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Auxílio-Reclusão e Pensão por Morte Problemas e Jurisprudência.pdf

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291
AUXÍLIO-RECLUSÃO E 
PENSÃO POR MORTE
Antônio César Bochenek1
Lei 8,213, de 24 de julho de 1991
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do 
segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: (Redação dada pela 
Lei nº 9.528, de 1997) 
I - do óbito, quando requerida até trinta das depois este; (Incluído pela Lei nº 
9.528, de 1997) 
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso 
anterior; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. (Incluído pela Lei nº 
9.528, de 1997)
1º Não terá direito à pensão por morte o condenado pela prática de crime 
doloso de que tenha resultado a morte do segurado. (Incluído pela Medida 
Provisória nº 664, de 2014)
§ 2º O cônjuge, companheiro ou companheira não terá direito ao benefício da 
pensão por morte se o casamento ou o início da união estável tiver ocorrido 
há menos de dois anos da data do óbito do instituidor do benefício, salvo nos 
casos em que: (Incluído pela Medida Provisória nº 664, de 2014) 
I - o óbito do segurado seja decorrente de acidente posterior ao casamento ou ao 
início da união estável; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 664, de 2014)
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira for considerado incapaz e 
insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade remunerada que lhe 
garanta subsistência, mediante exame médico-pericial a cargo do INSS, por 
1 Juiz Federal da 4ª Região. Doutor pela Universidade de Coimbra. Mestre em Direito 
Econômico e Social (PUC-PR). Professor da ESMAFE/PR. Coordenador do Grupo de 
Pesquisas do CESCAGE. Autor do livro Competência cível da Justiça Federal e dos Juizados 
Especiais, publicado pela Editora Revista dos Tribunais. Autor de diversos artigos e 
textos jurídicos.
292
Antônio César Bochenek
doença ou acidente ocorrido após o casamento ou início da união estável e 
anterior ao óbito. (Incluído pela Medida Provisória nº 664, de 2014) 
Art. 75. O valor mensal da pensão por morte será de cem por cento do valor 
da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se 
estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, observado o 
disposto no art. 33 desta lei. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)2 
Art. 76. A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de 
habilitação de outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilitação 
posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá 
efeito a contar da data da inscrição ou habilitação.
§ 1º O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão por morte o companheiro 
ou a companheira, que somente fará jus ao benefício a partir da data de sua 
habilitação e mediante prova de dependência econômica.
§ 2º O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia 
pensão de alimentos concorrerá em igualdade de condições com os dependentes 
referidos no inciso I do art. 16 desta Lei.
Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada 
entre todos em parte iguais. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 1º Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão 
cessar. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)3 
§ 2º A parte individual da pensão extingue-se: (Redação dada pela Lei nº 
9.032, de 1995)
I - pela morte do pensionista; (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995)
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, 
pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se 
2 Art. 75 (redação dada pela MP 664, de 2014). “O valor mensal da pensão por morte 
corresponde a cinquenta por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia 
ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu 
falecimento, acrescido de tantas cotas individuais de dez por cento do valor da mesma 
aposentadoria, quantos forem os dependentes do segurado, até o máximo de cinco, 
observado o disposto no art. 33. § 1º A cota individual cessa com a perda da qualidade 
de dependente, na forma estabelecida em regulamento, observado o disposto no art. 77. 
§ 2º O valor mensal da pensão por morte será acrescido de parcela equivalente a uma 
única cota individual de que trata o caput, rateado entre os dependentes, no caso de 
haver filho do segurado ou pessoa a ele equiparada, que seja órfão de pai e mãe na data 
da concessão da pensão ou durante o período de manutenção desta, observado: I - o 
limite máximo de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela 
a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento; e 
II - o disposto no inciso II do § 2º do art. 77. § 3º O disposto no § 2º não será aplicado 
quando for devida mais de uma pensão aos dependentes do segurado” 
3 Art. 77, § 1º (redação dada pela MP 664, de 2014). “Reverterá em favor dos demais a 
parte daquele cujo direito à pensão cessar, mas sem o acréscimo da correspondente 
cota individual de dez por cento”.
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
293
for inválido ou com deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou 
relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; (Redação dada pela Lei 
nº 12.470, de 2011)
III - para o pensionista inválido pela cessação da invalidez e para o pensionista 
com deficiência intelectual ou mental, pelo levantamento da interdição. 
(Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)4 
IV - pelo decurso do prazo de recebimento de pensão pelo cônjuge, companheiro 
ou companheira, nos termos do § 5º. (Redação dada pela Medida Provisória 
nº 664, de 2014) 
§ 3º Com a extinção da parte do último pensionista a pensão extinguir-se-á. 
(Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 4º A parte individual da pensão do dependente com deficiência intelectual 
ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado 
judicialmente, que exerça atividade remunerada, será reduzida em 30% 
(trinta por cento), devendo ser integralmente restabelecida em face da extinção 
da relação de trabalho ou da atividade empreendedora. (Incluído pela Lei 
nº 12.470, de 2011) 
§ 5º O tempo de duração da pensão por morte devida ao cônjuge, companheiro 
ou companheira, inclusive na hipótese de que trata o § 2º do art. 76, será 
calculado de acordo com sua expectativa de sobrevida no momento do óbito 
do instituidor segurado, conforme tabela abaixo:
Expectativa de sobrevida à idade x do 
cônjuge, companheiro ou companheira, 
em anos (E(x))
Duração do benefício de pensão 
por morte (em anos)
55 < E(x) 3
50 < E(x) ≤ 55 6
45 < E(x) ≤ 50 9
40 < E(x) ≤ 45 12
35 < E(x) ≤ 40 15
E(x) ≤ 35 vitalícia
(Redação dada pela Medida Provisória nº 664, de 2014) 
§ 6º Para efeito do disposto no § 5o, a expectativa de sobrevida será obtida 
a partir da Tábua Completa de Mortalidade - ambos os sexos - construída 
pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, vigente 
no momento do óbito do segurado instituidor. (Redação dada pela Medida 
Provisória nº 664, de 2014) 
4 Art. 77, § 2º, III (redação dada pela MP 664, de 2014). “para o pensionista inválido pela 
cessação da invalidez e para o pensionista com deficiência mental, pelo levantamento 
da interdição”. 
294
Antônio César Bochenek
§ 7º O cônjuge, o companheiro ou a companheira considerado incapaz e 
insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade remunerada que lhe 
garanta subsistência, mediante exame médico-pericial a cargo do INSS, por 
acidente ou doença ocorrido entre o casamento ou início da união estável e a 
cessação do pagamento do benefício, terá direito à pensão por morte vitalícia, 
observado o disposto no art. 101.” (Redação dada pela Medida Provisória 
nº 664, de 2014) 
Art. 78. Por morte presumida do segurado, declarada pela autoridade judicial 
competente, depois de 6 (seis) meses de ausência, seráconcedida pensão 
provisória, na forma desta Subseção.
§ 1º Mediante prova do desaparecimento do segurado em conseqüência de 
acidente, desastre ou catástrofe, seus dependentes farão jus à pensão provisória 
independentemente da declaração e do prazo deste artigo.
§ 2º Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da pensão 
cessará imediatamente, desobrigados os dependentes da reposição dos valores 
recebidos, salvo má-fé. 
Art. 79. Não se aplica o disposto no art. 103 desta Lei ao pensionista menor, 
incapaz ou ausente, na forma da lei.
Art. 80. O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão 
por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber 
remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de 
aposentadoria ou de abono de permanência em serviço.
Parágrafo único. O requerimento do auxílio-reclusão deverá ser instruído 
com certidão do efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a 
manutenção do benefício, a apresentação de declaração de permanência na 
condição de presidiário.
AUXÍLIO-RECLUSÃO
1 - Qual é o conceito e a finalidade do auxílio-reclusão?
O auxílio-reclusão visa cobrir o risco social oriundo do afastamento 
do segurado de sua atividade remunerada enquanto estiver recolhido ao 
estabelecimento prisional. Trata-se de uma prestação previdenciária substi-
tutiva destinada a amparar os dependentes do segurado detido ou recluso, 
com o intuito de assegurar aos dependentes um valor financeiro para mi-
nimizar as dificuldades decorrentes da privação da liberdade do seu prove-
dor. Também busca evitar que os dependentes sofram condenação injusta, 
uma vez que a pena imposta não pode ultrapassar a pessoa do condenado 
(art. 5º, XLV, da Constituição). O preso será assistido pelo Estado nas suas 
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
295
necessidades básicas, não tendo direito, ele próprio, de desfrutar do bene-
fício concedido. O objetivo é garantir a sobrevivência do núcleo familiar 
diante da ausência temporária do provedor.
O princípio é o da proteção à família: se o segurado está preso, impe-
dido de trabalhar, a família tem o direito de receber o benefício para o qual 
ele contribuiu, pois está dentre a relação de benefícios oferecidos pela Pre-
vidência no ato da sua inscrição no sistema. Portanto, o benefício é regido 
pelo direito que a família tem sobre as contribuições do segurado feitas ao 
Regime Geral da Previdência Social.
O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por 
morte, aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão que 
não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doen-
ça, aposentadoria ou abono de permanência em serviço.
2 - Quais são as leis e atos normativos que regulam o auxílio reclusão?
Constituição Federal – artigo 201, IV. 
A Lei 8.213/91 – artigos 18, 26, 39, 40 e 80, bem como a aplicação sub-
sidiária dos artigos que tratam do benefício de pensão por morte (74 a 79) 
naquilo que não for conflitante por expressa disposição do artigo 80.
Decreto 3.048/99 e alterações posteriores – artigos 116 a 119. 
Instrução Normativa INSS/PRES 77, de 21 de janeiro de 2015, e alte-
rações posteriores.
