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Apostila de Construção Civil P1 SUAM 2014.1 CIV0901N 3ª. Feira Bangu 2016 1

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UNISUAM�CONSTRUÇÃO CIVIL – P. 1�PROF. GERALDO MORITZ PICCOLI�1o SEMESTRE 2010�� PAGE �10� de 55 ��
UNISUAM - ENGENHARIA CIVIL E ARQUITETURA
CONSTRUÇÃO CIVIL – EDIÇÃO DE 2014
PROF: GERALDO MORITZ PICCOLI 
PARTE 1
PROGRAMA DA DISCIPLINA
1 – Introdução à Construção Civil
2 – Serviços preliminares
3 – Produção do concreto
4 – Estruturas de concreto 
5 – Estruturas de concreto protendido
6 – Alvenarias
7 – Revestimentos de paredes e tetos
8 – Pisos e pavimentos
9 – Esquadrias
10 – Pintura e acabamentos
11 – Impermeabilização 
12 – Reparos em obras
BIBLIOGRAFIA BÁSICA GERAL
1 – ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland): Mãos à obra pro 1, 2, 3 e 4. São Paulo, Alaúde, 2013. 
2 – ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas): Normas técnicas aplicáveis aos materiais e métodos construtivos citados neste trabalho. 
3 – ABVI. “Manual técnico de Caixilhos/Janelas. São Paulo, Pini, 1991.
4 – ASSED, José Alexandre e ASSED, Paulo Cezar. “Construção Civil – Metodologia Construtiva”. Rio, Livros Técnicos e Científicos Ltda, 1988.
5 - AZEREDO, Breno Alves. “O edifício até a sua cobertura”. São Paulo, Edgard Blücher, 1997(2a edição).
6 - AZEREDO, Breno Alves. “O edifício e seu acabamento”. São Paulo, Edgard Blücher, 1987.
7 - BAUD, G. “Manual da construção”. São Paulo, Hemus.
8 – BORGES, Alberto de Campos. “Prática das pequenas construções”, volumes I e II. São Paulo, Edgard Blücher.
9 - CAMPANTE, E. F. & BAÍA, Luciana L. M. ”Projeto e execução de revestimento cerâmico”. São Paulo, O Nome da Rosa, 2003.
10 - CARDÃO, Celso. “Técnica da construção”, volumes 1 e 2. Belo Horizonte, Edições Arquitetura e Engenharia.
11 – CHING, Francis D.K. Técnicas de construção ilustradas: Porto Alegre, Bookman, 2010.
12 - “Construção passo-a-passo”. São Paulo, Pini, 2009.(*)
13 - IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas. “Parede de vedação em blocos cerâmicos”. São Paulo, 1988.
14 - LORDSLEEM Jr, A. C. “Execução e inspeção de alvenaria racionalizada”. São Paulo, O Nome da Rosa, 2000.
15 - “Manual do Engenheiro”, vários volumes. Porto Alegre, Editora Globo.
16 - PIANCA, João Baptista. “Manual do Construtor”, volumes 1 e 2. Porto Alegre, Editora Globo.
17 – PICCOLI, G.M. “Materiais de Construção I e II”. Notas de aulas na UNISUAM.
18 – Revista “Construção do começo ao fim”(nos. 1 a 5). São Paulo, Casadois, 2003.
19 - SABABATINI, F. H. & BAÍA, Luciana L. M. “Projeto e execução de revestimento de argamassa”. São Paulo, O Nome da Rosa, 2000.
20 - SOUZA, Roberto e MEKBEKIAN, Geraldo. “Qualidade na aquisição de materiais e execução de obras”. São Paulo, Pini, 1996.
21 - UEMOTO, Kai L. “Projeto, execução e inspeção de pinturas”. São Paulo, O Nome da Rosa, 2002. 
22 - YAZIGI, Walid. “A técnica de edificar”. São Paulo, Pini, 2000.
(*) – O livro Construção passo a passo é fartamente ilustrado com fotos. Estas fotos são apresentadas nas aulas em transparências (slides) no Data Show para permitir a visualização dos equipamentos e etapas das técnicas de construção.
1 – INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO CIVIL
– Conceitos iniciais
A Construção Civil é considerada uma indústria. A indústria da Construção Civil produz obras para diversas finalidades. Mais precisamente produz as denominadas obras civis, que estão nos domínios da arquitetura e da engenharia civil. Além das obras civis, a construção pode incorporar as montagens eletromecânicas, que envolvem outras especialidades da engenharia. Por outro lado, itens como as instalações elétricas prediais de baixa tensão, podem estar dentro do contexto tanto da engenharia civil como da engenharia elétrica. 
A Construção Civil é dividida em três áreas, a saber: Construção Pesada, Edificações e Montagem Industrial (incluindo obviamente apenas as obras civis).
A Construção Pesada abrange rodovias, ferrovias, aeroportos, portos, barragens, obras de arte especiais (pontes, viadutos e túneis) e outras obras de porte.
A área de edificação abrange obras habitacionais (casas e edifícios), comerciais, escolas, hospitais, hotéis, “shopping centers” e outras obras de caráter semelhante. Em muitas destas obras, devido às atividades envolvidas, participam somente engenheiros civis e arquitetos. 
Algumas obras industriais de pequeno porte podem também ser consideradas de edificação e algumas das de grande porte, de construção pesada. No entanto, é mais interessante enquadrar estas obras em uma área à parte da construção civil, a montagem industrial. As obras envolvidas são a construção e a montagem das fábricas comosiderúrgicas, refinarias, fábrica de automóveis e outras.
A indústria da construção civil é uma das maiores geradoras de emprego no país e ainda incentiva a produção de outras indústrias que fornecem materiais de construção e unidades pré-montadas, como as indústrias de cimento e de material cerâmico, por exemplo. 
Para a execução das obras civis de um empreendimento, as principais formas de atuação de uma construtora são:
I – Por incorporação.
II – Por empreitada.
III – Por administração.
Nas obras de incorporação, mais aplicáveis às construções de edificações residenciais como casas e edifícios de apartamentos, a construtora incorporadora ou o incorporador (que pode incorporar um grupo para investir na construção) adquire o terreno, constrói a obra e é reembolsada com lucro através do dinheiro da venda das unidades habitacionais.
Nas obras por empreitada, a construtora geralmente é escolhida em concorrência na qual participam outras construtoras.
Nas obras por empreitada, a construtora é contratada para executar a obra, ficando os custos de materiais e de execução por sua conta. A construtora é reembolsada por medições periódicas, geralmente mensais e com base em preços pré-fixados contratualmente. 
São duas as principais formas de empreitada, a saber, empreitada por preço global e a empreitada por preços unitários. Na empreitada por preço global, é fixado um preço para a execução da obra toda e os pagamentos periódicos são efetuados geralmente com base em percentuais de serviços executados. Na empreitada por preço unitário, são fixados os preços para os diversos serviços que compõem a obra e os pagamentos periódicos são efetuados com base nas medições dos quantitativos de serviço executados.
Uma modalidade de empreitada modernamente adotada por alguns contratantes é incluir o projeto como responsabilidade da empreiteira. Neste caso, surgem diferentes alternativas de projeto, o qual, embora dificilmente supere 5 % do custo da obra, influi expressivamente neste custo. 
Nas obras por administração, a construtora é geralmente paga pela soma das despesas que teve com materiais, alocação de equipamentos e mão de obra, majorada de uma taxa de administração. A taxa de administração é um percentual da soma de despesas mencionada.
Nas obras por empreitada e muitas vezes também nas obras por administração, a escolha da construtora é feita através de concorrência, conforme já mencionado. Para clientes privados, o critério de concorrência pode seguir regras variáveis conforme a empresa contratante e cada caso específico, ao contrário de contratantes públicos. Para estes últimos, a concorrência tem que cumprir uma série de rotinas rígidas. Para os contratantes públicos, conforme o custo do empreendimento, tem-se a carta-convite, a tomada de preços e a concorrência pública. A concorrência pública é a modalidade de maior custo do empreendimento, sendo obrigatória a publicação no Diário Oficial, dando liberdade para qualquer construtora participar da concorrência. Na realidade, não é qualquer construtora que pode participar, pois são fixadas exigências para as quais somente as construtoras mais adequadas estão habilitadas. Assim, por exemplo, se a obra é muito grande, exige-se que a empresa construtora tenha um dado capital mínimo, fator que elimina as pequenas empresas.
O documento que diligencia a concorrência e alicitação é o edital. No edital estão os detalhes sobre a obra, os projetos disponíveis, as especificações técnicas e as exigências. Nestas exigências, normalmente fixam-se requisitos para a capacidade financeira (capital da empresa), para a capacidade técnica (atestados que comprovem a execução de obras semelhantes e com volumes mínimos de certos serviços especificados) e idoneidade fiscal (certidões negativas de débitos com o INSS, etc.).
Cada concorrente apresenta sua proposta técnico-comercial, onde é apresentada uma proposta técnica, os preços para a execução da obra e os demais documentos solicitados no edital. As empresas que não atenderem às exigências de capacidade financeira, capacidade técnica e idoneidade fiscal são eliminadas e apenas as propostas das empresas restantes são examinadas, ganhando geralmente a empresa que apresentar o menor preço. Algumas vezes, o preço tem uma dada pontuação e a proposta técnica também. É feita uma ponderação numérica para escolher a empresa vencedora.
Algumas empresas efetuam concorrências apenas entre construtoras de seu cadastro. Para se cadastrar, a construtora tem que cumprir uma série de exigências.
Contratada a construtora, esta deve providenciar a ART (Anotação de responsabilidade técnica) junto ao CREA. O responsável técnico ou os responsáveis técnicos são engenheiros da empresa.
Muitas vezes, para acompanhar o desenvolvimento da obra contratada é constituída a fiscalização. Basicamente, a fiscalização ou fiscal verifica o cumprimento parcial ou total das disposições contratuais. A fiscalização é a própria contratante ou uma pessoa física ou jurídica contratada para tal. As principais tarefas da fiscalização são: controlar a qualidade, controlar os prazos de execução em função do cronograma previsto e liberar as medições de serviço. Com a crescente implantação de sistemas da qualidade, como o da NBR ISO 9001, a tarefa de controle da qualidade fica mais a cargo da construtora, reservando-se à fiscalização, além do controle dos prazos e das medições de serviço, o papel de verificar a eficácia do controle da qualidade da construtora.
