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Lei de Bio-Savart e Lei de Ampère Sérgio Antenor de Carvalho c©2011 2 Conteúdo 5 Lei de Bio-Savart e Lei de Ampère 5 5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 5.2 Cargas em movimento - Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 5.3 Vetor Densidade de Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 5.4 Princípio da Conservação da Carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 5.5 Introdução a Campos Magnéticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 5.6 Lei de Biot-Savart . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 5.7 Lei de Ampère . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 5.8 Aplicação da Lei de Ampère . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 5.9 Rotacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 5.10 Teorema de Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 5.11 Fluxo Magnético e Densidade de Fluxo Magnético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 5.12 Equações de Maxwell para Campos Estacionários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 5.13 Primeira Equação de Maxwell . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 5.14 Segunda Equação de Maxwell . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 5.15 Terceira Equação de Maxwell . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 5.16 Quarta Equação de Maxwell . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 5.17 Introdução ao Potencial Magnético Escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 5.18 Potencial Magnético Escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 5.19 Potencial Magnético Vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 3 4 CONTEÚDO Capítulo 5 Lei de Bio-Savart e Lei de Ampère 5.1 Introdução • até agora estudadamos cargas estacionárias no espaço livre (vácuo) • sob estas condições encontramos – os campos eletrostáticos ~E e ~D – o campo escalar V • e relacionamos um campo vetorial com um campo escalar ~E = −∇V • agora permitiremos o movimento de cargas, com velocidade constante e introduziremos o con- ceito de corrente • esta corrente constante dá origem a um campo magnético estacionário 5.2 Cargas em movimento - Corrente • assumimos que temos, no vácuo, um cilindro longo com uma distribuição volumétrica de cargas ρv • este cilindro está sob um campo elétrico • ~E = Ex~ax • o que acontece com o cilindro? • o campo faz o cilindro se mover numa velocidade • ~U = Ux~ax • observemos um elemento de carga diferencial ∆q • o elemento de carga diferencial ∆q está no volume ∆v = ∆s∆ • a sua velocidade é ~U = Ux~ax quando sujeito ao campo ~E = Ex~ax • no tempo t0 ∆q deslocou-se do volume ∆v(costas) para o volume ∆v(frente) 5 6 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE • no tempo t0 +∆t toda a carga ∆q está no volume ∆v(frente) • no tempo ∆t a carga ∆q passou através da superfície ∆s, assim ∆q ∆t = ρv ∆v ∆t = ρv ∆s∆x ∆t = ρv ∆x ∆t ∆s • no limite ∆t→ 0 temos a definição do conceito de corrente I I , lim ∆t→0 [ ∆q ∆t ] = lim ∆t→0 [ ρv ∆x ∆t ∆s ] = ρv Ux∆s I = d q d t (A) • a unidade da corrente é o Ampère (A), A = 1C/s – 1A representa cerca de 6× 1018 elétrons fluindo pela área por segundo • corrente é definida como o movimento de cargas através de uma dada superfície I = d q d t (A) • é um escalar 5.3. VETOR DENSIDADE DE CORRENTE 7 [h] 5.3 Vetor Densidade de Corrente • corrente é um escalar • desenvolveremos um vetor densidade de corrente para englobar a informação do sentido do fluxo de cargas • consideremos a expressão I = ρv Ux∆s • dividimos por ∆s e tomamos o limite ∆s→ 0 lim ∆s→0 [ I ∆s ] = ρv Ux • que leva a definição da densidade de corrente na direção x Jx , lim ∆s→0 [ I ∆s ] = ρv Ux (A/m 2) • na forma geral um vetor densidade de corrente é dado por ~J = ρv Ux~ax + ρv Uy~ay + ρv Uz~az ~J = Jx~ax + Jy~ay + Jz~az ~J = ρv ~U (A/m 2) • analisemos o vetor densidade de corrente – ρv > 0 sob o campo ~E = Ex~ax → ~J = Jx~ax – ρv < 0 sob o campo ~E = Ex~ax → ~U = −Ux~ax → ~J = Jx~ax • o vetor densidade de corrente ~J tem a mesma direção para – ρv > 0 movendo-se na direção +x – ρv < 0 movendo-se na direção −x • se tivermos as duas densidades de cargas o vetor densidade de corrente é dado por ~J = ρ+v ~U+ + ρ − v ~U− • carga em movimento constitui a corrente 8 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE • este tipo de corrente é denominada de corrente de convecção e • ~J é a densidade de corrente de convecção • a corrente total I fluindo através de uma área é dada por I = ∫ s ~J · ~ds • Dado o vetor densidade de corrente ~J = 103 sen θ~ar (A/m2) em coordenadas esféricas, calcule a corrente total que atravessa a casca esférica de raio r = 0, 02m. I = ∫ s ~J · ~ds, ~ds = r2 sen θ d θ dφ~ar I = ∫ 2pi 0 ∫ pi 0 103 (0, 02)2 sen2 θ d θ dφ = 103 (0, 02)2(2pi) [ θ 2 − sen 2 θ 4 ]pi 0 ≈ 3, 9478 A • Dado o vetor densidade de corrente ~J = 100 cos 2 y~ax(A/m2) determine a corrente que atravessa a porção do plano x = 0 definida por −pi/4 ≤ y ≤ pi/4m e −0, 01 ≤ z ≤ 0, 01m I = ∫ s ~J · ~ds, ~ds = dy dz ~ax I = ∫ 0,01 −0,01 ∫ pi/4 −pi/4 100 cos 2 y dy dz = 100(0, 02) [ sen 2 y 2 ]pi/4 −pi/4 = 2, 0 A • Em uma região cilíndrica de 2mm de raio o vetor densidade de corrente varia com a distância ao eixo do cilindro de acordo com ~J = 103 e−400 ρ~az (A/m2). Determine a corrente total. I = ∫ s ~J · ~ds, ~ds = ρ dρ dφ~az I = ∫ 2pi 0 ∫ 0,002 0 103 e−400 ρ ρ dρ dφ = 2pi 103 [ e−400 ρ (−400)2 (−400 ρ− 1) ]0,002 0 = 7, 51mA 5.4. PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA CARGA 9 5.4 Princípio da Conservação da Carga • o princípio estabelece que carga elétrica não pode ser criada ou destruída • podemos criar (ou destruir) simultaneamente quantidades iguais de cargas positivas e negativas • carga total no universo é nula • assumimos que um volume v, limitado por uma superfície s possui uma densidade de carga ρv • a carga englobada pela superfície s será denominada qen, assim qen = ∫ v ρv dv • a carga qen pode ser aumentada ou diminuída, se a carga está fluindo através de s, para dentro ou para fora do volume • a corrente através da superfície fechada s é I = ∮ s ~J · ~ds • a este fluxo para fora deve corresponder um decréscimo de cargas positivas (ou um aumento de cargas negativas) • por quê? princípio da conservação da carga • dentro do volume a carga qen decresce numa razão −d qen dt • a corrente na superfície é igual a uma taxa de cargas através dela 10 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE • pela conservação da carga esta taxa é igual a taxa de decréscimo da carga no volume, assim I = −d qen dt = ∮ s ~J · ~ds • sabemos que qen = ∫ v ρv dv, assim∮ s ~J · ~ds = − d dt ∫ v ρv dv ∮ s ~J · ~ds = − d dt ∫ v ρv dv • usando o teorema da divergência temos∮ s ~J · ~ds = ∫ v (∇ · ~J) dv = − d dt ∫ v ρv dv • considerando que a superfície s é estacionária∫ v (∇ · ~J) dv = ∫ v − ∂ ∂t ρv dv ∫ v (∇ · ~J) dv = ∫ v − ∂ ∂t ρv dv • que é verdadeira para qualquer volume • para um volume diferencial temos ∇ · ~J ∆v = −∂ρ ∂t ∆v ∇ · ~J = −∂ρ ∂t 5.4. PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA CARGA 11 ∇ · ~J = −∂ρ ∂t • qual a interpretação física desta equação? • a corrente (carga por segundo) que divergede um pequeno volume é igual a taxa de decréscimo da densidade de carga neste volume ∮ s ~J · ~ds = − d dt ∫ v ρv dv • qual a interpretação física desta equação? • a corrente numa superfície fechada é igual a taxa de decréscimo da carga no volume limitado por esta superfície • Uma densidade volumétrica de cargas está decrescendo a uma taxa de 2× 108C/m3, encontre: a) a corrente total que atravessa uma superfície esférica incremental de raio 10−5m • Solução a) I = ∮ s ~J · ~ds = − ∫ v ∂ ∂t ρ dv = − ∫ v (−2× 108) dv = 2× 1084 3 pi(10−5)3 ' 0, 838µA • Uma densidade volumétrica de cargas está decrescendo a uma taxa de 2× 108C/m3, encontre: b) o valor médio da componente da densidade de