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CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 09 Caros, alunos! Estamos quase lá, está é a nona e penúltima aula do curso. Vamos ver o seguinte conteúdo: Aula 09 – 27/05: Avaliação de desempenho. Administração de materiais e contratos. Boa Aula! Sumário 1 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ............................................................................ 2 1.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ........................................................................................ 7 2 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ..................................................................... 13 2.1 FUNÇÃO COMPRA ............................................................................................... 14 2.2 GERÊNCIA DE MATERIAIS E ESTOQUES ....................................................................... 16 2.3 AVALIAÇÃO DE ESTOQUES ..................................................................................... 21 3 GESTÃO DE CONTRATOS .................................................................................. 25 3.1 CARACTERÍSTICAS .............................................................................................. 27 3.2 FORMALIDADES ................................................................................................. 30 3.3 ALTERAÇÃO CONTRATUAL ...................................................................................... 47 3.4 EXECUÇÃO ....................................................................................................... 56 3.5 INEXECUÇÃO E RESCISÃO ..................................................................................... 61 4 EXERCÍCIOS ..................................................................................................... 66 4.1 GABARITO ....................................................................................................... 73 4.2 QUESTÕES COMENTADAS ...................................................................................... 74 CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 2 1 Avaliação de Desempenho A avaliação de desempenho constitui outra forma de gestão por resultados. Como a administração gerencial realiza o controle a posteriori de resultados, deve buscar formas para avaliar os funcionários públicos. No entanto, a avaliação de desempenho não é uma inovação da administração gerencial. Taylor, o idealizador da administração científica, é considerado um dos principais precursores da prática de avaliar os operários, uma vez que dispensava uma atenção especial ao desempenho do trabalho do funcionário a fim de obter um aumento da produtividade para as empresas, acreditando o referido autor que existia uma “única maneira certa” de execução das tarefas. Ele dizia que: É absolutamente necessário, então, quando os trabalhadores estão encarregados de tarefa que exige muita velocidade de sua parte, que a eles também seja atribuído pagamento mais elevado, cada vez que forem bem sucedidos. Isto implica não somente em determinar, para cada um, a tarefa diária, mas também em pagar boa gratificação ou prêmio todas as vezes que conseguir fazer toda a tarefa em tempo fixado. No Brasil, a avaliação de desempenho foi instituída na administração pública pela “Lei do Reajustamento”, de 1936. Dentre inúmeras inovações, tal lei lançou as bases de uma administração de pessoal racional, institucionalizando o sistema de mérito e fincando as diretrizes do primeiro plano de classificação de cargos. Em decorrência desta lei, e tendo em vista os princípios nela estabelecidos, foi então aprovado o primeiro regulamento das promoções que instituiu a avaliação de desempenho dos funcionários da administração pública federal. a) Por que avaliar? Vamos dar uma olhada em uma questão do CESPE: 1. (CESPE/FUB/2008) Um dos pontos fracos da avaliação de desempenho é o fato de ela poder ser percebida como uma situação de recompensa ou punição pelo desempenho passado. A questão é CERTA porque a avaliação de desempenho não deve ser usada como forma de recompensar ou punir. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 3 A avaliação de desempenho tem como objetivo avaliar o grau de contribuição do empregado na execução de seus trabalhos, podendo comparar o resultado das ações praticadas pelo mesmo com as expectativas da empresa. No entanto, ela não pode ficar restrita a isso. De acordo com Böhmerwald, a avaliação de desempenho tem como objetivo final contribuir para o aumento da motivação das pessoas. Luis Cesar Araujo traz quatro motivos da utilização da avaliação de desempenho: 1. Alicerçar a ação do gestor: a avaliação de desempenho permite que as decisões sejam embasadas em números concretos, de forma transparente; 2. Nortear e mensurar o processo de treinamento e desenvolvimento: as informações fornecidas pela avaliação de desempenho permitem direcionar as ações de treinamento para as áreas mais carentes; 3. Facilitar o feedback das pessoas: os resultados da avaliação de desempenho devem ser comunicados aos funcionários para que estes saibam como a organização vê o trabalho deles; 4. Facilitar o progresso das organizações: ao acompanhar o desempenho de seu pessoal, a organização passa também a conhecer melhor a sua dinâmica, permitindo a identificação de seus pontos críticos, negativos e positivos, permitindo assim que ela tenha um melhor diagnóstico para a elaboração de sua estratégia. A avaliação de desempenho deve ser vista sob um ângulo estratégico, pois “é um dos mais importantes instrumentos gerenciais de que a administração dispõe para analisar os resultados, à luz da atuação dos funcionários, e para prever posicionamentos futuros, a partir da avaliação dos potenciais de seus talentos”. b) Quem Avalia? Se perguntarmos “quem deve fazer a avaliação de desempenho?”, a resposta mais óbvia seria o chefe imediato. Tradicionalmente, a autoridade de um executivo inclui a avaliação do desempenho de seus funcionários. A lógica que sustenta esta tradição parece ser a de que, já que o executivo é o responsável pelo desempenho de seus funcionários, é ele quem deve fazer tal avaliação. Mas essa lógica pode não estar correta. Outras pessoas podem estar mais habilitadas para realizar melhor esta tarefa. Nas organizações mais democráticas, é o próprio indivíduo o responsável por seu desempenho e auto-avaliação. Nessas organizações utiliza-se a auto-avaliação do desempenho, em que cada pessoa se auto-avalia quanto a seu desempenho, CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 4 eficiência e eficácia, tendo em vista determinados parâmetros fornecidos pelo gerente ou pela organização. Segundo Chiavenato, como a avaliação de desempenho focaliza as pessoas “o ideal é que cada uma delas avalie o seu próprio desempenho”, partindo de critérios preestabelecidos. A avaliação também pode ser feita pela equipe de trabalho, que avalia o desempenho de cada um de seus membros. Recentemente, ampliou-se a avaliação ainda mais, abrangendo todos aqueles que têm contato com o avaliado. Surgiu então a Avaliação 360°. Cada pessoa é avaliada pelos diversos elementos que compõem o seu entorno. Isto significa que todas as pessoas com as quais a pessoa mantém alguma forma de interação ou intercâmbio participam da avaliação de seu desempenho. A avaliação 360° reflete os diferentes pontos de vista envolvidosno trabalho da pessoa: o superior, os subordinados, os pares, os fornecedores internos e os clientes internos, ou até mesmo fornecedores e clientes externos. O quadro abaixo apresenta as principais vantagens e desvantagens da avaliação de desempenho 360 graus: Avaliação de desempenho 360 graus Vantagens Desvantagens Sistema mais democrático, dá voz a quem normalmente não tem. Não é para qualquer empresa. Se não houver uma cultura de portas abertas, uma comunicação eficiente e um forte senso de equipe, poderá gerar intrigas. Em vez de uma única opinião, há muitos pontos de vista sobre o desempenho. Essa diversidade geralmente resulta em julgamentos mais equilibrados. Muita gente acaba não falando a verdade, com medo de sofrer retaliações. Possibilita uma visão abrangente dos pontos fortes e fracos do indivíduo, ajudando no planejamento da carreira. Corre-se o risco de haver avaliações subjetivas e pessoais. A avaliação não precisa ser necessariamente dos subordinados. Os chefes também devem ser avaliados, principalmente naquilo que é sua principal função: chefiar. Por isso, a avaliação para cima é o inverso da avaliação do subordinado pelo superior. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 5 Ela permite que a equipe avalie o seu gerente, como ele proporcionou os meios e recursos para a equipe alcançar os seus objetivos e como o gerente poderia incrementar a eficácia da equipe e ajudar a melhorar os seus resultados. A avaliação para cima permite que o grupo promova negociações e intercâmbios com o gerente exigindo novas abordagens em termos de liderança, motivação e comunicação que tornem as relações de trabalho mais livres e eficazes. O comando arbitrário do superior passa a ser substituído por uma nova forma de atuação democrática, sugestiva, consultiva e participativa. c) O que é avaliado Segundo Robbins, as três categorias de critérios mais comuns são: Resultados individuais da tarefa: se os fins justificam os meios, os executivos devem avaliar os resultados das tarefas dos indivíduos. O que é o alcance de metas por parte do funcionário nas tarefas. Comportamentos: em muitas situações não é possível determinar a contribuição de cada membro de uma equipe para o resultado. Avaliando-se o comportamento, observa-se quais as ações que o funcionário tomou que foram benéficas para o resultado, como pro-atividade, liderança, participação, etc. Não é preciso que o comportamento seja diretamente relacionado à produtividade individual. Cada vez mais se observam comportamentos ligados a “cidadania organizacional”: ajudar os outros, fazer sugestões para melhorias, observar as leis, etc. Traços: é a categoria mais fraca dos critérios, embora ainda seja amplamente usada pelas organizações. É mais fraca que as anteriores, pois está mais distante do desempenho real no trabalho. São traços: ser confiável, mostrar confiança, mostrar-se ocupado, etc. d) Erros na avaliação Como as avaliações são feitas por pessoas, e não máquinas, estão sujeitas a subjetividade. Daí podem ocorrer erros de avaliação, fazendo com que o resultado não seja uma descrição correta da realidade. a) Efeito Halo: Trata-se de generalização de comportamentos positivos ou negativos observados em relação a um empregado. Quando o avaliador não conhece todos os aspectos do empregado que estão sendo avaliados, ele pode avaliá-los de acordo com os CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 6 aspectos que conhece. Por exemplo, se o avaliador sabe que o empregado é pró- ativo, mas sabe se ele trabalha bem em equipe, ele pode generalizar o comportamento positivo da proatividade assumindo que ele trabalha bem em equipe. Ou então o avaliador sabe que o empregado é rápido nas atividades, então ele assume que o empregado não faz seu trabalho com qualidade porque não se preocupa com detalhes. b) Leniência, Tendência Central e Severidade : Estes três tipos de erro estão relacionados à inabilidade do chefe em observar e identificar as diferenças no desempenho dos servidores, nivelando desempenhos desiguais e caracterizando-os sempre de forma equivalente. O erro de leniência resulta do chefe que avalia todos os empregados de forma positiva. O erro de tendência central se caracteriza pela atribuição de notas médias. Um avaliador não informado ou mal preparado adota normalmente duas posições: evita classificações baixas com receio de prejudicar os seus subordinados ou evita classificações elevadas receando comprometer-se futuramente. Este erro tem maior propensão a ocorrer quando o avaliador quer evitar a justificação da atribuição de notações nos extremos da escala. O erro de severidade resulta do chefe que avalia seus empregados de forma negativa. c) Contraste e Semelhança : São dois tipos de erros muito semelhantes, mas que levam a avaliações totalmente opostas. Em ambos os casos o avaliador usa sua autopercepção como padrão de referência para observar o desempenho dos servidores. No erro de semelhança, ou similaridade, o avaliador considerando os subordinados de forma congruente com a maneira como percebe a si mesmo. Um chefe que tem elevada auto estima considera os servidores bons trabalhadores. Já outro chefe que não tem uma boa apreciação por si mesmo tende a considerar negativamente os outros. Já no erro de contraste, o avaliador também usa a percepção que tem de si mesmo como padrão de referência para observar o desempenho dos servidores, só que agora ele os avalia em direção oposta à maneira como ele se percebe. Um chefe que se julga excelente considera os servidores péssimos. Outro chefe que tem baixa auto estima considera os servidores ótimos. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 7 d) Predisposição pessoal: Ocorre quando existe um preconceito contra certos grupos específicos em relação à raça, religião, política ou preferência por certos tipos humanos. e) Efeito Recenticidade: Este efeito é a famosa “memória curta”. Quando não é feito um registro sistematizado do acompanhamento do desempenho do servidor, as ações mais recentes são as mais lembradas. Dessa forma, se as ações mais recentes forem ótimas ou péssimas, as avaliações tenderão a ser, respectivamente, ótimas ou péssimas, porque são esquecidos os comportamentos ao longo de todo o período avaliativo. f) Erro de função: Consiste em avaliar a pessoa levando em conta a função exercida por essa pessoa e não o seu desempenho em tal função. 1.2 Métodos de Avaliação Veremos agora como são feitas as avaliações. a) Escalas Gráficas : É o método de avaliação de desempenho mais utilizado e divulgado. Aparentemente, é o método mais simples. No entanto, sua aplicação requer uma multiplicidade de cuidados, a fim de neutralizar a subjetividade e o prejulgamento do avaliador, que podem provocar interferência nos resultados. O método das escalas gráficas avalia o desempenho das pessoas por meio de fatores de avaliação previamente definidos e graduados. Para tanto, utiliza um formulário de dupla entrada: no eixo vertical estão os chamados fatores de avaliação e no eixo horizontal os graus de medição do desempenho em cada um desses fatores. Os fatores de avaliação são escolhidos em função do desempenho ideal e devem permitir uma comparação do desempenho. Definem-se então os graus de variação, tais como: ótimo, bom, regular, ruim, péssimo.Um exemplo: CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 8 Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo Pró-atividade X Trabalho em equipe X Liderança X Assiduidade X Segundo Chiavenato, as vantagens do método de escalas gráficas são: Permite aos avaliadores um instrumento de avaliação de fácil entendimento; Permite uma visão integrada e resumida dos fatores de avaliação, ou seja, das características de desempenho mais realçadas pela empresa e a situação de cada empregado diante delas; Proporciona pouco trabalho ao avaliador no registro de avaliação, simplificando-o enormemente. Já as desvantagens são: Não permite flexibilidade ao avaliador; Está sujeito a distorções e interferências pessoais dos avaliadores; Tende a rotinizar e a bitolar os resultados da avaliação; Necessita de procedimentos matemáticos e estatísticos para corrigir distorções e influência pessoal dos avaliadores; Tende a apresentar resultados condescendentes ou exigentes para todos os subordinados b) Escolha Forçada : O método da escolha forçada consiste em avaliar o desempenho das pessoas através de blocos de frases descritivas que focalizam determinados aspectos do comportamento. Cada bloco é composto de duas, quatro ou mais frases. O avaliador deve escolher forçosamente apenas uma ou duas frases em cada bloco que mais se aplicam ao desempenho do funcionário avaliado. Ou então, escolher a frase que mais representa o desempenho do funcionário e a frase que mais se distancia dela. Daí a denominação escolha forçada. Vamos ver um exemplo: CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 9 O empregado... + – 1. É pró-ativo. X 2. Não sabe trabalhar em equipe. 3. Está sempre disposto a ajudar. 