O relacionamento formal entre a construtora e a fiscalização inclui atas de reunião, cartas, diário de obras e eventualmente livro de ocorrências (muitas vezes substituído pelo diário de obra). O diário de obras é preenchido diariamente pela construtora, informando o efetivo de pessoal, o efetivo de equipamentos, os serviços realizados e os acontecimentos relevantes. O livro de ocorrência tem folhas numeradas, servindo basicamente para registrar reivindicações, reclamações e ocorrências relevantes, tanto por parte da construtora como parte do fiscal, os quais rubricam as folhas.
Com caráter mais abrangente que a fiscalização, a obra poderá ter uma gerenciadora, da qual a fiscalização é parte integrante. A gerenciadora administra a obra (gerenciamento). A missão da gerenciadora é gerenciar. Gerenciar um empreendimento significa alocar e dirigir eficientemente os recursos humanos, financeiros e técnicos para executá-lo dentro dos objetivos de prazo, custo e qualidade estabelecidos e utilizando mecanismos de controle.
Para a execução da obra, sempre foi muito comum a terceirização de serviços, ou seja, a contratação de outras empresas para a execução destes serviços. A terceirização está cada vez mais intensa na construção civil e atualmente também é prática comum em outras atividades. Com o grande efetivo de pessoal que a construção utiliza e com a reduzida permanência na empresa de grande parte deste pessoal, seria necessário uma estrutura muito grande no departamento de pessoal. Por outro lado, a execução de serviços pouco freqüentes e que requerem máquinas caras, oneraria o custo de construção. Estes fatos mostram algumas das vantagens da terceirização. A terceirização reduz a carga administrativa e trabalhista, reduz a ociosidade, as admissões e as demissões, melhora a qualidade em serviços especializados e dá maior disponibilidade para a empresa cuidar do seu negócio. Mas, com os baixos preços que são praticados para alguns serviços terceirizados, a qualidade pode cair e aumentar as despesas de retrabalho e de manutenção após a entrega da obra.
Na linguagem de obra, as empresas terceirizadas são denominadas de empreiteiros (masculino) ou, apenas quando a construtora executante está atuando por empreitada (sendo ela também por este motivo denominado empreiteiro) ou por administração, as empresas terceirizadas são denominadas de subempreiteiros. Na linguagem da qualidade, são denominadas de subcontratados. Na linguagem pejorativa, as empresas terceirizadas de menor porte são denominadas de “gatinhas”. O nome empreiteira (feminino) é freqüentemente adotado para a própria construtora em contratos de empreitada. O subcontratado pode fornecer materiais, equipamentos e mão de obra, ou apenas um ou dois destes itens. 16/02/2016
Outra figura de destaque na execução de obras é o consultor técnico. Este engenheiro participa da obra esporadicamente, com caráter de apoio ou assessoria técnica, podendo ser contratado da construtora ou da gerenciadora/fiscalização ou até pelo projetista. O consultor é um especialista que sugere soluções de problemas de sua especialidade na obra ou indica alternativas para tópicos específicos.
Outro aspecto característico da construção civil é o desperdício, que pode chegar a 30 % do valor da obra. O desperdício não se mede somente pelo entulho que é retirado da obra, parte do qual proveniente de retrabalho. Deve-se levar em conta também o “entulho que fica”, caracterizado pelo excesso de espessura de pisos e revestimentos para compensar falhas executivas como desalinhamentos, desaprumos e desnivelamentos. Um revestimento de parede de espessura prevista 2 cm pode ficar com 4 cm para compensar estes defeitos. Atualmente observa-se uma redução do desperdício na construção.
A Construção Civil tem sofrido forte retração há alguns poucos anos, principalmente na área de construção pesada. Um dos motivos que desencadeou este processo de retração foi a redução das obras públicas para evitar o aumento do endividamento externo. Por outro lado, o mercado tem exigido preços que reduzem a margem de lucro. A solução para este problema inclui as melhorias da qualidade e da produtividade. Recentemente a Construção Civil voltou a crescer, tendo surgido e surgirão muitas obras.
Atualmente o mercado da construção está muito aquecido levando a aumentar a procura de estudantes pela Engenharia. No entanto, na área de edificações, acredito que o ritmo irá diminuir, até porque o preço dos imóveis quase quadruplicou entre 2007 e 2014. Um imóvel que custava R$ 250.000, 00 em 2007 hoje vale cerca de R$ 900.000,00. 
A qualidade será exposta nos próximos itens. A produtividade é representada pelo quociente entre a produção e as despesas. Por exemplo, em um dado serviço o índice de produtividade pode ser medido em m3/homem hora, onde m3 representa a produção e homem hora a despesa. Para aumentar a produtividade, ou se aumenta a produção ou se reduzem as despesas. Reduzir as despesas com sacrifício da qualidade, como alguns praticam, não é a solução adequada. Uma boa alternativa é conseguir aumentar a produção e reduzir as despesas simultaneamente, porém sem prejuízos da qualidade. Para se atingir este objetivo, deve-se dar maior atenção ao planejamento e racionalizar o trabalho.
A racionalização do trabalho é obtida executando-se ações que visam otimizar o uso dos recursos disponíveis. Na construção civil, a racionalização do trabalho se traduz pela aplicação mais eficaz dos recursos em todas as atividades envolvidas na construção.
Uma interessante metodologia de racionalização do trabalho na construção civil é apresentada em “Método de racionalização do trabalho” de N. Vargas & D. V. Menezes. 
	Para melhor compreender esta metodologia, deve-se entender o conceito de agregar valor. Agregar valor é introduzir transformações e melhorias no produto ou serviço, tornando-o mais próximoda qualidade desejada. O requeijão é obtido do leite através de sucessivas operações que agregam valor. Logicamente o requeijão deve ser mais caro que o leite em igualdade de volume, pois tem valor agregado. Nem sempre a lógica prevalece. O preço pode ser menor que o custo inicial com todos os valores agregados. Um apartamento na linha de tiro entre traficantes serve de exemplo. Não se pode esquecer que quem estabelece o preço é o mercado. A empresa deve ajustar o seu custo a este preço. 	Para construir um edifício a partir de um terreno, vamos agregando valor e cada vez mais se aproximando da qualidade desejada, que é o edifício concluído. Quando a estrutura está pronta, estamos mais próximos da qualidade desejada (edifício concluído) do que quando apenas as fundações estão concluídas. Temos mais valor agregado.
	Cada serviço na obra pode ser dividido em operações, que podem ou não agregar valor à obra. A metodologia classifica estas operações em: operações produtivas e operações não produtivas. 
As operações produtivas agregam valor à obra. Servem de exemplo, o corte do aço nos comprimentos previstos nos desenhos de armação, o lançamento do concreto nas formas e o levantamento de paredes.
As operações não produtivas não agregam valor à obra. Podem ser subdivididas em operações não produtivas necessárias e operações não produtivas desnecessárias. A montagem das formas da laje (as formas são temporárias) e a conferência de prumo dos pilares são exemplos das necessárias e os reparos de serviços com defeitos e as horas paradas de pedreiro aguardando a chegada da argamassa são exemplos das desnecessárias.
A metodologia basicamente sugere que dividamos os serviços em operações e classifiquemos estas operações. Em seguida, tenta-se simplificar e otimizar as operações não produtivas necessárias e eliminar as desnecessárias, com base em observação e planejamento. Como exemplo, para eliminar as horas paradas do pedreiro aguardando argamassa no início de um dia de trabalho, basta o responsável pela betoneira, o guincheiro e o servente começarem o seu trabalho antes do pedreiro. O pedreiro pode chegar mais tarde na obra e sair mais tarde. Chegando mais tarde, já vai encontrar a sua argamassa pronta e não precisa ficar parado, aguardando. Poderá sair mais tarde, pois o acabamento final da argamassa no revestimento da parede requer a espera de algum tempo depois de aplicada a argamassa e não necessita da ajuda dos outros operários citados. 
A construção civil possui um vocabulário nem sempre compreensível pelos leigos, a exemplo de outras áreas como advocacia e medicina. Certos termos pertinentes à construção e utilizados corretamente pelos leigos não são usados pelos profissionais da construção. Exemplo típico são os alicerces, que são a base da edificação onde esta se apóia no terreno. Para os profissionais esta palavra não é usada sendo substituída pela palavra fundações. 
	Alguns termos são usados tanto pelos leigos como pelos profissionais da construção, como: edícula (casa menor agregada a uma casa principal), platibanda (muro na cota da cobertura que esconde o telhado ou contorna o terraço), alpendre (Cobertura saliente de uma só água, ou seja, telhado em plano inclinado único, encostada em uma parede mais alta) e pé direito (distância vertical entre o piso e o teto).
	Outros termos são de uso quase exclusivo dos profissionais da construção, como: empena (parede lateral de uma edificação), empena cega (empena sem janelas), rufo (Peça de acabamento e concordância entre o telhado e a parede), rodameio (semelhante ao rodapé, só que situado no meio ou próximo ao meio do pé direito, sanca ou rodateto (semelhante ao rodapé só que situado no encontro entre o teto e a parede. O termo sanca é mais usado para denominar a peça decorativa que faz a concordância entre o forro de gesso e a parede. Nem todo forro de gesso tem sanca).
	Existem termos de uso exclusivo dos profissionais da construção, porém de utilização predominante dos operários, como: galgar (medir), esquadro (ângulo reto), esquadrejar (propiciar que duas peças façam entre si um ângulo de 90o), tirar ponto (providenciar os pontos de massa, que são referências de espessura feitas geralmente de argamassa em pisos e paredes).
 
