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Trabalho de parto prematuro

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Revisão
Resumo A prematuridade representa um dos maiores desafios da Obstetrícia 
moderna, sendo a principal causa de morbimortalidade neonatal. Apesar dos avanços nas últimas décadas, sua 
incidência permanece inalterada no Brasil. Além disso, o diagnóstico do trabalho de parto prematuro pode, muitas 
vezes, ser um desafio: nem todas as pacientes com contrações antes de 37 semanas irão evoluir para um parto 
prematuro. A fim de tornar esse diagnóstico mais preciso e elucidar para os obstetras quais são as pacientes que 
realmente apresentam um risco maior para prematuridade, muitos autores têm pesquisado marcadores capazes 
de predizer tal risco. Com o objetivo de diminuir a incidência dos partos prematuros, atualmente buscam-se 
estratégias capazes de prevenir o parto prematuro. A presente revisão discute os principais preditores de risco 
e métodos de prevenção.
Abstract The prematurity represents one of the major challenges in modern 
Obstetrics, and it is the leading cause of neonatal mortality and morbidity. Despite technological advances in 
the past decades, the rate of preterm birth remains the same in Brazil. Moreover, the diagnosis of preterm labor 
can often be a challenge: not all patients with contractions before 37 weeks go on to a premature delivery. To 
make this a more precise diagnosis for obstetricians and to really elucidate which patients have higher risk for 
prematurity, many authors have investigated markers that could predict such risk. In order to reduce the incidence 
of preterm delivery, obstetricians are now looking for strategies to prevent preterm birth. This review discusses 
the most important predictors of risk and the main methods of prevention.
Maíra Teixeira Dória1
Cleverton Cesar Spautz2
Palavras-chave
Prematuridade
Predição
Prevenção
Keywords
Prematurity
Prediction
Prevention
Departamento de Tocoginecologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC/UFPR) – Curitiba (PR), Brasil
1 Médica residente em Tocoginecologia do HC/UFPR – Curitiba (PR), Brasil. 
2 Professor auxiliar do Departamento de Tocoginecologia do HC/UFPR – Curitiba (PR), Brasil.
 Conflito de interesse: não há 
 Endereço para correspondência: Maternidade do Hospital de Clínicas da UFPR – Rua Gal Carneiro, 181 – Centro – CEP: 80060-150 – Curitiba 
(PR), Brasil – E-mail: ccspautz@gmail.com / maira_doria@yahoo.com.br
Trabalho de parto prematuro: 
predição e prevenção
Preterm labor: prediction and prevention
Dória MT, Spautz CC
FEMINA | Setembro 2011 | vol 39 | nº 9444
Introdução
O parto prematuro é definido como o nascimento que ocorre 
antes de 37 semanas de gestação e representa a maior causa de 
morbidade e mortalidade neonatal em todo o mundo1,2 (A). A 
prematuridade é responsável por 75 a 95% dos óbitos neonatais, 
quando excluídas as malformações congênitas1-4 (A), e 50% das 
anormalidades neurológicas2 (A). Recém-natos prematuros têm 
um risco 40 vezes maior de óbito neonatal quando comparados 
com os de termo5 (A). Aqueles que sobrevivem, muitas vezes, 
ficam com sequelas ou são acometidos por complicações associadas 
à prematuridade, tais como: síndrome da membrana hialina, 
retardo no desenvolvimento neurológico, doenças respiratórias 
crônicas, hemorragia intraventricular, enterocolite necrotizante, 
retinopatia da prematuridade, entre outras2,6-8 (A). 
O parto prematuro é provavelmente o maior desafio da 
Obstetrícia moderna, pois, apesar dos avanços tecnológicos, 
sua incidência aumentou de 9 para 12% nos Estados Unidos 
nas últimas duas décadas1,2,6,7 (A). No Brasil, essa taxa tem se 
mantido constante nos últimos anos, com média de 6,6%9 (A). 
