
mais abalizada 
costuma fazer uma divisão didática do assunto: determina 
a 
ampla defesa 
como 
o gênero, e nomeia a defesa técnica e 
autotutela como espécies. 
 
 
. Defesa técnica: realizada por profissional habilitado 
Ampla defesa 
 
. Autodefesa: realizada pelo próprio imputado 
 
. 
OBS. 
Com relação à temática da ampla defesa há um choque de entendimento sumular entre o
s 
dois principais tribunais superiores do país. A Súmula 343 do 
STJ 
menciona que “é 
obrigatória a 
presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar
”
. 
Por sua vez, a 
Súmula Vinculante 5 do 
STF 
nos ensina que “a 
falta de defesa té
cnica por advogado no processo 
administrativo disciplinar não ofende a Constituição
”
. 
Muito embora a súmula com efeitos 
vinculantes tenha força cogente nos termos do art. 103
-
A da CF e parcela significativa da doutrina 
administrativista se incline neste se
ntido, entendo que pela obrigatoriedade da presença do 
�
advogado em processos administrativos disciplinares. Em artigo intitulado “Sumula vinculante nº 5 
do Supremo Tribunal Federal e o sistema processual administrativo punitivo”, publicado no livro 
“Proces
so Administrativo: Temas Polêmicos da Lei nº 9.784/99”, pela Editora Atlas, apresento um 
estudo detalhado sobre o caso, concluindo que a decisão tomada pela Corte Suprema teve mais um 
fundo político do que jurídico. 
 
6.4. Princípio da Vedação da Prova Ilíc
ita 
 
Assim como na esfera jurisdicional, a 
produção probatória 
na área administrativa 
também deve ser obtida de forma lícita, seguindo as normas previamente estabelecidas. 
 
CF/88 
Art. 5° 
(...) 
LVI 
- 
são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por mei
os ilícitos; 
 
Lei nº 9.784/99 
Art. 30.
São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por 
meios ilícitos. 
 
. 
OBS. No julgamento do MS 
14405
/DF, o STJ entendeu que 
apesar dos sigilos de correspondência 
e dados telefônicos só poderem ser quebrados nos casos de investigação criminal ou instrução de 
processos penais, tais provas podem ser emprestadas para Processo 
Administrativo Disciplinar 
(PAD). 
 
6.5. Princípio da Presunção de Inocência 
 
Na esfera administrativa também somos todos presumivelmente inocentes até o trânsito 
em julgado da decisão final acusatória. Vale ressaltar que, mesmo exaurido a via administrativ
a, 
após o trânsito em julgado da decisão, ainda é possível invocar a esfera jurisdicional, nos termos do 
princípio da inafastabilidade desta esfera. 
 
CF/88 
Art. 5° 
(...) 
LVII 
- 
ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal co
ndenatória; 
 
A presunção de inocência não significa afirmar intangibilidade dos investigados e 
cerceamento de medidas acautelatórias. Certos atos administrativos podem ser tomados a fim de 
melhor conduzir o processo investigativo no intuito de alcançar um 
julgamento mais justo. 
 
Lei nº 8.112/90 
Art. 147. 
Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir 
na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo 
disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, 
pelo 
prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração. 
Parágrafo único. 
O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, 
findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo. 
 
RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. 
SERVIDOR 
PÚBLICO. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 19/98. EXONERAÇÃO. 
ESTÁGIO PROBATÓRIO. SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA 
SEM TRÂNSITO EM JULGADO. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE 
INOCÊNCIA. VIOLAÇÃO. OCORRÊNCIA. 
1. Os presentes autos 
�
documentam que, em 22.3.2004, o recorre
nte 
compareceu à DP
-
1, a fim de 
tomar posse no cargo de agente de 
fiscalização financeira, ocasião em que 
declarou responder ação 
criminal, em trâmite perante a Justiça Federal. 
Os 
trâmites referentes ao estágio probatório que vinha sendo 
cumprido pelo 
rec
orrente se seguiram, cumprindo
-
se as formalidades 
obrigatórias, e a 
Comissão Especial de Avaliação de Desempenho, em 
decorrência sessão 
realizada em 13 de maio de 2008, foi notificado 
para que apresentasse, em 5 
dias, provas que eventualmente 
dispusesse em 
abono de sua permanência nos 
quadros do Tribunal de 
Contas, devendo contar com representação processual 
por advogado 
(fls. 72/73). 
2. A aludida Comissão, por sua vez, concluiu que a 
condenação em 
processo criminal "abala o conceito de idoneidade moral que 
o 
servidor deve ter íntegro em sua vida funcional", tonando a conduta 
supostamente perpetrada pelo recorrente incompatível no desempenho 
das 
funções de controle externo exercido pelo Tribunal de Contas. 
Tais 
conclusões levaram à exoneração ex officio do r
ecorrente. 
Submetidos, os 
autos, ao Plenário do Tribunal de Contas, manteve o 
ato de exoneração. 
3. 
Dessume
-
se dos autos que a exoneração do recorrente se deu 
unicamente em 
razão da condenação em ação penal, pela prática dos 
delitos insertos nos 
artigos 33
4, caput, combinado com os arts. 327 
e 29, bem como no artigo 
317, § 1º, todos do Código Penal. 
4. Contudo, em decisão proferida no 
habeas corpus 109.699/SP, com 
julgamento em 14.4.2009 e trânsito em 
julgado na data de 10.9.2009, 
o Ministro Og Fernandes, i
ntegrante da Sexta 
Turma desta Corte, 
concedeu a ordem pleiteada, ao fundamento de que teria 
havido 
cerceamento na defesa do recorrente, devendo os autos retornarem à 
origem para que fosse realizado novo julgamento da apelação. 
5. Assim, 
sendo o único fund
amento utilizado pela Administração, 
para exonerar o 
recorrente, o suposto trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória e 
tendo o Superior Tribunal de Justiça 
anulado o julgamento proferido pela 
Corte de origem, não há como 
sustentar a legalidade da 
exoneração do 
recorrente. 
6. Prospera, portanto, a assertiva de que foi violado o princípio da 
presunção de inocência no caso e de que não haveria justa causa para 
sua 
reprovação no estágio probatório, tendo em vista que a 
exoneração do 
servidor se baseou, 
exclusivamente, na existência de 
ação penal em curso, já 
que o servidor foi muito bem avaliado em 
todas as fases do estágio 
probatório, conforme se verificam dos 
documento carreados aos autos. 
7. 
Recurso ordinário provido para anular o ato de exoneração, 
com a 
determinação de reintegração do recorrente ao cargo público, com 
efeitos 
patrimoniais contados da data da publicação do ato de 
exoneração ilegal. 
(STJ, RMS 32257/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe 16/05/2011). 
 
6.6. Princípio da Razoável Duraç
ão do Processo 
 
O princípio da razoável duração do processo, t
ambém denominado de pri
ncípio da 
celeridade processual, 
f
oi introduzido pela E
C 
45
/04
. 
A agilidade e a desburocratização do processo 
devem caminhar sempre juntas com a manutenção das garantias f
undamentais do cidadão. 
 
CF/88 
Art. 5° 
(...) 
LXXVIII 
- 
a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a 
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua 
tramitação. 
. 
OBS: 
O preceito já fazia parte do ordenamento jurí
dico pátrio (Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos / Pacto São José da Costa Rica, Decreto n° 678/92). 
 
6.7. Princípio do Concurso Público 
 
�
O princípio do concurso público tem por escopo preservar a moralidade pública, pois 
através do sistema de mérit
o, com critérios objetivos e técnicos, seleciona aqueles candidatos mais 
preparados para melhor desempenhar a função administrativa. 
 
CF/88 
Art. 37. 
(...) 
II 
- 
a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia 
em concurso público de pro
vas ou de provas e títulos, de acordo com a 
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, 
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração; 
 
. 
OBS: 
Todas as características que cerca
m o instituto do concurso público serão aprofundadas na 
Unidade 6 
- 
Agentes Públicos. 
 
6.8. Princípio da Licitação 
 
A licitação pública tem conteúdo principiológico na medida em que, através da escolha 
da proposta mais vantajosa para a administração, asseg
urando oportunidades iguais a todos os 
interessados, garante a observância da isonomia constitucional. 
 
CF/88 
Art. 37. 
(...) 
XXI 
- 
ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, 
compras e alienações serão contratados mediante process
o de licitação 
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com 
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições 
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as 
exigências de qualificação 
técnica e econômica indispensáveis à garantia do 
cumprimento das obrigações. 
 
Lei nº 8.666/93 
Art. 3º 
A licitação destina
-
se a garantir a observância do princípio 
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a 
administração e a pr
omoção do desenvolvimento nacional sustentável e será 
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da 
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, 
da probidade administrativa, da vinculação ao instru
mento convocatório, do 
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 
 
6.9. Princípio da Participação
Popular 
 
O princípio da participação popular é inerente ao próprio Estado Democrático de 
Direito, pois através de inúmeras ferramentas colocadas à dis
posição da sociedade, o administrado 
exerce um maior controle sobre a condução do interesse público. Dentre eles estão o direito de 
denunciar irregularidades às ouvidorias e corregedorias junto aos órgãos públicos, o acesso às 
informações sobre atos do gov
erno, a representação contra atos irregulares doas agentes públicos. 
 
CF/88 
Art. 37. 
(...) 
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração 
pública direta e indireta, regulando especialmente: 
I 
- 
as reclamações relativas à pres
tação dos serviços públicos em geral, 
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a 
�
avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; 
II 
- 
o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre 
atos de 
governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; 
III 
- 
a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de 
cargo, emprego ou função na administração pública. 
 
Também é possível encontrar esse diálogo entre governantes e governad
os através das 
chamadas audiências públicas ou consultas públicas. 
 