1.2 – Qualidade na construção civil 
1.2.1 – Características da indústria da construção civil
As indústrias tradicionais produzem produtos seriados em uma linha de montagem. Na linha de montagem, o produto é trabalhado por máquinas e operários à medida que se movimenta. Ou seja, os produtos são repetitivos e móveis e as máquinas e os operários são fixos.
Na Construção Civil, geralmente não se produz produto seriado. Os produtos são fixos e as máquinas e os operários são móveis. Soma-se a estes fatos, a mentalidade conservadora deste setor, decorrendo resistência às mudanças e às inovações tecnológicas, o grande número de empresas e agentes intervenientes na Construção Civil, o elevado grau de terceirização dos serviços, a reduzida permanência da maior parte dos operários na empresa (mão de obra temporária), o baixo nível de escolaridade dos operários e, não tão raramente, o baixo nível de capacitação de alguns destes operários, a diluição de responsabilidades e o menor grau de precisão requerido, ao contrário de muitas das indústrias tradicionais. Estas características dificultam o controle da Construção Civil. Cada obra é diferente da outra, ou seja, é outro produto, embora possa ter muitos procedimentos executivos iguais aos de outras obras. Em decorrência, implementar sistemas da qualidade como o da norma NBR ISO 9001 é mais difícil que na indústria tradicional. Por outro lado, enquanto a indústria tradicional opera em um lugar fixo, a indústria da construção civil é nômade, hoje faz uma obra aqui e amanhã em outro lugar. 
1.2.2 – Conceito de qualidade
Qualidade é a adequação ao uso, ou seja, um produto ou serviço tem qualidade quando satisfaz as necessidades do usuário. Como estas necessidades variam de usuário para usuário e de uso para uso, deduz-se que um produto ou serviço pode ter qualidade para um uso e não a ter para outro.
Exemplo: Um automóvel BMW pode ter qualidade para um usuário de elevado poder aquisitivo em meio urbano, porém não tem boa qualidade para uso em uma fazenda onde as vias de circulação têm o “greide” muito ondulado, fazendo o carro arrastar o fundo. Neste caso, o ideal é um carro de suspensão mais alta.
A norma NBR ISO 8402 (Gestão da qualidade e garantia da qualidade) assim define qualidade: “Totalidade de características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas e implícitas”.
Para muitos materiais de construção, a ABNT dispõe de normas técnicas tipo especificação que fixam valores limites para as propriedades que traduzem as suas características intrínsecas. Assim, por exemplo, um bloco cerâmico (tijolo) que não atende à norma e não tem as características intrínsecas adequadas. Seu uso, além de dificultar a execução da alvenaria, vai conduzir a um maior consumo de argamassas de assentamento e de revestimento, aumentando o custo. Embora normalmente estes blocos sejam mais baratos que os de qualidade satisfatória, a argamassa a mais que é necessária freqüentemente custa mais cara que a diferença de preço entre o bloco de boa qualidade e o bloco não conforme. A mesma norma fixa resistência à compressão mínima para os blocos de vedação. Blocos que atendem à norma quanto a esta exigência têm a qualidade adequada para alvenaria de vedação quanto a esta característica. Contudo, se forem usados em estrutura, correm o risco de serem esmagados, pois eles têm qualidade para alvenaria de vedação e não para alvenaria estrutural, onde se deve usar outro tipo de bloco, igualmente normalizado pela ABNT. 
A qualidade de um produto não deve se restringir as suas características intrínsecas (propriedades mecânicas, elásticas, físicas e químicas, cor, textura, dimensões, regularidadedimensional, constância de propriedades, propriedades adequadas ao uso, etc.), mas deve ser estendida a outros itens como durabilidade, custo e atendimento.
A durabilidade é caracterizada pela manutenção da qualidade durante o tempo de vida útil desejado.
Não basta o produto ter características intrínsecas de qualidade, se seu custo não satisfaz as necessidades do usuário.
Exemplo 1: Um automóvel BMW não tem boa qualidade no que diz respeito ao custo para um usuário de poder aquisitivo menor.
Exemplo 2: Um apartamento que atende todas as características intrínsecas para um usuário, mesmo que seu preço for acessível para o usuário, não tem boa qualidade no que diz respeito ao custo, quando existirem outros apartamentos de mesmo tamanho, na mesma região e com as demais características intrínsecas igualmente satisfatórias, porém com preço muito menor.
O atendimento é um outro item que deve ser considerado na qualidade. Por exemplo, não basta uma tinta ter todas as características intrínsecas desejadas e preço satisfatório, se ela, além de ter um vendedor mal humorado, é entregue na quantidade errada e muito depois do prazo combinado.
1.2.3 – Qualidade na construção
	A qualidade da construção civil envolve várias etapas, a saber:
	- Qualidade do planejamento e projeto;
	- Qualidade da execução;
	- Qualidade do uso;
	- Qualidade da manutenção.
	A qualidade do projeto é fundamental, pois este fixa requisitos para a próxima etapa, a construção (execução). O projeto deve ter qualidade na alternativa escolhida, que deve ser adequada, tanto considerando os aspectos técnicos como os aspectos econômicos. Não basta cumprir este requisito. O projeto deve ter qualidade também em sua apresentação. Ele deve ser claro e completo, Deve haver também perfeita integração entre os projetos das várias especialidades como arquitetura, estruturas, instalações elétricas, etc.
	A qualidade de uso não depende da construtora, mas esta pode e deve ajudar, elaborando o manual do usuário, que explica como usar a edificação. Usar uma sala prevista como sala de jantar como salão de musculação exemplifica a má qualidade de uso. 	A qualidade de manutenção pode ser exemplificada pela necessidade de vistoria periódica dos elevadores e o refazimento periódico de pinturas. 
A disciplina de Construção Civil complementada com a de Materiais de Construção trata da etapa de execução. Na etapa de execução, a qualidade pode ser definida como o atendimento ao especificado, ou seja, atendimento ao projeto e suas especificações técnicas, às normas técnicas aplicáveis, etc.
Para se obter qualidade na etapa de execução, basta assegurar a qualidade de seis itens começados pela letra “m”, conhecidos como os 6M, a saber:
	- Materiais;
	- Mão de obra;
	- Máquinas;
	- Método;
	- Medida;
	- Meio ambiente. 
Para terem qualidade, os materiais devem atender às especificações e às normas técnicas aplicáveis e serem adequados ao uso previsto.
A mão de obra, para ter qualidade, deve ser capacitada para o serviço e em quantidade adequada.
As máquinas utilizadas têm qualidade quando estão em boas condições de funcionamento e são adequadas ao uso que delas se fará.
O método tem qualidade quando define uma metodologia executiva, empregando materiais, mão de obra e máquinas, que conduza a um serviço que atenda ao projeto, às especificações, às normas técnicas aplicáveis e ao cronograma previsto, dentro das tolerâncias admitidas. Levando em conta a necessária racionalização do trabalho citada anteriormente, é no método onde ela mais deve ser destacada.
Os dois emes finais, medida e meio ambiente, na realidade estão subordinados ao método e às máquinas. Para se obter qualidade na medida, deve-se empregar instrumento devidamente aferido, de precisão adequada ao que vai ser medido e operado por profissional habilitado. As normas de qualidade exigem a aferição dos instrumentos de medição e monitoramento. O meio ambiente tem qualidade, quando as prevenções de acidente são eficazes, a constante limpeza da obra é rotina, são respeitados os vizinhos (não usar os barulhentos vibradores de concreto de madrugada, por exemplo) e as condições de trabalho são adequadas à qualidade do serviço e à saúde dos operários (usar iluminação adequada para serviços noturnos, por exemplo). 
 
– Custo da qualidade
	A qualidade geralmente não aumenta o custo. Pelo contrário, costuma reduzi-lo. A não qualidade é que gera custos de correção e até custos intangíveis como o prejuízo da imagem da empresa. Decorrem perda de confiança dos clientes, a perda de futuros negócios com estes clientes e também com outros clientes, pois a propaganda negativa costuma ser dezenas de vezes mais eficiente que a positiva. Por outro lado, a qualidade não chama muito a atenção. Quem chama muito a atenção é a ausência de qualidade.
	Medidas preventivas para assegurar a qualidade têm um custo. Entretanto, à medida que se investe em medidas preventivas, reduzem-se os custos de correção de defeitos. O custo total é a soma destes dois custos. À medida que se investe em qualidade e medidas preventivas, o custo total, assim como o custo de correção de defeitos diminuem. O custo de correção de defeitos vai cada vez sendo menor, mas o custo total não. Este último diminui até chegar a um valor mínimo. Continuar investindo a partir deste ponto propicia ainda a redução do custo de correção de defeitos, porém o custo total aumenta. Pode-se chegar ao ponto de excelente qualidade, todavia com o custo inviável.
	 Na Construção Civil, a situação ideal é que o custo total seja próximo do valor mínimo mencionado. Na área de energia nuclear, no entanto, o custo total está bem acima deste valor mínimo, ou seja, o custo de prevenção de defeitos é elevado, pois a atividade exige um nível de segurança maior. 
 