Porém, poucos estudos populacionais sobre parto prematuro 
foram realizados até o momento no Brasil, podendo, portanto, 
a incidência ser maior em tal país. 
Foram pesquisados estudos relevantes publicados entre 1984 
e 2011, nos bancos de dados: MEDLINE, PubMed, LILACS, 
SciELO e Biblioteca Cochrane, empregando-se as palavras-chave: 
“trabalho de parto prematuro”, “predição de parto prematuro”, 
“prevenção de trabalho prematuro”, “risco de parto prematuro”, 
“ensaios clínicos” e “metanálises”.
Foram selecionados os artigos publicados em língua inglesa 
e portuguesa, metanálises e revisões, estudos randomizados 
controlados, duplo-cegos e estudos observacionais contendo 
dados sobre os fatores de risco do parto pré-termo, predição e 
prevenção de parto prematuro. 
Foram observados os graus de recomendação e níveis de evi-
dência: (A) estudos observacionais ou experimentais de melhor 
consistência (metanálises ou ensaios clínicos randomizados); (B) 
estudos observacionais ou experimentais de menor consistência 
(outros ensaios clínicos não randomizados ou estudos observacionais 
ou estudos caso-controle); (C) relatos ou séries de casos (estudos não 
controlados); (D) opinião desprovida de avaliação crítica, baseada 
em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais.
Fatores de risco
O trabalho de parto prematuro apresenta fisiologia hetero-
gênea e pode ter etiologias diferentes. Entretanto, alguns fatores 
de risco já estão bem estabelecidos, sendo os principais: história 
anterior de parto prematuro espontâneo, gestações múltiplas e 
sangramento vaginal no segundo trimestre10 (B). O fator de risco 
mais importante é a história de parto prematuro prévio11 (B): o 
risco de um novo evento varia entre 14 e 22%. Após dois partos 
prematuros, o risco é de 28 a 42% e de 67% após três12 (B).
As infecções também representam um fator de risco, em 
especial, a corioamnionite, a pielonefrite e a bacteriúria assinto-
mática. Outros fatores de risco são: etnia negra; idade materna 
abaixo de 16 ou acima de 35 anos; tabagismo; doenças crônicas 
ou agudas maternas; anemia; malformações uterinas; trauma; 
placenta prévia; descolamento prematuro de placenta; retardo 
de crescimento intraútero; uso de drogas, como álcool, cocaína 
e crack e esforço físico intenso6,13 (B).
Predição 
O diagnóstico clínico do trabalho de parto prematuro não 
é preciso na maioria das vezes, sendo que apenas um terço irá 
evoluir para parto em 24 a 48 horas14 (C) e quase 50% das pa-
cientes com contrações uterinas, antes de 37 semanas, acabam 
tendo um parto a termo15 (B). Com o intuito tanto de diminuir 
a incidência de prematuridade como de evitar o internamento 
e as intervenções desnecessárias, tem-se pesquisado marcadores 
para predizer o risco de parto prematuro. Serão discutidos os 
principais marcadores na atualidade.
Indicadores bioquímicos
Diversos mecanismos inflamatórios estão relacionados ao 
trabalho de parto prematuro. Tanto o trabalho de parto a termo 
como o que ocorre antes de 37 semanas estão associados a um 
aumento de marcadores inflamatórios, como TNF-α, IL-1 e 
IL-6 e a uma diminuição da IL-10 (anti-inflamatória)5,16 (A). 
Sadowsky et al.16 (A), em um estudo com macacas, demonstra-
ram que a infusão de IL-1β desencadeava o trabalho de parto 
em 1,1±0,2 dias, em relação a 27,6±1,9 dias após a infusão 
salina. Nesse mesmo estudo, apesar de a infusão de TNF-α 
aumentar a atividade uterina de forma mais importante que 
a infusão salina, apenas dois dos cinco animais entraram em 
trabalho de parto.