corrente dirigida para fora da superfície • Solução b) ~J = J ~ar∮ s J ~ar · ds~ar ⇒ J = Iárea = 2× 108 4 3 pi(10−5)3 4pi (10−5)2 = 2 3 k A/m2A • Para uma distribuição de cargas ρv, ao longo do cilindro da figura, movendo-se com velocidade ~U = 5 z ~az m/s encontre: a) ρv|z1=2 quando I|z1=2 = piµA b) ρv|z2=2 quando I|z2=2 = piµA c) ρv(z) quando I(z) = piµA d) ~J A/m2 • assumimos que I e ~J são uniformes sobre a seção transversa do cilindro 12 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE • Para uma distribuição de cargas ρv, ao longo do cilindro da figura, movendo-se com velocidade ~U = 5 z ~az m/s encontre: I(z) = ∫ s ~J · ~ds, ~J = ρv ~U = ∫ s ρv ~U · ~ds, • como ρv(z) e ~U(z) não variam com ρ e φ e ~U(z)|| ~ds temos I(z) = ρv(z)Uz(z) ∫ s ds = ρv(z)Uz(z)pir 2 c ρv(z) = I(z) pir2c Uz(z) C/m3 • Para uma distribuição de cargas ρv, ao longo do cilindro da figura, movendo-se com velocidade ~U = 5 z ~az m/s encontre: a) ρv|z1=2 quando I|z1=2 = piµA ρv(z)|z1=2 = pi × 10−6 pi(0, 2)2 10 = 2, 5µC/m3 • Para uma distribuição de cargas ρv, ao longo do cilindro da figura, movendo-se com velocidade ~U = 5 z ~az m/s encontre: 5.4. PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA CARGA 13 b) ρv|z2=4 quando I|z2=4 = piµA ρv(z)|z2=4 = pi × 10−6 pi(0, 2)2 20 = 1, 25µC/m3 • Para uma distribuição de cargas ρv, ao longo do cilindro da figura, movendo-se com velocidade ~U = 5 z ~az m/s encontre: c) ρv(z) quando I(z) = piµA ρv(z) = pi × 10−6 pi(0, 2)2 5 z = 5 z µC/m3 • Para uma distribuição de cargas ρv, ao longo do cilindro da figura, movendo-se com velocidade ~U = 5 z ~az m/s encontre: d) ~J A/m2 ~J = ρv ~U = 5 z µ 5 z ~az = 25~az µA/m 2 14 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE 5.5 Introdução a Campos Magnéticos • já estamos familiarizados com o conceito de campo – campo elétrico estacionário ~E – vetor densidade de fluxo elétrico ~D – campo escalar V • agora estudaremos o campo magnético estacionário • ele surge a partir de uma corrente constante • na natureza temos uma fonte de campo magnético estacionário – a pedra magnética descoberta por Tales - ímã • distribuição de cargas ⇒ campo elétrico • cargas em movimento ⇒ campo magnético 5.6 Lei de Biot-Savart • lei que estabelece a relação entre corrente e campo magnético d ~H2 = I1 d~l1 × ~a12 4pi R212 (A/m) • os elementos são • ~I1− corrente em P1 (A) • d~l1− elemento diferencial (m) • ~a12− vetor unitário da fonte ao ponto de observação • R12− distância entre a fonte e o ponto de observação (m) • como se comporta o campo magnético? d ~H2 = I1 d~l1 × ~a12 4pi R212 (A/m) 5.6. LEI DE BIOT-SAVART 15 • o campo magnético circula em torno da corrente que o gera • não podemos isolar um elemento diferencial de corrente d ~H = I d~l × ~aR 4pi R2 (A/m) • assim a lei de Biot-Savart não pode ser verificada experimentalmente • estamos considerando corrente contínuas – ∇ · ~J = −∂ρv/∂t = 0 – ∮ s ~J · ~ds = 0 • a corrente total que atravessa qualquer superfície fechada é nula∮ s ~J · ~ds = 0 • está condição só pode ser satisfeita se considerarmos a corrente fluindo em torno de um caminho fechado 16 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE • teremos três tipos de corrente – corrente filamentar – corrente superfícial - densidade superficial de corrente ~Js – corrente volumétrica - densidade volumétrica de corrente ~Jv • é obtida integrando-se a contribuição de cada elemento diferencial de corrente ~H = ∮ I d~l × ~aR 4pi R2 (A/m) • é obtida integrando-se a contribuição de cada elemento diferencial superficial de corrente ~H = ∫ s ~Js × ds~aR 4pi R2 (A/m) 5.6. LEI DE BIOT-SAVART 17 • é obtida integrando-se a contribuição de cada elemento diferencial volumétrico de corrente ~H = ∫ v ~Jv × dv~aR 4pi R2 (A/m) • cada uma das integrais anteriores representam a contribuição de cada elemento de corrente ao campo magnético num ponto – I d~l ou ~Js ds ou ~Jv dv – geram um campo magnético d ~H diferencial num ponto • I d~l ≡ ~Js ds ≡ ~Jv dv (Am) • I