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_____Laboratório de Geociências Geologia Geral 42 VIII- AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO E/OU DEPOSICIONAIS Sedimentos: Sedis (latim) = assento / deposição. Todas as partículas que se depositam, depositou ou irá depositar originando rochas sedimentares. FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES INTEMPERISMO (Quebra) EROSÃO (Transporte dos clastos ou detritos) DEPOSIÇÃO Precipitação Química Influência de vida animal ou vegetal Autóctones Alóctones: São sedimentos que são transportados de um lugar diferente ao que estão depositados (transporte mecânico / origem física). Autóctones: São sedimentos que se formam exatamente onde se encontram (transporte iônico / origem química e/ou biológica). São os diversos tipos de ambientes que irão dar origem ao transporte e a deposição dos sedimentos. Geralmente estão associados com a presença de água, ou auxiliados pelo vento como acontece nos desertos quentes. Partículas Inorgânicas (Minerais) Rochas Sedimentares Clásticas Coerentes (Grãos unidos) Exs: arenito; siltito; argilito; folhelho; varvito. Rochas Sedimentares Clásticas Incoerentes (Grãos soltos) Exs: areia; seixo rolado. Rocha Sedimentar de Origem Orgânica ou Biogênica Exs: carvão; folhelho pirobetuminoso. Rocha Sedimentar de Origem Química Exs: calcário; evaporito. Alóctones _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 43 São divididos em: AMBIENTES CONTINENTAIS: (Água doce) Fluvial (Rio) Lacustre (Lagos e Lagoas) Desértico (Eólico) Glacial (Gelo) AMBIENTES MARINHOS: (Água salgada) Plataforma Continental Talude Continental Sopé Continental Fundo Oceânico/Planície Abissal Recifes de Corais (Recifal) AMBIENTES COSTEIROS TRANSICIONAIS OU MISTOS: Marinho Costeiro (Praia) Planície de Maré Deltáico Estuarino Lagunar _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 44 I - AMBIENTE FLUVIAL RIO (Água de Rolamento) Os rios são os principais agentes de transporte de sedimentos formados pelo intemperismo em áreas continentais. Fatores Que Influenciam O Transporte E A Deposição Dos Sedimentos - Topografia; - Regime pluvial (chuvas); - Constituição litológica das rochas erodidas; - Estágio de erosão. DIVISÃO DE UM RIO Nas regiões próximas a cabeceira, (curso superior do rio), predomina a atividade erosiva e transportadora dos detritos fornecidos pelo rio, associados a detritos transportados das encostas, nesta fase o rio escava seu leito na forma de “V”. A menor declividade (curso médio do rio) provoca a diminuição da velocidade das águas, reduzindo o poder de transporte e erosão, que acarreta na deposição de detritos mais grosseiros em seu leito. Nas regiões de menor velocidade (curso inferior do rio), o vale torna-se mais aberto, onde há maior deposição dos sedimentos, já que a erosão passa a ser apenas na lateral. Juventude Maturidade Senilidade (cabeceira) (vale fluvial) (desembocadura) - declividade alta - declividade média - declividade baixa - fácies de leques aluviais - fácies de canal - fácies deltáicas - carga de fundo - mistura de carga - carga fina - energia é maior - energia dependente das - energia menor estações (Atividade erosiva e (Atividade erosiva, (Atividade erosiva e transportadora) transportadora e de deposição) de deposição) _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 45 FEIÇÕES TOPOGRÁFICAS U Corredeiras Formam-se por falhamentos ou diferenças litológicas que acarretam numa erosão desigual, sendo mais intensa em locais com rochas de fácil erosão. Assim o leito do rio fica mais baixo em alguns lugares do que em outros, ocasionando o aumento da velocidade das águas, que obedecem à irregularidade do fundo rochoso. U Cachoeiras Formam-se a partir de falhamentos ou pela resistência que determinadas rochas oferecem a erosão, que mantêm o desnível da base menos resistente. U Vales Suspensos No vale fluvial ocorre intensa erosão, deixando-os mais altos, acarretando numa erosão cada vez maior e mais rápida. São exemplos de vales suspensos, cachoeiras de grande porte como as chamadas “Véu de Noiva”. U Caldeirões e Marmitas São perfurações provocadas pelo turbilhonar de água com seixos sobre rochas resistentes