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Apostila I - 2013

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
DIREITO PROCESSUAL PENAL
 PROFESSOR: JOSÉ DOMINGOS FILHO
2013
Da Persecução Criminal
A lei penal prevê condutas associadas às sanções. Assim, se determinado indivíduo pratica um homicídio contra uma determinada pessoa, por exemplo, a lei determina que ele seja punido com uma pena de reclusão. A Aplicação de sanções é função privativa do Estado.
Dessa forma é preciso assegurar um meio pelo qual a ocorrência do crime chegue ao conhecimento do Estado. Se isso não ocorrer - se um órgão do Estado não vier a conhecer o autor e as circunstâncias da prática delituosa - abre-se oportunidade para ocorrerem inúmeras injustiças, consubstanciadas na condenação de pessoas inocentes, ou na impunidade de quem seja culpado.
Assim, ocorrendo à notícia da suposta ocorrência de uma infração penal será necessário investigar o fato e confirmada a autoria e a materialidade, pode-se buscar a aplicação exata da punição prevista em lei para o autor do fato.
A atividade, denominada “persecução penal”, é o caminho que percorre o Estado-Administração para satisfazer a pretensão punitiva, que nasce no exato momento da violação da norma penal. Ela divide-se em três fases: a) a investigação preliminar (compreende a apuração da autoria e materialidade da prática de infrações penais, com vistas a fornecer elementos para que o titular da ação penal possa ajuizá-la). Tal atividade é de responsabilidade da autoridade policial através da elaboração do Inquérito Policial e do Termo Circunstanciado, sendo estes atos de polícia judiciária. Fase preparatória; preliminar, informativa; b) a ação penal (atuação junto ao Poder Judiciário, no sentido de que seja aplicada condenação aos infratores, realizando assim a concretização dos ditames do direito penal material diante de cada caso concreto que se apresentar). Incumbe ao Ministério Público o ajuizamento da ação penal, que se desenvolve através do devido processo legal, contraditório e ampla defesa estabelecido na Lei Maior; e c) a execução penal (satisfação do direito de punir do Estado, reconhecido definitivamente pelo Poder Judiciário.
Do Inquérito Policial
a) Conceito: É um conjunto de diligências realizadas pela Polícia Civil ou Judiciária visando a elucidar as infrações penais e sua autoria. (Tourinho). É todo procedimento policial destinado a reunir os elementos necessários à apuração da autoria e materialidade de uma infração penal.
b) Finalidade: apuração do fato que configure infração penal e respectiva autoria, que serve de base à ação penal ou as providências cautelares (prisão preventiva, prisão temporária, flagrante delito, entre outras). Apurar a infração colher as informações a respeito do fato criminoso. Para tanto a Polícia Civil realiza um intenso trabalho, ouvindo testemunhas, tomando declarações das vítimas, procedendo a exames periciais, exames do instrumento do crime, reconhecimento, ouvindo o indiciado, colhendo informações sobre todas as circunstâncias envolvendo o fato delituoso.
c) Natureza Jurídica: O Inquérito Policial é procedimento administrativo. 
Não é processo. Classificá-lo como procedimento administrativo não significa que não devam ser resguardados os direitos fundamentais do indiciado. A autoridade policial, o Magistrado e o Ministério Público, exercendo controle externo da polícia devem zelar para que a investigação seja conduzida de modo a evitar o desrespeito aos direitos do investigado.
d) Competência: A autoridade encarregada de presidir o Inquérito Policial e o Termo Circunstanciado é o Delegado de Polícia (autoridade de polícia judiciária), no âmbito Estadual. No federal é o Delegado de Polícia Federal.
Diz o artigo 4º do CPP:
“A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiai no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria”.
e) VALOR PROBATÓRIO
O IP é peça de caráter inquisitivo, como instrução provisória, e como tal tem valor informativo para a instrução da ação penal. Nele, porém, constam certas provas periciais, que ainda que praticadas sem a participação do indiciado, contém em si maior dose de veracidade, preponderam fatores de ordem técnica, oferecendo campo para uma apreciação objetiva e segura das suas conclusões, e nestas circunstâncias, têm valor idêntico ao das provas colhidas em juízo, e com base no livre convencimento do juiz, poderá apoiar-se nas provas coligidas na fase extrajudicial, não podendo, porém, apoiar-se em sede de juízo condenatório, unicamente nas provas de inquérito, o que viria a contrariar o princípio constitucional do contraditório. 
 f) VICIOS DO INQUÉRITO POLICIAL
Considerando que o Inquérito Policial possui características meramente informativas destinadas a formação da opnio delicti, seus vícios não acarretam nulidades processuais. No entanto, no que se referem às irregularidades tais como: auto de prisão em flagrante ou auto de busca e apreensão irregular terão que as referidas irregularidades poderão gerar a invalidade e a ineficácia dos atos inquinados.
2.1. OUTRAS MODALIDADES DE INVESTIGAÇÕES
A investigação é função primordialmente exercida pelas polícias judiciárias. Essa regra possui exceções.
Podem as investigações criminais ser presididas conforme dispuser a lei, por outras autoridades. É que se acontece, por exemplo, quando um juiz é investigado cuja investigação é de competência do Tribunal. Outras investigações legalmente previstas como as realizadas pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), pelas autoridades florestais, Inquérito Policial Militar (IPM) realizado por Oficiais da Polícia Militar, nos termos do Código de Processo Penal Militar, por agentes da Administração (sindicâncias e processos administrativos), pelo Promotor de Justiça, presidindo o inquérito civil, entre outros.
Comentários
O artigo 4º, parágrafo único, do Código de Processo Penal deixa claro que o inquérito realizado pela polícia judiciária não é a única forma de investigação criminal. 
Há outras, como, por exemplo, o inquérito realizado pelas autoridades militares para apuração de infrações de competência da Justiça Militar (IPM); as investigações efetuados pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), as quais terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, e serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelos Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante 1/3 de seus membros, para apuração de fato determinado, com duração limitada no tempo (CF, art. 58, parágrafo 3º) ; o inquérito civil público, instaurado pelo Ministério Público para proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos (CF, art. 129, III), e que, eventualmente, poderá apurar também a existência de crime conexo ao objeto da investigação; o inquérito em caso de infração penal cometida na sede ou na dependência do Supremo Tribunal Federal; o inquérito instaurado pela Câmara dos Deputados ou Senado Federal.
 a) CARACTERÍSTICAS
Instrumentalidade: O inquérito policial tem caráter essencialmente instrumental. Sua finalidade é possibilitar a reunião dos elementos de prova que fundamentam as suspeitas acerca da prática de delito de natureza penal. Nesse sentido o IP é um procedimento preparatório para eventual ajuizamento da ação penal.
Obrigatoriedade: Uma vez que a autoridade policial tenha conhecimento da prática de uma infração penal pública incondicionada, estará esta autoridade obrigada a instaurar o IP. Assim, de oficio, o Delegado de Polícia instaura o procedimento administrativo para a investigação do fato. A obrigatoriedade decorre do artigo 5º, do CPP, que determina que “nos crimes de ação pública o inquérito será iniciado”, não deixando alternativa, senão a instauração do inquérito pela autoridade policial. 
