Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ffi w ffi ISTA DE MEDICAMENTOS ffi Amodiaquina Melarsoprol Antimoniato de meglumina Metronidazol NifuftimoxAtovaquona Cloroguanida Cloroquina Pentamidina PirimetaminaDapsona Diloxanida Primaquina Eflornitina Quinina Estibogliconato de sódio Suramina Hidroxicloroquina Trimetoprima lodoquinol Triparsamida Mefloquina As infecções por protozoários e helmintos representam uma irnportante causa de cloença em muitas partes do munclo Embo- ," "lgr,l,u. dessas cloenças sejarn endêmicas nos Estados Uni- dos ou possam ser observadas ern trabalhadores migratórios ott indir.'íduos qlle retornaram de uma írrea endênlica' muitas outras dessasinfecçõesocorremraramentenosEstadosllnidos'E'ntre- tlrnto. os médictts clevem ter conhecimento dessas doenças e' cluanclo necessário. procurar conselho de especialistas no seu cliagnósticcl e tratalrlento. Érnbora o mudo de ação de tnLtito: agentes antiprotozoários ain- cla não esteja bem elucidado. o Quadro 53.1 Íbmece um resumo clos moclos de ação supostos ou conhecidos de dir,'ersos fármacos. O tratamento da malária é cliscr-rtido no final deste capítulo' -q9fl1ç§q+gq{D}§J3l$gel9ÁB!q§- - : Ámebíase e Disênteria Balantidiana O protozoário Entamoeba histolytica provoca amebíase, uma infecção endêmica em várias partes dos Estados Unidos' No hospedeiro, o parasita pode ocorrer numa forma encistada ' ' n" forrr" cle trofozoíta. A ingestão inicial de cistos pode n'. produzir nenhum sintoma ou pocle provocar disenteria ameb.- "no g.u"., caracterizacla pela evacuação tieqüente de Í'ezes slr: - gtiÀlentas. Este Úlltimo sintoma aparece após a invasào - ilu.o." intestinai pelo trofozoíta ativamente m(lvel e fagocí: ' co do protozoário. Os trofozoítas poden-r alcançar o fígado através da veia pt ' ta. procluzindo hepatite amebiana aguda, ou. mais Íâroflleil : pni.,r, sofrer encistamento e produzir abscesso hepático anr'- tiano depois cle muitos anos. Em raras ocasiões, são obserr -' dos abscessos amebianos em outÍos órgãos, como os pulmÕ'' ou o cérebro. Muitos pacientes continuam excretando cistos por r'árl ' anos após a recuperação da doença aguda; por conseguinte' l:' p..r.nio* u,.,',.ú.o para si próprios e outras pessoas' O rit' à* t..,ro, de saúc1e pública é ainda maior quando essas pi'' soas trabalham no processarnento de alimentos Mais rece ' ' temente. foi constataclo que a infecção pode set' transn.iit:- atrar,és de atividade sexual. Antiprotozoários Paromomicina OUADRO Protozoários Antiprotozoários 573 Fármacos Quimioterápicos utilizados no Tratamento das Doenças Gausadas por Fármaco Efeitos EspecíÍicos Modo de Ação SH, sulfidrila; mRNA, RNA mensageiro. Balantidium coli é o maior dos protozoários que infectam os seres humanos. O trofozoíta dessa espécie é recoberto por cíli- os, permitindo a sua motilidade. A infecção é adquirida através da ingestão de solo, água ou alimentos contaminados com cis- tos. O trofozoíta provoca necrose superficial ou ulceração pro- funda da mucosa e submucosa do intestino. Os indivíduos sadi- os sob os demais aspectos geralmente apresentam náusea, vômi- tos, dor abdominal e diarréia, enquanto os pacientes debilitados ou com estresse nutricional podem desenvolver disenteria grave. Tr§e'*mza§síese e #rardíase A rricomoníase é uma infecção genital produzida pelo protozo- írto Trichomonas vaginalls. Com freqüência, as infecções são assintomáticas no homem, ao passo que, na mulher, é comum a ocorrôncia de vaginite, caracterizada por cor:rimento amarelo pálido e espumoso. Ocorrem recidivas se o parceiro sexual da pessoa infectada não for tratado simultaneamente. A giardíase, que é causada pelo protozoário Giardia lamblia, ;aracteriza-se por sintomas gastrintestinais, que incluem desde Jiarréia aquosa aguda e autolimitada até uma afecção crônica as- .ociada à diarréia episódica e casos ocasionais de má-absorção. O parasita assemelha-se à E. histolytica, devido à sua ocorrên- :ia em duas formas: um trofozoíta ativamente móvel (que, em :eral, fica confinado à parte superior do intestino delgado) e um --rsto (que costuma ser excretado nas fezes). Lersáasaçasatese e Frsps§?ossor?píêse ) flagelado Leishmania é transmitido ao homem pela picada :a fêmea do mosquito-pólvora do gênero phlebotomus. A in- ecção por Le ishmania spp. provoca três doenças principais. I. ..onovani causa a leishmaniose visceral (calazar); L. tropica e -. major são responsáveis pela leishmaniose cutânea e L. brazi- Afetam a estrutura celular, a função, a síntese ou a produção de energia Afeta a estruturâ, a função e a síntese de proteínas Afeta a síntese ou a estrutura dos ácirlos nucleicos Afeta a síntese ou estrutura dos ácidos nucleicos Desconhecido Desconhecido Desconhecido Desconhecido Afeta a divisão e a diferenciacão celulares liensls provoca Ieishmaniose nrucocirtânea da Anrérica do Siri. Na leisl'rmaniose visceral. o protozoário parasita as células rc- ticuloendoteliais. produzindo aumento dos linfonodos. c1o Ííga- do e do baço. O baço pode tornar-se maciço. A leishntaniose culânea permanece localizada no sítio de inocr-rlação. onde for- rra Lrma lesão uicerativa elevada e desl-i_gurante. A leishmanio- se da América do Sul é variável nas sLt:1s n-raniÍestaçries. Ca racteriza-se por r-rlceração das mucosas do nariz, dn boca e da taringe; alér'n disso, é possível haver cornprontetimento cutâ neo desfigurante. C)corre tripancts.rotrtíose africulct após a picada de Glo.ç,rl- r?.r. â mosca tsé-tsó inÍ'ectada pelo protozoári<t Tnltortosonu bruce i. A cloença produzicla (doença ckt .sono ) caracter.iza-se ini- cialmente pelo estágio hemolinfáitico de t'ebre. ceÍaléia e allmen- to dos linfonodos. Esses sintomas são se-tuidos de coniprorne- timento meningoencefalopático. cont debilitação. distúrbios mentais e sonolôncia à medida que a doença elolui. Esse úIti- mo estágio. que é rnais grave, exige fármacos cliÍ-erentcs e po- tencialmente mais tóxicits clo que aqueles utilizados para o es- tágio hemolinfiitico. Existem variações _eeográficas da cloença. A tktença clo sonct roclesien.se. que é aclqLriricla na savana e Í-lo- restas cla África Oriental pela picacla de GLos.çinu ntor.siÍcttts. é uma doença rapidan-iente progressiva e muito mais aguda do que a doençu do .çono gunbien.se. adquirida em áreas fluviais cla África Ocidental através de Gloss.irto pulpalis.cu.jo período de incubação pode ser mais prolongaclo e a evolução da doen- ça r-nais protraída. A tloença cle Chogas. a variedade sul-americana da tr.ipanos somíase. é causa<la pelo TrtpcLnosortttt t:rua.i , DiÍ-ere acentuacia- mente da tripanossomíase aÍiicana nas suas caracterí-qticas clíni- cas e patológicas e na sua ausência de resposta a muitos fárrna- cos eficazes na outra doença. Apresenta uma Íàse agucla e uma tàse crônica. Esta úiltima freqüentenrente provoca doença eas- trintestinal e rniocárdica. que let.a à morte. Arsenicai s ( melarsoplol. triparsantida). antimoniais Paromomicina Diamiclinas (pentamidina) Nletronidazol NiÍ'urtimox Suramina Iodoquinol Furoato de diloxanida Eflornitina Ligam-se â grupos SH; inibem seietivamente a piruvato cinase ou a fosfofiutocinase Interfere no complexo de iniciação; causa leitura incorreta do mRNA Liga-se ao DNA do cinetoplasto Inibe a replicação do DNA Geração de radicais tóxicos de oxigênio Liga-se às proteínas plasmáticas; inibe a utilização da giicose Libera uniformemente iodo inorsânico na luz Desconhecidos Inibe a ornitina descarboxilase e a biossíntese dep"liirlli' 574 Antiprotozoários .:a.ja::..:,:':''.,'1.::';.:.''::1:1=a- ;-11,';-;jíll.i:t-tr:: ..:::::.-r: ::r.i.:-i.t tt ,... O metronidazol (Ftagtl, Metrogel) possui atividade contra a maioria das bactérias anaeróbias e vários protozoários' O fámaco penetra livremente nos protozoários e nas bactérias' mas não nas .etulut dosmamíferos. O rnetronidazol pode atuar como escoa- douro de elétrons, e, através desse mecanismo de ação' ocore redução de seu grupo 5-nitro' A enzima piruvato-ferredoxina oxiclorredutase. encontrada xpenas em microrganismos anaeró- bios.reduzometronidazol,comconseqüenteativaçãodofárma- co.ometroniclazolreduzidointertompeareplicaçãoeatrans- crição e inibe o reParo do DNA' Espectro Antimicrobiano O metronidazol inibe E. histoLúic:a' G' lamblía' T' vaginttlís' BLcts- toc r-stis hontinis, B. coli eo helminto Dracuncultrs medinensis".F hmbém bactericida para bactérias gram-negativas e grarn-posltl- vas anaeróbias obrigatórias' com exceção de Actinomt'ces spp ! fámaconãoéativocontraaeróbiosouanaeróbiosÍacultativos.E raro haver resistência ao fát'rnaco, e o mecanismo de resistência ainda não Íbi eiucidado. O tinidazol' unl 5-nitroimidazol estreita- mente relacionacio ao metronidazol' mostra-se etlcaz contra a tri- comoníase vaginal resistente ao metronidazol' Absorção, Metabolismo e Excreção A absorção do metroniclazol pelo trato intestinal é geralmente boa. O alimento retarcla a absorção, porém não a diminui O me- troni.laz.rl clislrihtri-:e n,r' líquiclot torpt'rais e apretenta meia- vida de cerca de 8 holas' São observados níveis elevados no plasma e líquido cefalorrirquidiano (LCR)' Menos de 20c/'' \- g"*-.. às proteínas piasn'ráticas' O metroniclazol é metaboli- 7"do po. oxiaaçao e Íbrrnação de glicuronídio no fígado e é pri- mariamente excretaclo pelos rins, embora po§sam ser detecta- das pequenas quar-rtidacies clo fánnaco na saliva e no leite ma- ,..no. E* geral. não há necessiclade de redução da dose na pre- senç:r de insuficiência renal' Efeitos Adversos As reações adversas mais freqüentemente observadas ao metro- nidazol consistem em náusea, vôrnitos' cãibras' diarréia e gosto metálico. A urina muitas vezes se torna escura ou vermelho-acas- tanhada. Com menos freqüência, foi relatada.a