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Psicologia Social

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Psicologia Social Americana (Material Organizado pela Professora Meg Gomes Martins) 
 
 
 1
PSICOLOGIA SOCIAL 
 
1. Atribuição: explicando o comportamento dos outros 
2. Atitudes: nossa predisposição aprendida em relação aos outros 
3. Preconceito e Discriminação 
4. Atração Interpessoal 
 4.1. Atração Física 
 4.2. Proximidade 
 4.3. Semelhança 
 4.4. Amar e gostar 
 5. Influência Social: conformidade e obediência 
5.1. Conformidade – acompanhando os outros 
5.2. Obediência – atender a um comando 
 6. Processos de grupo: filiação e tomada de decisão 
 6.1. Filiação ao grupo – Papéis no grupo 
 6.2. Tomada de decisão em grupo 
 7. Agressão 
 8. Altruísmo 
 
 
 Os psicólogos sociais estudam como outras pessoas influenciam o comportamento de 
um indivíduo. Lembrando que comportamento é entendido como não só as ações, como também os 
pensamentos e sentimentos das pessoas que influenciam e são influenciados pelo meio ambiente. 
 Os psicólogos sociais usam técnicas e métodos científicos da psicologia como 
experimentos, estudos de caso, relatos verbais, estudos de campo, estudos longitudinais, etc., 
buscando respostas científicas às questões sociais. 
 
Pense nesses fatos: 
• Como pode uma mãe brutalizar e torturar seu filho? 
• Por que alguém entraria em um prédio em chamas para salvar um estranho? 
• Por que fulano parou de sair comigo? 
 
 Tentar entender o mundo ao nosso redor significa, freqüentemente, tentar entender o 
comportamento de outras pessoas. 
 
1. Atribuição: explicando o comportamento dos outros 
 
 Por que as pessoas fazem o que fazem? 
 O processo de procura por razões e explicações para o comportamento dos outros é 
denominado atribuição. 
 Basicamente nós atribuímos ao comportamento dos outras explicações disposicionais 
ou situacionais. 
 Atribuição disposicional – quando atribuímos as ações das pessoas às suas 
características pessoais, motivos e intenções próprio. “É porque ela nasceu assim”, “Isso está 
inerente a ela”. A explicação para o comportamento recai sobre traços de personalidade. 
 Também pode ser chamada de Atribuição causal interna, que é o processo pelo qual 
o nosso comportamento, assim como o dos outros, é assumido como dependendo de causas ou 
fatores internos que são interiores a nós próprios, que está relacionado com quem nós somos, como 
somos e como nos sentimos num determinado momento, tais como, traços de personalidade, humor, 
atitudes, capacidade, esforço, etc. 
Psicologia Social Americana (Material Organizado pela Professora Meg Gomes Martins) 
 
 
 2
 
 Atribuição situacional – quando atribuímos as ações das pessoas às demandas 
situacionais e às pressões ambientais, as condições externas como a economia do país, a infra-
estrutura do bairro que mora, a família que o educou. 
 Também chamada de atribuição causal externa, que é o processo pelo qual o nosso 
comportamento, assim como o dos outros, é assumido como dependendo de causas ou fatores 
situacionais, externos à pessoa. Fatores situacionais são aqueles que influenciam o nosso 
comportamento, exteriores a nós próprios, e que essencialmente estão dependentes da situação em 
que nos encontramos num determinado momento. Podem ser fatores físicos (temperatura do ar, 
ruído, cores, etc.), fatores sociais, (factuais relacionados com a presença real ou implícita de outras 
pessoas). 
 
 Quando não fazemos atribuições precisas cometemos erros de atribuição, que podem 
ser de dois tipos: erro fundamental de atribuição e o autoviés. 
 
 Erro fundamental de atribuição – quando no julgamento do comportamento das 
pessoas são focalizados os fatores disposicionais em vez da própria situação. Muitas vezes é mais 
fácil atribuir comportamentos à personalidade das pessoas, pois é mais difícil analisar os fatores 
situacionais. 
 
Exs.: 
a) é mais fácil atribuir o título de ‘mau caráter’ ao fulano que se apropria indevidamente do 
seguro-desemprego, sem estar desempregado, do que observar os fatores situacionais da 
pobreza e da vida sócio-econômica insegura que muitos vivem em nosso país. 
b) é mais fácil chamar a pessoa de que cometeu um furto de ‘marginal’ do que considerar os 
fatores que levaram ela a aprender a obter as coisas desta maneira (fome, modelos inadequados). 
 
 Autoviés - quando julgamos o comportamento dos outros, tendemos a enfatizar os 
fatores internos de personalidade sobre as causas situacionais externas. Entretanto quando 
explicamos nosso próprio comportamento, favorecemos as atribuições pessoais internas em nossos 
sucessos e as atribuições ambientais externas em nossos fracassos, a fim de manter nossa auto-
estima. 
 
Exs.: 
a) se o casamento está indo bem, é porque você é uma ótima esposa ou marido. Se o casamento 
fracassou é porque o outro não prestava e você é a vítima (“bem que mamãe falou”); 
b) se o aluno sai-se bem na prova é porque ele é inteligente, porém se fracassar é porque o professor 
não ensinou a matéria corretamente. 
 
 
Psicologia Social Americana (Material Organizado pela Professora Meg Gomes Martins) 
 
 
 3
2. Atitudes: nossa predisposição aprendida em relação aos outros 
 
 Atitude é a resposta cognitiva, afetiva e prática em relação a um objeto específico 
qualquer. É o conceito de comportamento. 
 
