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Epidemiologia Geral – Aula 6

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Epidemiologia Geral – Aula 6 (30/03/16)
Resistência do Hospedeiro
Conceito Ecológico de Doença.
É um equilíbrio entre agentes etiológicos, hospedeiro e meio ambiente. Esse equilíbrio precisa estar equivalente, logo quando há um desequilíbrio pode ser prejudicial para um deles.
A resistência é classificada em:
Resistência Inespecífica (Natural)
Trabalha o tempo todo.
Decorre das características estruturais e fisiológicas do próprio hospedeiro, sem a participação do seu sistema imunológico. Não é dirigida a um ou outro agente etiológico em especial, mas protege o organismo contra todos os organismos que tentarem agir contra o hospedeiro.
Constituída por:
A - Barreiras Naturais: Elementos anatômicos (estruturais) que fazem proteção mecânica; 
1 - A mais eficiente delas é a PELE e também é a maior. 
Espessura da pele;
Grau de umidade – a epiderme não possui vascularização e é pouco úmida;
Descamação do epitélio – quando ela descama ela expulsa os microrganismos que estão nela;
Cobertura por anexos cutâneos – pelos, penas e escamas servem de proteção porque muitas vezes o agente não consegue nem alcançar a epiderme;
Secreção sebácea – é um fator de impermeabilização, pois cria uma camada lipídica que protege a pele;
Secreção sudorípara.
2 – Mucosas 
A estrutura das mucosas é bem mais vulnerável à penetração dos agentes infecciosos do que a da pele íntegra, mas também possui diferentes mecanismos de defesa que compensam essa maior fragilidade. 
Fluxo Lacrimal: provoca a remoção mecânica de elementos estranhos que chegam aos olhos. 
Pelos nas Narinas: protege a cavidade nasal de microrganismos, fuligem, poeira etc. e impedem que cheguem até os pulmões.
Pelos do Tecido Linfoide: Compreende uma barreira constituída por macrófagos, presente na porção olfatória do trato respiratório.
Revestimento por células mucociliadas e presença de glândulas mucosas: O epitélio da maior parte do trato respiratório é revestido por células mucociliadas e possui glândulas secretoras de muco. Os cílios retêm as partículas estranhas inaladas e o muco as engloba, prejudicando a motilidade de alguns microrganismos e facilitando o processo de expulsão. 
Alvéolos Pulmonares: Também são revestidos internamente por macrófagos, que impedem a invasão de elementos estranhos inalados com o ar.
Produção de Muco e Saliva: O muco engloba os elementos estranhos que chegam à boca e prejudica a motilidade de alguns microrganismos e a saliva aumenta seu volume, facilitando o processo de expulsão. 
Produção de muco no trato digestivo: Células produtoras de muco por todo o trato digestivo ajudam na ação contra microrganismos que possam nos prejudicar. 
Placas de tecido linfoide nos intestinos: Células de defesa que funcionam como uma barreira à invasão de elementos estranhos ao organismo pelos intestinos. Como o IG tem grande atuação de absorção de nutrientes e reabsorção da água, a barreira contra esses elementos é muito importante.
Mucosa Urogenital: Revestida por tapete mucoso. 
B – Mecanismos Preventivos: Processos fisiológicos e reflexos naturais; 
Os principais são:
Abano de cauda e orelhas: Impedem que insetos depositem seus ovos, moscas hematófagas se alimentam etc.
Reflexo do músculo cutâneo: Muito desenvolvido nos equídeos, age de modo semelhante ao abano da cauda.
Reflexo Palpebral: Piscar os olhos é um mecanismo bastante eficiente para evitar que partículas grosseiras atinjam os olhos.
Reflexos de Espirro e Tosse: Servem para expulsar aqueles elementos estranhos que ficaram retidos nas células mucociliadas e que foram revestidos por muco.
Deglutição: É uma forma de expulsar elementos estranhos que entrem na boca, submetendo-os aos processos digestivos que deverão destruí-los, posteriormente. O homem e algumas espécies animais são capazes de eliminar esses agentes também através da ejeção oral de saliva.
Vômito: O reflexo de vômito é muito importante para expulsar rapidamente, agentes irritantes da mucosa, corrosivos etc.
Movimentos digestivos do estômago/suco gástrico: Servem para aumentar o contato do conteúdo do estômago com o suco gástrico, permitindo a ação do pH estomacal e de enzimas digestivas. A acidez gástrica torna esse ambiente muito agressivo e impróprio para a sobrevivência da maioria dos agentes etiológicos de doenças, que não suportam o ácido clorídrico. 
Peristaltismo Intestinal: O aumento do peristaltismo é uma forma de acelerar a expulsão de agentes prejudiciais que alcançaram os intestinos. 
Produção da Bile: Apresenta propriedades microbicidas contra vários agentes.
Ácidos graxos da secreção sebácea/Ácido lático e sais da secreção sudorípara: Também são microbicidas, destruindo uma infinidade de microrganismos patogênicos na pele. 
Lisozima: Enzima microbicida presente nas diferentes secreções como lágrima, leite, secreção nasal, saliva.
Leite: Possui bacteriolisinas, properdinas e leucócitos que protegem os lactentes contra as infecções intestinais.
Urina: é um meio bastante desfavorável para a sobrevivência de microrganismos. 
Tampão mucoso e constrição da cérvix uterina: Durante a gestação o muco vaginal forma um tampão espesso que “lacra” a cerviz uterina para proteger o(s) ser(es) em formação; além disso, a própria cerviz se mantém fechada durante toda a gestação e nos períodos não férteis, protegendo o ambiente intrauterino.