das margens ou corredeiras. Nas marmitas as depressões são pequenas enquanto nos caldeirões são grandes (Intemperismo físico = Marmitamento). FLUXO DA ÁGUA EM CORRENTES NATURAIS O deslocamento da água é em uma única direção, cujos estratos se mantêm sem mistura. U Fluxo Laminar = Laminar Flow Ocorre somente nas margens possuindo uma única direção. U Fluxo Turbulento = Turbulent Flow É característico do leito do rio, possuindo movimento irregular. Não é o fluxo principal e não muda o sentido da corrente. _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 46 TIPOS DE CARGAS U Carga em Suspensão Constitui-se de partículas finas transportadas em suspensão, como silte, argila, areia muito fina disseminada em qualquer parte do rio. U Carga de Fundo Constitui-se de partículas grosseiras transportadas no fundo. O transporte é efetuado por saltação, rolamento (menos freqüente) e arrasto (deslizamento). U Carga Dissolvida Constituí-se de elementos químicos (íons)dissolvidos na água. Em regiões baixas onde ocorre a menor energia da água, a concentração de íons é maior. TIPOS DE RIOS U Retilíneos (Straight) Rios jovens, aparentemente retilíneos e estreitos. Caracterizam-se por possuírem pouca carga de fundo e alta carga em suspensão. São considerados canais simples com bancos longitudinais. U Meandrantes (Meandering) São rios simples e sinuosos, típicos de clima tropical úmido, transportam em partes iguais a carga de fundo e a carga em suspensão, geralmente estão no estágio de senilidade e vale fluvial. U Entrelaçado (Braided) São característicos de clima semi-árido, sua maior carga transportada é de fundo, possuem um padrão entrelaçado, com dois ou mais canais com bancos de areia. U Anastomosado (Anastomosed) Típico de clima úmido, seu canal é complexo e sua maior carga transportada é de fundo. Formam bancos arenosos, que podem ficar expostos ou cobertos por vegetação (ilhas largas e estáveis). Retilíneo Meandrantes Entrelaçado Anastomosado Fonte: Tipos de Rios segundo SUGUIO & BIGARELLA (1990). _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 47 DEPÓSITOS FLUVIAIS A. DEPÓSITOS RESIDUAIS DE CANAL U Fundo de Canal São depósitos grosseiros, que se acumulam nas partes mais profundas do rio de maneira descontínua, constituída de cascalhos, seixos, madeiras, restos de organismos, etc. São pobres em depósitos finos, já que estes são carregados pela correnteza. U Barras de Canal Correspondem ao acúmulo de material de carga de fundo ou mista no interior de canais. São controlados pelos processos de acreção lateral e vertical, além de escavação, preenchimento e abandono de canal. U Canal Abandonado São arcos de meandros isolados por motivos de mudança de trajeto do rio ou de assoreamento acelerado (cut-off channels). Esses braços mortos transformam-se inicialmente em lagoas e posteriormente em pântanos (sedimentos finos). B. DEPÓSITOS DE TRANSBORDAMENTO Formam-se quando o rio ultrapassa seus limites e atinge suas margens na época das enchentes. U Diques Marginais Consistem em cristas baixas e alongadas, que ocorrem ao longo das margens dos rios, formam-se as custas de sedimentos depositados na época de enchentes. A elevação máxima de um dique está próxima ao canal formando barrancos abruptos na margem e diminuindo gradualmente a altura rumo às planícies de inundação. São constituídos de sedimentos mais finos do que o do canal, inicia-se com camadas arenosas e termina com camadas mais finas (cada ciclo). U Depósitos de Rompimento de Dique Formam-se quando o excesso de água das enchentes ultrapassam os diques marginais, por meio de canais abertos através da erosão. Possuem forma lobiforme (línguas arenosas), ou sinuosas em direção a planície de inundação. _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 48 U Depósitos de Planície de Inundação ou Várzea Formam-se nas regiões planas após os diques marginais, que funcionam como bacias de decantação de materiais em suspensão. A sedimentação é predominantemente fina e periódica, constituída de silte e argila. Nos pântanos formados deposita-se também matéria orgânica, ou sedimentação de natureza química (lagos salgados) em regiões de clima árido. Fonte: Perfil esquemático transversal de