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Direito das obrigações resumo

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13
Elementos das obrigações
As obrigações são constituídas de elementos subjetivos, objetivos e de um vínculo jurídico.
elemento subjetivo: formado pelos envolvidos: credor(sujeito ativo) e devedor(sujeito passivo).
elemento objetivo: formado pelo objeto da obrigação: a prestação a ser cumprida.
vínculo jurídico: determinação que sujeita o devedor a cumprir determinada prestação em favor do credor.
Classificação das obrigações
Quanto a natureza de seu objetos: dar, fazer e não fazer;
Quanto o modo de execução(ou quanto ao objeto): simples, cumulativa, alternativa e facultativa;
Quanto ao tempo de adimplemento: instantânea, execução continuada, execução diferida;
Quanto ao fim(ou quanto ao conteúdo): de meio, de resultado e de garantia;
Quanto aos elementos: acidentais, condicional, modal e a termo;
Quanto aos sujeitos: divisível, indivisível e solidária;
Quanto a liquidez do objeto: líquida ou ilíquida;
Quanto exigibilidade: civis, naturais.
 Quanto a natureza de seu objeto
Obrigação de dar - pode ser coisa certa ou incerta. No primeiro caso, o devedor não pode trocar a coisa contratada por outra; no segundo caso a coisa é determinada pelo gênero e quantidade, cabendo a escolha ao devedor, se o contrário não decorrer do contrato [1]. Quando realizada a escolha, passa a ser tratada como uma obrigação de dar coisa certa.
Dar a coisa certa - A coisa certa é perfeitamente identificada e individualizada em suas características. É quando em sua identificação houver indicação da quantidade do gênero e de sua individualização que a torne única.
Dar a coisa incerta - Quando a especificação da coisa não é dada de uma primeiro momento, porém gênero e quantidade são determinados (por exemplo: entrega de 20 cavalos. Não se determinou a raça específica mas o gênero - cavalos - e quantidade - 20 -).
Restituir - É a devolução da posse da coisa emprestada.
Obrigação de fazer - consiste na prestação de um serviço por parte do devedor.
Obrigação de não fazer - o devedor se abstém de um direito ou ação que poderia exercer (ex: uma pessoa com lote praiano que assina contrato com um hotel para ceder o espaço como estacionamento. A pessoa tinha todo direito/ação de construir uma casa no lote, mas se obriga a NÃO fazer em razão do contrato com o hotel).
Quanto ao modo de execução
Simples - Tem por objeto a entrega de uma só coisa ou execução de apenas um ato.
Cumulativa - Obrigação conjuntiva de duas ou mais prestações cumulativamente exigíveis, o devedor exonera-se com o prestar das prestações de forma conjunta (regra do "E" = por exemplo, um contrato de aluguel onde ao término o devedor se obriga a entregar o imóvel reformado E pintado E com piso novo. Somente todas as cláusulas em conjunto satisfazem a obrigação).
Facultativa - Obrigações com faculdade alternativa de cumprimento da ao devedor possibilidade de substituir o objeto prestado por outro de caráter subsidiário, já estabelecido na relação obrigacional.
Alternativa - Caracteriza-se pela multiplicidade dos objetos devidos. Mas, diferentemente da obrigação cumulativa, na qual também há multiplicidade de objetos devidos e o devedor só se exonera da obrigação entregando todos. (regra do "OU" = por exemplo, contrato de aluguel onde ao término o devedor se obriga a entregar o imóvel reformado OU pintado OU piso novo. A execução de qualquer uma das cláusulas satisfaz a obrigação).
Quanto ao tempo de adimplemento
Instantânea - Se consuma num só ato em certo momento, como, por exemplo, a entrega de uma mercadoria; nela há uma completa exaustão da prestação logo no primeiro momento de seu adimplemente.
Execução continuada - se protrai no tempo, continuada,caracterizando-se pela prática ou abstenção de atos reiterados, solvendo-se num espaço mais ou menos longo de tempo - por exemplo, a obrigação do locador de ceder ao inquilino, por certo tempo, o uso e o gozo de um bem infungível, e a obrigação do locatário de pagar o aluguel convencionado.
