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1 
 
Parasitoses Entéricas 
Universidade Federal De Santa Catarina - Curso De Graduação em Medicina. 
Prof.: Luiz Alberto Gastaldi 
www.cdc.org e Google – DPDX 
 
 
1. Classificação: (Critérios: Habitat, quantidade de células, e forma do corpo) 
a. Delgado: 
i. Protozoários (unicelulares): Giardia lamblia, Cryptosporidium sp, Microsporidium sp, Isospora 
belli, Sarcocystis sp, Ciclopora cayatenensis. 
ii. Metazoários (Multicelulares): 
1. Nematodas (filiformes-cilíndricos): Áscaris lumbricóides, Strongylóides stercoralis, 
Ancilostoma duodenale, Necator americanus, Trichinella spiralis, Trichostrongylus 
orientalis. 
2. Cestodas (achatados-segmentados): Taenia solium, Taenia saginata, Hyminolepis 
nana. 
3. Trematodas (forma folear): Fasciolopsis buski, Heterophyes heterophyes, 
Metagonimus yokogawai 
b. Cólon: 
i. Protozoários(unicelulares): Cryptosporidium sp, Entamoeba histolytica, Balantidium coli, 
Dientamoeba fragilis, Tripanosoma cruzi. 
ii. Metazoários: 
1. Nematodas (filiformes-cilíndricos): Enteróbios ou Oxiúros vermiculáris, Tricocéfalos 
ou Trichuris trichiura, Anisakis, Oesofagostomum sp, Angiostrogylus costaricensis 
2. Trematodas (forma folear): Schistosoma sp 
 
2. Enteroparasitas mais freqüentes na criança: 
 
a. Protozoários: 
i. Giárdia lamblia: Características: Móvel (flagelado), microscópico. Mais comum 
protozoário do homem. Estima-se 2 a 5% países ricos e 20% nos pobres. Ciclo vital: Cistos � 
Água, alimentos � delgado � trofozoítos �enterócitos�Lesão da mucosa. Clínica: Dor 
abdominal, diarréia alta, má-absorção, desnutrição. Diagnóstico: Cistos (fezes duras), 
trofozoítos (fezes moles), antígenos em líquido duodenal e fezes (ELISA). Tratamento: 
Metronidazol: 15-20mg/kg/dia 2 doses / dia / 5dias. max.:750mg. Furazolidona: 6 mg / kg / dia 
4doses / 10dias. max.: 400mg / dia. Secnidazol: 30mg / kg / dia / dose única. max.: 2 g. 
Controle de Cura: Exames de fezes no 7º, 14º e 21º dia após término do tratamento. 
 
ii. Entamoeba hystolitíca: Características: Móvel (pseudópodos). Ciclo vital: Ingestão de 
cistos � ácido gástrico excistamento � trofozoítos no delgado � intestino Grosso � 
Invasão ou encistamento (condições locais ou cepa: Cepas patogênicas tem hemolisinas e 
proteases) � podem invadir veia porta, fígado, pulmões, cérebro e olho(abscesso). 
Especialmente em desnutridos, imunedeprimidos, corticóide. Clínica: Entérica: Dor abdominal, 
anorexia, tenesmo até Colite grave, perfuração e megacólon tóxico. Ameboma: formação 
granulomatosa no cólon. Abscesso hepático: dor no hipocôndrio direito, febre e anorexia. 
Diagnóstico: Fezes múltiplas amostras: (3 a 6) é 90% positivo trofozoítos. Biópsia endoscópica 
do cólon ou punção de abscesso. ELISA: etiologia. PCR: patogenicidade. Tratamento: Colite ou 
Abscesso hepático: metronidazol 35 a 50 mg / Kg / 3 doses / 10dias máx.:2 gr / dia. Tinidazol: 
50mg /Kg / dia / 3 doses máx.: 2gr / dia / 3 dias. (altamente efetivo no abscesso) Não resposta 
após 72 horas é indicativo de outra etiologia). 
 