4. É equilibrado emocionalmente X Este método surgiu para eliminar a subjetividade nas avaliações. Sua elaboração é complexa, já que a montagem dos blocos de frases não deve ser feita de forma aleatória, mas planejada. A sua aplicação é que é simples. Segundo Chiavenato, as vantagens do método escolha forçada são: Proporciona resultados mais confiáveis e isentos de influências subjetivas e pessoais, pois elimina o efeito de estereotipação (efeito halo); Sua aplicação é simples e não exige preparo prévio dos avaliadores. Já as desvantagens são: Sua elaboração e montagem são complexas, exigindo um planejamento cuidadoso e demorado; É um método comparativo e discriminativo e apresenta resultados globais; discrimina apenas os empregados bons, médios e fracos, sem maiores informações; Quando utilizado para fins de desenvolvimento de recursos humanos, necessita de informações sobre necessidades de treinamento, potencial de desenvolvimento; Deixa o avaliador sem noção do resultado da avaliação que faz a respeito de seus subordinados. Não concordo com o autor quando ele diz, na primeira vantagem, que o método é “isento de influências subjetivas”. Sempre que a avaliação for feita por uma pessoa, vai ser impossível eliminar a subjetividade. Por exemplo, se duas pessoas avaliarem um empregado pelo método da escolha forçada, com certeza as duas avaliações serão diferentes. Contudo, o que vale na hora da prova é o que a banca pensa. E as bancas geralmente pensam como os teóricos, transcrevem o texto deles para as questões. Assim, devemos considerar a visão do Chiavenato. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 10 c) Distribuição forçada Consiste na colocação dos funcionários em determinada categoria e avaliá-los segundo determinado padrão. Este padrão poderá ser, por exemplo: 10% inferior 20% médio-inferior 40% médio 20% médio-superior 10% superior Se o grupo a ser avaliado tiver 10 elementos, por exemplo, um será avaliado como inferior, dois como médio-inferiores, quatro como médios, dois como médio- superiores e um como superior. Esse método é muito limitado, pois é baseado na comparação e tem como premissa que em um grupo sempre haverá funcionários bons, ruins e médios. Como aplicar um método desse tipo em uma ótima equipe sem cometer injustiças? d) Pesquisa de Campo: É um método de avaliação de desempenho com base em entrevistas com o superior imediato, por meio das quais se avalia o desempenho dos subordinados, levantando- se as causas, as origens e os motivos de tal desempenho. É um método de avaliação mais amplo que permite, além de um diagnóstico do desempenho do empregado, a possibilidade de planejar com o superior imediato seu desenvolvimento no cargo e na organização. Por meio do método de pesquisa de campo, a avaliação do desempenho é feita pelo superior (gerente), mas com a assessoria de uma especialista (staff) em avaliação do desempenho. O especialista vai a cada seção para entrevistar os gerentes sobre o desempenho de seus subordinados. Daí o nome pesquisa de campo. Chiavenato elenca as seguintes vantagens: Permite uma avaliação profunda, imparcial e objetiva de cada funcionário, localizando causas de comportamento e fontes de problemas; Permite um planejamento de ação capaz de remover os obstáculos e proporcionar melhoria do desempenho; CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 11 É um dos métodos mais completos de avaliação de desempenho. Como desvantagens, temos: Custo operacional elevado, pela atuação de um especialista em avaliação; Morosidade no processamento provocada pela entrevista um a um a respeito de cada funcionário subordinado ao gerente. e) Incidentes Críticos: O método dos incidentes críticos baseia-se no fato de que no comportamento humano existem características extremas capazes de levar a resultados positivos (sucesso) ou negativos (fracasso). O método não se preocupa com características situadas dentro do campo da normalidade, mas com aquelas características extremamente positivas ou negativas. As exceções positivas devem ser realçadas e mais utilizadas, enquanto as exceções negativas devem ser corrigidas e eliminadas. Trata-se de uma técnica por meio da qual o gerente observa e registra os fatos excepcionalmente positivos e os fatos excepcionalmente negativos do desempenho de seus subordinados. Assim, o método dos incidentes críticos focaliza as exceções – tanto positivas, como negativas – no desempenho das pessoas. f) Comparação aos Pares : É um método de avaliação de desempenho que compara dois a dois empregados, de cada vez, e se anota aquele que é considerado melhor quanto ao desempenho. Por ser um processo simples e pouco eficiente, recomenda-se a aplicação do sistema de comparação aos pares apenas quando os avaliadores não têm condições de usar métodos mais sofisticados. g) Frases Descritivas : Esse método é diferente do escolha forçada apenas por não exigir obrigatoriedade na escolha de frases. O avaliador assinala as frases que caracterizam o desempenho do subordinado (com um + ou um “S”) e aquelas que demonstram o oposto de seu desempenho (com um - ou um “N”). h) Listas de Verificação : A lista de verificação é o famoso checklist. Funciona como uma forma de aviso, a fim de que o gestor responsável analise somente características essências das pessoas. Segundo Chiavenato, é uma simplificação do método de escalas gráficas, visto que o CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR:RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 12 resultado apresentado é uma reunião de comportamentos, adjetivos ou descrições das pessoas avaliadas. Na lista de verificação, o avaliador assinala os aspectos que foram observados no funcionário, e deixa de marcar os que não foram observados. Ou então, baseado em uma relação de fatores de avaliação a serem considerados a respeito de cada funcionário, cada um desses fatores recebe uma avaliação quantitativa. i) Relatórios: Constituem os procedimento mais simples de avaliação de desempenho. Têm lugar quando os chefes são solicitados a dar seu parecer sobre a eficiência de cada empregado sob sua responsabilidade. Vantagens: rapidez, favorecem a livre expressão e deixam documentada a opinião emitida. Desvantagens: são incompletos, favorecem o subjetivismo, podem deixar dúvida quanto ao significado dos termos empregados e dificultam a tabulação dos dados obtidos. a) Tendências da Avaliação de Desempenho Na prova de APO de 2005, assim como em outras provas, têm sido cobradas as tendências do processo de avaliação de desempenho. Segundo José Hipólito e Germano Glufke, temos as seguintes tendências na avaliação de pessoas: 1. Estabelecimento de um compromisso cada vez mais direto com a estratégia da empresa. 2. Utilização de modelos que integrem as diferentes funções de gestão de pessoas. 3. Avaliação cada vez mais compreendida como um espaço para negociação e equilíbrio entre expectativas da empresa e da pessoa. 4. Fortalecimento do papel dos gestores como coaches no apoio ao desenvolvimento e à melhoria do desempenho. 5. Avaliação seguida de processo de feedback e encarada como oportunidade de autoconhecimento. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 13 6. Utilização de diversas ferramentas de avaliação, cada qual muito bem definida quanto ao foco e resultados pretendidos. 7. Sistematização prévia de possíveis ações decorrentes de um processo de avaliação como subsídio à decisão gerencial. 8. Utilização de avaliações com múltiplas fontes (avaliação 360º). Os autores ressaltam a grande subjetividade que permeia a questão da avaliação de pessoas que, segundo eles, pode ser entendida e interpretada de maneira diversa pelas pessoas; e apontam ainda que, para que a precisão dessas avaliações não seja comprometida é imprescindível se municiarem as empresas de critérios claros de avaliação, que sejam negociados e estejam legitimados; é necessário que haja, ainda, uma ampla comunicação dos objetivos e resultados, bem como as etapas para sua conquista e o impacto que o alcance de tais objetivos terá na empresa. É importante, também, segundo os autores que se capacitem os atores desse processo – avaliados e avaliadores e que se apresente a avaliação de pessoas como elemento de apoio ao desenvolvimento organizacional e profissional, bem como sejam estimuladas as avaliações de múltiplas fontes, onde o avaliado recebe o feedback de seus superiores, pares e subordinados, bem como transfira seu feedback, também, a todos os níveis desse processo. Com essa afirmação, os autores ressaltam a necessidade de se tornar o processo de avaliação de pessoas legítimo para todos os atores envolvidos no processo. E são, ainda, bastante claros quando apontam os riscos que a empresa corre ao efetuar um processo de avaliação sem os referidos critérios, pois poderá correr o grave risco de tornar essa ferramenta apenas mais uma tarefa burocrática dentro do rol de obrigações dos funcionários. 