1.2.5 – Não-conformidade
	Na linguagem da qualidade, não-conformidade é o não atendimento a um requisito especificado. Por exemplo: quando uma amostra de cimento Portland CPIIE-32, apresentar a resistência à compressão de 29 MPa, aos 28 dias, temos uma não-conformidade, pois a norma NBR 11578 exige o valor mínimo de 32 MPa. Se no projeto de uma laje estão previstos barras de aço CA-50 de diâmetro nominal 20 mm a cada 20 cm e foram colocadas barras CA-50 de diâmetro 16 mm a cada 25 cm, temos uma não-conformidade.
 Toda não-conformidade requer um tratamento. O tratamento inclui disposição e ação corretiva. A disposição é a ação a ser implementada na não-conformidade, de modo a resolvê-la. A ação corretiva é a ação a ser implementada para eliminar as causas da não-conformidade, a fim de evitar a sua repetição. Assim, por exemplo, diversos pilares de uma estrutura apresentaram “bicheiras” na região inferior. A disposição foi o tratamento destes defeitos pelo corte do concreto defeituoso e preenchimento do corte com material adequado. A ação corretiva foi adotar na concretagem uma camada de argamassa de mesmo traço da do concreto, na região inferior dos pilares, evitando-se a repetição das “bicheiras”.
	A disposição resolve o problema onde ele aconteceu, mas não tem nenhuma influência em sua causa e o problema pode se repetir. A ação corretiva tem o mérito de resolver problema em definitivo. Entretanto, o ideal é não acontecer a não-conformidade, eliminando a necessidade da disposição e da ação corretiva. Para evitar a não-conformidade são usadas ações preventivas. As ações preventivas têm o caráter de ações corretivas de não-conformidades potenciais, ou seja, que ainda não existem. Por exemplo, solicitar a colocação de uma embalagem protetora em uma peça que se danifica com facilidade é uma ação preventiva. Nenhuma peça se danificou, mas é bem possível que algumas futuras peças se danifiquem se a embalagem não for adotada. A ação preventiva é a ação implementada para eliminar as causas potenciais de uma possível não-conformidade.
	A disposição recai em uma das seguintes alternativas:
I - Aceito no estado: A não-conformidadenão é corrigida, mas se aceita o produto para o uso originalmente previsto, como no caso do concreto de uma laje não atender à resistência característica especificada em projeto, mas a laje foi liberada pelo calculista, após verificação, pois não tinha a segurança estrutural comprometida, embora tenha sido reduzida a margem de segurança.
II - Aceito com restrições: A não-conformidade não é corrigida, mas limita-se o uso do produto não-conforme, como no caso da reclassificação, exemplificada no fato de aceitar um aço CA-60 não-conforme, mas para ser usado como CA-50.
III - Aceito após reparos: Situação mais comum na Construção Civil, na qual a não-conformidade é corrigida, como no caso de uma parede fora de prumo a partir da sétima fiada. As fiadas a partir da sétima foram removidas e refeitas.
IV – Rejeitado: A não-conformidade não é aceita e o produto é rejeitado, como no caso de uma estrutura na qual a resistência do concreto não atendeu à especificada e a verificação efetuada concluiu pela demolição da estrutura. 
(23/02/2016)
– Custo das não-conformidades
	As não-conformidades representam custos, não apenas os custos de correção, mas também o custo intangível do desgaste da imagem da empresa, conforme salientado anteriormente.
	O custo de correção varia não somente com o volume de serviço envolvido, mas também com a ocasião em que a correção é executada. Falhas no projeto têm o custo de correção menor que o custo da correção de suas conseqüências na etapa de construção. Por vezes, o custo na etapa construção é dezenas e, em alguns casos, centenas de vezes superior. A correção de uma falha executiva de obra tem a sua correção mais barata se executada na própria obra. Se esta correção for executada após a obra ter sido entregue e durante o prazo que a construtora é obrigada a reparar os defeitos de construção, o custo, além de ser maior (o morador não vai querer operário trabalhando enquanto ele não está em casa e vai exigir da construtora um tapete novo, porque o reparo estragou o existente), desgasta a imagem da construtora.
	Os custos de correção aumentam à medida que se muda de etapa da construção (projeto, execução e manutenção).
– Principais não-conformidades nas obras de edificação
	As não-conformidades das obras de edificação para o usuário final são defeitos que fazem a edificação não atender às características esperadas de desempenho.
	Contrariando a expectativa, pesquisa divulgada pelo Secovi-SP (19) constatou que durante os cerca de cinco anos de garantia da construtora após a obra concluída, a incidência de defeitos reclamados é maior até o primeiro ano (cerca de 37 %). Daí em diante a incidência de defeitos vai decrescendo até o quinto ano (cerca de 5 %).
	No trabalho do Secovi-SP (29), resultante do acompanhamento de 54 obras paulistas de edifícios residenciais com 15 andares em média, durante e após construção, foram listadas por ordem as atividades de maior incidência de problemas, obtendo-se:
1o lugar: Instalações hidrosanitárias.
2o lugar: Paredes.
3o lugar: Impermeabilização.
4o lugar: Esquadrias de alumínio.
5o lugar: Esquadrias de madeira.
	Em cada uma destas atividades foram também listados ordenadamente os itens de maior incidência de problemas, obtendo-se;
I – Instalações hidrosanitárias.
1o lugar: Vazamentos em flexíveis e sifões.
2o lugar: Fixação de louças. 
3o lugar: Válvulas de descarga.
4o lugar: Fixação de metais.
5o lugar: Entupimento de ralos.
II - Paredes.
1o lugar: Trincas e fissuras.
2o lugar: Desnivelamento.
3o lugar: Pintura.
4o lugar: Desalinhamento.
5o lugar: Prumo.
III - Impermeabilização.
1o lugar: Vazamento em ralos.
2o lugar: Jardineiras.
3o lugar: Parede do subsolo.
4o lugar: Piscina.
5o lugar: Laje do térreo
IV - Esquadrias de alumínio.
1o lugar: Má vedação.
2o lugar: Trincos e fechaduras.
3o lugar: Desliza com dificuldade.
4o lugar: Vibração.
5o lugar: Fora de esquadro.
V – Esquadrias de madeira. 
1o lugar: Ajuste de portas.
2o lugar: Ferragens.
3o lugar: Qualidade do material.
4o lugar: Vão entre o alizar e a parede.
5o lugar: Deslocamento da folha de porta.
	Para a correção dos defeitos, o custo foi levantado. Se o defeito foi corrigido antes da entrega do apartamento, o custo médio ficou em R$ 46,00. Se o defeito foi corrigido com o cliente instalado no apartamento, o custo médio ficou em R$ 226,40. Ambos os custos são de 1998.
	O custo total da correção das não-conformidades detectadas representou, em média, 2,87 % do custo da obra.
1.2.8 – Sistemas da Qualidade
	Está cada vez mais intensa a implantação de sistemas da qualidade que atendam aos requisitos da norma NBR ISO 9001 nas empresas de diferentes ramos, inclusive na construção civil. Estes sistemas são certificados por empresas nacionais e estrangeiras credenciadas.
	A Caixa Econômica Federal está alavancando a implantação de sistemas da qualidade nas construtoras. Para a construtora obter financiamento de empreendimentos, ela está exigindo a implementação gradual do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, conhecido como PBQP-H. Apenas as construtoras nas quais as auditorias de empresas credenciadas comprovarem o cumprimento gradual dos requisitos do PBQP-H poderão obter o financiamento. Cada vez mais, outros bancos e contratantes estão também exigindo este programa. Existe também uma outra versão do PBQP-H aplicável aos fornecedores de materiais. 
	As exigências do PBQP-H foi elaborado com base na NBR ISO 9001. É a própria norma mencionada adaptada para a construção residencial, com raras modificações. Há programas semelhantes para outras obras de construção civil como o Qualipav para obras rodoviárias e afins. 
Programas como o PBQP-H e o Qualipav têm entre suas intenções a melhoria da qualidade da construção civil.
1.2.9 – Normas de desempenho
	As obras de construção civil deverão obedecer as normas de desempenho recentemente revistas, a NBR 15575, a saber:
I – Requisitos gerais.
II – Requisitos de sistemas estruturais.
III – Requisitos de sistemas de pisos.
IV – Requisitos de sistemas de cobertura.
V – Requisitos de sistemas hidrosanitárias.
1.2.10 – Vistoria em prédios prontos (autovistoria)
	
Desde março de 2013 no Rio é obrigatório fazer vistoria a cada cinco anos dos prédios, por engenheiro ou arquiteto, o qual verificará fachadas, estruturas, instalações, etc, e providenciará um laudo, que inclui reparos necessários. Este laudo deverá também ser encaminhado para a Prefeitura. 
A vistoria será obrigatória nos prédios com área igual ou superior a 1.000 m2 e/ou com três ou mais pavimentos. As residências unifamiliares ou bifamiliares estão isentas desta obrigatoriedade.
No restante do estado do Rio de Janeiro a frequência das vistorias é a cada cinco anos para imóveis com mais de vinte e cinco anos e a cada dez anos para imóveis com menos de vinte e cinco anos.
Esta iniciativa deverá melhorar a qualidade dos prédios prontos e afastará o risco de acientes sérios. A autovistoria deverá ser implantada em outros estados do Brasil também.
1.2.10 – Selos ambientais
	Cada vez mais as novas construções procuram se certificar com selos ambientais e sustentáveis.
	Um dos selos mais conhecidos é o selo verde da certificação LEED (Leadership in Energy and Environment Design) que inclui exigências sobre o uso racional da água, a eficiência energética e a recuperação de materiais e recursos.
	O Brasil está na quarta posição entre os países que possuem o maior número de edificações em processo de certificação LEED (dados do início de 2014).
 
