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Direito Civil III Obrigações

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1 
 
Direito Civil III - Obrigações 
 
 Relação entre credor (sujeito ativo) e devedor (sujeito passivo) onde há uma prestação do 
devedor perante o credor, o devedor tem obrigação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa. 
 Exemplos de obrigações: 
I. Contratos de compra e venda: relação complexa pois na mesma relação um sujeito 
pode ser credor e devedor, v.g., o vendedor é credor do pagamento e devedor do 
bem ao comprador. 
II. Comodato: empréstimo. 
III. Locações: 
 Diferenças do direito das obrigações para os direitos reais: direitos reais têm ligações entre 
pessoas e coisas, o direito das obrigações trata sobre relações entre pessoas. 
 Direitos reais: 
I. Características: 
a) Tipicidade/legalidade: os direitos reais devem estar previstos no código, 
v.g., uso capião, penhor. Art. 1225 CC. 
b) Taxatividade: rol taxativo 
c) Publicidade: comum em cartórios de registro de imóveis. 
d) Oponíveis erga omnes: atinge todos, em caráter geral. 
e) Inerência ou aderência: comum em direitos reais de garantia. 
f) Direito de sequela: o credor hipotecário pode perseguir a coisa, não importa 
com quem ela esteja. 
II. Figuras híbridas – propter rem: taxa de condomínio. Possui direito real e 
obrigacional. O direito real é o apartamento e a obrigação é o pagamento do 
condomínio. Art. 1315 CC. Tal obrigação é diferente de obrigação com eficácia real 
(ex. Art.8º lei 8245). 
III. Débito x Responsabilidade: 
a) Débito: Schuld – Devedor cumprir a obrigação. 
b) Responsabilidade: Haftung - Autorização legal para atacar o patrimônio de 
alguém. 
c) Débito sem responsabilidade: ex. dívida de jogo, divida prescrita. 
d) Responsabilidade sem débito: ex. fiador, avalista. 
IV. Estado de sujeição: comum em contratos de locação por prazo indeterminado, 
locatário fica sujeito a poder do locador. 
V. Ônus jurídico: submissão a uma atividade em prol de um benefício maior. Ex. 
testamento ou doação com encargo. 
 Estrutura da obrigação: 
I. 3 elementos: 
a) Subjetivo: esses elementos devem ser determinados ou ao menos 
determináveis; ambulatórios (transferível). Credor e devedor. 
1. Coadjuvantes: representantes legais ou contratuais. 
2. Núncios: aquele que tem finalidade de anunciar a vontade de uma 
parte para a outro. 
3. Ativo: credor, titular do crédito. 
2 
 
4. Passivo: devedor, obrigado ao pagamento, deve cumprir a prestação. 
 
b) Objetivo: 
1. Prestação: 
i. Objeto imediato: ação do devedor, dar (coisa certa {coisa 
determinada} coisa incerta {sabe-se o gênero, mas a 
qualidade é incerta}), fazer, não fazer. 
ii. Objeto mediato: 
 Próprio objeto: bem da vida da obrigação. 
iii. Características: 
 Conteúdo patrimonial: algo que possa ser 
negociado, não cabe negociar a honra. 
 Hipótese em que não há um conteúdo econômico: 
não produzir som alto. 
 Licitude: objeto deve estar de acordo com a lei. 
 Possível: física e juridicamente. 
 Determinabilidade: 
1- Coisa determinada: coisa certa 
2- Coisa determinável: coisa incerta, definido 
por quantidade e gênero. Torna-se 
determinada. 
 Fato: 
1- Próprio: mais comum. 
2- Terceiro: quando em um determinado 
contrato a pessoa estabelece que um terceiro 
irá se comprometer. 
 Dar: 
1- Entregar: penhor 
2- Restituir: depositário 
3- Dar: mútuo 
 Coisa 
1- Atual: ocorre entrega do objeto indireto no 
ato da celebração do negócio jurídico 
2- Futura: entrega do objeto em algum prazo 
determinado. 
 Prestação 
1- Instantânea: pagamento à vista. 
2- Contínua: prestações, pagamento a prazo. 
c) Ideal: aquilo que une credor e devedor, vínculo jurídico que se estabelece 
entre os dois. 
1. Vinculo jurídico: 
2. Credor – devedor: 
 Fontes das obrigações: a fonte principal são os contratos. 
I. Atos jurídicos negociais: resultantes de negócios jurídicos. 
II. Atos jurídicos não negociais: direito de vizinhança. 
3 
 
III. Atos ilícitos: os atos ilícitos ocorrem quando o sujeito viola o ordenamento jurídico. 
Deve conter culpa (dolo ou imprudência, negligencia e imperícia). 
a) Perdas e danos 
1. Emergentes: nascem no próprio ato. Ex. batida de carro. 
2. Lucros cessantes: Ex. taxista. Algo que se deixa de ganhar, de 
produzir. 
 Modalidades das obrigações: 
I. Dar 
a) Coisa certa: devidamente identificada, gênero, qualidade, quantidade. Ex. 
Automóvel ford ka, ano 2009/2010, cor branca, placa ABC 1234, renavan 
17957. Ninguém é obrigado a receber outra coisa diferente da contratada, 
ainda que mais valiosa (art. 313, CC). Os acessórios devem estar com a coisa 
certa, ainda que não mencionados no contrato (Art. 233, CC) Exceções: pode 
estar expresso no contrato que o acessório será retirado. Se o caso concreto 
indicar que o acessório não seguirá o principal, v.g., container no terreno. 
Pertenças (Art.93, CC). 
b) Entregar: o dono da coisa até a entrega é o devedor. Ex. compra e venda de 
um cavalo. 
1. Perecimento da coisa: perda, coisa deixa de existir. 
i. Art. 234 CC. 
ii. Sem culpa: primeira metade do art. acima. A obrigação se 
resolve, extingue para ambas as partes. O objeto já não pode 
ser entregue por motivos alheios a vontade do devedor 
dessa. “Se já houve pagamentos os valores devem ser 
restituídos.” Res perit domino (a coisa se perde para o dono). 
iii. Com culpa: o devedor deve restituir os valores pagos + 
perdas e danos (danos emergentes, lucros cessantes, danos 
morais). 
2. Deterioração: perda parcial. 
i. Sem culpa art. 235 CC: credor da coisa pode resolver a 
obrigação (cancelar o negócio com restituição de pagamento, 
caso já efetuado) ou aceitar a coisa no estado em que se 
encontra com abatimento do preço. 
ii. Com culpa art. 236 CC: opções mencionadas acima 
cumuladas com perdas e danos com todas as suas 
modalidades. 
3. Melhoramento da coisa art. 237 CC: “Até a tradição pertence ao 
devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos 
quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá 
o devedor resolver a obrigação.” 
i. Pode ocorrer a desistência do negócio. 
ii. Não é possível obrigar que o sujeito fique com a coisa 
iii. É possível estabelecer outra regra de forma contratual. 
4 
 
