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* * A CULTURA DO ALHO Allium sativum (Alliaceae) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CASSILÂNDIA CURSO DE AGRONOMIA DISCIPLINA DE OLERICULTURA PROF. DR. FÁBIO STEINER DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA – UEMS/UUC Cassilândia – Mato Grosso do Sul – Brasil 2015 * * Família: Alliaceae Gênero: Allium Espécie: Allium sativum L. Há mais de 500 espécies pertencentes ao gênero Allium. Aliáceas cebola, alho, cebolinha e alho-porró Origem: Ásia Central (Afeganistão e Irã) * * Segundo os dados da FAO (2015) 2004 a 2014* 12,6 para 22,8 milhões ton (81%) 1.130 para 1.435 milhões ha (27%) 11,1 t.ha-1 para 15,89 t ha-1 (42%) China maior produtor (77% da produção mundial em 2014). maior superfície cultivada com a cultura. Brasil – 11 produtor mundial (2014) – 12.930 ha – 143.290 ton – 11,1 t.ha-1 (EUA = 22,5 t.ha-1) * * Os estados maiores produtores de alho no Brasil são Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina (representam 85% da produção nacional). Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste cultivam alho. Regiões Sul e Sudeste são as principais produtoras de alho. Região Sudeste representa 50% da produção nacional maior produtividade média (13,55 t.ha-1) Região Sul representa 35% da produção nacional menor produtividade média (8,45 t.ha-1) * * Brasil – condições edafoclimáticas favoráveis à cultura – mão-de-obra abundante – insuficiência na produção de alho – demanda de aproximadamente 150 mil ton Importações Nacionais de Alho – Argentina e China – Altamente significativa nos últimos anos (152.000 ton em 2013). – China responsável por 55% do volume importado em 2013. 2.1 – Situação Atual: * * * * * * * * * * Os bulbilhos são colocados em condições ambientais favoráveis para germinarem e não o fazem. Importância do processo de dormência dos bulbilhos de alho – regulação de épocas de plantio – racionalização das tarefas – escalonamento de safras Bulbos – Comercialização dormência prolongada – o alho-semente não deve apresentar dormência por ocasião do plantio 5.1 – Definição e Importância: * * Importância da quebra de dormência determinação da qualidade fisiológica dos bulbilhos e época adequada de plantio dos mesmos Índice Visual de Dormência (IVD) expresso pelo comprimento da folha de brotação ou de crescimento em relação ao comprimento total do bulbilho e pela coloração da folha de crescimento Ideal = 70% 5.2 – Índice Visual de Dormência (IVD) IVD = A x 100 B A – Comprimento da folha de brotação B – comprimento do bulbilho * * * * Exigente em baixas temperaturas e tolerante à geadas. Fotoperíodo e temperatura determinam a bulbificação do alho. Apesar de ser planta bienal, é considerado como cultura anual. Planta de dia longo para bulbificar e de dia curto para florescer. Fotoperíodo – principal fator limitante. – deve ser maior que o valor crítico exigido por cada cultivar. – satisfeitas as exigências fotoperiódicas, ocorre a bulbificação e o desenvolvimento dos bulbos sob temperatura adequada * * Alho versus comprimento do dia – escolha de épocas de plantio – cultivares – Fotoperíodo mais longos antecipação do início de formação dos bulbos, redução o ciclo da cultura e maior relação entre matéria seca dos bulbos e matéria seca da parte aérea. – Fotoperíodo insuficiente crescimento vegetativo, sem haver formação normal de bulbos. 