2 - SEVIÇOS PRELI MINARES
2.1 – Considerações iniciais
	Os serviços preliminares são os trabalhos necessários que antecedem ao início da obra, bem como os serviços iniciais da obra que não constituem a construção propriamente dita (como a limpeza do terreno e a instalação dos barracões do escritórioe de outras dependências do canteiro de obras).
2.2 – Projeto
	O projeto é um conjunto de documentos necessários para materializar o empreendimento que se pretende construir. O projeto não é só um conjunto de desenhos. Estes representam apenas a parte gráfica do projeto. Os documentos que constituem o projeto variam conforme cada caso específico. Entre estes documentos, destacam-se as especificações técnicas que descrevem os requisitos para os materiais e os métodos construtivos a serem empregados na obra. Estas especificações não devem descrever como será executada a obra, mas somente devem citar diretrizes. O documento que descreve como será executado um serviço componente da construção é o procedimento de execução, a cargo da construtora e não do projetista. Os procedimentos de execução são exigidos pela NBR ISO 9001 e pelos programas de qualidade como o PBQP-H. Além das especificações técnicas, convém que a obra disponha das normas técnicas da ABNT aplicáveis aos materiais e serviços envolvidos na obra, as normas das concessionárias e de órgãos afins e os catálogos técnicos dos fabricantes dos materiais e equipamentos a serem utilizados. A boa especificação técnica deve induzir a obra a dispor das normas, citando em seu texto que os materiais e os métodos construtivos deverão atender às edições vigentes das normas da ABNT, citando os seus números. Em obras de porte muito reduzido, pode-se admitir a ausência de especificações técnicas em separado. Neste caso, as especificações podem ser transcritas como notas nos próprios desenhos do projeto.
	Entre os demais documentos do projeto pode-se citar as listas de material e o memorial descritivo. Este último indica quais os materiais a usar em cada local de aplicação, identificando estes locais. 
A construção é executada de acordo com o projeto. Deste modo, presume-se que este esteja concluído, aprovado e disponível antes de se iniciar a obra. Entretanto, geralmente no início da obra só se dispõe dos desenhos do projeto básico, quando este existe (projeto completo com o “layout” das unidades componentes da construção, suas dimensões prováveis, etc., o qual permite a elaboração do orçamento da obra), das especificações técnicas, do projeto executivo (projeto completo e detalhado, que permite a construção) das fases iniciais de construção e do projeto legal (desenhos enviados para órgãos competentes para aprovação materializada por carimbo nos próprios desenhos). O projeto executivo vai sendo desenvolvido à medida que a construção progride.
Para coordenar o projeto, as empresas projetistas designam um coordenador de projeto, que através de vários meios como reuniões periódicas com os diversos responsáveis das especialidades envolvidas (arquitetura, estruturas, instalações, montagem eletro-mecânica, etc.) conduz o projeto dentro dos objetivos almejados como prazos, compatibilidade entre as especialidades, etc. Nas obras de edificação é freqüente que o coordenador do projeto seja o autor do projeto de arquitetura.
A obra deve designar um responsável para o controle e a distribuição dos documentos do projeto, de modo a assegurar sua disponibilidade nos locais e nas atividades necessárias e que não sejam utilizadas revisões vencidas de documentos.
2.3 – Licença para construção
2.3.1 – Alvará de construção
	Para a execução das obras é necessária a obtenção prévia da licença para construir (alvará) fornecida pela prefeitura do município onde a obra será executada. Esta legalização é exigida não somente em obras novas, mas também em reformas com acréscimo em edificações existentes.
	Para a legalização da construção, a construtora solicita a licença na prefeitura, anexando, no número de vias especificado, os desenhos de arquitetura (projeto legal de arquitetura) e os demais documentos exigidos (como recibo do pagamento da taxa de legalização, prova de quitação do IPTU, etc.). Para a aprovação da licença, os engenheiros da prefeitura, entre outras atribuições, verificam se o projeto atende o código de obras do município (que estabelece áreas livres mínimas, dimensões mínimas em quartos residenciais, etc.).
	A construtora deve dispor na obra do documento de licença para a construção.
	A licença tem prazo de validade. Caso a obra não esteja concluída neste prazo, a construtora deve solicitar a prorrogação da licença.
	Antes da entrega da obra concluída, convém que a construtora, com apoio da projetista, providencie o “As built” (desenhos de como foi construído) do projeto legal. Nesta fase, a construtora deve solicitar também da prefeitura a vistoria de aprovação materializada no documento “Habite-se”, no caso de obras novas de edificação, ou na “Aceitação”, no caso de reformas, loteamento ou obras comerciais. Neste caso, também são anexados à solicitação, diversos documentos exigidos.
	Infelizmente em nosso país a maioria dos prédios não tem Habite-se.
	Freqüentemente a licença de construção é documento exigido pelas concessionárias para a aprovação dos projetos de instalações e para executar as ligações provisórias na obra.
2.3.2 – Outras licenças
2.3.2.1 – Instalações de gás
	O projeto legal das instalações de gás, deve ter aprovação da concessionária de gás (CEG, no Rio), a qual faz uma série de exigências.
2.3.2.2 – Instalações hidrosanitárias
	Dever-se-á enviar os projetos das instalações hidráulicas (água fria e água quente) e de esgoto (sanitário e de águas pluviais) para a aprovação da concessionária (CEDAE, no Rio).
	Para as instalações de esgoto, deve-se elaborar também o projeto das instalações provisórias (vaso de obra) e encaminhar à concessionária para aprovação, solicitando a ligação provisória de esgoto.
	Para as instalações hidráulicas (água), deve-se providenciar também o cavalete de medição nos padrões da concessionária e solicitar a ligação provisória de água.
	Para as instalações de combate a incêndio, a aprovação deve ser solicitada do Corpo de Bombeiros.
2.3.2.3 – Instalações elétricas
	Solicitar da concessionária a aprovação do projeto de instalações provisórias e a ligação provisória de energia elétrica para uso da obra. Informar também a carga em KVA.
2.3.2.4 – Instalações de telefone
	A obra deve providenciar linhas telefônicas para seu uso. É, talvez, o veículo de comunicação de maior importância na obra, sendo, portanto, indispensável.
	Quanto às instalações de telefone da edificação construída, o projeto deve ser elaborado por empresa credenciada junto à concessionária. 
2.4 – Administração da obra
	
	A obra é executada normalmente por diversos subcontratados, porém a construtora contratante continua sendo a responsável pela execução da obra, com engenheiros responsáveis junto ao CREA e designados na ART. Deste modo e também para o controle das atividades do subcontratado, a construtora deve dispor de equipe lotada na obra.
	O dimensionamento da equipe depende do porte da obra e de suas características, bem como do perfil administrativo da empresa. Em uma obra de porte médio, pode-se dispor de um engenheiro supervisor, um engenheiro residente, um engenheiro de produção, um engenheiro de planejamento, um mestre (ou mestre de obras), vários encarregados e dos operários (dos subcontratados ou da própria construtora). Ainda, para as atividades técnicas, pode se dispor de técnicos, estagiários de engenharia e técnicos de segurança do trabalho. Para apoio administrativo, deve-se dispor de um auxiliar administrativo, de apontadores, de almoxarife e de vigias para a segurança patrimonial.
	O engenheiro supervisor faz a ligação da obra com a alta administração. Não é lotado na obra, efetuando visitas periódicas a mesma. Freqüentemente o engenheiro supervisor tem mais de uma obra sob sua gerência.
	O engenheiro residente é lotado na obra, chefia a equipe, assina e recebe a correspondência e geralmente é um dos responsáveis da obra junto ao CREA, designado na ART.
	O engenheiro de produção é lotado na obra e gerenciaa sua execução com apoio do mestre. Em obras menores ele é o próprio engenheiro residente.
	O engenheiro de planejamento planeja e replaneja a obra, elabora os cronogramas, freqüentemente com apoio de programas de computador, e trata da programação e controle (de prazos).
	O mestre é geralmente um ex-operário e ex-encarregado que chefia todo os operários da construtora lotados na obra. Deve ter grande experiência nas atividades da obra e capacidade de liderança. Tem como principal função executar a obra através de sua equipe e dos subcontratados.
	O mestre tem como subordinados diretos os encarregados que cuidam de um ou mais serviços específicos da obra.
	Os operários propriamente ditos são classificados como oficiais, meio-oficiais e serventes, podendo se dispor também de feitores, os quais desempenham o papel de encarregado em um serviço de menor porte. Os oficiais são operários com qualificação para uma função. Os principais oficiais são os carpinteiros de forma, os carpinteiros de esquadria, os pedreiros (constroem muros e paredes, efetuam o acabamento final do concreto e de pisos e, na ausência de vibradoristas, executam o adensamento vibratório do concreto), os armadores (executam a armação das estruturas de concreto armado), os bombeiros (também denominados encanadores e executam as instalações hidrosanitárias) e os eletricistas. Os meio-oficiais são aprendizes de uma profissão que aguardam uma futura classificação como oficiais. Os serventes auxiliam os oficiais e executam os serviços braçais que não requerem qualificação.
	Os apontadores cuidam principalmente do recebimento e controle do estoque dos materiais. Muitos apontadores desempenham papel de funcionário de departamento de pessoal, controlando o ponto, as faltas e as horas extras dos operários. Outros fazem papel de almoxarife e até de ferramenteiro, controlando o almoxarifado e a ferramentaria da obra.
	O controle de estoques de materiais e de equipamentos é fundamental em uma obra.
	No almoxarifado, os materiais devem ser identificados fisicamente (etiquetas, etc.) por lote e/ou nota fiscal e com a sua situação identificada (liberado para uso, em inspeção ou segregado).
Deve-se dispor de ficha individualizada para cada material (informatizada ou de preenchimento manual), a qual também pode ser usada para equipamentos solicitados da central de equipamentos da empresa (bombas de água, guinchos, etc.).
Nas fichas de materiais deve-se lançar todo o material recebido na obra e todo o material retirado para uso, calculando o saldo de estoque por diferença. Quando o saldo for suficientemente reduzido deve-se pedir mais material, pois este demora algum tempo para chegar na obra e o saldo disponível não deve acabar antes de sua chegada.
Devem ser usadas requisições de material pelos usuários autorizados na obra, nas quais, além da especificação e da quantidade do material, deve indicar o serviço e o local de utilização, de modo a permitir um melhor controle e propiciar a rastreabilidade. Entende-se por rastreabilidade a capacidade de recuperação do histórico, da aplicação ou da localização de um item, material, serviço ou atividade, por meio de identificações registradas. É aconselhável que o serviço e o local de utilização sejam transcritos na ficha do material, facilitando a rastreabilidade. A identificação e a rastreabilidade são itens exigidos pelas normas de qualidade. 
Mostra-se a seguir um exemplo de ficha de material parcialmente preenchida. 
	MATERIAL: Cimento Portland CPIIE-32 marca XXX UNIDADE: sacos com 50 kg
CONSTRUTORA XYZ OBRA: YYYYYY
	