Além disso, umavez instaurado o IP não pode ele ser arquivado pela autoridade policial, conforme estabelece o artigo 17, do CPP. Instaurado deve ser ele conduzido até o seu encerramento, que se dará formalmente com a elaboração de um minucioso relatório (art. 10, §1º, do CPP).
Sigiloso: (art. 20, CPP) - É o Delegado de Polícia que discricionariamente decidirá acerca do sigilo do inquérito policial. O sigilo que pode cercar o inquérito não é absoluto.
Controvérsia é a de que a própria parte e seu advogado tenham acesso aos autos do IP. Ao advogado é garantido, nos termos do art. 7º, XIV, da Lei 8906/96 – Estatuto da OAB – o direito de “examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar e tomar apontamentos”. 
Entretanto, algumas diligências necessitam do sigilo. É o caso de diligências de interceptação telefônica, infiltrações de agentes de polícia ou inteligência, em tarefas de investigações de organizações criminosas, etc.
Forma Escrita: A própria legislação é que determina que o inquérito deve ser escrito (art. 9º, do CPP). A forma escrita constitui uma garantia para o acusado. A documentação em peças escritas é essencial para que a atividade policial de investigação possa ser submetida ao controle de legalidade.
Caráter Inquisitivo: Não é processo. O suspeito apresenta-se como objeto da atividade investigatória, resguardados, contudo, seus direitos e garantias individuais. O artigo 5º, da CF, refere-se a litigantes e aos acusado em geral, não se aplicando ao indiciado. Nessa fase não há a acusação propriamente dita.
INCOMUNICABILIDADE
Trata-se de aspecto que visa impedir a comunicação do preso com terceiros que venham prejudicar á apuração dos fatos, podendo ser imposta quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. O artigo 21 do CPP, prevê que incomunicabilidade do preso não excederá de 3 (três) dias e será decretada por despacho fundamentado do juiz, a requerimento a autoridade policial ou do órgão do Ministério Público, respeitadas as prerrogativas dos advogados.
Em contrapartida, para muitos doutrinadores, a incomunicabilidade do preso é constitucionalmente vedada (artigo 136 § 3º, IV). De qualquer sorte, é importante ressaltar que a incomunicabilidade não se estende jamais ao advogado, nos termos do artigo 7º. III, do EOAB. 
Esse entendimento baseia-se na CF: art. 136, § 3º, IV, da CF: “é vedada a incomunicabilidade do preso”.
O INQUÉRITO É INDISPENSÁVEL?
Não. Se o titular da ação penal pública ou o ofendido (ação privada) possuírem os elementos necessários de comprovação da autoria e materialidade dos fatos, para a propositura da denúncia, ou da queixa, não há necessidade do Inquérito Policial.
Aliás, quando da elaboração do termo Circunstanciado (art. 61, da Lei 9.099/95), não se elabora o inquérito. A propósito artigos 12, 27, 39 § 5º, art 46 § 1º, todos do CPP.
NOTITIA CRIMINIS
Conceito: conhecimento espontâneo ou provocado que tem a autoridade policial da prática de um fato delituoso. 
Modalidades: 
Cognição direta ou espontânea: quando a autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso por meio de suas atividades rotineiras, de jornais, da investigação feita pela própria polícia judiciária, por descoberta ocasional do corpo do delito, etc.
Cognição indireta ou provocada: ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento por meio de algum ato jurídico de comunicação formal do delito, como a exemplo da provocação do ofendido, por denúncia de qualquer do povo (delatio criminis simples), por provocação oficial (requisição do Juiz, ou do MP, ou da autoridade administrativa superior) e comunicação obrigatória de ocorrência criminal (art. 66, I e II, da LCP);
Cognição coercitiva: prisão em flagrante, em que a notícia do crime se dá com a apresentação do autor.
Iniciativa da Instauração do Inquérito Policial 
O Inquérito Policial pode ser instaurado através de:
a) Portaria – Quando instaurado ex-officio. Em se tratando de crimes para os quais a lei prevê que a ação penal seja de iniciativa pública incondicionada, a autoridade policial tem o dever de iniciar o inquérito policial sempre que tomar o conhecimento de fato que possivelmente constitua crime (art. 5º, I, CPP).
b) Auto de prisão em flagrante – qualquer espécie de infração penal (cognição coercitiva). Tão logo seja o preso em flagrante, o infrator deverá ser apresentado à autoridade policial. Convencendo-se a autoridade policial da prática da infração penal, deverá lavrar o auto de prisão, peça esta, que dará o início do inquérito.
c) Requerimento do Ofendido ou de seu representante legal (art. 5º II, CPP) - Requerimento é um pedido encaminhado pela vítima ou por seu representante legal para que a autoridade policial instaure o inquérito.
d) Requisição do MP ou da Autoridade Judiciária – Nos casos de ação penal pública incondicionada ou condicionada a representação. Tendo notícia de fato criminoso, o juiz ou o órgão do Ministério Público poderão dirigir à autoridade policial requisição para que seja instaurado inquérito com a finalidade de apurar esse fato (art. 5, II, CPP). O atendimento a requisição é obrigatório. Entretanto, não há subordinação hierárquica entre o delegado de polícia e os autores da requisição. O atendimento decorre de dever funcional da autoridade policial e por previsão legal. 
e) Representação do Ofendido ou de seu representante legal – Nos casos de ação penal pública condicionada Art. 5, II, § 4º, CPP).
f) Por força da “delatio criminis” – Qualquer pessoa, ciente da prática de uma infração penal, pode noticiá-la à autoridade policial (art. 5º, § 3º, do CPP). 
Em regra, a delatio criminis é facultativa. Quanto às denúncias anônimas, a doutrina reluta em aceitá-las como espécie de deltio criminis. Nesse caso, nada impede que se as informações forem anônimas, nada impede que a autoridade realize as investigações preliminares acerca dos fatos relatados e, se confirmadas instaurar o competente inquérito policial.
g) Dos Atos de Instrução do Inquérito Policial: (Vide art. 6º do CPP). 
A autoridade policial goza de ampla discricionariedade na condução das investigações; entretanto, o Código de Processo Penal determina algumas providências a serem adotadas pelo delegado de polícia. Deverá, portanto, a autoridade policial realizar as diligências previstas no art. 6º do CPP, amoldando-as ao caso concreto, nada impedindo que, dentro dos parâmetros legais, opte por outras que julgar necessárias para elucidação dos fatos.
I – Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais. 
O local da prática do crime constitui-se como principal fonte de vestígios e elementos materiais úteis para a elucidação do delito e todas as suas circunstâncias. Por isso deverá ser preservado, mantendo-se o quanto possível a inalterabilidade desde a prática do crime. A preservação do local do crime é indispensável para o sucesso do exame pericial. Serve, ainda, para que a autoridade policial possa vislumbras as diligências necessárias do fato investigado. 
A lei 5.970/73, em seu artigo 1º, traz exceção à regra da preservação do local, nos casos de acidente de trânsito, autorizando a remoção das pessoas e veículos envolvidos e que estejam sobre o leito carroçável da via pública. 
II – Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais.