 Componentes das atitudes: Componente cognitivo – pensamentos e crenças 
 Componente afetivo ou emocional - sentimentos 
 Componente comportamental ou prático – ações 
 
Ex: Atitude perante a maconha: 
 
Componente cognitivo = Pensar que a maconha é uma droga relativamente segura. 
Componente afetivo = A ansiedade por alguns governantes mostrarem-se a favor da legalização da 
maconha. 
Componente prático = Escrever para os governantes contra a proposta da legalização. 
 
 As pessoas não nascem com suas atitudes; elas foram aprendidas por meio da 
experiência direta ou da observação. Os políticos sabem disso e gastam milhões em campanhas para 
moldarem e manipularem as atitudes que mudam durante toda a vida das pessoas devido à 
reformulação de conceitos (o que na psicologia social chama-se dissonância cognitiva). 
 
 
Psicologia Social Americana (Material Organizado pela Professora Meg Gomes Martins) 
 
 
 4
3. Preconceito e discriminação 
 
 Preconceito = comportamento que envolve, de modo amplo, o estereótipo 
(componente cognitivo), os sentimentos de rejeição (componente afetivo) e a discriminação 
(componente comportamental ou prático). 
 
 Preconceito é a atitude negativa dirigida à determinada pessoa em razão de sua 
filiação a um grupo identificado. É um prejulgamento de outras pessoas baseado em conhecimento 
e contato limitados; faz-nos criar vieses e limita nossa habilidade de interação com grupos 
deferentes. 
 Há formas positivas de preconceito quando admiramos algo, mas até essa forma pode 
prejudicar as vítimas. 
 
Exs.: 
a) “todas as mulheres amam bebês” é uma forma positiva de preconceito, mas pode ser uma forma 
negativa para a mulher que não gosta de estar cercada por bebês; 
b) “os afro-americanos são atletas naturais” é uma forma positiva de preconceito, mas pode ser uma 
forma negativa para os afro-americanos que vêem no atletismo o único meio de chegarem ao 
sucesso. 
 
 Existem muitos fatores que interferem para a atitude preconceituosa, mas os 
principais são: 
 
1. Aprendizagem = quando o preconceito ocorre pela aprendizagem social. 
 
Exs: 
a) pela forma da observação quando a criança vê na TV, livros ou revistas certos grupos (índios, 
negros, mulheres, pobres, etc) em papéis estereotipados, e aprendem que isso deve ser aceitável. 
b) pela forma de modelação (modelos) quando a criança ouve e depois imita seus pais, amigos e 
professores expressando preconceito. 
c) pela forma do condicionamento clássico quando a pessoa desmerece outra e sente aumentoda 
auto-estima, sente uma sensação fisiológica de prazer. 
d) pela forma de condicionamento operante quando a pessoa recebe aprovação dos outros ao 
expressar sentimentos racistas ou sexistas. 
e) pela forma de generalização, quando a pessoa passa por uma experiência negativa com um 
membro específico de um grupo e, depois estende essa experiência aos demais membros desse 
grupo. 
 
2. Processos cognitivos = pela categorização quando as pessoas usam estereótipos para classificar 
os outros. 
 
 Existem duas categorizações: o ingroup e o outgroup. 
 O ingroup é qualquer categoria à qual as pessoas sentem pertinência. 
 O outgroup consiste em todas as demais pessoas. 
 
 Quando as pessoas tendem a ver os membros dos ingroups como mais atraentes e 
com comportamentos mais aceitos ocorre o favoritismo intragrupo. 
 Quando as pessoas tendem a perceber maior diversidade entre os membros de seu 
próprio ingroup e menor no outgroup ocorre a homogeneidade extragrupo. 
Psicologia Social Americana (Material Organizado pela Professora Meg Gomes Martins) 
 
 
 5
 A homogeneidade extragrupo pode ser perigosa porque quando indivíduos diferentes 
e complexos não são percebidos com as mesmas necessidades e sentimentos do grupo dominante 
são tratados como indivíduos sem identidade e de modo discriminatório. A falta de identidade é 
uma arma para desmerecer o outro. 
 
3. Competição econômica e política = o preconceito ocorre pela forma de poder, de competição por 
recursos limitados. É mantido porque oferece vantagens econômicas e políticas significativas para o 
grupo dominante. 
 
Ex: 
a) estereótipo de que os negros são inferiores que os brancos para justificar uma ordem social nos 
EUA. 
 
4. Agressão deslocada = a questão do ‘bode expiatório’. Quando a fonte de frustração é mais forte e 
não pode ser combatida de frente, as pessoas tendem a agredir moralmente ou fisicamente um alvo 
menos ameaçador. 
 
Ex: 
a) para justificar a perseguição aos judeus por Hitler criou-se o estereótipo de que os judeus eram 
culpados pela decadência econômica da Alemanha durante a Grande Depressão dos anos 30. 
 
 Como reduzir o preconceito e a discriminação? 
- Encorajando a cooperação em vez da competição; 
- Buscando metas superiores; 
- Aumentando o contato entre os grupos, com cautela com a interação, a 
interdependência e o status igual (todos devem estar no mesmo nível); 
- Reforçando as semelhanças e não as diferenças. Ao enfatizar diferenças de 
gênero podemos estar encorajando estereótipos (Ex: livro: ‘Homens são de 
marte, mulheres são de Vênus’); 
- Generalizando experiências positivas em um grupo para outros grupos. 
 