Execução diferida - exigem o seu cumprimento em um só ato, mas diferentemente da instantânea, sua execução deverá ser realizada em momento futuro.
Quanto ao fim
De meio - o sujeito passivo da obrigação utiliza os seus conhecimentos, meios e técnicas para alcançar o resultado pretendido sem, entretanto, se responsabilizar caso este não se produza. Como ocorre nos casos de contratos com advogados, os quais devem utilizar todos os meios para conseguir obter a sentença desejada por seu cliente, mas em nenhum momento será responsabilizado se não atingir este objetivo.
De resultado - o sujeito passivo não somente utiliza todos os seus meios, técnicas e conhecimentos necessários para a obtenção do resultado como também se responsabiliza caso este seja diverso do esperado. Sendo assim, o devedor (sujeito passivo) só ficará isento da obrigação quando alcançar o resultado almejado. Como exemplo para este caso temos os contratos de empresas de transportes, que têm por fim entregar tal material para o credor (sujeito ativo) e se, embora utilizado todos os meios, a transportadora não efetuar a entrega (obter o resultado), não estará exonerada da obrigação.
De garantia - tem por conteúdo a eliminação de um risco, que pesa sobre o credor; visa reparar as consequências de realização do risco; embora este não se verifique, o simples fato do devedor assumi-lo representará o adimplemento da prestação.
Quanto aos elementos
Acidental - são estipulações ou cláusulas acessórias que as partes podem adicionar em seu negócio para modificar uma ou algumas de suas consequências naturais (condição, modo, encargo ou termo).
Condicional - são aquelas que se subordinam a ocorrência de um evento futuro e incerto para atingir seus efeitos.
Modal - o encargo não suspende a "aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva", de acordo com o artigo 136 do Código Civil.
A termo - submetem seus efeitos a acontecimentos futuros e certos, em data pré estabelecida. O termo pode ser final ou inicial, dependendo do acordo produzido.
Quanto aos sujeitos
Divisível - é aquela cuja suscetível de cumprimento parcial, sem prejuízo de sua substância e de seu valor; trata-se de divisibilidade econômica e não material ou técnica; havendo multiplicidade de devedores ou de credores em obrigação divisível, este presumir-se-á dividida em tantas obrigações, iguais e distintas.
Indivisível - é aquela cuja prestação só poder ser cumprida por inteiro, não comportando sua cisão em várias obrigações parceladas distintas, pois, uma vez cumprida parcialmente a prestação, o credor não obtém nenhuma utilidade ou obtém a que não representa parte exata da que resultaria do adimplemento integral; pode ser física (obrigação restituir coisa alugada, findo o contrato), legal (concernete às ações de sociedade anônima em relação à pessoa jurídica), convencional ou contratual (contrato de conta corrente), e judicial (indenizar acidentes de trabalho).
Solidária - é aquela em que, havendo multiplicidade de credores ou de devedores, ou uns e outros, cada credor terá direito à totalidade da prestação, como se fosse o único credor, ou cada devedor estará obrigado pelo débito todo, como se fosse o único devedor; se caracteriza pela coincidência de interesses, para satisfação dos quais se correlacionam os vínculos constituídos.
Quanto a liquidez
Líquida - é aquela determinada quanto ao objeto e certa quanto à sua existência. Expressa por um algarismo ou algo que determine um número certo.
Ilíquida - depende de prévia apuração, já que o montante da prestação apresenta-se incerto. conforme art 947 cc/02
Quanto a exigibilidade
Civis - é a que permite que seu cumprimento seja exigido pelo próprio credor, mediante ação judicial.
Natural - permite que o devedor não a cumpra e não dá o direito ao credor de exigir sua prestação. Entretanto, se o devedor realizar o pagamento da obrigação, não terá o direito de requerê-la novamente, pois não cabe o pedido de restituição.