Bocking et al.14 (A) confirmaram que há uma elevação na 
concentração sérica do hormônio liberador de corticotropina 
(CRH) em mulheres que entram em trabalho de parto antes de 
37 semanas. Mercer et al.7 (A) também demonstraram médias 
mais elevadas desse hormônio em mulheres em trabalho de parto 
prematuro espontâneo.
Trabalho de parto prematuro: predição e prevenção
FEMINA | Setembro 2011 | vol 39 | nº 9 445
Dos marcadores bioquímicos atuais, a fibronectina fetal é o 
que tem mostradoos melhores resultados em predizer o parto 
prematuro10 (B). A fibronectina é uma glicoproteína produzida 
pelo trofoblasto e está presente no conteúdo vaginal na primeira 
metade da gestação e após a 35ª semana. Entre 22 e 35 semanas, 
só estará presente no conteúdo vaginal caso haja ruptura das 
membranas, trauma, infecção ou isquemia na interface materno-
fetal10,17 (B, A). Em um estudo realizado por Lockwood et al., 
em 199117 (A), 24% das amostras cervicais eram positivas para 
fibronectina antes de 22 semanas de gestação e 34% após 37 
semanas. Entre 21 e 37 semanas, apenas 4% das amostras eram 
positivas. Quando havia ruptura prematura das membranas, 
93,8% apresentavam fibronectina nas amostras. 
O teste da fibronectina tem sido usado em duas situações: 
em pacientes assintomáticas, para identificar aquelas com 
maior risco de parto prematuro; em pacientes com sintomas 
de trabalho de parto, para tentar identificar as que realmente 
evoluirão para o parto.
Em um estudo realizado por Bittar et al.18 (B), com 102 
gestantes assintomáticas com alto risco para parto prematuro, 
a sensibilidade e a especificidade do teste da fibronectina foram 
de 73,68 e 92,18%, respectivamente. O valor preditivo positivo 
foi de 84,84% e o negativo de 85,5%. Outro estudo realizado 
com gestantes assintomáticas evidenciou uma incidência de parto 
prematuro de 1,0% entre as mulheres de baixo risco e de 12,9% 
entre aquelas com fibronectina positiva11 (B). Oliveira et al.19 
(B), ao analisarem gestantes assintomáticas, mas com história 
pregressa de pelo menos um parto prematuro, encontraram 
baixos valores de sensibilidade e valor preditivo positivo para 
parto prematuro antes de 34 e de 37 semanas. Porém, o valor 
preditivo negativo foi alto para ocorrência de parto abaixo de 
34 semanas.
Uma metanálise realizada por Leitich et al.15 (A), com 27 
estudos e 2.812 pacientes, mostrou uma sensibilidade do teste 
da fibronectina de 56% para partos prematuros abaixo de 37 
semanas e 61% para aqueles abaixo de 34 semanas. A especifi-
cidade encontrada foi mais elevada, sendo de 84% para partos 
abaixo de 37 semanas. A fibronectina se mostrou mais eficaz 
nas pacientes que apresentavam sintomas de trabalho de parto 
prematuro, com sensibilidade e especificidade de 89 e 86%, 
respectivamente.
Em relação às gestantes com sintomas de trabalho de parto 
prematuro, Gómez et al.20 (B) analisaram 215 gestantes e ob-
servaram que as pacientes com teste positivo tinham frequência 
significativamente maior de parto prematuro em 48 horas, 7 
dias e 14 dias após a admissão do que aquelas com teste nega-
tivo. Das pacientes com fibronectina vaginal positiva, 19,2% 
evoluíram para parto em 48 horas, enquanto que apenas 4,3% 
daquelas com teste negativo tiveram esse mesmo desfecho em 48 
horas. Da mesma forma, 30,4% das gestantes com teste positivo 
evoluíram para parto antes de 32 semanas, sendo essa incidência 
de 2,6% no caso de um teste negativo. O valor preditivo nega-
tivo foi de 92% para parto abaixo de 35 semanas e o positivo 
de 40%, o que dá suporte à ideia de que a fibronectina tem 
maior importância quando é negativa, identificando pacientes 
de baixo risco para parto prematuro e evitando internamentos 
e intervenções desnecessárias. 