ocorrência de itrn,o.o, vertigem, ataxia, parestesias' neuropatia peritérica' en- cefalopatia e neutropenia Corlto o metronidazol é um inibiclor Ír"co àu álcool desidrogenase' deve-se evitar o consumo de á1- cool durante o tratalnento. O fármaco também pode produzir uma reação psicótica. O metronidazol interfere no metabolismo da varfarina e pocle potencializar a sua atividade anticoagulante' O Í'enobarbitai e os corticosteróicles reduzem os níveis plasrnáticos de metronidazoi ao aurnentar o seu metabolismo' enquanto a cimetidina provoca elevação dos nír'eis ao comprometer o me- taboiismo io metroniclazol Não se rccomenda o uso do flirma- co clurante a gravidez. Usos CIínicos O ntetrortitltrz,ctl é o agente mai's eficaz disponível pttra trdtatnento de inclivídttrts com íotJas crs formas cLe amebías.e' talvez com a exceção clo indivíduo assintornático, que continua excretando cirtr.r.. E.r" situação exige o uso de um amebicitla intralun'rina1 eÍ'etivo. como o tirroato ãe diloxanida. o sulfato de paromomici- na e a cliioclo-hidroxiquina. O metronidazol mostra-se ativo contra cistos e trotbzoítas intestinais e extra-intestinais' Embora o cloridrato de quinacrina tenha sido utilizado no tra- tamento da giarclíase, muitÀs médicos preferem o rnetronidazol' A furazoiitlona proporciona uma escolha alternativa' ometronidazoléofármacodeescolhanaEuropaparatrata- mento das inÍ'ecções por bactérias anaeróbias; entretanto' a pos- sibilidade de carcinogenicidzide levou a uma atitude de certa cautela no seu uso nos Estaclos Unidos' Recentemente' foi cons- tatatlo ser eÍicaz no tratamento das int'ecções pot D' medinensi's (verme da Guiné) e Helicobctc'ter pylori' ; t:j.:.-.'.;...,,'. : r..': O iodoquinol (diiodo-hidroxiquina, Yodoxin' Moebicltrin) é umtt' 8-hiclroxiquinolinii halogenada cujo mecanismo preciso de ação p"r-on..á desconhecidã. embora se acredite que envolva a ina- iiraçao de enzimas essenciais clo parasita' O iodoquinol mata as formus trofozoítas de E. histol,'tíccr, B' cctli' B' hontinis e Diert' tamoeba ft-agilis' stinal e excÍeta-O iodoquinoi é absorvido pelo trato gastrlnte do na urina na forma cle conjugados de glicuronídio e sulfato' A miiior parte de uma dose acln-rinistrada por via oral é ercretada nas têzes. O iodoquinol apresenta meia-vida plasmática de cer- ca de 12 horas. O iodoquinol constitui o tá'maco de escolha no tratamento da amebíase assintomática e da infecção pot D..fragitis. É tambénr utilizado em associação com outros lãrmacos no tratamento de outras Íormas cle amebíase e como alternativa à tetraciclina no tl'atamento da bulrtntidíase' As reações adversas estão relacionaclas com o conteúdo de iodo da drtga: a toxicidade manifesta-se ti'eqüentemente na for - ma de reações cutâneas. aumento da glândula tireóide e inter- Íêrência ná, p.o"u. cle função tireoidiana' Ocorrem também ce faléia e diarréia. o uso crônico do clioquinol. um agente estler- tamente relacionado. tem sido associado a uma doença seme- lhante à mielite. bem como a atrofia óptica com perda pernlri- nente da visão. a':: : :: ;' : : 1 :::,, . : :.::. :",: íj:- i ; :-':: :t- :: ; :' t ij = O furoato c1e diloxanida (Furatnicle) é um amebicida eÍicaz cor'- tra trofozoítas presentes no trato intestinal' Nas inÍ'ecções lere' ou assintomáticas. tbram obtidas taxas cle cura de 83 a 95ti Todavia, nos pacientes corn clisenteria' as taxas de cura poder:. ser menos significativas. O fármaco é administrado apenas p' via orai e soÍre rápida absorção pelo trato gastrintestinal ap'r' hidrólise do grupo éster' É notavelmente clesprovido de efeltl' colaterais: todavia, em certas tlcasiões' ocorrem flatulência' dr'- tensão abdominal, anorexia, náusea' vômitos' diarréia' prul idc ' urticária. A diloxanirla é excreta<la na urina' em grande par:' corno glicuronídro. Não é disponível nos Estados Unidos' .:i- aa'i í i Í2 a íj i 1,:: : i::. a Vários antibióticos tôm sido utilizados no trâtamcnto das infecções por protozoários intestinais. A eritromicina e a tetraciclina não exercem eÍ'eito direto sobre os protozoiirios; atuam ao alterar a Ílora bacteriana intestinal e ao impedir a ocorrência de inÍ'ecçao secun- dá'ia. A tetraciclina tarnbém din'rinui a microbiota gastrintestinal normal da qual as amebas dependem para o selr crescirnento. O alninoglicosídio parorriomicina (Hunrutin) apresenta Lim modo cie ação idêntico ao dos outros aminociclitóis. É diretamen- te amebicida. Não é absorvido pelo trato intestinal e, por conse- guinte, exerce seu efeito primá:1o sobr:e bactérias. algumas arne- bas (p. ex., E. histob'tica) e alguns helmintos encontrados na 1uz do trâto intestinal. Os efeitos colaterais limitam-se à ocorrência cle diarréia e clesconforto gastrirrtesti nal. A anÍbtericina B, um polieno, é descrita de modo mais por- menorizado no Cap. 52. Já produziu cura das 1esões rnucocutâ- neas da ieishmaniose americana: todavia, trata-se de um Íãrma- co de segunda escolha. devido ao seu potencial de neÍi'otoxici- clade. Por outro lado, a anfotericina lipossômica. apr:ovada pela U.S. Food and Drug Administration (FDA) para trataniento da leishmaniose visceral, é considerada o fármaco de escolha para essa indicação, sendo mirito nenos tóxica c1o clue os antilnoniais pentavalentes ou a anÍbtericina B. ::).+ ?.1i: a-.1,{.i.; a!:€ í::.;:i A pentan'ridina(Pentorn -i00), que se liga ao DNA, pode inibir a replicação e a Íunção do DNA do sinetoplasto. Além disso, pode atuar ao inibir a diiclroiblato redutase e ao interÍ-erir no metabo- iismo das poliaminas. Seu eÍ-eito sobre a respiração dos micror- ganismos, particularmente quando administrada er-n altas doses. também pode desempenhar um papel. A pentamidina não é bem absorvida pelo trato intestinal apris "rclministração oral e, em geral. é administrada por injeção intra- ru-rsculiu. A droga liga-se aos tecidos, pallicularmente no rim, e é ientamente excretada,em sua maior parte na Íbrma inalterada. Não :lenetra no sistema nervoso central (SNC). Seu seqüestro nos teci- los constitui a base de seu uso profilírtico na tripanossomíase. A pentarnidina mostra-se ativa contra Pnetunoct'stis turirtii e lipanossomas, bem como contra a leishmaniose que nào respon- -ie a antimoniais pentavalentes. Trata-se de um agente alternati- o para o tratamento da pneumonia causada por P. carinii. Ape- .lr de ser nrais tóxica do que o trimetoprima-sulfametoxazol. tem -iclo arnplamente utilizada em pacientes com síndrome de imu- .Lrdeficiência adquiricla (AfDS), nos quais é comum a ocorrên- :L tle inl'eeçio por P. t ttritrii. A pentamidina é um fármaco alternatir,'o para o tratamento da :Lshmaniose visceral. particularmente quando o estiboglicona- , de sódio não tem sucesso ou está contra-indicado. A pentami- .na também é um a-eente de reserva para o tratamento da tripa- rssomíase antes da invasao do SNC. Essa característica restrin- -:. em grande parte, o seu uso na tripanossomíase gambiense. É Íieqüente a ocorrência de reações aclversas. A rápida inÍu- .'r do Íãrmaco pode provocar taquicardia. vômitos. dispnéia, ce-jia e queda da pressão arterial. As alterações nos níveis de - ,-emia (hipoglicemia ou hiperglicemia) exigem cautela no seu Antiprotozoários 575 uso. sobretudo em pacientes com diabete melito. A função renal deve ser monitorizada. e devem-se efetuar contagens hematoló- gicnr a procura de discrasius. 3: i-;,:r:r!t-;;: A suramina (Germ.unin') é r-rm cler:ivado de um corante não-metá- lico cujo rnecanismo de ação antiparasitário ainda não tbi estabe- lecido. O ÍTrrmaco parece atllar sobre a cr-glicerofosfato oxidase, timidilato sintetase, diidroÍblato redutase e proteína cinasc cspe- cíficas do parasita, mas não sobre as enzimas do hospedeiro. A suramina não é absorvida pelo trato intestinal e deve ser adrninistrada por via intravenosa. Apesar da rápida queda dos elevados níveis plasmáticos iniciais, a suramina liga-se fortemen- te às proteínas plasmiiticas. das quais é lentamente liberada, per- manecendo no hospedeiro por um período de até 3 meses. A surar.nina não penetra nos eritrócitos nem no SNC. É captacla pelas células reticuloendoteliais e acumula-se nas células de KupÍÍêr do Íígado, bem como nas célu1as epiteliiiis dos túbulos contorcidos proximais clo rim. É excretada por Íiltração -elome- rular, em grande parte na fbrma da molécula intactzr. A suramina é utilizada primariamente no trctamento da tripa- nossomíase africana. para a qual constitui o fámaco de escolha. Mostra-se eficaz no tratamento da doença causada por Trvpano- .sotnu gumbiense e T. rltodesiense, mas não por T. cruj (doença de Chagas). Pode ser utilizada conro único fármaco profiiatica- mente ou durante o estágio hemolinfático inicial da doença. Os estágios posteriores. particularmente os que afetan-i o SNC, são mais comumente tratados com uma associacão de suramina e do arsenical melarsoprol. Quando ocore comprometimento do SNC. há pouca penetra- ção da suramina e da pentamidina no LCR, o que exige forn-ras al- ternativas de quimioterapia, como melarsoprol em associação com surarnina. No tratamento das inÍêcções por Onchoc'ercu t,olvttlus, a suramina mata os vermes adultos. constituindo uma alternativa à ivermectina. A suramina é utilizada após tratamento inicial com die- tilcarbamazina. que é administrada para matar as microtilárias. Pro- duz resultados tavoráveis no pêntigo e prolonga o ternpo de evolu- ção da doença no câncer de próstata reÍiatário a hormônios. É impotante testar a sensibilidade ao Íármaco através da ad- rninistração de uma pequena dose (200 mg) por injeção intrave- nosa lenta antes de utilizar-se a dose total de suramina. Como as reações adversas ocoÍrem com maior tieqüência e gravidade en- tre indivíduos desnutridos, é preciso ter maior cautela em pacien- tes com tripanossomíase avançada. Nos indir,íduos sensíveis. a re- ação a-uuda ao fármaco resulta em náusea, vômitos, cólica, hipo- tensão, urticária e até mesmo perda da consciência: Í-elizmente, essa reação é rara. Posteriormente, podem ocorrer erupções cutâneas. fbtofbbia, parestesias e hiperestesia. Esses sintomas podem pres- sagiar o desenvolvimento de neuropatia periférica. A albuminúria discreta não é rara, e a presença de hematúria com cilindros suge- re neliotoxicidade e a necessidade de interromper o tratamento. í:.