 
 
 
 2 
b. Helmintos: Nematodas: 
i. Áscaris lumbricoídes: Características: (“Lumbriga”). Maior (15-35cm),mais comum dos 
helmintos cosmopolitas. Vida média: 12 a 18 meses. Infestação: Cada fêmea produz até 
200.000 ovos/dia. Ovos embrionados após 2 semanas no solo (impossível transmissão 
pessoa-pessoa). Por inalação? Ciclo Vital: Fezes � terra � dedos, água, alimentos � boca-
ingestão � larvas de 1º e 2º estágio � penetração na mucosa do delgado � fígado – 
coração – pulmões - via respiratória alta – deglutição – delgado - verme adulto. Clinica: 1) 
Geralmente assintomático; 2) ou Inespecífica: Dispepsia, dor abdominal, anorexia, diarréia, 
constipação; 3) ou sintomas da migração: colédoco (obstrução colédoco, colangite, abscesso 
hepático, pancreatite); apêndice (apendicite); trompa de Eustáquio (otite média); ânus e boca 
(eliminação); ou 4) na infestação intensa: Sub ou oclusão entérica e Má-absorção. 
Diagnóstico: Ovos nas fezes (parasitológico), eliminação do verme adulto por ânus ou boca, Rx 
simples de abdome (sub-oclusão). Eosinofilia só é proeminente durante a passagem pulmonar. 
Tratamento: Pamoato de pirantel: 11mg / kg / dia máx.: 1g / dia / 3dias. Mebendazol: 100mg / 
2x / dia / 3dias. Albendazol: 400mg / dia / dose única. Levamisol: 80 mg < 7 anos e 150 mg > 7 
anos e adultos 2 doses 7 em 7 dias. Sub-ocluão: Piperazina: 75mg Kg / peso em duas doses / 
7dias. 
 
ii. Oxiúrus ou Enteróbios vermiculares: Características: Verme pino ou Alfinete. 
Semelhante a pequeno fio de algodão (0,5 a 1 cm). Ciclo vital: Duração: 2 a 7semanas. Ovos 
embrionados (viáveis:2-6sem.) região perianal � contamina roupas de cama e íntima, mãos, 
água e alimentos �boca ingestão � liberação da larva e transformação � verme adulto 
(macho e fêmea) � copulação � busca do hábitat (ceco e apêndice) � fixação à mucosa 
pela região cefálica � fêmea repleta-se de ovos (até 10.000/dia) e migra e deposita ovos na 
região perianal e genito-urinária � ovos embrionados infestantes em horas. Clínica: Ileíte, 
tiflite, apendicite. Prurido anal. infecção urinária, vulvo-vaginite, salpingite. Anorexia, insônia, 
irritabilidade. (Reações alérgicas: absorção de produtos dos vermes?). Diagnóstico: Fita 
adesiva anal, visualização na crise de prurido anal noturno. Pouco no parasitológico de fezes. 
Tratamento: Mebendazol: 100mg/2x/dia/3 dias ou albendazol: 400mg/dose única. * Tratar 
toda família ao mesmo tempo para evitar infestação recorrente. 
 
iii. Trichuris trichiura ou tricocéfalos: Características: Verme chicote ou fio: cabeça longa 
e afilada (3 a 5cm). O macho cauda enrolada. Difere dos outros nematodas por não ter 
migração tecidual e habitar o cólon (ceco e ascendente) e não o delgado. Ciclo vital: Ingestão 
� ovo embrionado (3 semanas no solo) (transmissão pessoa-pessoa impossível) �geofagia, 
alimentos, água, mãos, vetores: moscas, animais domésticos �luz do intestino o embrião 
escapa do ovo pelo polo albuminoso� verme adulto� Fixação com a parte afinada intestinao 
grosso alimentando-se de sangue do parasitado. Clínica: Parasitismo é leve é assintomático. 
Nos casos graves Anemia, perda de peso, colite crônica com prolapso retal. Apendicite e 
possibilidade facilitação de invasão bacteriana na mucosa são descritos. Diagnóstico: ovos nas 
fezes. Tratamento: Mebendazol:100mg/2x/dia/3dias. Albendazol: 400mg/dose única. 
 