C – Mecanismos Defensivos: são acionados pelo organismo do hospedeiro quando o agente etiológico conseguiu driblar as barreiras naturais e os mecanismos preventivos e invadiu o organismo do hospedeiro, isto é, alcançou a intimidade de seus tecidos.
Fatores Humorais
Linfa: Recolhe as partículas livres, agentes microbianos e careia-os para os linfonodos, onde são retidos e submetidos a outros mecanismos de defesa do organismo. 
Soro Sanguíneo: Possui fatores microbicidas (sistema complemento e bacteriolisinas).
Fatores Metabólicos
Pressão Sanguínea: Nutre e oxigena os tecidos, impedindo a atividade de esporos de agentes anaeróbios, os quais são encontrados com frequência de modo inativo nos tecidos animais. Também favorece a eliminação de substâncias e agentes indesejáveis através do transporte e filtração renal.
Temperatura Corporal: A temperatura corporal média dos mamíferos, em torno dos 37ºC é desfavorável à multiplicação de grande parte dos microrganismos. Temperaturas mais elevadas como nas aves, são ainda mais restritivas aos agentes patogênicos. A febre, que ocorre ao desencadear um processo infecciosos, é uma reação do hospedeiro que limita ainda mais as possibilidades de sobrevivência do agente no organismo do hospedeiro. 
Fatores Hormonais
Alguns hormônios contribuem na defesa inespecífica.
Hormônios da Tireoide: Há uma relação direta entre os níveis de tiroxina no organismo do hospedeiro e a resistência dele contra agente infeciosos.
Hormônios estrogênicos: Asseguram um bom suprimento de glicogênio na vagina que é metabolizado pelos lactobacilos da microbiota vaginal, produzindo ácido láctico, que inibe a proliferação de inúmeros agentes.
Fatores Naturais
Processo inflamatório: Tem finalidade de bloquear o agente na PE para impedir sua disseminação pelo organismo do hospedeiro. Ocorre uma vasodilatação que facilita a saída das células fagocitárias para a área agredida. A presença do agente agressor, das lesões teciduais causadas por ele e da própria resposta do hospedeiro provocam a quimiotaxia das células de defesa que vão fagocitar o agente. 
Resistência Específica (Imunidade)
É necessário ser estimulada.
É originada pelo estímulo decorrente do contato prévio do organismo hospedeiro com um determinado agente etiológico dotado de bagagem imunogênica. A resposta do hospedeiro a essa bagagem é que caracteriza a imunidade, por isso ela é específica. Porque ela vai atuar contra aquela bagagem, contra aquele agente.
É possível a transferência de imunidade de um indivíduo a outro, em determinadas ocasiões.
A – Imunidade Humoral (mediada por anticorpos).
	As forças envolvidas são os linfócitos B. Esses linfócitos, umavez sensibilizados pela presença de antígenos do agente agressor, se diferenciam em plasmócitos, que são células produtoras de anticorpos. Caracterizam-se pela presença de anticorpos específicos nos fluidos orgânicos. Esses anticorpos pertencem à classe das imunoglobulinas (IgM, IgG, IgA, IgE, IgD e IgY). Essa imunidade pode ser transferida de um hospedeiro imune para um não imune. 
B – Imunidade Celular (mediada por células)
	Ocorre sob a forma de uma reação de hipersensibilidade e não pode ser transferida de indivíduos imunes para não imunes como corre com a imunidade humoral.
As forças envolvidas são os linfócitos T que, sensibilizados pelos antígenos, se diferenciam em: 
Linfócito T citotóxico: destroem células infectadas.
Linfócito T Helper – aumentam da reação inflamatória local, quimiotaxia para macrófagos e outros linfócitos, ativação dos macrófagos para a fagocitose, contribuem para a diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos, participando, indiretamente, da imunidade humoral, entre outros papéis.
Linfócito T de Memória – responsáveis pela memória imunológica.
A imunidade também pode ser classificada segundo o modo de aquisição:
Imunidade Ativa – os elementos de defesa específicos são gerados no próprio organismo do hospedeiro em decorrência do estímulo resultante de um contato com o agente.
Naturalmente adquirida – resultante de um processo de doença, seguido de recuperação (ou de infecção inaparente) e que deram origem à resposta imune contra o agente. Tende a ser duradoura e o indivíduo fica sensibilizado para uma resposta de memória imunológica a um contato posterior com o mesmo antígeno.
Artificialmente induzida – A resposta do hospedeiro é induzida em decorrência da administração de antígenos preparados artificialmente, dotados de características imunogênicas, mas desprovidos da capacidade de induzir doença. A duração da imunidade é variável. Algumas vacinas dão imunidade forte e prolongada, enquanto outras produzem uma imunidade fraca e curta. Também pode levar ao desenvolvimento de memória imunológica.
Imunidade Passiva – O hospedeiro recebe anticorpos específicos prontos, que foram produzidos no organismo de outro hospedeiro. Tem curta duração e não há desenvolvimento.
Naturalmente adquirida – a que recebe o feto através da passagem de anticorpo da mãe pela placenta e o recém nascido através do colostro que contém grande quantidade de anticorpo produzidos no organismo materno.
Artificialmente transferida – ocorre com os soros hiperimunes que são produzidos por outro indivíduo, que pode, inclusive, ser de espécie diferente. São utilizados em condições especiais: quando há necessidade de proteção imediata; quando o hospedeiro, por si próprio, não tem condições de responder adequadamente ao estímulo imunitário.
Quando o soro é produzido na mesma espécie animal do receptor recebe o nome de SORO HOMÓLOGO; quando é produzido em espécie diferente, o nome é SORO HETERÓLOGO.
Somente a imunidade humoral pode ser transferida.
Em síntese, é a combinação de todos estes mecanismos que protege o hospedeiro contra a ação de um determinado agente etiológico.

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