Íi';; :sí?-í:ze A eflornitina (diÍ-luorometilornitina, Ornibll é um fármaco antiprotozoário singular no seu modo de ação, que envolve a 576 Antiprotozoários inibição de uma enzima específica. a ornitina descarboxilase. Nos eucariotos. a descarboxilação da omitina é necessária para a bios- síntese de poliaminas. que são imporlantes na divisão e dit'erenci- ação celulares. A eÍ-lornitina é adrninistrada por via intravenosa, e cerca de 80'/r do Íãrmaco é excretado na urina dentro de 24 horas. A eÍ-lor- nitina não se Iiga signiÍicativamente às proteínas plasmáticas e apresenta meia-vida plasmática terminal de cerca de 3 horas. Atravessa a barreira hematoencefálica e constitui uma das dro- gas de escolha para tratamento dos estágios hemolinfático e meningoenceÍaiítico de T. brtLcei-gontbiense. Os eÍ'eitos colate- rais mais signiÍicativos consistem em anemia e leucopenia. A terapia oral é associada a considerável toxicidade gastrintestinal. Em certas ocasiões. foi relatada a ocorrência de diarréia. trom- bocitopenia e convulsões. O melarsoprol (arsenical trivalente) e a triparsamida (pentavalen- te) são compostos orgânicos contendo arsênico que se ligan.r a grupos sullidrila nas proteínas, aÍ-etando assim tanto a estrutura quanto a Íunção celular. A ação do arsênico é inespecítica, e qual- quer toxicidade seletiva produzida está relacionada a diÍêrenças na permeabilidade do fármaco e no conteúdo de grupos sulfidrila da estrutura ou enzima af'etada. O melarsoprol apresentzr algurna seletividade contra as enzimas tlos tripanossorlas. a Íbsfbpiruva- to cinase e tripanotiona redutase. Esses 1ãrmacos são administra- dos por via intravenosa. A resistência começou a surgil entre os tripanossomas responsáveis pela tripanossomíase afiicana. Os alsenicais são tripanocidas. O melarsoprol é altamente ati- vo contra todos os estágios da tripanossomíase, porém sua toxici- dade restringe o seu uso ao tratamento da fase meningoencefalíti- ca da doença. Seu valor reside na sua capacidade de penetrar no SNC; por consegu:inte. esses Í'ármacos são úteis no tratamento da meningoencefalite causada por tripanossomas. Tanto o melarso- prol quanto a triparsarnida são rapidamente eliminados. Ocorrem vômitos e cólicas abdominais. que podem ser mini- mizados através de injeção lenta do fánnaco com o puciente em jejurn e em decúbito. É preciso ter tnuito cuidado para evitar o extravasamento doloroso do fámaco nos tecidos. A reação adversa observada com mais freqüência consiste em encef-alopatia, que pode ser Íatal e que se desenvolve em torno do terceiro dia de tra- tamento. Outros efeitos colaterais incluem febre, erupçÕes cutâ- neas, proteinúria. neuropati a periférica e, rararrente, agranuloc,i- tose. Como a incidência global de elêitos colaterais da triparsami- da é muitc'l alta. o fármaco foi substituído, ern grande parle, pelo melarsoprol no tratamento da inÍêcção por tripanossomas. :. : ".i:1, : y. .j .; :1'.. i:1 y. O nifurtimox (Lantpit) é um derivado nitrofuriLntr uujo meea- nismo provável de ação contrrl os tripanossottl,ts se acredita seia a produção cle forrnas ativadas cle oxigênio. O nifurtimox é re- duzido ao radical ânion nitro. que reage eom o oxigênio, pro- duzindo superóxido e perórido de hidrogênio. Os n'retabólitos de radicais livres, a ausência de catalase do parasita e a defici- ência de peróxitlo provocam peroxidação dos iipídios e lesão celular. A produção cle oxigênio ativado resulta em toxicidade para os protozoários. OÍ'ármaco, que é administrado por via oral, é bem absorvido pelo trato gastrintestinal. É rapiclamente rnetabolizado. e são encontra- dos apenas baixos níveis no sangue e nos tecidos. O nifurtimor i excretado na urina. primariamente na fotma de metabólitos. O niÍurtimox é um tripanocida, que exerce seus efeitcls sobre as formas tripomastigota e amastigot'adeT. cru:,i. Mostra-se eÍi- caz no tratamento da Íorma aguda da doença de Chagas; entre- tanto. é menos eficiente quando a doença se torna crônica. O fármaco é moderadamente bem tolerado, e em geral o tratamen- to tem duraçãro de 3 a 4 nieses. Foram relatadas taxas de cura de 80 a 90%. Como grande parte da lesão teciclual cattsada pela doença é irreversível, o diagnóstico e tratainento precoces sâo importantes. O niÍurtimox também tem sido utilizado no tratii- mento da infecção por T. gamblense com comprolnetilllcnt() meningoenceÍalopáti ctt. Apesar da ocorrência cle eÍêitos colaterais efil ceÍc.l da rneta- de dos pacientes tratados com nifurtimox, é necessário intenom- per o tratamento em apenas uma minoria de casos. Foi relatada a ocorrência de náusea. vômitos, dor abdominal, exantema, cefa- léia, insônia, convulsões e mialgia. O estibogliconato de sódio (Penlostam. TriostcLm) e o antin.roni- ato de meglurnina ( Gl uc utrzrne), ambos compostos antimoniai s. ligarr-r-se a grupos sulÍidrila nas proteínas e podem formar tioan- timonidas. Algr:rnas evidências sugerem que a tbrma penta\',l' lente pode ser reduzida ín vivct ao antimonial trivalente antes de sua ligação. Os antin.roniais trivalentes inibem a ÍbsÍbfrutocina- se. uma enzima que lirr-rita a velocidade na -slicó1ise. Os micror- ganismos cujo crescimento depende do metabolismo anaeróblc' da glicose não poderr.r sobreviver sem a presença da enzinla ati- va. Aindti não foi estabelecido se esse é o mecanismo pelo qual os antimoniais pentavalentes inibem os protozoários. Os antimoniais são irritantes para ü mucosa intestinai e, por conseguinte, são administrados por via intramuscular ou injeção intravenosa lenta. As concentrações sangüíneas máximas são atin- gidas em 2 horas. Esses fármacos ligam-se às células. incluinch os eritrócitos, e são encontrados em altas concentrações no tígadc' e no baço. Em con-rparação com os antimoniais trivalentes. que nãL' são mais utilizados. os antimoniais pentavalentes iigam-se meno. fortemente aos tecidos. lsso resulta em níveis sangüíneos mat: elevados, ercreção mais rápida e menor toxicidade. Os antimoni- ais pentavalentes são rapidamente excretados na urina, cr)m e\- creção de até metade da dose administrada em 24 horas. Nenhum composto antimonial pentavalente é licenciado par-, uso; entretanto, o estibogliconato de sódio é disponível ntls EU-r. no Parasitic Disease Drug Service dos Centers Íbr Disease Cor:- trol (CDC) para o tratamento cla leishmaníase. Embora os coll--- postos antimor.riais pentavalentes possam ser administrados pc': via intravenosa ou intramuscular. a infiltração local da lesão r,-- leishrlaniose cutânea é altamente eficaz. Devido à sua meri, . toxicidade. a anfotericina B lipossôrnica é considerada a esc, - lha de prirneira linha para a leishmaniose viscerotrópica em 11.- gar dos antimoniais. As reações adversas associadas particularmente aos compos- tos antimoniais trivalentes consistetr em tosse. vômitos ocasio- nais. mialgia, artral_uia e alteraçoes do eietrocardio-eranta. Por vezes. o estibogliconato de sódio provoca exantema, prurido, dor abdominal. diarréia e colapso anafilactóide. A lesão hepática com icterícia constitui um raro eÍêito colateral. As reações tóxicas são mais comuns com cursos repetidos de tratamento. É comum haver eviclências bioquímicas de pancreatite (977c); todavia. a ocorrên- cia de pancreatite grave ou fatal é ertremamente rara. A malária é uma doença parasitária endêrnica em várias partes clo mundo onde a umidade e o calor favorecem a existência e rnultiplicação do vetor da doença, mosquitcts do gênero Ano- phele,s. O desenvolvimento de cepas de parasitas da rnalária re- sistentes a fármacos e de cepas de Anopheles resistentes a in- seticidas contribuiu significativarnente para o extenso reapare- cilnento dessa inf'ecção. A incidência global anual da malária é estimada ern cerca de 200 milhões de casos. e somente na África tropical a malária é responsáve1 pela rnorte de nrais cle I mi- thão de crianças com rncnos de 1rl anos de idade anualmente. A malária aparece como importante callsa de n-rortalidade no mundo atual. Nos Estados Unidos, os casos de rnalária resultam. em sLla maioria. de indivíduos que contraíram a cloença antes de entrar no país. É tarnbérn possível contrair a malária durante uma trans- Íusão sangüínea se o sangue transÍundido foi obtido de doador inÍêctado por ma1ítria. Alént disso. as aguihas hipodérmicas pre- viamente contaminadas com sangue contendo pariisita da malá- lia poclem constituir a fonte de inf'ecção. o que tem ocorrido conr a-sulhas compartilhadas entre usuários de drogas. O tratamento eletivo da malírria depende de seu diagnóstico precoce. Como os sintomas do paciente são, com freqi-iência. relativamente inespecíficos, é de suma intportância eraminar esÍiegaços san-uüíneos corados à procura do parasita. Até mes- nro esse procetlitrento pode não fornecer dados conclusivos Jurante os estágios iniciais da inÍ-ecção, visto que os níveis de rarasitemia podem ser muito baixos. Por conseguinte. é impor- i.rnte repetir o exame do esÍiegaço sangüíneo várias vezes se r,,u\ ct' \t.t\pcita de rnuláriu. Uma vez conÍirmada a presença de parasitas da malária. é mportante identificar a cepa especílica de plasmódio envolvi- ,1a. r'isto qLle o uso apropriado da quimioterapia clepende