Requisitos devalidade
Licitude;
Possibilidade Jurídica;
Possibilidade Física;
Determinalidade;
Patrimonialidade;
Valor Econômico.
Extinção das obrigações
As obrigações são extintas pelo Pagamento- comprimento voluntário da obrigação. Também podem ser extintas por Execução Judicial- é o pagamento forçado em virtude de decisão judicial, e Prescrição, o direito de exigir torna-se mais fraco, passando a ser um direito de pretender. A prescrição faz com que o cumprimento da obrigação seja uma obrigação natural cujo seu cumprimento não pode ser exigido judicialmente.
Resumo: DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
Conceito:
Direito das Obrigações o conjunto de normas que disciplina as relações jurídicas patrimoniais e que tem por objeto prestações de um sujeito em favor de outro.  
É a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através do seu patrimônio. 
Surgimento das Obrigações
As obrigações surgem da incidência das normas jurídicas sobre os fatos. 
Credor   Prestação   Devedor
Gráfico da Relação obrigacional
Sujeito Ativo   Vínculo    Sujeito Passivo
    Credor            Prestação           Devedor
    Dar 
 Fazer
                           Não Fazer
Características:.
Sujeito: qualquer pessoa física ou jurídica; pode ser sujeito de numa relação obrigacional.
Sujeito Ativo: é o credor, ou seja, é o sujeito o qual a prestação é devida e que, O Credor tem o direito de exigir o cumprimento da prestação (da Obrigação).
Sujeito Passivo:  é o devedor, ou seja, é o sujeito que deve realizar a prestação.
Objeto: o objeto da obrigação é a prestação. 
A prestação pode ser uma obrigação de dar, fazer ou não fazer.  
A prestação deve ser: 
- lícita;
- possível;
- determinada ou determinável e;
- economicamente apreciável.
Vínculo Jurídico:  é o elo de ligação que obriga o devedor a realizar a prestação em favor do credor
Classificação das Obrigações 
1) Obrigação Civil
Ocorre quando existe um vínculo jurídico que sujeita o devedor à realização de uma prestação no interesse do credor, conferindo a este o direito de ação contra o devedor inadimplente.  
O liame entre os sujeitos compreende o debitum (o dever) e a obligatio (a responsabilidade) para o débito.
2) Obrigação Natural 
Segue o conceito dado pela máxima “quem paga, paga o que deve”
É a obrigação que, embora desprovida de ação, o seu adimplemento (Cumprir, executar, completar) constitui verdadeiro pagamento, e não mera liberalidade, conferindo ao credor a soluti retentio, de modo que, quem a cumpriu, não tem direito de reclamar a restituição. 
Exemplo pagamento de dívida de jogo.
3) Obrigação Moral 
É a  aquela obrigação cumprida por dever de consciência, cuja execução é mera liberalidade e não pagamento, embora confira àquele que a recebeu a soluti retentio. 
Exemplo: gorjeta do garçom. Uma vez pago, a pessoa não pode pedir de volta.
Obrigação Quanto à Natureza do seu Objeto 
De acordo com o prisma de que se observa, as prestações podem ser:
- de coisa (dar);
- de fatos (fazer), 
- positivas (dar e fazer);
- negativas (não fazer). 
Espécies de Obrigações
Obrigação de dar            
É a obrigação de entregar algo. 
Pode ser específica (dar coisa certa) ou genérica (dar coisa incerta), conforme a individualização do seu objeto ocorra no momento em que é contraída ou a posterior. 
-         Dar – quando a prestação do devedor é essencial para transferência do domínio.
-         Entregar – quando a prestação do devedor consiste em proporcionar o uso e gozo da coisa.
-         Restituir - quando a prestação do devedor consiste em devolver a coisa que recebeu do credor.
Obrigação de dar coisa certa
É quando o devedor se compromete à entrega de um bem de características individuais, específicas, delimitadas, etc.
Exemplo: Empréstimo de um carro com a obrigação de devolver um outro carro, da mesma marca, mesmo ano, mesma cor, mesmo valor, etc.
Obrigação de dar coisa incerta
                                                                                   