Nota: 
O preconceito em relação aos LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) não se justifica de 
modo biológico, apenas social. Muitas pessoas até concebem a idéia do homossexualismo, mas não 
com ela própria, nem como um familiar ou que não pode ser demonstrado de forma pública. 
Ocorre que o toque é um reforço primário e, portanto, de grande valor todas as pessoas. Se 
fecharmos os olhos e deixarmos sermos tocados sentiremos prazer ao toque porque o conforto é 
uma sensação biológica, ocorre com todos os organismos. 
Entretanto, quando abrirmos os olhos e vemos quem nos tocou aí começa o preconceito. Quando 
estamos com os olhos fechados o toque é prazeroso seja ele vindo de uma pessoa do mesmo sexo, 
de uma pessoa negra, índio, deficiente, qualquer outra fantasia discriminatória. 
Como ser humano biologicamente constituído não existe ninguém melhor ou pior do que ninguém. 
O social é que nos coloca esta lente em nossos olhos que separa quem eu gosto e quem eu não 
gosto. Quem eu aceito e quem eu não aceito. 
 
Psicologia Social Americana (Material Organizado pela Professora Meg Gomes Martins) 
 
 
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4. Atração Interpessoal 
 
 A atração representa uma variedade de experiências sociais – admiração, simpatia, 
amizade, intimidade, luxúria e prazer. É composta por três fatores essenciais: atração física, 
proximidade e semelhança. 
 
4.1. Atração Física 
 
 Mais influente nos estágios iniciais dos relacionamentos. 
 Os indivíduos atraentes são vistos por homens e mulheres como mais equilibrados, 
interessantes, cooperativos, realizadores, sociáveis, independentes, inteligentes e sexualmente 
ardentes (Chia et al., 1998; Eagly et al., 1991; Garcia e Khersonsky, 1997; Mulford et al., 1998). 
 Como a atratividade percebida aumenta com a exposição repetida, tendemos a achar 
as pessoas familiares fisicamente mais atraentes do que as estranhas. 
 Conforme Buss (1994), os homens preferem namorar jovens lindas, enquanto as 
mulheres preferem homens que têm recursos e status social. Entretanto, as práticas da seleção do 
parceiro podem adaptar-se à mudança social. À medida que as mulheres conquistam mais poder e 
status, são menos suscetíveis de julgar os homens por seus recursos financeiros e status social, e sua 
beleza e juventude são mais valorizadas. 
 
4.2. Proximidade 
 
 Mais influente nos estágios iniciais dos relacionamentos. 
 A atração depende das pessoas estarem no mesmo lugar ao mesmo tempo. 
 A proximidade favorece a atração devido à mera exposição. Como as pessoas 
familiares tornam-se fisicamente mais atraentes com o decorrer do tempo, a exposição repetida 
também aumenta o grau de atração. 
 É mais provável que as coisas já vistas sejam menos ameaçadoras que um novo 
estímulo. 
 Gostamos de nós mesmos quando nos vemos de modo familiar. Mia, Dermer e 
Knight (1977), em um estudo sobre atração interpessoal, mostraram a estudantes universitários suas 
fotos normais ou invertidas (imagens no espelho). Os resultados foram que os estudantes preferiram 
as fotos investidas às normais porque eram as imagens que viam no espelho. Os amigos íntimos dos 
mesmos estudantes preferiram suas fotos normais uma vez que estavam habituados a essas imagens 
(Daí o porque a gente nunca acha que se saiu bem na foto 3x4!). 
 
4.3. Semelhança 
 
 Mais influente na manutenção dos relacionamentos. 
 Tendemos a preferir e a ficar com pessoas mais parecidas conosco, as que 
compartilham nossa etnia, classe social, interesses e atitudes. 
 
4.4. Amar e gostar 
 
 Segundo Zick Rubin (1970, 1992) os casais que se amam muito passam mais tempo 
trocando olhares do que os que se amam pouco. 
 O amor é mais intenso que a afeição e possui três elementos básicos: 
• carinho - desejo de ajudar outra pessoa, 
• companhia - necessidade de estar com a outra pessoa e 
• intimidade - empatia e confiança decorrente da comunicação íntima e franca. 
Psicologia Social Americana (Material Organizado pela Professora Meg Gomes Martins) 
 
 
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a) Amor romântico ou apaixonado 
 
 Amor romântico ou apaixonado é qualquer atração intensa que envolve a idealização 
do outro, em um contexto erótico, com a expectativa de duração por algum tempo futuro 
(Jankowiak, 1997). 
 É tipicamente de curta duração. Pense bem: emoção dessa intensidade pode durar 
para sempre? O que aconteceria se outras emoções intensas, como a dor e o prazer, fossem eternas? 
Se passássemos muito tempo envolvidos no amor romântico, o que aconteceria com as demais 
atividades de nossas vidas, como escola, carreira e família? 
 