da es- :récie particular responsável pelo episódio a-eudo. Inf'elizmente. ,bserva-se com Íieqüência a ocorência de inÍ'ecções mistas, isto :. inÍêcções simultâneas por n-iais de uma espécie de plasmódio. -i: mais de uma espécie estiver envolvida, deve-sc instituir o tra- .Lllento apropriado para a eliminação de todas as cepas. a fim r: er,itar episódios tardios ou interpretações incorretas. i parasita dtr mzrlária é um protozoírrio unicelular (plasmódio). .:rbora mais de I00 espécies de plasmódio já tenharn sido iden- -riadas. apenas quatro são capazes de infectar o ser humano) tLsrtutdiLtnt mulariae, P. ctt,ole, P. vivar e P. Jàlciparum). As Antiprotozoáros 577 demais espécies atacam diversos animais. A malárias por P..1ir1- cipctrunt e P. viva-r constituem as duas Íbnnas mais courur.r:. A malária por P. vivctr constitui o tipo de inÍ'ecção mais pre- valente. que se caracteriza por ataques agudos periódicos de ca- lafrios, Í-ebre. sudorese proÍusa. aumento do baço e do fígado. anemia, dor abdorninal, ceÍaiéia e ietargia. A hiperatividade do sistema reticuloendotelial e a hemólise constituem as principrri' causas do aumento do baço e do fígado, e esses eÍ'eitos Íieqüen- temente provocam anemia, leucopenia. trombocitopenia e hiper- bilin'ubinernia. A natureza cíclica dos ataques agudos (-18 horas para P. yit,ttt, P. ot,ule e P. ftrlcipctrtnn) é característica da malír- ria e reflete a passagen relativamente sincrôrrica clos parasitas do estágio eritrocítico de seu ciclo de vida para outl'o estágio. Se a malária por P. r,i la-r nãro for tratada. os sintontas podent desa- parecer em várias semanas ou meses e. u seguir. soÍier recidiva. Essas recidivas devem-se a uma forma hepática latente do para- sita (ver seção a seguir), que não está presente nas cepas de P. .fhlcipurum. Embora a taxa de mortalitlacle cla ntalária por P. r'r- lr.rJ seja baixa. trata-se de uma inÍ-ecçiro que exaule o paciente. tornando-o rnais suscetível a outras cloenças. A malária por P. firltipunun náo-diagnosticada representa a forma mais grave e rrrais letal da cloença. É responsáve1 por 90% dos casos Íatais de rnalária. A parasitenria pode ser t.r'rnito alta e está associadaa unla incidência aumentada de con-rplicações graves (p. ex.. anemia hemolítica. enceÍalopatia). A ma1ária por P. .fulciporum produz todos os sintomas observados na ntalária por P. r'lla.t e. além disso. pode causar insuticiência renal e ede- ma pulmonar e cerebral. A anoxia tecidual observada nas inf'ec- ções por P. Jolciparwrl resulta do seqtiestro característico dos eritrócitos inÍ-ectados profundamente nos capilares durante os Írltimos três quartos do ciclo intra-eritrocítico. Os nrembros do gênero Plasrnoditurt apresentam um comple- ro ciclo de vida (Fig. 53.1). Ocorre um estágio sexuado no mos- quito Anopheles, enquanto os estágios assexuados são observa- dos no hospedeiro. A malária é transmitida de uma pessoa para outra através do inseto vetor. Inicialmente, a têmea do rnosquito infecta-se com a picada em um ser humano portador da doença, cujo sangue contém as fbrmas tanto masculina quanto t'eminina dos gometo.s do parasita: a fertilização ocorre no intestino do mosquito, e. após diferenciação e multiplicação. os esporoloí- 1zr.ç maduros migram para as glândulas salivares do inseto. Du- rante a alirnentaçiro seguinte do mosquito. os esporozoítas são inoculados na corrente sangiiínea de outro ser humano. ccime- çando os estágios ilssexlrados. Após permanência relativamente breve (cle menos de I hora) na circulação sistêmica. ()s e\por()- zoítas invadem as células parenquimatosas hepáticas, onde so- Íiem divisão e desenvolvem-se de modo assexuado ent estlui:.ort- /es multinucleados. Os esquizontes representcm as Íbrmas teci- tluais exoeritrocíticas primárias clo parasita. Quando esse está- gio primário de desenvolvimento é completado (6-12 dias) os esquizontes sofrern ruptura. liberanclo meroi.oíÍos no san-gue. Estas últimas Íbrmas invadem os eritriicitos do hospedeiro, onde passam a cfescef e soÍier divisão assexuada (.e,squiz.ogoniu eri- t roc íticril. transformando-\e em esquizontes eri tlocíticos. Algr-urs dos parasitas diÍêrenciam-se ern torrnas sexuadas (tanto mascu- lina quanto Í'eminina) ot gantetócitos. Se o indivíduo com a do- ença Íbr picado por um mosqr-rito nessa ocasião. os gametas pas- 578 Antiprotozoários P. i,li,a.r P. ot'ole P. molaricLe P. fulcípurLun Est/rgiohepáticoexoeritrocítico assintomático P. t'ivar P. ot,ale (isoladamente) FÁRNÍACO EF]CAZ: Primaquina Parasittrs no interior do eritrócito Esquizogonia intra-eritrocítica sintomáticl. \ -tL liLa F \RNIACOS FFICqZE}\ *-- Çd <-- F-ormas sexuais FÁRMACOS EFICAZES: Pirimetamina Prrrr.raqurna sam para o intestino do inseto. repetindo o ciclo sexuado. Os gametócitos e as Íbrmas hepáticas exoeritrocíticas de Playno- cliurn spp. não estão associados ao aparecimento de sintomas clínicos de malária. Os parasitas intra-eritrocíticos assexuados. isto e. os que nào se diÍ'erenciam em gametócitos, também muitiplicam-se e cres- cem até ocasionar a ruptlrra das células nas quais residem: esses novos merozoítas são liberados na coÍrente sangüínea. Esse even- to não apenas desencadeia os está_sios eritrocíticos cíclicos sub- seqiientes do ciclo como também produz os sintoutas associa- dos à inÍ'ecção. Acredita-se que os calaliios e a febre recorrentes estejam relacionados à lise dos eritrócitos e conseqüente libera- ção de material lítico e toxinas do parasita na corrente sangüí- nea. Embora o aparecimento de febre cíclica seja útil para o es- tabelecimento do diagnóstico, esse sintoma pode não ser obser- vado durante os estágios iniciais da int'ecção. Nos indivíduos infectados por P. vi rrd.r ou P. ovale. as formas teciduais exoeritrocíticas (p. ex.. Íígado) podem persistir depois de um período latente. produzindo recidiva. Entretanto, na ma- lária por P. JalcipcLrtun e P. ntaloritte. não parece haver nenhu- ma Íbrma hepática secundária persistente. Por conseguinte. enl ambas as formas de rnalária, o médico deve atacar apenas as Íbrmas eritrocíticas assexuadas e os gametas, e não as formas hepáticas latentes encontradas com P. vit,a.r e P. ctt'cLle. Ckloquina Amodiaqurna Pirimetamina Trimetoprima Dapsorrc Quinolina metanol Fenantreno metanol , .. :. .. . Ciclo de vida dos parasitas da malária e locais onde fármacos específ icos são ef icazes. O ciclo de vida não é idêntico para todas as espécies. Sulfndiazina Quinrna Quinacrina Os pacientes que apresentam ma1ária em decorrência de tran:- fusão sangüínea são infectados apenas pelos parasitas eritrocítr- cos assexuados; aparentemente. não há desenvolvimento da. Íormas teciduais exoeritrocíticas. Sabe-se qüe PLasflLodiunt rrtt;' laricLe prctduz inlêcção após transtusões, mesmo quando o san- gue foi obtido de uma pessoa cujo único contato com malárr, remonta a mais de 40 anos antes da doação do sangue. {J. * :: ç- : # ;:: r É Ç i":. x ; Y + r * F i: z : +i i *, ;:,;., O principal objetivo no tratamento clínico de pacientes com rt.- que agudo de malária consiste na eliminação imediata da Íbrnt.- parasitária responsável pelos sintomas, isto é, a forme eritrocit, ca assexuada. Os fármeicos que são particularmente eficazes nes.. aspecto são denominados agentes esquizonticidds ou J'r?rc.r.\r - res. Incluem compostos como a âmodiaquina. a cloroguanida. - cloroquina. a hidroxicloroquine. a pirimetamina, a quinina e .. tetraciclina. Esses tãrmacos têm o potencial (excluindo-se qu.,.' quer resistência aos fármacos) de eÍ'etuar Ltma cLtra clínica, t>-. é. podem reduzir Ír parasitemia a zero. O termo cura radical tar-- bém tem sido utilizado e. em contraste com a cura clínica. in-- plica a eliminação de todas as Íbrmas do parasita do corpo. Uma vez alcançado o objetivo terapêutico primário, deve-.. enfocar a atenção a outras considerações. como a eliminação d, . Mosquito Ánopfte1a.i (estado sexuado) I gametócitos e das fbrmas teciduais dcl parasita. O sucesso nes- sas áreas ajuda a assegural'que não irão ocorrer recidivas. Como nenhuma forma hepática latente está associada à maiária por P. .fhlcipanun transmitida pelo mosquito e sensível a fármacos. a administração de cloroquina por um período cle até 3 rneses após o paciente abandonar uma área de malária geralmente produz cura completr ou ratlical. o tràtt scr que o mi('rorganismo \eju re\i\- tente à cloroquina. O aparecimento de parasitas resistentes à cloroquina consti- tr-ri um problema cada vez mais intportante. Foram iclentiticadas diversas cepas de P. JaLcípurunz resistentes à cloroquina. Essa re- sistência leva ao reaparecimento de sintomas tiancos de malária por P..falcipannn. A maliiria por P. .fitLcipurum pode ser acompanhada de infec- ção causada por uma das ctutras três formas de plasrnódio s (inJec- çtio misttt). Enquanto todos os parasitas Íbrem sensíveis a Íãrrna- cos, é possível elirninar a parasitemia. Todavia, é preciso lembrar que. embora a rnaliíria por P. Jàlcipctrll?7 possa ser melhorada ou elirrinada, ainda ocorem recidivas por P. vivar e p. oyale. Cloroquina A cloroquina (Arolen) é um de vários derivados da ,l-amino- quinolina que apresenta atil,idade antimalárica. A cloroquina mostra-se particularmente eficaz contra as formas intra-eritro- cíticas, visto que o fármaco se c()ncentra no interior do eritró- cito parasitado. Esse acúmulo preÍ'erencial da cloroquina pare- ce ocorrer em conseqüência de mecanismos de captaçr-ro espe- cíÍlcos do parasita. A cloroqr-rina ptlrece atuar através de sua intercalação com o DNA, inibição da hemepolimerase ou inte- ração com mccanismos mediados por Ca- ,-calmodulina. Acu- mula-se também nos vacírolos alimentares do parasita. oncle inibe a formação de peptíc1io e as fosfolipases. resultando