c) Restituir: o dono da coisa é o credor da coisa (quem emprestou), esse é quem 
perde. Ex. empréstimo de um carro, quem perde é o dono do carro 
(comodante). Locação. 
1. Obrigações vencidas até a data do fato continuam devidas mesmo 
com a perda da coisa sem culpa do devedor. Ex. aluguéis vencidos. 
2. Perecimento da coisa: 
i. Sem culpa art. 238 CC: obrigação se resolve. Credor (dono 
da coisa) suporta a perda. 
ii. Com culpa art. 239 CC: quando existe culpa do devedor, 
esse deve pagar o equivalente ao valor do bem que se 
perdeu bem como perdas e danos para o credor. 
3. Deterioração da coisa: 
i. Sem culpa art. 240: credor apenas recebe a coisa de volta. 
ii. Com culpa art. 239: credor recebe a coisa de volta cumulada 
com perdas e danos. 
4. Melhoramento da coisa art. 241 e 242 CC: 
i. Houve esforço / trabalho do devedor: 
 Regras das benfeitorias art. 1219  1222. 
1- Necessárias: tem importância muito grande 
para a conservação da coisa, são 
imprescindíveis. 
2- Úteis: aumentam ou facilitam o uso da coisa. 
3- Voluptuárias: para embelezar a coisa. 
 Devedor está de boa fé ou de má fé. 
1- Boa fé: posse pacífica, contratual, dentro do 
prazo. 
2- Má fé: posse violenta clandestina, fora do 
prazo contratual. 
 Se estiver de boa fé, o devedor (locatário, 
comodatário, depositário) tem direito à indenização 
das benfeitorias necessárias e úteis, precisa de notas 
fiscais. As voluptuárias podemser levantadas 
(retiradas), sem danificar a coisa. 
 Se estiver de má fé só tem indenização com relação 
às benfeitorias necessárias, é vedado embargos de 
retenção e levantamento de voluptuárias. 
 Regras dos frutos 
1- art. 1214: boa fé, frutos percebidos 
2- art. 1216: má fé, não faz jus aos frutos, faz jus 
aos frutos de produção. 
ii. Sem esforço / trabalho do devedor: Credor não é obrigado a 
indenizar os acréscimos ou melhoramentos. 
d) Coisa incerta: dispositivos legais: art. 243  246 Código Civil. Também 
chamada de obrigação genérica. Se define pela quantidade e gênero. O 
5 
 
gênero nunca perece (nem por caso fortuito ou força maior). A escolha / 
concentração torna a coisa incerta em certa. A incerteza é sempre transitória. 
1. Quem faz a escolha geralmente é o devedor, de forma contratual 
pode ser o credor ou um terceiro eleito no contrato. Se o terceiro se 
omitir caberá ao juiz fazer a escolha. 
2. A escolha ocorre no momento em que a outra parte é certificada. 
3. Deve existir a regra do meio termo: não é possível escolher as piores 
coisas e nem ser obrigado a escolher as melhores. 
II. Fazer art. 247 ss.: atividade do devedor. Ex. campo das artes (cênicas, musicas, 
esculturas, quadros), conserto de automóveis, empreita, compromisso de compra e 
venda (assinar a escritura, se negar assinar entrar com ação de adjudicação 
compulsória) 
a) Fungível: substituível, pode ser cumprida por outra pessoa. Permite 
autotutela em casos específicos (realizado pelo próprio interessado ou 
terceiro) como no § único do art. 249 CC. 
1. Autotutela: urgência, utilizar dos meios necessários (sem fazer algo 
além do que foi contratado), não poder aguardar o desfecho de um 
processo judicial. Sob pena de abuso de direito. 
2. Inadimplemento absoluto: a obrigação não é realizada e não pode 
ser reparada. 
i. Culposo 
 DVP + PD: devolução dos valores pagos + perdas e 
danos. 
ii. Não culposo 
 DVP: devolução dos valores pagos. 
3. Mora: atraso na obrigação de fazer, pode ser reparada. 
i. Purgação da mora 
ii. DVP + PD: devolução dos valores pagos + perdas e danos. 
Art. 247 
iii. Cominação de pena diária: art. 461 CPC 
b) Infungível (intuito persone ou personalíssima): só pode ser feito por pessoa 
específica, certa, determinada. Não pode ser executado por terceiros. 
1. Inadimplemento absoluto: a obrigação não é realizada e não pode 
ser reparada. 
i. Culposo 
 DVP + PD: devolução dos valores pagos + perdas e 
danos. 
ii. Não culposo 
 DVP: devolução dos valores pagos. 
2. Mora: atraso na obrigação de fazer, pode ser reparada. 
i. Purgação da mora 
ii. DVP + PD: devolução dos valores pagos + perdas e danos. 
Art. 247 
iii. Cominação de pena diária: art. 461 CPC. 
III. Não fazer art. 250 CC: abstenção ou omissão do devedor. Ex. sigilo profissional. 
6 
 
 Obrigações alternativas: 
I. Não se aplica a regra do meio termo. 
II. Pode ser dar ou fazer. 
III. Não são cumulativas ou conjuntivas, cumulativas tem (e), alternativas tem (ou). 
IV. Também é diferente de obrigação simples, onde existe apenas um objeto ou 
prestação. 
V. 
VI. A escolha é feita geralmente pelo devedor. 
VII. Principio da indivisibilidade do objeto: o credor não é obrigado a receber parte de 
uma e parte de outra, ou fica com uma parte inteira ou com a outra. 
VIII. Prestações periódicas: ex. 2 prestações por ano com o pagamento também parcelado. 
A escolha se faz por período. 
IX. Após a escolha a obrigação se torna simples. 
X. Se a escolha couber ao credor, esse já deve indica-la na petição inicial. 
XI. Alternativa é diferente de dar coisa incerta. 
a) Incerta: gênero e quantidade, a escolha se refere à qualidade. 
b) Alternativa pura: entre objetos certos e determinados, não se aplica a regra 
do ½ termo. 
c) Alternativa de 2º grau: uma das opções da escolha é incerta e a outra é certa e 
determinada. 
XII. Impossibilidade de cumprir a obrigação alternativa: 
a) Total ou parcial? Total – nenhum dos objetos do bloco podem ser entregues. 
Parcial – um dos blocos ainda pode ser entregue. 
b) A quem compete a escolha? 
c) Culpa ou sem culpa? 
1. Sem culpa: não importa a quem cabe a escolha. 
i. Teoria da redução do objeto ou concentração compulsória, o 
credor fica com o objeto que sobrou. Art. 253 CC. 
ii. Se não sobrar objetos a obrigação se resolve, art. 256 CC. 
2. Com culpa: 
i. Escolha compete ao devedor: 
 Ambos objetos se perderam: paga o valor da última 
+ perdas e danos. Art. 254 CC. Quando se perde a 
primeira a obrigação se concentra na segunda, 
perdendo a segunda o valor se converte na segunda. 
 Apenas um dos objetos se perdeu: a obrigação se 
concentra no objeto que restou. 
ii. Escolha compete ao credor art. 255 CC: 
 Ambos objetos se perderam: valor de qualquer uma 
das prestações + perdas e danos. 
 Apenas um dos objetos se perdeu: pode ficar com a 
que sobrou ou o valor equivalente da outra (que se 
perdeu) + perdas e danos. 
 Obrigações facultativas: faculdade do devedor / como se fosse simples. Segunda opção de 
objeto. 
7 
 