 Como manter o amor romântico? 
- Colocando à prova com interferências ou alguma frustração. 
- Manter sob reforçamento intermitente (ora se vê, ora não; ora sai juntos, ora não, 
etc). 
- Arranjar situações que nunca permitam conhecermos verdadeiramente a outra 
pessoa; fantasiar; não saber quando virá o reforço. (Ex: os romances pela internet 
ou nos velhos tempos do colégio). 
- Reconhecer sua fragilidade e nutri-lo com “surpresas” cuidadosamente 
planejadas, flertes, bajulação, jantares e comemorações especiais. 
 
b) Amor de compromisso 
 
 Baseado na admiração e respeito,em combinação com sentimentos profundos de 
carinho pela pessoa e comprometimento pelo relacionamento. 
 Ex: amor por nossos amigos. 
 O amor de compromisso, diferente do amor romântico de vida bem mais curta, 
parece crescer mais forte com o tempo e, freqüentemente, dura toda a vida. 
 Uma dica para manter o amor de compromisso é ignorar os erros do outro não no 
sentido de não se importar, mas sim no sentido de saber que todos temos defeitos, mas não 
precisamos ficar enfatizando-os a todo o momento; temos que valorizar as qualidades do outro. 
 
Exemplo de amor de compromisso: 
"Eu queria sair por aquela porta e conhecer alguém. Assim, sem precisar procurar no meio da 
multidão. 
Alguém comum, sem destaques evidentes, sem cavalos brancos ou dentes perfeitos. 
Alguém que soubesse se aproximar sem ser invasivo ou que não se esforçasse tanto 
para parecer interessante. 
Alguém com quem eu pudesse conversar sobre filosofia, literatura, música, política ou 
simplesmente sobre o meu dia. 
Alguém a quem eu não precisasse impressionar com discursos inteligentes ou com 
demonstrações de segurança e autoconfiança. 
Alguém que me enxergasse sem idealizações e que me achasse atraente ao acordar, de camisa 
amassada e sem maquiagem. 
Alguém que me levasse ao cinema e, depois de um filme sem graça, me roubasse boas gargalhadas. 
Alguém de quem eu não quisesse fugir quando a intimidade derrubasse nossas máscaras. 
Eu queria não precisar usá-las e ainda assim não perder o mistério ou o encanto dos primeiros 
dias. 
Alguém que segurasse minha mão e tocasse meu coração. 
Que não me prendesse, não me limitasse, não me mudasse. 
Psicologia Social Americana (Material Organizado pela Professora Meg Gomes Martins) 
 
 
 8
Alguém com quem eu pudesse aprender e ensinar sem vergonhas ou prepotências. 
Alguém que me roubasse um beijo no meio de uma briga e me tirasse a razão sem que isso me 
ameaçasse. 
Que me dissesse como eu canto e que eu falo demais e que risse das vezes em que eu 
fosse desastrada. 
Alguém que me olhasse nos olhos quando fala, sem me deixar intimidada. 
Que não depositasse em mim a responsabilidade exclusiva de fazê-lo (a) feliz para com isso tentar 
isentar-se de culpa quando fracassasse. 
Alguém de quem eu não precisasse, mas com quem eu quisesse estar sem motivo certo. 
Alguém com qualidades e defeitos suportáveis. 
Que não fosse tão bonito (a) e ainda assim eu não conseguisse olhar em outra direção. 
Alguém educado, mas sem muitas frescuras. 
Engraçado e, ao mesmo tempo, levasse a vida a sério, mas não excessivamente. 
Alguém que me encontrasse até quando eu tento desesperadamente me esconder do mundo. 
Alguém feito para mim. 
(autor desconhecido) 
 
 
Psicologia Social Americana (Material Organizado pela Professora Meg Gomes Martins) 
 
 
 9
 
5. Influência Social: conformidade e obediência 
 
5.1. Conformidade – acompanhando os outros 
 
 Experimento clássico: Solomon Asch (1951) para demonstrar como nós gostamos de 
confirmar os nossos juízos e as nossas percepções com as dos outros. 
 O conformismo diz respeito ao processo que ocorre quando numa relação um sujeito 
ou um grupo adere ou se submete à norma de um outro sujeito ou grupo. 
 No experimento de Asch, um grupo de oito indivíduos foi convidado a comparar 
uma linha padrão (S) com outras três linhas desiguais (A, B e C), sendo que apenas uma destas 
linhas era igual à linha padrão (ver figura abaixo). 
 
 
 
A questão é que neste grupo existem sete comparsas, ou seja, apenas um dos sujeitos 
é o verdadeiro sujeito experimental. Cada um dos sujeitos falava a sua avaliação em voz alta. 
Assim, o sujeito ingênuo encontrava-se numa posição minoritária e, apesar de não existir qualquer 
tipo de pressão explícita por parte do grupo, o sujeito experimental chegava a cometer erros que 
atingiam os 5 cm. Asch observou que apenas 30% (um terço) dos sujeitos experimentais não se 
conformaram à pressão implícita pelo grupo. 
 
 Assim temos que, conformidade é a mudança no comportamento de alguém como 
resultado da pressão real ou imaginária do grupo. 
 A conformidade pode ser adequada para permitir que a vida em sociedade ocorra em 
ordem e com previsibilidade. Ex: você permanece na fila do banco, em vez de furá-la, e espera sua 
vez de ser atendido. 
 Por muitas vezes, a pessoa que se conforma tem dificuldade de explicar seu 
comportamento. Entretanto existem três fatores principais para que as pessoas se conformem: 
 
 1- Influência social normativa = conformidade à pressão do grupo diante de uma 
necessidade de aprovação e aceitação por todos. Normas ou regras são definições de contingências, 
descrevem como devemos nos comportar. Para ser aceito em um determinado grupo, a pessoa se 
conforma com a contingência, mesmo que ela não esteja lhe trazendo reforços (recompensas). 
 
