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Ambientação ao Constitucional - Vitor Cruz

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Apostila Nota11 
Ambientação ao Direito 
Constitucional. 
 
Prof. Vítor Cruz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 2 
 
Sumário. 
Mensagem Inicial. .................................................................................................................. 3 
O Direito Constitucional e a Constituição. .................................................................... 4 
A Constituição Brasileira, as Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas 
Municipais.................................................................................................................................. 8 
Pirâmide de Kelsen X Ordenamento Brasileiro Atual. ............................................ 10 
O Nosso Amigo Direito Constitucional. ........................................................................ 12 
O Direito Constitucional estuda só a Constituição? ................................................. 14 
Os “Tipos” de Direito Constitucional: ............................................................................ 15 
O Estudo do Direito Constitucional................................................................................ 15 
Quais os Temas que Devemos dar Prioridade no Estudo? ................................... 25 
Noções Básicas sobre os Principais Atos Normativos. ........................................... 26 
Pontos Importantes a Serem Fixados. ......................................................................... 33 
Termos comumente usados no direito: ....................................................................... 35 
Termos latinos jurídicos comumente usados: ........................................................... 37 
 
 
(Já está no YOUTUBE, no canal do Nota11, os dois 
vídeos do Prof. Vítor Cruz sobre a ambientação ao 
Direito Constitucional, para os quais esta apostila 
serve de apoio). 
 
 
 
 
 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 3 
 
Mensagem Inicial. 
Olá, eu sou o Prof. Vítor Cruz e, antes de qualquer coisa, gostaria de lhe 
dizer algo muito importante: 
FIQUE TRANQUILO! Eu e toda a equipe do Nota11 estamos aqui 
contigo, ao seu lado, e faremos o nosso melhor para lhe carregar 
pela mão até à vitória final. 
Confie na gente. No meu caso, já são mais de dez anos vivendo essa 
realidade, e na minha equipe temos professores ainda bem mais 
experientes que eu, como o Prof. Gustavo Knoplock – que inclusive foi 
meu professor. Todos escolhidos a dedo por mim! 
Eu vou começar a lhe apresentar agora materiais leves, fluidos, 
sem abrir mão da profundidade, onde meu maior objetivo será 
mostrar como o direito é simples, basta ter tranquilidade para 
compreender certos conceitos e coisas que estão claras, ali na nossa 
frente. 
Você aceita o desafio de acabar de vez com seus medos e 
receios ao estudo do Direito? 
 
Bom, vamos a partir de agora então fazer uma rápida ambientação ao 
Direito Constitucional. 
Por que disso? 
No Nota11 a gente tem a filosofia de que para que consigamos que o 
conhecimento sólido possa entrar e ser mantido em nossa mente, nós 
precisamos percorrer cinco etapas: 
1- Ambientação; 
2- Aprofundamento; 
3- Fixação; 
4- Arremates finais; e 
5- Revisão; 
(Para maiores detalhes, visite a página “como estudar” lá no site). 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 4 
Nós vamos fazer uma ambientação ao Direito Constitucional como um todo, 
para que você tenha uma visão geral do que encontrará pela frente na 
disciplina e possam ter contato com conceitos básicos para alicerçar esse 
estudo. E, assim, com essa estrada já clareada, vocês conseguirão trilhar o 
caminho sem medo de obstáculos inesperados. 
Nós disponibilizaremos, ainda, apostilas de ambientação a cada um dos 
capítulos em separado, para que seja possível um primeiro contato mais 
específico com cada um dos temas que você precise estudar. Vamos lá: 
 
O Direito Constitucional e a Constituição. 
Quando falamos em estudar Direito Constitucional, obviamente estamos 
falando no estudo da Constituição. Mas o que é afinal uma Constituição? 
O conceito de Constituição variou muito ao longo da história, e até hoje este 
termo pode ser empregado de duas formas: um sentido amplo e um sentido 
estrito. 
Sentido amplo – Constituição seria o modo como o poder se 
organiza em uma sociedade. A relação entre as forças presentes em 
um local. Esse sentido amplo é também chamado de “sociológico” 
(pois observa as “relações sociais”), e por ele percebemos que todos 
os locais sempre tiveram uma Constituição sociologicamente falando, 
já que sempre tivemos forças dominantes e dominadas. 
 
Sentido estrito – Neste sentido, estamos falando da Constituição 
escrita. Um documento que é criado com basicamente dois intuitos: 
o Limitar o poder dos governantes perante os governados, para 
que não se crie um estado como poderes absolutos para o 
governante. 
o Organizar o Estado e seu Poder Político. Ou seja, as relações 
entre os órgãos do governo, a separação das funções do Poder, a 
distribuição do Poder pelo território e etc. 
Diferentemente do sentido amplo, onde percebemos a Constituição até 
em sociedades primitivas, a Constituição em sentido estrito só aparece 
após a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa. 
 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 5 
A partir de agora, então, estaremos sempre falando na Constituição em 
sentido estrito, aquele documento relativamente recente (após o Séc. 
XVIII) que nasce com o objetivo de regulamentar o Estado e limitar 
os poderes autoritários dos governantes em face dos particulares. 
Esses dois assuntos – a propósito – formam o que chamamos de normas 
“essencialmente constitucionais”, ou seja, que fazem parte da essência de 
uma Constituição. Assim, para que uma norma seja considerada 
efetivamente uma constituição, ela deve ser escrita e tratar pelo menos 
destes dois assuntos. 
Já deu para entender então porque esse “documento” é chamado de 
Constituição? 
Veja só. Se eu te perguntar: como se constitui o corpo humano? 
Você me responderia: o corpo humano se constitui de cabeça, tronco, 
dois braços e duas pernas, sistema respiratório, digestório e etc. 
 
E se eu te perguntasse: Como se constitui o Brasil? 
Você me responderia aquilo que está na “Constituição” Brasileira: 
Trata-se de uma República, sob a forma de um Estado Federal, com 
um sistema presidencialista, com previsão de proteção aos direitos 
fundamentais à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à 
propriedade e etc. 
 
Olha que coisa linda! Muito legal, não é mesmo? 
E agora uma coisa muito importante: para que ela consiga esse objetivo 
de organizar o Estado e limitar o poder dos governantes esta Constituição 
precisa ter uma força impositiva, em outras palavras, ela deve ser uma 
norma – ou seja – um documento que tenha o poder de prever 
direitos e impor deveres. 
E eu digo que ainda é preciso mais que isso, ela deve ser a norma máxima 
de um Estado, de forma que todas as demais normas e pessoas presentes 
neste local prestem observância obrigatória a ela sob pena de estarem 
cometendo condutas inconstitucionais, sendo assim inválidas e, 
consequentemente, pelo fato das condutas serem inválidas haverá penas e 
sanções por isso. 
A lei inválida é expurgada do ordenamento jurídico (conjunto das normas 
em vigor que regem as condutas de um determinado local) e tudo aquilo 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br6 
que foi feito baseado nela, também não tem valor, sendo – em regra – 
desconsiderado juridicamente. 
Um jurista austríaco chamado Hans Kelsen elaborou a seguinte pirâmide 
hierárquica para ilustrar o ordenamento jurídico de um país: 
 
Vemos que a Constituição é norma máxima e ocupa o topo da cadeia 
hierárquica. Abaixo dela estão as leis – normas infraconstitucionais 
(infra=abaixo, logo, normas que estão abaixo da Constituição). 
Abaixo das leis, vemos então as normas infralegais. 
É preciso salientar que não existem outras “sub-hierarquias” dentro 
de cada um desses patamares, ou seja, não existe qualquer hierarquia 
entre quaisquer das normas constitucionais nem qualquer hierarquia de 
uma lei perante outra lei, ainda que de outra espécie. 
 
Mas Vítor, porque existem então um monte de tipos de leis e um 
monte de tipos de normas infralegais se todas elas possuem, 
naquele patamar, a mesma hierarquia? 
Pelo seguinte fato: a distinção entre as espécies de normas dentro do 
patamar hierárquico não se dá pela hierarquia, mas pela matéria (conteúdo) 
que cabe a cada uma disciplinar. Assim, existem vários tipos de normas, 
pois cada um deles será responsável por falar sobre determinado assunto. 
 
 
 
 
 
Constituição (normas originárias + 
emendas constitucionais) 
Normas infraconstitucionais (leis 
em sentido amplo) 
Normas infralegais 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 7 
 
E porque cargas d´agua não se criou um só tipo de lei para falar de 
todos os assuntos? 
Simples, pois existe uma grande complexidade de temas e conteúdos que 
precisam ser disciplinados. Alguns mais delicados, outros menos... Alguns 
que são da alçada exclusiva do Congresso, outros não... 
Então, por exemplo, como veremos, os casos de Decreto Legislativo e 
Resoluções se restringem à alçada de regulamentação do Congresso 
Nacional (Poder Legislativo), sem a interferência de nenhum outro Poder. 
Outros podem ter iniciativa feita por vários tipos de legitimados e, ainda 
mais que isso, o tipo de votação também precisa mudar – caso a caso – 
devido à delicadeza de cada tema. 
Outro exemplo: Uma lei complementar trata de matérias mais complexas 
e, por isso, precisa ser aprovada por mais votos que uma simples lei 
ordinária (que é a lei comum). 
Essa complexidade de temas a serem regulamentados é que exige a 
necessidade de termos vários tipos de normas. 
Muito interessante não é? E vamos continuar que isso é só o começo. 
 