Ocorre quando o  devedor se compromete à entrega  de um bem com gênero e quantidade igual ao tomado, mas com a qualidade incerta.  O ato de escolha cabe ao devedor.  
Exemplo:  Empréstimo de um carro com a obrigação de devolver um outro carro do mesmo valor.  A cor, modelo, ano de fabricação fica por conta da escolha do devedor.  A isto se dá o nome de concentração.
Obrigação de Fazer
É a obrigação na qual o devedor se obriga a prestar um serviço ou entregar algo ao credor. 
Exemplo: contrato de reforma de uma casa;  fazer a reforma de um salão, etc.
Obrigação de Fazer Fungível (substituição) 
O devedor se compromete a fazer um ato ou serviço;  se ele não levar a cabo tal serviço ou ato, o credor pode pleitear uma indenização por perdas e danos  ou  contratar um 3º para realizar tal serviço ou ato (substituição) e cobrar do devedor originário (por motivo de inadimplemento do mesmo);
Obrigação de Fazer Infungível (personalíssimo)  -  intuitu personae (pelo próprio devedor) 
Não pode ocorrer a substituição do devedor.  Se ocorrer inadimplemento do devedor, o credor pode pleitear indenização por perdas e danos  ou  exigir o “astreintes” (multa diária por atraso)  através de um processo judicial.  
Obrigação de Fazer Declaração de Vontade (emitir)  -
Exemplo:  contrato de compromisso de compra e venda de um terreno, sendo que o comprador adianta um sinal (“arras”) de R$ 10.000.  O contrato pode ser:
Pode ser:
Retratável -  (arrependimento)
Se o comprador (devedor) desistir da compra, perde o sinal.  Se for o vendedor(credor) que desistir, ele deverá devolver o sinal e indenizar o comprador no valor do sinal, ou seja, ele indenizará em dobro o valor do sinal;
Irretratável – (não existe a possibilidade de arrependimento) 
Caso o inadimplemento seja do vendedor (credor), o comprador (devedor) pode depositar o restante do combinado, em juízo, e registrar o bem em seu nome.  Tudo isto através de uma ação de adjudicação compulsiva (processo judicial);  Se o inadimplemento for do comprador, e o contrato possuir uma cláusula penal compensatória (multa), o vendedor poderá exigir o restante do pagamento até o valor da obrigação principal ou mesmo fazer valer a multa estipulada em contrato. (através de processo judicial)..
Obrigação de não Fazer
Abster-se obrigatoriamente. É aquela na qual o devedor se obriga a não praticar determinado ato que poderia livremente praticar se não tivesse se obrigado.  Pode constituir numa abstenção ou num ato de tolerância. Se a omissão tornar-se impossível sem culpa do devedor, extingue-se a obrigação.  Ex: O prédio de baixo é obrigado a receber as águas do prédio de cima (as que correm naturalmente). Pode ser uma tolerância, consentimento ou não-impedimento.;  não abrir um comércio concorrente no local; não revelar uma fórmula industrial.
Obs.:
Se a prestação, objeto da obrigação (in obligatione), tornar-se impossível de ser satisfeita, sem culpa do devedor, extingue-se a obrigação, pois o credor não poderá exigir a prestação in facultate solutiones.
Quanto ao modo de Execução
Simples 
Há um credor, um devedor e um objeto. 
Exemplo: A deve pagar $100 a "B".
Complexas 
Mais de um credor ou devedor ou mais de um objeto.
Exemplo: "A" e "B" devem pagar  $100 a "C" e dar um fogão para "D".
Cumulativas ou Conjuntas
Mais de uma obrigação, e o devedor se exonera cumprindo todas.  
Exemplo: "A" vende seu comércio a "B" e assume a obrigação de não montar outro no local.
Alternativas 
Mais de uma obrigação, e o devedor escolhe uma e se exonera. 
Exemplo: "A" deve um imóvel ou 10 ovelhas a "B" e paga só as 10 ovelhas e se exonera.O direito de escolha cabe ao Devedor.  
Facultativas 
Há uma obrigação estipulada, mas o devedor pode cumprir outra prestação, a seu critério (diversa). Existe o direito de escolha entre 2 ou mais prestações, contudo vai existir uma obrigação principal e uma obrigação acessória.  No vencimento da obrigação, o devedor deve entregar a obrigação principal ao credor, ou na impossibilidade disto, a obrigação acessória (ambas previstas em contrato).  
— O Elenco das Fontes das Obrigações: Os Usos e Costumes Jurídicos e a Decisão Judicial Constitutiva como Fontes Obrigacionais.
a) obrigações por fonte imediata da vontade humana: provêm dos contratos e das manifestações unilaterais de vontade (exemplo os títulos ao portador);
b) obrigações que tem por fonte imediata o ato ilícito: constituem-se através de uma ação ou omissão, dolosa ou culposa do agente, causando dano à vítima. Estas obrigações emanam diretamente de um comportamento humano, infringidora de um dever legal ou social;
c) obrigações que tem por fonte direta e imediata a lei: neste rol encontram-se os deveres de estado (prestação alimentícia, guarda de filhos menores etc), bem como pelas condutas que a imputação pode ocorrer por responsabilidade objetiva, quer do particular ou da Administração Pública por risco administrativo, perante danos causados aos administrados (art.37, § 6º. da CF/88).
Assim aponta-se o seguinte rol de fonte das obrigações:
a). Obrigações resultantes da vontade das partes;
b). Obrigações resultantes de atos ilícitos;
c). Obrigações resultantes direta e imediatamente da lei;
d). Obrigações resultantes de decisão judicial constitutiva.
e). Obrigações resultantes de usos e costumes jurídicos.
Princípios do Novo Código e os modernos institutos do Direito das Obrigações
            1 - O Princípio da Eticidade com o Princípio Contratual da Boa-Fé Objetiva, previsto no artigo 422 e 187, na medida em que as regras de conduta dos contratantes devem buscar o alcance da finalidade contratual, a sua finalidade última, conforme às legítimas expectativas das partes, de forma cooperada e solidária;
            2 – O Princípio da Socialidade com o Princípio da Função Social do Contrato, previsto no artigo 421, na medida que o contrato não deve ser uma fonte de opressão econômica para o devedor, na esteira de uma mera liberdade formal, muito própria do Estado-Liberal -- mas sim, a um só tempo, um instrumento de circulação de riqueza limitado pelo princípio da dignidade da pessoa humana, entendida a pessoa humana enquanto um ser coletivo e não um ente individual, abstratamente considerado;
            3 – O Princípio da Operabilidade com o Princípio do Equilíbrio Econômico Contratual, na medida em que o Estado-Juiz, agora valendo-se de cláusulas abertas como a Teoria da Imprevisão, da Resolução da Onerosidade Contratual, da Boa-Fé Objetiva, da Função Social do Contrato – pode, enfim, intervir na economia do contrato a fim de fazer valer os modernos paradigmas contratuais, os quais, em última análise, funcionalizam o contrato como uma operação dinâmica, complexa, solidária e não apenas como um instrumento de ruína para o devedor, segundo o ditame liberal do pacta sunt servanda.
            