7.1 – Fotoperíodo Alguns clones somente bulbificam sob dias longos, sendo tardios de ciclo, e outros exigem dias menores, apresentando-se mais precoces. * * * * Segundo fator limitante da cultura. Planta desenvolve-se apenas durante o outono-inverno. Temperatura Ideal Fase inicial de crescimento vegetativo temperaturas amenas (18 a 20 C e fotoperíodo decrescente) Bulbificação e posterior desenvolvimento dos bulbos temperaturas menores (10 a 15 C e fotoperíodo crescente) Fase de amadurecimento dos bulbos e colheita clima seco e quente (20 a 25 C e fotoperíodo longo) 7.2 – Temperatura * * 8.1 – Cultivares precoces (comuns) - Ciclo de 4 meses - Menos exigentes em fotoperíodo (< 12 h) e frio - Plantio fevereiro a maio - Larga adaptação ao cultivo em diversas regiões brasileiras - Bulbos com grande número de bulbilhos - Coloração externa branca ou arroxeada - Menor conservação pós-colheita - Menor valor comercial Ex: Branco Mineiro, Cateto Roxo, Juréia e Peruano * * 8.2 – Cultivares de ciclo mediano (semi-nobres) - Ciclo de 5 meses - Mais exigentes em fotoperíodo (12-13 h) e frio - Plantio fevereiro a maio - Adaptação regional mais restrita - Bulbo com menor número de bulbilhos, mais graúdos - Coloração externa arroxeada - Melhor conservação pós-colheita - Melhor cotação comercial Ex: Lavínia, Gigante Roxo, Gigante Curitibanos, Gravatá e Amarante * * 8.3 – Cultivares tardias (nobres) - Ciclo de 6 meses - Mais exigentes em fotoperíodo ( 13 h) e frio - Plantio a partir de maio - Produzem bulbos no extremo sul - Plantadas no centro-sul aplicando-se a vernalização - Bulbos com bulbilhos graúdos e em pequeno número - Coloração externa esbranquiçada, capacidade conservação - Obtenção da mais alta cotação comercial - Qualidade comparável à do alho argentino Ex: Chonan, Roxo-Pérola-de-Caçador, Caçador 30, Caçador 40, Quitéria, Quitéria 595, Contestado, Contestado 12, Jonas e Ito * * Bulbos e bulbilhos das cultivares Amarante (à esquerda) e Cateto Roxo (à direita) Bulbos e bulbilhos das cultivares Roxo Pérola de Caçador (à esquerda) e Chonam * * 9.1 – ALHO NOBRE – Cultivo no Cerrado Alho Nobre era restrito à região Sul; Novos plantios no Centro-Sul – Uso de vernalização Vernalização regiões sem fotoperíodo e temperatura indutiva a bulbificação (redução no ciclo em 40 dias). Centro Sul (São Gotardo-MG, Anápolis-GO) região de produção de Alho Nobre. Região “sem aptidão agrícola” para Alho Nobre. Região de fotoperíodo curto a altitude maior de 700 m. Vernalização pré-plantio permite o cultivo comercial do alho em áreas, onde, em condições normais, não ocorreria bulbificação devido as limitações climáticas. * * Bulbilho refrigerados (câmera fria). 3 – 4 oC por 40 – 55 dias. 70 a 80% de UR. Evitar desvernalização. Utilização para as cultivares de Alho Nobre – Caçador, Quitéria, Contestado e Chonan. VERNALIZAÇÃO * * Cultivares diferenças quanto às exigências ao fotoperíodo flexibilidade quanto à época de plantio. Plantio antecipado de alho vernalizado - Fevereiro, março e abril. - Possibilita maior oferta do alho nobre no mercado nacional. Plantio tardio de alho vernalizado - Favorece o ataque de doenças (ferrugem). - Coincidência da colheita com o período chuvoso. * * Cultivares “semi-nobres” - em localidades baixas e quentes plantio tardio é melhor - altitudes superiores a 800 m plantio de fevereiro a abril - Regiões mais altas e frias plantio antecipado Quando bem conduzido e sob condições climáticas favoráveis, o plantio antecipado proporciona a colheita mais cedo e, portanto, a obtenção de melhores preços * * Preparo do solo - Desenvolvimento adequado das plantas - Facilidade de operações - Aração (profunda) e gradagem Solos - o alho é cultivado nos mais diversos tipos de solo - leves e ricos em matéria orgânica - muito argilosos deformam os bulbos e dificultam a colheita - arenosos não possuem suficiente poder de retenção da umidade e nutrientes pH 6,0 a 6,8 (saturação para 