um rio (modificado de MACIEL FILHO, 1997). Fonte: Bloco diagrama ilustrando a distribuição dos diversos depósitos fluviais (modificado de SUGUIO, 1980). C. LEQUES ALUVIAIS, CONES ALUVIAIS, CORRIDA DE DETRITOS OU DE LAMA São massas de material grosseiro mal selecionado, típicos das regiões montanhosas (continental). Visto em planta, assemelha-se a leques abertos, onde os depósitos se espraiam (escorregam) de um ponto referido como ápice, ocorrendo vários, um ao lado do outro. Constituí-se de matacões, cascalhos, seixos, areias e siltes, de forma que esses sedimentos apresentam-se imaturos e o grau de arredondamento das partículas tende a aumentar conforme se chega próximo à base do leque. _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 49 Fonte: Modelo hipotético de leque aluvial segundo MIALL (1996). II - AMBIENTE LACUSTRE LAGOS São massas de água estagnada (parada) e de origem natural, constituídos geralmente de água doce, embora existam lagos de água salgada (como acontece nas regiões de baixa pluviosidade). LAGOAS O termo tem sido utilizado para designar corpos de água parada de dimensões menores que os lagos. DEPÓSITOS LACUSTRES O modelo ideal de sedimentação lacustre começa com sedimentos finos laminados depositados por decantação no centro do lago, à medida que é preenchido, as porções marginais apresentam sedimentos mais grossos. As matérias orgânicas (restos de animais e vegetais) são constituintes freqüentes nestes depósitos. _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 50 III - AMBIENTE DESÉRTICO DESERTO Os desertos quentes são regiões onde a taxa de evaporação excede a taxa de precipitação pluviométrica, sendo o vento o agente geológico de maior importância nos processos de erosão e deposição. As chuvas são rápidas e fortes (quando ocorrem), com escoamento muito rápido, os grãos de sedimentos são geralmente arredondados e foscos. TRANSPORTE U U Suspensão: Partículas finas. Ex: silte e argila. U Saltação ou Rolamento: Partículas mais grossas. Ex: areia e seixos. REGISTROS EROSIVOS U Deflação: Remoção de grandes quantidades de areia na superfície podendo formar grandes depressões. U Abrasão: os grãos são transportados e arredondados por atrito. REGISTROS DEPOSICIONAIS U Lençóis de Areia (Mares de areias) Abrangem amplas áreas arenosas, formadas pela combinação de sedimentação rápida por ventos de alta velocidade transportando areia de granulação heterogênea. U U Dunas de Areia Abrangem áreas menores e vão se agrupando de acordo com o sentido do vento originando vários formatos. Fonte: Tipos de dunas segundo TARBUCK & LUTGENS (2000). _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 51 TIPOS DE DEPÓSITOS Em ambientes desérticos existem depósitos eólicos formados pelo vento e localmente ocorrem depósitos subaquáticos formados por rios efêmeros e lagos de desertos associados a sedimentos eólicos. U Depósitos de REG Constam de coberturas superficiais de matacões e seixos angulosos,que ocorrem em áreas planas. Resultam da desintegração física “in situ”, formando os ventifactos (seixos moldados por abrasão, geralmente foscos e de superfícies planas), com alguma areia grossa depositada nas partes protegidas. U Depósitos de SERIR Concentração de sedimentos grossos (cascalhos e areia), o silte e areia fina são removidos pela velocidade do vento. Formam-se em áreas de interdunas, podendo ser preservados quando soterrados sob a areia. U Depósitos de SEBKHAS São depósitos lacustres acumulados em lagos temporários cimentados por sais. As estruturas sedimentares são as laminações paralelas de silte e argila com intercalações de leitos arenosos ou gipsíticos. U Depósitos de WADIS São depósitos de cursos de água correntes temporárias, em condições de baixa vazão por atividades torrenciais. São canais anastomosados que podem receber contribuição fluvial e eólica. As estruturas sedimentares constam de microondulações e de macroondulações com estratificações cruzadas. Os sedimentos são mais grossos (leques aluviais), podendo apresentar em algumas porções gretas de contração e marcas de chuva. PERFIL DO AMBIENTE EÓLICO _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 52 IV - AMBIENTE GLACIAL Atualmente os