I. Credor não pode exigir o cumprimento da prestação facultativa. 
II. A impossibilidade de cumprir a prestação devida (principal) extingue a obrigação, se 
resolve. 
III. Perda do objeto obrigado: extinção da obrigação 
IV. Perda do objeto facultado: obrigação se torna simples, só sobra o objeto principal. 
V. Alternativa, perda de qualquer objeto, desde que não todos, concentram-se no 
objeto restante. 
 Obrigações divisíveis e indivisíveis: objeto prestacional art. 257/263. 
I. É necessário ter mais de um sujeito em ao menos um dos polos (complexidade 
subjetiva) 
II. Qualquer devedor é obrigado pela dívida toda. 
III. Origem da indivisibilidade: natureza do objeto, lei, vontade do sujeito. 
IV. Bens divisíveis e indivisíveis: art. 87 e 88 CC, 258 CPC. 
 OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL: 
I. Cada devedor somente deve a sua quota, ou seja, a sua fração. 
II. Pode cumprir fracionada entre os devedores. Não pode-se exigir a totalidade da 
obrigação de apenas um dos devedores. Ex. 4 devedores, cada um deve ¼. 
III. Comum em dividas em dinheiro. 
IV. Regra geral é que a obrigação se divide em partes iguais, salvo se o contrato 
estabelecer o contrário. 
 OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL: 
 Indivisibilidade na pluralidade de devedores art. 259 e 263: 
I. Cada devedor é obrigado pela dívida toda. 
II. O devedor que quita a obrigação sub-roga-se nos direitos do credor para com os 
demais. 
III. Art. 263, §2º: no inadimplemento culposo, se a culpa recair sobre apenas um dos 
codevedores, comente este responde por perdas e danos perante o credor. 
IV. Art. 263: a obrigação se torna divisível pela perda do objeto (cessante causa, cessat 
effectus). 
V. Valor da quota parte do objeto em partes iguais entre os devedores. 
VI. Apelação cível nº 1.0024.05.642436-9/001. 
 Indivisibilidade na pluralidade de credores: 
I. Qualquer credor pode exigir a dívida toda. 
 CLASSIFICAÇÃO – ELEMENTO SUBJETIVO – diz respeito aos sujeitos da relação 
I. Obrigações fracionárias: aquela em que só é possível cobrar a fração de cada 
indivíduo, são a presunção. Se não houver previsão legal e nem contratual em 
sentido contrário as obrigações dividem-se de acordo com o número de sujeitos e 
nenhum deles poderá ser cobrado pela totalidade. Essas são presumidas. 
II. Obrigações conjuntas: só pode cobrar de todos conjuntamente. 
III. Obrigações disjuntivas / alternativas: obrigação excludente, quando se escolhe um 
dos devedores os outros são completamente excluídos. Não é possível uma 
substituição. 
IV. Obrigações solidárias: art. 264 e segs. CC. Só tem sentidose tiver mais de um sujeito. 
a) Solidariedade ativa: quando tem mais de um credor. 
b) Solidariedade passiva: quando tem mais de um devedor. 
8 
 
c) Solidariedade mista: quando tem mais de um devedor e mais de um credor. 
d) Pluralidade de sujeitos 
e) Multiplicidade de vínculos independentes entre si: gera um princípio 
chamado princípio da variabilidade da obrigação entre cada sujeito (art. 266 
CC). Pode haver uma multiplicidade de vínculos, as condições do 
pagamento podem ser diferentes de um devedor para outro, se assim 
escolher o credor. 
f) Unidade da prestação: a prestação pode ser cobrada toda de uma vez de 
qualquer um dos sujeitos. 
g) Corresponsabilidade dos interessados: qualquer um é obrigado a pagar ou 
receber a totalidade. 
h) Princípio da não presunção de solidariedade art. 265 CC: a solidariedade 
resulta da lei (art. 932 CC por exemplo - pais solidários pelos atos dos filhos 
menores; patrão responsável pelos atos dos empregados; fabricante e 
comerciante; fiador) ou da vontade das partes (contrato ou declaração de 
vontade). 
i) Não é solidariedade: entre parentes (pai e filho maior de idade) parentesco 
não gera solidariedade. 
 SOLIDARIEDADE ATIVA art. 267. 
I. Qualquer um dos credores pode exigir a divida toda. Ex. conta bancária conjunta. 
II. Pag. 109 Pablo Stolze. 
III. STJ: informativo 539 15/05/14  Ag Rg 7456 MG Resp 1184584 MG. 
IV. Art. 268 princípio da prevenção: enquanto não houver ação, o devedor pode pagar 
para qualquer um dos credores, não precisa de documentos dos demais. Quando um 
deles entra com ação, o devedor só pode pagar para esse. 
V. Art. 270 morte do credor solidário: apenas a quota do falecido será dividida para os 
herdeiros e apenas a quota do herdeiro poderá ser cobrada ao devedor. Em dívidas 
indivisíveis qualquer herdeiro poderá cobrar tudo ao devedor. Todos os herdeiros 
em conjunto podem cobrar a divida ao devedor, poderão cobrar a totalidade. 
VI. Art. 271 perdas e danos: quando a obrigação se converte em perdas e danos, a 
obrigação continua sendo solidária, mesmo na obrigação indivisível. Não é o objeto 
que determina a solidariedade, o que a determina é a vontade das partes ou a lei, por 
isso, mesmo que ocorra a destruição do objeto a responsabilidade quanto ao seu 
pagamento e as perdas e danos manterá o caráter solidário. 
VII. Art. 272: credor que perdoa a divida ou que recebe se torna devedor para os outros. 
a) Remissão: perdão. Quando um dos credores perdoa o devedor, o credor que 
perdoou torna-se devedor para os outros credores. 
b) Pagamento feito a um credor: 
VIII. Art. 273: Exceções = defesas. Em face de cada credor pode o devedor apresentar as 
defesas objetivas gerais, mas as pessoais somente pode invocar perante o credor para 
com quem as tiver. 
IX. Art. 274: coisa julgada. Ex. art. 198, II CC. A dívida será fracionada, apenas o que não 
sofreu as consequências do julgamento receberá a quantia que lhe é devida (só a sua 
parte). 
9 
 
X. Coisa julgada que beneficia o credor: “coisa julgada secundum eventum litis”. 
Coisa julgada que depende do caso para beneficiar ou não os outros credores. 
XI. Somente decisões positivas podem ser estendidas aos cocredores. Mesmo nestas não 
se poderá ampliar o alcance do resultado aos outros se o fundamento do pedido tiver 
natureza pessoal. 
 SOLIDARIEDADE PASSIVA art. 275 e seg. existe mais de um devedor 
I. Art. 275: os demais devedores solidários permanecem responsáveis solidariamente 
em razão de eventual saldo residual / remanescente caso o pagamento tenha sido 
parcial por parte de um dos devedores. Se houver 3 devedores por um débito de 
R$90,00 e o devedor 1 pagou parcialmente R$20,00, os devedores 2 e 3 continuam 
devendo de forma solidaria perante o credor com relação aos R$70,00 restantes. Não 
existe renuncia tácita de solidariedade. 
Ação regressiva ou de regresso: ação feita por um devedor que busca a parte 
da divida devida pelos outros devedores, chama os outros devedores (chamamento 
do processo) o juiz observa que existe relação interna entre os devedores. 
A renuncia da solidariedade não se presume, se algum renuncia apenas a sua, 
não atinge os demais. A obrigação se torna fracionária. 
II. Prescrição art.204 §1º: A interrupção da prescrição de um prejudica os demais. Ex. 
promissória, devedor principal e avalista, entra com execução da promissória, com 
prazo prescricional de 3 anos, quando entra com ação contra apenas um, o outro 
também sofre as consequências. 
III. Art.276: morte de devedor solidário: 
a) Droit saisine: quando a pessoa morre, os bens e as dívidas passam para os 
herdeiros. 
b) Credor cobrando 1 herdeiro isoladamente: pode cobrar apenas o quinhão 
do herdeiro, ocorre igual a solidariedade ativa. 
c) Credor cobrando todos os herdeiros em conjunto: como se estivesse 
ressuscitando o devedor morto como se fosse 1 devedor solidário, podendo 
cobrar podendo ser acionado pelo total da dívida. 
Limite: força da herança: o que a pessoa herda de positivo tem que ser o bastante 
para cobrir a herança negativa. 
d) Bem indivisível: pode cobrar de qualquer um, devedores e herdeiros, a 
dívida toda. Neste caso não se aplica o limite, a força da herança. 
e) A solidariedade não se perpetua contra os herdeiros individualmente. Cada 
um apenas é responsável pela parte que tocar ao seu quinhão (fração 
hereditária). Porém o artigo 276 possibilita que se acione o espólio, isto é, 
todos os devedores em conjunto, mantendo nesta hipótese a qualidade de 
divida solidária. Observar ainda que se o objeto da obrigação for indivisível 
qualquer herdeiro poderá ser acionado pela totalidade da obrigação cabendo 
ação regressiva contra os demais herdeiros e devedores. 
IV. Art. 277: Remissão, perdão ou pagamento parcial: 
a) Perdão tácito: devolve o título de crédito para o devedor 
b) Perdão expresso: Constar de um documento que 1 devedor ou vários estão 
sendo liberados / perdoados da dívida. 
10 
 