em morte do parasita. A cloroquina é eÍlcaz contra todos os quatro tipos de ma1ária. à exceção de P. falcipururr resistente à cloroquina. A cloroqui- na destrói os estágios sangüíneos da inÍ'ecção e, portanto. melhora os sintomas clínicos observados nas Íbrmas de malária porp. ntctlaritre, P, yiva.r, P. ovctLe e P. llrlc.iytarLrrn sensír,,ei. Entretan- to. a doença sofre recidiva na malária por P. r,ir.,a,r e P. o,-aLe, a não ser que os estágios hepáticos sejam seqiiencialmente trata- dos com primaquina após a administração de cloroquina. A clo- roquina também pode ser utilizada proÍilirticamente em áreas onde não hát resistência. Aiém de seLr uso como agente antimalá- rico, a cloroquina também tem sido utilizada no tratamento da artrite reumatóide e do lítpus eritematoso (-,,er Cap. 36), amebí- ase extra-intestinal e reações fotoalérgicas. A absorção da cioroquina pelo trato gastrintestinal é rápiria e completa. O fármaco distribui-se amplamente e liga-se ex- tensamente aos tecidos corporais. contendo o Íígado 500 vezes mais do que as concentrações sangüíneas do fármaco. Essa li- eação reflete-se num grande volume de distribuição (V,). A de- setilcloroquina é o principal metabólito Íbrmado após metabo- iisrlo hepático, e tanto o coinposto original quanto os seus me- tabólitos são lentamente eliminados por excreção renal. A nreia- r.ida do fárrnaco é de 6 a 7 dias. Antiprotozoários 579 Após a administração de doses baixas de cloroquina. podenr ocorrer tontura, cefaléia. prurido (particularmente em pessoas de pele escura). erupção cutânea. vômito e r,isão embaçada. Ent doses mais altas, esses sintomas são mais comuns! e podem ocor- rer exacerbação ou manif'estação c1o lúpus eritematoso ou 1úpus cliscóide, bem como eÍ'eitos tóxicos na pele, no sangue e nos olhos. Como a droga se concentra em estruturas que contêm melanina. sua administração prolongaila em altas doses pode provocar ce- gueira. A cloroquina nãto deve ser aclministrada na presença de alteracões da retina ou dos campos visuais. Hidroxicloroquina A hidroxicloroquina (Plocluertil). à semelhança da cloroquina, é r-rm derivado da:l-arninoquinolina qr-re é utilizada para tratamento supressor e agudo da tnalária. Além disso. tenr sido utilizacla na artrite reiln-iatóide, bem como no lúpus eritematoso discóide e sistêmico. A hic'lroxicloroquina não demonstrou ser mais eficaz do que a cloroquina. As reações adversas associaclzrs a seu uso assemeiham-se àquelas observadas com a cloroqr-rina. O fárnra- co não deve ser administrado a pacientes coln psoríase ou porfi- ria. visto que pode exacerbar essas condicões. Amodiaquina A arnodiaquin a (Cunoquin) é outt'o clerir,'ac1o da.1-aminoquinolina cujo espectro ar.rtimalírrico e reaçires adversas assemelham-se aos da cloroquina. ernbora os parasitas resistentes à cloroquina pos- sam não apresentar o mesmo -erau de resistência à amodiaquina. O tratamento prolongado com amodiaquina pocie provocar pig- mentação do palato, leitos ungueais e pele. Existe um risco de l:2.000 de agranulocitose e disÍunção hepatocelular quarrdo o fár- mile() c utilizrrdo prolilrlicamertte. Primaquina A primaquina é o menos tóxico e mais eflcaz dos agentes anti- maláricos derivados da S-aminoquinolina. Acredita-se que o mecanismo pelo qual as 8-arninoquinolinas exercenl sLra açrio antimaliirica se.ja através de um metabólito de quinolina-quino- na. que inibe a cadeia respiratória do parasita exoeritrocítico mediada pela coenzima Q. A primaquüta é um imporÍante ogente antintoláric:o, tistr.t ser essencialmente o Línico ftirntac'o eJícctz. contra us .fonn.cr.s hepóti- c:cts (e.roeritrocítica.s) do pttrasita da malárío. A printaquina tam- bém mata os -sametócitos de todas as quatro espécies de malária humana. A primaquina é relativamente ineficaz contra as Íormas eritrocíticas assexuadas. A primaquina Íem o stlu mttior aplicttcão na prorluç'tÍo cle r:trrn radical no malítria por P. vivax e P. ovale. A primaquina é rapidamente absorvicia pelo trato gastrinres- tinal e. em contraste com a cloroquina, não se liga extensamente aos teciclos. É rapiclamente metabolizada, e os rletabólitos são tão ativos quanto o próprio fármaco original. Os níveis plasmá- ticos mírximos são alcançados em 4 a 6 horas apris uma dose ora1. com eliminação quase total do fármaco dentro de 24 horas. A meia-vida é curta, e. em geral, é necessária a sua administração diária para a cura radical e a prevenção das recidir,as. Apesar de a primaquina ter unt bom índice terapôutico. ocor- rem diversos efeikts colaterais irnportantes associados à sua admi- 580 Antiprotozoários nistração. Nos indivíduos com deticiência geneticamente deter- minada de glicose 6-tosfato clesidrogenase. a prin.raquina pode causar hemólise letal dos eritrócitos. Essa deficiência genética ocorre em 5 a l}c/c dos homens negros. asiáticos e algumas pes- soas do Mediterrâneo. Com o uso de tioses mais altas ou a admi- nistração prolongada do fármaco. podem ocorrer distúrbio gas- trintestinal, náusea. cefaléia. prr-rrido e ieucopenia. Por vezes, observa-se tambérn a presença de agranulocitose. Pirimetamina A pirimetamina (Daruprim) é a rnelhor de diversas 2.4- cliarninopiri niidinas sintetizaclits cot'tto compostos antimalírricos e antibacterianos potenciais. A trimetoprima é utt-t composto es- treitamert tc rclat'iunadt,, A pirimetamina é bem absclrvida após administração ora1. e os níveis plasmáticos nráximos são :ilcarnçados dentro de 3 a 7 horas. Niro há necessidade de clttse de ataclue inicial para satu- rar os sítios de ligaç|rc irrespecíficos. coltto no caso da cloro- quina. Entretanto. o fármaco li-va-se aos tecidos, de modo clue a taxa de excreção renai é lentii. A pirintetamina apresente meil- vida de cerca de 4 clias. Embora o fármaco sofra algut'nas alte- rações rnetabólicas. os metabólitos fotmaclos ainda não foram totalmente iclentificados. Os úrnicos Íãrmacos antimaláricos cujos mecanismos de ação estão razoavelmente bem estabelecidos sho os que iniben'r a ca- pacidade do parasita de sintetizar ácido 1ólico. O.s porttsitus 'stíct ittcctpct:.es tle utili:.or o ticiclo fólico pré-.[orntuclo e, PorÍanÍo, let'ent sirúeti-ti-lo apartir clts seguintes pÍecursores obtidos do hospedeiro: irciclo 7r-arninobe nztiico (PABA). pteridina e ácido glutânrico. O írcido diidrofólico formado a partir desses precur- sores der,e- ser hidro-senado para lbrr.nar' ácido tetraidroÍólico. Estc úrltimo cornposto é a coenzitnl qtle iltur eotllo aceptor de tlma variedade de unidades de um carbono. A transÍêrência de unicla- des de um carbono é importante nii síntese das pirirnidinas e purinas, que são essenciais na síntese dos ácidos nucleicos. Enquanto as su1Íbnamicl:rs e as sulÍonzrs inibern a etapa inici- al pela qual o PABA e a pteridina combinam-se para formar áci- clo rliidropteróico (ver Cap. 21,1), a pirirnetorttinu e tr trirttetttltri- nta inibem a t:ont,ersõro clo aicitlo diíclrctfólic'n em áciclo tet(liclro- .ftilico, tLmu reur;ãct ccLÍttlisucla pelo enlinut diidrofoluto reduta- se. A base da toxicidade seletiva da pirimetamina reside na liga- ção pre.ferencirrl do tãrrnaco à enzirna redutase tlo parasita. O uso combinado das sultbnanridas ou sulÍbnas com inibido- res da cliidr ofblato reduti.r\e. conro u trit.ttetoplirna (Buctrint, Sep- tra') ou a pirimetamina(.Fcutsiclar),lornece um bom exemplo das possibilidades sinérgicas que existem na quinliotelupia com múrltiplos fármacos. Esse tipo de comprometimento do metabo- lismo do parasita é denorninado bloclueio seqiienciol , O uso de ftírrnctcos tltrc e.\ercetn aç'ao iniLtidot'o ent tlois ltortÍos di.t''erentes tltt ntesrnn viu biocluínticu protltr:.le tuliclttcle tkt porusittt ettt t otl- L'entroÇões mois bu.ixts clo.s.ftÍrntcu:tts do tlue as pttssívei.s cltttttt- cl o c: oclu .ftí nnoc o é acl nt i n i s t rcttl o i s o kul cun e n t e. A pirimetamina foi recomendada para uso proÍiliitico contril todas as cepas suscetíveis de plasn-ródio: todavia. não deve ser utilizada como único agente terapêutico no tratamento dos ata- ques de malária aguc'la. Conforme assinalado anteriorinente. ris .s ulJo n un ú dtt s d e v ent s e r s e. tnp re c o- ctdttt i ni sÍ rtttl ct.s c or rt p i ritne - tctmintt (ctu trinetoprima), visto que a atividade antin.ralárica dos dois fárrnacos é significativamente maior ckl que quando cada um deles é r-rtilizado isoladamente. Além disso. o desenvolvimen- to de resistência é mais lento quando os Íármacos são utilizaclos em associação. As sulfbnamidas exercem pouco ou nenhum efei- to sobre os estágicts sangliíneos cle P. r'lva,t, e a resistência aos inibidores da diidrofolato redutase é disseminiida. Além de selrs ef-eitos antimalítricos. a pirimetamina é indica- da (em associação com Llma sulÍonamida) no tratamento da to- xoplasmose. A dose necessária é l0 a 20 vezes maior do que a utilizada para a ma1ária. As doses antimaláricas habituais estão associaclas a relati- vamente pollcos efeitos colaterais. Todavia, sinais de toxicida- de tornam-se evidentes com doses tnais altas, particularnlente aquelas prescritas no tratamento da toxoplasmose. Muitas des- sas reações refletem a interferência da pirimetalninil no nleta- bolismo do ácido fólico do hospetleirrt. particularmente aque- le clue ocorre nas célu1as em riltpida divisão. Os sintomas tóxi- cos incluem anorexia. vômitos. anemia. leucopenia. tromboci- topenia e glossite atróÍlca. A superdosagen.r aguda pode ser seguida de estimulação do SNC. incluinclo convulsÕes. Os eÍei- tos colaterais associados à con-rbinaçãtl de pirimetamina-sulfa- doxina incluem aqr-reles associados à sulÍbnamida e à pirime- tamina individualmente. Alérn disso. há evidências de uma maior incidência de reações trlér-sicas, particularlnente necr(i lise epidérmica tóxica e síndrome cle Stevens-Johnson. com essa associação. A pirimetamina está relacionada a uma taxa cie mortalidade estimada em l:l 1.000 a l:2-5.000 quantlo utiliza- cla como a-sente quimioplofilático. Cloroguanida (Proguanil) O cloriclrato de cloroguanida (.PalutlrirLe) é ativado a um mets- bólito triazina. o cicloguanil, que tambóm interfere na síntese d. írcido tõlico clo parasita. Trata-se de unt inibidor da diiclrolblatc' rcdutase utilizado na profilaxia cla malária causada por todas a. cepas suscetíveis de plasmódio. A cloroguanida é rapidan.rente absorvida pelo trato gastrintestinal. Os níveis plasn.ráticos mári- mos são alcançados dentro de 2 a 4 horas após a sua adnlinistrrr- ção oral. e o fármaco é excretado na urina, com meia-vida di eliminação de 12 a 21 horas. Os efeittls coiaterais e o espcutr'' de atividade antimaltirica são muito semelhantes aos da piril'rle- tamina. A conr,'ersão da cloroguanicia no metabólirc ativo ellcoll- tra-se diminuída durante a gravidez. bem como em decorrênci., de polimorfismo genético em 37c clos indivícluos brancos e afr.