ambientes glaciais encontram-se limitados aos pólos, e às altas montanhas, correspondendo a desertos frios. GELEIRAS O acúmulo contínuo do gelo forma grandes geleiras, que se encontram associadas às baixas temperaturas combinadas com altas taxas de precipitação e razões muito baixas de evaporação. CONSTITUIÇÃO DAS GELEIRAS Consistem de neve recristalizada e compactada, contendo água de degelo, e fragmentos de rocha. São massas permanentes de neve existentes acima da linha de neve (gelo permanente), abaixo desta, a neve sofre degelo no verão. PRINCIPAIS REGIÕES DA GELEIRA U Zona de Acumulação: A geleira sofre acreção, alimentada por novas precipitações de neve. U U Zona de Ablação: Envolve os processos de degelo, de evaporação e de formação de Icebergs, ocasionando a perda de gelo das geleiras. TIPOS DE GELEIRAS (Holmes, 1965) U Gelerias de Vale: Encontram-se confinadas em depressões (vales) entre montanhas. U Geleiras de Piemonte: Próximos às montanhas, diversas geleiras podem espraiar-se através de áreas planas, formando lençóis de gelo pela coalescência de várias geleiras. U Geleiras Tipo Calota: Só existem em locais onde a linha de neve é mais baixa. Constituem enormes massas de gelo, recobrindo amplas áreas continentais. Ex: Antártida EROSÃO GLACIAL U Abrasão: Os fragmentos de rochas contidas na base da geleira causam polimento, estriação (estrias glaciais) e moagem na superfície do substrato. U Fraturamento: É provocado pelo congelamento e degelo sucessivo da água contida nas falhas e fendas das rochas presentes no substrato. (Intemperismo Físico = Gelividade). _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 53 TRANSPORTE DE DETRITOS GLACIAIS U Supraglacial: Transporte das partículas nas porções superficiais das geleiras. U Englacial: Transporte no interior das geleiras. U Subglacial: Transporte na região basal das geleiras. FEIÇÕES GLACIAIS U Fiordes: Derivam em parte da erosão glacial conjugada com um levantamento eustático posterior, do nível do mar. U U Vales: Um vale escavado por um rio (vale em “V”) ocupado por uma geleira, produz-se a erosão nas paredes do vale, devido ao atrito da geleira, passando o vale a ter a forma de “U”. U Lagos: Formam-se pelo degelo, resultando uma sedimentação típica de ambiente glacio- lacustre (Ex: Varvito). U Iceberg: Desprendimento das geleiras. U Estrias: São formados pelos fragmentos de rochas que sulcam a superfície do substrato rochoso. DEPÓSITOS GLACIAIS A época de deposição das geleiras é na fase de recuo, quando a maior parte do material transportado é despejado na forma de “morenas” laterais, medianas, basais, etc. U Depósitos Não Estratificados: São representados por materiais da morena basal formando os depósitos basais (argila conglomerática ou Till). A freqüência granulométrica é muito variável, contendo siltes, argilas, seixos e matacões. U U Depósitos Estratificados: Formam-se pelo acúmulo de morenas internas, depositadas durante o rápido degelo, com algum retrabalhamento pela água. _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 54 V - AMBIENTE MARINHO RELEVO DO OCEANO Fonte: Elementos geomórficos de margem continental e fundo oceânico do tipo atlântico (esquemático). Mendes (1984). U Plataforma Continental (Continental Shelf) Situa-se na margem continental entre a linha de baixa-mar e a profundidade em que a inclinação do assoalho marinho passa a ser bem mais acentuada. Com declividade plana possue sedimentos predominantemente arenosos, sendo freqüente a ocorrência de seixos e rochas aflorantes na parte mais próxima a praia. U Talude Continental (Continental Slope) Constitui o elemento da margem continental situado entre a plataforma e o sopé continental com uma inclinação acentuada (+/- 4º). Sua superfície é cortada por numerosos vales e canhões submarinos, onde, adiante destes últimos ocorrem com freqüência, volumosos depósitos de sedimentos em forma de leques submarinos. U Sopé Continental (Continental Rise) Consta da parte mais externa da margem continental, nem sempre se encontra presente, como por exemplo, no oceano Pacífico. O limite entre o sopé e o fundo oceânico não é o mesmo em toda a parte, mas ocorre aproximadamente entre 3.000 e 5.000 