 2- Influência social informativa = quando você segue regras não para ganhar 
aprovação da sociedade, mas porque assume que o informante possui mais informações do que 
você. Ex: Os governos totalitários reconhecem a importância na influência social e, geralmente, 
mantêm rígido controle sobre livros e noticiários em seus países. 
 
 3- Influência social de grupos de referência = tendemos a seguir regras das pessoas 
que admiramos, gostamos e com que desejamos parecer. Ex: a) atores atraentes e astros de esportes 
populares, b) pais, amigos, familiares, professores, líderes religiosos. 
 
5.2. Obediência – atender a um comando 
Psicologia Social Americana (Material Organizado pela Professora Meg Gomes Martins) 
 
 
 10
 
 Nos anos 60 o psicólogo americano Stanley Milgram se perguntou se cidadãos 
comuns, instigados por alguma forma de autoridade teriam a capacidade de infligir dor e sofrimento 
a pessoas que nunca lhes fizeram mal. Esse experimento estudou o conflito entre a obediência à 
autoridade e a responsabilidade individual. 
 No experimento básico, os objetos de estudo eram indivíduos designados 
"professores" que eram instruídos a administrar choques elétricos de intensidade crescente (de 15 a 
450 volts – choque leve a choque capaz de matar) num outro indivíduo, designado "estudante", que 
era amarrado a uma cadeira com eletrodos numa sala adjacente, cada vez que o mesmo errava uma 
resposta. Milgram havia explicado aos "professores" recrutados que estudava os efeitos da punição 
na memória e aprendizado. O "professor" não sabia que o "estudante" da pesquisa era de fato um 
ator que convincentemente interpretava desconforto e dor a cada aumento da potência dos choques 
elétricos administrados. 
 
 
 
 Milgram pediu a 40 colegas psiquiatras que estimassem o percentual de indivíduos 
que chegaria a aplicar choques potencialmente fatais. Os psiquiatras apostaram que menos de 1% 
seria capaz de agir de forma tão sádica! 
 O resultado mostrou que 65% das pessoas envolvidas (“professores") chegaram a 
administrar, sob ordens do cientista (a autoridade nesse caso) os choques mais potentes, dolorosos e 
claramente identificados como perigosos (450 volts) ao "estudante". 
 Todos os “professores” chegaram a administrar pelo menos 300 volts! 
 Freqüentemente muitos "professores" se preocupavam com o bem-estar do 
"estudante" e até perguntavam ao cientista quem se responsabilizaria caso algum dano fosse 
infringido. Entretanto, mesmo ouvindo urros de dor e súplicas para o encerramento dos choques, 
ainda assim os "professores" continuavam a administrar choques quando o cientista dizia que era 
preciso continuar o experimento. 
 É necessário frisar que hoje este experimento seria considerado antiético porque os 
indivíduos não foram informados do objetivo real da pesquisa. Todavia, os resultados nos 
proporciona refletir que não apenas pessoas ditas como sádicas pela sociedade são capazes de 
submeter um semelhante a atos de crueldade.Os "professores" de Milgram eram pessoas comuns: 
operários, estudantes, secretárias, empresários, lojistas, professores, profissionais da saúde. Ou seja, 
qualquer pessoa pode ser capaz de se engajar em um processo destrutivo ou imoral quando 
orientados por uma autoridade. 
 Milgram investigou muitas variações desse experimento básico variando desde a 
presença física da autoridade, colocando em uma mesma sala ambos professor e estudante, ou 
Psicologia Social Americana (Material Organizado pela Professora Meg Gomes Martins) 
 
 
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mesmo o local e a cultura dos objetos de estudo. Seus resultados foram repetidos em muitos países 
como a Austrália, África do Sul, Noruega, e França, sempre sendo encontrados resultados 
semelhantes. 
 As conseqüências da obediência, como um determinante de comportamento, são 
também ações que levaram ao extermínio de milhões de pessoas durante as duas guerras mundiais, 
o holocausto de judeus pelas forças nazistas, ou mesmo as milícias de tortura tão comuns nas 
ditaduras latino-americanas, inclusive a brasileira. Essas políticas desumanas podem ter sido 
idealizadas por alguns poucos indivíduos, mas sua implantação só foi possível por que um grande 
número de indivíduos obedeceram tais ordens. 
 Do Holocausto ao caso da política corrupta a obediência talvez explique por que 
pessoas comuns sejam capazes de cometer crimes hediondos ou imorais quando sob a influência de 
uma autoridade malevolente. 
 Enfim, obediência, na psicologia social, é atender a um comando geralmente de 
alguém em posição de autoridade. 
Exs: 
a) na Alemanha nazista os soldados obedientes ajudaram a aniquilar nove milhões de pessoas, 
b) em 1978, na pequena comunidade de Jonestown, localizada na selva da Guiana, cerca de 900 
membros da seita Templo do Povo, morreram atendendo às ordens de seu líder Jim Jones, tomando 
refrigerante envenenado, 
c) vários membros de um culto da Califórnia morreram em resposta à promessa de salvação de seu 
líder com a passagem do cometa Hale-Bopp. 
 
Fatores de obediência: 
 
� Poder de autoridade = as pessoas em posição de autoridade têm poder para obter a obediência. 
 