c) Em uma situação em que 3 devedores e um deles foi perdoado do débito, os 
outros dois invocam o artigo 5º da CF, isonomia, vem requerer que sejam 
estendidos a eles o mesmo benefício, mas, o artigo 277 diz explicitamente 
que não se estende. 
V. Art. 278: clausula condição: só pode cobrar do devedor que participou. A modulação 
estabelecida posteriormente para com um devedor não prejudicará os demais se 
estes não houverem participado do novo ajuste. 
VI. Art. 279: perdas e danos: 
a) Diferença para obrigação indivisível: na ob.in. pode ocorrer a conversão em 
perdas e danos e se transformar em ob. Divisível podendo cobrar as frações 
de cada um. A ob. solidaria passiva que se converte em perdas e danos 
mantêm a solidariedade, podendo cobrar a divida toda de qualquer um 
deles, as perdas e danos só serão cobradas do culpado ou culpados (art. 942, 
paragrafo único). 
b) No caso de mora, havendo atraso, por força do art. 399 CC haverá a 
incidência da obrigação em pagar as perdas e danos mesmo que a perda do 
objeto decorra de caso fortuito ou força maior. 
VII. Art.280: ainda que o culpado seja um só todos respondem pelo jurus. É diferente da 
regra de perdas e danos. O que não foi culpado pelo juros pode pedir o 
ressarcimento do valor pago através de ação regressiva. 
VIII. Art. 282: Renuncia à solidariedade: abre mão de cobrar o TOTAL de um dos 
devedores, esse devedor ainda fica obrigado a pagar o seu quinhão. Os demais ficam 
solidários apenas pela parte que restou se o devedor renunciado já tiver efetuado o 
pagamento da sua parte, se não o tiver, ficam os outros devedores responsáveis pela 
dívida toda. Deve estar expresso no recibo que tal pessoa foi liberada da 
solidariedade, istoé, não permite presunção de renuncia. Se existir algum insolvente, 
a sua fração será distribuída para os outros devedores. 
Com a renuncia da solidariedade, o devedor agraciado com a renuncia pagará 
apenas a sua parte. Todos os demais continuarão devendo solidariamente o 
restante. Se aquele que recebeu o benefício pagar a sua parte esta será descontada 
dos demais. 
A renuncia pode ser prévia (aditivo contratual, declara expressamente a 
exoneração do devedor) 
Se a renuncia for de todos, a dívida se torna fracionária. 
a) Exoneração da solidariedade = renuncia. 
IX. Art. 283 – Relação interna: sub-rogação. O devedor que foi acionado pela divida 
toda se torna credor perante os outros devedores, podendo exigir a fração devida por 
cada um dos devedores. Aqui ocorre pode ocorrer o chamamento ao processo para 
atender o que diz no art. 80 CPC. 
Internamente a divida é dividida em partes iguais, salvo previsão contratual. 
Insolventes: a fração do insolvente é dividia em partes iguais para os demais 
devedores. Insolvente é aquele que possui um volume de dividas que é superior ao 
seu patrimônio, ou seja, é aquele que não tem suporte financeiro / patrimonial capaz 
de cobrir suas dívidas. 
11 
 
X. Art. 284: Se possuir um insolvente, a cota deste, inclusive aquele que obteve a 
renuncia terá de pagar a quota equivalente. 
XI. Art. 285: quando um devedor paga a totalidade do débito que interessa somente a 
outro devedor, o que pagou pode cobrar a totalidade do devedor principal. 
 Observações: 
I. Sistema alemão de obrigações: a solidariedade se presume. BGB § 421. Lei 8245/91 
(lei de locações) art. 2 estaria aplicando presunção de solidariedade. 
II. Fiador: não é solidário, só é se estiver no contrato. O fiador funciona com caráter de 
subsidiariedade. Pode renunciar o benefício de ordem, podendo atingir seu 
patrimônio em primeiro lugar, ainda assim não se torna solidário. Pode ser solidário 
quando figurar no contrato como tal. Art. 828 e 829 CC. Garantia fidejussória ou 
pessoal. 
 
 CLASSIFICAÇÃO – ELEMENTO ACIDENTAL 
 
 Condicional: evento: 
I. Futuro 
II. Incerto 
III. Condição suspensiva, para a obrigação ser devida, o evento futuro e incerto deve 
acontecer. 
IV. Repetição de indébito: possibilidade de pegar de volta algo que já tenha pagado, 
quando a obrigação é paga antes de condição. 
 Termo: evento: 
I. Futuro 
II. Certo – ex. data 10/10/2014 
III. Repetição de indébito: não é permitido. 
 Encargo ou Modal: ônus. O atendimento a determinado ônus é fundamental para que a 
obrigação se inicie. 
I. Revogação: o não cumprimento do ônus acarreta em revogação. 
 
 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO CONTEÚDO 
 
 Meio: comum no caso de médico e advogado. Não se pode garantir que o resultado obtido 
seja o querido pelo contratante, oferece-se o máximo possível para que isso ocorra. 
 Resultado: o foco da obrigação é assegurar o resultado positivo. Por exemplo, contrato de 
transporte, engenheiros. Algumas relações médicas podem entrar nesse instituto, v.g., 
cirurgia plásticas estética, a cirurgia plástica reparadora é de meio. 
 Garantia: típico em contratos de seguro. 
 
 OBRIGAÇÃO NATURAL 
 Só possui débito, é uma obrigação não exigível, ex. jogo (814 CC), prescrita (882 CC). 
 