Neste grupo incluem-se todos os objetos que interessem a busca da verdade real. Esses objetos (instrumentos do crime), conforme determina o artigo 11, do CPP, deverão acompanhar os autos de inquérito, sendo enviados ao foro competente após a sua conclusão. Assim, poderá a autoridade policial, ao tomar conhecimento do fato determinar a busca e apreensão dos objetos com ele relacionados, antes da instauração do inquérito policial. 
A apreensão dos objetostem por objetivo permitir a realização de atos posteriores que contribuirão para o esclarecimento do fato investigado. Os instrumentos diretamente empregados na prática da infração penal deverão ser submetidos à perícia, para verificação de sua natureza e eficiência (art. 175, CPP); enquanto que as coisas destruídas e deterioradas ou que constituem produto de crime estarão sujeitas a avaliação (art. 172, CPP). Ainda, estabelece o art. 122, do CPP, que os objetos relacionados com a prática do crime poderão ser perdidos em favor da União. 
Caso a diligência de busca e apreensão seja realizada no domicílio de alguém, é necessário a observância das restrições impostas pela inviolabilidade de domicílio (art. 5º, XI, da CF).
III – Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
Diante da natureza informativa do inquérito a autoridade policial deverá envidar todos os esforços para obtenção dos elementos probatórios, desde que por meios lícitos, no sentido de fornecer os subsídios necessários à propositura da ação penal.
A busca por elementos de prova ocorre tanto no local do crime, quanto em outras oportunidades durante a fase investigatória. Assim, a própria autoridade, ou seus comandados, poderá buscar em locais diversos que tiverem relação com o fato objeto da investigação.
IV – Ouvir o ofendido.
A autoridade policial deverá providenciar a oitiva da vítima sempre que possível e logo após a prática da infração penal.
Nos caso em que o ofendido seja o objeto do crime, seu depoimento poderá de extrema importância e servirá de base para toda a investigação. Entretanto, muito embora seja muito relevante a oitiva da vítima, devem ser avaliadas com cautela, pois ela além de possuir interesse na condenação do autor, pode estar sujeita a perturbações psicológicas, decorrentes da violência ou da ameaça perpetrada pelo autor do delito. Em razão disso que o ofendido não é considerado testemunha e não presta compromisso de dizer a verdade.
Uma vez intimada a depor e não comparecer o ofendido poderá ser conduzido coercitivamente, nos termos do art. 201, § 1º do CPP).
V – Ouvir o indiciado, com a observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado pro duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura.
O investigado apenas assume a condição de indiciado se, após o início das investigações, houver elementos suficientes para que sobre ele recaiam suspeitas fundadas acerca da autoria do delito investigado.
A oitiva do investigado constitui um dos atos do indiciamento e somente será realizada se houver, durante a investigação, alguém a quem se possa imputar a suspeita da prática do fato investigado. Não comparecendo poderá ser conduzido coercitivamente (art. 260, CPP), não estando obrigado a responder as perguntas que lhe forem feitas. O direito do silêncio é amparado pela (CF, art. 5º, LXIII). O silêncio do indiciado não poderá se interpretado em prejuízo a defesa, não importando em confissão.
Devem ser aplicadas, na oitiva do investigado, as mesmas regras que disciplinam o interrogatório do réu em juízo (art. 185 a 196, do CPP).
Não há necessidade da presença do advogado quando da oitiva do investigado, muito embora seja importante a sua presença para assegurar os direitos e garantias individuais. No inquérito não há a ampla defesa e o contraditório, tratando-se de procedimento investigatório.
VI – Proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações.
A primeira identificação do autor do delito ocorre na delegacia de polícia a partir da exibição às testemunhas e vítimas de álbuns de fotografias de criminosos. Referido procedimento permite iniciar a investigação e orientação o caminho a ser seguido na investigação. O reconhecimento é ato por meio do qual alguém atribui uma identidade a determinada pessoa ou coisa. Observar-se-á, na realização dos atos de reconhecimento, o disposto nos arts. 226 a 228, do CPP.
Além do reconhecimento pessoal, tem-se admitido o reconhecimento fotográfico como meio de investigação e também como de prova, por força do art. 155, § único, do CPP. Trata-se de medida subsidiária, quando inviável o reconhecimento policial do suspeito. 
Acareação consiste em confrontação de depoimentos divergentes prestados. Acarear é pôr frente a frente os acareandos, para, em seguida a autoridade ler o que disseram e lhes perguntar se confirmam os depoimentos ou corrigem. Poderá haver acareação entre investigado e testemunhas, investigado e vítima ou entre esta e testemunhas. O objetivo da acareação é esclarecer pontos relevantes geradas pela própria investigação do fato. 
A autoridade policial deverá, na realização da acareação, observar o disposto nas regras dos artigos 229 e 230, do CPP.
VII – Determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias.
A autoridade policial poderá determinar a realização de qualquer perícia que julgar relevante para as investigações, em conformidade com os artigos 158 a 184, do CPP. O ofendido ou seu representante legal e o investigado poderão requerer qualquer diligência, entretanto a realização ficará a critério da autoridade policial (art. 14, do CPP). O corpo de delito é o conjunto de vestígios deixados pelo crime. Assim, tanto se poderá realizar o exame de corpo de delito em pessoas ou coisas.
O inciso também se refere a quaisquer perícias (exame grafotécnico, exame toxicológico, autópsia, exumação, exame laboratoriais, periciais, entre outros.
VIII – Ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos folha de antecedentes.
A identificação consiste em registrar determinados dados e sinais que caracterizam a pessoa do investigado, diferenciando-o dos demais indivíduos. Para esse fim costuma-se colher a impressão digital do investigado. A reunião de todas essas características conferiu ao critério de identificação datiloscópica ampla aceitação, não só no âmbito das ciências criminais, mas na atividade estatal de identificação civil.
A providência prevista no art. 6º, inciso VIII, do CPP, diz respeito à identificação criminal, cuja finalidade é a reunião de dados de identificação acerca de pessoas que já tenham sido investigadas no âmbito penal. Existe, também, a identificação civil, que visa manter registros de dados de todos os cidadãos.
A Constituição Federal prescreve, como regra geral, que o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal (art. 5º LVIII). As ressalvas previstas pela CF estão estabelecidas na Lei 12.037/09. Entre elas estão: o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação, o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado, constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações, entre outros
A folha de antecedentes é o registro do histórico da vida pregressa do indiciado, em relação à existência de procedimentos investigatórios, indiciamentos ou processos penais anteriormente instaurados contra o investigado.
IX – Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
São condições que influenciarão na fixação da pena aplicada em juízo a respeito da concessão de algum benefício ao condenado.
h) REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS
A autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos – conhecida como reconstituição do crime – desde que essa prática não contrarie a moralidade ou a ordem pública (art. 7, do CPP).
Não é obrigatória. Tem por finalidade o contato com os elementos do crime e pode facilitar a rememorização de detalhes sobre ele, e a repetição detalhada dos atos investigados pode evidenciar contradições ou inconsistênciasnos depoimentos colhidos anteriormente. Pode, ainda, fornecer esclarecimentos de detalhes acerca do modo e das circunstâncias da prática da infração penal.