metros de profundidade, geralmente com declividades intermediárias e sedimentos mais finos. U Fundo Oceânico (Ocean Floor) / Planície Abissal Consta do fundo oceânico com áreas profundas de relevo geralmente plano com profundidades geralmente superiores a 4.000 ou 5.000 metros apresentando sedimentos mais finos. Encontram-se inseridos nessa porção as dorsais e fossas oceânicas. DINÂMICA COSTEIRA E TRANSPORTE DE SEDIMENTOS A maior atividade destrutiva do mar ocorre no litoral, no contato direto do mar com o continente, onde predomina a força mecânica. _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 55 U Ondas: Formam-se pela energia do vento que é transferida a água do mar pelo atrito, podendo as ondas atingirem até 30 metros de altura. Tem como característica a remoção e remobilização de grãos constituintes da praia, erodindo-os. U Marés: Formam-se sob a influência da atração da Lua, secundariamente o Sol e a força centrífuga de rotação do Sistema Terra-Lua, provocando uma oscilação rítmica na superfície dos oceanos, ora se elevando, ora se abaixando duas vezes por dia. São importantes tanto na remoção de sedimentos como na configuração costeira. U Correntes Marinhas A. Correntes de Deriva Litorânea (Longshore Currents): São importantes ao longo da costa brasileira, remobilizandoe transportando os sedimentos. Fonte: Transporte de sedimentos por corrente de deriva litorânea segundo TARBUCK & LUTGENS (2000). B. Correntes de Ressaca ou Fluxo Reverso (Rip Currents): Correntes em sentido mar aberto, transportando sedimentos da costa para as porções mais profundas dos oceânos. PLATAFORMA DE ABRASÃO MARINHA Os efeitos de erosão marinha pelo desgaste mecânico, ocorrem principalmente ao longo dos costões rochosos. As ondas carregadas de partículas sedimentares, esculpem lentamente caneluras nas rochas, aprofundando-se contínuamente pela rebentação, ocasionando com o tempo a queda da rocha superior. Forma-se, então, uma faixa de blocos e fragmentos menores de rocha na frente do costão. O vaivém incessante das ondas faz com que os blocos se reduzam a seixos e posteriormente as areias, formando um patamar. _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 56 VI - AMBIENTE RECIFAL Os corais necessitam de águas quentes, claras, rasas, bem iluminadas e agitadas. Geologicamente, os recifes são produtos de constituição biótica ligada ao sedimento. TIPOS DE RECIFES U Recifes Circulares ou Atol São círculos de constituição coralínea circundados por uma laguna. Encontram-se nos Oceanos Índico e Pacífico, nos mares da Indonésia e mar Vermelho. U Recifes de Barreira Formam longos corpos lineares que crescem até o nível do mar, servem de barreira que protegem uma laguna de águas calmas e um subambiente com sedimentos marinhos uniformes. U Recifes Costeiros ou Franjeantes Constituem a forma mais comum de recifes e situam-se diretamente na costa e paralelos a mesma. U Recifes Anulares de Lagunas Pouco Profundas São pequenos atóis, cuja laguna constitui apenas um extenso lodaçal e possui pouca profundidade. U Recifes Submersos São recifes formados abaixo do nível do mar. Fonte: Tipos principais de recifes segundo MENDES (1984). _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 57 VII - AMBIENTE MARINHO COSTEIRO (PRAIA) Neste ambiente as propriedades dos sedimentos são determinadas pelas condições hidrodinâmicas da costa e da plataforma continental. A areia é transportada por rolamento e saltação na zona de praia, enquanto o silte e a argila são carreados em suspensão para zonas mais profundas da plataforma. TIPOS DE COSTAS U Costa de continente U Costa de Ilha - Barreira U Costa escarpada U Costa com morfologia de submersão (com fiordes, etc.) U Costa com bioermes (recife de corais e algas) MORFOLOGIA PRAIAL Uma seção transversal típica de uma praia oceânica pode ser subdividida em diferentes unidades: dunas arenosas, pós-praia, estirâncio e antepraia. Fonte: Principais unidades geomorfológicas de um perfil praial segundo SUGUIO (1980). _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 58 VIII - AMBIENTE DE PLANÍCIE DE MARÉ Nas margens de estuários, lagunas, baías ou atrás de Ilhas-Barreiras, desenvolvem-se ambientes de planície