 TRANSMISSÃO DE OBRIGAÇÕES 
12 
 
 
 Elemento ambulatorial/circular: passa de uma mão para outra. 
 Modalidades: 
I. Cessão de crédito: mudança no polo ativo, pessoa cede apenas o credito. 
II. Assunção ou cessão de débito: mudança no polo passivo. 
III. Cessão da posição contratual: todos os elementos do contrato são cedidos. 
IV. Cessão do contrato de trabalho/sucessão do empregador: art. 10 CLT 
 Cessão de crédito: negócio jurídico bilateral e consensual através do qual o credor (cedente) 
transfere total ou parcialmente o seu credito a um terceiro (cessionário), conservando-se a 
relação primitiva com o mesmo devedor (cedido). Se chama cessão porque o credito é um 
bem incorpóreo. 
I. Modalidades 
a) Convencional: ex. desconto bancário (factoring). 
b) Judicial: ocorre em virtude de uma decisão judicial e não por conta de um 
contrato ou acordo. Ex. credor que deixa 3 herdeiros, juiz decide com qual 
credor o crédito ficará. 
c) Legal: cessão ocorre por força de lei. Ex. art. 38 e 40 lei 6766/79. 
II. Qualquer crédito pode ser cedido? Não, o art. 286 prevê essa situação, dependendo 
da lei, vontade das partes ou natureza da obrigação. 
a) Crédito alimentar não pode ser cedido. Art. 1707 CC. Exceção: crédito 
vencido como no caso de morte. Qualquer valor ou tempo já vencido. 
b) Direito da personalidade não podem ser cedidos. Art. 11 CC. Exceção: 
aspectos patrimoniais, direitos autorais. 
c) Herança de pessoa viva. Pacta corvina. Art. 426 CC. 
d) Créditos já penhorados. Art. 287 CC e 600 CPC. 
e) É permitido cessão de precatórios - Art. 100, §3º CF. Credor do Estado cede 
para um terceiro que usa o precatório para compensar dívidas com aquele 
ente da Federação. 
III. Forma de ceder: via de regra é livre. Exceções: 
a) Crédito hipotecário: deve ser feito por instrumento público. Art. 289 CC. 
Escritura pública lavrada em cartório. 
b) Direitos hereditários: instrumento público lavrado em cartório. Art. 1793 
CC. Se for imóvel deve-se observar a vênia conjugal (assinatura do cônjuje, 
art. 1647 CC). 
c) Efeito erga omnes: 
1. Oponível a 3º 
2. Fazer o respectivo registro no cartório competente 
3. 221, CC; 129, §9º, lei 6015. 
4. Sem registro: somente afeta as partes envolvidas. 
IV. Gravitação jurídica: Art. 287 CC. 
V. Precisa da concordância do devedor? Não precisa da concordância. Salvo se o 
contrato dispuser o contrário. Deve pelo menos ser notificado da cessão. Notificação 
é uma condição de eficácia da cessão. O devedor não é parte na cessão, mas necessita 
ser notificado. 
a) O pagamento que fizer a quem pensava ser credor valerá. 
13 
 
b) Formas para notificação: dar ciência ao devedor 
1. Notificação por cartório, com oficial de justiça. 
2. Pegar assinatura do devedor no próprio documento da cessão. 
3. Ajuizando ação de cobrança citando o devedor. 
c) Antes da notificação o que deve ser feito? Cessionário pode fazer atos de 
conservação do seu direito. Ex. ação cautelar de arresto. 
d) Ocorrendo varias cessões, deve-se pagar para aquele cessionário que portar o 
título original. 
e) Art. 294: fixa os limites para as defesas do devedor. A notificação ao devedor 
fixa o momento máximo para a existência das exceções. Não é ele momento 
máximo para a efetivação destas defesa. Portanto mesmo que não tenha 
efetivado a defesa mas desde que a causa seja anterior ou contemporânea à 
notificação, será possível ao devedor resistir ao novo credor com defesas 
pessoais relativas ao anterior credor (cedente). Ex. exceptio non adimplendi 
contractus (exceção do contrato não cumprido). 
f) Responsabilidade do cedente: 
1. Pró soluto 295 CC: Regra geral. Quando o credor passa o credito 
para o cessionário, o credor (cedente) é responsável pela validade do 
crédito, não é possível a cessão de um crédito nulo, inexistente, 
ficando assim obrigado a pagar. Cabível em cessão onerosa, gratuita 
(se procedido de má-fé). Se o cedente transfere crédito eivado 
(carregado negativamente) de nulidade, deverá ressarcir 
integralmente o cessionário. 
2. Pró solvendo 296 CC: Autonomia da vontade das partes, contrato. 
Cedente se obriga pelo pagamento quando o devedor não paga. Há 
responsabilidade subsidiária, pois a solidariedade não se presume. 
g) Art. 297: cedente subsidiário é responsável pelo valor que cedeu + juros + 
despesas da cessão + despesas da cobrança. Havendo responsabilidadedo 
cedente pela solvência do devedor estabelece o código o limite da 
responsabilização do cedente (credor original) que será o limite da quantia 
paga pelo cessionário acrescida de juros e custos da cessão e da cobrança. 
h) Art. 298 – Penhora do crédito: 
1. Crédito penhorado não pode ser cedido. 
2. Devedor que paga sem saber da existência da penhora ficará 
liberado. 
3. Ocorrendo a penhora de um credito estará limitado o direito de 
cessão após a notificação do credor para conhecimento da penhora. 
Não se trata de afirmar que a cessão após este momento seria nula, 
pois o devedor não conhecendo a penhora terá a quitação 
reconhecida, devendo o terceiro prejudicado acionar o credor que 
promoveu a cessão não permitida do credito. 
 Assunção de dívida: credor concorda com o devedor que ocorra a transmissão da obrigação 
a um 3º (assuntor). Negócio jurídico bilateral e consensual através do qual o devedor, com 
expresso consentimento do credor transmite a um terceiro assuntor a sua obrigação. Há uma 
mudança no polo passivo da relação. Não há presunção de assunção se o credor nada fala 
14 
 
sobre essa, “quem cala não consente”, exceto quando houver um crédito hipotecário, art. 303. 
Não se transmite obrigação personalíssima. 
I. Requisitos: 
a) Relação jurídica obrigacional. 
b) Consentimento expresso do credor. 
c) Substituição do devedor por 3º sem a extinção da obrigação original 
II. O assuntor não pode ser insolvente ao tempo da assunção sem o conhecimento do 
credor. 
III. Art. 300 – gravitação jurídica: com a assunção não vão os acessórios (penhor, 
garantias, fiador, etc), salvo com consentimento do devedor original. 
a) Assunção de dívida por delegação: devedor (cedente ou delegante) passa a 
dívida para um 3º assumir (cessionário ou delegatário). Também chamada 
de bifigurativa. 
b) Assunção de dívida por expromissão: credor passa para um terceiro assumir 
a dívida, também chamada de unifigurativa ou externa. Pode ser: 
1. Liberatória: em que o devedor original estará exonerado totalmente 
do débito. 
2. Cumulativa: na qual o terceiro assumirá o débito em conjunto com o 
devedor primitivo. 
IV. Art. 301 – invalidação da assunção: com a anulação da assunção a dívida será 
restaurada com todas as garantias, exceto aquelas prestadas por terceiros (fiador), 
salvo se o terceiro (fiador) conhecia o vício, caso ocorra ele será restaurado na dívida 
preservando o princípio da boa fé. As garantias prestadas por terceiros por serem de 
natureza pessoal não acompanham o débito, mas haverá o renascimento da garantia 
se conhecia, ao tempo da assunção, o garante (terceiro fiador) o motivo da 
invalidação. 
V. Art. 302 – Exceções pessoais: vedado com relação aquelas do devedor primitivo. 
Pode alegar prescrição. 
VI. Art. 303 – exceção quem cala não consente: quando houver um crédito hipotecário. 
Notifica-se o credor com 30 dias para manifestação, se silenciar interpreta-se como 
concordância. Caso ocorra negação, esta deve ser motivada sob pena de abuso de 
direito. Existe esse artigo visando proteger o princípio constitucional da moradia. 
 Cessão da posição contratual: não se encontra previsto no CC. Todos os elementos do 
contrato são cedidos para outra pessoa que recebe todos os encargos e vantagens do 
contrato. Contrato atípico (425 CC) ou inominado. Comum em contratos de compra e venda 
de loteamentos, substabelecimento em procurações. 
I. O que se transfere: uma unidade orgânica, ou seja, o conjunto de créditos, débitos, 
faculdades, poderes, ônus e sujeições. Teoria unitária. 
II. Requisitos: 
a) Concordância do outro contratante. 
b) Pacto bilateral entre o contratante cedente e o contratante cessionário, 
envolve créditos e débitos do contrato original (teoria unitária). 
c) Não pode ser fracionado. Todo o contrato deve ser transmitido. 
 Sucessão de empregadores ou cessão do contrato de trabalho: só ocorre no polo do 
empregador, o empregado não pode ser substituído. 
15 
 