O indiciado poderá ser conduzido ao local da simulação, entretanto, não tem obrigação de colaborar com a sua realização, em razão de que ninguém está obrigado a produzir prova contra si (presunção de inocência, ampla defesa e o direito ao silêncio, todos consagrados na CF).
i) OUTRAS PPROVIDÊNCIAS
O art. 13, do CPP, prevê outras incumbências para a autoridade policial, tais como: fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, realizar diligências requisitas pelo juiz e ministério público, cumprir mandados de prisão e representar acerca da prisão preventiva. São, ainda, atribuições do delegado de polícia: representar acerca da prisão temporária; proceder à restituição de coisas apreendidas; representar acerca do exame de sanidade mental do indiciado; conceder fiança, nos casos autorizados por lei e lavrar termo circunstanciado.
INDICIAMENTO
Trata-se da imputação da pratica de um ato ilícito penal sempre que houver razoáveis indícios de sua autoria e materialidade. Declara-se o mero suspeito como sendo o provável autor da infração penal.
O indiciado deverá ser interrogado pela Autoridade Policial, que poderá, para tanto, conduzi-lo coercitivamente a sua presença no caso de descumprimento injustiçado de intimação. O indiciado não está obrigado a responder as perguntas e o delegado não é obrigado a nomear advogado na oportunidade do interrogatório, mas somente permitir ao preso para que, querendo, entre em contato com seu advogado. O interrogatório não precisa ser presenciado por testemunha, mas seu termo deve conter a assinatura de duas testemunhas, do delegado e do indiciado.
O indiciamento pode ser sustado por meio de habeas corpus. Quando ocorrer a completa ausência de elementos que haja a inocência do indiciado e a completa ausência de elementos que indiquem que o delito for praticado por ele.
l) ENCERRAMENTO - RELATÓRIO:
Concluídas as investigações, a Autoridade deve fazer minucioso relatório do que tiver sido apurado no IP (art. 10. § 1º - 1ª parte). Nele poderá indicar testemunhas que não tiveram sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas (art. 10, § 2º). 
O término do inquérito não pressupõe necessariamente que todas as dúvidas tenham sido esclarecidas, mas que apenas foram realizadas as diligências possíveis. A autoridade policial deverá elaborar minucioso relatório do que houver sido apurado. O relatório deverá conter apenas a narrativa, isenta e objetiva, dos fatos apurados. A autoridade policial não deve emitir juízo de valor ou tecer considerações acerca da culpabilidade do investigado ou da antijuridicidade da conduta. Segundo Mirabete, não cabe à autoridade na sua exposição, emitir qualquer juízo de valor, expender opiniões ou julgamento, mas apenas prestar todas as informações colhidas durante as investigações e as diligências realizadas. Pode, porém, exprimir impressões deixadas pelas pessoas que intervieram no inquérito. 
Concluído o IP, será este remetido ao Poder Judiciário competente (art. 10, § 1º, do CPP, juntamente com os instrumentos e os objetos que interessarem à prova, objetos esses que ficarão à disposição das parte e do juiz (art. 11, do CPP)..
PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO: 
O art. 10, caput, do CPP, estabelece os seguintes prazos: 
Nos termos do artigo 10º, do CPP, quando o indiciado estiver em liberdade, a autoridade policial deverá concluir as investigações no prazo de 30 (trinta) dias, contados do recebimento da notitia criminis. O § 3º. do mesmo artigo permite a prorrogação do prazo, desde que, o fato seja de difícil elucidação. 
Mesmo que finalizado o Inquérito Policial, o Ministério Público poderá devolvê-lo para novas diligências (artigo16, CPP), o que deve ser aplicado em analogia ao ofendido em ação de sua iniciativa. 
Caso o juiz entenda que as diligências complementares são desnecessárias, não pode indeferir a volta dos autos a polícia e ficaria sujeito ao Recurso de Correição Parcial. O Procedimento correto, nesse caso, é o previsto no artigo 28º do CPP, ou seja, o juiz deverá remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça para que este insista na diligência ou nomeie, desde logo, outro Promotor para oferecer a denuncia. Obviamente, esta regra não se estende ao titular da Ação Privada, já que não há qualquer motivo para que o juiz indefira o pedido de retorno dos autos a delegacia de origem para novas diligências. Assim, em se tratando de Ação Penal Pública, o juiz exerce uma função anormal: a de fiscal do Principio da Obrigatoriedade da Ação Penal, o qual, não informa a Ação Penal Privada.
Se o indiciado estiver preso, o prazo para conclusão do Inquérito é de 10 (dez) dias, contados da efetivação da prisão. Tal prazo em regra, é improrrogável. Mas, não configura constrangimento ilegal a demora razoável do procedimento, em casos de diligências imprescindíveis ou presença de muitos réus.
Tratando-se de Inquérito instaurado a requerimento do ofendido para apuração de crime de Ação Privada, uma vez concluídas as investigações, os autos serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão o impulso de quem de direito. Não há disposição legal sobre a necessidade de intimação do ofendido. Assim, é conveniente que acompanhe o desenrolar das investigações a fim de observar o prazo estabelecido no artigo 38 do CPP.
Outros prazos na legislação extravagante:
Inquéritos atribuídos à Polícia Federal (art. 66 da Lei 5.010/66), estando o investigado preso, o prazo será de 15 dias, pendo ser prorrogado por mais 15;
Crimes de droga: lei 11.343/06: 30 dias, se o investigado estiver preso, se solto, 90 dias. Estes prazos poderão ser duplicados pelo juiz, desde que haja pedido justificado da autoridade policial, após manifestação do Ministério Público.
Inquéritos militares: prazo de conclusão: indiciado preso – 20 dias; solto: 40 dias – neste último caso, o prazo poderá ser prorrogado por mais 20 dias (Código de Processo Penal Militar).
PROVIDÊNCIAS DO MP – RECEBIMENTO DO IP
Devolução do IP à polícia: para a realização de novas diligências indispensáveis ao oferecimento da denúncia (art. 16, do CPP).
Oferecer denúncia: sempre que julgar ter os elementos necessários a propositura da ação penal – prova da existência do crime (materialidade) e indícios de autoria (art. 41, do CPP).
Requerer arquivamento: por julgar não ter havido um crime, ter ocorrido à extinção da punibilidade, ou pela ausência de provas quanto à autoria e materialidade. (OBS: art. 28, CPP).
Desarquivamento do IP – novas provas (art. 18, do CPP).
o) ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
A autoridade policial não poderá determinar o arquivamento dos autos de inquérito policial (art. 17, do CPP). A legitimidade para requerer o arquivamento do inquérito é do Ministério Público, titular da ação penal.
O arquivamento do Inquérito Policial somente cabe ao juiz, a requerimento do Ministério Público (artigo 28º. do CPP), que é o exclusivo titular da Ação Penal Pública. O juiz não pode determinar, sem o requerimento do Ministério Público, o arquivamento do Inquérito Policial, se o fizer, da decisão caberá recurso de Correição Parcial.
 A decisão de arquivamento com fundamento na ausência de provas não faz coisa julgada, já que o procedimento poderá ser reaberto. No entanto, a decisão de arquivamento que decidir no mérito, como por exemplo, reconhecer a atipicidade do fato, não permite a reabertura do Inquérito Policial.