A regra que regula a concessão do auxílio-reclusão é a vigente na épo-
ca do recolhimento do segurado à prisão. Portanto, é necessário estar atento 
às alterações legislativas (sobre o histórico e compreensão do benefício ver 
Pacheco, 2010: 435–436). É relevante anotar que o auxílio foi instituído pelo 
extinto Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM), e pos-
teriormente pelo também extinto Instituto de Aposentadoria e Pensões dos 
Bancários (IAPB), sendo posteriormente incluído na Lei Orgânica da Previ-
dência Social – LOPS (Lei 3.807, de 26 de agosto de 1960). Esse benefício para 
dependentes de presos foi mantido pela Constituição de 1988. Contudo, a 
partir da Emenda Constitucional 20/98 foi reduzido o rol de beneficiários 
apenas aos dependentes de segurados de baixa renda.
3 - Quem são os beneficiários do auxílio reclusão?
O auxílio reclusão é pago aos dependentes legais do segurado de 
baixa renda recolhido ao estabelecimento prisional (regime fechado ou se-
miaberto) que não receber remuneração do seu empregador nem estiver 
296
Antônio César Bochenek
em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em 
serviço. 
Ainda que não haja previsão legal, penso que em caso de aplicação de 
medida socioeducativa, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, 
e estiverem preenchidos os demais requisitos do benefício do auxílio reclu-
são, o benefício deverá ser concedido aos dependentes, pois a finalidade do 
benefício é oferecer recursos financeiros ao dependente do segurado pri-
vado da sua liberdade. O INSS equipara à condição de recolhido à prisão a 
situação do segurado com idade entre 16 e 18 anos (período que pode ser es-
tendido até os 21 anos) que tenha sido internado em estabelecimento educa-
cional ou congênere, sob a custódia do Juizado de Infância e da Juventude.
4 - Quando não é devido o benefício de auxílio-reclusão?
Antes de tudo, como regra geral, o benefício não será devido a segu-
rado que não seja considerado de baixa renda. 
Tampouco será concedido auxílio-reclusão aos dependentes do segu-
rado que esteja em livramento condicional ou que cumpra pena em regi-
me aberto (prisão domiciliar, penas alternativas, sursis), assim entendido 
aquele cuja execução da pena seja em casa de albergado ou estabelecimento 
adequado. 
Não será devido o auxílio-reclusão, outrossim, quando o recolhimen-
to à prisão ocorrer após a perda da qualidade de segurado, observada a 
norma referente ao período de graça disposto no artigo 15 da Lei 8.213/91.
E ainda, não tem direito ao beneficio de auxílio-reclusão o segurado 
que receber remuneração da empresa5 ou estiver em gozo de auxílio-doen-
ça, aposentadoria ou abono de permanência em serviço, pois nesses casos o 
segurado já se encontra auferindo renda para a manutenção dos dependen-
tes, esvaziando o objetivo pelo qual o benefício foi instituído.
5 - Há aplicação subsidiária da legislação que rege o benefício de 
pensão por morte?
De acordo com o artigo 80 da Lei 8.213/91, o benefício de auxílio-
-reclusão será devido nas mesmas condições da pensão por morte, ou seja, 
aplicam-se as regras do benefício da pensão por morte ao benefício do au-
xílio-reclusão, inclusive as regras de cálculo do valor do benefício. 
5 STJ. 6ª T. EDRESP 199800631712/SP. Rel. Luiz Vicente Cernicchiaro. j. em 16/03/1999. 
DJ 26/04/1999, p. 131.
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
297
6 - Quais os requisitos para concessão do auxílio-reclusão?
São requisitos para a concessão do benefício a comprovação da quali-
dade de segurado (art. 15 da Lei 8.213/91) e da qualidade de dependente (art. 
16 da Lei 8.213/91) na data do recolhimento à prisão. Também um período 
mínimo de carência passou a ser exigido com a vigência da MP 664/2014. 
O primeiro requisito para a concessão do auxílio-reclusão é a prisão, 
entendida de forma ampla, como qualquer restrição à liberdade imposta 
pelo Estado. Pode ser de natureza penal, civil ou administrativa, cautelar 
ou definitiva. Em que pese a denominação atribuída ao benefício, não se 
trata apenas de reclusão em sentido estrito, mas também a detenção, como 
espécie de pena privativa de liberdade prevista no Código Penal, pode dar 
causa a sua concessão. Mesmo a prisão simples, tipo de sanção prevista na 
Lei de Contravenções Penais, pode ensejar o pagamento, desde que cumpri-
da em regime semiaberto6.
Até 1º/03/2015, data da vigência da MP 664/2014, a concessão do be-
nefício independia de carência, ou seja, não havia número mínimo de con-
tribuições exigidas do segurado para ensejar a concessão do benefício a ser 
pago aos dependentes. 
Com a vigência da MP 664/2014,a legislação passou a exigir 24 (vinte 
e quatro) contribuições mensais para a concessão de pensão por morte, sal-
vo: a) nos casos em que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença ou de 
aposentadoria por invalidez (art. 25, IV, da Lei 8.213/91, com a redação dada 
pela MP 664/2014); b) nos casos de acidente do trabalho e doença profis-
sional ou do trabalho (art. 26, VII, da Lei 8.213/91, com a redação dada pela 
MP 664/2014).
Como o auxílio-reclusão é devido nas mesmas condições da pensão 
por morte (Lei 8.213/91, art. 80), entende-se que também para a concessão da-
quele benefício deve haver, em regra, o cumprimento do período de carência.
Os dependentes do segurado falecido devem comprovar esta condição 
na data do recolhimento a prisão, nos termos do artigo 16 da Lei 8.213/91.
Por último, somente os dependentes do segurado (ou aquele que man-
tém está qualidade nos termos do artigo 15 da Lei 8.213/91) de baixa renda, 
nos termos da nova redação do artigo 201, IV, da Constituição, dada pela 
Emenda Constitucional 20, de 1998.
6 RAUPP, Daniel. Auxílio-Reclusão: inconstitucionalidade do requisito baixa renda. Revista 
CEJ, Brasília, ano XIII, n. 46, p. 62-70, jul./set. 2009, p. 64. Disponível em: <http://www2.
cjf.jus.br/ojs2/index.php/cej/ article/viewFile/1090/1278>. Acesso em: 17 set. 2012.
298
Antônio César Bochenek
7 - Haverá concessão desse benefício em caso de o segurado estar 
desempregado no tempo da reclusão?
De acordo com o artigo 116, § 1º, do Decreto 3.048/99, que regulamen-
ta o benefício de auxílio reclusão, é devido auxílio-reclusão aos dependen-
tes do segurado quando não houver salário de contribuição na data do seu 
efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a qualidade de segurado, 
ou seja, ainda que o segurado não verta contribuições ao RGPS no mês do 
recolhimento à prisão, o benefício poderá ser concedido, desde que mantida 
a qualidade de segurado.
Se o segurado estava desempregado ao tempo do recolhimento à pri-
são, mas mantinha a qualidade de segurado, não é óbice ao recebimento 
do benefício a circunstância de o último salário de contribuição superar o 
limite estabelecido pelo artigo 13 da EC 20/88, atualizado monetariamente. 
(TRF4, AG 00023 07-89.2011.404.0000, Quinta Turma, Relator Rogerio Favre-
to, DE 10/11/2011). Portanto, se na data do recolhimento à prisão o segu-
rado estava desempregado e não possuía renda, está preenchido o requi-
sito concernente ao limite da renda, pois o valor a ser considerado é zero, 
ou seja, dentro dos limites legais que definem o segurado de baixa ren-
da. Aplicação do § 1º do artigo 116 do Decreto 3.048/99. (TRF4, APEL REEX 
2008.71.08.008866-4, Sexta Turma, Relator Celso Kipper, DE 11/01/2011). 
Neste sentido, mais recentemente, a TNU decidiu que nos casos em 
que o segurado se encontra desempregado ao tempo da prisão, seu salá-
rio de contribuição deve ser considerado “zero”, sendo sempre classifica-
do como de baixa renda (PEDILEF 50002212720124047016, Rel. Juiz Federal 
João Batista Lazzari, j. 08/10/2014). Com essa orientação, a TNU culminou 
por rever seu posicionamento anterior sobre o tema7. 
7 Com efeito, no PEDILEF n. 200770590037647/PR, a TNU firmara a tese de que o valor 
a ser considerado, para enquadramento do segurado no conceito de baixa renda 
para fins de percepção de auxílio-reclusão, deve corresponder ao último salário-de-
contribuição efetivamente apurado antes do encarceramento. O raciocínio partia da 
premissa de que o conceito de salário-de-contribuição está associado à remuneração 
efetivamente percebida pelo segurado, destinada à retribuição do seu trabalho. Logo, 
se segurado não aufere renda em um determinado período, não há falar em salário-de-
contribuição correspondente a esse interregno, tampouco em “salário-de-contribuição 
zero”. Assim, o último salário-de-contribuição do segurado – a ser considerado para 
efeito de enquadramento no conceito de baixa renda – corresponderia, portanto, à 
última remuneração efetivamente auferida antes do encarceramento, por interpretação 
literal do art. 116 do Decreto nº. 3.048/99. Ademais, dada a natureza contributiva do 
Regime Geral da Previdência Social, entendeu-se que se deveria afastar interpretações 
que resultem em tempo ficto de contribuição, conforme decidiu, recentemente, o STF 
(RE 583.834/SC, Relator Min. Ayres Britto, julgado em 21.9.2011, Informativo 641). 