I. Cessão contrato de trabalho 
II. Fundamento legal art. 10 CC e 448 CLT 
III. Princípios 
a) Intangibilidade contratual: o contrato de trabalho do empregado não pode 
sofrer alterações, não sofre com a sucessão. 
b) Despersonalização do empregador: o contrato do empregador não é intuito 
persone, pode ser substituído. 
c) Continuidade da relação de emprego: deriva da intangibilidade, muda-se os 
empregadores mas a relação de emprego continua. 
IV. Exceções – não se aplica o instituto 
a) Empregador pessoa física: não se submete à sucessão de empregadores. 
b) Empregador doméstico: também não se submete. 
c) Estabelecimentos falidos, massa falida art. 141, II da lei 11101/05. 
 ADIMPLEMENTO: momento da extinção da obrigação. 
I. Pagamento direito: forma natural e original de extinção. 
II. Pagamento indireto: pagamento de forma diferente do original 
III. Requisitos do cumprimento das obrigações: 
a) Existência do vínculo obrigacional: ato ilícito, lei, vontade das partes. 
b) Intenção de solver a dívida: 
c) Satisfação exata da prestação: o credor não é obrigado a receber coisa 
diversa ainda que mais valiosa do que a combinada. 
d) Presença da pessoa que efetua o pagamento: solvens. 
e) Presença da pessoa que recebe o pagamento: accipiens. 
IV. Quem paga? Em regra é o devedor, aquele que figura no título. Pode ser feito por 
terceiro interessado ou não (importante saber se há interesse, pois o terceiro que 
paga sub-roga [ocupa o lugar do credor original]se há interesse). 
a) Interessado: interesse jurídico, vínculo jurídico. Ex. fiador. 
b) Não interessado: paga por questão moral ou afetiva por exemplo. Não há 
interesse jurídico. 
1. Pode pagar em seu nome (podendo ocorrer reembolso) ou em nome 
do devedor. Focando principalmente no recibo. 
c) Art. 307: só se considera válido o pagamento se a pessoa possuir a 
titularidade para alienar a coisa que será usada como forma de pagamento. 
d) SUB-ROGAÇÃO: Promove a substituição da posição jurídica de um sujeito, 
de modo que aquele que passar a ocupar o seu lugar adquirirá todos os seus 
benefícios e prejuízos. 
1. Art. 346 – Sub-rogação legal: deriva da lei o direito de alguém 
substituir a posição do outro com todas as garantias e privilégios. 
Exemplo “adimplemento – quem paga? Interessado juridicamente”. 
2. Art. 347 – Sub-rogação convencional: 
i. Art. 347,I e 348: aplica-se em regra na cessão de crédito 
ii. Art. 347, II: 
3. Art. 349: conceito de sub-rogação. 
4. Art. 350: visa vedar o enriquecimento sem causa. 
16 
 
5. Art. 351: a preferencia sempre é do credor original. O credor 
originário prefere, pelo residual, o credor sub-rogado, ou seja, 
primeiro será satisfeito o credor originário, e em havendo 
patrimônio, o credor sub-rogado. 
6. A sub-rogação se efetiva no momento em que ocorre o pagamento 
integral. – TJMG 10024101951861001. 
V. A quem se paga? Observar para quem se paga pois quem paga mal paga 2 vezes. 
a) Accipiens: 
b) Representante: legal (pais, tutores e curadores), convencional (contratual, 
procurador com poder específico “receber e dar quitação”), judicial 
(fenômeno processual, inventariante), oficial de justiça (há divergências). 
Importante art. 310. 
c) Portador da quitação: art. 311: é tanto aquele que carrega o documento 
assinado pelo credor (recibo) quanto aquele que traz consigo o titulo 
representativo da divida (nota promissória). 
d) Art.312: quem paga mal paga duas vezes. O pagamento feito após a 
comunicação apesar de válido é ineficaz. Se mesmo intimado ou notificado 
por via hábil, o devedor estará sujeito a pagar duas vezes mas ainda terá 
direito de regresso contra o credor que recebeu o pagamento indevidamente.VI. Qual o objeto da prestação Art. 313 e segs.? 
a) Teoria do adimplemento substancial: 
b) Art. 314: diálogo das fontes 
1. Art. 745, A CPC 
2. Art. 52, §2º CDC 
c) Art. 315: regra do nominalismo – pagamento se da em moeda corrente e o 
valor deve estar estampado na cédula. Art. 318 Vedado estabelecer contrato 
com pagamento em ouro ou moeda estrangeira, exceto em contratos de 
importação e exportação em geral, contratos de compra e venda de cambio, 
contratos celebrados com pessoas residentes no exterior, exceto para 
aquisição de imóveis situados no Brasil. 
d) Art. 316: 1ª corrente diz que trata de Correção monetária. 2ª corrente diz que 
trata de cláusula de escala móvel (autonomia privada), isto é, vai além da 
correção, possibilidade de prever no contrato reajustes nas prestações, como 
por exemplo em lojas de shopping centers. 
e) Teoria da imprevisão art. 317: revisão de parcelas em razão de agentes 
externos imprevisíveis ou agentes previsíveis mas de efeitos imprevisíveis. 
1. Equilíbrio contratual art. 478 e 479: 
f) Da prova do pagamento e da quitação 
1. Recibo é um direito do devedor, pois o libera. 
2. Reter o pagamento se não houver o recibo. 
3. Negar a dar quitação é uma contravenção penal Art. 17, II da lei 
4494/94. 
4. Pagamento feito com cheque é um pagamento pro-solvendo, ou seja, 
mesmo que o credor emita o recibo o pagamento somente será 
17 
 