Nos casos de Ação Penal Privada, não há necessidade de o ofendido solicitar o arquivamento do Inquérito, se, porventura, entender que não há elementos para dar inicio ao processo, basta deixar que o prazo decadencial transcorra sem o oferecimento da Queixa-Crime.
Da Ação Penal
Conceito
Considerando os conceitos, características e condições da ação,temos, agora, que conceituar “ação penal”. Considerando que o direito de punir é aplicado pelo Estado, a ação penal consiste na atuação correspondente ao direito à jurisdição, que se exercita perante os órgãos da Justiça Criminal, ou seja, é o direito de invocar o Poder Judiciário para aplicar o direito penal objetivo.
3.2 A natureza jurídica é objeto de intensa discussão doutrinária. A definição clássica de ação a trata como sendo um direito, cujo objetivo consiste em peticionar perante o poder judiciário. A definição de Frederico Marques é no sentido de que a ação constitui “o direito de agir exercido perante os juízes e Tribunais da Justiça Criminal”. A ação penal não se diferencia em qualquer aspecto da natureza jurídica da ação civil, sendo que seu pressuposto é o litígio, ou a pretensão insatisfeita surgida com a prática de um ilícito penal.
3.3. Características
Autônomo: O direito de ação não se confunde com o direito subjetivo material que ampararia a pretensão deduzida em juízo, pois, se fosse assim, não se poderia compreender como sendo direito de ação o que foi, ao final, julgado improcedente. A ação tem um conteúdo próprio e totalmente diverso do direito material a que está ligado. Entende-se como sendo o destinatário da ação não o sujeito passivo, mas sim, o Estado, representado pelo órgão judiciário, a quem se endereça o pedido sobre a pretensão. 
Abstrato: O direito de ação independe do resultado final do processo, de que o autor tenha ou não razão, ou de que obtenha ou não êxito no que pretende.
Instrumental: O direito de ação na medida em que possui por finalidade atingir a jurisdição por meio do processo para composição da lide. Esse direito instrumental, porém, só existe porque é conexo ao caso concreto, pois se ingressa em juízo pretendendo algo específico.
Subjetivo: O seu titular pode exigir do Estado-Juiz a prestação jurisdicional que é um direito público, pois serve para a aplicação do direito público que é o de provocar a atuação jurisdicional.
CONDIÇÕES DA AÇÃO
Considerando que o direito agir é conexo a uma pretensão e, portanto, ligado a uma situação jurídica concreta, subordina-se ele a condições. 
As condições da ação se relacionam com a pretensão a ser julgada e  devem ser apreciadas antes do julgamento sobre procedência ou improcedência, são elas:
a) A possibilidade jurídica do pedido se refere à providência admitida pelo direito objetivo. Somente quando o direito objetivo material admitir o pedido é que alguém poderá ser titular do direito de ação. Temos que o artigo 295, parágrafo único, III, do Código de Processo Civil, considera inepta a petição inicial quando o pedido for juridicamente impossível.
b) O interesse de agir consiste na formulação de uma pretensão necessária e adequada à satisfação do interesse contido no direito subjetivo de que se diz titular. Por isso, se diz que são os requisitos para existência do interesse de agir: necessidade e adequação.
A necessidade se refere à utilização das vias jurisdicionais e a adequação do provimento e do procedimento.
c) A legitimidade de parte (legitimação para agir ou legitimatio ad causam) possui fundamento no artigo 6º, do Código de Processo Civil, o qual determina que ninguém poderá pleitear em nome próprio direito alheio, salvo quando autorizado por lei.
DA AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA – titularidade 
Titularidade: 
Adotando declaradamente o sistema acusatório de persecução penal, cuja principal característica é a nítida separação das funções de acusar, julgar e defender. A CF atribui ao Ministério Público, com exclusividade, a propositura da ação penal pública condicionada ou incondicionada, (art.129, I). A recente reforma do CPP, em seu artigo 257, I, prescreve que compete ao Ministério Público promover, privativamente, a ação penal pública.
Toda Ação Penal é pública, em princípio, pois é ela um direito subjetivo perante o Estado-Juiz. A distinção que se faz de ação pública e ação privada se estabelece em razão da legitimidade para agir: se é promovida pelo próprio Estado-Administração, por intermédio do Ministério Público, é ela ação penal pública; se a lei defere o direito de agir à vítima, é ação penal privada.
O artigo 24 do CPP, dispõe que: “Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia ao Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo”.
Na nossa legislação, a ação penal pública incondicionada, promovida pelo Ministério Público distingue-se, assim, desde que não haja manifestação da vontade da vítima ou qualquer pessoa, da ação penal pública condicionada, em que o órgão oficial depende, para a propositura, da representação da vítima ou da requisição do Ministério da Justiça, conforme dispõe a Lei. 
Da Ação Penal Pública Condicionada
Conceito: É aquela cujo exercício subordina a manifestação do ofendido ou do representante legal ou requisição do Ministro da Justiça.
Apesar de o MP ser o titular de tal ação (somente ele pode oferecer a denúncia), depende de certas condições de procedibilidade para ingressar em juízo. Sem estas condições, o MP não pode oferecer a denúncia.
A condição exigida por lei pode ser a representação do ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça.
b) Titular do Direito de Representação: Se o ofendido contar com menos de 18 anos ou for mentalmente enfermo, o direito de representação cabe exclusivamente a quem tem a qualidade para representá-lo. Ao completar 18 anos, o ofendido adquire plena capacidade para ofertar a representação, deixando de existir a figura do representante legal, a não ser que, embora maior, seja doente mental.
 Pode também ser exercido por procurador com poderes especiais (art. 39, caput, do CPP). No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 24, § 1º, do CPP).
Se o ofendido for incapaz (por razões de idade ou de enfermidade mental) e não possuir representante legal, o juiz, de ofício ou a requerimento do MP, nomeará um curador especial para analisar a conveniência de oferecer a representação. 
A pessoa jurídica também poderá representar desde que o faça por intermédio da pessoa indicada no respectivo contrato ou estatuto social, ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes (CPP, art. 37).
c) Representação do ofendido: Representação é a manifestação do ofendido ou de seu representante legal, autorizando o MP a ingressar com a ação penal respectiva.
d) Previsão legal: Se o artigo ou as disposições finais do capítulo mencionar a expressão “somente se procede mediante representação”, deve o ofendido ou seu representante legal representar ao MP para que este possa ingressar em juízo.
e) Forma: A representação não exige formalidades, deve apenas expressar, de maneira inequívoca, a vontade da vítima de ver seu ofensor processado. Pode ser dirigida ao MP, ao Juiz de Direito ou à autoridade policial (art. 39 do CPP). Pode ser escrita (regra) ou oral, sendo que, neste caso, deve ser reduzida a termo.
f) Natureza jurídica: A representação tem natureza jurídica de condição objetiva de procedibilidade.
g) Prazo: A vítima (ou seu representante legal) tem o prazo de seis meses da data do conhecimento da autoria (e não do crime) para ofertar sua representação (art. 38 do CPP). Tal prazo é contado da oferta da representação e não do ingresso do MP com a ação penal. Tal prazo não corre contra o menor de 18 anos, ou seja, após completar 18 anos, a vítima terá seis meses para representar ao MP. Em qualquer caso, tal prazo é de direito material (segue as regras do art. 10 do CP – computa-se o dia do começo e não se prorroga no último dia). Se houver conflito entre o interesse do ofendido e o do seu representante legal, será nomeado um curador especial, que verificará a possibilidade ou não da representação.