Voltando à hierarquia entre os patamares da pirâmide... 
Como estamos falando em pirâmide escalonada em hierarquia, é importante 
que digamos que as leis (normas infraconstitucionais) só podem ser 
elaboradas observando os limites da Constituição, e as normas infralegais 
só poderão ser elaboradas observando os limites da lei a qual 
regulamentam, e assim, indiretamente também deverão estar nos limites 
da Constituição. 
Ratifico que se uma lei desrespeita o que a Constituição diz, ela será 
inconstitucional e deverá ser anulada, não sendo válidos nenhum de seus 
efeitos. Da mesma forma, ocorre coma norma infraconstitucional que 
desrespeita a lei. Ela será uma norma ilegal! 
 
Mas porque precisamos de várias espécies hierarquicamente 
distintas de normas? 
A ideia é que a Constituição traga de forma mais enxuta as diretrizes, sem 
se preocupar com muitos detalhes, e irradie seus dizeres orientando a 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 8 
elaboração e a aplicação das normas que serão mais específicas, mais 
próximas de serem efetivamente aplicada pelos cidadãos e agentes 
públicos. 
Vejamos um exemplo hipotético de um ordenamento jurídico do País P: 
Dizeres da uma 
Constituição do País 
P 
Dizeres de uma lei 
infraconstitucional 
Dizeres de uma norma 
infralegal 
É assegurado o direito 
à aposentadoria. 
A aposentadoria poderá 
ser requerida por aqueles 
que trabalharam por 35 
anos, recolhendo a 
efetiva contribuição. 
O recolhimento da 
contribuição deverá ser 
feito até o dia 10 de cada 
mês, através de guia 
especial, usando-se os 
índices percentuais que 
encontram-se no ANEXO II 
a este regulamento. 
 
A Constituição Brasileira, as Constituições 
Estaduais e as Leis Orgânicas Municipais. 
No Brasil, estamos atualmente sob a égide da Constituição Federal de 1988, 
a nossa oitava Constituição. 
Antes dela tivemos a Constituição de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 
e 1969. 
Das oito Constituições Brasileiras, quatro foram promulgadas (vontade 
popular) e quatro outorgadas (impostas pelos governantes). 
 
Pulo do gato na hora da prova! 
A primeira Constituição outorgada (1824) é um número par, 
as demais são ímpares – 1937, 1967 e 1969. Por outro lado, 
a primeira promulgada (1891) é um número impar, as demais 
1934, 1946 e 1988 são pares. 
 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 9 
É importante notar que a Constituição, popularmente conhecida como 
“Constituição Federal”, na verdade é uma “Constituição da República 
Federativa do Brasil”, ou seja, ela é uma Constituição “nacional” e não 
meramente “federal”. 
E o que isso quer dizer, Vítor? 
Quando usamos o termo “federal” estamos falando de algo que está no 
âmbito da União Federal (o poder central da nossa federação). 
A Constituição não é norma “federal”, mas sim “nacional”, pois é de 
toda a República Federativa do Brasil, impondo deveres e prevendo 
direitos em todas as esferas da federação (esferas federal, estadual e 
municipal). 
Desta forma, o mais correto seria sempre empregarmos o termo 
“Constituição da República Federativa do Brasil”, porém por comodidade e 
por estar amplamente difundido, não há problemas em usarmos 
“Constituição Federal”. Até porque, desta forma, também a diferenciamos 
das Constituições Estaduais. 
Constituições Estaduais? 
Sim, isso mesmo, cada Estado-membro (RJ, SP, GO...) tem a sua própria 
Constituição. 
E os Municípios? 
Quase, município não possui constituição (formal, como “forma” de 
constituição), mas sim lei orgânica (lei “que organiza”), que funciona 
como a “Constituição” do município, mas ela é uma lei. 
O Distrito Federal também? 
Sim, o DF tem uma lei orgânica híbrida, que é uma mistura de 
Constituição Estadual com Lei Orgânica Municipal, porque o Distrito Federal 
é um ente da nossa federação que ora atua como Estado, ora atua como 
Município, já que a Constituição Federal veda que se criem municípios 
dentro do Distrito Federal. Mas deixemos esses detalhes para quando 
formos estudar a “Organização do Estado” e aprofundarmos nas 
peculiaridades do Distrito Federal. Ok? 
Voltemos à querida Constituição Federal... 
A Constituição Federal, então, por ser norma de imposição nacional, deve 
ser respeitada por todas as Constituições Estaduais, que obviamente não 
podem prever nada em desacordo com ela. Da mesma forma, as leis 
orgânicas dos municípios devem observar os preceitos da Constituição 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 10 
daqueles Estados onde se localizam, bem como da Constituição Federal 
(uma “dupla observância”). 
Mas cabe aqui uma importante observação: não poderá a Constituição 
Estadual trazer imposições à autonomia municipal maiores do que aquelas 
já feitas pela Constituição Federal, esta sim (a CF) é a lei maior, soberana. 
Mas atenção: Essa imposição soberana só se aplica quando falamos da 
Constituição Federal. É totalmente errado falarmos que existe qualquer 
hierarquia entre uma lei federal, uma lei estadual e uma lei municipal. 
Vou explicar melhor. 
Cada ente de nossa federação (União, Estados,Distrito Federal e 
Municípios) possui uma autonomia conferida pela Constituição Federal para 
que possa, dentro dos limites traçados pela própria CF, se autoorganizar, 
autolegislar, autogovernar e autoadministrar. Ou seja, os ordenamentos 
jurídicos infraconstitucionais (leis em sentido amplo e normas infralegais) 
são completamente independentes, os entes são autônomos. 
Dessa forma, como vimos, a Constituição Federal (que na verdade é da 
República) é uma norma nacional, de toda a Federação, mas a lei federal 
não! A lei federal se restringe ao âmbito da União. 
Vamos exemplificar para ficar mais fácil: a Lei Federal nº 8.112/90 é 
uma lei que regulamenta os servidores públicos federais (da União). Ela não 
tem qualquer condão de prever direitos e deveres, por exemplo, aos 
servidores do Estado do Rio de Janeiro. 
Esquematizando: 
 
 
 
 
 
 
Pirâmide de Kelsen X Ordenamento Brasileiro 
Atual. 
Na ordem jurídica nacional, o modelo didático da pirâmide de Kelsen possui 
algumas adaptações e peculiaridade. Pelos seguintes motivos: 
Leis federais 
Leis 
estaduais 
Leis 
municipais 
Leis do distrito 
federal 
Autonomia Autonomia Autonomia 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 11 
1- Em 2004, a Emenda Constitucional nº 45 passou a admitir que os 
tratados internacionais assinados pelo Brasil, caso versassem sobre 
“direitos humanos” e fossem aprovados no Congresso Nacional com 
o mesmo procedimento das emendas constitucionais, viessem a ter a 
mesma força de emendas constitucionais (status hierárquico de 
Constituição). 
2- Em 2008, o STF passou a entender que os tratados internacionais sobre 
direitos humanos, caso não fossem aprovados rito de votação de 
uma emenda constitucional, não iriam adquirir o status constitucional 
(emenda constitucional). Porém, por si só, já possuem um status de 
“supralegalidade” (estágio acima das leis e abaixo da Constituição), 
podendo revogar leis anteriores e devendo ser observados pelas leis 
futuras. Os demais tratados, que não falassem sobre direitos humanos, 
possuem status de uma lei infraconstitucional (equivalente a uma lei 
ordinária, comum). 
Assim temos a nova pirâmide no ordenamento brasileiro: 
 
 
 
 
 
Constituição (normas originárias + 
emendas constitucionais + tratados de 
direitos humanos aprovados como emendas 
constitucionais). 
Normas infraconstitucionais: (leis em 
sentido amplo) Normas da CF, art. 59: leis 
ordinárias e complementares, leis 
delegadas, decretos legislativos, medidas 
provisórias e resoluções + demais tratados 
internacionais + outras normas como 
decreto autônomo do presidente e 
Regimento dos Tribunais (estas foram 
também reconhecidas por jurisprudência 
do STF). 
Normas supralegais (tratados de direitos 
humanos não aprovados como emendas 
constitucionais). 
Normas infralegais: Decretos (não 
autônomos), Regulamentos, Portarias e 
etc. 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 12 
Vale lembrar que, atualmente, estamos passando por um processo em que 
a Constituição Federal cada vez mais assume o papel central no 
ordenamento jurídico, impondo regras e princípios que serão usados por 
todos os aplicadores do direito. Assim, percebemos a tendência de 
“constitucionalização” de diversos direitos que antes ficavam somente no 
campo das leis. 
Desta forma, as bases do direito penal, direito civil, direito do trabalho, 
previdenciário e etc. estão todas na própria Constituição. Devido a este 
fato, o estudo do Direito Constitucional acaba se tornando a melhor 
ferramenta para uma base sólida no estudo do direito como um todo. Não 
se consegue ser um especialista em algum ramo do direito sem que se 
saiba, ao menos de forma razoável, o Direito Constitucional. 
 