70-80%) * * Adubação Mineral NPK Sugerida para a Cultura do Alho em Minas Gerais * População de plantas de aproximadamente 330 mil a 535 mil plantas por ha * Produtividade esperada de 10 a 12 toneladas por ha Fonte: Comissão.... (1999) * * Fonte: Comissão.... (1999) Parcelamento da Adubação NPK Sugerida para a Cultura do Alho em Minas Gerais * * Canteiros - 1 m de largura - altura dos canteiros vai depender da umidade no local do plantio (até 20 cm) - São Gotardo-MG não se utiliza canteiros Plantio - Propagação através de bulbilhos - O alho-semente representa 30-50% do custo global da produção - 500-700 kg ha-1 de bulbilhos selecionados (adquirir 30% a mais em peso) * * A qualidade do material utilizado no plantio afeta substancialmente o desempenho da cultura Adquirir alho-semente certificado (???????) Utilizar no plantio bulbilhos com peso igual ou superior a 1 g O estado fitossanitário do material de plantio deve ser considerado (o alho-semente pode veicular vírus, fungos, nematóides e ácaros) O material deve estar completamente curado Debulhar os bulbos 2 a 3 semanas antes do plantio, eliminando-se aqueles chochos ou com outros danos * * Debulhador mecânico Problemas na qualidade dos bulbilhos. * * 13.1 – Classificação dos bulbilhos pelo tamanho uniformiza a emergência, o desenvolvimento e a maturação das plantas, inclusive o tamanho dos bulbos produzidos. melhora a eficiência dos tratos culturais e facilita a colheita recomenda-se que se faça a classificação do alho-semente em pré-plantio Utilização de peneiras especiais - Medidas externas de 50 x 50 x 15 cm - Espaços entre as malhas, em cada uma das quatro peneiras, são de 15 x 25, 10 x 20, 8 x 17 e 5 x 17 mm - Obtêm-se cinco classes de bulbilhos para plantio * * * * * * Operação de Plantio - Manual ou mecânico, ao nível do solo ou em canteiros. - Bulbilho é plantado inteiro, com o ápice voltado para cima ou arremessado ao sulco de plantio. Profundidade do sulco de plantio - suficiente para promover a cobertura dos bulbilhos plantados Rendimento operacional - Plantio manual consome 370 h de serviço por hectare - Plantio mecânico gasta-se 4 ou 32 h por hectare * * * * * * Densidade de plantio - Influi na produtividade e tamanho dos bulbos - Ideal: 500.000 a 650.000 plantas.ha-1 Espaçamentos para o plantio em canteiros - 25-30 cm entre fileiras e 10 cm entre bubilhos Espaçamentos para o plantio realizado no nível do solo - 20-25 cm entre fileiras e 8-10 cm entre bulbilhos Espaçamentos para o plantio em fileiras duplas - 12 cm entre fileiras, 10 cm entre bulbilhos e 20-25 cm entre as linhas duplas (360.000 plantas.ha-1) * * * * Quantidade necessária de bulbos ou alho-semente no plantio - Cultivares que produzem bulbilhos pequenos (Branco Mineiro, Cateto Roxo, Centenário, Dourados): 300 a 400 kg.ha-1 - Cultivares que produzem bulbilhos grandes (Chonan, Roxo Pérola de Caçador, Quitéria, Caxiense, Gigante Roxo, Gravatá, Gigante Curitibanos, Amarante): 700 a 800 kg.ha-1 Modo mais criterioso: Bulbilhos de peneira 4 (1 g): 300 kg.ha-1 Bulbilhos de peneira 3 (2 g): 600 kg.ha-1 Bulbilhos de peneira 2 (3 g): 900 kg.ha-1 Bulbilhos de peneira 1 (4 g): 1200 kg.ha-1 * * Prática cultural muito usada pelos alhicultores em várias regiões brasileiras Camada de 7 a 10 cm de material palhoso após o plantio e antes da emergência Capim seco sem semente (capim gordura), palha e casca de arroz, serragem, bagaço de cana, palha de feijão moído, acículas de pinus e grama batatais 14.1 – Cobertura Morta * * Cultura conduzida durante o outono-inverno irrigação indispensável Irrigação por aspersão - Mais utilizada. - Boa distribuição da água sobre as fileiras de plantas. - Efeito