iv. Ancilostoma duodenale e Necator amiricanus: Características: Verme gancho, 
pequeno (0,7 a 1,1cm). Ocorre em regiões tropicais e subtropicais, população descalça e solo 
contaminado por fezes humanas. É raro em crianças lactentes. Ciclo vital: Fezes com ovos 
fertilizados no solo � em 24 horas larvas rabtitóides � em 3 a 5 dias larvas filarióides � 
pele� ganham linfáticos e vênulas, pulmão, alvéolos , brônquios, traquéia, esôfago, estômago 
e, no jejuno � vermes adultos macho e fêmea fixando-se através do aparelho bucal. Fêmea 
produz 10 a 20 mil ovos/dia. Clínica: Larva: Na pele: dermatite pruriginosa, No pulmão: tosse. 
Verme adulto: Na mucosa do delgado: cólicas, diarréia, anemia microcítica, edema por hipo-
albuminemia, prostração na infestação intensa. Diagnóstico: Ovos nas fezes. Tratamento: 
Mebendazol 100 mg/2x/dia/3 dias. Albendazol 400 mg/1x/dia/3 dias. 
 
 
 
 
 3 
v. Strongyloides stercoralis: Características: Nematoda pequenas dimensões( 0,6 a 2,2 
mm) de regiões tropicais e subtropicais de. Ciclo Vital: Pele�sangue �pulmão�traquéia � 
maturação em intestino delgado proximal �fêmea adulta grávida penetra na mucosa – 
postura de ovos e embrionamento dentro da mucosa�larvas rabtitóides�filarióides na luz do 
inestino. Auto-infestação interna ( cólon distal) ou externa (períneo). No solo pode infestar ou 
transformar-se em macho e fêmea de vida livre e gerar novamente ovos e larvas (ciclo 
esterno).* hiper-infestação: nos imune deprimidos disseminação larvária para vários orgãos 
com bactérias entéricas. Clínica: Infestação leve: assintomática. Dor epigátrica, síndrome de 
má absorção, diarréia protraída. Raramente quadro semelhante a retocolite. Na hiper-
infestação: Colite severa, perfuração entérica, sepse por gram (-), e choque. Diagnóstico: 
larvas: nas fezes, aspirado e biópsia duodenal. Tratamento: tiabendazol: 25 a 50 mg/dia/2 
doses/3 a 5 dias/ máx. 3g/dia 3 ciclos com intervalos de 7 a 10 dias. Albendazol 400 mg/1x/dia 
/3 dias e por 15 dias na Hiperinfecção. Ivermectin (200 microg/kg/dia) por 2 dias. Controle de 
cura: parasitológicos aos 7, 21, 30 do tratamento ou novo tratamento em 30 dias. 
 
c. Helmintos Cestodas: 
i. Hyminolepis nana: Características: Tênia anã (0,5 a 4,5cm). É a Tênia mais comum da 
criança. Habita o delgado. Fixação através do escolex seguem-se os proglotes que 
desprendem-se, desintegram e eliminam-se ovos que são infestantes. Cosmopolita e mais de 
climas quentes. Ciclo Vital: Ingestão do ovo � alimentos, água, mãos contaminadas � 3 a 4 
dias libera o embrião � penetra na mucosa e, transforma-se na larva cisticercóide � volta à 
luz fixando-se a mucosa e torna-se o verme adulto em 2 semanas. *Auto-infestação: pode 
produzir parasitismo intenso. Rato e gato são também hospedeiros naturais. Clínica: só na 
infestação intensa: diarréia, cólicas, e anorexia. Insônia, cefaléia, tontura (absorção de 
produtos tóxicos do parasita?) Diagnóstico: Ovos nas fezes. Tratamento: Praziquantel: 20 a 
25 mg/kg dose única. 
 