d~l ≡ ~Js ds ≡ ~Jv dv (Am) • analisemos as unidades de cada corrente • I d~l : (Am)⇒ I (A) • ~Js ds (Am)⇒ ~Js (A/m) vetor densidade superficial de corrente • ~Jv dv (Am)⇒ ~Jv (A/m2) vetor densidade volumétrica de corrente 18 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE exemplo de aplicação no 1 • consideremos um filamento de comprimento finito com corrente constante • temos uma corrente num filamento, usaremos ~H = ∮ I d~l × ~aR 4pi R2 (A/m) • estamos analisando só a contribuição de um trecho da linha ~H = ∫ b a I d~l × ~aR 4pi R2 (A/m) • filamento de comprimento finito com corrente • a contribuição de um elemento diferencial de corrente é d ~H = I d~l × ~aR 4pi R2 • vamos definir os elementos da equação I d~l = I dz′~az R~aR = ρ~aρ − (z′ − z)~az R = √ ρ2 + (z′ − z)2 • substituindo os elementos na equação ~H = ∫ b a I d~l × ~aR 4pi R2 (A/m) • obtemos d ~H = I dz′~az × [ρ~aρ − (z′ − z)~az] 4pi R3 ~H = ∫ b a I ρ dz′~aφ 4pi [ρ2 + (z′ − z)2]3/2 5.6. LEI DE BIOT-SAVART 19 • quais são os elementos que variam na região de integração? a coordenada z, ρ e ~aφ são constantes • para resolver a integração ~H = ∫ b a I ρ dz′~aφ 4pi [ρ2 + (z′ − z)2]3/2 • faremos a seguinte transformação cos α = ρ [ρ2 + (z′ − z)2]3/2 , tanα = (z′ − z) ρ ⇒ dz ′ ρ = dα cos2α • substituindo na equação ~H = ∫ b a I ρ dz′~aφ 4pi [ρ2 + (z′ − z)2]3/2 • obtemos ~H = I ρ 4pi ~aφ ∫ α2 α1 ρ dα cos2α cos3α ρ3 20 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE • os limites são conseqüência de senα = z′ − z [ρ2 + (z′ − z)2]3/2 z′ = b⇒ α = α2, z′ = a⇒ α = −α1 • resolvendo a integral ~H = I ρ 4pi ~aφ ∫ α2 α1 ρ dα cos2α cos3α ρ3 • obtemos ~H = I 4pi ρ ~aφ [senα] α2 α1 ~H = I [senα2 − senα1] 4pi ρ ~aφ • deixamos o parâmetro α1 positivo porque na sua definição aparecerá o sinal caso a coordenada z′ do ponto a (ou b) for menor que a z do ponto P . • no caso de uma linha infinita teremos senα = z′ − z [ρ2 + (z′ − z)2]3/2 z′ = ∞⇒ α2 = pi 2 z′ = −∞⇒ α1 = −pi 2 • assim ~H = I 2pi ρ ~aφ • como o campo magnético ~H se comporta? 5.6. LEI DE BIOT-SAVART 21 exemplo de aplicação no 2 • consideremos uma lâmina metálica longa de largura `, percorrida por uma corrente i uniforme- mente distribuída. Calcular o campo magnético ~H no plano da lâmina, a uma distância a do lado mais próximo. • como podemos resolver o problema usando o resultado de uma linha infinita? • considerando a lâmina constituída de filetes de corrente di • lâmina constituída de filetes de corrente di • cada filete gera um campo magnético dado por d ~H = di 2pi R ~aφ A/m • cada filete ocupa uma largura dR assim di = dR i ` • o campo total é dado pela integração ~H = ∫ a+` a i 2pi R dR~aφ = i 2pi ` ln [ a+ ` a] ~aφ A/m 22 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE exemplo de aplicação no 3 • consideremos uma espira circular com corrente constante • queremos determinar o campo magnético no eixo do anel • a contribuição de um elemento de corrente ao campo ~H é d ~H = I d~l × ~aR 4pi R2 A/m • vamos definir os elementos da equação • na figura temos os elementos definidos d ~H = I d~l × ~aR 4pi R2 A/m I d~l = I ρ′ dφ′~aφ R~aR = (z − z′)~az − ρ′~aρ R = √ ρ′2 + (z − z′)2 d ~H = I ρ′ dφ′~aφ × [(z − z′)~az − ρ′~aρ] 4pi R3 A/m • para avaliar a expressão precisamos ~aφ × ~az = ~aρ = ~ax cos φ′ + ~ay sen φ′ ~aφ × (−~aρ) = ~az 5.6. LEI DE BIOT-SAVART 23 • substituindo d ~H = I ρ′ dφ′ (z − z′) [~ax cos φ′ + ~ay sen φ′] 4pi R3 + I dφ′ ρ′2 4pi R3 ~az • pela simetria as integrações em cos φ′ e sen φ′ são nulas, assim ~H = ∫ 2pi 0 I dφ′ ρ′2 4pi R3 ~az = I a2 2R3 ~az = I a2 2 (a2 + z2)3/2 ~az A/m • em termos do ângulo θ, escrevemos ~H = I a sen θ 2 (a2 + z2) ~az A/m • linhas de campo magnético de uma espira circular 24 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE • campo magnético no eixo da espira circular ~H = I a sen θ 2 (a2 + z2) ~az A/m exemplo de aplicação no 4 • Um solenoide de comprimento l, com N espiras de corrente é percorrido por uma corrente i. Calcule