O Nosso Amigo Direito Constitucional. 
Já vimos que o Direito Constitucional é o Direto que estuda a Constituição, 
o que é óbvio, não é mesmo? Mas chegou a hora de darmos uma definição 
mais completa. 
 
Definição de direito Constitucional: O Direito Constitucional é 
definido como sendo: o ramo de direito público que estuda os 
conceitos relacionados à ordem constitucional, ou seja, estuda a lei 
máxima de um país e o que estiver atrelado a ela. É um direito amplo, 
pois, acaba albergando as noções gerais de diversos outros direitos. 
Por estudar a lei máxima do Estado, alguns autores o chamam de 
“Direito Público Fundamental”. 
 
E o que é um “Direito Público”? 
O direito é visto como um corpo único indivisível, pois não há 
"competição" entre as normas, elas se completam para, em conjunto, 
regulamentar as relações. Porém, existem divisões didáticas para facilitar 
o estudo do direito e a principal é a que divide o direito em dois ramos: o 
direito público e o direito privado. 
 
 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 13 
Direito 
Privado 
Regulamenta as relações entre particulares 
(pessoas): Direito Civil, Direito Comercial e 
Direito Internacional Privado. 
Direito 
Público 
Regulamenta a política do Estado e as relações 
entre os seus órgãos, ou entre estes e os 
particulares. 
Assim, podemos dizer que o direito privado engloba os ramos do direito 
onde não há superioridade de alguma das partes da relação. Desta 
forma, quando o código civil estabelece algo, por exemplo, as regras de um 
contrato, as pessoas poderão buscar este algo, firmar este contrato, em pé 
de igualdade, sem haver o pressuposto de superioridade de uma em relação 
à outra, ainda que em uma das partes esteja o Estado. 
No direito público isso não acontece. Teremos como uma das partes é o 
Estado representando a coletividade e, assim, defendendo o 
interesse público, estando em superioridade em relação aos 
particulares, já que o interesse geral é, em regra, mais importante para 
sociedade do que o individual. 
Esquematizando: 
Direito 
Privado 
Igualdade 
entre as partes 
Particular x Particular; ou 
Particular x Estado nas suas 
funções privadas (negociações, 
aluguéis...). 
Direito 
Público 
Superioridade 
do Estado em 
uma das 
partes. 
Regulamentação das funções do 
próprio Estado; ou 
Particular x Estado 
representando a coletividade 
(Tributação, Segurança, 
Previdência...). 
 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 14 
O Direito Constitucional estuda só a 
Constituição? 
Para estudar Direito Constitucional teremos que nos basear, principalmente, 
em três pilares (Fontes do Direito Constitucional): 
1- A Constituição Federal: Relembremos que no Brasil tivemos 8 
Constituições (na verdade foram 7, pois a de 1969 não foi 
"exatamente" uma Constituição mas uma emenda à Constituição de 
67, que mudou tanta coisa que a consideram como sendo uma 
constituição separada - mas deixemos isso para depois). A atual 
Constituição do Brasil foi elaborada em 1988. Tivemos anteriormente 
as de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1969. 
A literalidade das normas escritas na Constituição será a principal 
fonte de estudo; 
 
2- A doutrina: Consiste em um estudo teórico. São os pensamentos 
dos juristas e estudiosos que, através de seus livros, artigos, palestras 
e etc. expõem seus pensamentos e teses que muitas vezes direcionam 
os julgamentos proferidos pelo Poder Judiciário e auxiliam inclusive na 
elaboração de leis e outras normas; 
 
3- A jurisprudência: Grosso modo, é o entendimento que os 
tribunais, em especial o Supremo Tribunal Federal (no caso do Direito 
Constitucional), fixam sobre determinados assuntos. Assim, quando o 
tribunal decide uma causa baseada na Constituição, ele interpreta as 
normasdesta e, com isto, direciona o modo de aplicação desta norma 
no futuro, notadamente quando esta interpretação permanece 
uniforme ao longo do tempo, através de reiteradas decisões no mesmo 
sentido. Geralmente, quando um tribunal quer manifestar que ele 
"pensa" de tal modo, após reiteradas decisões, ele divulga a chamada 
"súmula de jurisprudência", que nada mais é do que um verbete 
publicado oficialmente expondo seu entendimento. 
Esses três pontos citados, como dito, são os principais objetos do nosso 
estudo, mas não os únicos. Eles se irão se juntar a outros, tais como os 
usos e costumes, as diversas leis ordinárias e complementares (que 
veremos à frente) e até mesmo outras normas como os regimentos dos 
tribunais e das Casas Legislativas (Senado Federal, Câmara dos Deputados) 
e atos do Poder Executivo (regulamentos, decretos...) para, formarem as 
fontes do Direito Constitucional, ou seja, o lugar de onde nasce o Direito 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 15 
Constitucional, de onde provém tal direito. Isto tudo que foi citado irá ser 
usado para de alguma forma dar eficácia às disposições que o texto 
constitucional nos trouxe. 
Percebe-se, então, que o Direito Constitucional é uma matriz, um direito 
amplo que irá alcançar tudo aquilo que de certa forma veicula ou permite a 
aplicação da norma-mãe de um Estado: sua Constituição. 
 
Os “Tipos” de Direito Constitucional: 
Para fins de estudo, o Direito Constitucional divide-se, quanto ao foco de 
investigação, em basicamente 3 espécies: 
Direito 
Constitucional 
Comparado 
Tem como objeto de estudo a comparação entre 
ordenamento constitucional, não necessariamente em 
vigor, de vários países (critério espacial), ou de um 
mesmo país em diferentes épocas de sua história (critério 
temporal), com o objetivo de aprimorar o ordenamento 
atual. 
Direito 
Constitucional 
Geral (ou 
comum) 
É uma ciência, um estudo teórico dos conceitos e 
princípios constitucionais de forma geral, ou seja, sem se 
preocupar com um ordenamento constitucional 
específico, mas direcionando diversos ordenamentos 
distintos. 
Direito 
Constitucional 
Positivo (ou 
especial, ou 
particular) 
É o direito constitucional propriamente dito, que vai 
estudar um ordenamento específico que esteja vigorando 
em um país, diz-se "positivo", pois está em vigor, capaz 
de impor a sua força. 
 
 
O Estudo do Direito Constitucional. 
Como vimos o Direito Constitucional se preocupa basicamente com o Estudo 
da norma constitucional (D. Constitucional Positivo), mas não só isso. 
Para que se possa compreender tudo que está escrito do documento 
constitucional, é necessário que primeiro façamos um estudo das doutrinas 
relacionadas ao Estudo da Constituição. 
 Prof. Vítor Cruz 
www.nota11.com.br 16 
Desta forma para sermos didáticos, vamos dividir o estudo em dois grandes 
blocos: 1. As teorias e doutrinas relacionadas aos estudo da Constituição; e 
2. Estudo da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Vamos então clarear essa estrada que nos levará ao conhecimento sólido do 
D. Constitucional. 
 
1- As teorias e doutrinas relacionadas ao estudo da Constituição. 
Teoria Geral do Estado – É um estudo da formação histórica dos 
Estados, analisando seus elementos, as fases de sua formação, a 
finalidade de sua criação. A chamada "TGE" não está exatamente 
dentro da disciplina do Direito Constitucional, mas é uma disciplina 
auxiliar e que ajuda muito no real entendimento dos preceitos da 
teoria constitucional. 
 
Constituição e Constitucionalismo (Constituição: Origem) - o 
constitucionalismo também é um estudo teórico, nele estuda-se o 
surgimento da Constituição. Como vimos, a Constituição – e, por 
consequência, o Constitucionalismo – pode ser empregado em sentido 
amplo ou estrito. Neste capítulo acabaremos estudando ambos os 
sentidos. Ou seja, tanto a concepção sociológica que considera o 
Constitucionalismo existente até mesmo na idade antiga, quanto o 
movimento constitucional por documentos escritos com intuito de 
limitar o poder dos governantes em face do povo. 
 