3. Deficiências que predispõem a infestação: 
 
a. Rede de água tratada, coleta de esgotos, fiscalização sanitária dos alimentos (contaminação da terra, 
água, e alimentos). 
b. Higiene individual e domicíliar e maus hábitos (Onicofagia, geofagia, alimentação crua) 
c. Atenção primária de saúde, além de aglomerações, migrações, vetores (moscas) e animais 
contaminados (Cão: amebíse, estrongiloidíase, giardíse, criptosporidiose, toxocaríase, hidatidose). 
d. Nutricional e imunológica (Giardia, criptosporídio, ameba, isospora belli). 
 
4. Exame parasitológico das fezes: 
a. Cuidados na coleta: Isolar da urina ou água (destroem os trofozoítos). Não deve haver uso de 
contraste baritado, óleos laxantes por uma semana (Dificulta identificação dos parasitos). Colher várias 
amostras: 3 a 6 com intervalos de 2 a 3 dias. (Vários parasitas tem eliminação intermitente: E. 
histolitica, Tenias e Giardia). 
b. Conservação: O exame a fresco: até 2 horas. Conservar na geladeira: até 48 horas. Fixar a 
amostra: formol 5 -10%. Coletas múltiplas: Meios conservantes: Mif (merthiolate + iodo + formol) Saf 
(Sodio acetato + formol). Faf (Fenol + álcool + formol). 
c. Técnica adequada: Realizar metodologia indicada a cada parasito: Baermann-Moraes: Larvas 
(Estrongilóides). Sedimentação:Ovos pesados (Áscaris e tricocéfalos). Flutuação:Ovos leves e 
cistos(Giárdia,Ameba). 
 
 
5. Apêndice: Esquemas de tratamento: 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
6. Outros enteroparasitas (pouco freqüentes na criança): 
 
a. Nematodas: 
i. Capilária philipinensis: Parasita de peixes e pássaros de água doce. Ocorre 
principalmente na sudeste da Ásia, Filipinas e Tailândia. A infestação se faz por ingestão da 
carne mau cozida. Forma infestante: larvas e como o estrongilóides pode fazer o ciclo 
internamente com infestação maciça. Coloniza o delgado superior. Clínica: dor abdominal, 
diarréia, desnutrição severa, edema. Diagnóstico: ovos, larvas, verme adulto nas fezes e 
aspirado duodenal. Tratamento: albendazol ( 400 mg/1x/dia ) por 10 dias ou mebendazol ( 100 
mg/2x/dia ) por 20 dias. 
 
ii. Trichinella spiralis: Infestação se dá por ingestão de carne de porco mau cozida . Clínica: 
diarréia e dor abdominal alguns dias após ingestão de carne contaminada. Após 1 a 2 semanas 
ocorre febre, edema periorbital, rush eritematoso e mialgia severa que pode durar até 6 
semanas. As complicações incluem: penumonia, miocardite, encefalite. Diagnóstico: Na 
suspeita, elevação de: TGO e CPK e eosinófilos. Confirmação por biópsia de músculo. 
Tratamento: tiabendazol ( 25 mg/k/dia - max 1,5 g ) em 2 doses por 4 dias, dentro das 
primeiras 24 horas após ingestão do alimento. 
 
iii. Anisakis: infestação se faz por ingestão de peixe crú. Doença encontrada no Japão, 
Escandinávia, Costa do Pacífico na América do Sul. A larva adere-se à parede do estômago e 
intestino causando ulceração e ocasionalmente perfuração. Tratamento: remoção cirúrgica ou 
endoscópica. 
 
iv. Oesophagostomun: infecta ruminantes, porcos, primatas e, ocasionalmente o homem. 
Penetra na parede intestinal gerando múltiplos nódulos ao logo do intestino e alguns podem 
originar abscessos para-cólicos de tratamento: cirúrgico. Larva migrans visceral: doença 
provocada pela a ingestão dos ovos do áscaris do gato e cão. A forma larvária dissemina-se 
pelas vísceras pode acometer olhos e produzir cegueira . Clinica: febre, hepatomegalia, 
linfadenopatia. Diagnóstico: hiper-eosinofilia e teste sorológico positivo. Tratamento: 
Albendazol: ( 400 mg/dia ) por 10 dias ou tiabendazol ( 25 mg/kg/dia em 2 doses - max 1,5 g ) 
por 5 a 15 dias. Angiostrogylus costaricensis: O verme adulto que vive nas arteríolas 
mesentéricas ao depositar os ovos na parede entérica determina processo inflamatório que 
envolve ceco, apêndice e íleo terminal. Clinica: Dor em fossa ilíaca direita, febre e anorexia. 
Tratamento: cirúrgico. 
 