o campo ~H em um ponto P do seu eixo. Se o solenoide for de comprimento infinito qual o valor do campo ~H. • Um solenoide de comprimento l, com N espiras de corrente é percorrido por uma corrente i. Calcule o campo ~H em um ponto P do seu eixo. Se o solenoide for de comprimento infinito qual o valor do campo ~H. • Respostas: ~H = N i 2 l (cos θ2 − cos θ1)~ax A/m comprimento finito ~H = N i 2 l ~ax A/m comprimento infinito 5.7. LEI DE AMPÈRE 25 5.7 Lei de Ampère • a Lei de Ampère estabelece que a integral de linha da componente tangêncial do campo magnético em torno de um caminho fechado é igual a corrente líqüida envolvida pelo caminho∮ ~H · d~l = I • a Lei de Ampère é similar à Lei de Gauss • na aplicação da lei de Ampère caminhos diferentes fornecem o mesmo resultado∮ a ~H · d~l = ∮ b ~H · d~l = I • se o caminho não engloba toda a corrente temos∮ c ~H · d~l = Ic < I • a facilidade de aplicação da Lei de Ampère dependerá – do conhecimento de como o campo ~H se comporta – do caminho de integração escolhido ∮ ~H · d~l = I H ∮ dl = I ⇒ H = I ` • condições para facilitar a integração – campo ~H perpendicular ou tangêncial ao percurso – campo ~H constante no percurso • o caminho que atende estas condições é a caminho amperiano 26 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE 5.8 Aplicação da Lei de Ampère • linha infinita com corrente • como se comporta o campo magnético? – ~H ⊥ ao plano formado por d~l = dz′~az e ~R – ~H na direção ~aφ → Hφ(ρ) • qual é o caminho amperiano? • circunferência de raio ρ∫ 2pi 0 Hφ(ρ) ρ d φ = I Hφ = I 2pi ρ ~H = I 2pi ρ ~aφ A/m • Calcule o campo ~H no interior e no exterior de um fio grosso de raio a com uma corrente uniformemente distribuída • qual é o caminho amperiano? • escolhemos uma circunferência de raio ρ – campo ~H constante e tangencial ao percurso – campo só tem a componente ~aφ 5.8. APLICAÇÃO DA LEI DE AMPÈRE 27 • para ρ > a temos∮ ~H · d~l = I → ∮ Hφ~aφ · ρ dφ~aφ = ∫ 2pi 0 Hφ ρ dφ Hφ = I 2pi ρ • para ρ < a temos Hφ = I ′ 2pi ρ • como a corrente é uniforme a densidade de corrente também é, assim J = I pi a2 = I ′ pi ρ2 → I ′ = I ρ 2 a2 • para ρ < a temos Hφ = I ′ 2pi ρ = I ρ 2pi a2 • campo gerado por um fio com corrente uniforme • para ρ > a temos ~H = I 2pi ρ ~aφ A/m • para ρ < a temos ~H = I ρ 2pi a2 ~aφ A/m • Linha de transmissão coaxial 28 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE • como se comporta o campo magnético? – condutores formados por filamentos de corrente – ~H não varia com φ ou z → Hφ(ρ) – simetria cancela Hρ • Linha de transmissão coaxial • o campo magnético é dado por Hφ = Ienv 2pi ρ A/m • campo dentro do condutor interno (ρ ≤ a) Ienv = I ρ2 a2 → Hφ = I ρ 2pi a A/m • campo entre os condutores (a ≤ ρ ≤ b) Hφ = I 2pi ρ A/m • campo dentro do condutor externo (b ≤ ρ ≤ c) Ienv = I − I (ρ 2 − b2) (c2 − b2) → Hφ = I 2pi ρ { 1− (ρ 2 − b2) (c2 − b2) } A/m • campo externo ρ > c Hφ = 0 5.9. ROTACIONAL 29 • Linha de transmissão coaxial 5.9 Rotacional • aplicando a Lei de Gauss num volume diferencial chegamos ao conceito de divergência • agora aplicaremos a Lei de Ampère num perímetro diferencial e chegaremos ao conceito de rotacional • consideremos um percurso diferencial fechado • aplicando a Lei de Ampère temos∮ ~H · d~l ≈ 4∑ i=1 ~Hi ·∆~li = ∆I • aplicando a Lei de Ampère temos∮ ~H · d~l ≈ 4∑ i=1 ~Hi ·∆~li = ∆I • ( ~H ·∆~l)12 = H12y ∆y, • ( ~H ·∆~l)34 = H34y ∆y, 30 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE • ( ~H ·∆~l)23 = H23x ∆x, • ( ~H ·∆~l)41 = H41x ∆x, • aproximaremos H ijy e H ijx pelo campo no centro do perímetro • aproximando H ijy e H ijx pelo campo no centro do perímetro obtemos ( ~H ·∆~l)12 ≈ ( Hy0 + 1 2 ∂Hy ∂x ∆x ) ∆y ( ~H ·∆~l)34 ≈ − ( Hy0 − 1 2 ∂Hy ∂x ∆x ) ∆y • aproximando H ijy e H ijx pelo campo no centro do perímetro obtemos ( ~H ·∆~l)23 ≈ − ( Hx0 + 1 2 ∂Hx ∂y ∆y ) ∆x ( ~H ·∆~l)41 ≈ ( Hx0 − 1 2 ∂Hx ∂y ∆y ) ∆x 5.9. ROTACIONAL 31 • substituindo as aproximações encontramos∮ ~H · d~l ≈ ( ∂Hy ∂x − ∂Hx ∂y ) ∆x∆y = ∆I • ∆I é a corrente envolvida pelo percurso, atravessa ∆s • ∆I ≈ Jz ∆x∆y∮ ~H · d~l ≈ ( ∂Hy ∂x − ∂Hx ∂y ) ∆x∆y = Jz ∆x∆y • no limite a expressão∮ ~H · d~l ≈ ( ∂Hy ∂x − ∂Hx ∂y ) ∆x∆y = Jz ∆x∆y • torna-se exata e dada por lim ∆x,∆y→0 ∮ ~H · d~l ∆x∆y = ( ∂Hy ∂x − ∂Hx ∂y ) = Jz • considerando os outros caminhos fechados perpendiculares aos outros eixos temos lim ∆y,∆z→0 ∮ ~H · d~l ∆y∆z = ( ∂Hz ∂y − ∂Hy ∂z ) = Jx lim ∆x,∆z→0 ∮ ~H · d~l ∆x∆z = ( ∂Hx ∂z − ∂Hz ∂x ) = Jy • o rotacional é uma operação vetorial definida por ∇× ~H , lim ∆Sn→0 ∮ ~H · d~l ∆Sn = ~J • o que significa? 