2 Administração de Materiais A administração de materiais pode ser entendida como a coordenação das atividades de aquisição, guarda e distribuição de materiais. Ela será responsável por identificar as demandas por materiais dentro da organização e por suprir estas demandas com a compra dos materiais necessários. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 14 2.1 Função Compra A função compra é um segmento essencial do setor de materiais que tem por finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços, planejá-las quantitativamente e satisfazê-las no momento certo com as quantidades corretas, verificar se recebeu efetivamente o que foi comprado e providenciar armazenamento. Os objetivos básicos da função compra são: Obter um fluxo contínuo de suprimentos a fim de atender aos programas de produção; Coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mínimo de investimento que afete a operacionalidade da empresa; Comprar materiais e insumos aos menores preços, obedecendo aos padrões de quantidade e qualidade definidos; Procurar sempre dentro de uma negociação justa e honesta as melhores condições para a empresa, principalmente em condições de pagamento. Este último objetivo pode parecer simples, mas veremos que a conduta ética na função compras, principalmente no setor público, é muito importante, inclusive para concursos. Os aspectos legais e morais são extremamente importantes para aqueles que atuam em compras, fazendo com que muitas empresas estabeleçam um “código de conduta ética”. No setor de compras os problemas relacionados com a ética afloram com maior intensidade devido aos altos valores monetários envolvidos, relacionados com critérios muitas vezes subjetivos de decisão. Saber até onde uma decisão de comprar seguiu rigorosamente um critério técnico, onde prevaleça os interesses da empresa, ou se a barreira ética foi quebrada, prevalecendo aí interesses outros, é extremamente difícil. O objetivo de um código de ética é estabelecer os limites da forma mais clara possível, e que tais limites sejam também de conhecimento dos fornecedores, pois dessa forma poderão reclamar quando se sentirem prejudicados. Vamos ver uma questão do CESPE: 2. (CESPE/ANCINE/2006) Com relação ao processo de compras no setor público, são atitudes éticas priorizar os interesses da organização, atuar de forma transparente nas negociações com fornecedores, denunciar manifestações ou tentativas de suborno e CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 15 fatos ilícitos internos relacionados a compras, ter critérios claros e transparentes no recebimento de presentes de fornecedores. A questão é CERTA. Na quase totalidade dos órgãos públicos, o Código de Conduta Ética traz os limites aceitáveis para presentes. As normas reproduzem o Código de Conduta da Alta Administração Federal: Art.9° É vedada à autoridade pública a aceitação de presentes, salvo de autoridades estrangeiras nos casos protocolares em que houver reciprocidade. Parágrafo único. Não se consideram presentes para os fins deste artigo os brindes que: I – não tenham valor comercial; ou II – distribuídos por entidades de qualquer natureza a título de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas, não ultrapassem o valor de R$ 100,00 (cem reais). Entre os fatores que permitem uma melhor negociação de compra podemos citar: Quantidade a ser adquirida; Número de fornecedores e compradores Existência de produtos substitutos; Quanto maior a quantidade que a empresa está comprando, mais chances ela terá de conseguir preços menores. Quantidades menores resultam em custos maiores. O mesmo ocorre com o número de fornecedores dos quais a empresa pode adquirir determinado produto. Se um fornecedor é monopolítisco, as condições de negociação da empresa são fracas. Contudo,mesmo havendo monopólio, podem haver produtos substitutos. Exemplos de produtos substitutos são o álcool e a gasolina (para os carros flex), a margarina e a manteiga. Estes fatores irão influenciar na decisão de centralizar ou não a gestão de compras. Vamos analisar as vantagens das diferentes estratégias. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 16 Centralização Vantagens Desvantagens Ganho de escala Uniformiza ações e materiais; Reduz duplicação de esforços; Maior controle dos estoques; Visão global Mais distante da realidade Frustração dos níveis mais baixos Processo mais demorado Descentralização Vantagens Desvantagens Rapidez nas decisões Mais motivação dos níveis inferiores; Maior proximidade entre gerentes e setor compras; Enpowerment. Maior custo Variações de política entre departamentos 2.2 Gerência de materiais e estoques Vamos começar com uma questão do CESPE para ver o conceito de estoque: 3. (CESPE/ANATEL/2004) Estoque pode ser entendido como a acumulação de recursos materiais em um sistema de transformação ou qualquer outro tipo de recurso armazenado. A questão é CERTA. Portanto, temos uma definição bem ampla, em que qualquer recurso armazenado é considerado estoque. Será que isso vale também para “recursos humanos”? Parece que sim. Para Marco Aurélio Dias, a meta principal de uma empresa é maximizar o lucro sobre o capital investido em fábrica e equipamentos, em financiamentos de vendas, em reservas de caixa e em estoques. Para que ocorra esta maximização, ou a empresa aumenta o lucro, ou diminui o capital investido. Estoque é dinheiro parado, são recursos cujo custo de oportunidade é o rendimento que eles poderiam obter em outras aplicações. A administração de materiais deve minimizar o capital total investido em estoques. O objetivo, portanto, é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa, minimizando as necessidades de capital investido. Para isso, as empresas devem ter um bom sistema de previsão para os estoques. Todo o início do estudo dos estoques está pautado na previsão do consumo do material. A previsão do consumo ou da demanda estabelece as estimativas futuras CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 17 dos produtos acabados comercializados pela empresa. A previsão constitui o ponto de partida de todo planejamento de estoques. As informações básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a distribuição no tempo da demanda dos produtos acabados podem ser classificadas em duas categorias: quantitativas e qualitativas. Como exemplos de técnicas qualitativas temos a opinião dos gerentes, dos vendedores, dos compradores, pesquisas de mercado. Já as quantitativas abrangem evolução das vendas no passado, análise de variáveis cuja evolução e explicação estão ligadas diretamente às vendas, variáveis de fácil previsão, relativamente ligadas às vendas (PIB, renda, população) ou influência da propaganda. As técnicas de previsão do consumo podem ser classificadas em três grupos: Projeção: são aquelas que admitem que o futuro será repetição do passado ou as vendas evoluirão no tempo, segundo a mesma lei observada no passado. Este grupo de técnicas é de natureza essencialmente quantitativa. Explicação: procura-se explicar as vendas do passado mediante leis que relacionam as mesmas com outras variáveis cuja evolução é conhecida ou previsível. São basicamente aplicações de técnicas de regressão e de correlação. Preção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes nas vendas e no mercado estabelecem a evolução das vendas futuras. São técnicas qualitativas. Vamos ver agora os métodos de previsão do consumo: a) Método do último período: Modelo simples e sem base matemática que consiste em utilizar como previsão para o período seguinte o valor ocorrido no período anterior. b) Método da média móvel: A previsão para o próximo período é obtida calculando-se a média dos valores de consumo nos n períodos anteriores. Por exemplo, para prever o consumo de março, utiliza-se a média do consumo dos 4 meses anteriores: novembro, dezembro, janeiro e fevereiro. Já a previsão de abril utilizará excluirá do cálculo da média o consumo de novembro e incluirá o de março. Por isso que a média é móvel. Um dos problemas deste método é que, quando o consumo é crescente, ele tende a prever valores menores, uma vez que se baseia na média de valores que ainda estavam crescendo. Quando o consumo é decrescente ocorre o inverso: a tendência é ele prever mais do que o necessário. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 18 c) Método da média móvel ponderada: Este método reduz os problemas do anterior, na medida em que atribui pesos para os meses mais recentes. Assim, fevereiro recebe peso 4, janeiro peso 3, e assim por diante. d) Método da média com ponderação exponencial: Este método, além de valorizar os dados mais recentes, apresenta menor manuseio de informações passadas. Apenas três fatores são necessários para gerar a previsão do próximo período: a previsão do último período, o consumo ocorrido no último período e uma constante que determina o valor ou ponderação dada a valores mais recentes. Este modelo procura prever o consumo apenas com a sua tendência geral, eliminando a reação exagerada a valores aleatórios. Ele atribui parte da diferença entre o consumo atual e o previsto a uma mudança de tendência e o restante a causas aleatórias. Assim, caso a previsão tenha sido de 100 unidades e o consumo verificado foi de 105, pode-se atribuir que 20%, ou seja, uma unidade, esteja ligado à tendência e o restante a fatores aleatórios. Assim, a previsão para o próximo período será de 101 unidades. e) Método dos mínimos quadrados: É usado para determinar a melhor linha de ajuste que passa mais perto de todos os dados coletados, ou seja, é a linha de melhor ajuste que minimiza as distâncias entre cada ponto de consumo levantado. O método utiliza os dados temporais e projeta a reta no espaço procurando eliminar fatores aleatórios que desviem a projeção e criem incertezas. Agora, vamos ver alguns conceitos importantes relacionados à estoques: Estoque Mínimo Chamado também de estoque de segurança, é a quantidade mínima que deve existir em estoque, que se destina a cobrir eventuais atrasos de suprimento, objetivando a garantia do funcionamento ininterrupto e eficiente do processo produtivo, sem risco de faltas. Tempo de Reposição: Segundo Dias, é o tempo gasto desde a verificação de que o estoque precisa ser reposto até a chegada efetiva do material no almoxarifado da empresa. Este tempo pode ser desmembrado em três partes: Emissão do pedido: tempo entre a emissão do pedido e sua chegada ao fornecedor; C Ponto d O ponto estoque Assim, s durante unidade mais um Lote Ec A empr realizar intervalo realizar intervalo tamanho adquirid será de econôm o lote custo to Este cu do ped armazen de arma produtos estes se de orçam apresen O lote e ao custo CURSO ON Prepara produto Transpo recebim do Pedido o do pedid mínimo m se o estoq os quais s. Quando m pedido. conômico resa pode pequenas os men grandes os ma o do lo do em ca eterminado ico de comque gera tal para a sto abran dido e o nagem. 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O pedido que a empresa irá fazer é a quantidade do LEC, que é representado pela distância entre o ponto “B” e o “C”. No ponto “C” temos o estoque máximo. Portanto, quando a empresa atinge o estoque mínimo, chega no almoxarifado o pedido, que é o LEC. Após a chegada do pedido, a quantidade em estoque será a soma do estoque mínimo com o LEC. Este será o estoque máximo porque a partir deste momento a empresa só consome, não ampliando o estoque. Giro de Estoques Mede quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque se renovou ou girou. É dado pela divisão entre o Valor Consumido no período e o Valor do estoque médio no período.Se foram consumidas no período 1500 unidades e o estoque médio foi de 100 unidades, isso significa que o estoque girou 15 vezes, ou seja, é como se o estoque tivesse atingido o máximo e zerado 15 vezes. A Estoque Máximo B C Quantidade Tempo Estoque Mínimo CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 21 Curva ABC: A curva ABC se aproxima muito do Diagrama de Pareto, que vimos na parte da qualidade total. Assim, essa ferramenta permite identificar os itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto a sua administração. Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa. Classe A – grupo de itens mais importantes qe devem ser tratados com uma atenção especial; Classe B – grupo de itens em situação intermediária; Classe C – grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção. Os itens da classe “A” correspondem em média a 80% do valor monetário do estoque, mas a apenas 20% da quantidade de itens. Os da “B” são em média 15% do valor monetário e 30% dos da quantidade. A classe “C” representa 5% do valor monetário e 50% da quantidade em estoque. Temos então a seguinte tabela: Classe % quantidade de itens % de valor A 5 75 B 20 20 C 75 5 A curva ABC tem sido utilizada para a administração de estoques , para a definição de políticas de vendas, estabelecimento de prioridades para a programação da produção e uma série de outros problemas usuais na empresa. Os itens da Classe “A” merecem um tratamento preferencial em face dos demais no que diz respeito à aplicação de políticas de controle de estoques. Desta forma, o estoque dos itens desta classe deve ser rigorosamente controlado, com o menor estoque de segurança possível. 2.3 Avaliação de Estoques Visando controlar a movimentação de seus estoques, por meio do sistema de inventário permanente, as empresas utilizam métodos (ou critérios) de avaliação de estoques, dentre os quais destacamos: a) Preço específico; CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 22 b) PEPS (FIFO); c) UEPS (LIFO); d) Média ponderada móvel (custo médio ponderado); e) Preço de venda menos margem de lucro; f) Média ponderada fixa. Preço Específico: Esse método de avaliação na verdade é o mais simples de todos. Consiste em atribuir-se o custo individualmente a cada bem adquirido pela empresa, de tal forma que, no momento da sua venda, se saiba exatamente qual é o custo daquele item específico, e aí se consiga calcular o RCM. É como se cada bem tivesse uma etiqueta informando o seu custo. No momento em que saísse do estoque para revenda, ficaria fácil saber o CMV, e conseqüentemente o RCM. PEPS ou FIFO: Imaginem um revendedor de cervejas e refrigerantes, um bar. Ele compra várias caixas de bebida praticamente todos os dias, e os preços vão variando, aumentando ou diminuindo (já que hoje em dia a inflação não é TÃO galopante). A unidade da latinha de cerveja pode sair a R$ 0,92 num dia, R$ 0,93 no outro, e R$ 0,90 no outro, e assim por diante. No momento da venda de uma lata, ou de dez latas, como ele saberá quanto custou aquela ou aquelas latinhas de cerveja? A resposta é: NÃO SABERÁ. Para calcular o custo, inventaram-se métodos que realizam uma estimativa, uma aproximação, quando é inviável a utilização do método do preço específico (visto anteriormente). O primeiro deles é o método PEPS, que significa “O PRIMEIRO A ENTRAR É O PRIMEIRO A SAIR”, ou FIFO (“FIRST IN, FIRST OUT”). Ora, trata-se de uma FILA, não é mesmo? Quando você é o primeiro a chegar na fila do INSS, ou do banco, você será (ou deveria ser) o primeiro a ser atendido, não é assim? Os primeiros lotes a serem adquiridos serão os primeiros que a empresa “baixará” do estoque. Nesse método, então, permanecem no estoque as mercadorias adquiridas por último. Como consequência, o método PEPS produzirá os seguintes efeitos: CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 23 Quando os preços da economia forem crescentes, ou seja, quando há inflação, os últimos preços são os maiores, que são os dasmercadorias que serão baixadas por último, permanecendo em estoque. Já o custo será o menor possível, se comparado com os outros métodos, pois sairão primeiro as mercadorias mais antigas, que são as mais baratas, gerando um maior resultado (lucro); Quando não há inflação, se os preços ficam constantes, os métodos gerarão os mesmos valores