- canos e em 20% dos asiáticos. Quinina A quinina é um de vários alcalóides derivados da casca d3 [1r r- - re cinchona. O mecanismo pelo qual a quinina exerce srla ati\ clade antimalárica permanece desconhecido. O fártnaco não '. iiga ao DNA em doses antimaláricas. Pode comprofileter o lll!'- canismo de alimentação do parasita, e Íoi designaclo como r.' neno protoplasmático gera1. visto que muitos organismos '- albtados pelo fármaco. A quinina é rapidamente absorvida após ingestão oral. e ' níveis sangiiíneos máxit't'tt'rs são alcançados em I a 4 horas. Ce.' ca de 70 a93c/c do Íãrmaco li-ua-se às proteínas plasmáticas. de- pendendo da gravidade da inÍêcção. A quinina é extensamente metabolizada. e âpenas cerca de 20% do composto original é eli- rninado na urina. A indicação atual primária para a quinina e seu isômero, a quinidina. consiste em tratamento intravenosc'l das maniÍ-estações e complicações graves da malária causada por P. .fàlcipttrunt resi stente à cloroclui na. Além de seu uso cor11o composto antimalárico. a cluinina é enrpregada na prevenção e no trataffrento das cãibras noturnas dos músculos da perna. particularmente as que resultam de ar- trite. cliabete, trornboÍlebite. arteriosclerose e veias varicosas. O c'inchoni,snzo descreve o estado tóxico induzido por nír,eis plasmáticos excessivos de quinina 1ivre. Os sintomes consistem em sudorese, zumbido. comprometirnento da audição. visão ernbaçada. náusea. vômitos e diarréia. A quinina é um potente estímulo para a secreção de insulina e provoca initação da mu- cosa gastrintestinal. Além disso. verifica-se a ocorrência de r-rma variedade de alterações hematológicns relativamente raras. in- cluindo leucopenia e agranulocitose. A quinina é potencialmen- te neurotóxica em altas doses. e a suâ administração intravenosa rápida pode ser se-9uida de hipotensão grave. Quinacrina A quinacrina não é mais utilizacla extensamente como fármaco antirlalírrico e foi substituída. em grande parte. pelas 4- arl inoquinolinas. Dapsona Embora a dapsona (Avlosulfon) tenha sicio outrora utilizada no tratamento e na protilaxia da malárja por P. falcipctrrlr?? resis- tente à cloroquina, a toxicidade associada à sua aciministraçtio (p. ex., agranulocitose, metemo-globinemia, anemia hemolíti- ca) reduziu drasticamente o seu uso. Em certas ocasiões, a dap- sona tem siclo ndicionada ao esquemzr terapêutico habitual com cloroquina para profilaxia da malária por P. Jclcitrtarurrl resis- tente à cloroquina. É também utilizacla na terapia de associa- ção para tratamento da lepra. Mefloquina .\ mefloquina (Lttriam) é um derivado zl-quinolinametanol que é utilizada tanto profilaticamente quento como tratamento agll- do contra a rlralária causada por P. falciparuml resistente. A dro- ga é ineficaz contra o estágio hepático da malária por P. r,i la.r. E,mbora não se conheça o seu mecanismo de ação detalhado, iratzl-se cle um esquizonticida sangüíneo eficaz. isto é. atua con- tra a Íbrma do parasita responsável pelos sintonras clínicos. A letloquina aclrninistrada por via oral é bem absorvida e apresenta :neia-vida de absorção de cerca de 2 horas. A meia-vida de eli- :linação é de 2 a 3 semanas. Entre os eÍ'eitcls colaterais observa- los. destacam-se verti-tem. alterações visuais, vômitos e distírr- .ios do SNC, como psicose. alucinações. conÍusão. ansiedade e -iepressão. A mefloquina não deve ser r-rtilizada concornitante- 'rlente com fárrnacos que reconhecidamente alteram a condnção ,.u'díaca, ou profilaticarnente ern pncientes que operam rnáqui- -.ls perigosas. A mefloqi-rina não deve ser utilizada no tratamen- Antiprotozoários 581 to da nralária -erave. r'isto qr-re não eriste nenhuma lbrnrulação intrar,enosa. Atovaquona A atovacluona é uma naftoquinona cLrjo mecrnisnio de acão en- voive a inibição do sistenra de transporte mitocontrial de e1étrons dos protozoários. Os parasitas cla malária dependem da biossín- tese z1e novo de pirirridinas através da diidro-orotato desidroge- nase acoplada ao transporte cle elétrons. Os plasmódios são in- capazes de recuperar e reciclar as pirimidinas. corlo o fazem as células dos rnamíÍêros. A atovaquona é pouco absorvida pelo trato gastrintestinal. porém a sua absorção é aumentada cotrl uma reÍ-eição gorduro- sa. A excreção do Iãrmaco, principalmeute na sua Íbrnra inalte- rada. ocorre nas f-ezes. A meia-vida de eliminação é de 2 a 3 c1ias. Verifica-se a persistência de baixos níveis plasrnáticos durtrnte várias semanas. A administração concomitante de metoclopra- rnida, tetraciclina ou rifampicina diminui os níveis plasmaiticos de atovaquona ern 210 a 50c/c, A atovaquona apresenta boa atividade inicial contra o está- gio sangüíneo dos parasitas dti r.r.ralária P. rivtt-t e P. or.'a1e. mas não contra o estágio hepático. Mostla-se eÍlcaz contra P. fitlci- púrum eritrocítico e exoeritrocítico. e, por conseguinte, os paci- entes precisam tomar doses supressoras diariarnente durante apenas I semana ao deirar uma área endêmica. Quando utiliza- da isoladamente. apresenta urna taxa inaceitável (30%) de recru- descência e leva à seleção de microrganismos resistentes. A ato- vaquona e o progr-ranil são sinér-gicos quandocombinaclos. e não se verifica o desenvolvimento de resistência à atovaquona. Essa associação (Mctlurone') é signilicativamente mais eficaz do que a melloquina. a amodiaquina, a cloroquina e associações de clo- roquina, pirimetamina e sulfadoxina. Além da associaçao de ato- vaquona e proguanil piira o tratamento e a proÍiiaxia da n.ralária por P. falciparLoll . a ato\aquona também é utilizada no tratamento e na prevenção da pneumonia por P. carinii e na terapia da ba- besiose. A atovaquona é bern toler:ada e só em raros casos produz náu- sea. vômitos. cliarréia, dor abdominal, ceÍaléia e erupção cutâ- nea cle intensidade leve a moderada. ..;,itf i::.Í-r:::;:i.:ii:r;11':,tr"ní:t...iii*íiii*tíi, Cientistas chineses isolaram vários compostos com atividade an- timalárica da espécie Artenúsia. E,sses compostos incluem a afie- nrisinina (Qinghao.stt), o artesunato e o artemeter. Esses peróxi- dos sesquiterpênicos são fármacos antin-raláricos potentes e de ação rápida que zrpresentam toxicidade relativamente baixa nos seres humanos. Mostram-se ativos contra os estágios sangiiíneos. parti- cularmente em pacientes com manif-estações -ÍIraves" como nialá- ria cerebral e inÍ'ecção por maliiria resistente à cloroquina. Possu- em atividade contra os estágios eritrocíticos da malária humana e não têm etêito sobre o estágro hepático e exoedtrocítico do par-asita: sua atividade gameticida não está bem definida. Têm utilidade principalmente no tratamento do edema cerebral potencialmente Íàtal. No momento atual. a artemisinina. o alresunato e o arteme- ter siio disponíveis fora dos Estados Unidos. O agente específico utilizado no tratamento das infecções agu- Oasãa malária irá depender da gravidade da infecção' da cepa do microrganismo infeccioso e do grau de resistência do micror- ganlsmo a"fármacos. Além disso, a qwírnioprofilaxia é conside- Iudu o-u indicação válida para o uso de antimaláricos quando a pessoa viaja parâ áreas onde a malária é endêmica' Os parágra- ?o, qo" se seguem pretendem fornecer diretrizes úteis na abor- dagem terapêutica e na prevenção da malária' fir?edcdas Prof§§e;ltica§ Para #sc erm Arr,as §nd€mreas A cloroquina pode constittLir o fármaco de escolha' porém ape- nu, nu, á."u. onde se encontra o P' falcipatum sensível à c1o- roquina. A profilaxia com cloroquina não é mais eficaz para pes- ,ou, qo" viajem em muitas regiões' A associação de atovaquo- ,a-p.