Comprimento do colo uterino
A modificação do colo uterino começa a ocorrer de quatro 
a oito semanas antes do parto. Essa modificação pode ser ava-
liada por meio do ultrassom transvaginal e pela medida do 
comprimento do colo uterino. Atualmente, diversos estudos 
têm mostrado uma associação entre colo uterino curto e risco 
aumentado para parto prematuro.
Em 1996, Iams et al.21 (B) realizaram a medida do com-
primento do colo em 2.915 gestantes e encontraram, com 24 
semanas de gestação, uma média de 34,0±7,8 mm em nulíparas 
e 36,1±8,4 mm para multíparas. Nessa idade gestacional, uma 
medida do colo abaixo do 75º percentil (40 mm) trouxe um 
risco relativo para parto prematuro de 1,98. No caso de medidas 
abaixo do 50º (35 mm), 25º (30 mm) ou 10º (26 mm) percentis, 
os valores de risco relativo para parto prematuro foram de, res-
pectivamente: 2,35; 3,79 e 6,19. Para medidas abaixo de 30, 25 
e 20 mm, o estudo encontrou sensibilidades de 54, 37,3 e 23%, 
respectivamente. Com as seguintes especificidades: 76,3, 92,2 
e 97%. Para uma medida abaixo de 25 mm, o valor preditivo 
positivo foi de 17,8% e o negativo de 97%.
Carvalho et al.22 (B) avaliaram o comprimento do colo uterino 
em dois momentos diferentes: entre a 11ª e a 16ª semana de 
gestação e entre a 23ª e a 24ª semana. No primeiro momento, 
não houve diferença significativa entre a média de comprimento 
das que evoluíram para parto prematuro (abaixo de 33 semanas) 
em relação à das que tiveram parto a termo. Porém, a medida 
entre 23 e 24 semanas mostrou diferença significativa entre os 
grupos (p=0,0001). Nessa fase, uma medida menor que 30 mm 
apresentou sensibilidade de 50%, especificidade de 90,2% e 
valores preditivos positivo e negativo de 19,7 e 97,4%, respec-
tivamente. Para um comprimento de colo abaixo de 20 mm, 
os valores de sensibilidade, especificidade, preditivo positivo e 
negativo foram de: 42,3, 98,9, 64,7 e 97,3%.
Quando estudadas as gestantes com sintomas de trabalho de 
parto prematuro, diversos autores demonstraram que a medida do 
Dória MT, Spautz CC
FEMINA | Setembro 2011 | vol 39 | nº 9446
colo uterino é um importante preditor de parto prematuro20,23,24 (B). 
Para Gomez et al.20 (B), mais da metade (58,3%) das gestantes 
com colo abaixo de 15 mm evoluíram para parto antes de 32 
semanas. Tais autores também evidenciaram um alto valor 
preditivo negativo para a medida do colo, pois nenhuma das 52 
pacientes com comprimento acima de 30 mm evoluíram para 
parto antes de 32 semanas. Portanto, a medida do colo auxilia 
na distinção das gestantes em falso trabalho de parto prematuro, 
o que pode evitar intervenções desnecessárias. Da mesma forma, 
uma gestante com colo curto merece atenção maior, realizando 
testes adicionais (como a fibronectina fetal), utilizando corticoide 
antenatal e realizando medidas preventivas. 
Observa-se que os estudos são heterogêneos em sua metodo-
logia e adotam valores de cut-off diferentes para a medida do colo. 