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
DISTINÇÃO ENTRE OBRIGAÇÃO E RESPONSABILIDADE:
A relação jurídica obrigacional resulta da vontade humana ou da vontadedo Estado, por intermédio da lei, e deve ser cumprida espontânea evoluntariamente. Quando tal fato não acontece, surge a responsabilidade. Esta,portanto, não chega a despontar quando se dá o que normalmente acontece: ocumprimento da prestação. Cumprida, a obrigação se extingue. Não cumprida,nasce a responsabilidade, que tem como garantia o patrimônio geral dodevedor.A responsabilidade é, assim, a consequência jurídica patrimonial dodescumprimento da relação obrigacional. Pode-se, pois, afirmar que a relaçãoobrigacional tem por fim precípuo a prestação devida e, secundariamente, asujeição do patrimônio do devedor que não a satisfaz.Embora os dois conceitos estejam normalmente ligados, nada impede quehaja uma obrigação sem responsabilidade ou vice-e-versa.Como exemplo do primeiro caso, costuma-se citar as obrigações naturais,que não são exigíveis judicialmente, mas que, uma vez pagas, não dá margem àrepetição do indébito, como ocorre em relação às dívidas de jogo e aos débitosprescritos pagos após o decurso do prazo prescricional.
  
11
Há, ao contrário, responsabilidade sem obrigação no caso de fiança, emque o fiador é responsável, sem ter dívida, surgindo o seu dever jurídico com oinadimplemento do afiançado em relação à obrigação originária por eleassumida.
7. CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:
  