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
299
De outra parte, a Turma Nacional de Uniformização, no julgamento 
envolvendo a questão atinente à possibilidade de prorrogação da qualidade 
de segurado em razão do desemprego, afirmou que somente é aplicável o 
disposto no art. 15, § 2º, da Lei 8.213/91, quando ficar comprovado que o 
segurado não exerceu nenhuma atividade remunerada (nem mesmo ativi-
dade informal) após a cessação das contribuições.8
De acordo com entendimento acima exposto, e considerando o cará-
ter geral e abstrato da legislação, é possível haver pagamento do valor do 
auxílio reclusão até o teto do valor pago aos benefícios previdenciários. Por 
exemplo, o segurado preso que sempre recolheu acima do teto e deixou o 
emprego, por qualquer motivo, no mês anterior à sua prisão. Nesse caso 
estão presentes os requisitos para a concessão do benefício: a) recolhimento 
à prisão; b) independe de carência; c) qualidade de dependente; d) segurado 
de baixa renda, pois o segurado mantinha a qualidade de segurado (art. 
15 da Lei 8.213/91) e renda “zero”. Vale ressaltar que o preenchimento dos 
requisitos para a concessão do benefício não guarda relação com a fórmula 
de cálculo do valor do benefício. A regra geral se aplica para encontrar o 
salário de benefício e a renda mensal inicial, sendo que o único limitador é 
o teto, ou seja, não se aplica o limitador “baixa renda” na apuração do valor 
do benefício, mas apenas como requisito genérico verificado na data do fato 
gerador do benefício, ou seja, o recolhimento à prisão.
Pela mesma razão, não se poderia considerar, na ausência de renda – decorrente de 
desemprego – salário-de-contribuição equivalente a zero, por tratar-se de salário-de-
contribuição ficto.
8 Sobre esse assunto, acórdão proferido no julgamento do PEDILEF n. 2009.71.58.010103-
0 (DJ 15-5-2012), de relatoria do Sr. Juiz Rogério Moreira Alves, assim ementado na 
parte que interessa: AGRAVO REGIMENTAL. ADMISSIBILIDADE DE INCIDENTE 
DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL 
COMPROVADA. PET 7.115. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO. PRORROGAÇÃO 
DO PERÍODO DE GRAÇA. PROVA DA SITUAÇÃO DE DESEMPREGO. AUSÊNCIA 
DE REGISTRO EM ÓRGÃO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO. INSUFICIÊNCIA 
DA ANOTAÇÃO EM CTPS. ADMISSIBILIDADE DE QUALQUER MEIO DE PROVA. 
REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA. 5. A prova da situação de desemprego 
implica demonstrar não só a ausência de contração de novo vínculo de emprego, 
mas também a ausência de desempenho de quaisquer outras formas de atividade 
remunerada, como trabalho autônomo informal. É preciso ficar comprovado que 
o segurado não exerceu nenhuma atividade remunerada (nem mesmo atividade 
informal) após a cessação das contribuições. 4. O trabalho esporádico não retira a 
condição de desempregado para fins de prorrogação do período de graça. No caso, 
o filho da autora exerceu atividades informais, mas com certa regularidade, o que 
descaracteriza a situação de desempregado. 5. Julgamento de acordo com o art. 46 da 
Lei 9.099/95. 6. Pedido de uniformização desprovido.
300
Antônio César Bochenek
8 - É necessário o preenchimento do requisito da carência no caso de 
auxilio reclusão?
Como antes expressado, até a data de 1º/03/2015, quando entrou em 
vigor a MP 664/2014 em relação à exigência de período mínimo contribu-
tivo, a concessão do benefício independia de carência, ou seja, não havia 
número mínimo de contribuições exigidas do segurado para ensejar a con-
cessãodo benefício a ser pago aos dependentes. 
Com a vigência da MP 664/2014, a legislação passou a exigir 24 (vin-
te e quatro) contribuições mensais para a concessão de pensão por morte, 
salvo: a) nos casos em que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença ou 
de aposentadoria por invalidez (art. 25, IV, da Lei 8.213/91, com a redação 
dada pela MP 664/2014); b) nos casos de acidente do trabalho e doença pro-
fissional ou do trabalho (art. 26, VII, da Lei 8.213/91, com a redação dada 
pela MP 664/2014).
Como o auxílio-reclusão é devido nas mesmas condições da pensão 
por morte (Lei 8.213/91, art. 80), entende-se que também para a concessão da-
quele benefício deve haver, em regra, o cumprimento do período de carência.
De todo modo, para prisões levadas a efeito em tempo anterior a 
1º/03/2015, não se exige carência para a concessão do benefício de auxílio-
-reclusão, por força do princípio tempus regit actum, segundo o qual o bene-
fício é regido pela lei vigente ao tempo da realização de seu fato gerador 
(prisão, no caso). Como a legislação anterior dispensava carência, ainda que 
o requerimento do benefício seja posterior à vigência da MP 664/2014, o 
benefício será devido independentemente do período de carência.
Para os dependentes do segurado especial, quando a prisão for pos-
terior a 28/02/2015, será devido o auxílio-reclusão desde que seja compro-
vado o exercício de atividade rural no período imediatamente anterior ao 
requerimento do benefício, ainda que de forma descontínua, pelo número 
de meses correspondente à carência do benefício requerido, de acordo com 
o artigo 39, I, da Lei 8.213/91 (24 meses, em regra).
9 - Qual será a data de início do benefício?
A data do início do benefício corresponde: a) à data do efetivo recolhi-
mento à prisão, se requerido até trinta dias depois desta; b) a data do reque-
rimento administrativo, se requerido após o decurso do prazo de trinta dias 
do recolhimento à prisão. Até a edição da Lei 9.528/97, o auxílio-reclusão 
era devido desde o recolhimento à prisão, independentemente da época da 
entrada do requerimento administrativo. 
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
301
A data de início do benefício será fixada na data do efetivo recolhi-
mento do segurado à prisão, se requerido até trinta dias depois desta pelo 
dependente maior de dezesseis anos de idade ou, quando requerida pelo 
dependente menor até dezesseis anos de idade, até trinta dias após comple-
tar essa idade. O início do benefício será fixado na data do requerimento, se 
este for posterior aos prazos já citados. É resguardado o direito ao benefício 
de auxílio-reclusão aos menores ou incapazes, desde a data do efetivo re-
colhimento à prisão do segurado, mesmo que o requerimento do benefício 
tenha ocorrido depois de trinta dias do fato gerador, a teor do disposto nos 
artigos 79 e 103 da Lei 8.213/91, não se aplica o instituto da prescrição ao 
pensionista enquanto menor, incapaz ou ausente e as parcelas devidas a 
título do benefício de auxílio-reclusão são devidas a contar da reclusão do 
segurado.
10 - É admissível a habilitação posterior de outro dependente?
Sim. A habilitação posterior de outro possível dependente que im-
porte na exclusão ou inclusão de beneficiários somente produzirá efeito a 
contar da data da habilitação. 
O filho nascido durante o recolhimento do segurado de baixa renda 
à prisão terá direito ao benefício de auxílio-reclusão a partir da data do seu 
nascimento. Antes, desde a gestação, de acordo com a legislação de direito 
civil é possível a concessão de alimentos gravídicos, ou seja, a mãe gestante 
poderá receber alimentos para a gestação. Nesse caso, também seria pos-
sível estender os efeitos da legislação para a seara previdenciária e conceder 
o auxílio-reclusão (à mãe e em razão da gravidez) desde que comprovada 
a gravidez, a relação conjugal entre o segurado preso e a gestante, bem 
como os demais requisitos do auxílio reclusão (qualidade de segurado e de 
dependente, baixa renda do segurado, não recebimento de outro benefício 
previdenciário vedada em lei).
Se a realização do casamento ocorrer durante o recolhimento do se-
gurado à prisão, o auxílio-reclusão será devido a partir da data do reque-
rimento do benefício, desde que comprovado os demais requisitos para a 
concessão do benefício na data do evento gerador recolhimento à prisão.
11 - Por quanto tempo será concedido o auxílio reclusão?
É devido durante o período no qual o segurado estiver recolhido à 
prisão em regime fechado ou semiaberto, e o benefício será mantido en-
quanto o segurado permanecer detento ou recluso.
302
Antônio César Bochenek
Quanto a este ponto, entendemos que não são aplicáveis ao auxílio-
-reclusão as regras destinadas a disciplinar o período de duração da pen-
são por morte devida ao cônjuge ou companheiro (a), as quais orientam o 
tempo de manutenção deste benefício pela expectativa de sobrevida desses 
dependentes. 
Com efeito, as regras introduzidas pela MP 664/2014 destinaram-se a 
quebrar a vitaliciedade do benefício quando devido a dependente cônjuge 
ou companheiro, com vistas a evitar que as “jovens viúvas” gozassem de 
pensão por morte de modo vitalício. 
Como o auxílio-reclusão não é vitalício, tendo sua manutenção devida 
pelo tempo em que o segurado ficar recluso (não havendo tempo mínimo 
ou máximo de manutenção), entendemos inalterada a disciplina normativa 
do auxílio-reclusão quanto a este aspecto. 
12 - Em que circunstância que pode levar a perda do direito de 
receber auxílio-reclusão?
No caso de exercício de atividade remunerada pelo segurado recluso 
em cumprimento de pena em regime fechado ou semiaberto, pode acar-
retar perda do direito ao recebimento do auxílio-reclusão pelos seus de-
pendentes, desde que fique comprovado que a renda auferida pelo recluso 
possa ser revertida para a manutenção dos dependentes.
13 - Que procedimento será adotado no caso de falecimento do 
segurado detido ou recluso?
Falecendo o segurado detido ou recluso, o auxílio-reclusão que es-
tiver sendo pago será automaticamente convertido em pensão por morte. 
Quando não houve a concessão de auxílio-reclusão, em razão da limita-
ção constitucional aos beneficiários do auxílio-reclusão, será devida pensão 
por morte aos dependentes se o óbito do segurado tiver ocorrido enquanto 
mantida a qualidade de segurado. Essa qualidade independe de contribui-
ções até doze meses após o livramento do segurado detido ou recluso (inc. 