para estoque final, CMV e RCM; Se há queda de preços (deflação), o método PEPS registrará no estoque final os menores valores. O custo, por sua vez, será MAIOR em relação aos demais métodos (por conta da saída das mercadorias mais antigas, que são as mais caras). Isso ocasionará lucro menor. UEPS ou LIFO O método UEPS significa “O ÚLTIMO A ENTRAR É O PRIMEIRO A SAIR”, ou LIFO (“LAST IN, FIRST OUT”). Isso equivale a uma “pilha de coisas”, como jornal velho, por exemplo. Você vai guardando os jornais velhos um em cima do outro. Se você precisar de um jornal, vai acabar pegando o de cima, ou seja, o último que entrou no estoque, enquanto que o primeiro a ser estocado só sairá de lá quando não houver outro jornal no estoque a não ser ele mesmo. Como consequência, ao contrário do método PEPS, o método UEPS produzirá os seguintes efeitos: • Quando os preços da economia forem crescentes, ou seja, quando há inflação, os últimos preços são os maiores, que são os das mercadorias que serão baixadas primeiro. Já o custo será o MAIOR possível, se comparado com os outros métodos, pois sairão primeiro as mercadorias mais RECENTES, que são as mais CARAS, gerando um MENOR resultado (lucro). Esse método NÃO é aceito pela legislação do IR; • Quando não há inflação, se os preços ficam constantes, os métodos gerarão os mesmos valores para estoque final, CMV e RCM; • Se há queda de preços (deflação), o método UEPS registrará no estoque final os MAIORES valores. O custo, por sua vez, será MENOR em relação aos demais métodos (por conta da saída das mercadorias mais RECENTES, que são as mais BARATAS). Isso ocasionará lucro MAIOR. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 24 Média Ponderada Móvel: Nesse método, a cada unidade comprada com preço diferente do constante do estoque, o custo unitário do estoque deve ser recalculado. Evitam-se assim os valores extremos que ocorrem ao se avaliar pelo PEPS ou pelo UEPS. No momento da venda, basta dar saída à mercadoria pelo custo unitário dos itens em estoque. Para calcular o custo médio do estoque, basta dividir o valor total estocado (o que já tinha mais o que entrou), pela quantidade de mercadorias. Vale lembrar que nesse método é necessária a realização de arredondamentos. Média Ponderada Fixa Consiste em consolidar todas as vendas do período como se fosse uma só, atribuindo-se ao custo de saída das mercadorias (o custo das mercadorias vendidas – CMV) o valor do custo médio das entradas, considerando sempre o estoque inicial. Para calcularmos o custo médio das entradas, basta efetuarmos uma média ponderada simples dos valores de todas as aquisições e mais o estoque inicial. Não esquecer do estoque inicial. Método do Varejo: O método do varejo é também conhecido popularmente como “preço de venda menos margem de lucro”. É também um dos critérios de avaliação de estoques aceitos pela legislação tributária, conforme previsão do art. 2º da Lei nº 7. 959/89 e tem aparecido de vez em quando em questões de prova (inclusive aplicadas pela ESAF). Trata-se de atribuir uma margem de lucro para determinado produto, uma vez que o controle por fichas de estoque poder-se-ia tornar muito oneroso para a empresa, dada a grande quantidade de mercadorias que são adquiridas e vendidas por dia. Normalmente, essa margem é aplicada ao preço de custo, mas há que se ter cuidado. Se a questão falar em margem de lucro sobre o preço de venda, não vamos brigar com a prova não é mesmo? O estoque final é avaliado quantitativamente, por contagem física ou por controles permanentes, pelo seu preço de venda multiplicado pelo quociente (índice) de custo/varejo. Isto nada mais é do que uma “regra de três”. Para a obtenção do quociente, necessitamos dos valores dos estoques disponíveis (inicial + compras) a preços de custo e de venda. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 25 3 Gestão de Contratos Segundo a Lei 8.666/93: Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada. Quando ela fala em acordo de vontades, está se referindo ao princípio da autonomia da vontade – apesar de algumas cláusulas do contrato serem impostas pela Administração, isso não quer dizer que o particular seja obrigado a contratar. Ele pode recusar o contrato. Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro: A expressão contratos da administração é utilizada, em sentido amplo, para abranger todos os contratos celebrados pela Administração Pública, seja sob o regime de direito público, seja sob regime de direito privado. E a expressão contrato administrativo é reservada para designar tão somente os ajustes que a administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos, segundo regime jurídico de direito público. Costuma-se dizer que, nos contratos de direito privado, a Administração se nivela ao particular, caracterizando-se a relação jurídica pelo traço da horizontalidade e que, nos contratos administrativos, a Administração age como poder público, com todo o seu poder de império sobre o particular, caracterizando-se a relação jurídica pelo traço da verticalidade Temos assim dois tipos de contratos celebrados pela Administração Pública. Os contratos da administração são aqueles em que a Administração nivela-se ao particular, caracterizando-se a relação jurídica acordada pela horizontalidade, ou seja, pela igualdade. É exemplo o contrato de locação, quando Administração aluga um edifício. Já os contratos administrativos propriamente ditos têm são marcados pela verticalidade, uma vez que a Administração faz uso de seu poder de império, CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 26 colocando-se em posição superior a do particular. Como exemplos temos os contratos de concessão ou permissão de serviços públicos. Esta superioridade da Administração materializa-se por meio de privilégios especiais que detém ao contratar, configurados nas denominadas cláusulas exorbitantes. Veremos elas mais adiante. Vamos ver uma questão do CESPE: 4. (CESPE/SEAD-PA/2004) A APA, mediante contrato de locação celebrado com um particular, alugou um prédio no centro de Belém - PA para servir-lhe como sede. Nessa situação, o contrato de locação deve ser considerado um contrato administrativo. A questão é errada porque esse é um caso de contrato da administração, e não contrato administrativo. A própria Lei 8.666 trata deles em separado, no parágrafo terceiro do art. 62. § 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber: I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado; II - aos contratos em que a Administraçãofor parte como usuária de serviço público. Algo importante aqui é que, embora a doutrina apontasse, até pouco tempo atrás, a existência das cláusulas exorbitantes apenas nos contratos administrativos propriamente ditos, já que nos contratos da administração a característica é a horizontalidade entre as partes contratantes, a Lei 8.666/93 determinou que as cláusulas exorbitantes aplicam-se também, no que couber, aos contratos de direito privado celebrados pela Administração. O “no que couber” significa que elas se aplicam apenas se não contrariarem a legislação de direito privado. Isso já foi cobrado pela ESAF: 5. (ESAF/TRF/2003) As normas gerais, relativas a contratos administrativos, contidas na Lei nº 8.666/93, assim como as prerrogativas conferidas à Administração, em razão do seu regime jurídico, aplicam-se aos de seguro, de financiamento e de locação (em que o Poder Público seja locatário), no que couber. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 27 A questão é certa, as cláusulas exorbitantes aplicam-se aos contratos de direito privado no que couber. Só que prestem atenção no “no que couber”. Vejam essa questão do CESPE: 6. (CESPE/INSS/2001) As chamadas cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos não se aplicam a todos os contratos celebrados pela administração pública. Apesar de as cláusulas exorbitantes serem aplicadas aos contratos de direito privado, isto está restrito pelo “no que couber”. Quando o direito privado não permitir no contrato a presença de tais cláusulas, elas não poderão ser usadas. Por isso a questão está certa. 