de arrefecimento no solo e na planta. - Certo controle sobre ácaros e tripes. - Turno de rega varia de 3 a 7 dias. 14.2 – Irrigação * * Realização da irrigação em cultivares de ciclo mediano - 2 em 2 dias no início do desenvolvimento da cultura (até 30 dias) - 3 a 4 dias até o final do ciclo - Interromper a irrigação 15 dias antes da colheita 14.2 – Irrigação * * Realização da irrigação em cultivares precoces e tardias - Cultivares tardias irrigação moderada ao longo do ciclo cultural - 2 em 2 dias na fase inicial - Irrigação mínima dos 30 dias até a diferenciação do bulbo em bulbilhos - Após, no máximo de 7 em 7 dias - Cessar cerca de 15 a 20 dias antes da colheita 14.2 – Irrigação * * Ponto de colheita - Completo amarelecimento e seca da parte aérea, permanecendo esta ereta São Gotardo-MG - Colhe-se quando as plantas ainda apresentam de 5 a 6 folhas em senescência e não completamente secas. - Nessas condições os bulbos já se encontram fisiologicamente maduros. Região de Ouro Fino/Inconfidentes-MG - Colheita quando o alho ainda está muito verde - Afeta significativamente a conservação pós-colheita, além de denegrir a imagem do alho na região * * Manual ou Mecânica * * * * Recomendações gerais - Suspender a irrigação 15 a 20 dias antes da colheita - Não efetuar a colheita do alho totalmente verde - A colheita deve ser feita em dias ensolarados e pela manhã * * Definição: - Processo obrigatório de seca do alho logo após a colheita Cura ao sol - Fase preliminar (pré-secagem) - Campo ou em terreiros - Exposição ao sol das plantas colhidas inteiras durante 2 a 3 dias - Os bulbos da linha anterior são cobertos pelas folhas da linha posterior - Exposição direta ao sol é condenável (favorece o aparecimento de “calos de sol”) 15.1 – Cura * * Cura à sombra - galpões secos, escuros, com boa ventilação e que não permitam a penetração da água das chuvas. - 20 a 60 dias, dependendo da umidade inicial do produto, do seu destino e das condições climáticas. Finalidade da cura à sombra - Complementação da cicatrização dos ápices dos bulbilhos - Perda do excesso de umidade - Favorecimento do armazenamento 15.1 – Cura * * Alho em réstias - Feitas quando a palha ainda apresenta umidade suficiente para ser bem manuseada Alho destinado à embalagem em caixa - Cura mais longa e perfeita 15.1 – Cura * * Limpeza ou toalete - Corte da rama de 0,5 a 1,0 cm acima do bulbo - Corte das raízes junto ao bulbo - Eliminação da película exterior (túnica) que esteja solta ou suja - Apresenta baixo rendimento Seleção - Eliminam-se bulbos mal formados, com defeitos ou impróprios para consumo 15.2 – Limpeza, Seleção e Classificação * * 15.2 – Limpeza, Seleção e Classificação Classificação - Normas da portaria n° 242 de 17/09/1992 do Ministério da Agricultura - Classificação em grupos, subgrupos, classes e tipos Comercialização no mercado interno - Caixas de madeira - Sacos de propileno * * 15.2 – Limpeza, Seleção e Classificação Caixas de papelão - Acondicionamento e comercialização do alho - Grande avanço quando comparado com outros produtos agrícolas Comercialização em réstias - Cada uma deve ter 6, 7, 8, 10 ou 15 pares de bulbos * * * * Classificação e embalagem * * * * Recomendação - Ambiente seco e ventilado, que possua piso de cimento e telhado eficiente contra chuvas Armazenamento em réstias - os suportes deverão ficar cerca de 50 a 60 cm do piso - As réstias devem ser amarradas em maços Recomenda-se um espaço mínimo de 40 cm entre pilhas Armazenamento em pilhas de sacos tipo rede pior (menor arejamento do produto) * * OBRIGADO! Prof. Dr. Fábio Steiner Contato: steiner@uems.br * *
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