� Técnica progressiva = quando uma primeira solicitação, de pouca importância, é usada como 
um ‘cenário’ para solicitações posteriores. É o famoso ‘dar a mão, já quer o braço’. Ocorre por 
falta de assertividade; saber dizer sim e não quando é preciso. 
 
� Atribuição de responsabilidade = quando as pessoas são comunicadas que serão responsáveis 
por qualquer dano à vítima, a obediência é rapidamente diminuída, podem obedecer menos o 
líder. 
 
� Modelos de desobediência = quando se vê exemplo de rebeldia, os outros tendem a diminuir a 
obediência. 
 
Psicologia Social Americana (Material Organizado pela Professora Meg Gomes Martins) 
 
 
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6. Processos de grupo: filiação e tomada de decisão 
 
 Grupo é a reunião de duas ou mais pessoas interagindo entre si de tal maneira que 
cada uma influencia e é influenciada pela outra. 
 
 
6.1. Filiação ao grupo – Papéis no grupo 
 
 Espera-se que cada pessoa em um grupo exerça um ou mais papéis. 
 Papel no grupo é o conjunto de padrões comportamentais conectados a posições 
sociais específicas. Alguns papéis são muito bem definidos e regulamentados (ex: policial), 
enquanto outros são assumidos por meio da aprendizagem (ex: pai). 
 Experimento de Philip Zimbardo (1993), em Stanford University. Simulação da vida 
na prisão, onde 10 pessoas eram os guardas e 10 pessoas eram os prisioneiros. Receberam US$ 15 
por dia. Resultados: guardas - tornaram-se agressivos, brutais, autoritários e engajados em algum 
abuso de poder; prisioneiros – inicialmente obedeciam às regras e aos comandos arbitrários, mas 
depois se tornaram passivos, desumanizados, deprimidos, apresentaram convulsões, desamparo 
aprendido, fúria violenta. Conclusão, os participantes ficaram tão absorvidos em seus papéis que 
esqueceram que eram voluntários em um experimento. Esse experimento pode ser assistido no 
filme: “A Experiência” (versão alemã). 
 
6.2. Tomada de decisão em grupo 
 
 Polarização do grupo: Polarização do grupo é o processo que ocorre quando pessoas 
de um grupo vão de um pólo de opinião a outro quando ouvem argumentos persuasivos de outras 
pessoas, ou seja, quando ficam expostas a informações adicionais. 
 A maioria das pessoas assume que as decisões em grupo são mais conservadoras e 
cautelosas do que decisões individuais. Entretanto, pesquisas (Stoner, 1961) indicam que, na 
verdade, os grupos apóiam decisões mais arriscadas do que as decisões tomadas individualmente 
antes da discussão. Isso contradiz a crença comum e deu origem ao conceito de mudança de risco. 
 Se a decisão final é arriscada ou conservadora, depende, principalmente, das 
tendências preexistentes dominantes do grupo. À medida que os indivíduos interagem e discutem 
suas opiniões, suas posições iniciais tornam-se mais exageradas. 
 
 
 Pensamento do grupo: quando os grupos são fortemente coesos (ex: família, 
comissão de conselheiros militares, equipe de atletas), geralmente, compartilham forte desejo de 
chegar a um acordo (para se ver como ‘unidade’). Um grupo muito coeso pode ignorar informações 
ou pontos de vista importantes emitidos por pessoas de fora ou críticos (Vaughn, 1996). 
 O processo de pensamento do grupo começa com os membros do grupo sentindo 
forte senso de coesão e uma relativa alienação dos julgamentos de pessoas de fora deste grupo. 
Acrescente um líder poderoso e pouca chance de debate e você terá a receita para uma decisão 
potencialmente perigosa. 
 Durante o processo real de discussão, os membros também passam a acreditar que 
são invulneráveis, tendem a compartilhar racionalizações e estereótipos do grupo externo e exercem 
considerável pressão sobre alguém que tem coragem de oferecer uma opinião dissidente. 
 Realmente, alguns membros começam a exercer o papel de ‘guardiães de mentes’, 
trabalhando como seguranças para isolar e proteger o grupo de quaisquer opiniões divergentes. 
 
Condições antecedentes Comportamento Conseqüências 
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(pensamento) do grupo 
1- grupo altamente coesivo de 
tomadores de decisão 
2- isolamento do grupo de 
influências externas 
3- líder poderoso 
4- falta de procedimentos para 
assegurar a consideração 
cuidadosa dos prós e contras 
das ações alternativas 
5- pressão de ameaças externas, 
com poucas perspectivas de 
encontrar uma solução melhor 
do que a favorecida pelo líder. 
1- ilusão de vulnerabilidade 
2- crença na moralidade do 
grupo 
3- racionalizações coletivas 
4- estereótipos a respeito de 
grupos externos 
5- autocensura das dúvidas e 
opiniões dissidentes 
6- ilusão de unanimidade 
7- pressão direta sobre 
dissidentes 
1- levantamento incompleto de 
ações alternativas 
2- levantamento incompleto dos 
objetivos do grupo 
3- deficiência no exame dos 
riscos da escolha preferida 
4- deficiência em reavaliar as 
alternativas rejeitadas 
5- busca inadequada de 
informações relevantes 
6- viés seletivo no 
processamento das informações 
7- deficiência a desenvolver 
planos de contingência 
 
 Ex: ao planejar um casamento – sintomas de pensamento do grupo: “Somos 
diferentes, nunca nos divorciaremos” (ilusão de vulnerabilidade), “Duas pessoas podem viver com 
menos dinheiro do que uma” (racionalizações coletivas), “Os casais com problemas não sabem 
comunicar-se” (estereótipos compartilhados sobre o grupo externo). 
 