h) Irretratabilidade:A representação é irretratável após o oferecimento da denúncia (CPP, art. 25; CP, art. 102). A retratação só pode ser feita antes da denúncia, pela mesma pessoa que representou. A revogação da representação após esse ato processual não gerará qualquer efeito
i) Retratação: Segundo o art. 25 do CPP, pode o ofendido retratar-se (ou seja, desistir da representação) até o oferecimento da denúncia. 
j) Retratação da Retratação: Pode haver a retratação da retratação (a pessoa retira a representação e depois a oferece de novo – sempre dentro dos seis meses da data do conhecimento da autoria). Segundo Fernando Capez, a retratação da retração, não pode ser admitida. Para ele ocorre a extinção da punibilidade do infrator.
l) Não-vinculação: A representação não vincula (obriga) o MP a ingressar com a ação; o MP só oferecerá a denúncia se vislumbrar a materialidade do crime e os indícios de autoria (poderá pedir o arquivamento do feito).
m) Alguns crimes dependentes de representação: Crime de lesão corporal leve (CP, art. 129, caput, c/c art. 88 da Lei 9.099/95; crime de lesão corporal culposa (art. 129, § 6º, c/c com art. 88 da Lei 9099/95); perigo de contágio venéreo (CP, art, 130, § 2º); ameaça art. 147, § único); violação de correspondência (art. 151, § 4º, do CP), entre outros. “SÓ SE PROCEDE MEDIANTE REPRESENTAÇÃO”.
 3.7. Requisição do Ministro da Justiça
A Requisição é o ato político e discricionário pelo qual o Ministro da Justiça autoriza o MP a propor a ação penal pública nas hipóteses legais. A ação penal é pública, porque promovida pelo Ministério Público, mas, para que possa promovê-la, é preciso haja requisição do Ministro da Justiça. 
Se o artigo ou as disposições finais do capítulo mencionar a expressão: “somente se procede mediante requisição do Ministro da Justiça”, para que o MP possa oferecer a denúncia, é necessária a requisição do Ministro. Tem natureza jurídica de condição de procedibilidade e, como a representação, não vincula o MP a oferecer a denúncia (pode requerer o arquivamento).
Hipóteses: são raras as hipóteses em que a lei subordina a persecução penal ao ato político da requisição: crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil (CP, art. 7º, § 3º, b); crimes contra a honra cometidos contra chefe de governo estrangeiro (CP, art. 141, I, c/c o § Único do art. 145); crimes contra a honra praticados contra o Presidente da República (CP, art. 141, I, c/c 145, § Único).
A requisição é autorização para a persecução penal de um fato e não de pessoas (eficácia objetiva).
O Ministro da Justiça não tem prazo para oferecer a requisição, quer seja, pode oferecê-la a qualquer tempo (não se sujeita aos seis meses de prazo como na representação).
A lei silencia sobre a possibilidade de representação. 
Conteúdo da requisição: o CPP silenciou a respeito, mas deve conter a qualificação da vítima, se possível, do autor da infração penal e a exposição do fato.
3.8. Ação Penal Privada
Conceito: É aquela em que o Estado, titular exclusivo do direito de punir, transfere ao particular a legitimidade para a propositura da ação penal à vítima ou ao seu representante legal. (Fernando Capez)
Fundamento: Evitar que o streptus judicci (escândalo do processo) provoque no ofendido mal maior do que a impunidade do criminoso, decorrente da não-proprositura da ação penal.
Titular: O ofendido ou seu representante legal (art.100, § 2º do CP e art. 30, do CPP). O autor denomina-se querelante e o réu, querelado. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, os seus interesses colidirem com os deste último, o direito de queixa será exercido por curador especial, nomeado para o ato (art. 33 do CPP). A partir dos 18 anos, a queixa somente poderá ser exercida pelo ofendido. 
Convém observar que, segundo Capez, para o menor de 18, não se inicia o prazo decadencial a partir do conhecimento da autoria, mas da data em que completar a maioridade, pois não tem sentido começar a fluir o prazo para o exercício de um direito que ainda não pode ser exercido. Haverá, nesta hipótese, dois prazos decadenciais: um para o ofendido, a partir dos 18 anos, e outro para o representante legal, a contar do conhecimento da autoria, nos termos da Súmula 594, do STF.
No caso de morte do ofendido, ou declaração de ausência, o direito de queixa, ou de dar prosseguimento à acusação, passa a seu cônjuge, descendente ou irmão (art. 31, do CPP).
As fundações, associações e sociedades legalmente constituídas podem promover a ação penal privada, devendo, entretanto, ser representadas por seus diretores, ou pessoas indicadas em seus estatutos (art. 37, CPP).
Substituição processual
O Estado é o titular exclusivo do direito de punir. Nas hipóteses de ação penal privada, ele transfere ao particular a iniciativa da ação penal, mas não o direito de punir. O ofendido, portanto, em nome próprio, defende interesse alheio (legitimação extraordinária). Na ação penal pública, ocorre legitimação ordinária porque é o Estado soberano, por meio do MP, que movimenta essa ação.
3.8.1. Espécies de Ação Penal Privada
Ação penal exclusivamente privada: é aquela proposta pelo ofendido ou seu representante legal e, no caso de morte do ofendido, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ao ascendente, ao descendente ou ao irmão (art. 31 do CPP).
2. Ação penal privada subsidiária da pública: aquela proposta pelo ofendido ou por seu representante legal na hipótese de inércia do MP em oferecer a denúncia. É a única exceção, prevista na própria CF, à regra da titularidade exclusiva do MP sobre a ação penal pública. Só tem lugar na inércia do MP, jamais na hipótese de arquivamento do inquérito policial.
 f) Prazo
Em regra, o prazo para o oferecimento da queixa é de 6 meses a partir do conhecimento da autoria. Esse é um prazo decadencial, pois seu decurso leva à extinção do direito de queixa. A decadência não extingue o direito de punir (o que leva tal direito à extinção é a prescrição e não a decadência). A decadência extingue o direito de ação (queixa) e o direito de representação.
A decadência é um prazo de direito material contado de acordo com o CP. O prazo decadencial para o oferecimento da queixa interrompe-se com o seu oferecimento, e não com o seu recebimento. O recebimento interrompe a prescrição. 
O prazo decadencial não se prorroga caso termine num domingo ou feriado. Inclui-se o dia do começo e exclui-se o do fim. No caso da ação privada subsidiária da pública, o prazo decadencial é de 6 meses também, contudo, conta-se a partir do encerramento do prazo para oferecimento da denúncia.
A decadência do direito de queixa subsidiária não extingue a punibilidade, só extingue o direito de ação, portanto, o MP pode oferecer a denúncia a qualquer tempo. A ação privada subsidiária da pública conserva sua parte pública.
EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO DOS ESTUDOS
INQUÉRITO POLICIAL
Existe inquérito extrapoliciais? Quais?
O que é e quais são as espécies de modalidades da notitia criminis?