v. Ancylostoma caninum: O ancilostoma do cão provoca íleo-colite eosinofílica. 
Diagnóstico: Embora parasita esteja presente em cães em todo o mundo e infectar crianças, 
quadro é pouco mencionado na literatura pois o ancilostoma não produz ovos no homem 
exigindo o encontro do verme adulto durante colonoscopia ou teste sorológico. Tratamento: 
mebendazol ou albendazol doses habituais. 
 
b. Protozoários: 
i. Dientamoeba fragilis: Protozoário flagelado, habitante do intestino grosso e de 
distribuição universal (90% das crianças de 5 anos tem soro positivo indicando contato). 
Clínica: diarréia alta ou colite, dor abdominal, flatulência e perda de peso. A associação com 
oxiuríase não é rara. Tratamento: Metronidazol - 35 a 50 mg/dia - max. 2gr - em 3 doses por 10 
dias.Blastocystis hominis: Protozoário anaeróbio estrito habitante comum do ceco e colons. 
Sua patogenicidade é controversa embora o parasitismo intenso possa produzir sintoma 
semelhantes a dientameba. Tratamento: metronidazol - 35 a 50 mg/dia - max. 2gr - em 3 dose 
por 5 dias. 
 
ii. Balantidium coli: Protozoário ciliado grande ( 50 a 200 micras) de distribuição universal. 
Os suínos são o maior reservatório sendo fazendeiros, pessoas do abate tem maior risco. 
Clinica: dor abdominal, diarréia até colite importante. Diagnóstico: trofozoitos nas fezes. 
Tratamento: Metronidazol - 35 a 50 mg/dia - max. 2gr - em 3 doses por 5 dias. 
 5 
iii. Criptosporidium: Forma infestante: Protozoário que infecta vários mamíferos, animais de 
fazenda e domésticos. Ciclo vital: complexo que envolve a formação de oocistos (4 a 6 micras) 
cheios de esporozoítos infectantes. Pode passar por filtros comuns, e resistir à acidez gástrica. 
Habitat: localizam-se principalmente no bordo apical de toda mucosa (delgado e cólon) 
produzindo atrofia da mucosa em graus variados e moderado processo inflamatório na lâmina 
própria. Além do contato com animais, creches, hospitais e viagens e imune-depressão são 
fatores de risco. É causa rara de diarréia (estima-se 1,5% delas nos países ricos e 6% nos 
países pobres). Clínica: Em nutridos diarréia aguda que se auto-limita. Em desnutridos ou 
imune-deprimidos pode produzir diarréia secretora, cólera símile ou crônica com perda de 
peso; e até infestação sintomática para vias biliares, pulmões, seios da face. Diagnóstico: fezes 
coradas pelo ácidorápido, imuno-fluorescência e ELISA, e biópsia do orgão afetado ou lavado 
brônquico. Tratamento: Permanece problemático. Hospedeiros normais melhoram 
espontaneamente em 1 a 3 semanas, mas os imune-deprimidos podem ter quadro severo com 
necessidade de suporte nutricional e soro venoso. Várias drogas são usadas com efeito 
limitado: metronidazol, sulfonamidas, espiramicina, paramomicina, e azitromicina que parece 
ser a mais promisora. Azitromicina: - 25 mg/kg/dia - em 2 doses por 14 dias. 
 
