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2/4/2013 1 5.1. Sólidos Quatro tipos de sólidos: • iônicos • metálicos • covalentes ou reticulares • moleculares Fases condensadas sólidos líquidos Um sólido é definido como uma substância que mantém volume e forma fixos 5. Fases condensadas • Sólidos cristalinos: átomos, íons ou moléculas encontram-se em um arranjo ordenado, denominado retículo. Ex. quartzo • Sólido amorfo: átomos, íons ou moléculas encontram-se em um arranjo desordenado, como a estrutura de um instante congelado de um líquido. Ex. vidro Sólidos cristalinos têm superfícies planas bem definidas (faces do cristal), que fazem ângulos definidos umas com as outras. Estas faces são formadas por camadas ordenadas de átomos. Sólidos amorfos não têm faces bem definidas, a menos que tenham sido moldados ou cortados. 5.1. Sólidos metálicos Os cátions em um metal adotam uma estrutura de empacotamento compacto, de maneira a minimizar o espaço livre entre eles, como frutas em uma feira. • Desta maneira, os materiais metálicos são bastante compactos, apresentando elevadas densidades • As propriedades de um metal dependerão do tipo de empacotamento de sua estrutura 2/4/2013 2 5.1.1. Células unitárias A célula unitária é a menor fração de um retículo que pode ser usada para construir o retículo todo. • Comecemos com um exemplo em duas dimensões • Agora um exemplo em três dimensões célula unitária cúbica célula unitária quadrada • Dois exemplos de formas de empacotamento muito utilizadas pelos metais (padrão ABABA...) (padrão ABCABC...) Estrutura hexagonal de empacotamento compacto (hcp) Estrutura cúbica de empacotamento compacto (ccp) no de coordenação = 12 no de coordenação = 12 ex. Mg e Zn ex. Al, Cu, Ag e Au Vamos explorar um pouco mais estes dois modos de empacotamento e as propriedades que os mesmas conferem ao metal • Estrutura hexagonal de empacotamento compacto • Estrutura cúbica de empacotamento compacto Também chamada estrutura cúbica de face centrada • As faces dos cubos que se formam em uma estrutura cúbica de face centrada estendem-se através do cristal formando planos lisos. Estes planos, sob pressão, deslizam uns sobre os outros, de forma que metais que adotam esta estrutura, como o cobre e o ouro, são maleáveis e podem ser facilmente dobrados ou moldados. Há de ressaltar, também, que isto é possível no metal porque as ligações não são localizadas, ou seja, os elétrons facilmente se adéquam ao novo arranjo após a deformação. • A estrutura hexagonal de empacotamento compacto não possui planos lisos e, portanto, os metais que a adotam são quebradiços ao invés de maleáveis, como por exemplo o zinco e o cádmio. 2/4/2013 3 ���� Demais formas de empacotamento Cúbico: Tetragonal: Ortorrômbico: Monoclínico: Triclínico: Hexagonal: Romboédro: 5.1.2. As ligas metálicas As ligas são misturas metálicas produzidas de maneira a obter-se materiais com novas propriedades. • As estruturas em uma liga são mais complicadas do que para um metal puro porque agora é preciso empacotar juntos elementos com diferentes raios atômicos. É algo semelhante a problema de um lojista ter de empilhar juntos melões e laranjas. ���� Ligas substitucionais • Átomos de um metal substituem átomos de um outro metal no material • Este tipo de liga é formado quando os raios atômicos dos elementos diferem por menos de 15%. • Como elementos de transição externa (bloco d) possuem raios atômicos semelhantes, estes freqüentemente formam ligas substitucionais. Ex. liga de Zn e Cu utilizada em moedas. • Por quê as ligas substitucionais são produzidas? Porque as pequenas diferenças de tamanho dos átomos distorcem a forma do retículo e dificultam o deslizamento dos planos de átomos e o fluxo de elétrons. Assim, misturas substitucionais são mais fortes e duras e possuem menores condutividades elétrica e térmica do que o elemento puro. 2/4/2013 4 ���� Ligas intersticiais As ligas intersticiais são formadas quando os átomos do elemento a ser introduzido são pequenos o suficiente para serem inseridos nos interstícios (buracos) de um metal. Para isso, o raio atômico do elemento a ser inserido deve ser menor do que 60% menor do raio atômico elemento hospedeiro. Os átomos localizados nos interstícios do metal dificultam o fluxo de elétrons e o deslizamento dos planos dos átomos do retículo. Assim, a liga intersticial é mais dura e forte do que o metal puro. O melhor exemplo é a liga ferro-carbono (aço carbono). Algumas ligas são mais macias e possuem menores pontos de fusão do que os metais que as compões. Este efeito é obtido adicionando- se