Obrigaçõesconsideradasem si mesmasEm relação ao seu vínculoObrigação moralObrigação civilObrigação naturalQuanto ao seu objetoRelativamenteà sua naturezaObrigação de darObrigação de fazerObrigação de nãofazerObrigação positiva enegativaEm atenção à sualiquidezObrigações líquidasObrigações ilíquidasQuanto ao seus elementosObrigações simplesObrigações compostasou complexasCumulativas ouconjuntivasAlternativas
  
FacultativasRelativamente ao tempode adimplementoObrigação momentânea ou instantâneaObrigação de execução diferidaObrigação de execução continuada ou periódicaQuanto aos elementosacidentaisObrigação puraObrigação condicionalObrigação modalObrigação a termoEm relação à pluralidadede sujeitosObrigação únicaObrigação múltiplaObrigação divisívelou indivisívelObrigação solidáriaQuanto ao conteúdoObrigação de meioObrigação de resultadoObrigação de garantiaObrigaçõesreciprocamenteconsideradasObrigação principal: subsistem por si.Obrigação acessória: dependem da existência da obrigação principal e lheseguem o destino.Obrigações comcláusula penalSão aquelas em que há a cominação de uma multa ou pena para o caso deinadimplemento ou de retardamento do cumprimento da avença.
  
12
a)
 
Em relação ao vínculo: Civis, Morais ou Naturais:

 
Obrigação Civil: é a que, fundada no
vinvulum juris
, sujeita o devedor àrealização de uma prestação no interesse do credor, estabelecendo umliame entre os dois sujeitos, abrangendo o dever da pessoa obrigada(
debitum
) e sua responsabilidade em caso de inadimplemento (
ibligatio
),possibilitando ao credor recorrer à intervenção estatal para obter aprestação, tendo como garantia o patrimônio do devedor.

 
Obrigação Moral: é a que, fundada no
vinculum solius aequitatis
, sem
obligatio
, constitui mero dever de consciência, sendo cumprida apenaspor questão de princípios; logo, sua execução é mera liberalidade.

 
Obrigação Natural:- Conceito: é aquela em que o credor não pode exigir do devedor certaprestação, embora em caso de seu adimplemento, espontâneo ou voluntário,possa retê-la a título de pagamento e não de liberalidade.- Caracteres:. Não é obrigação moral. Acarreta inexigibilidade da prestação. Se for cumprida espontaneamente por pessoa capaz, ter-se-á avalidade do pagamento. Produz irretratabilidade do pagamento feito em seu cumprimento. Seus efeitos dependem de previsão normativa- Efeitos:. Ausência do direito de ação do credor para exigir seuadimplemento
  