iv. Sarcocystis, Ciclospora e Isospora belli: Coccídios são intra-celulares obrigatórios 
Sarcocystis: infestação entérica e em músculo esquelético por ingestão de carne de gado e 
porco mau cozida ou assada. Sintomas variam de dor abdominal a obstrução intestinal aguda 
cujo tratamento: é ressecção do segmento entérico acometido pois não há tratamento 
específico. Cyclospora: produz infecção de espectro similar ao criptosporídio. Oocistos maiores 
diferenciáveis pela coloração pelo PAS. Tratamento: sulfametoxazol + trimetoprim. Isospora 
belli: produz diarréia prolongada em imune-deprimido é diferente dos outros pois a eliminação 
dos oocistos nas fezes é escassa dificultando o diagnóstico. A biópsia do jejuno pode ser útil. 
Tratamento: sulfametoxazol + trimetoprim. Microsporídia: Enterocytozoon bienusi e Septata 
intestinalis. São parasitas intra-celulares reportados principalmente em aidéticos que produzem 
doença similar ao criptosporídio. Tratamento: Albendazol parece útil (em tratamento por 4 
semanas). 
 
c. Cestodas: 
i. Diphylobotruim latum, T solim, T. saginata e Hyminilepis nana: Os três 
primeiros a infestação se faz por ingestão de carne crua e o último é fecal-oral. Escolex, 
proglotes, e ovos produzidos nos últimos segmentos são eliminados. D. latum: ingestão de 
peixe crú. Assintomáticos ou carência de vitamina B 12 por competição com hospedeiro. 
Diagnóstico por ovos e proglotes nas fezes. T. solium: infestação entérica por carne de porco 
contaminada por Cisticercus cellulosae mau cozida ou assada. Cisticercose por ingestão de 
ovos viáveis de Taenia solium. T. saginata: infestação entérica por carne bovina contaminada 
por cistecercus bovis. Clínica: assintomáticos a fenômenos gerais como cefaléia, dor 
abdominal, constipação, diarréia, inapetência ou fome intensa. Tratamento: todas as teníases: 
Praziquantel - 20 a 25 mg/kg - em dose única. 
 
d. Trematodas: 
i. Schistossoma mansoni. Esquistossomose é uma das mais importantes devido a alta 
morbi-mortalidade e sua incidência: mais de 200 milhões de doentes no mundo . Existem 5 
espécies. A infecção depende de um caramujo que é o hospedeiro intermediário. Ciclo vital: 
ovos eliminados pelas fezes - liberam os miracídios (forma larvária) - penetram num caramujo 
do gênero Biomphalária - transformam-se em esporocistos - liberam as cercárias - pele 
humana. Clínica: forma inicial sem sintomas ou somente a dermatite cercariana e, após 1 
semana, aparece a forma aguda ( febre, emagrecimento, mialgia, adinamia, tosse, alergias 
cutâneas, hepatoesplenomegalia e diarréia muco-sanguinolenta e eosinofilia ). A colite pode 
demorar meses, ou anos, ocorre com ulcerações e formação de pólipos e massas 
granulomatosas. Forma crônica: em 90% dos casos são assintomáticos e passam a ser 
disseminadores da doença. Os outros podem ter: 1. Forma intestinal (dores abdominais, 
constipação e crises de diarréia com muco e sangue ), e outras Hepatointestinal, 
hepatoesplênica, vasculopulmonar, forma tumoral ou pseudoneoplásia, e forma ectópica. 
Tratamento: Praziquantel - 40 mg/kg em 2 doses- por 1 dia. 
 6 
Apêndice: 
 
Esquemas de tratamento: 
Nome Indicação Rota Dose /dia . Dose: máx. Dias Precauções Efeitos colaterais 
Albendadol 
 
 
 
 
Äscaris, tricocéfalos, 
oxiúrus 
 
 Estrongiloidíase: 
 não complicada 
 Hiperinfestação 
Giardíase 
Capailaráse 
Larva migrans visceral 
Oral 
 
 
Oral 
Oral 
Oral 
Oral 
Oral 
400 mg/ 1x 
 
 
400 mg/1x 
400 mg/1x 
400 mg/1x 
400 mg /1x 
400 mg/1x 
1 
 
 
3 
15 
5 
10 
10 
Tertogênese 
Mutagênese 
< 2 anos 
Doença hepática 
Doença hepática 
Doença hepática 
Como o mebendadol 
(raros na dose única) 
 