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7. Agressão 
 
 Agressão é qualquer forma de comportamento destinado a prejudicar ou ferir outro 
ser vivo (Baron & Byrne, 1992). 
 Existem várias teorias de estudo e análise da agressão.Os principais fatores são: 
 
1- Instintos: 
 
 Sigmund Freud, na teoria psicanalítica, afirmou que os impulsos agressivos são 
inatos, e por isso, instintivos. 
 Pela etologia, ciência que estuda o comportamento animal, a agressão contribui para 
a sobrevivência dos mais aptos, evita a superpopulação e permite que os animais mais fortes 
conquistem um parceiro e se reproduzam. 
 
2- Genes: 
 
 A genética predispõe o desenvolvimento de temperamentos agressivos, mas a 
interação é complexa e depende também da experiência social e do comportamento de cada 
indivíduo. 
 
3- Cérebro e sistema nervoso: 
 
 A estimulação elétrica ou lesão de partes específicas do cérebro de um animal tem 
efeito direto sobre a agressão. 
 Os ‘centros’ de agressão são o hipotálamo, a amígdala e outras partes do sistema 
límbico. Lesões nestas áreas podem causar comportamentos agressivos. 
 
4- Abuso de certas substâncias: 
 
 O abuso de substâncias entorpecentes, principalmente o álcool, acarreta 
conseqüências sociais tais como: violência doméstica e maus tratos, roubos, assassinatos, 
esfaqueamentos. 
 
 5- Desordens mentais: 
 
 A esquizofrenia em homens pode desencadear comportamentos agressivos. 
 
6- Hormônios e neurotransmissores: 
 
 A testosterona, que é um hormônio masculino, está ligada ao desenvolvimento de 
comportamentos agressivos. 
 Baixos níveis dos neurotransmissores de serotonina e Gaba também. 
 
7- Cultura e aprendizagem: 
 
 Algumas práticas culturais geram mais agressividade que outras. Ex: crianças desde 
pequenas são estimuladas no Japão a valorizar a harmonia social, mas nos EUA são estimuladas ao 
individualismo. 
8- Aprendizagem 
 
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 A mídia contribui para a aprendizagem por modelação (modelos). A exposição à 
agressividade televisiva ou em jogos de entretenimento tendem a aumentar o comportamento 
agressivo. 
 
Como controlar ou eliminar a agressão 
 
* Ao contrário do que diz o senso comum, o engajamento em formas que visam 
liberar impulsos agressivos não ajuda (exercícios vigorosos, socar o travesseiro, assistir a esportes 
competitivos). Expressar emoções negativas como a raiva tende a intensificar o sentimento, tende a 
reforçar a expressão da agressão, em vez de reduzí-la. 
 
* Introduzir respostas incompatíveis. A empatia e o humor não hostil são 
incompatíveis com a agressão. Ao contar uma piada ou mostrar alguma simpatia em relação ao 
ponto de vista de outra pessoa, pode haver redução da raiva e da frustração. 
 
* Habilidades sociais. Estudos mostram que as pessoas com deficiência nas 
habilidades de comunicação e de solução de problemas respondem por uma parte 
desproporcionalmente grande de violência na sociedade (Baron, 1988, Vance e col., 1998). 
Infelizmente, pouco esforço é feito em nossas escolas ou famílias para ensinar habilidades básicas 
de comunicação ou técnicas de solução de problemas. 
 
Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo, tinha raiva à menor provocação. 
Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes, sentia-me envergonhado e esforçava-me por 
consolar a quem tinha magoado. 
Um dia, um professor me viu pedindo desculpas e depois de uma explosão de raiva, entregou-me uma 
folha de papel liso e me disse: 
- Amasse-a! 
Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha. 
- Agora a deixe como estava antes. 
É óbvio que não pude deixá-la como antes. Por mais que tentasse, o papel ficou cheio de pregas. 
Então, disse-me o professor: 
- O coração das pessoas é como esse papel... A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar 
como esses amassados. 
Assim, aprendi a ser mais compreensivo e paciente. 
Quando sinto vontade de estourar, lembro-me do papel amassado. 
A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar. 
Quando magoamos alguém com nossas ações ou palavras, logo queremos consertar o erro, 
mas é ou pode ser tarde demais. 
 
 
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8.Altruísmo 
 
 Caso: Kitty Genovese. Em 1964, uma garota de 24 anos, moradora de um complexo 
habitacional na rua Austin, bairro de Queens, New York foi esfaqueada até a morte quando voltava 
para seu apartamento. Trinta e oito vizinhos ouviram seus gritos. As luzes das janelas dos 
apartamentos dos observadores chegaram a atemorizar o agressor, mas como nenhum deles saiu 
para socorrer Kitty, o agressor continuou a esfaqueá-la até a morte. 
 Por que os vizinhos voltaram a dormir e por que não chamaram a polícia? 
 Difusão de responsabilidade: tendência a assumir que outra pessoa responderá a um 
ato. No caso de Kitty, os vizinhos supuseram que alguém ‘naturalmente’ já havia chamado a 
polícia. 
 
 O altruísmo refere-se às ações destinadas a ajudar outras pessoas sem qualquer 
benefício óbvio a seu praticante. 
 