IV do art. 13).
14 - Qual o valor a ser recebido pelos dependentes a título de auxílio-
reclusão?
Na medida em que o auxílio-reclusão era concedido nas mesmas con-
dições da pensão por morte, nos termos do art. 80 da Lei 8.213/91, O valor 
da renda mensal inicial do auxílio-reclusão é de 100% do valor da aposen-
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
303
tadoria que o segurado recebia ou daquela que teria direito se tivesse apo-
sentado por invalidez na data do recolhimento à prisão, por ser essa a base 
de cálculo do benefício da pensão por morte (arts. 75 e 80 da Lei 8.213/91). O 
valor do benefício não pode ser inferior ao salário mínimo.
Para os dependentes do segurado especial o valor do benefício será 
de um salário mínimo, exceto se houver contribuição como facultativo, 
quando o benefício será concedido com base no salário de contribuição.
O valor do auxílio-reclusão, havendo mais de um dependente será ra-
teado entre todos em partes iguais, sendo que as cotas do rateio poderão ser 
inferiores ao salário mínimo. A cessação do valor da cota recebida por um 
dependente será repartida, entre os demais dependentes, até a cessação da 
última cota, extinguindo-se o benefício, que não se transfere a dependente 
de classe inferior.
15 - O segurado ou dependente de baixa renda tem direito a receber o 
benefício auxílio-reclusão?
O auxílio-reclusão está previstono artigo 201, IV, da Constituição. A 
redação constitucional foi alterada pela Emenda Constitucional 20/98, que 
restringiu a concessão do auxílio-reclusão para os dependentes dos segura-
dos de baixa renda. Até que a lei discipline a matéria, a Emenda estabeleceu 
que o auxílio-reclusão seria concedido apenas àqueles que tenham renda 
bruta mensal igual ou inferior a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), cor-
rigido periodicamente pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do 
RGPS (art. 13). A atualização dá-se por Portaria Ministerial, conforme tabe-
la prevista no artigo 285, da Instrução Normativa 95/03. Assim, a partir de 
16/12/1998, com a nova redação da Emenda Constitucional, aos segurados 
reclusos do RGPS que percebiam renda bruta mensal superior ao limite es-
tabelecido não seria possível o deferimento do benefício de auxílio-reclusão 
aos dependentes9.
9 De acordo com o INSS, o último salário de contribuição do segurado (vigente na data 
do recolhimento à prisão ou na data do afastamento do trabalho ou cessação das 
contribuições), tomado em seu valor mensal, deverá ser igual ou inferior aos seguintes 
valores, independentemente da quantidade de contratos e de atividades exercidas, 
considerando-se o mês a que se refere:
PERÍODO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO TOMADO EM SEU VALOR MENSAL
A partir de 1º/01/2015 R$ 1.089,72 – Portaria 13, de 09/01/2015
A partir de 1º/01/2014 R$ 1.025,81 – Portaria 19, de 10/01/2014
A partir de 1º/01/2013 R$ 971,78 – Portaria 15, de 10/01/2013
304
Antônio César Bochenek
No âmbito judiciário e doutrinário10 discute-se se o valor da renda 
bruta mensal se refere ao valor da renda do dependente ou do segurado. O 
artigo 201, IV, da Constituição expressamente menciona o dependente de 
segurado de baixa renda, enquanto que a norma transitória menciona que 
o benefício será concedido apenas àqueles que tenham renda bruta mensal, 
sem especificar se a renda é do segurado ou dependente.
O auxílio-reclusão com data de início fixada em período anterior à 
data da Emenda Constitucional 20, de 16/12/1998, aplica-se a legislação 
vigente àquela época, independentemente da renda mensal acima referi-
da (Portaria do MPAS 4.883/98 e art. 8º, § 1º). Restou assegurado o direito 
adqui rido de quem já vinha recebendo benefício ou tinha implementado as 
condições para tanto. 
Se o benefício de auxílio-reclusão não for concedido, em razão do li-
mite máximo considerado para enquadramento do conceito de baixa renda, 
poderá ser concedida a pensão por morte aos dependentes se o óbito do 
segurado tiver ocorrido dentro do período de graça.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal julgou, em 25/03/2009, no 
Recurso Extraordinário 587.365/SC, Relator Min. Ricardo Lewandowski, e 
A partir de 1º/01/2012 R$ 915,05 – Portaria 02, de 06/01/2012
A partir de 15/07/2011 R$ 862,60 – Portaria 407, de 14/07/2011
A partir de 1º/01/2011 R$ 862,11 – Portaria 568, de 31/12/2010
A partir de 1º/01/2010 R$ 810,18 – Portaria 333, de 29/06/2010
A partir de 1º/01/2010 R$ 798,30 – Portaria 350, de 30/12/2009
De 1º/02/2009 a 31/12/2009 R$ 752,12 – Portaria 48, de 12/02/2009
De 1º/03/2008 a 31/01/2009 R$ 710,08 – Portaria 77, de 11/03/2008
De 1º/04/2007 a 29/02/2008 R$ 676,27 - Portaria 142, de 11/04/2007
De 1º/04/2006 a 31/03/2007 R$ 654,61 - Portaria 119, de 18/04/2006
De 1º/05/2005 a 31/03/2006 R$ 623,44 - Portaria 822, de 11/05/2005
De 1º/05/2004 a 30/04/2005 R$ 586,19 - Portaria 479, de 07/05/2004
De 1º/06/2003 a 31/04/2004 R$ 560,81 - Portaria 727, de 30/05/2003
10 “[...] a renda a ser considerada é a do segurado, e não a dos dependentes, até porque é a 
renda do segurado que serve de base de cálculo para o benefício, cujo valor a Reforma 
da Previdência – EC 20/98 quis limitar. O raciocínio contrário (levar em conta a renda 
dos dependentes)(20) neutralizaria a reforma, viabilizando a continuidade de todos os 
auxílios-reclusão que ela quis justamente cessar, como é o caso, exemplificadamente, 
da prisão de um segurado que ganhe R$ 3.000,00 e sua esposa, do lar, e seu filho, menor, 
não tenham renda alguma”. (DEMO, Roberto Luis Luchi; SOMARIVA, Maria Salute. 
Benefícios previdenciários e seu regime jurídico. Salário-família, salário-maternidade, 
auxílio-reclusão e seguro-desemprego. Revista de Doutrina da 4ª Região, Porto Alegre, 
2006. Disponível em: <www.revistadedoutri na.trf4.gov.br>. Acesso em: 16 fev. 2013.
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
305
definiu que a limitação do universo dos contemplados pelo auxílio-reclusão 
restringe o benefício aos dependentes dos segurados presos de baixa renda, 
de acordo com a restrição introduzida pela EC 20/1998. Desse modo, se-
gundo o STF com fundamento no artigo 201, IV da Constituição, a renda do 
segurado preso é a que deve ser utilizada como parâmetro para concessão 
do benefício, e não a de seus dependentes. Tal compreensão se extrai da re-
dação dada ao referido dispositivo pela EC 20/98, que restringiu o universo 
daqueles alcançados pelo auxílio-reclusão, a qual adotou o critério da sele-
tividade para apurar a efetiva necessidade dos beneficiários. O STF ainda 
consignou que diante disso o artigo 116 do Decreto 3.048/1999 não padece 
de vício da inconstitucionalidade11.
16 - O que é segurado de baixa renda?
De acordo com o entendimento administrativo é devido o auxílio-
-reclusão aos dependentes do segurado quando não houver salário de con-
tribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que não tenha 
havido perda da qualidade de segurado e o último salário de contribuição, 
tomado em seu valor mensal, na data da cessação das contribuições ou do 
afastamento do trabalho, seja igual ou inferior aos valores fixados por por-
taria ministerial vigente na data da cessação das contribuições ou do afasta-
mento do trabalho. O segurado que recebe por comissão, sem remuneração 
fixa, terá considerado como salário de contribuição mensal o valor auferido 
no mês do efetivo recolhimento à prisão. A comprovação de que o segurado 
privado de liberdade não recebe remuneração será feita por declaração da 
empresa a qual o segurado estiver vinculado.
Há diversas controvérsias a respeito da definição de segurado de bai-
xa renda para além da especificação dada na esfera administrativa (como 
acima referido). 
11 Nesse sentido: (STJ, AgRg no REsp 831.251/RS, Rel. Ministro Celso Limongi (Desem-
bargador Convocado do TJ/SP), Sexta Turma, j. em 05/05/2011, DJe 23/05/2011). “A 
Turma Regional de Uniformização da 4ª. Região, nos Incidentes de Uniformização 
JEF 0014848-54.2007.404.7095 e 0000452-38.2008.404.7095, uniformizou jurisprudência 
no sentido de que ‘À luz do artigo 16, parágrafo 1º, do Decreto 3.048/99, a renda a ser 
considerada para efeitos de percepção do benefício é a auferida no mês de recolhimento 
à prisão. Considerando a condição de desempregado do segurado no momento do 
recolhimento à prisão e o fato de se encontrar em período de graça, têm os dependentes 
direito ao benefício visto que inexistente salário-de-contribuição’. 2. Incidente de 
uniformização de jurisprudência improvido”. (IUJEF 0002340-10.2009.404.7256, Turma 
Regional de Uniformização da 4ª Região, Relator Susana Sbrogio Galia, DE 17/12/2010).
306
Antônio César Bochenek
O raciocínio simples é considerar a renda abaixo do valor estipulado 
para considerar um segurado de baixa renda. Se o valor ultrapassar um real 
acima do limite estipulado o segurado não será considerado de baixa renda. 