 
Mebendazol Ascaridíase 
Tricocefalíase 
Estrongilodíase 
Tricquinose 
Capilaríase 
 
Enterobíase 
Oral 
Oral 
Oral 
Oral 
Oral 
 
Oral 
100 mg/1x 
100 mg/1x 
100 mg/1x 
100 mg/1x 
100 mg/1x 
 
100 mg/1x 
3 
3 
3 
3 
20 
 
1 
 
 
 
 
Doença hepática 
Doença inflamatória 
entérica 
Hipersensibilidade à 
droga 
 
 
 
 
 
Na hipersensibilidade: 
al|opécia, cefaléia, 
neutropenia, desconforto 
abdominal, febre e Rush. 
Tontura. 
Piperazina Ascaridíase 
Sub-Oclusão 
Enterobíase 
Oral 
Oral 
Oral 
75mg/kg -3,5gr/1x 
75mg /Kg-3,5gr/1x 
65 mg /Kg-2,5gr/1x 
2 
7 
7 
 
Não usar junto com 
pyrantel 
Dor – desconforto 
abdominal 
Ataxia. Hpersensibilidade 
Pyrantel Enterobíase 
Ascaridíase 
Estrongiloidíase 
Oral 
Oral 
Oral 
11 mg/Kg/1x- 1gr 
11 mg/Kg/1x-1gr 
11 mg/Kg/1x-1gr 
1 
1 
3 
 
 
Não usar junto com 
piperazina 
Tontura, 
sonelência,cefaléia, 
isônia, desconforto 
entérico, 
hepersensibilidade. 
Pirvínium Enterobíase Oral 5 mg/Kg-350mg/1x 1 
Ivermectin Estrogiloidíase 
Ascaridíase 
Tricocefalíase 
 
 
Oral 
 
 
200microgr/Kg/1x 
 
 
1 
 
 
nenhuma 
 
 
Não registrados ainda 
Tiabendazol Estrongiloidíase 
 Não complicada 
 Hiperinfecção 
capilaríase 
Triquinose(1ª 24 h-
ingestão) 
Larva migrans visceral 
 
Oral 
Oral 
Oral 
Oral 
Oral 
 
25 mg/Kg-1,5gr/2x 
25mg/Kg-1,5gr2x 
25mg/Kg-1,5gr/2x 
25mg/Kg-1,5gr/2x 
25 mg/g-1,5gr/2x 
 
3 
5 _15 
30 
2 – 4 
5 - 15 
Doença hepática, renal. 
Potencializa efeito da 
teofilina 
 
 
 
Metronidazol Amebiase 
 
Balantidíase 
Giardíase 
Oral 
Ou IV 
Oral 
Oral 
 
15mg/Kg-750mg/3x 
15mg/Kg-750mg/3x 
15mg/Kg-750mg/2x 
 
5-10 
5 
5 
Doença hepática, Rush 
com uso concomitane de 
álcool. 
Carcinogênse em ratos. 
 Desonforto entérico, 
gosto metálico, boca 
seca, tontura, urina 
escura, Leucopenia, 
neuropatia periférica, 
convulsões. 
hepersensibilidade 
Secnidazol Giardíase Oral 50 mg/kg/ - 2gr 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
Bibliografia: 
 
 
1. DPDx - CDC Parasitology Diagnostic Web Site - DPDx - Laboratory Identification of 
Parasites. www.dpd.cdc.gov/ 
 
2. Cives - Centro de Informação em Saúde para Viajantes (UFRJ) 
www.cives.ufrj.br/ - Infecões por helmintos e entroprotozoários. 
 
3. Plano nacional de vigilância e controle das enteroparasitoses - bvsms. 
saude.gov.br/bvs/publicacoes/enteroparasitoses. 
 
4. Enteroparasitoses em escolares na periferia de Porto Alegre - 
revistas.ufg.br/index.php/iptsp/article/viewPDFInterstitial/1890/180 
 
5. Prevalência de enteroparasitoses em Concórdia, Santa Catarina, Brasil- Revista Latino 
Americana de Parasitologia. www.scielo.cl/pdf/parasitol/v60n1-2/art14.pdf

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