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P1 - Epidemiologia Geral Tríade Epidemiológica

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Epidemiologia Geral – Aula 3 – 16/03/16
“Ramo das ciências da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados com a saúde” (PEREIRA, M. G., 2000)
Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades, analisando a distribuição e os fatores determinantes das doenças, agravos à saúde e outros eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação dos eventos e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, gerenciamento e avaliação das ações de saúde” (ROUQUAYROL, M. Z., 1999) 
Estuda os fenômenos em massa e não individualmente. O objeto de estudo é a população ou parte dela.
Ela se subdivide em duas grandes áreas:
Epidemiologia descritiva: descreve a ocorrência, forma de distribuição no espaço e tempo.
Epidemiologia analítica: o que é gerado na descritiva, a epidemiologia analítica vai propor estudos sobre o que aconteceu, forma de expansão, prevenção etc.
Quando estudamos a epidemiologia em populações animais podemos nos referir como Epizootiologia.
A Epidemiologia Descritiva descreve os eventos que ocorrem em uma população, segundo as variáveis Quem, Quando e Onde.
	Quem – espécie animal, raça, grupo etário, ocupação (ou aptidão), sexo etc.
	Quando – ano-calendário, estações do ano, meses, dias etc.
	Onde – um país, um estado, município, bairro, estabelecimento comercial, zoológico, propriedade rural etc.
A Epidemiologia Analítica busca compreender os fatores que causaram aquela situação obtida a partir da epidemiologia descritiva.
Tríade Epidemiológica
Elementos que compõem a cadeia epidemiológica de determinada doença ou agravo e as interações destes elementos entre si.
Tripé formado pelos três elementos que constituem os elos da cadeia epidemiológica de determinada doença.
Os elementos são: suscetível (quem pode ser atingido) – agente etiológico (quem causa) – ambiente (onde os dois estão inseridos)
O ambiente influencia na capacidade do agente etiológico de propagar a infecção. O hospedeiro suscetível tem interação com o ambiente de forma integral, afinal está inserido nela. E o agente etiológico é o que vai interagir com o hospedeiro suscetível levando a propagação de doença.
Essa tríade tem uma visão que pode ser alterada dependendo de onde se enxergar e de como avaliamos a situação.
Agente etiológico – Toda substância, elemento ou fator – animado (origem biológica: parasitos, moscas etc) ou inanimado (não biológica: subst.. química, metal pesado etc) – cuja presença ou ausência possa causar prejuízos ao organismo de indivíduos susceptíveis. 
Pode ser classificado em:
	Origem biológica: bactéria, fungos, helmintos etc.
	Origem física: calor, radiação etc.
	Origem genética: deficiência genética, ausência de um gene.
	Origem emocional (ou psíquica): o ambiente interfere nas emoções do indivíduo, logo pode levar ele a depressão, por exemplo, e isso leva a imunossupressão. 
	Origem desconhecida.
Ambiente – Sob a ótica da epidemiologia deve ser entendido como sendo o conjunto de todos os fatores que interagem com o agente etiológico e o susceptível, ou seja, ambiente é tudo aquilo que não seja o agente etiológico (da doença em questão) e nem o susceptível.
Inclui:
	Ambiente físico: solo etc.
	Ambiente químico: condição atmosférica, por exemplo.
	Ambiente biológico: todos os seres vivos que estão naquele ambiente (que não seja o suscetível e o agente etiológico), vegetação que pode servir de alimentos etc.
	Ambiente Social (ou Psicossocial)
Suscetível: é a espécie que pode sofrer a ação do agente etiológico.
O oposto da suscetibilidade é a refratariedade. 
Suscetibilidade sofre influência da resistência. 	Depende da espécie animal, da raça, características familiares, idade, manejo alimentação, fatores climáticos, condições de habitação/instalação, intervenção humana, estresse e questões psicológicas
Doença – origem multicasual.
Apesar de ESSENCIAL a participação do agente etiológico para que uma determinada doença ocorra, sua simples presenta pode não ser SUFICIENTE para produzir a doença.
A partir dessa evidência surgem os conceitos de:
	Causa necessária – agente etiológico.
	Causa suficiente – há combinação do agente etiológico com fatores do ambiente e do suscetível tornando inevitável a doença.
Obs: os diferentes fatores que, juntamente com a presença do agente etiológico, vão compor a causa suficiente, isoladamente, ou seja, sem a participação do agente, não são capazes de determinar a doença.
Assim:
	Entre os fatores que constituem a Causa Suficiente, aquele que for constante e – sem o qual a doença não ocorre – é chamado de CAUSA NECESSÁRIA. 
Embora necessário, sozinho não é suficiente para a doença acontecer.
Conhecer os elementos da cadeia epidemiológica é o primeiro passo e um passo essencial para ter sucesso num programa de prevenção, controle ou erradicação de doenças, pois o objetivo a ser alcançado depende de romper o(s) elo(s) mais frágil(eis) dessa cadeia!

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