A primeira questão que surge é a flexibilização ou não a regra para estender 
o benefício aos segurados que ultrapassem por pouco a renda fixada em ato 
normativo. Quanto ao tema, no final do ano de 2014, a Primeira Turma do 
Superior Tribunal de Justiça decidiu que: 
À semelhança do entendimento firmado por esta Corte, no julgamento 
do Recurso Especial 1.112.557/MG, Representativo da Controvérsia,onde 
se reconheceu a possibilidade de flexibilização do critério econômico 
definido legalmente para a concessão do Benefício Assistencial de Prestação 
Continuada, previsto na LOAS, é possível a concessão do auxílio-reclusão 
quando o caso concreto revela a necessidade de proteção social, permitindo 
ao Julgador a flexibilização do critério econômico para deferimento do 
benefício, ainda que o salário de contribuição do segurado supere o valor 
legalmente fixado como critério de baixa renda (REsp 1479564/SP, Rel. Min. 
Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, j. 06/11/2014, DJe 18/11/2014). 
Para além dessa hipótese, há outras que não oferecem de plano uma 
interpretação de caráter geral. Por exemplo, um segurado que recebeu o 
último salário de contribuição acima do limite considerado de baixa renda 
e todos os demais salários de contribuição abaixo do limite. Seria razoável 
deixar de conceder o benefício aos dependentes por ter num mês (o da pri-
são) recebido um valor superior ao limite considerado pela legislação como 
de baixa renda.
Por outro lado, se a remuneração parcial no mês da prisão é inferior 
ao limite e em todos os meses anteriores é superior ao limite. Neste caso, 
também não seria razoável conceder o benefício. Contudo, de acordo com 
a interpretação administrativa, o benefício é concedido. Outro caso: se no 
mês da prisão e tão somente nesse mês o segurado realizou trabalho ex-
traordinário, o valor recebido pelas horas extras é incluído no salário de 
contribuição (não há controvérsia), mas, para verificar se o segurado é ou 
não de baixa renda, poderiam ser desprezados os valores devido à eventu-
alidade da remuneração.
Além dos exemplos acima narrados, há outros. Todas são questões 
difíceis para o julgador, pois, pelo princípio da legalidade administrativa, 
não são considerados pelo agente administrativo. Contudo, o magistrado 
não pode se eximir de analisar e apontar caminhos jurídicos para a funda-
mentação sistêmica do direito previdenciário.
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
307
17 - Em qual caso o benefício de auxílio-reclusão será suspenso? 
O benefício será suspenso no caso de fuga. O recolhimento à prisão 
pela recaptura do segurado restabelece o benefício de auxílio-reclusão a 
contar da data em que esta ocorrer, desde que seja mantida a qualidade de 
segurado. Se houver exercício de atividade dentro do período de fuga, este 
será considerado para verificação da perda ou não da qualidade de segura-
do (art. 15 da Lei 8.213/91).
Consta da Lei 8.213/91 que, para manutenção do benefício, é neces-
sário que o beneficiário apresente ao INSS, trimestralmente, atestado de 
que o segurado continua privado de sua liberdade, ou seja, detido, recluso 
ou internado12. A certidão trimestral que refira a prisão do segurado é su-
ficiente para cumprir os requisitos legais para a manutenção do auxílio-
-reclusão (arts. 116 e 117 da Decreto 3.048/99), não tendo qualquer respaldo 
legal o procedimento do INSS ao suspendê-lo pelo fato de não constar na 
certidão o não recebimento de remuneração pelo segurado. (TRF4. T. 6. .AC 
200104010721609, Rel. João Batista Pinto Silveira, DJU 28/09/2005).
Em sentido contrário, para Pacheco13 a restrição é indevida, pois esta-
belece exigência que pode ser dificultosa aos beneficiários. Não há razoabi-
lidade na medida e seria mais adequada a consulta aos sistemas eletrônicos 
dos órgãos públicos para confirmar se o segurado instituidor do benefício 
ainda se encontra preso. 
18 - Quando ocorre a cessação do auxílio-reclusão?
O benefício de auxílio-reclusão cessa: a) com o falecimento do segu-
rado detido, recluso ou internado, quando o auxílio-reclusão será automa-
ticamente convertido em pensão por morte; b) pelo cumprimento da pena; 
c) pela progressão de regime semiaberto para aberto ou em caso de livra-
mento condicional; e d) com a soltura do preso provisório; e) se o segurado 
passar a receber aposentadoria ou auxílio-doença (os dependentes e o se-
gurado poderão optar pelo benefício mais vantajoso, mediante declaração 
escrita de ambas as partes);
12 TRF4, Turma Suplementar, APELREEX 2007.70.00.015203-9, Relator Eduardo Tonetto 
Picarelli, DE 14/12/2009.
13 PACHECO, Marta Ribeiro. Auxílio-Reclusão. In: VAZ, Paulo Afonso Brum; SAVARIS, 
José Antonio (Orgs.). Curso Modular de Direito Previdenciário. Florianópolis: Conceito. 
2010. v. 2, p. 447-448.
308
Antônio César Bochenek
Caso o segurado recluso exerça atividade remunerada como contri-
buinte individual ou facultativo, tal fato não impedirá o recebimento de 
auxílio-reclusão por seus dependentes.
As parcelas individuais devidas aos dependentes do auxílio-reclusão 
extinguem-se pela ocorrência da perda da qualidade de dependente: a) com 
a extinção da última cota individual; b) se o segurado, ainda que privado de 
sua liberdade ou recluso passar a receber aposentadoria; c) pelo óbito do se-
gurado ou beneficiário; d) pela emancipação ou quando completar 21 (vinte 
e um) anos de idade, salvo se inválido ou que tenha deficiência intelectual 
ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado 
judicialmente (Lei 12.470/12), no caso de filho ou equiparado ou irmão, de 
ambos os sexos; e) em se tratando de dependente inválido, pela cessação da 
invalidez, verificada em exame médico pericial a cargo do INSS; f) pela de-
claração judicial de que não persistem os motivos da deficiência intelectual 
ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz. 
Um aspecto interessante em relação a uma das condições que faz ces-
sar o benefício de auxílio reclusão diz respeito à liberdade do segurado. 
Com a liberdade do segurado os dependentes param de receber o benefício. 
Contudo, em que pese haver liberdade do segurado, na prática não é sem-
pre que ele encontra um emprego de imediato. Por isto, aponto a sugestão 
de proposta de alteração legislativa no sentido de conceder o benefício, no 
caso da prisão ser superior a 1 (um) ano, ainda que reduzido o seu valor por 
um período de 1 a 3 meses, para não haver ruptura de recursos necessários 
à manutenção dos dependentes, exceto nos casos de fuga.
19 - É permitida a acumulação do benefício auxílio-reclusão por parte 
dos dependentes?
O segurado recluso não terá direito aos benefícios de auxílio-doença e 
aposentadoria durante a percepção, pelos dependentes, do auxílio-reclusão, 
ainda que nessa condição contribua como contribuinte individual ou facul-
tativo, mas é permitida a opção, desde que manifestada, também pelos de-
pendentes, em relação ao benefício mais vantajoso. A opção pelo benefício 
mais vantajoso deverá ser manifestada por declaração escrita do segurado 
e respectivos dependentes, juntada ao processo de concessão, inclusive no 
auxílio-reclusão.
O benefício assistencial de amparo social ao idoso e ao deficien-
te físico não pode ser acumulado com o auxílio-reclusão (art. 20, § 4º, da 
Lei 9.742/93).
De acordo com o artigo 167, § 2º, do Decreto 3.048/99, é possível o 
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
309
recebimento conjunto do seguro-desemprego com o benefício de prestação 
continuada da previdência social de auxílio-reclusão.
20 - O segurado retido ou recluso mantém a qualidade de segurado 
por qual prazo?
O segurado retido ou recluso mantém a qualidade de segurado, in-
dependentemente de contribuições, até 12 meses após o livramento (art. 15, 
IV, da Lei 8.213/91). 
PENSÃO POR MORTE
1 - Qual o conceito de pensão por morte? 
É o benefício de prestação pecuniária continuada que substitui a re-
muneração ou aposentadoria do segurado falecido e é destinada a subs-
tituir ou minimizar a falta dos recursos daqueles que proviam as neces-
sidades econômicas. O benefício é devido ao conjunto dos dependentes do 
segurado, homem ou mulher, que falecer ou estiver ausente, aposentado ou 
não (art. 201, V, da Constituição).2 - Qual a legislação a ser aplicada?
Lei 8.213, de 24 de julho de 1991 e alterações posteriores, especialmen-
te as recentemente introduzidas pela Medida Provisória 664/2014; Decre-
to 3.048, de 6 de maio 1999 e alterações posteriores; Instrução Normativa 
INSS/PRES 77, de 21 de janeiro de 2015.
Cabe lembrar que a lei aplicável à concessão de pensão previdenciária 
por morte no RGPS é aquela vigente na data do óbito do segurado, confor-
me a Súmula 340 do Superior Tribunal de Justiça. Para a concessão do bene-
fício de pensão por morte, o dependente deve apresentar um vínculo com o 
segurado que mantém essa qualidade perante o regime previdenciário, de 
acordo com a classe prioritária estabelecida pela legislação previdenciária 
(art. 16 da Lei 8.213/91).
3 - É necessário carência e qualidade de segurado para ter direito à 
pensão por morte?
Até 1º/03/2015, quando entrou em vigor a MP 664/2014 em relação 
à exigência de período mínimo contributivo, a concessão de pensão por 
morte independia de carência, ou seja, não havia número mínimo de con-
310
Antônio César Bochenek
tribuições exigidas do segurado para ensejar a concessão do benefício a ser 
pago aos dependentes. 