considerado como efetivado no momento em que este for verificado 
a existência de fundos. 
g) Presunções de pagamento: 
1. Juros art. 323: reserva de juros deve constar do recibo. 
2. Títulos ao portador ou de crédito art. 324: há devolução do título ao 
devedor. 
3. Obrigações de trato sucessivo art. 322: ex. pagamento da ultima 
parcela presume-se a quitação da integral da dívida. Deve colocar no 
recibo a ressalva que as outras não foram pagas. 
h) Instrumento do recibo art. 320 CC: elementos: 
1. Designação do valor 
2. Espécie da dívida 
3. Nome do devedor ou do terceiro (interessado [sub-roga] ou não 
interessado [reembolso]) 
4. Tempo do pagamento 
5. Lugar do pagamento 
6. Assinatura do credor 
7. Art. 320, paragrafo único: intenção, de outra forma, possível admitir 
a quitação, prova (do devedor), circunstancias do negócio. 
i) Regra geral é que as despesas de quitação ficam a cargo do devedor art. 325 
do CC. 
VII. Qual o local do pagamento? 
a) Regra geral: domicílio do credor, divida quesível/quérable. 
b) Regra especial: domicílio do credor, dívida portável/porbabile. Ocorre com a 
vontade das partes. 
c) Outra regra: estipulado 2 ou + locais de pagamentos. A escolha é do credor. 
d) Supressio/Surrecio art. 330 CC: em razão da inércia do credor quanto ao 
cumprimento do pagamento em local especifico se da o instituto 
denominado Supressio. 
e) Pagamento feito em outro local depende de justificativa conforme art. 329 
CC. 
f) Referente a imóvel: o local do pagamento é onde o imóvel estiver situado. 
VIII. Quando se paga? 
a) Em regra ocorre de imediato, a vista. Pode ser exigido ato contínuo. 
b) Pagamento a tempo certo (a prazo ou termo): no momento em que atinge a 
data previamente estabelecida, evento futuro e certo. 
c) Pagamento condicional: estabelece no instrumento contratual a condição 
para a liberação, quitação do débito, um evento futuro e incerto. 
d) Possibilidade do credor cobrar antecipadamente art. 333: 
1. Falência do devedor. 
2. Bem hipotecado é penhorado em outro processo. 
3. Garantia sobre a dívida se torna insuficiente, devedor é notificado e 
não reforça a garantia, isto é, supri a insuficiência. 
4. Paragrafo único: a antecipação do vencimento para um dos 
devedores não atinge os demais na solidariedade passiva. 
18 
 
e) Tempo em favor do devedor art. 133 CC: estabelecida uma data para 
vencimento é em favor do devedor, podendo ocorrer o pagamento 
adiantado. 
f) Tempo em favor do credor: credor não pode pedir antecipação do 
pagamento da dívida. 
 ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL – elemento protetivo ao devedor 
I. Construção: Doutrinária, Jurisprudencial. 
II. Previsão legal: CC alemão, português e italiano. 
III. Estruturado em dois institutos: 
a) Função social do contrato: 
b) Princípio da continuidade contratual 
IV. Requisitos: 
a) Contrato de prestações ou de trato sucessivo 
b) O valor do débito superior ao valor do bem. 
V. Julgado STJ: o STJ não admitiu busca e apreensão requerida por uma instituição 
financeira para apreender veiculo adquirido mediante alienação fiduciária e 
garantia, em face do valor insignificante da dívida em relação ao valor total do bem e 
de ser este essencial a atividade da empresa devedora . RESP 469577. 
VI. Aspecto histórico: primeiras menções ao instituto surgira na Inglaterra com nome de 
Substancial performance. 
 PAGAMENTO INDIRETO 
I. Dação em pagamento: dar em pagamento. É necessário o consentimento, 
autorização do credor. É necessário, portanto o pagamento feito com objeto, coisa 
diversa daquela contratada anteriormente. O fenômeno ocorre no ato, no momento. 
a) Art. 313: regra geral – credor não é obrigado a receber prestação diversa, 
para ocorrer dação em pagamento é necessário a concordância do credor. 
RESPOSTA DA PROVA 
b) Natureza jurídica do instituto: contratual. Devedor responde como se 
tivesse celebrado um contrato de compra e venda. Ex. vício redibitório, 
evicção. 
c) Principais características: 
1. Natureza contratual: voltada para o instituto de compra e venda. 
2. Solventes: jus disponendi. Direito do devedor de dispor livremente 
do bem satisfazendo o credor. 
3. Dação – entrega do título: regra de cessão de crédito. Não é cessão 
de crédito pois a intenção inicial não era de entregar o título, muda-
se portanto a intenção inicial. 
4. Credor: sempre satisfativa 
5. Solve uma coisa pela outra. 
6. Consequências: evicção e vícios redibitórios 
d) Espécies: 
1. Rem pro pecuma: a divida é em dinheiro mas paga-se com coisa. 
2. Rem pro ré: a dívida é em coisa mas paga-se com coisa diversa. 
3. Rem pro facto: a dívida é em coisa mas paga-se com obrigação de 
fazer. 
19 
 
e) Aplica-se a regra dos vícios negociais. 
II. Novação: a relação obrigacional original é extinta e cria-se uma nova relação, daí o 
no “NOVAção”. Só ocorre com o consentimento de ambos. 
a) Animus novandi: intenção inequívoca de extinguir o negócio original criar 
um novo. Pode ser consentimento tácito mas deve ser inequívoco. 
b) Requisitos: 
1. Existência de uma obrigação original: objeto da novação 
2. A original não pode ser nula nem extinta antes da novação: salvo 
quando for anulável. 
3. Criação de uma nova obrigação: extingue a original. 
4. Elemento novo: 
i. Novação objetiva ou real: elemento novo no bem, no objeto, 
na data do pagamento. 
ii. Novação subjetiva ou pessoal: muda-se o credor (ativa) ou o 
devedor (passiva). 
 Passiva: artigo 360, II. Não é assunção de dívida por 
causa do animus novandi. Há a vontade de extinguir 
a obrigação original estabelecendo-se novo devedor. 
1- Por expromissão: conceito de assunção de 
dívida, sem o consentimento do devedor. 
2- Por delegação: há o consentimento do 
devedor. 
 Ativa: artigo 360, III. Semelhante à cessão de crédito 
mas não é. Difere por causa do animus novandi. 
Quem cede não é responsável pela solvência do 
devedor (pro soluto) é responsável apenas pela 
validade, salvo se houver má fé. 
5. Animus novandi. 
6. Capacidade e legitimação das partes: 
c) Semelhança com dação 
1. São institutos de pagamento indireto. 
2. Contemplam a hipótese de se pagar uma coisa em lugar de outra. 
3. Natureza contratual. 
d) Diferença com dação:1. Na dação: a entrega da coisa tem natureza satisfativa – libera o 
devedor – satisfaz o credor. Ocorre no momento da extinção da 
obrigação. 
2. Na novação: ocorre a extinção da obrigação e criação de outra 
obrigação nova quando ocorrerá a entrega da coisa. Tem natureza 
não satisfativa para o credor. 
e) Efeitos da novação: 
1. Extinguir e criar nova 
2. Não responde pela solvência subjetiva – art. 296 + 363. Salvo se 
houver á fé. 
20 
 