13
. Denegação da
repetitio indebiti
ao devedor que a realizou. Não é suscetível de novação e de compensação. Não comporta fiança. Não lhe será aplicável o regime prescrito para os víciosredibitórios- Obrigação natural no direito brasileiro
Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não sepode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo,ou se o perdente é menor ou interdito.§ 1
o
Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolvareconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante nãopode ser oposta ao terceiro de boa-fé.§ 2
o
O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate de jogo nãoproibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos.§ 3
o
Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para ovencedorem competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde que osinteressados se submetam às prescrições legais e regulamentares.Art. 815. Não se pode exigir reembolso do que se emprestou para jogo ou aposta,no ato de apostar ou jogar.Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, oucumprir obrigação judicialmente inexigível.Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fimilícito, imoral, ou proibido por lei.Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor deestabelecimento local de beneficência, a critério do juiz.
-Natureza: trata-se de norma não autônoma, por não autorizar oemprego da coação como meio para conseguir a observância de seus preceitos,mas que tem juridicidade por se ligar essencialmente a uma norma quecontenha tal autorização, visto que apenas estabelece negativamente opressuposto da sanção.
b)
 
Quanto aos seus elementos: Obrigações Simples ou Complexa
Obrigações simples são as que se apresentam com um sujeito ativo, umsujeito passivo e um único objeto, ou seja, com todos os elementos no singular.
  
14
Se um dos elementos estiver no plural, a obrigação é composta oucomplexa.As obrigações compostas com multiplicidade de objetos podem ser:- cumulativas ou conjuntivas: objetos ligados pela conjunção “e”;- alternativas: objetos ligados pela disjuntiva “ou”;- facultativas: com faculdade de substituição do objeto, conferida aodevedor.
c)
 
Impessoais (fungíveis) ou
 Intuito personae
(infungíveis)
Impessoal é a obrigação em que o importante é o objeto e não os sujeitos.É a obrigação em que a pessoa do devedor é facilmente substituível.Quando a obrigação é contraída tendo em mira exclusivamente a pessoado devedor, como é o caso do artista contratado para restaurar uma obra de arte,a obrigação é
intuito personae
, porque se leva em conta as qualidades pessoaisdo obrigado.Logo, as obrigações impessoais, sempre que possível, se transmitem aosherdeiros do devedor morto, o que não ocorre com as
intuito personae
. Dessemodo, se compro um imóvel e o vendedor morre antes de concluído o contratodefinitivo, seus herdeiros serão obrigados a concluí-lo. Tal não ocorrerá se umpalestrista morrer antes de proferir a palestra que lhe fora encomendada. Omáximo que pode acontecer, neste caso, é que caso o palestrista tenha recebidohonorários adiantados, seus herdeiros terão que restituí-los, tirando-os daherança que receberem, e não do próprio patrimônio.
d)
 
Quanto ao conteúdo: Obrigações de Meio ou de Resultado
Nas obrigações de meio, o resultado não é o seu objeto, mas sim oprocesso para se alcançar. Assim, é obrigação do médico fornecer os meios paracurar o doente. Não é de resultado, por ser este imprevisível.
  
15
Logo - obrigação de meio: cumpro a obrigação se utilizar os meiosadequados para tanto. [ex.: advogado, médico (exceto cirurgião plástico)]A obrigação é de resultado quando o fim por ela colimado é algo perfeito,acabado. Ex.: obrigação contraída em compra e venda – o objetivo, qual seja, atransferência da propriedade de um bem ao comprador, é resultado.Logo – obrigação de resultado: cumpro a obrigação ao obter o resultadoesperado [ex.: dentista, transportador] – responsabilidade objetiva.Nas obrigações de resultado, a inexecução implica falta contratual,dizendo-se que existe, em linhas gerais, presunção de culpa, ou melhor, a culpaé irrelevante na presença do descumprimento contratual (art. 389, CC). Nasobrigações de meio, por outro lado, o descumprimento deve ser examinado naconduta do devedor, de modo que a culpa não pode ser presumida, incumbindoao credor prová-la cabalmente.
e)
 