Com a vigência da MP 664/2014, a legislação passou a exigir 24 (vin-
te e quatro) contribuições mensais para a concessão de pensão por morte, 
salvo: a) nos casos em que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença ou 
de aposentadoria por invalidez (art. 25, IV, da Lei 8.213/91, com a redação 
dada pela MP 664/2014); b) nos casos de acidente do trabalho e doença pro-
fissional ou do trabalho (art. 26, VII, da Lei 8.213/91, com a redação dada 
pela MP 664/2014).
A exigência de carência somente se aplica para óbitos ocorridos a par-
tir de 1º/03/2015, por força do princípio tempus regit actum, segundo o qual o 
direito à pensão por morte é regido pela lei vigente ao tempo do óbito. Dado 
que a legislação anterior dispensava carência, ainda que o requerimento do 
benefício seja posterior à vigência da MP 664/2014, o benefício será devido 
independentemente de qualquer período mínimo contributivo. 
De outro lado, é exigido que o segurado ou segurada, falecido ou au-
sente, tenha a qualidade de segurado ou mantida a qualidade de segurado 
numa das hipóteses do período de graça (art. 15 da Lei 8,213/91), ou seja, 
o segurado falecido não pode ter perdido a qualidade de segurado para os 
dependentes terem direito ao benefício de pensão pelo RGPS. 
Nos termos do artigo 15 da Lei 8.213/91, o segurado mantém essa 
qualidade, independentemente de contribuições: a) sem limite de prazo, 
quem está em gozo de benefício; b) até doze meses após a cessação de be-
nefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segurado 
que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência 
social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; b.1.) prorrogado 
para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pagado mais de 120 
(cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda 
da qualidade de segurado; b.2.) acrescidos de 12 (doze) meses para o segu-
rado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no 
órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social; c) até doze 
meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segre-
gação compulsória; d) até doze meses após o livramento, o segurado detido 
ou recluso; e) até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado 
às Forças Armadas para prestar serviço militar; ou f) até seis meses após a 
cessação das contribuições, o segurado facultativo. De acordo com o artigo 
15, § 4º, da Lei 8.213/91, a perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia 
seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade 
Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente 
posterior ao do final dos prazos acima fixados.
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
311
A atual redação do artigo 102, § 2o, determina que não será concedida 
pensão por morte aos dependentes do segurado que falecer após a perda 
dessa qualidade, nos termos do artigo 15 da Lei 8.213/91, salvo se preen-
chidos os requisitos para obtenção da aposentadoria, à época que os re-
quisitos foram atendidos. Assim, não será concedida pensão por morte aos 
dependentes do segurado que falecer após a perda dessa qualidade, salvo 
se preenchidos os requisitos para obtenção da aposentadoria, em qualquer 
de suas modalidades, segundo a legislação em vigor à época em que tais 
requisitos foram atendidos, não sendo prejudicado pela perda da qualidade 
de segurado (art. 102, § 2º, da Lei 8.213/91).
A prova da qualidade de segurado pode ser feita mediante demons-
tração de qualquer das situações previstas no artigo 15 da Lei 8.213/91, se 
o segurado, na data do óbito, não estiver mais contribuindo para o Regime 
Geral de Previdência Social. Portanto, se forem atendidas as condições, es-
tando em gozo de benefício ou em respeito ao direito adquirido, os depen-
dentes mantêm o amparo da previdência.
Caberá a concessão de pensão aos dependentes mesmo que o óbito te-
nha ocorrido após a perda da qualidade de segurado, desde que o institui-
dor do benefício tenha implementado todos os requisitos para obtenção de 
uma aposentadoria até a data do óbito ou fique reconhecida a existência de 
incapacidade permanente ou temporária, dentro do período de graça, por 
meio de parecer médico-pericial do INSS, com base em atestados ou relató-
rios médicos, exames complementares, prontuários ou outros documentos 
equivalentes referentes ao ex-segurado.
4 - Quem tem direito a receber pensão por morte?
Todos os dependentes que apresentem um vínculo com o segurado 
ou com aquele que mantém essa qualidade perante o regime previdenciário 
(falecido ou ausente), de acordo com a classe prioritária estabelecida pela 
legislação previdenciária (art. 16 da Lei 8.213/91). É relevante anotar que, 
para além das hipóteses legais, a jurisprudência dos Tribunais e Turmas 
Recursais em algumas situações amplia o conceito de dependente.
Dependente é aquele que está vinculado (protegido) pelo instituto de 
previdência de forma reflexa, em razão do seu vínculo com o segurado. 
Não possui direito próprio junto à Previdência Social, estando ligado de 
forma indissociável ao direito do respectivo titular. São considerados bene-
ficiários indiretos, pois a vinculação necessária ocorre entre o segurado que 
contribui para o sistema e o beneficiário (aquele a quem o benefício deve 
ser pago – dependentes). Assim, o dependente previdenciário somente se 
beneficiará do sistema se o segurado ao qual se vincula, à data do imple-
312
Antônio César Bochenek
mento do evento morte ou reclusão, tiver mantido a qualidade de segurado 
ou tiver direito adquirido a qualquer espécie de benefício previdenciário.
É importante salientar que não há correlação direta e obrigatória en-
tre os conceitos de dependência utilizados pelo direito civil, tributário, tra-
balho e previdenciário. Em regra, o conceito de dependência para fins de 
concessão de benefícios previdenciários é mais elastecido em relação aos 
outros ramos do direito, principalmente no campo do direito de família, 
por conta da construção e interpretação jurisprudencial, com base na in-
terpretação da legislação e fundada na proteção maior conferida ao direito 
previdenciário. Por exemplo, o entendimento sobre a proteção dos filhos, 
dos companheiros na união estável, concubinato e nas relações das pessoas 
do mesmo sexo.
São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição 
de dependentes do segurado: o cônjuge; a companheira e o companheiro; 
destes, os antigos companheiros que dependam economicamente; o com-
panheiro e a companheira da relação de pessoas do mesmo sexo; destes, os 
antigos companheiros que dependam economicamente;o filho ou o equi-
parado a filho – não emancipado, de qualquer condição ou o menor de vinte 
e um anos ou inválido, ou ainda que tenha deficiência intelectual ou mental 
que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicial-
mente; os pais; o irmão – não emancipado, de qualquer condição ou o me-
nor de vinte e um anos ou, ainda, o inválido ou aquele que tenha deficiência 
intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim 
declarado judicialmente, na ordem de classes estabelecida pelo artigo 16 da 
Lei 8.213/91. Os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualda-
de de condições. A existência de dependente de qualquer das classes priori-
tárias exclui do direito às prestações os das classes seguintes. 
4.1 - Em que condições o dependente cônjuge ou companheiro (a) faz 
jus à pensão por morte? 
Para óbitos a partir de 14/01/2015, por força da Medida Provisória 
664/2014, a formalização do casamento ou união estável só gerará o direito 
a pensão por morte, caso tais eventos tenham se configurado 2 (dois) anos 
antes do óbito do segurado. Não se aplica o tempo mínimo de união estável 
ou casamento, porém, no caso de invalidez do cônjuge, companheiro ou 
companheira após o início do casamento ou união estável, e quando a mor-
te do segurado decorrente de acidente de qualquer natureza14.
14 É o que dispõe o art. 77, § 2º, da Lei 8.213/91, com a redação dada pela MP 664/2014: 
“Art. 77, § 2º - O cônjuge, companheiro ou companheira não terá direito ao benefício da 
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
313
5 - Quem não tem direito ao benefício de pensão por morte?
Para além daqueles não contemplados como dependentes pela le-
gislação (art. 16 da Lei 8.213/91), a jurisprudência e a administração têm 
considerado alguns aspectos relevantes. O benefício de pensão por morte 
é devido aos dependentes nascidos dentro dos trezentos dias subsequentes 
à dissolução da sociedade conjugal por morte, separação judicial, nulidade 
e anulação de casamento, pois são considerados filhos concebidos na cons-
tância do casamento, conforme inciso II do artigo 1.597 do Código Civil.
É devida a pensão por morte ao companheiro e ao cônjuge do sexo 
masculino, desde que atendidos os requisitos legais, para óbitos ocorridos a 
partir de 5 de abril de 1991, pois somente a partir desta data a pensão foi re-
gulamentada e prevista a fonte de custeio. Para cônjuge do sexo masculino, 
será devida a pensão por morte para óbitos anteriormente a essa data, des-
de que comprovada a invalidez, conforme o art. 12 do Decreto 83.080/7915. 
A jurisprudência do STF afastou a exigência da comprovação da invalidez 
com fundamento no princípio da isonomia. Os óbitos de segurados ocor-
ridos entre o advento da Constituição de 1988 e a Lei 8.213/91 regem-se, 
direta e imediatamente, pelo disposto no artigo 201, inciso V, da Constitui-
ção Federal, que, sem recepcionar a parte discriminatória da legislação an-
terior, equiparou homens e mulheres para efeito de pensão por morte. (STF, 
1ª T., RE 607.907 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, j. em 21/06/2011, DJe 29/07/2011). 
No mesmo sentido (STF,1ª. T. AI 561.788 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. em 
22/02/2011, DJe 21/03/2011).
Por força de decisão judicial (Ação Civil Pública 2000.71.00.009347-0), 
incorporada na Instrução Normativa do INSS, fica garantido o direito à 
pensão por morte ao companheiro ou companheira de pessoa de mesmo 
sexo, para óbitos ocorridos a partir de 5 de abril de 1991, desde que aten-
didas todas as condições exigidas para o reconhecimento do direito a esse 
benefício, conforme as regras estabelecidas para os demais dependentes 
(art. 105, Decreto 3.048/99). Recentemente o Supremo Tribunal Federal ma-
nifestou posição favorável à equiparação a entidade familiar para as uniões 
pensão por morte se o casamento ou o início da união estável tiver ocorrido há menos 
de dois anos da data do óbito do instituidor do benefício, salvo nos casos em que: I - o 
óbito do segurado seja decorrente de acidente posterior ao casamento ou ao início da 
união estável; ou; II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira for considerado 
incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade remunerada que lhe 
garanta subsistência, mediante exame médico-pericial a cargo do INSS, por doença ou 
acidente ocorrido após o casamento ou início da união estável e anterior ao óbito.”