3.1 Características Maria Sylvia Zanella Di Pietro aponta as seguintes características dos contratos administrativos: Presença da Administração como Poder Público; Finalidade Pública; Obediência à forma prescrita em lei; Procedimento Legal; Natureza de contrato de adesão; Natureza intuitu personae; Presença de cláusulas exorbitantes; Mutabilidade. Vamos dar uma olhada nelas: Presença da Administração como Poder Público O contrato administrativo é aquele celebrado quando a Administração atua como Poder Público, fazendo uso de seu poder de império, ou seja, quando ela se coloca acima dos particulares. Nos contratos administrativos a administração aparece com uma série de prerrogativas que garantem a sua posição de supremacia sobre o particular. Elas vêm expressas precisamente por meio das chamadas cláusulas exorbitantes, ou de privilégio ou de prerrogativas. Vamos ver uma questão: CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 28 7. (CESPE/OAB-ES/2004) Contratos administrativos são aqueles em que ao menos uma das partes é um ente federativo ou uma entidade da administração indireta. A questão é errada porque esta não é uma condição, por si só, suficiente para que o contrato seja considerado administrativo. É necessário que o ente atue na condição de poder público, ou seja, objetivando um interesse público. Finalidade Pública Esta característica está presente não só no contrato administrativo, mas também nos contratos da Administração. Todos os atos e contratos da Administração Pública, ainda que regidos pelo direito privado, devem ser orientados pelo interesse público. Formalismo OS contratos administrativos devem seguir as regras estabelecidas em lei. A lei determina inúmeras normas referentes à forma. Apenas em uma hipótese abre a lei margem para o estabelecimento de contratos verbais: quando se tratar de compras de pequena monta e de pronto pagamento feitas em regime de adiantamento. A Lei exige que os contratos administrativos mais vultosos sejam formalizados por meio de instrumento de contrato. Segundo o art. 62, caput, da Lei 8.666/93, o instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e tomada de preços, bem como nos de dispensa e inexigibilidade que se situem nos limites correspondentes àquelas modalidades de licitação. Nos demais casos, a lei admite que o instrumento de contrato seja substituído por outros instrumentos, tais como a carta-contrato, a nota de empenho de despesa, a autorização de compra e a ordem de execução de serviço. § 4º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica. Procedimento Legal A lei estabelece determinados procedimentos obrigatórios para a celebração de contratos e que podem variar de uma modalidade para outra, compreendendo medidas como autorização legislativa, avaliação, motivação, autorização pela CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 29 autoridade competente, indicação de recursos orçamentários e licitação. A própria CF faz algumas exigências, como a necessidade de licitação para contratos de obras, serviços, compras e alienações, além da concessão de serviços públicos. Contrato de Adesão Todas as cláusulas dos contratos administrativos são fixadas unilateralmente pela administração. Contratos de adesão são aqueles em que uma das partes impõe a maioria ou a totalidade das cláusulas, cabendo à outra apenas concordar ou não com elas, sem possibilidade de alterá-las. Nos contratos administrativos a Administração impõe ao particular as cláusulas do acordo, sem que este possa fazer uma contraproposta. Para corroborar isso, a minuta do termo de contrato deve constar do ato convocatório da licitação. Assim, aquele que ingressa no procedimento licitatório já sabe, de antemão, em que termos contratará com a Administração. Natureza Intuitu Personae Antes da assinatura do contrato administrativo, normalmente ocorre uma licitação. Nesse certame saíra um vencedor, o qual tem o direito de ter adjudicado o objeto do processo licitatório. Não podemos confundir a adjudicação com a assinatura do contrato, ela é o ato unilateral pelo qual a Administração declara que, se for celebrar o contrato referente ao objeto da licitação, obrigatoriamente o fará com o licitante vencedor. A natureza intuitu personae significa que o contratado deve executar por suas próprias forças o objeto licitado, não podendo repassá-lo, em princípio, a terceiros. Em vista disso, é caso de rescisão do contrato a subcontratação ou então o falecimento do contratado pessoa física ou de falência do contratado pessoa jurídica. Porém, existem exceções a este ao caráter intuitu personae dos contratos administrativos. O art. 72 da Lei 8.666/93 prevê a subcontratação parcial, sem exclusão das responsabilidades legais e contratuais do subcontratante, desde que não vedada no edital e no contrato, e seja autorizada caso a caso pela Administração, que deverá estabelecer as parcelas do objeto que podem ter sua execução transferida a terceiros. Cláusulas Exorbitantes As cláusulas exorbitantes são as prerrogativas outorgadas com exclusividade à Administração para assegurar a perfeita execução do objeto do contrato e que, portanto, asseguram-lhe uma posição de prevalência sob a outra parte contratante. São denominadas exorbitantes justamente porque extrapolam o direito comum, CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 30 sendo incomuns ou mesmo inadmissíveis num ajuste firmado apenas porparticulares. Entre as cláusulas exorbitantes, estão os poderes de: Exigir garantias; Alterar unilateralmente o contrato; Rescindir unilateralmente o contrato; Fiscalização; Aplicação de penalidades; Anulação; Retomada de objeto; Restringir o uso da exceptio non adimpletti contractus. Veremos estes poderes mais a frente. Por enquanto, basta saber que a restrição ao uso da exceptio non adimpletti contractus significa que o contratado não poderá interromper a prestação do serviço público em virtude de inadimplência da administração. Vinculação ao edital Outra característica que podemos incluir aqui é a vinculação do contrato às condições estipuladas no ato convocatório da licitação. Segundo o art. 54: § 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam. § 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta. 3.2 Formalidades Vamos ver agora algumas regras atinentes à elaboração do contrato. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 31 a) Cláusulas Obrigatórias O art. 55 estabelece quais são as cláusulas que devem constar do contrato administrativo: I. o objeto e seus elementos característicos; II. o regime de execução ou a forma de fornecimento; III. o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; IV. os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; V. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica; VI. as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas; VII. os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas; VIII. os casos de rescisão; IX. o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei; X. as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso; XI. a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; XII. a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos; XIII. a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. As três primeiras cláusulas estão ligadas à licitação, uma vez que o objeto, o regime de execução e a forma de pagamento já foram definidas antes. O inciso XI também reforça esta vinculação, ao exigir uma cláusula vinculando o contrato à licitação que o originou, ou então ao ato que dispensou a licitação, ao convite e a proposta vencedora. A descrição do objeto é de suma importância para a licitação. Segundo Acórdão do TCU: CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 32 Abstenha-se de firmar contrato com objeto amplo e indefinido, do tipo guarda-chuva, em observância aos termos do art. 54, §1º, da Lei n.