Sentidos (Concepções) da Constituição (Constituição: Conceito) 
- As concepções ou sentidos das Constituições são o estudo daquilo 
que os principais filósofos, juristas, e doutrinadores diziam como 
reposta à pergunta: "Afinal, o que é uma Constituição?". Alguns 
davam como resposta "tudo aquilo que escreveram em um texto e 
disseram que é a Constituição", outros respondiam "não é todo o texto 
escrito, mas só a parte que organiza o Estado e traça os limites do seu 
poder", e ainda outros que chegavam a falar "Não é nada do que está 
escrito, a Constituição são as próprias relações que a sociedade 
estabelece no seu dia-a-dia". 
 
Poder Constituinte - Poder constituinte é o poder de se elaborar ou 
de se modificar uma constituição. No estudo do Poder Constituinte, 
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analisa-se cada uma de suas espécies e os requisitos e limitações para 
se modificar a Constituição. 
 
Classificação das Constituições - Na "Classificação das 
Constituições" irá ser estudado as diversas classificações que a 
doutrina, ao longo dos anos, passou a estabelecer para diferenciar 
uma constituição de outra. Por exemplo: Constituição escrita x 
Constituição não-escrita; Constituição promulgada (elaborada pela 
vontade do povo) x Constituição outorgada (imposta pelo governante). 
 
Histórico das Constituições Brasileiras – Neste tema iremos 
entender as principais diferenças e semelhanças entre as 8 
Constituições que tivemos até hoje no Brasil. 
 
Estrutura e Elementos da Constituição – Um estudo doutrinário 
que visa agregar diversas normas constitucionais em um determinado 
conjunto, denominado elementos. Por exemplo: a relação de direitos 
fundamentais seriam “elementos limitativos”, pois limitam a atuação 
do Estado em face do particular. Já as normas constitucionais que 
falam sobre o controle de Constitucionalidade, os procedimentos de 
reforma do texto constitucional, entre outras, seriam “elementos de 
estabilização constitucional”. 
 
Teoria das Normas Constitucionais, Regras e Princípios – Estudo 
de nível aprofundado sobre as peculiaridades do texto da norma 
constitucional. Basicamente, podemos dizer que as regras são aquelas 
normas constitucionais onde observamos uma diretriz mais concreta, 
são normas que definem um procedimento, condutas. São usadas para 
dar segurança jurídica ao ordenamento. Os princípios são mais 
abstratos, não são definidores de condutas, são os chamados 
"mandados de otimização", ou seja, eles são pontos que devem ser 
observados e utilizados para se alcançar o grau ótimo de concretização 
da norma, são usados para dotar o ordenamento de equidade 
(justiça). 
 
Eficácia e Aplicabilidade das Normas Constitucionais - Toda 
norma constitucional possui eficácia jurídica, isso quer dizer que toda 
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norma da Constituição tem o poder de se impor sobre o ordenamento 
jurídico (conjunto de todas as normas em vigor que regulam as 
relações de um Estado), devendo obrigatoriamente ser observada, não 
podendo nenhuma outra norma ir contra os mandamentos ali 
estabelecidos. Embora todas elas tenham eficácia jurídica, a doutrina 
resolveu distinguir as formas pelas quais esta eficácia se manifesta. A 
doutrina majoritária segue a classificação do professor José Afonso da 
Silva, mas existem outras classificações relevantes como a da 
professora Maria Helena Diniz, entre outras. O professor José Afonso 
separa asnormas constitucionais em 3 grupos: 
• Normas que possuem eficácia plena - são as normas que 
estão "prontas" para serem aplicadas. São as normas que já 
possuem tudo aquilo que for necessário para sua aplicação 
diretamente traçado pela Constituição. Diz-se que estas normas 
possuem a aplicação imediata, não precisando de nenhum outro 
"esforço" do Poder Legislativo. Ex.: Ninguém poderá ser 
compelido a associar-se ou permanecer associado (CF, art. 5º, 
XX). 
• Normas que possuem eficácia contida - são aquelas normas 
que, da mesma forma das plenas, podem ser aplicadas de 
imediato, também estão "prontas" para serem aplicadas. Porém, 
a Constituição deu espaço para que o Poder Legislativo possa 
editar uma lei que venha a restringir o alcance dessa aplicação. 
Ex. É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendida às qualificações profissionais que a lei estabelecer (CF, 
art. 5º, XIII). Ou seja, as pessoas podem exercer de forma plena 
qualquer trabalho, ofício ou profissão, salvo se vier uma lei 
estabelecendo certos requisitos que poderão conter essa plena 
liberdade. 
• Normas que possuem a sua eficácia limitada - Neste grupo 
se enquadram as normas que não possuem uma regulamentação 
suficiente para que possam ser aplicadas de imediato. Assim, diz-
se que são normas de aplicabilidade "mediata", já que somente 
quando o Poder Legislativo elaborar uma lei para "mediar" os 
efeitos delas, é que poderão ser aplicadas. Ex. O estado 
promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor (art. 5º, 
XXXII). Se a lei não estabelecesse o Código de Defesa do 
Consumidor, não se poderia aplicar essa norma por si só. 
 
Interpretação Constitucional (Hermenêutica)- Interpretar é 
extrair o verdadeiro significado de algo. Interpretar a Constituição é 
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tentar chegar à exata finalidade de cada uma das normas escritas no 
texto constitucional. Nesse estudo teórico da "interpretação 
constitucional", também chamado de "hermenêutica constitucional", 
estudaremos os diversos princípios que devem ser observados para se 
interpretar as normas constitucionais e também os diversos métodos 
que devem ser utilizados para realizar esta interpretação. 
 
Controle de Constitucionalidade - Já foi dito por diversas vezes que 
a Constituição é a principal norma da ordem jurídica, devendo se 
impor sobre todas as demais normas (princípio da supremacia da 
Constituição). Para que a Constituição consiga efetivamente se impor, 
não sendo ignorada, precisamos "controlar a constitucionalidade" dos 
demais atos normativos, ou seja, verificar se as normas estão de 
acordo com os preceitos estabelecidos na Constituição. Assim, 
controlar a constitucionalidade, nada mais é do que fazer um controle 
de "compatibilidade". 
No Brasil o controle de constitucionalidade é feito basicamente pelo 
Poder Judiciário, que pode julgar se uma lei é inconstitucional ou não 
através de 2 formas: 
• Controle direto ou abstrato - Ocorre quando o Supremo 
Tribunal Federal julga uma das ações próprias deste controle 
(Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI; Ação Declaratória de 
Constitucionalidade - ADC, ou Arguição de Descumprimento de 
Preceito Fundamental - ADPF). Essas ações são ajuizados 
somente por algumas pessoas especialmente relacionadas no art. 
103 da Constituição. O nome do controle é direto pois é levado 
diretamente ao principal órgão da justiça brasileira - o STF - e é 
"abstrato" pois se faz uma impugnação da lei, 
independentemente de qualquer caso concreto (situação 
ocorrida), olha-se somente para a compatibilidade da lei com a 
Constituição, sem levar em consideração os efeitos que essa lei 
gerou na vida da sociedade. 
• Controle difuso ou concreto - O controle concreto ocorre 
quando tenta-se no curso de um processo judicial (caso concreto) 
argumentar que certa norma está causando efeitos indevidos, e 
isso porque é contrária ao que foi estabelecido pela Constituição. 
Assim, a pessoa que acha que a norma é inconstitucional não 
pede diretamente que o juiz declare a norma como inválida, mas 
sim, que resolva o seu problema concreto. A declaração de 
inconstitucionalidade da norma é apenas um meio para resolver a 
controvérsia. Dizemos que este controle é difuso (aberto), pois 
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ele não possui um órgão específico para seu controle, e nem 
mesmo possui uma ação própria para que o judiciário tome 
conhecimento da causa. 
Alertamos que não é só o Judiciário que faz controle de 
constitucionalidade, embora seja o principal. Durante o estudo de 
tal tema, você verá que existe a possibilidade de órgãos do Poder 
Executivo e do Poder Legislativo também realizarem o controle da 
constitucionalidade dos atos normativos. 
 
2. Estudo da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
A Constituição Federal atual (de 1988) possui duas partes: 
1- Parte Permanente: Formada pelo Preâmbulo + 250 artigos, 
divididos em 9 títulos: 
Título I: Princípios Fundamentais 
Título II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais 
Título III: Da Organização do Estado 
Título IV: Da Organização dos Poderes 
Título V: Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas 
Título VI: Da Tributação e do Orçamento 
Título VII: Da Ordem Econômica e Financeira 
Título VIII: Da Ordem Social 
Título IX: Das Disposições Constitucionais Gerais 
2- Parte Transitória: Formado por artigos que estabelecem regras 
temporárias, os chamados "Atos das Disposições Constitucionais 
Transitórias" comumente conhecidos como ADCT. 
 