àgrrarrii diariamente parece constituir a primeira escolha puá qíl-ioprofilaxia no caso de viagens para áreas de resis- iOn"iu a.totÀquina. Os fármacos profiláticos, como a cloroqui- rla ou a mefloquina, devem ser iniciados 2 a 4 semanas antes da viagem e mantidos por 6 a 8 semanas após a saída da área endêmica. A associação de atovaquona-proguanil é uma exce- ção, visto que o tratamento é iniciado 1 a 2 dias antes da parti- da e mantido por 1 semana após o retorno' Tratasffient* d* Ataqwe* A§wd* Nãa-cocsrp§icad* O fosfato de cloroquina, aclministrado por via oral' mais uma vez constitui o fítrmaco de escolha, a não ser que haja suspeita da presença de um microrganismo resistente à c1o- .oqoiru. Inàicam-se a mefloquina oral ou Malarone pata infàcções não-complicadas que se mostram resistentes à clo- roqrina. Para as infecções graves, indica-se a administraqão pur"rt"rut de quinidina, com monitott'zaçáo dos níveis sóri- cos de glicose a cada hora' &?eçaseísrato de ffesísÉênccs êt Ülo,r*quÊ*a Foi identificada uma proteína específica (glicoproteína P,ro) no parasita resistente, que parece atuar como mecanismo de bom- 582 Antiprotozoários ffirv:*Â* ba para o transporte de fármacos, com a finalidade de livrar a célula do fármaco. Esse mecanismo de resistência assemelha- se ao sistema de resistência a múltiplos fármacos observado no câncer. Assim, quando uma droga penetra no organismo' ela é rapidamente removida antes de poder exercer sua toxicidade' Aierapia farmacológica orientada para inibir esse mecanismo de bomba pode reverter essa forma de resistência' Trata-se de uma nova abordagem potencialmente importante na quimiote- rapia da malária. Tratamr;nÊ* da §nfec;çã* Pêr p' faleiparurn *esrsfer?te à Gicroqu§raa EmáreasondeécomumaocorrênciadoP.falciparumresis- tente à cloroquina, o tratamento de escolha pode consistir numa associuçao a" um esquizonticida sangüíneo de ação rápida e pirimátamina-sulfadoxina' O ataque agudo de malá- riá causado por P. falciparumresistente à cloroquina e com- plicado por insuficiência renal ou manifestações cerebrais poO" r". lnt"rrompido com a administração parenteral isola- àa de gliconato de quinidina ou com pirimetamina e sulfadi- azina f,or via oral. A mefloquina oral tem sido utilizada em lugar àa cloroquina nas infecções não-complicadas por mi- crãrganismos resistentes à cloroquina; todavia' é freqüente a ocorrência de graves efeitos colaterais do SNC (p' ex'' flashbacks) com o uso da mefloquina' Por conseguinte' a as- sociação de atovaquona-proguanil é hoje considerada tão efi- caz quanto a mefloquina e mais bem tolerada' lnfee,çães lk?ssfas Todo paciente com malária deve ser examinado à procura de in- fecçao simultânea por mais de uma espécie de Plasmodium' As infecções concomitante s por P' fatcipurum e P' vivax estão enffe as iniecções mistas mais comumente encontradas' Nos pacientes .o- -ulá.iu por P. fatciparum, pode ocoffer desenvolvimento subseqüente de ataques de malária por P' vivar; é importante não interpÀtar equivocadamente essa forma tardia de infecqão por P' vivax comorecidiva da infecção por P' fatciparum' Se for identi- ficada uma infecção mista, deve-se administrar uma associação de 4-aminoquinolina e primaquina, visto que essa última ajuda a eli- minar qualquer forma tecidual persistente de P' vivax' l. Un.r n-récliccl entomologista cle 35 anos de idade chega ao hos- pital com queixa cle t-ebre. cefaiéia e fototobia' A doença co- meçou há cerca de 6 dias antes de sua internação' ao retornar de u,na t'iagem de 2 r'neses na selva da América Central e América do Sul. Durante a voita' cerca de 6 dias antes de sua internação. relatou ter tido têbre e calaÍrios' Procurou o seu médico 2 dias antes da internação. e ele estabeleceu um diag- nóstico de intluenza e prescreveu tetraciclina' No dia da in- ternação. o paciente estava apresentando calaÍrios' seguido: de elevação cla ternperaturii p.rra 40'C' O exame físico rel.e- lou um homem bem desenvolvido de aspecto doente' Obset- vou-se algunta hipersensibilidade no quadrante superior esquer- clo, porém sem organomegalia: a pressão arterial é de 1 26i9(t: pri* a" 120: e respirações de 22' Os achados laboratoriai' Íi',.urrr u, seguintes: hemoglobina' lzl,5 mg/dl (norrnal: 13'-1- 17.4 mg/dl-): hematócrito 457n (normal 40-51t/c): o esfrega- ço sangüíneo corado pelo método de Giemsa (espesso e Íino) revelou a presenÇa de Plos'ntoditLm yiyctx. Qual o fármaco de escolha por via oral para eliminar os plasmódios do sangue'/ (A) Primaquina (B) Cloroquina (C) SulÍadiazina (D) Quinina(E) MeÍloquina 2. Um ecologista de 27 anos de idade procurou seu médico de- vido ao aparecimento de uma ú1cera no punho esquerdo 8 semanas depois de retornetr do Panamá. O paciente obser- vou uma pequena pápula rosada, que coçava (pmriginosa.) e aumentou de tamanho, assumindo um aspecto crostoso. A crosta acabou caindo. deixando uma úicera superÍiciai ex, sudativa de cerca de 2 cm de diâmetro. com bordas endure- cidas. Ele aplicou agentes tópicos adquiridos sem receita médica e não observou nenhurna melhora clínica. Não apre- sentou febre nem linfadenopatia. Foranr obtidos raspados das bordas elevadas da úlcera. que foram corados pelo método de Giemsa, revelando a presença de pequenos corpúsculos redondos e ovais intracelulares e livres, medindo 2 a 5 pm de diâmetro. Embora esses corpúsculos sejam sugestivos do estágio amastigota de Leishmunia no hospedeiro vertebra-do, a cultura demonstrou ser L. brcLz.iliensis panamerzsls. O paciente apresenta leishmaniose cutânea do Novo Mundo. Qual o fármaco de escolha?(A) Praziquantel (B ) Pirimetamina-sulf adoxina(C) Antimoniais pentavalentes (D) Pamoato cle pirantel íEr Fo:l'alo tlc plirnaquina 3. O paciente tem 213 anos de idade. trabalha na Agency for lnternational Developntent e queixa-se principalmente de fe- bre e cefaléia. Recentemente, -"'oltou de uma viagem ao Quê- nia e à Tanzânia. Embora estivesse viajando pelas llorestas e savanas em u1.n Land Rover, declarou que a cabina parecia es- tar cheia de rnoscas tsé-tsé do gênero Glossina. Foi picado no antebraço e apresentou um cancro doloroso com algum exsudato. O exame lísico revelou um paciente febril. com temperatura de 38,8"C: estava com taquicardia, pulso de 120 batimentos por minuto e aspecto agudamente doente e le- tárgico. Foi constatada a presença de linfadenopatia cer\.r- cal posterior de baixo grau. Não havia edema dos membros, nem organomegalin ou qualquer anormalidade no exame neurológico. Tanto a função renal quanto a função hepática mostraram-se normais. Os esÍre-uaços sangüíneos espessos e Íinos corados pelo método de Giemsa, examinados para exciuir a possibiliclade de malária. revelaram a presença de tripomastigotas. Os parasitas também foram identiÍlcados numa gota cle exsudato de uma aspiração do cancro com Ltma a-qulha. A punção lombar revelou um leucócito e dois eri- trócitos no LCR, com níveis normais de glicose e de prote- ína. Não foram encontrados quaisquer parasitas numa íimos- tra centrifugacia do LCR. Qual o tratamento indicado para esse paciente? ' \ r Sulluclorinr-pirimetanrina iB) Cloroquina Antiprotozoários 583 (C) Suramina (D) Melarsoprol (E) Metronidazol 4. Uma corretora imobiliária de 52 anos de idade apresenta his- tória de 2 semanas de diarréia aquosa sem sanglre. A paciente declara que, há 4 a 5 semanas, ela e o marido foram para o Colorado, de Íérias. e nessa ocasião beberam água dos rios das montanhas. Estavam cerlos de que a água era potável, visto que a área virgem abundava em peixes, castores e vida vege- tal. A paciente declara que tem pert'eita saúde, exceto que toma antiácidos para o que ela descreve ser uma doença por reflu- xo gastroesofágico. O exarne físico não revelou qualquer acha- do notável. O exarne das fezes líquidas mostra a presença de trotbzoítas e cistos de G. lcLmbliu. Qual o tratamento correto para essa doença'/ (A) Melarsoprol (B) Metloquina (C) Mebendazol (D) Metronidazol (E) Antimoniato de meglumina 5. O paciente é um menino de 12 anos de idade com febre e vômitos. A febre começou 1 mês antes de sua internação. atingindo cerca de 40'C todos os dias. O rnédico da família considerou durante algum tempo o diagnóstieo plesuntii'o de malária resistente à cloroquina e prescreveu meÍ1oquina. seguida de I semana de doxiciclina, sem quaiquer efeito. Em seguida, 2 dias antes da internação, o paciente começou a vomitar ao ter se alimentado. Há cerca de 4 meses. a família visitou a sua terra natal, no estado de Bihar, no nordeste da Índia. O exame físico revelou uma criança magra e aguda- mente doente, com temperatura de 39,4'C. pulso de 130 e respirações de 36. O achado positivo ao exame Í'ísico con- sistiu em abdome distendido não-hipersensível, com borda hepática palpável de cinco dedos de largr-rra abaixo da mar- gem costal, com baço de consistência firme estendendo-se até o urnbigo (hepatoesplenomegalia). A pele estava seca e com pigrnentação escura. Os exames laboratoriais revelaram hemoglobina de 8,5 mg/dl (normal: 13,4-17,4 mg/dl), con- tagem de leucócitos de 3.900 células/mm3 (normal: ,1.000- 12.000 células/mmr), contagem de plaquetas de 99.000 cé- lulas/mm3 (normal: l -50.000-400.000 células/mm''). O aspi- rado de medula óssea revelou a presença de amastigotas característicos de L. donovani. Qual o fármaco de escolha para a ieishrnaniose visceral? (A) Anfotericina B lipossômica (B) Albendazol (C) Atovaquona (D) Pirimetamina-sulÍadoxina (E) Proguanil t?:i;:l:,!; ;.. ; 1:,'t 51'."; ;.:'; 11.,::é tl:t +t : 1. B. O fármaco de escolha para a cura clínica da malária por P. t,iyax é a cloroquina oral. Os únicos relatos isolados de P. r.l- yax resistente à cloroquina são do oeste do PacíÍico, e não cla América Central e América do Sul. O paciente deverá tornar- se at'ebril em 24 a 48 horas, e a parasitemia deverá diminuir em 72 horas. Como a infecção por P. r,i ra-r, conhecida conro 584 Antrprotozoários ma1fu ia terçã benigna. responde de modo satisfatório à clorcl- quina. não hír necessiclade de recorrer à quinina ou à quinidi- na por via parenteral ou à ll-refloquina oral; esses fármacos apresentam eÍ'eitos colaterais cardiotóricos e neurottixicos P' t,lyrtr tampouco responcle de moclo satisfatório às sulfbnami- das. Nas intêcções por P. l'lva'r e P. ovale. o tratamento com esquizonticida sangüíneo só irá resultar em cLlra clínical com efeito. a cura radical exige tratamento adicional com esqui- zonticida teciclual, a primaquina, a linl de destruir os estágios exoeritrocíticos responsár'eis pelas recidivas. l)eve-se inves- tigar a possír,el presença cle cleticiência de glicose-6-Íbsfato 4' desidrogenase antes cla aclministração de primaquina' Alérn riisso. a primaquina não é eficaz contra os esquizontes eritro- cíticos em nível farmacológico, de tnodo que não pode subs- tituiÍ a cloroquina. 