DATA
	
NOTA FISCAL
	
FORNECEDOR
	QUANTIDADE
	
USO PREVISTO
	
	
	
	ENTRADA
	SAÍDA
	SALDO PARCIAL
	SALDO
TOTAL
	
	03/03/2003
	11904
	ABCD
	315
	-
	315
	315
	-
	05/03/2003
	11921
	ABCD
	315
	-
	315
	630
	-
	07/03/2003
	11904
	-
	-
	20
	295
	610
	ARGAMASSA PAR. PAVIMENTO 1(X a Y)
	08/03/2003
	11904
	-
	-
	90
	205
	520
	CONCRETO MAGRO P/ ACESSO A OBRA
	09/03/2003
	11904
	-
	-
	205
	ZERO
	315
	EMPRÉSTIMO OBRA ZZZZ
	09/03/2003
	11921
	-
	-
	45
	270
	270
	EMPRÉSTIMO OBRA ZZZZ
	10/03/2003
	11921
	-
	-
	10
	260
	260
	ARREMATE TUBOS DE ESGOTO
	11/03/2003
	12006
	ABCD
	315
	-
	315
	575
	-
	11/03/2003
	11921
	-
	-
	30
	240
	545
	ARGAM. TÉRMINO PAR. PAVIMENTO 1
2.5 – Canteiro de obra
2.5.1 - Considerações iniciais
	A área onde a obra é executada é denominada de canteiro da obra ou canteiro de obras.
	O canteiro requer uma série de instalações como escritório da administração da obra, caminhos para entrada e saída de materiais e equipamentos, etc. Estas instalações precedem a obra propriamente dita e são comentadas nos itens que se seguem.
	O projeto do canteiro de obras deve prever que as instalações e acessos tenham nenhuma ou um mínimo de interferência com as obras a executar. Deve ser elaborado com base no projeto de arquitetura, estrutura e fundações da obra que irá ser executada, da metodologia executiva que se pretende empregar e dos equipamentos que se pretende alocar. Deve estabelecer integração entre os locais de armazenamento, minimização das distâncias de transporte interno, vias de acesso adequadas e redução das interferências.
 