15 (IUJEF 05033206220064058100, Turma Nacional de Uniformização, Relator Juiz Federal 
Vladimir Santos Vistovsky, j. em 14/06/2011, DOU 18.11.11).
314
Antônio César Bochenek
entre pessoas do mesmo sexo e a dimensão constitucional do afeto como 
um dos fundamentos da família moderna16.
16 Ninguém, absolutamente ninguém, pode ser privado de direitos nem sofrer 
quaisquer restrições de ordem jurídica por motivo de sua orientação sexual. Os 
homossexuais, por tal razão, têm direito de receber a igual proteção tanto das leis quanto 
do sistema político-jurídico instituído pela Constituição da República, mostrando-se 
arbitrário e inaceitável qualquer estatuto que puna, que exclua, que discrimine, que 
fomente a intolerância, que estimule o desrespeito e que desiguale as pessoas em 
razão de sua orientação sexual. RECONHECIMENTO E QUALIFICAÇÃO DA UNIÃO 
HOMOAFETIVA COMO ENTIDADE FAMILIAR. – O Supremo Tribunal Federal – 
apoiando-se em valiosa hermenêutica construtiva e invocando princípios essenciais 
(como os da dignidade da pessoa humana, da liberdade, da autodeterminação, 
da igualdade, do pluralismo, da intimidade, da não discriminação e da busca da 
felicidade) – reconhece assistir, a qualquer pessoa, o direito fundamental à orientação 
sexual, havendo proclamado, por isso mesmo, a plena legitimidade ético-jurídica 
da união homoafetiva como entidade familiar, atribuindo-lhe, em conseqüência, 
verdadeiro estatuto de cidadania, em ordem a permitir que se extraiam, em favor de 
parceiros homossexuais, relevantes conseqüências no plano do Direito, notadamente 
no campo previdenciário, e, também, na esfera das relações sociais e familiares. – A 
extensão, às uniões homoafetivas, do mesmo regime jurídico aplicável à união estável 
entre pessoas de gênero distinto justifica-se e legitima-se pela direta incidência, dentre 
outros, dos princípios constitucionais da igualdade, da liberdade, da dignidade, da 
segurança jurídica e do postulado constitucional implícito que consagra o direito à 
busca da felicidade, os quais configuram, numa estrita dimensão que privilegia o 
sentido de inclusão decorrente da própria Constituição da República (art. 1º, III, e art. 
3º, IV), fundamentos autônomos e suficientes aptos a conferir suporte legitimador à 
qualificação das conjugalidades entre pessoas do mesmo sexo como espécie do gênero 
entidade familiar. – Toda pessoa tem o direito fundamental de constituir família, 
independentemente de sua orientação sexual ou de identidade de gênero. A família 
resultante da união homoafetiva não pode sofrer discriminação, cabendo-lhe os 
mesmos direitos, prerrogativas, benefícios e obrigações que se mostrem acessíveis 
a parceiros de sexo distinto que integrem uniões heteroafetivas. A DIMENSÃO 
CONSTITUCIONAL DO AFETO COMO UM DOS FUNDAMENTOS DA FAMÍLIA 
MODERNA. – O reconhecimento do afeto como valor jurídico impregnado de 
natureza constitucional: um novo paradigma que informa e inspira a formulação 
do próprio conceito de família. Doutrina. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
E BUSCA DA FELICIDADE. – O postulado da dignidade da pessoa humana, que 
representa – considerada a centralidade desse princípio essencial (CF, art. 1º, III) – 
significativo vetor interpretativo, verdadeiro valor-fonte que conforma e inspira todo 
o ordenamento constitucional vigente em nosso País, traduz, de modo expressivo, um 
dos fundamentos em que se assenta, entre nós, a ordem republicana e democrática 
consagrada pelo sistema de direito constitucionalpositivo. Doutrina. – O princípio 
constitucional da busca da felicidade, que decorre, por implicitude, do núcleo de que se 
irradia o postulado da dignidade da pessoa humana, assume papel de extremo relevo 
no processo de afirmação, gozo e expansão dos direitos fundamentais, qualificando-
se, em função de sua própria teleologia, como fator de neutralização de práticas ou de 
omissões lesivas cuja ocorrência possa comprometer, afetar ou, até mesmo, esterilizar 
direitos e franquias individuais. – Assiste, por isso mesmo, a todos, sem qualquer 
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
315
Não será concedido o benefício de pensão por morte, de acordo com 
o artigo 17 da Lei 8.213/91, quando houver a perda da qualidade de depen-
dente que ocorre: a) para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, 
enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos, pela anulação 
do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado; 
b) para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com 
segurado ou segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de ali-
mentos17; c) para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao completarem 
vinte e um anos de idade, salvo se inválido ou que tenha deficiência intele-
ctual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim decla-
rado judicialmente, ou ainda, pela emancipação, ainda que inválido, exceto, 
nesse caso, se a emancipação for decorrente de colação de grau científico 
em curso de ensino superior; d) para os dependentes em geral pela cessação 
da invalidez, da deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou 
relativamente incapaz, assim declarado judicialmente ou pelo falecimento.
Os dependentes designados antes da entrada em vigor da lei revo-
gada, se o óbito ocorreu após essa data, não são considerados dependentes 
para fins previdenciários, nos termos do precedente do STJ (STJ, 6ª. T. AgRg 
no Ag 1.038.727/MG, Rel. Ministro Vasco Della Giustina, j. em 25/10/2011, 
DJe 17/11/2011). Dessa forma, o segurado falecido em data posterior à edi-
ção da Lei 9.032/95, que excluiu o menor designado do rol de dependen-
tes de segurado da Previdência Social é de se reconhecer a inexistência do 
direito adquirido do beneficiário à concessão do benefício de pensão por 
morte na esteira da inteligência do enunciado 359 da Súmula do Supremo 
Tribunal Federal. A Súmula 4 da Turma Nacional de Uniformização – TNU 
esclarece que “não há direito adquirido, na condição de dependente, de pes-
soa designada, quando o falecimento do segurado deu-se após o advento da 
Lei 9032/95”.
exclusão, o direito à busca da felicidade, verdadeiro postulado constitucional implícito, 
que se qualifica como expressão de uma idéia-força que deriva do princípio da 
essencial dignidade da pessoa humana. Precedentes do Supremo Tribunal Federal e da 
Suprema Corte americana. Positivação desse princípio no plano do direito comparado. 
A FUNÇÃO CONTRAMAJORITÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E A 
PROTEÇÃO DAS MINORIAS. – A proteção das minorias e dos grupos vulneráveis 
qualifica-se como fundamento imprescindível à plena legitimação material do Estado 
Democrático de Direito. (STF, 2ª T., RE 477554 AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, 
j. 16.08.11, DJe 26.08.11).
17 Como se verá adiante, a jurisprudência firmou a compreensão de que é devido o 
benefício de pensão por morte, mesmo quando não é fixada, quando da separação, 
a obrigação de pagar alimentos ao dependente, desde que comprovada necessidade 
econômica superveniente pelo sujeito interessado.
316
Antônio César Bochenek
Para o STJ, após as alterações legislativas que retiraram o menor sob 
guarda do rol de dependentes para fins previdenciários não seria mais pos-
sível a concessão da pensão por morte ao menor sob guarda, sendo também 
inviável a sua equiparação ao filho de segurado, para fins de dependência 
econômica. (STJ, 5ª T. AgRg no REsp. 1.178.495/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 
em 20/10/2011, DJe 08/11/2011; STJ, 5ª. T. REsp. 720.706/SE, Rel. Ministro 
Gilson Dipp, j. em 09/08/2011, DJe 31/08/2011; STJ, 5ª T., AgRg no REsp. 
1.000.481/RJ, Rel. Des. convocado Adilson Vieira Macabu, j. em 22/03/2011, 
DJe 03/05/2011).
Todavia, a Primeira Seção do STJ, mais recentemente, ofereceu de-
cisão no sentido de que a legislação deve ser interpretada de modo mais 
favorável ao menor e de modo a proibir-se o retrocesso de proteção social 
(RMS 36034/MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, j. 26/02/2014). Essa decisão, 
reconheça-se, refere-se à normativa do Regime Próprio de Previdência So-
cial. Todavia, a lógica é precisamente a mesma para a definição do direito 
no âmbito do RGPS18.
Em sentido contrário, o TRF da 4ª Região apontou os seguintes fun-
damentos:
1. A guarda e a tutela estão intimamente relacionadas: a) ambas são 
modalidades, assim como a adoção, de colocação da criança e do adolescente 
em família substituta, nos termos do art. 28, caput, do ECA; b) a guarda pode 
ser deferida, liminarmente, em procedimentos de tutela e de adoção, embora 
a eles não se limite (art. 33, §§ 2º e 3º); c) o deferimento da tutela implica 
necessariamente o dever de guarda (art. 36, parágrafo único); d) ambas 
obrigam à prestação de assistência material, moral e educacional à criança 
ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, 
inclusive aos pais. 2. À luz do princípio constitucional de proteção especial 
da criança e do adolescente (Constituição Federal, art. 227, caput, e § 3.º, inc. 