Vamos fazer uma visão de topo sobre cada um desses temas: 
1- Preâmbulo: O preâmbulo não é uma norma, é uma citação. Trata-
se da porta de entrada da Constituição, seria a síntese do pensamento 
e intenções dos constituintes ao se dar início a um novo ordenamento 
jurídico. Preâmbulo da Constituição de 1988: 
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"Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, 
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e 
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o 
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos 
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, 
fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e 
internacional, com a solução pacífica das controvérsias, 
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL". 
 
2- Princípios Fundamentais: Estes princípios estão no art. 1º ao 4º 
da Constituição. O nome escolhido ("Princípios" + "Fundamentais") é 
de grande importância. São princípios, pois são diretrizes a serem 
observadas, pontos de partida. São fundamentais por formam a base, 
o alicerce da Constituição. 
Os princípios fundamentais definem a ordem política de nosso Estado 
(tudo que for chamado de "político", recebe este nome porque está 
"direcionando", "organizando") - ou seja, são os princípios que definem 
a estrutura do Estado. Ao longo da Constituição, diversas normas 
decorrerão dos princípios fundamentais. 
Ali veremos, por exemplo, que o Brasil é uma República, pois o povo é 
o detentor do poder (república = res publica = coisa pública, coisa de 
todos. Diferente do que acontece na monarquia = mono + arquia = 
poder de um só). Veremos que somos uma Federação, pois, ao 
escolher a sua "forma de estado", o Brasil resolveu fracionar o seu 
território em diversos entes dotados de autonomia (Rio de Janeiro, São 
Paulo, Goiás, Acre...). 
E diversas outras coisas relacionadas às bases da organização e 
objetivosdo nosso Estado. 
 
3- Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Os direitos são 
diferentes das garantias. 
Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar de 
fazer algo, uma liberdade positiva. As garantias não se referem às 
ações, mas sim às proteções que as pessoas possuem frente ao Estado 
ou mesmo frente às demais pessoas. 
Diz-se que as garantias são proteções para que se possa exercer um 
direito. Ex. Art. 5º XXII - é garantido o direito de propriedade; Art. 5º 
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IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e 
de comunicação, independentemente de censura ou licença. 
Os direitos e as garantias que são fundamentais (básicas) estão 
dispostas do art. 5º ao 17 da Constituição, divididos em cinco 
espécies: 
a) direitos e deveres individuais e coletivos - art. 5º - Onde 
veremos a proteção dos direitos a vida, liberdade, igualdade, 
propriedade e segurança, que se desdobram em 78 incisos e 4 
parágrafos, versando sobre temas famosos como liberdade de 
expressão, igualdade (ou “isonomia”), desapropriação e ainda ações 
clássicas como o “habeas corpus” (garantida do direito de ir e vir) e 
mandado de segurança (garantia dos direitos que são “líquidos e 
certos”, ou seja, claramente observados). 
b) direitos sociais - art. 6º ao 11 – Onde estará a preocupação 
constitucional com os direitos a educação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, 
na forma desta Constituição. 
c) direitos de nacionalidade - art. 12 e 13 – Basicamente são as 
regras para ser considerado brasileiro nato e para naturalização. 
d) direitos políticos - art. 14 ao 16 – Onde serão tratados tanto em 
seu enfoque ativo (votar e exercer a cidadania) como no enfoque 
passivo (ser votado e as condições de elegibilidade). 
e) direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos 
políticos - art. 17 – Regramentos básicos para direcionar a criação e 
funcionamento desta “meia dúzia” (ironia) de partidos políticos que 
temos no Brasil. 
 
4- Da Organização do Estado: Este título vai explorar os seguintes 
temas: 
a) Organização Político-Adminitrativa - art. 18 e 19 - dispõe sobre a 
organização do território nacional e a repartição territorial do Poder. O 
Poder fica então desmembrado e exercido por 4 entidades autônomas 
(União, Estados, Municípios e Distrito Federal). A organização político-
administrativa versa ainda sobre como os territórios de Estados e 
Municípios podem ser reorganizados e quais as proibições que estas 
entidades devem observar. 
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b) Disposições acerca das competências e peculiaridades da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios 
Federais - art. 20 ao 33. 
c) Intervenção - art. 34 ao 36 - casos onde a União deverá intervir nos 
Estados, ou os Estados deverão intervir nos Municípios. 
d) Administração Pública - art. 37 ao 42 - regulamentam como será 
exercida a atividade administrativa do Poder Público, os servidores 
públicos e os militares estaduais. 
e) Disposições referentes às Regiões - art. 43 - tratando sobre a 
possibilidade de a União, para efeitos administrativos, direcionar as 
suas ações de forma articulada em uma certa região visando a seu 
desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais. 
 
5- Da Organização dos Poderes: As funções do Estado são 
exercidas por 3 Poderes: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. A 
Constituição irá então definir as atribuições da seguinte forma: 
a) Art. 44 ao 75 - disposições sobre o Poder Legislativo, sendo que do 
art. 70 ao 75 encontraremos disposições sobre a fiscalização contábil, 
financeira, orçamentária, ou seja, uma atividade do Poder Legislativo, 
onde este (e o Tribunal de Contas) fiscaliza o cumprimento, por parte 
do Executivo, do Judiciário, e do próprio Legislativo, dos mandamentos 
constitucionais no que tange à gestão das verbas públicas; 
b) Art. 76 ao 91 - Disposições acerca do Poder Executivo; 
c) Art. 92 ao 126 - Disposições sobre o Poder Judiciário; 
d) Art. 127 ao 135 - Versa sobre as "Funções Essenciais à Justiça" - 
são dispositivos que regulamentam a atividade do Ministério Público 
(o “Defensor da ordem jurídica”), da Advocacia, e das Defensorias 
Públicas (responsável pela defesa de quem não tem condição de 
pagar um advogado) e da Advocacia Pública (que fazem a defesa 
das entidades e órgãos do Estado). 
 
6- Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: São 
disposições encontradas do art. 136 ao 144 que vão versar sobre: 
a) Decretação de Estado de Defesa e Estado de Sítio (medidas que são 
tomadas para tentar conter crises e juntamente com a intervenção 
federal formam o “Sistema Constitucional de Crises”); 
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b) Forças Armadas; e 
c) Segurança Pública. 
 
7- Da Tributação e do Orçamento: Do art. 145 ao art. 169, a 
Constituição irá versar sobre o Sistema Tributário Nacional (art. 145 ao 
163) e sobre as normas que se referem à elaboração das leis 
orçamentárias (art. 164 ao 169). 
 
8- Da Ordem Econômica e Financeira: Neste título, que vai do art. 
170 ao 192, a Constituição dispõe sobre alguns princípios gerais que 
devem ser observados quando do exercício da atividade econômica, 
mostrando o papel do Estado como regulador da atividade econômica. 
Também estuda-se neste título as normas referentes às políticas de 
ordenamento da zona urbana e rural. Por fim, traça algumas poucas 
disposições sobre o Sistema Financeiro. 
 
9- Da Ordem Social: Do art. 193 ao 232 a Constituição fala sobre 
Saúde, Assistência social, previdência social, educação, ciência e 
tecnologia, desporto, cultura, comunicação, meio ambiente, família e 
índios. 
 
10- Das Disposições Constitucionais Gerais: Como o nome sugere, 
traz diversas medidas genéricas, que não se enquadraram em nenhum 
dos títulos anteriores. 
 
11- ADCT: Formado por artigos que estabelecem regras temporárias, 
os chamados "Atos das Disposições Constitucionais Transitórias". 
Geralmente fixando datas para se faça um ato, ou prazo para 
vigorarem certas medidas. 
 
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Quais os Temas que Devemos dar Prioridade 
no Estudo? 
O Direito Constitucional, como você deve ter percebido, é uma disciplina 
bem extensa. A não ser que você esteja cursando uma faculdade de Direito 
ou estudando para concursos de alto nível da área jurídica, provavelmente 
alguns temas você nunca precisará estudar. 
Então, como saber o que estudar e o que não estudar? 
Situação 1 – O edital do seu concurso está publicado? Então estude 
somente o que está no edital. Mas essa não é a situação ideal, pois nunca 
devemos esperar o edital sair para começar a estudar. 
Situação 2 – Estudando com antecedência! Você deverá estudar a 
“espinha dorsal” da disciplina. Sim, existe dentro do Direito 
Constitucional uma “espinha dorsal”, ou seja, um conjunto de temas 
essenciais para que você consiga criar uma visão alicerçada da disciplina, 
para futuramente ir encorpando com os demais temas. Após fazer esta 
ambientação ao Direito Constitucional, parta para o estudo dos seguintes 
temas: 
 
• Poder Constituinte; 
• Classificação das Constituições; 
• Eficácia e Aplicabilidade das Normas Constitucionais; 
• Princípios fundamentais (art. 1º ao 4º da Constituição); 
• Direitos Fundamentais (art. 5º ao 17º da Constituição, dandoênfase nos artigos 5º e 7º, o resto, de início, apenas passar o olho); 
• Organização do Estado (artigo 18 ao 24 da Constituição); 
• Administração pública (art. 37 ao 41 da Constituição); 
• Organização dos poderes (Estudar inicialmente os artigos 44 ao 
52, art. 76 ao 84 e art. 92 ao 102 da Constituição). 
 