 Algumas explicações psicossociais para o altruísmo são: 
 
 Teoria da evolução: altruísmo é instintivo porque tem a função de proteger os genes. 
Ao ajudar ou mesmo morrer por seu filho ou irmão, você aumenta a chance de seus genes serem 
transmitidos às futuras gerações. 
 
 Modelo egoístico: a ajuda pode ser uma forma de egoísmo ou de auto-interesse 
deliberado. A ajuda é sempre motivada por algum grau de ganho antecipado. Ajudamos porque 
esperamos reciprocidade, nos faz sentir bem ou porque evita sentimentos de aborrecimento e culpa 
se não o fizermos. 
 
 Modelo empatia-altruísmo: a ajuda é verdadeiramente desinteressada e motivada 
pela preocupação com os outros. Ouvir ou ver as necessidades dos outros pode criar empatia que é a 
noção subjetiva dos sentimentos ou das experiências de outras pessoas. Quando sentimos empatia 
em relação à outra pessoa, focamos seus problemas e não os nossos e somos motivados a ajudá-la 
sem qualquer interesse. 
 
Para ajudar, sendo altruísta-empático, segundo Bibb Latane & John Darley (1970) é necessário 
certas atitudes: 
 
 1° - perceber o que está ocorrendo, 
 2° - interpretar o evento como uma emergência, 
 3° - aceitar a responsabilidade pessoal por ajudar (esse item é especial, pois as 
pessoas têm dificuldade para perceber que são responsáveis umas pelas outras) 
 4° - decidir como ajudar e emitir o comportamento de ajuda. 
 
 O modo mais óbvio de melhorar as chances de que as pessoas emitam mais 
comportamentos altruístas é deixar claro que a ajuda é necessária e mostrar os fatores de 
recompensa sociais que aumentam as chances de sermos altruístas. Ex: a) programas Crime 
Stoppers (proteção as testemunhas que denunciam), b) OnGs. 
 
 
Nota Final: Se aceitarmos a idéia de que as pessoas são racionais e seu comportamento pode 
ser descrito, explicado, previsto e mudado, nenhum problema é insuperável. 
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Exercícios: 
 
1- Os princípios que as pessoas seguem para fazer julgamentos sobre as causas dos eventos, o 
comportamento dos outros e seu próprio comportamento são conhecidos como: 
a) administração da impressão 
b) determinação da estereostática 
c) atribuição 
d) percepção pessoal 
 
2- Que é erro fundamental de atribuição? 
 
3- O fato de maridos e esposas relatarem estar fazendo mais de 50% dos afazeres domésticos é um 
exemplo de: 
a) autodepreciação 
b) erro fundamental de atribuição 
c) erro de auto-atribuição 
d) autoviés 
 
4- Defina o tipo de componente da atitude em relação ao controle da natalidade: 
a) acreditar que o controle da natalidade é importante. 
b) ter medo de uma gravidez indesejada. 
c) adotar o controle da natalidade. 
 
5- ________ é uma atitude, geralmente, negativa, dirigida a uma pessoa por pertencer a um grupo 
específico. 
a) discriminaçãob) estereótipo 
c) viés cognitivo 
d) preconceito 
 
6- Qual a diferença entre preconceito e discriminação? 
 
7- Quais as principais fontes de preconceito? 
 
8- Quais os três fatores essenciais da atração? 
 
9- Qual a diferença do amor romântico para o amor de compromisso? 
 
10 – Quais os dois principais tipos de influencia social? 
 
11- Uma técnica de influência social em que um pequeno pedido inicial é usado como’introdução’ 
para solicitações posteriores é conhecida como ____. 
a) técnica de bola baixa 
b) técnica progressiva 
c) técnica de infiltração 
d) agrado 
 
12- A atribuição de _____ é uma das melhores maneiras de diminuir as formas destrutivas de 
obediência. 
 
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13 – A simulação da prisão de Zimbardo forneceu uma forte demonstração do poder de ______ 
sobre o comportamento. 
a) coletivismo 
b) normas 
c) censura 
d) conformidade 
 
14 – O que é pensamento do grupo? Exemplifique. 
 
15- Quais são as condições antecedentes ao pensamento do grupo? 
 
16- Quais são as conseqüências do pensamento do grupo? 
 
17- Em uma situação de pensamento de grupo, a pessoa que assume a responsabilidade de evitar 
que as opiniões dissidentes sejam expressas é chamada de _____. 
a) censora 
b) guardiã da mente 
c) monitora 
d) cocheira 
 
18- Qualquer forma de comportamento destinado a prejudicar ou a ferir algum ser vivo que tiver 
motivo para evitar tal tratamento é conhecida como _______. 
a) altruísmo 
b) agressão 
c) discriminação 
d) violência 
 
19- Liste os principais fatores que contribuem para a agressão. 
 
20- Quais as três principais teorias que explicam o altruísmo? Exemplifique. 
 
21- Os vizinhos de Kitty Genovese deixaram de responder a seus pedidos de ajuda devido ao 
fenômeno conhecido como _____. 
a) empatia-altruísmo 
b) modelo egoístico 
c) desumanidade das grandes cidades 
d) difusão da responsabilidade. 
 
 
 
Referências Bibliográficas: 
 
HUFFMAN, K.; VERNOY, M.; VERNOY, J. Psicologia. São Paulo: Atlas, 2003. 
 
http://www.emc.ufsc.br/~nepet/Opiniao/Andrea-01.htm

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