A inexistência de inquérito obsta a oferta da denúncia? Resposta fundamentada.
Qual a finalidade do inquérito policial? Resposta fundamentada.
Um indivíduo foi condenado pela prática de crime em decisão na qual o julgador, suspeitando da prova produzida em juízo, apoiou-se única e exclusivamente na prova produzida no inquérito policial. Nessa situação, foi indevido o decreto condenatório. 
Quais são os momentos da persecução criminal? Explique.
Conceitue Inquérito Policial.
Quais são as peças inaugurais do inquérito Policial? Define-as.
Nos crimes de ação privada a autoridade policial pode instaurar o inquérito policial “de ofício”? Justifique.
 Como é instaurado o inquérito policial nos crimes de ação pública incondicionada? Resposta fundamentada.
 Qual é a condição necessária para a instauração di inquérito policial? Exemplifique.
No âmbito da Justiça Estadual como é disciplinadoos Juizados Especiais Criminais? 
Qual é a competência do Juizado Especial Criminal? Resposta fundamentada.
O que é infração penal de menor potencial ofensivo? Resposta fundamentada.
 Quais são os princípios informadores do JECRIM? Defina-os.
 Quais são os objetivos da Lei 9.099/95?
 Explique quais são as providências a serem tomadas pela autoridade policial, quando do conhecimento de uma infração de menor potencial ofensivo? Resposta fundamentada.
 O que acontece com o autor de uma infração penal de menor potencial ofensivo, quando ele assume o compromisso de comparecer ao juizado? Resposta fundamentada.
 Qual é o conteúdo do Termo Circunstanciado? Resposta fundamentada.
 O que é nititia criminis e quais são as suas modalidades?
Cite e defina as características do Inquérito Policial? Resposta fundamentada.
 Cabe suspeição da autoridade policial ou nulidades no inquérito policial?
 Pesquise a respeito da incomunicabilidade do preso, em sede de inquérito policial, e baseado nesse estudo, é ela inconstitucional?
O inquérito policial é indispensável: Resposta fundamentada.
Qual é o valor probatório do inquérito policial?
Podem ser alegados vícios no inquérito policial? Justifique.
 Quando alguém será indiciado em inquérito policial?
 Como deverá ser elaborado o relatório do inquérito policial pela autoridade policial?
 O MP requereu o arquivamento do inquérito policial e o juiz entendeu que nos autos de inquérito policial continha indícios suficientes de autoria e materialidade. Diante disso determino ao MP que apresentasse a denúncia em razão do princípio da obrigatoriedade da ação penal. Diante desse posicionamento do juiz, o MP acabou oferecendo a denúncia e o acusado foi citado para a formação da relação processual penal. Fundamentado na legislação penal responda se o magistrado agiu com correção.
Quais são as providências do MP ao receber o inquérito policial?
A autoridade pode arquivar o inquérito policial? Resposta fundamentada.
 É possível a realização de diligências pela autoridade policial, depois de arquivado o inquérito policial?
Pode a autoridade policial requerer, por duas vezes, a dilação do inquérito policial? Justifique.
Pode a autoridade Policial entendendo haver instaurado o inquérito por um fato atípico, arquivá-lo? Justifique.
Se o fato não for de difícil elucidação, pode a autoridade policial requerer a dilação de prazo para a conclusão do inquérito? Resposta fundamentada.
Arquivado o inquérito, ainda assim pode a autoridade continuar investigado o fato?
Quais são as características do inquérito policial? Conceitue-as.
Quais são os prazos para a conclusão do inquérito policial estando o indiciado preso ou solto?
A autoridade policial determinou que se procedesse a uma perícia. O indiciado formulou três quesitos. A autoridade policial pode indeferi-los?
 Além da autoridade policial, outras pessoas podem presidir investigações visando à propositura da ação penal?
Qual o sentido da expressão “de ofício” inserta no artigo 5º, I, do CPP?
Qual o critério adotado para se fixar a “competência” das autoridades policiais?
Se o indiciado for louco pode a autoridade policial determinar-lhe o exame de sanidade mental? Resposta fundamentada.
Qual a diferença entre requerimento e requisição de inquérito policial?
Em que hipóteses o indiciado, mesmo sendo identificado civilmente, deverá sê-lo dactiloscopicamente? Resposta fundamentada.
Se o indiciado não quiser de participar da reprodução simulada, pode a autoridade policial valer-se de testemunhas ou outros meios para o ato?
O Juiz, acolhendo requerimento do MP, determinou o arquivamento do inquérito. Mesmo arquivado a autoridade policial poderá prosseguir nas investigações? Resposta fundamentada.
A autoridade policial encaminhou ao Fórum autos de inquérito policial. Faltava o relatório. Podia o Promotor oferecer denúncia sem essa peça?
 Qual é a natureza jurídica do inquérito policial?
Qual é o valor probatório do inquérito policial?
Pode o juiz, por intermédio de representação da autoridade policial, decretar a incomunicabilidade do indiciado?
 Nos casos dos crimes que são de ação privada é necessário o querelante requerer o arquivamento do Inquérito? Justifique.
AÇÃO PENAL
EXERCÍCIOS PARA A FIXAÇÃO DA MATÉRIA
O que e quais são as condições da ação?
Quais são os destinatários da representação? Explique.
Em que consiste o princípio da oficialidade?
Quais as conseqüências advindas caso o Promotor de Justiça não oferecer a denúncia no prazo legal?
O Promotor não ofereceu a denúncia. O ofendido, por seu turno, deixou passar o prazo de 6 meses para exercer o direito de queixa subsidiária. Ainda assim seria lícito Promotor dar início a ação penal?
O ofendido soube quem danificou o seu veículo no dia 2 de janeiro de 2.008. No dia 28 de junho requereu a instauração de inquérito. Este ficou concluído em 20 de julho. Ainda podia promover a ação privada?
Marinalda foi difamada aos 15 anos. Um ano após, seu pai soube do fato e, inclusive, quem foi o autor. Não tomou qualquer providência a respeito do fato. Quando ela completar 18 anos poderá exercer o direito de queixa? Resposta justificada.
A requisição do Ministro da Justiça é retratável?
Qual é o prazo para o Ministro da Justiça encaminhar a requisição à Procuradoria para o exercício da ação penal?
Pode o Promotor requerer o arquivamento da requisição do Ministro da Justiça?
Três pessoas cometeram um crime de ação privada. O ofendido ofertou queixa apenas em relação a uma, embora houvesse provas no sentido de que as outras participaram do crime. Houve renúncia ao direito de queixa em relação às excluídas? Explique.
Catacoquinho das Quantas, com 20 anos de idade, capaz, foi vítima de um crime de ação pública condicionada à representação no dia 1 de janeiro de 2008. Naquele mesmo dia ficou sabendo quem foi o autor do crime. Deixou para fazer a representação no último dia (30 de junho de 2008). Era um domingo. Ainda podia tomar essa providência. Resposta fundamentada.
Por que o prazo para exercer o direito de representação deve ser contado de acordo como o art. 10 do CP?
Em que hipóteses a lei subordina a propositura da ação penal à requisição do Ministro da Justiça. Resposta fundamentada.
Que motivos levaram o legislador a atribuir ao particular o direito de acusar?