átomos muito maiores do que o elemento hospedeiro, como por exemplo em uma liga de chumbo, estanho e bismuto. O efeito se assemelha à ação de melões, os quais desestabilizariam um pilha de laranjas. Estas ligas são utilizadas, por exemplo, em dispositivos contra incêndio. ���� Quando a razão atômica entre os íons de cargas opostas for menor do que 0,7 (tamanhos bastante diferentes), a espécie menor ocupará os interstícios em empacotamentos semelhantes àqueles vistos para os metais. O melhor exemplo é a estrutura cúbica de empacotamento compacto expandido do NaCl. 5.2. Sólidos iônicos Em um sólido iônico ocorre o empacotamento de espécies com tamanhos diferentes e cargas opostas. ���� Nos casos em que cátions e ânions possuem tamanhos semelhantes, ambos ocupam posições no retículo. Um exemplo é o CsCl, que sofre empacotamento cúbico de corpo centrado. 2/4/2013 5 ���� Ao contrário dos metais, sólido iônicos não deformam, ao invés disso, são quebradiços. Isto ocorre porque, ao deslocarmos os ions, estes ocuparão posições onde estarão próximos de outros ions de mesma carga. Assim, forças repulsivas ocasionarão a quebra do cristal. ���� Sólidos iônicos não conduzem eletricidade porque os íons estão presos nos pontos do retículo 5.3. Sólidos moleculares • As unidades que ocupam os pontos do retículo são moléculas. • O quê mantém moléculas unidas para formar um sólido? Resposta: As forças que mantêm as moléculas ligadas são forças intermoleculares denominadas interações de Van der Waals. • As interações de Van der Waals são mais fracas do que as ligações iônicas, e por isso os sólidos moleculares apresentam pontos de fusão relativamente baixos. 5.3.1.1. As forças dipolo-dipolo Em uma substância polar, as interações elétricas entre os dipolos elétricos de cargas opostas são responsáveis por manter as moléculas unidas. 3 21 r µ.µ ν = Quanto maior a polaridade, maior o abaixamento da energia devido às atrações e, assim, mais forte a interação e maior o ponto de fusão do sólido. 5.3.1. Forças intermoleculares Caso a temperatura seja suficientemente baixa, forças intermoleculares juntam as moléculas de um gás para formar fases condensadas. • Qual a origem destas forças? Para pensar: • Qual composto deve possui maior ponto de fusão, o cis-dicloroeteno ou o trans-dicloroeteno? Resposta: cis-dicloroeteno, pois este é polar, enquanto o isômero trans é apolar. ���� É possível que uma substância apolar exista como uma fase condensada nas condições normais de temperatura e pressão ? Se você acha que sim, cite alguns exemplos. Resposta: Iodo, octano (principal componente da gasolina),... 2/4/2013 6 5.3.1.2. As forças de London Os elétrons em uma molécula encontram-se em constante movimento. Em determinado momento, é provável que estes elétrons encontrarem-se distribuídos de maneira não simétrica, gerando dipolos momentâneos mesmo em moléculas apolares. A carga parcial positiva da primeira molécula atrairá entãoos elétrons de uma segunda molécula, dando origem a uma carga parcial negativa na mesma; as cargas parciais opostas se atraem. Com o passar do tempo, o momento de dipolo da primeira molécula encontrar-se-á em outro ponto, mas induzirá a formação de outro dipolo na segunda molécula, e ainda as duas moléculas irão se atrair. Em outras palavras, o momento de dipolo induzido da segunda molécula segue fielmente o dipolo momentâneo da primeira e as duas moléculas permanecem atraídas. Esta interação é chamada Força de London. • A intensidade das Forças de London é proporcional a polarizabilidade da molécula Quanto mais elétrons na molécula, e quanto mais afastados estes elétrons se encontrarem do núcleo, maior a polarizabilidade. Assim, a polarizabilidade costuma crescer com o aumento da massa molar. • Qual substância teria o maior ponto de ebulição, o n-pentano ou o dimetilpropano? Resposta: n-pentano (36 ºC contra 10 ºC do dimetilpropano). ����As Forças de London também existem entre espécies atômicas como os gases nobres. Elas é que explicam a possibilidade de obter-se gases nobres em fases condensadas se a temperatura for suficientemente baixa. ���� As Forças de London fazem-se presentes em todas as moléculas, polares e apolares. Entretanto, nas moléculas polares, além das forças de London existem também as interações dipolo-dipolo. Assim, para compostos com aproximadamente a mesma massa molar, o polar terá sempre maiores pontos de fusão e ebulição. • Qual substância deve possuir o maior ponto de ebulição, a propanona ou o butano? Resposta: A propanona, é polar, enquanto o butano é apolar. Assim, o ponto de ebulição do primeiro pe de 56 ºC, enquanto do segundo é de –0,5 ºC. 2/4/2013 7 Ao formarmos os compostos dos elementos de um mesmo grupo com hidrogênio, a tendência é que os pontos de ebulição aumentem a medida que tomamos elementos cada vez mais pesados. Isto ocorre porque existem cada vez mais elétrons ns moléculas, tornando-as mais polarizáveis e aumentando a força das interações. Entretanto, verifica-se que o comportamento de alguns compostos (H2O, HF e NH3) fogem ao padrão estabelecido. Este comportamento pode ser explicado com base na existência de interações específicas denominadas ligações de hidrogênio. 5.3.1.3. As ligações de hidrogênio A ligação de hidrogênio ocorre entre um átomo de hidrogênio ligado a um átomo bastante eletronegativo (F, O e N) e um átomo com pares de elétrons não- ligantes. Ela ocorre porque o átomo eletronegativo puxa parcialmente para si o par de elétrons da ligação com o hidrogênio. Assim, o átomo de hidrogênio, muito pequeno e com uma carga parcial positiva, consegue aproximar-se bastante do par de elétrons não-ligantes, sendo fortemente atraído por este. Este tipo de interação reforça as interações entre as moléculas, o que leva a aumentos dos pontos de fusão e ebulição. H F ���� No gelo as moléculas de água são mantidas unidas por ligações de hidrogênio. Cada átomo de oxigênio encontra-se ligado a 4 átomos de hidrogênio (a 2 por ligações covalentes e a outros 2 por ligações de hidrogênio). Quando o gelo funde, parte das ligações de hidrogênio são quebradas, o que permite um empacotamento mais denso na água. Assim, a água possui uma densidade maior do que o gelo (1,00 e 0,92 g/cm3 a 0ºC, respectivamente). ���� Sólidos moleculares podem ser bastante macios, como a parafina, porque as forças de London permitem que as moléculas deslizem facilmente umas sobre as outras. Outros sólidos moleculares, particularmente aqueles com ligações de hidrogênio, podem ser duros e quebradiços, como por exemplo a celulose (as ligações de hidrogênio é que permitem que grandes árvores permaneçam em pé). 2/4/2013 8 5.4. Sólidos covalentes ou reticulares Nos sólidos moleculares as posições reticulares são ocupadas por átomos ligados por ligações covalentes. Estas ligações se estendem por toda a rede. Sólidos reticulares são tipicamente duros e rígidos, e têm pontos de ebulição e fusão altíssimos. grafite diamante Sólidos: resumo Iônico Molecular Covalente Metálico unidades nos pontos do retículo íons moléculas átomos cátions forças de ligação ligações iônicas interações de Van der Waals ligações covalentes atração entre o gás de elétrons e os cátions dureza duro mole muito duro mole a duro ponto de fusão alto baixo muito alto médio a alto condutividade baixa baixa baixa boa a ótima exemplos NaCl K2CO3 (NH4)2SO4 CO2 C6H6 H2O SiO2 diamante Grafite Ag Fe W 5.1. Líquidos Um líquido é definido como uma substância que mantém volume fixo mas que adquire a forma do recipiente que a contém As moléculas da superfície de um sólido ou de um líquido possuem uma tendência de escape à fase gasosa (pressão de vapor). A pressão de vapor pode ser medida deixando-se a substância entrar em equilíbrio, com seu vapor, em um recipiente fechado. Geralmente, a pressão de vapor de um sólido é bastante baixa. Entretanto, sólidos apolares podem apresentar pressões de vapor mais elevadas e, portanto, sofrerem sublimação mais intensamente (ex. parafina, iodo, CO2, etc) A pressão de vapor (ou tendência de escape) faz com que espécies deixem continuamente a fase sólida ou líquida e passem à fase vapor. Em um sólido, o processo é denominado sublimação; em um líquido, evaporação. 2/4/2013 9 No estado líquido, existe um equilíbrio onde as interações entre as espécies estão constantemente sendo formadas e rompidas. Embora a pressão de vapor de um líquido seja consideravelmente alta, esta ainda é menor do que a pressão externa, o que impede a ebulição. Um sólido sofre fusão quando as espécies que ocupam os pontos de seu retículo (moléculas, átomos ou íons) adquirem energia suficiente para romperem suas interações. O rompimento parcial das interações em um líquido fazem com que o mesmo apresente propriedades de escoamento. O ordenamento de médio e longo alcance deixa de existir. A tendência de escape aumenta com o aumento da temperatura. Desta maneira, chega-se a um ponto onde a pressão de vapor vence a pressão externa e o líquido entra então em ebulição. ebulição A ebulição pode ser vista como uma evaporação acontecendo não somente na superfície, mas em todo o volume do líquido.
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