II), o menor sob guarda pode ser considerado dependente previdenciário do 
segurado, nos termos do art. 33, § 3º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, 
combinado com o art. 16, § 2º, da Lei de Benefícios, desde que comprovada 
a dependência econômica, conforme dispõe a parte final deste último 
dispositivo. 3. A existência, in casu, de guarda de fato não deve ser empecilho 
para a caracterização da dependência previdenciária, uma vez que a guarda 
prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente destina-se, justamente, 
a regularizar uma posse de fato (art. 33, § 1º). Assim, comprovado que os 
avós efetivamente eram os responsáveis pela assistência material, moral 
e educacional do menor, justamente as obrigações exigidas do guardião 
18 O STJ se manifestará especificamente sobre o direito do menor sob guarda no âmbito 
do RGPS quando do julgamento do Incidente de Uniformização - Pet 7436.
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
317
judicial, devem ser aqueles equiparados a este, para fins previdenciários. 
(TRF4, 3ª. S., EINF 2008.72.99.000972-0, Rel. Celso Kipper, DE 14/12/2011; 
TRF4, 5ª. T., AC 0005103-29.2011. 404.9999, Rel. Ricardo Teixeira do Valle 
Pereira, DE 09/12/2011)
Por fim, com a vigência da Medida Provisória 664/2014, “Não terá 
direito à pensão por morte o condenado pela prática de crime doloso de 
que tenha resultado a morte do segurado”. (Lei 8.213/91, art. 74, § 1º, com a 
redação dada pela MP 664/2014). 
Note-se que essa sanção civil aplicável ao dependente condenado so-
mente se aplica no caso de óbitos ocorridos a partir de 30/12/2014. 
6 - Quais são as classes de dependentes previstas na legislação 
previdenciária?
O artigo 16, da Lei 8.213/91 estabelece as pessoas que são considera-
das dependentes para o Regime Geral de Previdência Social. Os dependen-
tes são divididos em classes e devem ser observadas as regras referentes 
à exclusão (os dependentes de uma classe superior excluem os das classes 
inferiores), concorrência (havendo mais de um dependente numa classe, 
todos concorrem em igualdade de condições e dividem o valor do benefí-
cio de pensão), reversão (o encerramento, por qualquer causa, da condição 
de dependente implica em reversão da cota em benefício dos dependentes 
remanescentes) entre as classes. A primeira classe ou ‘classe I’ compreende 
o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filhonão emancipado, menor 
de vinte e um anos ou inválido. Para essa classe, a dependência econômi-
ca é presumida (§ 4º do art. 16), ao contrário das demais classes onde é 
necessária a comprovação da dependência. Há entendimento que defende 
a possibilidade do INSS poder desconstituir a presunção de dependência 
absoluta para relativa em relação aos cônjuges e companheiros, separados 
ou divorciados. Fábio Souza19 defende que não há espaço para considerar 
tal presunção como relativa sem alteração dos dispositivos constitucionais 
(art. 225 da Constituição) que tratam das relações familiares. Para o autor, 
enquanto dura a relação conjugal (casamento ou união estável) há mútua 
assistência, como previsto no direito de família, ou seja, a proteção do di-
reito de família não pode ser menor que a proteção previdenciária. É equi-
19 SOUZA, Fábio. Interseções entre o Direito Previdenciário e o Direito de Família: Alguns 
Reflexos na Análise dos Dependentes. In: SOUZA, Fábio; SAADI, Jean. Previdência e 
Família - Interseções entre o Direito Previdenciário e o Direito de Família. Juruá. 2012. 
p. 51-70.
318
Antônio César Bochenek
parado ao filho, o enteado e o menor sob tutela e o menor sob guarda (con-
forme será detalhado acima), que não possua condições para seu próprio 
sustento e educação, desde que comprovada a dependência econômica para 
concorrer em igualdade de condições com os dependentes de primeira clas-
se. A segunda classe ou ‘classe II’ é formada pelos pais. A terceira classe ou 
‘classe III’ inclui os irmãos não emancipados, menores de vinte e um anos 
ou inválidos. Os dependentes das classes II e III devem comprovar a depen-
dência econômica como condição para o enquadramento previdenciário, 
mesmo que não exclusiva.
7 - Em síntese, quais são as características relativas aos dependentes?
As principais características dos dependentes são: a) beneficiá-
rios indiretos; b) não vertem contribuições previdenciárias para o RGPS; 
c) aplicação da lei do tempo do fato, ou seja, a qualidade de segurado e 
de dependente é verificada na data do evento morte, ausência ou reclusão; 
d) recebe valores para reposição da renda perdida pela impossibilidade de 
o segurado desenvolver atividade remunerada; e) para além do benefício 
previdenciário pago diretamente aos dependentes como auxílio reclusão e 
pensão, quando existir um dependente, é possível a concessão do benefício 
salário-família e maternidade, os quais são devidos aos segurados e não aos 
dependentes, mas em razão da existência destes.
8 - Há somente um conceito jurídico de dependência no sistema 
jurídico?
Da mesma forma que as esferas administrativa, civil, previdenciária 
e tributária são independentes, os conceitos de dependência também são 
variáveis e apresentam conotações diferenciadas a depender da legislação 
e da interpretação dos Tribunais. Por exemplo, o conceito de dependência 
foi ampliado para contemplar o companheiro ou companheira de mesmo 
sexo. De outro lado, o conceito de dependência para fins tributários permite 
a ampliação do limite de 21 anos (dependente para fins de declaração de 
imposto de renda), enquanto no previdenciário não há ampliação. 
9 - Quais são as regras de repartição da pensão por morte entre os 
dependentes habilitados? 
Há três regras: Exclusão, concorrência e reversão. Há incidência da 
exclusão quando houver ao menos um dependente de uma classe privile-
giada em relação à outra e assim um dependente de uma classe exclui os 
dependentes das classes inferiores. Há concorrência em relação ao recebi-
AUXÍLIO-RECLUSÃO E PENSÃO POR MORTE 
319
mento do valor do benefício quando há mais de um dependente da mesma 
classe, ou seja, os beneficiários concorrem entre eles para cotizar o valor a 
ser recebido. Ocorre a reversão quando cessa a qualidade de dependente 
de segurado que recebia benefício previdenciário e, nesse caso, a cota parte 
do valor do benefício é convertido para os demais dependentes, ou seja, 
reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar.
Até a edição da Medida Provisória 664/2014, era assegurada a rever-
são integral da cota da pensão por morte aos dependentes remanescentes.
Para óbitos ocorridos a partir de 1º/03/2015, a pensão por morte será 
concedida em uma parcela de 50% do valor da aposentadoria que o segura-
do recebia ou que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data 
do falecimento, acrescida de 10% por dependente até o máximo de 1000%, 
sendo irreversível a cota individual. 
10 - Considerando uma mulher grávida e o segurado pai da criança 
falece antes do parto. A mulher poderá receber pensão em nome da 
criança antes do nascimento? 
De acordo com a Lei 11.804/08, artigo 6º, se estabelece que, convencido 
da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos 
que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da 
parte autora e as possibilidades da parte ré. Após o nascimento com vida, 
os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor 
do menor até que uma das partes solicite a sua revisão. Portanto, há previ-
são legal para a concessão de alimentos gravídicos e no caso de segurado 
falecido antes do parto gera direito à percepção do benefício de pensão por 
morte em nome do filho antes do seu nascimento.
11 - Em caso de dispensa de alimentos convencionada na separação 
judicial ou divórcio haverá renúncia à prestação alimentar?
A prestação alimentar é irrenunciável, nos termos da Súmula 379 do 
Supremo Tribunal Federal e Súmula 336 do Superior Tribunal de Justiça. 
A mulher que recusa os alimentos na separação judicial pode pleiteá-
los futuramente, desde que comprove a sua dependência econômica. 
Não demonstrada a dependência econômica, impõe-se a improcedência 
do pedido para a concessão do benefício previdenciário de pensão por 
morte. (STJ, 5ª T., AgRg no Ag 668.207/MG, Rel. Ministra Laurita Vaz, j. 
em 06/09/2005, DJ 03/10/2005; STJ, 2ª T. AgRg no REsp. 1.263.591/RJ, Rel. 
Ministro Humberto Martins, j. em 01/12/2011, DJe 07/12/2011)
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Antônio César Bochenek
12 - O cônjuge separado judicialmente ou divorciado tem direito à 
pensão por morte?
Sim, mesmo que esse benefício já tenha sido requerido e concedido à 
companheira ou ao companheiro. A certidão de casamento é o documento 
necessário à comprovação do vínculo entre o segurado e o dependente, e 
é necessária a comprovação da dependência econômica20. Nos termos da 
Súmula 336 do STJ, “A mulher que renunciou aos alimentos na separação 
judicial tem direito à pensão por morte do ex-marido, comprovada a neces-
sidade econômica superveniente”. 
Para a Turma Nacional de Uniformização: 
A dependência econômica do ex-cônjuge caracteriza-se pelo efetivo 
recebimento de pensão alimentícia ou auxílio-financeiro, ainda que informal. 
Por sua vez, a necessidade pressupõe apenas condição socioeconômica 
desfavorável. 3. A concessão de pensão por morte de ex-cônjuge não deve 
ficar restrita aos casos em que o segurado falecido atendia às necessidades 
do requerente – pagando-lhe pensão ou ajudando-lhe financeiramente – 
devendo ser estendida à situação em que o requerente efetivamente 
precisava deste auxílio. O fato de o ex-cônjuge ter sobrevivido sem a ajuda 
do segurado, ainda que dela necessitasse, não pode ser óbice à concessão 
de pensão por morte. (TNU. IUJEF 200738007369820, Rel. Juiz Federal José 
Antonio Savaris, j. em 05/05/2011, DOU 17/06/2011)
13 - Ao contrair um segundo matrimônio, a(o) beneficiária(o) perde o 
direito à pensão do primeiro casamento?
Esse problema surge apenas em relação a óbitos anteriores à vigência 
da Lei 8.213/91, quando havia regra expressa a determinar a cessação da 
pensão por morte com o novo casamento do pensionista. 
Para óbitos anteriores à Lei 8.213/91, apesar de disposição legal ex-
pressa,

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