3. Extinção dos acessórios: juros, garantias, real (hipoteca), fidejussória 
(fiador). 
4. Solidário: somente afeta o beneficiário – art. 365. Não passa para os 
outros solidários. A novação extinguirá a nova obrigação em relação 
aos devedores solidários que não participarem da nova relação. 
 CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – art. 334 e segs. 
I. Procedimentos: 
a) Bancário: depósito judicial em instituição credenciada (CEF, BB) – apenas em 
prestações pecuniárias ($$). Consignação extra judicial. Parcela da doutrina 
permite consignação de objetos que possam ser depositados em bancos. 
b) Judicial art. 190 e segs.: procedimento especial de jurisdição contenciosa. 
Devedor e autor se tornam credor e réu, pode ser em prestações pecuniárias 
ou coisas (certas ou incertas {nas incertas o credor será citado para fazer a 
escolha}). Hipóteses de cabimento de consignação judicial: 
1. Art. 335 – rol exemplificativo. Admite interpretação ampliativa. 
2. Mora Accipiendi – credor. 
3. Por razões objetivas que impeçam o pagamento. 
4. Houver dúvida sobre o credor. Ex. casal em litígio, sujeito morrer e 
não se sabe quem é o verdadeiro herdeiro. 
5. Pender litígio sobre o objeto do pagamento. 
II. Atenção: 
a) Pode haver consignação em questões trabalhistas? Judicial sim, a bancária 
não pode pois o empregador não deve apenas a verba trabalhista rescisória, 
ele possui outras dívidas que não podem ser depositadas em contas 
bancárias. 
III. Requisitos da consignação: 
a) Subjetivo: pessoas envolvidas. Solvens e Accipiens. Deve ser feito por ou em 
favor de pessoa juridicamente autorizada. 
b) Objetivo: só pode consignar a prestação devida incluindo principais e 
acessórios. Art. 313 CC. 
c) Modal: a prestação deve ser paga no modo contratado, por exemplo, se o 
pagamento é a vista, não se pode depositar a prazo ou parceladamente. 
d) Temporal: deve-se respeitar o prazo. Se for vencido o prazo há muito tempo 
deve-se consignar com os acréscimos (multas, juros). 
e) Espacial: deve ser consignado no local estabelecido para o pagamento. 
IV. Levantamento do depósito: o devedor faz o depósito em consignação, o 
levantamento permite que ele pegue de volta o que foi depositado, devendo ocorrer 
antes do devedor receber/concordar/impugnar ou contestar o pagamento. 
V. Prestação periódica: entra com a consignação de contrato com prestações, consigna a 
primeira em juízo e vai consignando as outras no mesmo processo. 
VI. Regras processuais: 
a) Despesas do depósito: credor arca com as despesas pois foi quem deu causa. 
b) Prestações periódicas: usa-se o mesmo processo para demandar em todas as 
dívidas envolvidas. 
c) Procedimento ordinário: revisão contratual 
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 IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO 
I. Dirigir / direcionar o pagamento quando este pode resgatar mais de um débito. Mais 
de uma obrigação que o devedor que o devedor tenha com o mesmo credor neste 
caso sendo as prestações da mesma natureza líquidas e vencidas o devedor poderá 
imputar qual delas está quitando com o valor pago. 
II. Requisitos: 
a) Multiplicidade de débitos 
b) Identidade de partes 
c) Possibilidade do pagamento de mais de uma dívida. 
d) Igual natureza de dívidas. 
III. Espécies: 
a) Imputação subjetiva passiva art. 352: imputação do pagamento feito pelo 
devedor. Deve pedir para constar instrumento de quitação. 
b) Imputação subjetiva ativa art. 353: se o devedor não imputar o pagamento, 
o credor deve especificar qual a dívida que foi quitada. 
c) Imputação legal art. 354 e 355: juros x capital prevalece o juros. É 
considerada mais onerosa a quem tem juros. A que tem garantia hipotecária 
é mais onerosa. A que tem juros elevados é mais onerosa em relação a que 
tem juros baixos. A que tem fiados sobre a que não tem. 
d) Imputação jurisprudencial: o pagamento atinge proporcionalmente todas as 
dívidas. 
e) Nos casos em que não tiver ocorrido as modalidades anteriores, o valor 
entregue será igualmente divididos entre as dívidas existentes e imputado 
para pagar. 
 COMPENSAÇÃO 
I. Abatimento de dívidas. 
II. Pode ter compensação total zerando as dívidas ou parcial restando um pouco da 
dívida. 
III. Como alegar processualmente: réu faz defesa (contestação ou, o mais comum, 
reconvenção). Pode ser também em processo de execução com embargos à execução. 
O autor pode entrar com ação autônoma pedindo provimento de natureza 
declaratória. 
IV. Espécies: 
a) Legal: devem estar presentes todos os requisitos legais. Reciprocidade de 
créditos (fiador pode entrar na compensação). Decorre do princípio da 
reciprocidade de modo que a compensação só pode extinguir obrigações de 
uma parte em face da outra e não obrigações de terceiros para com alguma 
delas, assim, quem se obriga (ex. seguradora) em favor de terceiro 
(beneficiário) não lhe paga o que lhe prometeu, mas sim o que prometeu ao 
estipulante (contratante). 
1. Liquidez: créditos devem ser certos e determinados. 
2. Exigibilidade: dívidas devem estar vencidas. 
i. Dividas a termo serão consideradas vencidas quando for 
atingido o prazo. 
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ii. Dívidas condicionais são consideradas vencidas quando 
implementar a condição. 
iii. Prazos de favor: não impedem a compensação. 
iv. Envolvendo obrigações alternativas conta-se o prazo na data 
da escolha, sendo passível de compensação. 
v. Coisa incerta deve ser feito a escolha e a mesmeidade (deve 
ser escolhida a mesma coisa que se utilizará na 
compensação). 
3. Fungibilidade dos débitos: “não basta ser do mesmo gênero, tem 
que ser da mesma qualidade.”. Caráter da homogeneidade. A 
fungibilidade deve ser plena. 
b) Convencional: exerce dentro da autonomia privada, livre convenção entre as 
partes. 
1. Não requer a presença das hipóteses legais, mas depende da vontade 
das partes. 
c) Judicial: operada ou aplicada pelo juiz em um determinado processo. Juiz 
aplica a compensação legal ao julgar um processo. Art. 21 CPC sucumbência 
recíproca. É a determinada pelo juiz nos casos em que se acham presentes os 
pressupostos legais, ocorre principalmente quando for procedente a ação e a 
reconvenção. 
V. Não cabe compensação: 
a) Convencional – as partes excluem a compensação através de um acordo. 
b) Ato unilateral – renuncia à compensação 
VI. Exclusão legal da compensação: 
a) Quanto à origem – não são compensáveis dívidas de furto, roubo ou 
esbulho. Se for comodato, depósito ou alimentos (pensão alimentícia). 
Quando recair sobre bens impenhoráveis. 
b) Quanto às pessoas – art. 380 – trata de penhora. Assim como depois da 
penhora não é lícito/permitido ao devedor fazer um pagamento ao seu 
credor (art. 312 CC), da mesma forma não lhe é lícito/permitido opor a 
compensação ao exequente. 
VII. Art. 379 – imputação do pagamento. 
 CONFUSÃO 
I. Difere da compensação pois nela existem dois sujeitos com débitos e créditos 
relacionados entre si. Na confusão as pessoas se fundem em uma só, a figura do 
credor e do devedor estão presentes em apenas uma pessoa. Pode se originar em 
heranças, casamentos, testamentos. Art. 381 CC. 
II. Espécies: 
a) Total: a totalidade do crédito se funde no devedor. 
b) Parcial: apenas parte do crédito se funde no devedor. 
III. Art. 383.Envolve solidariedade. Confusão parcial. 
IV. Art. 384. Estabelece o restabelecimento do crédito. A confusão perde o seu efeito e 
todo o crédito se restabelece àquele que era credor.

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