2.5.2 - Tapumes
Se o canteiro de obras faz limite com logradouro publico é necessário isolá-lo com uma espécie de cerca fechada dispondo de portas para acesso de pessoas e de portão para entrada e saída de materiais e equipamentos.
Este isolamento é feito com o tapume. O tapume geralmente é executado com chapas de aço galvanizado com uma altura de cerca de 3 metros.
No tapume são afixadas as placas exigidas por lei, respeitando-se as dimensões especificadas pela prefeitura. O CREA exige a placa contendo os dados da obra, a construtora e os nomes dos responsáveis (conforme ART) com indicação dos números das carteiras do CREA destes.
2.5.3 - Instalações necessárias 
As instalações necessárias para o bom funcionamento da obra variam com: o tipo de obra, o porte da obra, a localização da obra, o espaço livre disponível e com a metodologia da construtora.
Algumas instalações são obrigatórias e outras são optativas.
As instalações mais comuns são descritas a seguir. Cabe destacar que estas instalações são provisórias e deverão ser demolidas antes do término da obra. Os locais escolhidos para estas instalações devem levar em conta a facilidade de movimentação de materiais e equipamentos. Não devem ser locadas instalações em locais onde se prevê área a construir, exceto se não houver espaço disponível. Neste caso, a instalação é demolida durante o desenvolvimento da obra e transferida para uma área construída.
I - Barracão para o escritório da administração
Geralmente de madeira, o barracão deve incluir salas para os engenheiros e outros funcionários da administração, banheiros e demais dependências necessárias.
II - Cantina
A obra pode dispor de cozinha e sala de refeições para os operários e pessoal da administração.
Na indisponibilidade da cantina com cozinha, deve-se dispor de um local para refeições dos operários, obrigatório por lei.
III - Alojamento
Não é uma instalação obrigatória. Ela é usada em canteiros de obras espaçosos e longe da cidade, servindo para moradia dos operários.
VI - Vestiário
A NR-18 (24) exige a disponibilidade de vestiário para a troca de roupa dos operários, dotado de armários individuais e bancos.
V - Instalações hidrosanitárias
A NR-18 obriga que se disponha de uma vaso sanitário para cada 20 trabalhadores e um chuveiro para cada 10 trabalhadores. Os pisos do chuveiro devem ser de material antiderrapante ou provido de estrados de madeira, com caimento para os ralos.
VI - Bebedouro de água potável
VII - Central de fôrmas (ou central de formas)
A obra pode dispor de uma central de fôrmas que é umaoficina de carpintaria com os equipamentos necessários para a construção das fôrmas para as estruturas de concreto.
Por menor que seja a central, esta deve dispor de serra circular com coifas e dispositivos de proteção adequados.
Na indisponibilidade de espaço para a central de fôrmas, as fôrmas podem ser executadas fora do canteiro por uma central externa ou empresa subcontratada.
VIII - Central de armação 
A obra pode dispor de uma central de armação onde é efetuado o corte, o dobramento e a pré-montagem da armação de estruturas de concreto.
Na ausência da central de armação, pode-se contratar empresas que já entregam o aço cortado e dobrado.
IX - Barracões para subcontratados
Conforme o vulto do serviço do subcontratado, deve-se construir barracão para o encarregado e a guarda de materiais e equipamentos.
X - Central de concreto
Na maioria das obras e em obras de pequeno porte, a central de concreto é dispensável e por vezes anti-econômica. O concreto pode ser adquirido de empresas especializadas (concreteiras) que dispõem de usina (central) e caminhões-betoneira. Em obras maiores e longe de centros urbanos mais populosos a instalação de central de concreto no canteiro é rotineira.
A central de concreto deve dispor de local abrigado para as balanças e equipe de operação, silos de cimento, baias de agregados, pá carregadeira e caminhões-betoneira. 
XI - Oficina de manutenção
A oficina de manutenção é mais comum em obras de grande porte. Na maioria dos casos, a construtora dispõe de uma central de manutenção, cuja equipe presta assistência às diversas obras.
XII - Almoxarifado
Deve-se dispor de local cercado e com controle de acesso para o armazenamento de materiais e equipamentos (ferramentaria). Na ausência de espaço disponível, o almoxarifado utiliza a própria área construída para a guarda dos materiais e equipamentos. Neste caso, deve-se respeitar o limite de carga suportado pela laje.
Alguns materiais, como a areia, podem ser armazenados em local descoberto. Outros, como o cimento e as argamassas industrializadas, requerem local coberto ao abrigo da umidade.
XIII - Laboratório
Se a obra não dispor de um laboratório equipado para os ensaios de rotina dos controles tecnológicos dos solos e do concreto, deve pelo menos dispor de local com piso nivelado para os corpos de prova de concreto, que são ensaiados em laboratório externo.
XIV - Ambulatório
Dependendo da obra, é obrigatório se dispor de enfermaria equipada com materiais para primeiros socorros e a presença de enfermeiro.
XV - Local para o preparo de tubulações
O preparo de tubulações requer tarracha e outros equipamentos que devem ser instalados em local abrigado.
XVI - Betoneiras
Deve - se prever local para instalação de betoneiras necessárias para o preparo de argamassas, bem como áreas próximas para armazenamento temporário dos materiais necessários.
XVII - Circulação da obra
O "layout" do canteiro deve prever caminhos para o trânsito de caminhões com materiais, manobra de caminhões, local para estacionamento de guindastes, caminhões-betoneira e bombas para lançamento do concreto.
XVIII – Elevadores
As obras de edifícios devem dispor de elevadores para materiais e para pessoas. De acordo com a NR-18, os elevadores são obrigatórios para prédios a partir de oito pavimentos. 
Os elevadores de obra podem ser de cremalheira ou de cabos.
Os elevadores para materiais devem ter a cabine parcialmente fechada e o de pessoas, totalmente fechada.
2.6 – Levantamento topográfico
Com freqüência os terrenos não apresentam as medidas indicadas na escritura. É necessário confirmar as dimensões "in situ" com auxílio de topografia.
Neste levantamento é locada a linha norte-sul, as dimensões e o perímetro do imóvel, a identificação das edificações existentes, a presença e locação de árvores, córregos, postes e bocas de lobo (águas pluviais), bem como as cotas de nível do meio-fio. Se necessário, levantam-se as curvas de nível do terreno. Deve-se também transportar o RN existente (referência do nível) para dentro da obra.
2.7 – Estudo geotécnico
Para conhecer a profundidade dos lençóis de água e estimar a capacidade de suporte das diversas camadas do subsolo, necessária para o dimensionamento das fundações, deve-se efetuar a sondagem da área a construir.
Os processos mais utilizados de sondagem são: abertura de poços de inspeção, sondagem à percussão (SPT) e a sondagem rotativa. Pode-se efetuar sondagem com amostradores de maior diâmetro, permitindo a remoção de amostras indeformadas para posterior análise do especialista.
A sondagem a percussão (SPT - "Standard Penetration Test") é o processo mais usual.
A abertura de poços permite observar "in situ" o perfil do subsolo, evidenciando as camadas componentes.
A sondagem rotativa pode ser usada quando a sondagem a percussão não consegue penetrar mais.
A sondagem a percussão é normalizada pela ABNT através da NBR 8036. Esta norma especifica o número mínimo de furos de sondagem em função da área a construir. A capacidade do terreno em resistir às cargas das fundações é estimada em função do número de golpes necessários para a penetração de 15 cm do mostrador. Esta capacidade é dado de entrada para o cálculo das fundações, que admite uma pressão máxima admissível para o subsolo, estimada em função desta capacidade e utilizando coeficiente de segurança adequado (coeficiente de minoração de resistência).
Os resultados da sondagem a percussão devem ser apresentados em documentos que incluem:
Planta de locação dos furos de sondagem
Perfil geotécnico do terreno, identificando o tipo de solo encontrado (areia média, fofa, argila rija, etc.), o nível de água (cota), o número de golpes em cada camada, a espessura e a profundidade das camadas em função do RN da obra.
Na identificação do tipo de solo encontrado importam a dimensão das partículas e o grau de dificuldade da penetração do amostrador.
Quanto ao tamanho das partículas tem-se:
Pedregulho: de 4,8 a 76 mm (acima disto é matacão, bloco ou pedra)
Areia grossa: de 2 a 4,8 mm
Areia média: de 0,42 a 2 mm
Areia fina: até 0,42 mm
Silte: de 0,005 a 0,05 mm
Argila: abaixo de 0,005 mm
A areia pode ser fofa, medianamente compacta e compacta.
As argilas podem ser muito moles, moles, médias, rijas e duras.
Existem ainda a argila arenosa, a turfa, a alteração de rocha, o solo concrecionado (grãos de solo ligados entre si por cimento natural), etc.
2.8 – Demolição
Se na área a construir existem edificações, estas devem ser demolidas, seguindo as diretrizes da norma NBR 5682.
A demolição deve ser realizada por empresa especializada e deve ser planejada e conduzida atendendo aos requisitos de segurança aplicáveis e tendo presente o comportamento da estrutura.
Antes de se iniciar a demolição, deve-se proteger os prédios vizinhos, cortar as linhas de abastecimento de água, esgoto, gás e eletricidade.
A demolição se inicia pela remoção dos vidros e elementos frágeis e os entulhos devem ser molhados para evitar poeira.
2.9 – Vistoria
Quando a construção é executada em centros urbanos, rodeada por edificações existentes, é possível que os serviços de construção provoquem danos nas edificações vizinhas. Assim, por exemplo, a ação do bate-estacas pode ocasionar trincas. As escavações podem provocar recalques.
Deste modo, é indispensável efetuar vistoria nas edificações vizinhas, emitindo relatório que identifiquem problemas pré-existentes, evitando ser apontado como culpado por problemas que já existiam.
Por outro lado, deve-se proteger as edificações vizinhas, sempre que tecnicamente for julgado necessário.
Os danos às edificações vizinhas devem ser reparados por conta da obra.
2.10 – Preparo do terreno 
Antes de se iniciar a obra o terreno de construção deve ser limpo, removendo - se o lixo existente.
O terreno também deve ser capinado (roçado).
Seexistirem árvores e arbustos localizados na área a construir, estes deverão ser removidos, cuidando-se de retirar as raízes e os tocos (destocagem ou destocamento). Hoje, com a importância dispensada ao meio-ambiente, a derrubada de árvores requer autorização prévia do órgão competente da prefeitura.
Durante o preparo do terreno também são executados pequenos serviços de movimento de terra como o corte de montículos e o aterro de cavidades inconvenientes.
2.11 – Locação da obra
A correta locação da obra é fundamental. Aconselha-se que este serviço tenha a participação direta do engenheiro.
A locação da obra só deve ser iniciada após a limpeza do terreno, ou melhor, após o preparo do terreno.
A locação da obra preferencialmente deve ser conduzida com apoio da equipe de topografia.
A locação é iniciada pela topografia, com auxílio de teodolito e distanciômetro, locando os quatro cantos da obra e permitindo definir os alinhamentos limites da obra.
A topografia também transfere o RN (referência de nível) para locais adequados, facilitando as operações na obra, pois a equipe da obra com auxílio de nível a "laser" ou mangueiras de nível, que são mangueiras transparentes de diâmetro geralmente de 1/2", que são cheias de água (preferencialmente colorida) e transferem níveis pelo princípio dos vasos comunicantes (Mesmo nível de água = Mesma cota), usa o RN como ponto de partida.
A materialização das referências de nível é através da pintura de um símbolo (bandeira), cuja aresta superior define a cota.
Geralmente, a locação da obra é executada com o denominado gabarito. O gabarito é construído no contorno da obra. Inicialmente fixam-se no terreno caibros de madeira a cada 2,5 m aproximadamente. O chumbamento dos caibros é feito com concreto, preenchendo - se a cavidade feita na base do caibro até cerca de 40 cm de altura. Nos caibros fixados, são pregadas tábuas a cutelo, rigorosamente horizontais. Nos trechos onde há paredes de construções vizinhas, as tábuas podem ser pregadas diretamente nas paredes, sem necessidade dos caibros.
Na face superior das tábuas do gabarito são fixados pregos 15 X 15 nos pontos de referência (eixos de estacas, eixo de pilares ou face de pilar, etc.). As referências devem ser identificadas por marcação a tinta.
Para a locação das fundações, fixam-se arames nos pregos de referência. Onde dois arames se cruzarem (cruzamento de dois eixos), desce-se o fio de prumo e crava-se um piquete de madeira no solo com um prego no exato local indicado pelo prumo, obtendo - se a locação do elemento desejado.
3 – PRODUÇÃO DO CONCRETO
3.2 – Preparo do concreto
Para o preparo do concreto pode-se empregar mistura manual ou mecânica.