Faça no Nota11 a ambientação a cada um destes temas que mencionei 
acima conjugada com a leitura dos artigos da Constituição Federal que 
indiquei (provavelmente o teor dos artigos já estará nas apostilas). 
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Assim, entendendo bem esses oito temas acima, você terá um belo alicerce 
para compreender temas mais profundos como o Controle de 
Constitucionalidade, Interpretação Constitucional e etc. Aí, então, você 
começará a pautar seu estudo de acordo com o edital do concurso que você 
tenha como foco. 
Tenha atenção às peculiaridades de cada foco: 
• Área Jurídica e tribunais - Deve-se dar bastante ênfase nos artigos 
referentes ao Judiciário (art. 92 ao 126), principalmente nos artigos 
referentes ao STF, STJ e ao tribunal para qual concurso você irá 
prestar (TRT, TRE, TJ, TRF...); 
• Área fiscal - Ênfase nos estudos do art. 145 ao 163, referentes ao 
Sistema Tributário Nacional; 
• Área de gestão - Ênfase nas Finanças Públicas (art. 163 ao 169); 
• Área policial - Ênfase na segurança pública (art. 144); 
• Ministério Público - Ênfase nas Funções Essenciais à Justiça (art. 
127 ao 135) e no Poder Judiciário (art. 92, 101 e 102, 
principalmente). 
Mas sempre tenha em mente que, independente da área, seja uma das 
expostas acima ou não, o candidato deve ter os conceitos referentes aos 
princípios fundamentais, direitos fundamentais e administração 
pública muito bem arraigados. Estes temas, estatisticamente, englobam a 
maior parte das questões de concursos públicos. 
 
Noções Básicas sobre os Principais Atos 
Normativos. 
O art. 59 da nossa atual Constituição Federal nos mostra a existência de 7 
espécies normativas sujeitas ao "processo legislativo". São elas: 
I - emendas à Constituição; 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
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VI - decretos legislativos; 
VII - resoluções. 
Todas essas normas acima são atos primários, são primários pois decorrem 
diretamente da Constituição, não vemos ali os decretos, portarias e etc. que 
seriam os "atos secundários" – as tais normas infralegais que ocupam a 
base inferior da pirâmide de Kelsen (secundários pois decorrem dos atos 
primários). 
Todos esses atos normativos presentes na relação do art. 59 são também 
infraconstitucionais, com exceção das emendas, as quais após serem 
promulgadas se incorporam ao texto constitucional com mesmo status 
deste, não havendo qualquer diferença hierárquica perante às normas 
originárias (iniciais) da Constituição. 
Vamos passar rapidamente agora uma visão geral sobre esses atos. 
 
1- Emendas Constitucionais: 
Como visto, a emenda à Constituição é a única dessas 7 leis que não é 
infraconstitucional. Isso porque as emendas constitucionais, como o próprio 
nome diz, poderão "emendar" a Constituição, ou seja, têm o poder de 
modificar, reduzir ou ampliar o texto que está disposto na própria 
Constituição. Assim, as emendas constitucionais possuem a mesma 
hierarquia da Constituição, devendo por isso passar por um processo bem 
dificultoso de elaboração. 
As emendas constitucionais só podem ser aprovadas se cumpridos todos os 
requisitos do art. 60 da CF, devendo ser aprovadas pelo voto de 3/5 dos 
membros de cada Casa legislativa (Câmara e Senado) em 2 turnos de 
votação. 
Ou seja, é muito difícil... mesmo assim já temos mais de 80 delas! É 
brincadeira? 
 
2- Leis Ordinárias: 
É a lei "genérica", ou propriamente dita. Aliás fica a dica: tudo que leva o 
nome de "ordinário (a)" significa "comum", "normal". Por contrario 
sensu aquilo que for "extraordinário" será algo "especial", "excepcional". 
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Sempre que se falar somente na palavra "lei", mais nada, ou sem 
qualquer outro contexto, em regra estará se falando na lei ordinária. 
Para uma lei ordinária ser aprovada precisa que ocorra o seguinte: 
Iniciativa: Deve ser proposto um projeto de lei na Câmara ou no Senado 
(a regra é que a propositura ocorrerá sempre na Câmara, só se propõe no 
Senado quando forem senadores ou comissão de senadores que estiverem 
tomando a iniciativa) 
Deliberação na casa iniciadora: A Casa iniciadora recebe a proposta e 
faz a votação, podendo rejeitar algumas partes ou até mesmo adicionar 
outras partes ao projeto. Estas partes modificadas são as chamadas 
emendas ao projeto. Caso um projeto tenha muitas emendas, 
descaracterizando-se assim o projeto inicial, elabora-se o chamado 
substitutivo do projeto. 
Deliberação na casa revisora: A Casa que não foi a iniciadora deverá 
votar também o projeto, fazer a revisão do que foi votado na iniciadora. Ela 
poderá também rejeitar ou emendar o mesmo. Caso emende, esta emenda 
deverá voltar à casa iniciadora, pois para que um projeto seja aprovado, o 
seu teor deve ser discutido pelas duas casas. 
Sanção ou veto: Depois de votado o teor do projeto nas duas Casas, ele é 
enviado para o Presidente da República que poderá sancionar o projeto, ou 
seja, concordar com ele, ou então poderá vetar o projeto caso julgue-o 
como contrário ao interesse público ou como um projeto inconstitucional. 
A Constituição diz que se o Presidente resolver vetar o projeto, o Congresso 
nacional poderá decidir se manterá ou se derrubará o veto do Presidente. 
Promulgação: Se sancionado, a lei nasce e deverá ser promulgada. A 
partir daqui não se fala mais em projeto de lei. Agora já se fala em lei. A 
promulgação é o ato que atesta que todas as etapas do processo legislativo 
foram perfeitamente concluídas. 
Publicação: O povo tem que tomar ciência da lei, e isso se faz com a 
publicação, ou seja, divulga-se ao povo que existe uma nova lei. Uma lei só 
poderá entrar em vigor, produzir seus efeitos, após ser publicada, e 
geralmente existe um prazo para que isso ocorra. Quando uma lei é muito 
simples, coloca-se no final dela: "essa lei entra em vigor na data da sua 
publicação". Quando não disser nada, ela só entrará em vigor 45 dias após 
a publicação, é o que chamamos de vacatio legis, ou seja, o prazo em que a 
lei embora já exista, não está em vigor. Este vacatio legis pode ser 
diferente de 45 dias, mas para isso deverá tal fato vir expressamente 
mencionado na lei, por exemplo: "essa lei entra em vigor 30 dias após a 
publicação". 
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Esquema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bem simples, não? 
 
3- Leis Complementares: 
Leis complementares são leis que possuem processo de elaboração 
ligeiramente mais difícil que o da lei ordinária. O trâmite é o mesmo, 
porém, elas só podem ser aprovadas se conseguirem o voto da maioria 
absoluta dos membros da Casa, enquanto para as leis ordinárias bastam a 
maioria simples. 
• Maioria absoluta: é quando mais da metade do número total de 
membros da Casa aprova o projeto. 
• Maioria simples: é quando mais da metade do número de deputados 
ou senadores que estão presentes na sessão aprovam o projeto. Para 
que se alcance a maioria simples, deve-se pelo menos estar presente o 
quantitativo referente à maioria absoluta. 
As matérias que devem ser regulamentadas por lei complementar 
geralmente são mais complexas, e estaordem já está expressamente 
disposta na Constituição. Assim a Constituição diz: "Caberá à lei 
complementar...", "nos termos de lei complementar". Diferentemente do 
que ocorre na lei ordinária, a qual pode tratar de qualquer assunto que não 
1 - Iniciativa na Casa iniciadora: 
Câmara, ou Senado (se for projeto de 
Senador ou comissão de Senadores); 
Opções: 
Se rejeitado � É arquivado; 
Se aprovado � Vai para Casa revisora. 
 
Revisão em 1 só turno do 
projeto aprovado na iniciadora 
O projeto emendado volta à iniciadora que deve deliberar sobre a 
emenda. Após isso seguirá para a sanção/veto do Presidente. 
2 - Casa revisora: 
Emendou o projeto � Volta à iniciadora; 
Rejeitou o projeto � Arquiva; 
Aprovou s/ emendas � Sanção/Veto. 
 