Lei nº 9.784/99 
Art. 31. 
Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o 
órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de 
consulta pública para man
ifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, 
se não houver prejuízo para a parte interessada. 
 
Art. 32. 
Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da 
relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates 
sobre a m
atéria do processo. 
 
Lei Complementar nº 101/00 
Art. 48. 
São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será 
dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os 
planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; a
s prestações de contas 
e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução 
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas 
desses documentos. 
Parágrafo único. 
A transparência será assegurada também mediante: 
I 
– 
incentiv
o à participação popular e realização de audiências públicas, 
durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes 
orçamentárias e orçamentos; 
 
Lei nº 10.257/01 
Art. 40. 
O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento b
ásico 
da política de desenvolvimento e expansão urbana. 
§ 4
º 
No processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de sua 
implementação, os Poderes Legislativo e Executivo municipais garantirão: 
I 
– 
a promoção de audiências públicas e debates com a 
participação da 
população e de associações representativas dos vários segmentos da 
comunidade; 
 
Art. 43. 
Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser utilizados, 
entre outros, os seguintes instrumentos: 
(...) 
II 
– 
debates, audiências e consult
as públicas; 
 
6.1
0
. Princípio da Motivação das Decisões Administrativas 
 
Os atos administrativos devem ser motivados. Como as decisões exaradas na seara 
administrativa nada mais são do que atos administrativos dotados de caráter resolutivo, também 
necessit
am ser motivados. 
 
CF/88 
Art. 93. 
Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, 
disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: 
(...) 
X 
- 
as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão 
púb
lica, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus 
�
membros; 
 
Lei n° 9.784/99 
Art. 2° 
A Administração Pública obedecerá dentre outros, aos princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, 
moralidade, 
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público 
e eficiência. 
Parágrafo único. 
Nos processos administrativos serão observados, entre 
outros, os critérios de: 
VII 
- 
indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a 
decis
ão; 
Art. 50. 
Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos 
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: 
 
Súmula 684, STF 
É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato em 
concurso público. 
 
. 
OBS
.1. 
Não devemos confundir motivação com fundamentação: enquanto a 
primeira 
consiste na 
exposição dos pressupostos de fato e de direito utilizados pelo administrado, a 
segunda 
consiste na 
mera indicação da norma legal que embasou a decisão. 
 
. 
OBS
.2. 
S
egundo a 
teoria dos motivos determinantes, o motivo que determina a prática do ato 
administrativo fica umbilicalmente atrelado ao próprio ato. A teoria existe para que o Poder 
Judiciário possa exercer um controle efetivo sobre os limites legais da discrici
onariedade 
administrativa. Desta forma, para aqueles que não concordam com a prática do ato, se conseguir 
demostrar que o ato possui motivo falso, ou possui motivo inexistente, ou que o motivo é 
juridicamente inadequado para a produção do ato, é possível a
nular todo o ato. 
 
7. Princípios Constitucionais Implícitos 
 
A
lém dos princípios explícitos, a
o longo do texto constitucional também 
podem ser 
encontrados diversos princípios implícitos da 
Administração Pública, ajudando, igualmente, na boa 
condução do int
eresse público. 
 
 
 
Princípio da Isonomia 
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição 
Princípios 
Princípio do Interesse Público 
Constitucionais 
Princípio da Hierarquia 
Implícitos 
Princípio da Presunção de Legitimidade 
 
Princípio da Especialidade 
 
Princí
pio da Autotutela 
 
 
7.1. Princípio da Isonomia 
 
O princípio da isonomia encontra seu fundamento geral no art. 5º, 
caput 
da Constituição 
Federal de 1988. Na esfera administrativa, significa afirmar a existência de um dever geral de 
prestar tratamento unifor
me para todos aqueles que se encontrem em uma situação de igualdade e 
equivalência. Podemos encontrar a incidência do princípio da isonomia servindo de fundamento 
valorativo para diversos institutos administrativos, tais como o concurso público e a licitaç
ão 
�
pública. 
 
CF/88 
Art. 5º. 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo
-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, 
nos termos seguintes: 
 
Todavia, seguindo as premissas aristotélicas, há inúmeras situações onde o princípio da 
isonomia recomenda um tratamento diferenciado entre certos administrados, dependendo das 
condições pessoais destes. Por exemplo, reserva de vagas 
para portadores de deficiência em 
concursos públicos, tempo de aposentadoria diferenciado para mulheres, preferência no tratamento 
processual para idosos, dentre outros. 
 
A verdadeira igualdade consiste em tratar
-
se igualmente os iguais e 
desigualmente os 
desiguais na medida em que se desigualem. 
(Aristóteles). 
 
Igualdade consiste em tratar igualmente os iguai
s e desigualmente os 
desiguais. 
(Rui Barbosa). 
 
No que tange a temática dos concursos públicos existem diversos verbetes publicados 
onde são firmados 
os entendimentos já pacificados dos tribunais superiores trazendo como pano de 
fundo o princípio da isonomia. 
 
Súmula 683, STF 
O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima

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