Na mistura manual, onde resultam menores “slump” e resistência, pois a mistura é mais deficiente, convém misturar previamente o cimento e a areia até uniformidade de cor e depois com o agregado graúdo. A seguir vai se lançando a água aos poucos. Esta forma de preparo só deve ser adotada em emergências, para volumes muito pequenos e peças de menor responsabilidade estrutural.
A mistura mecânica é realizada na betoneira, onde o tempo mínimo de mistura pode ser calculado grosseiramente pela expressão:
t = 3n 
 onde “t” é em segundos, “n” é o número mínimo de voltas no tambor para uma boa mistura e “D” o seu diâmetro.
n = 8 para misturadores forçados (eixo vertical)
n = 30 para betoneiras de eixo horizontal
n = 40 para betoneiras basculantes.
O tempo mínimo de mistura pode ser estimado de modo mais simples pela expressão: 
t = K x D, onde (t) é o tempo mínimo de mistura em segundos, (D) o diâmetro do tambor em metros e K um coeficiente igual a: 90 para betoneiras de eixo horizontal, 120 para betoneiras basculantes e 20 para misturadores forçados de eixo vertical.
Com exceção dos misturadores forçados, o tempo de mistura nunca poderá ser inferior a 1 minuto após a colocação de todos os componentes e deve aumentar à medida que o volume da betoneira aumenta, aumentando também para concretos mais secos e concretos de alto desempenho.
A velocidade ótima de mistura (v) é expressa por: v = 
 , onde K varia de 15 a 20.
Pode-se estimar esta velocidade, em rotações por minuto, multiplicando-se o diâmetro do tambor, em metros, por 18 (eixo horizontal), 20 (basculante) ou 15 (eixo vertical).
Quando o concreto é produzido em central de concreto dosadora (não dispõe de betoneiras), a mistura é realizada no caminhão betoneira, cujo eixo é inclinado. A mistura é efetuada em velocidade maior que a usada no transporte, cerca de 19 a 25 rotações por minuto, e o tempo mínimo de mistura deverá ser maior que 4 minutos, devendo-se remisturar o concreto antes da descarga.
Para o concreto massa utilizado em grandes barragens, o concreto é preparado em betoneira na central de concreto (central ou usina misturadora) e transportado para a obra geralmente em caminhões-basculantes, pois este concreto pode utilizar agregados graúdos de dimensão máxima característica superior a 50 mm (geralmente até 100 mm e excepcionalmente 150 mm), inviabilizando o uso de caminhão-betoneira.
Hoje em dia o uso de concreto usinado (preparado em central de concreto/caminhão-betoneira) é cada vez maior. O concreto usinado tem qualidade mais uniforme, dispensa a equipe de preparo do concreto na obra, tem menor consumo de cimento (por ser a resistência de dimensionamento da dosagem menor, em face do menor desvio padrão) e possibilita produtividade muito maior (volume de concreto por unidade de tempo) que o concreto preparado em betoneira estacionária na própria obra com os agregados e a água medidos em volume. Este concreto preparado na obra é admissível para pequenos volumes complementares, quando para evitar uma junta fria em caso de pane da central, ou em pequenas obras como na construção de residências de pequeno porte. A NBR 12655 (16.25) não permite o uso deste tipo de concreto para resistências características (fck) superiores a 15 MPa. Por outro lado, a nova revisão aprovada da NBR 6118 (16.5) está prevendo o uso de fck mínimo de 20 MPa, salvo raras exceções (sem contar o concreto magro de lastro de fundações). Decorre que se seguirmos estas exigências, o uso do concreto não proveniente de central praticamente deixa de ser permitido. Ao contrário do que especifica a norma NBR 12655 (16.25), na prática, como sugestão, pode-se admitir o uso deste tipo de concreto para fck até, no máximo, 25 MPa. 
3.7.7 – Concreto auto-adensável
	O concreto auto-adensável, de utilização cada vez mais frequente, é um concreto fluido de abatimento do tronco de cone superior a 20 cm e capaz de se auto-adensar pelo seu peso próprio. Ele é mais sujeito à segregação e à exsudação, razões pelas quais se deve reduzir o teor de agregado graúdo e incluir aditivos e adições apropriadas, com finalidade também de redução da quantidade de água.
	Sua utilização está presente em muitas situações como em estacas escavadas e estacas barretes, reforços estruturais e até em aplicações de concretos convencionais.
	O concreto auto-adensável já dispõe de norma da ABNT, a NBR 15823 em seis partes.
	A determinação do abatimento do tronco de cone de Abrams (slump) não é um método adequado para medir a consistência do concreto auto-adensável, até porque corre-se o risco do concreto continuar a fluir depois da remoção da forma tronco-cônica. Decorre que este tipo de concreto tem sua consistência determinada por outros métodos previstos e detalhados pela norma NBR 15823 e já começaram a ser utilizados pelas concreteiras, a saber:
I – Espalhamento e tempo de escoamento no cone de Abrams: O ensaio é realizado medindo-se o espalhamento do concreto na placa do ensaio de abatimento do tronco de cone (que é uma placa maior que a utilizada no “slump”). A medida do espalhamento é a média entre dois diâmetros perpendiculares. O tempo de escoamento também é medido e é o tempo decorrido para o concreto passar da marca de 200 mm para a de 500 mm.Quanto maior o espalhamento e quanto menor o tempo de escoamento, mais fluido é o concreto.
II – Determinação da habilidade passante (método do anel J)
III – Determinação da habilidade passante (método da caixa L)
IV – Determinação da viscosidade (método do funil V)
3.3 – Concretagem
3.3.1 - Transporte
O meio de transporte do concreto deverá ser tal que produza o mínimo de segregação e de evaporação da água de amassamento. 
Quando o transporte do concreto na obra é efetuado por bombas, o concreto deverá ter maior teor de argamassa, “slump” mínimo de 80 mm (caso de bombas de pistão) e maior teor de agregado graúdo de menores dimensões (quando o agregado graúdo for uma mescla de pedras 1 e 2) e para o agregado graúdo de maiores dimensões, a dimensão máxima característica deverá ser não maior que a quarta parte do diâmetro da tubulação.
Para o transporte não mecanizado, dentro da obra, dever-se-á usar carrinhos com rodas de pneus, para evitar a segregação, preferencialmente gericas, que reduz o esforço necessário do operário para descarregar.
3.3.2 – Lançamento do concreto 
	A temperatura do concreto, no ato de lançamento, não deve ser inferior a 5oC e a temperatura ambiente não pode ser inferior a 0oC (preferencialmente maior que 4oC), não se iniciando a concretagem se forem previstas temperaturas abaixo de 0oC nas 48 horas seguintes.
	Em climas secos (umidade relativa do ar até 50 %), na presença de ventos fortes, com temperaturas a partir de 35oC, devem-se adotar as medidas necessárias para reduzir a perda de água no concreto durante a concretagem. Temperaturas elevadas, de 35oC a 40oC requerem medidas especiais para diminuir a temperatura do concreto. Não se recomenda que a concretagem inicie se a temperatura ambiente superar 40oC ou com ventos de velocidade acima de 60 m/s. 
O concreto pode ser lançado sobre formas, sobre concreto endurecido, sobre rocha ou solo de fundação, ou ainda, dentro da água (concretagem submersa).
Para ser lançado nas formas, estas devem estar com as dimensões corretas, com as armaduras e os eventuais “inserts” e embutidos posicionados e fixados, suficientemente limpas, estanques e, no caso de serem absorventes, saturadas de água (para evitar absorção da água do concreto) e untadas adequadamente com desmoldante, quando for previsto seu uso.
Quando o concreto for lançado sobre o solo este deverá estar compactado, umedecido, mas não encharcado e sem poças de água. Entre o solo e a estrutura dever-se-á antepor uma camada de concreto magro nivelado de espessura mínima de 5 cm (preparado com agregado graúdo de dimensão máxima característica menor que a terça parte da espessura). Este lastro de concreto, não computado no cálculo estrutural, proverá proteção adicional às armaduras, evitará perdas de concreto, fornecerá apoio rígido e nivelado e impedirá a contaminação do concreto com o solo.
O lançamento do concreto sobre rocha ou concreto endurecido, requererá tratamento prévio destes substratos.
A rocha deve ter suas fissuras colmatadas, suas depressões preenchidas com argamassa ou concreto, ser isenta de materiais soltos e desintegrados e ser também limpa, podendo-se empregar para tanto jatos de areia úmida seguidos de lavagem com jatos de ar e água.
A junta de concretagem deverá ser tratada após suficiente endurecimento do concreto, podendo-se efetuar o apicoamento com ponteiras de aço ou o jateamento para eliminação da nata porosa superficial.
No ato de concretagem sobre a rocha e da retomada de concretagem de encontro à junta, tanto a rocha como as juntas deverão estar limpas, sem partículas soltas e na condição “saturada de água e superfície seca”, obtida por molhagem contínua durante algumas horas antes da concretagem.
Para permitir a perfeita monoliticidade e estanqueidade do concreto nas juntas e sobre a rocha, recomenda-se iniciar a concretagem com uma delgada camada de argamassa (ou concreto muito argamassado e de agregado graúdo diminuto) de traço igual ao da argamassa do concreto a utilizar, lançando-se o concreto sobre a argamassa antes do início da pega desta. No caso de juntas, em algumas situações, convém deixar barras de aço cravadas no concreto anteriormente lançado, servindo de armadura de espera ou arranque para o concreto a ser lançado de encontro à junta.
Na concretagem submersa os processos mais usados são o do tubo “tremie” e concreto com agregado graúdo pré-colocado (a argamassa é posteriormente colocada por injeção).
No processo do tubo “tremie”, utilizado principalmente na concretagem de estacas escavadas e de lamelas de paredes diafragmas, o concreto, com consumo mínimo de cimento de 400 kg/m3, é auto-adensável com abatimento de tronco de cone sempre maior que 170mm (recomendado: 210  30mm) e colocado no tubo que está posicionado na posição vertical, assente no fundo. Para evitar a contaminação do concreto dentro do tubo, este é tamponado no fundo, ou utiliza-se uma bola de borracha colocada no tubo antes de iniciar o lançamento do concreto. A contaminação do concreto durante a concretagem é evitada devido ao fato de não se empregar vibrador para o adensamento (o concreto é auto-adensável). 
Para iniciar a concretagem, levanta-se levemente o tubo “tremie” permitindo a saída da bola (ou aciona-se o destamponamento). À medida que o concreto vai subindo nas formas, a água vai sendo expulsa pela parte superior. A parte superior do concreto (expurgo) está contaminada com água e deve ser posteriormente removida.
O concreto deve ser lançado o mais próximo possível de sua posição final na estrutura em camadas 
 menores que o comprimento da ponta vibrante do vibrador de imersão. Espessuras de 25 a 40 cm são as mais adequadas. Se houver acúmulo inevitável de concreto, o excesso deve ser espalhado, admitindo-se com restrição o uso de vibrador para tanto. Dever-se-á lançar o concreto o mais próximo possível da vertical com queda livre não maior que 2 metros. Alturas maiores requerem tubos para lançamento ou concreto mais argamassados.
NOTA: No caso de concreto massa usado em barragens, estas camadas são denominadas de subcamadas, para diferenciá-las da denominada camada, que representa um lance inteiro correspondente a uma única concretagem.
Para o lançamento, podem ser empregados: o lançamento direto do caminhão-betoneira, ou de “dumper”, ou caçambas sustentadas por gruas ou guindastes, ou gericas e ou até lançamento manual com pás. Poder-se-á usar, ainda, bombas, correias transportadoras e calhas inclinadas. Estas últimas, por provocarem segregação do concreto, deverão terminar com dispositivo que permita a queda vertical do concreto.
No caso da concretagem necessitar ser interrompida, devido às dimensões envolvidas e ao método executivo, ou quando a junta de construção estiver prevista em projeto, ou, ainda, em uma “junta fria” devido a problemas de força maior, recomenda-se:
De acordo com a NBR 14931 (16.33), as juntas devem ser posicionadas onde forem menores os esforços de cisalhamento e preferencialmente normais aos esforços de compressão.
Em reservatórios evitar juntas verticais e as juntas horizontais deverão ser rigorosamente tratadas, pois é nesta região que pode ocorrer mais facilmente vazamentos e lixiviação de cal.
Evitar juntas em locais de tensões tangenciais elevadas.
Nas juntas verticais é obrigatório o uso de formas para assegurar o adensamento do concreto (confinamento). Em alguns casos, pode-se admitir também o uso de tela metálica.
Não usar juntas inclinadas obtidas pelo assentamento natural do concreto. Por não estarem confinadas (saias de subcamadas) não poderão ser adequadamente adensadas e, por esta razão, são de concreto poroso que deverá ser removido antes da retomada da concretagem.
Evitar juntas em lajes. Se forem inevitáveis deverão situar-se nos terços médios ou no meio do vão e preferencialmente consultando o projetista das estruturas.
Em pilares, a junta horizontal superior deverá estar situada na face inferior

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