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seja reservado a outro tipo de lei ou que não possa ser regulamentado por 
lei. 
Desta forma, temos atualmente no Brasil pouco mais de 100 leis 
complementares enquanto temos bem mais de 10.000 leis ordinárias. 
Segundo o art. 61 da Constituição, quem pode tomar a iniciativa de 
propor uma lei ordinária e uma lei complementar são as mesmas 
pessoas: 
� Qualquer parlamentar ou comissão de parlamentares; 
� Presidente da República 
� Supremo Tribunal Federal; 
� Qualquer Tribunal Superior; 
� Procurador-Geral da República; 
� Cidadãos. (Através da iniciativa popular apresentada à Câmara) 
A iniciativa popular será feita do seguinte modo: será enviada proposta à 
Câmara dos Deputados subscrita por, no mínimo: 
- 1% do eleitorado nacional; 
- de pelo menos 5 estados; e 
- com ao menos 0,3% dos eleitores de cada um deles; 
 
4- Medidas Provisórias: 
As medidas provisórias não são leis no sentido estrito da palavra, são atos 
emanados pelo Presidente da República (ou Governador, ou ainda os 
Prefeitos), mas que tem a mesma força de uma lei. A diferença é que 
embora com força de lei, esta medida é provisória, ou seja, só fica em vigor 
por 60 dias prorrogáveis por mais 60 dias. Após expirado esse prazo ela 
perde a sua eficácia, não produzindo mais efeito algum. 
Para que os efeitos desta medida continuem valendo no tempo ao invés de 
acabarem, deve-se, neste período de 60+60 dias, elaborar uma "lei de 
conversão" que nada mais é do que usar o teor da medida provisória para 
elaborar um projeto de lei ordinária, esta lei ordinária de conversão é que 
se aprovada no Congresso, irá manter perene os efeitos instituídos pela 
medida provisória. 
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Importante destacar que ao expirar o prazo de 60+60 dias a MP perderá os 
seus efeitos, mas o que acontece com as coisas que a medida veio 
modificar durante o período em que esteve em vigor? Serão 
automaticamente reestabelecidas como se a MP nunca tivesse existido? A 
resposta é não. Caberá ao Congresso editar um decreto legislativo no qual 
decidirá o que acontecerá com estas coisas alteradas enquanto a MP esteve 
em vigor, se o Congresso não editar o decreto, será considerado que os 
efeitos deste período continuarão sendo regidos pela medida provisória. 
Esquema (básico) de uma Medida Provisória: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5- Lei delegada: 
Lei delegada é um instrumento criado para que o Presidente da República 
possa elaborar leis diretamente, sem que sejam anteriormente discutidas 
no Congresso Nacional, o objetivo é aumentar a rapidez da elaboração de 
algumas leis. Para que o Presidente possa elaborar a lei delegada ele deve 
pedir que o Congresso Nacional delegue este poder a ele (daí o nome). Esta 
delegação se faz através de uma resolução - espécie de lei que veremos à 
frente. 
Não se pode, porém, delegar ao Presidente a competência para elaborar leis 
delegadas sobre toda e qualquer matéria, a delegação deve dizer 
exatamente os limites nos quais o Presidente irá atuar e não pode tratar 
sobre as matérias que estão dispostas no art. 68 §1º. 
"Art. 68 §1º - Não serão objeto de delegação os atos de 
competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência 
privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a 
matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: 
Publicação 
Prorrogação 
automática caso a 
votação não tenha 
sido encerrada. 
60 Dias 
Se a MP não for votada 
até aqui, via de regra, 
perde a eficácia dede a 
sua edição 
60 Dias 60 Dias 
Neste prazo, deve-se editar um Decreto Legislativo para 
regular as relações da MP que foi rejeitada ou perdeu a 
eficácia por decurso de prazo. Não editado, as relações 
jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados 
durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. 
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I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a 
carreira e a garantia de seus membros; 
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e 
eleitorais; 
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e 
orçamentos". 
Elaborada a lei delegada, ela não precisa voltar ao Congresso para entrar 
em vigor, a não ser que este assim determine, mas caso isso aconteça é 
vedado ao Congresso tentar promover qualquer emenda à lei, devendo se 
limitar a aprovar ou rejeitar a sua entrada em vigor. 
 
6- Decreto Legislativo: 
Decreto Legislativo é uma espécie de lei elaborada exclusivamente pelo 
Congresso Nacional, ou seja, não pode ser elaborado pela Câmara nem pelo 
Senado, apenas quando ambos estiverem reunidos como uma única Casa. 
O Decreto Legislativo é usado principalmente para regulamentar as 
matérias de competência exclusiva do Congresso, que estão dispostas no 
art. 49 da Constituição. 
O decreto legislativo não se sujeita a sanção/veto do Presidente da 
República, é uma lei que tramita exclusivamente dentro do Legislativo. 
 
7- Resoluções: 
Resolução é outra lei de trâmite exclusivo do legislativo, porém, seu uso 
não está limitado ao Congresso Nacional, também pode ser usada pela 
Câmara dos Deputados ou pelo Senado isoladamente. A diferença básica 
entre elas e o decreto legislativo é que a resolução possui efeitos 
basicamente internos à Casa, enquanto o decreto legislativo irá provocar 
efeitos externos. 
 
8- Tratados internacionais: 
Tratados internacionais são acordos celebrados pelo Brasil com outros 
países, estes acordos para valerem dentro de nosso país precisam ter o aval 
do Congresso Nacional, assim, recebido o tratado, o Congresso referendará 
o mesmo através de um decreto legislativo e então o teor do tratado 
passará a valer em nosso país com mesmo status de uma lei ordinária. 
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Como vimos no início, esse status de lei ordinária é apenas uma regra, pois 
caso os tratados sejam sobre direitos humanos, o STF entende que eles têm 
status acima da lei (embora abaixo da Constituição), é a chamada 
"supralegalidade" dos tratados de direitos humanos. Caso estes tratados de 
direitos humanos ainda venham a ser aprovados da mesma forma que uma 
emenda constitucional (aprovação por 3/5 dos membros, em 2 turnos, em 
cada uma das Casas), eles terão o mesmo status de emenda constitucional, 
ou seja, irão se transformar em normas constitucionais. 
 
Muito interessante tudo isso não é mesmo? Por isso que sou apaixonado 
pelo que faço. 
Mas, como sei que são muitas informações, vou passar agora um resuminho 
dos principais pontos que você precisa fixar sobre esses temas que 
acabamos de ver: 
 
 
Pontos Importantes a Serem Fixados. 
• É preciso ficar tranquilo e estudar relaxado, pois o direito é muito 
simples, aindamais se estudar com o Nota11. 
• Constituição em sentido amplo ou sociológico – Constituição 
seria o modo como o poder se organiza em uma sociedade. 
• Constituição em sentido estrito – Documento escrito com o intuito 
de limitar o poder dos governantes e organizar o Estado. 
• Não existem hierarquias dentro de cada patamar da pirâmide de 
Kelsen. A distinção entre as normas se fazem pela matéria 
(conteúdo) a qual cabe a cada uma tratar. 
• Das oito Constituições Brasileiras, 4 foram promulgadas (vontade 
popular) e 4 Outorgadas (impostas pelos governantes). A primeira 
Constituição outorgada (1824) é um número par, as demais são 
ímpares – 1937, 1967 e 1969. Por outro lado, a primeira promulgada 
(1891) é um número impar, as demais 1934, 1946 e 1988 são pares. 
• A Constituição Federal é uma “Constituição da República Federativa 
do Brasil”, ou seja, ela é uma Constituição “nacional” e não 
meramente “federal”. 
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• Estados-membros da nossa federação (RJ, SP, GO, RS...) possuem 
Constituições Estaduais, municípios não! Municípios possuem lei 
orgânica. 
• O Distrito Federal também possuem lei orgância, mas uma lei 
orgânica especial, misto de constituição estadual com lei orgânica 
municipal, pois é um ente “híbrido”. 
• A Constituição Federal (que na verdade é da República) é uma norma 
nacional, de toda a Federação, mas a lei federal não, ela se restringe 
ao âmbito da União (poder central da nossa federação). Assim, é 
totalmente errado falarmos que existe qualquer hierarquia entre uma 
lei federal, uma lei estadual e uma lei municipal. 
• Não poderá a Constituição Estadual trazer imposições à autonomia 
municipal maiores do que aquelas já feitas pela Constituição Federal, 
esta sim (CF) é a lei maior, soberana. 
• A Emenda Constitucional 45/2004 passou a admitir que os tratados 
internacionais, caso versassem sobre “direitos humanos” e 
fossem aprovados no Congresso Nacional com o mesmo 
procedimento das emendas constitucionais, viessem a ter a 
mesma força de emendas constitucionais (status hierárquico de 
Constituição). 
• Em 2008, o STF passou a entender que os tratados internacionais 
sobre direitos humanos, caso não fossem aprovados rito de 
votação de uma emenda constitucional, não iriam adquirir o status 
constitucional (emenda constitucional). Porém, por si só, já possuem 
um status de “supralegalidade”. 
• Direito privado engloba os ramos do direito onde não há 
superioridade de alguma das partes da relação, ainda que uma 
das partes seja o Estado. 
• No Direito Público uma das partes é o Estado, e este Estado 
estará defendendo o interesse público e desta forma poderá 
se sobrepor aos particulares, já que o interesse geral é, em regra, 
mais importante para sociedade do que o individual. 
• A doutrina: Consiste em um estudo teórico. São os pensamentos 
dos juristas e estudiosos que, através de seus livros, artigos, 
palestras e etc. expõem seus pensamentos e teses que muitas vezes 
direcionam os julgamentos proferidos pelo Poder Judiciário e auxiliam 
inclusive na elaboração de leis e outras normas, 
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• A jurisprudência: Grosso modo, é o entendimento consolidado que 
os tribunais fixam sobre determinados assuntos. 
• Direito Constitucional Comparado - Faz comparação entre 
ordenamentos constitucionais de países diferentes ou em tempos 
diferentes. 
• Direito Constitucional Geral (ou comum) - Estudo teórico e geral 
sobre os conceitos e princípios constitucionais. 
• Direito Constitucional Positivo (ou especial) - Estuda um 
ordenamento específico que esteja vigorando em um país. 
• A Constituição Federal atual (de 1988) possui uma parte permanente 
e outra transitória (ADCT). 
• O preâmbulo da Constituição não é uma norma (não prevê direitos 
nem impõe deveres), embora seja parte integrante do texto 
constitucional. 
• Temos 7 espécies normativas sujeitas ao "processo legislativo", a 
Emenda Constitucional de status equivalente à Constituição e outras 
seis que são de status infraconstitucional: a lei ordinária, a lei 
complementar, a lei delega, a medida provisória, o decreto legislativo 
e a resolução. 
 