de maré, cuja superfície mergulha suavemente, do nível de maré alta para o nível de maré baixa. Os sedimentos predominantes são a argila, silte e areia fina, podendo ocorrer pelotas de argila e conchas. Fonte: Perfil do mangue de Guaratiba (RJ) segundo MENDES (1984). _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 59 IX - AMBIENTE DELTÁICO DELTA O termo origina-se da quarta letra do alfabeto grego, usados por Heródoto (500 a.C.) para descrever a região da Foz do Rio Nilo. É utilizado pelos geólogos e geógrafos para denominar depósitos sedimentares, em parte subaéreos e parcialmente submersos, depositados em um corpo de água (oceano, lago), primariamente pela ação de um rio. U DELTAS CONSTRUTIVOS Predominam as fácies de influência fluvial, que de acordo com sua geometria em planta dividem- se em: a - Lobados b – Alongados Fonte: Representação de deltas dos tipos lobado e alongado segundo SUGUIO (1980). U U DELTAS DESTRUTIVOS Sobressaem as fácies de influência marinha e de acordo com a geometria ou a predominância das ondas ou das marés dividem-se em: _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 60 a - Cúspide b - Em franja Fonte: Representação de deltas dos tipos franjado e cúspide segundo SUGUIO (1980). SEDIMENTAÇÃO DELTÁICA Para que um delta se forme é necessária uma corrente aquosa carregada de sedimentos que fluam em direção a um corpo de água em relativo repouso. Os sedimentos transportados acumulam-se na desembocadura do rio e resultam na formação de um delta, sendo necessário que a energia do meio receptor não alcance o nível suficiente para transportar e redistribuir os sedimentos ao longo da costa. CLASSIFICAÇÃO VERTICAL U TOPSET OU CAMADA DE TOPO Trata-se de uma camada horizontal, com características litológicas semelhantes às dos depósitos fluviais. Na parte superior subaérea ocorrem restos de vegetais e também organismos marinhos e as camadas distribuem-se de forma lenticular. Na parte inferior não aparecem mais os restos de vegetais continentais e os sedimentos finos (silte e argila) são os mais abundantes. U FORESET OU CAMADA FRONTAL As camadas distribuem-se de forma oblíqua, inclinadas no mesmo sentido da correnteza responsável pela deposição. Os sedimentos possuem características marinhas, principalmente pelos organismos fósseis. U BOTTOMSET OU CAMADA DE FUNDO Encontra-se mais distante da desembocadura, possui características exclusivamente marinhas, tanto em litologia quanto em fósseis. Fonte: Perfil de um delta com a representação das camadas segundo LEINZ & AMARAL (1978). _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 61 X - AMBIENTE ESTUARINO ESTUÁRIOS Corpos de água rasa e salobra localizados na desembocadura de vales fluviais afogados. São evidências de submergência do continente ou elevação do nível do mar. Fonte: Blocos diagrama demonstrando a evolução dos estuários em deltas segundo SUGUIO (1980). SEDIMENTAÇÃO ESTUARINA Segundo Suguio (1975), os sedimentos emtrânsito e em deposição num estuário, podem ser provenientes do continente (fornecidos pelo rio) ou do mar. Enquanto grande parte dos sedimentos fluviais é retirada, alguns sedimentos do mar aberto são introduzidos no estuário. Assim os estuários deverão ficar completamente assoreados daqui a algumas centenas ou milhares de anos. A maioria dos materiais de fundo é constituída de lamas inconsolidadas com areias misturadas em proporções variáveis. _____Laboratório de Geociências Geologia Geral 62 XI - AMBIENTE LAGUNAR LAGUNAS São corpos de água rasa, salobra ou salgada, separados do mar aberto por bancos arenosos ou ilhas-barreiras, mantendo comunicação através de barras (canais de comunicação). TIPOS DE SEDIMENTOS Constam de sedimentos lamosos intensamente bioturbados, que se depositam no fundo de extensas lagunas de águas calmas. Aparecem nas lamas intercalações arenosas, resultantes de tempestades, assim como contribuição de areia eólica de dunas costeiras. Em regiões de climas tropicais ocorre a vegetação típica de mangue, em regiões áridas desenvolvem-se crostas de sais no lado continental da laguna. Fonte: Representação de uma laguna segundo TARBUCK & LUTGENS (2000)
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