Reais ou
 Propter rem
:
Vínculo real é elo entre titular de coisa e os não titulares. Assim, se soudono de uma coisa, haverá elo entre mim, titular, e todas as demais pessoas dasociedade, ou seja, não-titulares. Para mim, haverá direito sobre a coisa, direitode propriedade. Para todos os demais, haverá dever de não molestar meu direitode propriedade. A esse dever de se abster, em frente ao direito que uma pessoatem sobre uma coisa, chamam obrigação real.Quando a um direito real acede uma faculdade de reclamar prestação deuma pessoa determinada, surge para esta a chamada obrigação
 propter rem
.“Propter rem” quer dizer “por causa de uma coisa”. Também chamada de “obrem” ou simplesmente “in rem”.Trata-se, em verdade, de uma obrigação de natureza mista (real epessoal), e que se vincula a uma coisa, acompanhando-a (ex.: obrigação depagar taxa condominial). São determinadas por lei.
Há, ao contrário, responsabilidade sem obrigação no caso de fiança, em que o fiador é responsável, sem ter dívida, surgindo o seu dever jurídico com o inadimplemento do afiançado em relação à obrigação originária por ele assumida.
Estudos de Responsabilidade Civil 
-Responsabilidade significa ter obrigação, responder por. O sentido etimológico é semelhante ao jurídico. O termo civil diz respeito ao caráter patrimonial que tem a reparação, visto que o responsável indenizará o prejudicado com seus bens.
-diferença entre obrigação e responsabilidade: existe no ordenamento jurídico o dever geral de não causar dano a outrem. Para quem o faz, surge o dever de indenizar. A obrigação tem caráter primário decorrendo da lei ou da vontade enquanto a responsabilidade tem caráter secundário visto que decorre do descumprimento de obrigação ou lei.
DIFERENÇA ENTRE DIREITOS REAIS E DIREITOS PESSOAIS
Quando falamos de direito obrigacional, tratamos acerca dos direitos pessoais; pois a relação jurídica é entre duas ou mais pessoas. Já os direitos reais recaem diretamente sobre a coisa.
Porém, por ambos terem um conteúdo patrimonial, são objetos de dúvidas. E para saná-las apresentamos as 6 diferenças mais relevantes:
Os direitos reais são dados pela lei. Os direitos pessoais são infinitos, não é possível determinar o número máximo de obrigações possíveis. 
O direito real recai geralmente sobre um objeto corpóreo. Já o direito pessoal foca nas relações humanas, no devedor. Logo o primeiro é um direito absoluto oponível contra todos (erga omnes); mas o segundo é relativo, a prestação só pode ser exigida ao devedor. 
No direito real o poder é exercido sobre o objeto de forma imediata e direta. Mas o direito pessoal advém de uma cooperação: de um sujeito ativo, outro passivo e a prestação. 
O direito real concede a fruição de bens. O direito pessoal concede o direito a uma prestação de uma pessoa. 
O direito real tem caráter permanente. O direito pessoal tem caráter temporário (ao fim da prestação se extingue a obrigação). 
O direito real possui o direito de sequela: o titular pode exigir o exercício do seu poder a quem estiver com a coisa. No direito pessoal isso não é admitido, além disso o credor - se recorrer à execução forçada - terá um garantia geral do patrimônio do devedor. 
Por fim, vale ressaltar que essas expressões não são antagônicas, é muito comum que elas se toquem. É fácil ver uma relação obrigacional (direito pessoal) tendo como objeto um direito real (uma propriedade, por exemplo, em um contrato de compra e venda).
Além disso:
Os direitos reais podem ser acessórios de direitos pessoais. Ex.: há uma obrigação que, se não for cumprida, fará com que o devedor perca um bem em garantia (a perda do bem corre a sorte da relação principal).
O direito pessoal pode estar vinculado a um direito real. Ex.: obrigações propter rem, alguém dá um bem por engano e o pede de volta (a relação obrigacional só existiu por conta do bem).

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