 
 
Termos comumente usados no direito: 
• Acórdão: decisão sobre julgamento que foi tomada coletivamente 
pelos juízes que compõem os tribunais; 
• Aditamento: acréscimo, ampliação, adição; 
• Agravo: recurso interposto contra as chamadas decisões 
interlocutórias, ou seja, aquelas que não decidem a causa, são 
decisões tomadas pelo juiz entre as manifestações das partes, ou 
contra despacho; 
• Apelação: recurso interposto contra decisão de primeira instância 
para o tribunal de segunda instância, a decisão recorrida em apelação 
deve ser terminativa (extingue o processo sem resolver a o mérito da 
causa) ou definitiva (extingue o processo, resolvendo o mérito da 
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causa), o objetivo é tentar que se mude, totalmente ou parcialmente 
a decisão tomada; 
• Autos: conjunto ordenado das peças (documentos, petições, etc.) de 
um processo; 
• Avocar: é o contrário de delegar, ou seja, é chamar para si; 
• Coisa julgada: qualidade que a sentença adquire de ser definitiva, 
não caber mais recurso. A coisa julgada ocorre quando se dá o 
chamado "trânsito em julgado". 
• Decisão colegiada: decisão proferida por uma coletividade (colégio) 
de julgadores. 
• Decisão monocrática: decisão proferida por um único juiz; 
• De ofício: ato realizado por iniciativa do próprio funcionário, em ação 
do seu ofício; 
• De jure: de direito; 
• Delegar: transferir o poder de fazer algo para outra pessoa; 
• Derrogar: revogar (retirar a vigência) parcialmente uma norma; a 
revogação pode ser total - “ab-rogação”, ou parcial - “derrogação”; 
• Dilação probatória: Prazo concedido para que se produzam provas 
ou se executem diligências necessárias para comprovação dos fatos 
alegados; 
• Efeito erga omnes: Efeito aplicável a todos; 
• Efeito inter partes: Efeito aplicável somente às partes que estão 
brigando em juízo; 
• Efeito suspensivo: Efeito que possuem os recursos, ou algumas 
medidas, de suspender a aplicação de algo enquanto o recurso, ou 
tais medidas, não forem julgados; 
• Ementa: Sumário ou resumo de um texto de lei ou de uma decisão 
judicial que vem destacada no início; 
• Ex officio: de ofício; 
• Juiz leigo: pessoa escolhida, de preferência entre advogados, para 
auxiliar o juiz togado no Juizado Especial Cível; 
• Juizados Especiais Cíveis e Criminais: juizados especiais criados 
para o julgamento e execução de causas cíveis de menor 
complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo; 
• Juiz togado: bacharel em direito que exerce magistratura judicial; 
que usa toga; 
• Liminar: decisão de emergência concedida provisoriamente pelo 
julgador a fim de se evitarem danos irreparáveis; 
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• Preclusão: perda da faculdade de executar determinado ato 
processual, em razão da inércia da parte que deveria fazê-lo no prazo 
legal; 
• Relator: membro de um tribunal a quem foi distribuído um feito, 
cabendo-lhe estudar o caso em suas minúcias e explicá-lo em 
relatório; 
• Súmula: verbete publicado para uniformização de jurisprudência, 
indica a compilação de uma série de decisões de um mesmo tribunal, 
para que se adotem idêntica interpretação para algum preceito 
jurídico em tese. Ela não tem caráter obrigatório, mas fortalece uma 
conduta; 
• Súmula vinculante: Espécie de súmula, exclusiva do STF, criadapela EC 45/04 que inseriu o art. 103-A na Constituição Federal. Para 
serem publicadas, precisam do voto de 2/3 dos membros do 
Supremo. Estas sim possuem caráter obrigatório perante os demais 
órgãos do Judiciário e perante os órgãos da Administração Pública, 
sejam da esfera federal, estadual ou municipal; 
• Voto de qualidade: voto de desempate; 
• Writ: (mandado) ordem escrita. aplica-se geralmente ao mandado 
de segurança e ao habeas corpus. 
 
 
 
 
Termos latinos jurídicos comumente usados: 
• Ab Initio: desde o começo; 
• Abolitio Criminis: abolição do crime; 
• Ad Hoc: específico, temporário, "para isto" (tribunal ad hoc = 
tribunal criado excepcionalmente para um julgamento específico); 
• Ad Nutum: condição unilateral de revogação ou anulação de ato, 
geralmente usado para a nomeação de pessoas para cargos de livre 
escolha da autoridade nomeante, como os Ministros de Estado. 
• Ad Quem: final, ou de destino; 
• A Quo: inicial, ou de origem; 
• Bis In Idem: incidência duas vezes sobre a mesma coisa, 
geralmente no direito tributário se referindo a dupla incidência de 
tributos; 
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• Caput: cabeça, parte inicial de artigo ou documento; 
• Causa Mortis: por causa da morte; 
• Citra Petita: aquém do pedido; 
• Data Permissa: com a devida permissão; 
• Data Venia: com devido consentimento; com devido respeito; 
• De Cujus: morto, falecido; 
• Exequatur: execute-se; cumpra-se; 
• Ex Lege: de acordo com a lei (custas ex lege = custas legais); 
• Ex Nunc: que não retroage; 
• Ex Officio: de ofício; 
• Extra Petita: fora do pedido; 
• Ex Tunc: que retroage; 
• Fumus Boni Iuris: fumaça do bom direito. É um dos requisitos - 
juntamente com o periculum in mora - para que se conceda uma 
liminar, ou seja, para que se conceda uma liminar precisa-se de uma 
fumaça do bom direito, um direito aparentemente plausível; 
• In Dubio Pro Reo: em duvida, a favor do réu; 
• In Verbis: textualmente; 
• Ipsis Literis: pelas mesmas palavras; 
• Ipso Facto: pelo mesmo fato; 
• Iter Criminis: itinerário do crime; 
• Iuris Et de Iure: de direito e por direito (presunção absoluta, que 
não admite prova em contrário); 
• Iuris Tantum: relativa, admite prova em contrário; 
• Lato Sensu: sentido amplo; 
• Numerus Clausus: relação taxativa, exaustiva; 
• Numerus Apertus: relação não-taxativa, aberta, exemplificativa; 
• Periculum in Mora: Perigo da demora. É um dos requisitos - 
juntamente com o fumus boni iuris - para se conceder uma liminar, 
ou seja, o perigo de que a demora da sentença venha causar danos 
irreparáveis; 
• Reformatio In Melius: reforma para melhor (sentença); 
• Reformatio In Pejus: reforma para pior (sentença); 
• Sine Die: sem data; 
• Sine Iure: sem direito; 
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• Sine Qua Non: sem a qual não (condição sine qua non = condição 
necessária); 
• Status Quo: estado inicial; 
• Stricto Sensu: entendimento estrito; 
• Sub Judice: sob julgamento; 
• Ultra Petita: além do pedido. 
 
 
Espero que tenha gostado! 
Desejo que tenha excelentes estudos e muito sucesso na sua jornada. 
Eu e toda a equipe Nota11 estamos à sua disposição. 
Um abraço. 
 
Vítor Cruz

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