32 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE 5.10 Teorema de Stokes • consideremos uma superfície S, dividida em superfícies incrementais ∆S • aplicando a definição do rotacional em uma dessas superfícies temos( ∇× ~H ) N , ∮ ~H · d~l∆S ∆S • onde o índice N indica uma normal a superfície segundo a regra da mão direita • multiplicando escalarmente o ( ∇× ~H ) por ~aN obtemos ( ∇× ~H ) · ~aN , ∮ ~H · d~l∆S ∆S( ∇× ~H ) ·∆~S , ∮ ~H · d~l∆S • se somarmos o rotacional das m superfícies incrementais obtemos m∑ k=1 ∮ ck ~H · d~l = m∑ k=1 ( ∇× ~H ) ·∆~S • soma das m superfícies incrementais m∑ k=1 ∮ ck ~H · d~l = m∑ k+1 ( ∇× ~H ) ·∆~S • se fizermos m→∞ o que obteremos?∮ c ~H · d~l = ∫ S ( ∇× ~H ) · d~S 5.10. TEOREMA DE STOKES 33 • que é válido para qualquer campo vetorial e conhecido como Teorema de Stokes • consideremos uma seção de uma superfície esférica mostrada na figura • a superfície é definida por r = 4, 0 ≤ θ ≤ 0, 1pi, 0 ≤ φ ≤ 0, 3pi • o percurso fechado é formado por três arcos de circunferência • dado o campo magnético ~H = 6 r sen φ~ar + 18 r sen θ cos φ~aθ determine ambos os lados do teorema de Stokes • o 1o arco é descrito como r = 4, 0 ≤ θ ≤ 0, 1pi e φ = 0 • o 2o arco é descrito como r = 4, θ = 0, 1pi e 0 ≤ φ ≤ 0, 3pi • o 3o arco é descrito como r = 4, 0 ≤ θ ≤ 0, 1pi e φ= 0, 3pi • o elemento diferencial de percurso é d~l = dr~ar + r dθ~aθ + r senθ dφ~aφ • analisando o elemento diferencial de percurso e os segmentos o que acontece? • o elemento diferencial de percurso é d~l = dr~ar︸︷︷︸ 1o termo + r dθ~aθ︸ ︷︷ ︸ 2o termo + r senθ dφ~aφ︸ ︷︷ ︸ 3o termo • o 1o termo é zero nos três segmentos, por que? não temos variação com a coordenada r • o 2o termo é zero no segmento 2 34 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE • o 3o termo é zero nos segmentos 1 e 3 • com estas considerações obteremos • com estas considerações obteremos∮ ~H ·d~l = ∫ 1 Hθ r dθ+ ∫ 2 Hφ r senθ dφ+ ∫ 3 Hθ r dθ • como Hθ = 0 só temos a 2o integral para calcular∫ 2 Hφ r senθ dφ = ∫ 0,3pi 0 [18 (4) sen 0, 1pi cos φ] 4 sen 0, 1pi dφ = 288 sen20, 1pi sen 0, 3pi ≈ 22, 2A • para avaliar a integral de superfície primeiro calculamos o rotacional ∇× ~H = 1 r sen θ (36 r sen θ cos θ cos φ)~ar + 1 r ( 6 r cos φ sen θ − 36 r sen θ cos φ ) ~aθ • o elemento de área é d~S = r2 sen θ dθ dφ~ar • usando os dados anteriores obtemos∫ S ( ∇× ~H ) · d~S = ∫ 0,3pi 0 ∫ 0,1pi 0 (36rsenθcosφ) 16senθdθdφ = ∫ 0,3pi 0 576 ( 1 2 sen2θ )∣∣∣∣0,1pi 0 cos φ dφ = 288 sen20, 1pi sen 0, 3pi ≈ 22, 2A 5.11 Fluxo Magnético e Densidade de Fluxo Magnético • vamos definir o vetor densidade de fluxo magnético como ~B = µ0 ~H Wb/m 2 • onde ~B é medido em webers por metro quadrado (Wb/m2) • ou numa unidade mais recente adotada no Sistema Internacional de Unidades, tesla (T) • a constante µ0 é a permeabilidade do espaço livre dada por µ0 = 4 pi × 10−7 H/m • o fluxo magnético Φ é a integral de ~B por uma superfície, assim Φ = ∫ s ~B · d~S Wb 5.11. FLUXO MAGNÉTICO E DENSIDADE DE FLUXO MAGNÉTICO 35 • nenhuma fonte de fluxo magnético jamais foi descoberta • não observamos, até agora, cargas magnéticas • as linhas de fluxo são fechadas, assim, a lei de Gauss para campos magnéticos é∮ s ~B · d~S = 0 forma integral ∇ · ~B = 0 forma diferencial • para um campo magnético dado por ~H = 103~aφ A/m, determine o fluxo magnético que atrav- essa a superfície plana definida por 2 ≤ ρ ≤ 4m, φ = pi/2 e 0 ≤ z ≤ 2m Φ = ∫ s ~B · d~S = ∫ 2 0 ∫ 4 2 µ0 10 3~aφ · dρ dz ~aφ = µ0 12× 103 ≈ 158, 8× 10−4 Wb 36 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE 5.12 Equações de Maxwell para Campos Estacionários • da teoria eletromagnética estudada temos∮ s ~D · ~ds = Q = ∫ v ρv dv ∇ · ~D = ρv∮ ~E · ~dl = 0 ∇× ~E = 0∮ ~H · ~dl = I = ∫ s ~J · ~ds ∇× ~H = ~J∮ s ~B · ~ds = 0 ∇ · ~B = 0 5.13 Primeira Equação de Maxwell∮ s ~D · ~ds = Q = ∫ v ρv dv ∇ · ~D = ρv • o que estas equações estabelecem? – carga elétrica gera um vetor densidade de fluxo elétrico ~D e consequentemente um campo elétrico ~E – uma distribuição de carga elétrica é a fonte de ~E e ~D • exemplos de aplicações – campo de uma carga pontual – campo de uma linha infinita – uma distribuição de carga gerando um campo elétrico 5.14 Segunda Equação de Maxwell∮ ~E · ~dl = 0 ∇× ~E = 0 • o que estas equações estabelecem? – campo elétrico estacionário é conservativo – deslocar uma carga sob um campo elétrico pode gerar uma variação de energia • exemplos de aplicações – cálculo do trabalho realizado ao deslocar uma carga sob um campo elétrico – cálculo da diferença de potencial – cálculo do potencial de uma distribuição de cargas – cálculo do campo elétrico a partir do campo potencial 5.15. TERCEIRA EQUAÇÃO DE MAXWELL 37 5.15 Terceira Equação de Maxwell∮ ~H · ~dl = I = ∫ s ~J · ~ds ∇× ~H = ~J • o que estas equações estabelecem? – corrente estacionária gera um campo magnético – campo magnético não é conservativo • exemplos de aplicações – cálculo do campo magnético a partir de um fluxo de cargas – campo magnético de uma espira circular – campo magnético de uma lâmina de corrente – campo magnético gerado por um fio com uma distribuição de corrente 5.16 Quarta Equação de Maxwell∮ s ~B · ~ds = 0 ∇ · ~B = 0 • o que estas equações estabelecem? – não existe carga magnética – as linhas de fluxo magnético são fechados • exemplos de aplicações – cálculo do fluxo magnético por uma abertura – cálculo do fluxo magnético entre condutores 38 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE 5.17 Introdução ao Potencial Magnético Escalar • na solução de problemas de campo eletrostático o uso do potencial eletrostático escalar V foi muito útil • este potencial eletrostático possue um significado físico – trabalho realizado • de uma configuração de cargas calculamos V e deste ~E • podemos definir uma função potencial a partir da distribuição de corrente? sim • pode um potencial magnético escalar ser definido semelhante ao potencial eletrostático escalar? algumas vezes • o potencial magnético vetorial está baseado na condição ∇ · ~B = 0 5.18 Potencial Magnético Escalar • consideremos a segunda questão sobre o potencial magnético escalar – potencial magnético escalar semelhante ao potencial elétrico escalar • chamaremos de Vm o potencial magnético escalar, assim • ~H = −∇Vm • essa definição não deve entrar em conflito com nossos resultados anteriores, assim • ∇ × ~H = ~J = ∇× (−∇Vm) • mais temos uma identidade vetorial que fornece ∇×∇A ≡ 0 • assim é possível ~H = −∇Vm se ~J = 0 • temos uma diferença importante entre V e Vm • o potencial elétrico V é uma função unívoca – definido a referência temos apenas um valor de V associado a cada ponto na região • o potencial magnético Vm não é uma função unívoca • a razão disto é que no caso eletrostático temos – ∮ ~E · ~dl = 0, ∇× ~E = 0, assim – Vab = − ∫ a b ~E · ~dl independe do percuso • no caso magnetostático temos – ∇× ~H = 0 porque ~J = 0 mas ∮ ~H · ~dl = I – Vm,ab = − ∫ a b ~H · ~dl é função do caminho especificado 5.18. POTENCIAL MAGNÉTICO ESCALAR 39 • campo elétrico ~E conservativo - potencial elétrico V conservativo • campo magnético ~H não conservativo - potencial magnético Vm não conservativo • conclusão – se nenhuma corrente é envolvida pelo caminho temos um campo magnético conservativo e assim uma função potencial magnético Vm unívoca • consideremos uma seção transversal de uma linha coaxial • na região a < ρ < b temos ~J = 0 assim podemos estabelecer um potencial magnético escalar • o valor de campo ~H nesta região é ~H = I 2pi ρ ~aφ • onde I é a corrente total fluindo na direção ~azno condutor interno • obtemos Vm integrando a equação ~H = −∇Vm • usando a componente adequada do gradiente temos I 2pi ρ ~aφ = −∇Vm|φ = −1 ρ ∂ Vm ∂ φ ∂ Vm ∂ φ = − I 2pi • assim Vm = − I 2pi φ • onde fizemos a constante de integração igual a zero • observe que em φ = 0 Vm = 0 mas em φ = 2 pi Vm = −I • o potencial magnético escalar não é uma função unívoca 40 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE 5.19 Potencial Magnético Vetorial • o potencial magnético vetorial é conseqüência da identidade vetorial ∇·∇× ~A ≡ 0 e ∇· ~B = 0 • provemos a identidade vetorial • consideremos que ∇ · ∇ × ~A = T • integremos esta expressão num volume qualquer∫ v (∇ · ∇ × ~A) dv = ∫ v T dv • apliquemos o teorema da divergência no lado esquerdo da equação anterior, obtemos∮ s (∇× ~A) · ~ds = ∫ v T dv • qual deve ser o resultado do lado esquerdo da equação∮ s (∇× ~A) · ~ds = ∫ v T dv • o lado esquerdo é a integral de superficie do teorema de Stokes numa superfície fechada∮ c ~A · ~dl ≡ ∫ s (∇× ~A) · ~ds • assim ∮ s (∇× ~A) · ~ds = 0 = ∫ v T dv logo ∇ · ∇ × ~A ≡ 0 • o potencial magnético vetorial é conseqüência da identidade vetorial ∇·∇× ~A ≡ 0 e ∇· ~B = 0 • assim podemos escrever ~B em termos de ~B = ∇× ~A • onde ~A é o potencial magnéticovetorial • este potencial satisfaz a condição de que ~B é um campo solenoidal, isto é, tem divergência nula • o campo ~H é dado por ~H = 1 µ0 ∇× ~A 5.19. POTENCIAL MAGNÉTICO VETORIAL 41 • o potencial ~A está relacionado com a fonte ~J através de ∇× ~H = ~J = 1 µ0 ∇×∇× ~A • vamos relacionar o potencial ~A com a corrente num fio • partimos com a expressão ~B = µ0 4pi ∫ I ~dl × ~ar r2 • da analise vetorial temos ∇ ( 1 r ) = − 1 r2 ~ar • assim ~B = µ0 4pi ∫ I ~dl× ( − 1 r2 ~ar ) • usando ∇× ( 1 r ~dl ) = 1 r ∇× ~dl − ~dl ×∇ ( 1 r ) • na equação ~B = µ0 4pi ∫ I ~dl × ( − 1 r2 ~ar ) • obtemos ~B = µ0 4pi ∫ I ( ∇× ( 1 r ~dl ) − 1 r ∇× ~dl ) • analisemos o termo ∇× ~dl da integral ~B = µ0 4pi ∫ I ( ∇× ( 1 r ~dl ) − 1 r ∇× ~dl ) • o elemento diferencial ~dl é função das variáveis x′, y′, z′ assim • ∇ × ~dl(x′, y′, z′) é nulo, por quê? – o operador ∇× (rotacional) atua sobre as coordenadas do ponto de observação (x, y, z) • a expressão para ~B reduz-se a ~B = µ0 4pi ∫ I∇× ( 1 r ~dl ) 42 CAPÍTULO 5. LEI DE BIO-SAVART E LEI DE AMPÈRE • retirando o operador rotacional de dentro da integral ~B = µ0 4pi ∫ I∇× ( 1 r ~dl ) • obtemos ~B = ∇× ∫ I µ0 4pi ( 1 r ~dl ) • como queremos representar ~B = ∇× ~A temos ~A = µ0 4pi ∫ I 1 r ~dl • temos uma nova abordagem para calcular o campo ~H ou ~B • a abordagem anterior é fazer uma integração direta • fonte I −−−−−−−→integração campo ~H • na nova abordagem • fonte I −−−−−−−→integração potencial vetor ~A −−−−−−→derivação (rotacional) campo ~H ~A = µ0 4pi ∫ I 1 r ~dl • esta é a abordagem usada para calcular os campos radiados por uma antena 5.19. POTENCIAL MAGNÉTICO VETORIAL 43 • podemos obter as expressões para o potencial vetor ~A para as outras distribuições de corrente ~Js e ~Jv de maneira similar, mas • como I ~dl ≡ ~Js ds ≡ ~Jv (Am) as expressões das outras distribuições de corrente são ~A = µ0 4pi ∫ s ~Js 1 r ds ~A = µ0 4pi ∫ v ~Jv 1 r dv • calcular o potencial vetor ~A e o campo ~B criados por um pequeno comprimento de fio ` com uma corrente i • vamos considerar que ` � r, assim, podemos fazer r = cte, isto é, r é constante dentro da integral ~A = µ0 4pi ∫ i 1 r ~dl = µ0 i 4pi r ∫ ~dl = µ0 i 4pi r `~az = Az ~az • para facilitar o cálculo do campo ~B vamos passar ~A para coordenadas esféricas assim Ar = Az cos θ = µ0 i ` 4pi r cos θ Aθ = −Az sen θ = −µ0 i ` 4pi r sen θ • o campo ~B é dado por ~B = ∇× ~A, assim ~B = ∇× ~A = 1 r [ ∂ (r Aθ) ∂ r − ∂Ar ∂ θ ] ~aφ ~B = µ0 i ` 4pi r2 sen θ~aφ (Wb/m 2)
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