º 8.666/1993. O inciso V visa assegurar que não seja contratada qualquer despesa sem a sua previsão no orçamento ou em créditos adicionais. O recurso tem que estar disponível, sendo necessário indicar no contrato o crédito pelo qual ocorrerá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica. Quando a administração exigir garantias, estas devem constar do contrato. É a critério da autoridade competente a exigência ou não de garantia. Contudo, quando ela for exigida, estando prevista no instrumento convocatório, deverá estar estabelecida no contrato. Os direitos e responsabilidades, tanto do contratado quanto da administração, deverão estar presentes no contrato, inclusive as penalidades cabíveis e o valor das multas. Contudo, não pode haver cláusula prevendo multa no caso de a administração rescindir o contrato, conforme a Simula 205 do TCU. É inadmissível, em princípio, a inclusão, nos contratos administrativos, de cláusula que preveja, para o Poder Público, multa ou indenização, em caso de rescisão. Por fim, o contrato deve deixar claro que o contratado tem a obrigação de manter, durante toda a execução do contrato, as condições de habilitação e qualificação da licitação. b) Garantias Podemos falar em garantias em dois momentos. O primeiro é na fase de habilitação da licitação e o segundo na assinatura do contrato. A garantia na habilitação está prevista no art. 31: Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico- financeira limitar-se-á a: III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação. Já a garantia na assinatura do contrato está prevista no art. 56: CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 33 Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras. § 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; II - seguro-garantia; III - fiança bancária. A exigência ou não de garantia é uma decisão discricionária da autoridade responsável pelo procedimento licitatório, em ambos os casos. Segundo o TCU: O licitante pode optar por uma das modalidades previstas no art. 56: caução em dinheiro ou títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária. A Lei 11.079/2204 veio tornar mais rígidos os requisitos para a admissão dos títulos de dívida pública, asseverando que esses devem ter “sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliado pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda”. Ainda segundo o art. 56: § 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo. § 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato. Assim, enquanto na habilitação a garantia não pode ultrapassar 1% do valor estimado do objeto da licitação, a garantia na contratação não excederá a 5% doCURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 34 valor do contrato. Somente nos casos de obras, serviços e fornecimentos de grande vulto é que a Administração poderá exigir uma garantia de até 10% do valor do contrato. § 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente. Encerrado o contrato com seu regular cumprimento a garantia será restituída ao particular e, quando em dinheiro, será atualizada monetariamente. A Administração poderá descontar da garantia, por ato próprio, o valor das indenizações devidas pelo contratado pelo inadimplemento ou adimplemento irregular ou incompleto de suas obrigações. Vamos ver uma questão do CESPE: 8. (CESPE/ANATEL-CF/2007) A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras. Caberá, portanto, a essa autoridade estabelecer a modalidade de garantia a ser prestada pelo contratado. A questão é errada, pois cabe ao contratado escolher a modalidade de garantia. c) Duração e Prorrogação Segundo a Lei 8.666/93: Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos: I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório; II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 35 III - (VETADO) IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. Podemos definir a duração ou prazo de vigência o período em que os contratos produzem direitos e obrigações para as partes contratantes. É vedado o contrato administrativo que tenha prazo de vigência indeterminado. A vigência é uma das cláusulas obrigatórias dos contratos administrativos, que só terão validade e eficácia após assinado pelas partes contratantes e publicado seu extrato na imprensa oficial. O art. 57 estabelece que os contratos têm sua vigência limitada aos respectivos créditos orçamentários, em observância ao princípio da anualidade do orçamento. Portanto, os contratos vigoram até 31 de dezembro do exercício financeiro em que foram formalizados, independentemente de seu início. Se o contrato foi assinado em 1º de dezembro de 2009, sua vigência é até 31 de dezembro de 2009. Existem exceções: projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, que podem ser prorrogados, se houver interesse da Administração e previsão no ato convocatório. Exemplo: construção de um hospital de grande porte; serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por até 60 meses. Exemplo: serviços de limpeza e conservação; aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática, que podem ser prorrogados pelo prazo de até 48 meses. Exemplo: aluguel de computadores. Os contratos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual podem ser prorrogados diversas vezes, sem as limitações de tempo aplicáveis às outras hipóteses de prorrogação. Não poderão, contudo, ser firmados por prazo indeterminado, tal como os demais contratos. Os contratos de direito privado, ou contratos da administração, como os de seguro e de financiamento, não se sujeitam às regras aqui expostas, pois o art. 62, § 3º, da Lei, ao estender aos contratos de direito privado algumas das normas nela prescritas, não faz remissão ao art. 57, que disciplina os prazos de duração dos CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 36 contratos administrativos. Assim, tais contratos, quanto ao seu prazo de vigência, devem observar as normas de direito privado. Pode a União, por exemplo, firmar um contrato de locação pelo período de cinco anos (superior ao período de vigência dos créditos orçamentos, que corresponde ao ano civil). A segunda exceção permite que os serviços de natureza contínua possam ser assinados com prazo superior ao exercício. Segundo a Decisão 90/2001 do TCU: Serviços a serem executados de forma contínua são aqueles cuja necessidade se prolonga por um período indefinido ou definido e longo, essencial ao atingimento de um objetivo público de caráter indivisível. No entanto, há que se definir o que seja necessidade pública permanente e contínua. Necessidade contínua é aquela que não se extingue instantaneamente, exigindo a execução prolongada, sem qualquer interrupção. Não satisfaz a necessidade pública contínua a prática de um só ato ou de mais de um ato de forma isolada. Está relacionada com a forma de execução do contrato. Necessidade permanente está relacionada com o fim público almejado pela Administração. Se este fim público persistir inalterado por um prazo longo de tempo, podemos afirmar que a necessidade dessa atividade estatal é permanente. A necessidade pública permanente é aquela que tem que ser satisfeita, sob pena de inviabilizar a consecução do objetivo público. Ou seja, tem que ser uma atividade essencial para se atingir o desiderato estatal. Assim, para configurar serviço contínuo, o importante é que ele seja essencial, executado de forma contínua, de longa duração e que o fracionamento em períodos prejudica a execução do serviço. Pode-se observar que os serviços contínuos possuem as seguintes características: Ser essencial; Executado de forma contínua; De longa duração; O fracionamento em períodos prejudica a execução do serviço. O prazo dos contratos de serviços contínuos pode chegar até 60 meses, mas ainda pode ser prorrogado por mais 12 meses. CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA TRIBUNAIS PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS www.pontodosconcursos.com.br 37 § 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses. Em situações excepcionais, o prazo de duração dos contratos relativos a serviços de execução continuada pode estender-se por mais 12 (doze) meses, desde que exista justificação prévia por escrito e anuência de autoridade superior àquela competente para autorizar a prorrogação por até mais 60 meses. O prazo total deste contrato poderá chegar, portanto, a 72 meses (60/prazo inicial e prorrogação + 12/prorrogação em situações excepcionais). O § 1º do art. 57 traz as hipóteses de prorrogação dos contratos de forma geral: § 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico- financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: I. alteração do projeto ou especificações, pela Administração; II. superveniência de
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