Quais são os princípios informativos da ação privada? Conceitue-os.
Qual a conseqüência no caso do ofendido renunciar ao direito de queixa na ação privada subsidiária da pública?
Quais os tipos de ação penal? 
Quais são os tipos de ação penal pública existentes, e quem tem legitimidade para propô‑las?
A representação pode ser feita oralmente?
Quais os tipos de ação penal privada existente, e quem têm legitimidade para propô‑las?
O que é queixa, ou queixa‑crime?
De que modo intervém o MP nas ações penais privadas?
Em que consiste o princípio da indivisibilidade?
O que é retratação? 
Como se caracteriza a inércia do querelante?
Até quando pode o ofensor retratar‑se? Resposta fundamentada.
Em que tipos de ação penal se admite a retratação?
O que é decadência?
No caso de ação penal privada, poderá o querelante determinar a competência?
O que é o direito de ação?
Quais são as características do direito de ação? Conceitue-as.
Quais são as condições da ação? Conceitue-as.
O que legitimação extraordinária ou substituição processual? Quando ocorre?
O que é ação penal pública incondicionada?
Quais são os princípios da ação pública incondicionada? Defina-os.
O que é ação pública condicionada à representação?
O que é a representação do ofendido na ação penal pública condicionada a representação?
O que é retratação da retratação? Ela é admitida? Justifique a resposta.
Quando se sabe se um crime é de ação penal privada ou condicionada a representação?
O que é ação privada?
Quem são os titulares da ação pública condicionada à representação?
Parte B 
Marque a alternativa incorreta, quanto ao inquéritopolicial:
a) No sistema processual adotado no Código, é o inquérito policial, preliminar ou preparatório da ação penal, nele sendo colhidos elementos que seriam impossíveis ou difíceis obter na instrução judiciária, como o auto de flagrante, exames periciais, declarações do ofendido e outros.
b) Não é ele processo, mas procedimento administrativo, destinado a apurar infração penal e a autoria, fornecendo ao órgão da acusação a base necessária à propositura da ação penal, sendo dele encarregada a Polícia Judiciária.
c) Inicia-se o inquérito policial com a notícia do crime, que leva ao conhecimento da autoridade policial a prática de fato, aparentemente criminoso, por qual quer meio, seja pelo encontro do corpo de delito, pelo flagrante, comunicação de funcionário, informação da imprensa ou qualquer do povo, etc.
d) Pode ocorrer, no entanto, que o próprio ofendido ou seu representante leve a notícia à autoridade, notícia esta que será denominada postulatória do crime, podendo ser simples, quando constitui-se apenas na comunicação, ou delação do crime na qual, além da comunicação, é pedida a instauração e instrução do processo.
02. Marque a alternativa incorreta:
a) O inquérito policial tem ainda início mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, nos crimes de ação pública.
b) Tem o inquérito policial rito estabelecido em lei.
c) É dever da autoridade policial proceder o reconhecimento de pessoas, coisas e acareações.
d) O inquérito policial é um procedimento administrativo, de caráter inquisitivo.
03. Nos crimes de ação pública o inquérito policial (em sentido amplo) será iniciado (art. 5° CPP):
a) de ofício
b) por requisição
c) por representação
d) todas estão corretas
04. O prazo de conclusão do inquérito policial será de............ , se o réu estiver preso (prisão preventiva ou em flagrante delito).
a) 15 (quinze) dias
b) 10 (dez) dias 
c) 30 (trinta) dias
d) 5 (cinco) dias
05. Marque a alternativa incorreta:
A Polícia Judiciária atua após a prática do crime
 Os órgãos da Polícia Judiciária possuem competência de caráter judicial
A Polícia Judiciária não é órgão jurisdicional
d) A atividade policial deve ser exercida dentro de determinados limites territoriais
06. O inquérito policial é considerado:
a) processo judiciário
b) procedimento administrativo
c) ação penal
d) ato processual
07. O inquérito policial se inicia com o:
a) interrogatório da vítima
b) prisão preventiva do acusado
c) ofício do juiz
d) "notitia criminis"
08. Marque a alternativa incorreta.
a) Quanto ao sigilo da investigação nos inquéritos policiais, ele não é considerado essencial.
b) Compete ao juiz colher, imediatamente, as provas do delito e da autoria.
c) O nosso CPP não adotou o juizado de instrução.
d) A função da Polícia Judiciária é investigar a autoria e materialidade da infração penal através do inquérito policial
09. O inquérito policial não integra o(a) .................... , mas compreende-se no(a) ............ .
a) processo / procedimento
b) procedimento / processo
c) instrução / processo
d) procedimento / ação penal
10. De acordo com o CPP a autoridade policial ........................ mandar arquivar autos de inquérito.
 a) poderá
b) não poderá
c) facultativamente, poderá
d) deverá, obrigatoriamente
11. Incumbirá à autoridade policial:
I - realizar diligências requisitadas exclusiva e unicamente, pelo Ministério Público.
II - cumprir os mandados de prisão expedidos pelo Ministério Público.
III - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos.
a) I e II estão incorretas;
b) I e III estão corretas;
c) II e III estão corretas;
d) Todas estão incorretas.
12. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pelo(a) ................. , o(a) .......... poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver noticia.
a) Ministério Público / autoridade judiciária
b) autoridade judiciária / autoridade policial
c) autoridade policial / autoridade judiciária
d) Delegado de Polícia / Ministério Público
13. Com relação ao inquérito policial indique a alternativa incorreta:
a) deverá estar concluído no prazo de 10 dias se o indiciado tiver sido preso em flagrante.
b) os instrumentos do crime bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão sempre que possível aos autos do mesmo.
c) o réu será identificado dactiloscopicamente a fim de não haver dúvidas em relação a sua identificação.
d) caso o indiciado seja menor, será nomeado um curador ao mesmo.
e) é uma peça informativa, portanto, não obrigatória.
16. Indique a assertiva correta:
a) a autoridade policial, através de seu delegado de polícia, poderá determinar o arquivamento do inquérito.
b) caso o promotor de justiça requeira o arquivamento do inquérito, não resta outra saída ao juiz de direito a não ser deferir o pedido, tendo em vista que a titulariedade da ação penal pertence ao Ministério Público.
c) ao indiciado será nomeado um defensor, sob pena de nulidade de nulidade absoluta do inquérito
d) não há nenhuma divergência no tocante a incomunicabilidade do indiciado que será cabível pelo prazo máximo de 03 dias.
e) n.d.a 
OBSERVAÇÃO: A APOSTILA É APENAS UMA REFERÊNCIA DOS APONTAMENTOS DE SALA DE AULA – PARA EFEITOS DE ESTUDOS PARA A PROVA E DO AUMENTO DE CONHECIMENTO DO ALUNO SÃO NECESSÁRIAS AS LEITURAS OBRIGATÓRIAS DAS FONTES BIBLIOGRÁFICAS INDICADAS PARA O CURSO DE PROCESSO PENAL, CONFORME ABAIXO:
BIBLIOGRAFIA
JESUS, Damásio E. – Manual de Processo Penal Anotado.
MIRABETE, Júlio Fabrini – Processo Penal.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa – Código de Processo Pena Comentado.
CAPEZ, Fernando – Curso de Processo Penal 
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