2, C. O fíirmaco de primeira linha para a leishmaniose cutânea ou mucocutânea consiste em estibogliconato de sódio (Pen- tostam) ou antimoniato c1e megiumrna (Glucantlrre) Os compostos antirloniais não foram apror"ados pela U'S' Food and Drug Aclministration. porém nos EUA o estibo-qlicona- to de sódio é obticlo nos Centers for Disease Control and Pre- vention. A resposta clínica é cleterminada peia espécie e pelos padrões de resistênci a cle Leislmtctnia e pela imunidade do hospecleiro. Esses fárrnacos são administrados por injeção intravenosa ou intranluscular. A Ílebite e a dor são reduzi- clas quando esses fármacos são administrados por via intra- venosa. Na leishmaniose mucocutânea avançada. a anfote- ricina B pocle constitttir uma alternativa. particularmente em áreas de resistência a compostos antirr-roniais' A anfoterici- na B lipossômica constitui o fármaco de escolha para a leish- maniose visceral e tem sido utilizada com sucesso no trata- mento cla doença cutânea e mucocutânea. A pentamidina' o cetoctlnazol e o itraconazol foram utilizados com eficácia no tratamento da forma cutânea. mas não visceral' da leish- maniose. O pamoato de pirantel é utilizado no tratamento de infecção por nematódeos e não é indicado aqui' O fosfa- to ile primaquina é utilizado para prevenir recidivas na ma- lária terçã, enquanto o praziquantel é o fármaco de escolha no tratamento das inf-ecções por tênia e trematódeos' A com- binação pirimetamina-sulfadoxina é utilizada no tratamen- to da maiária e. algumas vezes. é associada com suifatcl cle quinina nos casos c1e resistência à cloroquina É também utilizada no tratâmento da toxoplasfiiose. quando acompa- nhada cle leucovorina (ácido folínico). 3. C. A suramina constitui o fármaco de escolha para o estágio hemolinÍático deT. rhodesiense eT. gambiense, com exame normal clo LCR. Esse fármaco tem uma eÍicácia de quase i007c na elin'rinação dos tripanossomas do sangue de pacien- tes com doença no estágio inicial. Epidemiologicamente' esse paciente parece op..r.rto, tripanossomíase da ÁÍiica Orien- ta1 catrsada por T. rhotlesien.se. O isetionato de pentamidina prociuz ínclices de cura mais btrixos nas inÍ-ecções pot T' rho' tJesiense do que os obticlos com suramina. A suranlina não atravessa a barreira hematoenceÍálica, de modo que o fárma- co não é eficaz para pecientes com comprolretimento menin- -uoencefalopático. Pode-se observal" ocorrência de sonolência ou incapaciclade c1e concentração antes do comptoutetimentodo SNC. O tratamento da tripanossomíase de estágr' ' --' do com comprometimento do SNC consiste em melri' - todavi.a. em virtude de sua toxiciclade potencial' e ::i - - co é reservado apenas para a doença de estágio a\ i-1ll' -- metronidazol é utilizado no tratamento da amebíase rl- -' da tripanossomíase. A sulfadoxina-pirimetamina e a cli' - na são fármacos antimaláricos que não são utilizados p'ri.-: :' . inclicação. A sulfacloxiner-pirimetamina com leucor onrr''. - do folínico) também pode ser utilizada no tratamL'nit' 'r' - xoplasrna gondii. D. O metronidarzol constitui o fármaco mais tieqüente;:"' te recomendado para o tratamento dessa infec', rii' quinacrina era utiiizada no passado; entretanto' em r tt i '. - ' á. ,uo,o*i.idade e falta de <lisponibilidade' não constittll '' fármaco de primeira escolha. O albendazol. mas nã() o lr'' bendazol. tem sido utilizaclo na giardíase com bons resuit"- clos. O mebendazol é administrado no tratamento das infei' ções por nematódeos. O melarsoprol é utilizado no tratamell- to da tripanossomíase aÍi'icana do SNC de está-sio a\'ünçr- do. A metloquina é um agente oral administrado no trata- mento da malária resistente à cloroquina' O antimoniato iie meglumina (.Glucontime) ou o estibogliconato de sódio (PentosÍonl) são utilizaclos no tratamento da leishmaniose cutânea ou mucocutânea por via IV' A giardíase, que pode ser crônica e constitui causa de n-rá-absorção, exige, algu- mas vezes. múltiplos exames parasitológicos ou a realizil- ção de aspiraclo duodenal. A inf'ecção pode ocorrer atra\'é\ de bebiclas ou aiimentos contaminados, ou pode ser adqr-ri- ricla através cle água contaminada por mamíÍ-eros' cotrlo cas- tores. O risco de infecção humana parece aumentar em in- ciivíduos crom produção reduzida de ácido -eástrico' A. A antotericina B lipossômica Íbi aprovada peia U'S' Food ancl Drug Adrninistration no tratamento da leishrnaniose vis- ceral. Para esse caso. foi demonstrada a eficácia dos com- postos antimoniais pentavalentes. da pentamidina, da anfo- iericina B e da aminosidina lparomomicinat' A anfoterici- na lipossôrr-rica parece ser captada mais adequadamente pelo sistema reticLlloendotelial, ondt: o parasita reside, distribu- indo-se menos no rim. onde a anÍbtericina B tradicionalmen- te manifesta sua toxicidacle. Além de ser mais bem tolerada pelo paciente, mostrou-se muito eficaz na India' onde a re- sistência aos compostos antimoniais é disseminada' Esse paciente paÍece ter adquirido a inÍ'ecção naquele país, onde muitos pacientes infectados apresentam aumento da pigmen- tação cutânea. daí a designação de calazar ou "doença pre- ta". O albendazol. um fármaco anti-helmíntico. não desenl- penha nenhum papel nqui. A atovaquona, uma nalloquino- na. é utilizada no tratamento da malária. da babesiose e da pneumocistose. A pirimetamina-sulfadoxina é utilizada no tratamento da malária e cla toxoplasmose. O proguanii inibe a cliiclrofolato redutase dos parasitas da malária e é utiliza- do em associação com a atovaquona. i-㧧1, ffi  Sl"Ép t-§$dÊtrT&* Atovaquone/proguanil (Malarone) for malaria' Med Lett Drugs T\et 200O',42:109-111' , Berman JD. Editorial response: U. S. Food and Drug Administration approval of AmBisome (Liposomal Amphotericin B) for treatment of visceral leishma- niasis. Clin Infect Dis 1999;28:49-51.. Cook GC. Manson's tropical diseases (20th ed.). London: Saunders, 1996. Davidson RN Practical guide for the treatment of Ieishmaniasis Drugs 1998;56:1ffi9-1018. Drugs for parasitic infections. Med Lett Drugs Ther 20ft0;42:L-12. Frayha GJ et al.The mechanisms of action of antipro- tozoal and antheknintic drugs in man. Gen Malária e Viagem í m missionário médico de 57 anos de idade apresentou .., febre, diarréia. cefaléia, vômitos e urina escura 10 dias após o seu retorno aos Estados Unidos de uma viagem de 1 mês à África Oriental. O paciente tomou quimioprofllaxia com clo- roquina e proguanil. Ao exame físico, o paciente apresentava- se febril, agitado, com sudorese, tiaco e com leve sofrimento, com pressão arterial de 95/60 (normal: 120/80), pulso de 120 (normal: 60-100) e temperatura de 40"C (normal: 37'C). Os achados laboratoriais são os seguintes: hematócrito de 25% (normal para homens 40-54Vo'); contagem de plaquetas de 29.000 (normal: 150.000-400.000/mmi); parasitemia de 67o (P. Jrilciparum'); nível sórico de creatinina de 3,5 mg/dl (normal para homens: 0,8-l,5 mg/dl-); e glicose plasmática de 39 mg/ dL (normal em jejum: 65- 1 1 0 mg/dl). Qual a melhor escolha de terapia farmacológica? '; :: ;r" ': ' -, A primeira e mais importante etapa no tratamento de um paciente com febre e sintomas gastrintestinais ocasi- onais ao retornar de uma área de malária endômica consiste em incluí-la no diagnóstico diferencial. Qualquer demora no diagnóstico e na instituição do tratamento apropriado colo- ca o paciente em perigo. A infecção por P. falciparumnáo- tratada, num indivíduo não-imune, pode rapidamente tomar conta do paciente em pouquíssimo tempo, explicando a de- signação de malária terçã maligna. As manifestações graves que anunciam um prognóstico desfavorável incluem hiper- Antiprotozoários 585 Pharmacol 1997 :28:27 3-299. Kain KC, Shanks D, and Keystone JS. Malaria chemo- prophylaxis in the age of drug resistance. I. Currently recommended drug regimens. Clin Infect Dis 2001:33:22Ç234. I-ooareesuwan S et al. Malarone (atovaquone and proguanil hydrochloride): A review of its clinical development for treatment of malaria. Am J Tiop Med Hyg 7999:60:533-541. Strickland GT. Hunter's tropical medicine and emerg- ing infectious diseases (8th ed.). Philadelphia: Saunders,2000. parasitemia de mais de 57o, hiperpirexia acima de 40oC, coma irrecuperável ou declínio do estado neurológico, ane- mia grave com hematóorito inferior a 15Vo, hipogliceniia com nível de glicemia inferior a 40 mg/dl-. colapso circulatório e pressão arterial sistólica baixa de 70 mm Hg nos adultos ou 50 mm Hg nas crianças. insuÍiciência renal com nível sérico de creatinina superior a 3 mg/dl, icterícia com bilir- rubina sérica acima de 3 mg/dl. O tratamento de escolha nessa situação consiste em gliconato de quinidina por via pa- renteral, com monitorizaçáo freqüente dos níveis séricos de glicose. A quinidina e a quinina, bem como a hiperparasite- mia, podem deprimir os níveis circulantes de glicose, que devem ser corrigidos. É necessária uma determinação diá- ria da parasitemia para acompanhar a recuperação. Se esse paciente tivesse sido examinado quando a parasitemia esta- va baixa e ainda não havia nenhuma complicação, a atova- quona-proguanil por via oral poderia ter sido uma terapia de primeira escolha, com mefloquina como fármaco de segun- da escolha. Esse caso reforqa a necessidade de evitar uma quimioprofilaxia inapropriada em países onde existem pa- drões de resistência, visto que a instituição de terapia agres- siva com fármacos apropriados pode salvar a vida de um indivíduo. P. falciparum não tem estágios hepáticos persis- tentes para provocar recidiva, de modo que não há necessi- dade de administrar primaquina, a não ser que haja suspeita de infecção mista por P. vivax.
Compartilhar