Schmitz et al.23 (B), em um estudo com 505 gestantes, por meio 
de análise da curva ROC para o comprimento cervical, mostraram 
um valor de 25 mm como o melhor cut-off para predizer parto 
prematuro antes de 35 semanas e em 7 dias dos sintomas.
Associação entre fibronectina e comprimento 
do colo uterino
Os estudos atuais mostram que o uso da medida do colo 
em associação à fibronectina fetal aumenta a sensibilidade em 
predizer o parto prematuro20,23-25 (B). No artigo publicado por 
Gomez et al.20 (B), já citado anteriormente, 36,7% das gestantes 
com queixa de contrações e medida do colo abaixo de 15 mm 
e 19,2% das com contrações e fibronectina fetal positiva evo-
luíram para parto em 48 horas. Quando a medida do colo era 
inferior a 15 mm e o teste da fibronectina era positivo, 48,3% 
das gestantes tinham tal desfecho. Quando a incidência de par-
tos abaixo de 35 semanas era avaliada, essa taxa era de 63,3% 
para as gestantes com colo abaixo de 15 mm, 40,4% para as 
com fibronectina positiva e 81,3% para aquelas com os dois 
preditores presentes.
No estudo de Schmitz et al.23 (B), o teste da fibronectina e 
a medida do colo (abaixo de 30 mm) foram associadas, repre-
sentando um único teste preditor. Os autores encontraram uma 
sensibilidade para parto abaixo de 35 semanas e em 7 dias de 
90 e 100%, respectivamente, com valores preditivos negativos 
de 97 e 100%. Utilizando um cut-offde 15 mm para o com-
primento do colo, a especificidade desse teste foi de 89% para 
parto abaixo de 35 semanas e 87% para parto nos próximos sete 
dias. Para medidas entre 16 e 30 mm, a fibronectina foi mais 
específica do que o comprimento do colo. Portanto, as pacientes 
foram classificadas como de alto risco quando apresentavam uma 
medida do colo menor que 15 mm ou entre 16 e 30 mm com 
teste da fibronectina positivo; e como de baixo risco quando a 
medida do colo era maior que 30 mm ou entre 16 e 30 mm e 
fibronectina negativa.
Iams et al.25 (B) desenvolveram um estudo multicêntrico 
com 1.282 gestantes assintomáticas e história anterior de 
parto prematuro, encontrando taxas muito altas de recorrência 
(64%) quando as gestantes apresentavam fibronectina positiva 
e colo curto (abaixo de 25 mm). As pacientes com teste nega-
tivo e colo acima de 35 mm tiveram uma taxa de recorrência 
de apenas 7%. Também nesse estudo a fibronectina apareceu 
como o fator preditor mais poderoso para parto prematuro. 
Para mulheres com colo acima de 35 mm, a taxa de recorrência 
foi de 7% quando a fibronectina era negativa para 28%, com 
teste positivo. Esses autores também reafirmaram que a maior 
importância dos testes encontra-se quando os mesmos são feitos 
em gestantes com fatores de risco para parto prematuro. No caso 
de gestantes sem história de parto prematuro anterior, o risco 
de um nascimento abaixo de 35 semanas era de 13% quando 
a fibronectina era positiva e 8% quando a medida do colo era 
menor que 25 mm. Em contrapartida, quando havia história de 
parto prematuro anterior, a probabilidade de um novo evento 
era de 40% para aquelas com fibronectina positiva e 30% nas 
com colo curto.
Prevenção
Apesar dos avanços no que diz respeito à predição, pouco 
tem sido estabelecido para a prevenção do parto prematuro. 
Talvez por este apresentar diversas etiologias diferentes, ainda 
não foi demonstrado pela literatura um método eficaz para sua 
prevenção.
Progesterona
Existem dois tipos de progesterona que podem ser utilizados, 
porém nem a melhor formulação nem a dose ideal para cada 
uma foram estabelecidas5,8 (A). Estão disponíveis, portanto, 
a progesterona natural administrada via vaginal e a sintética 
(17-α-hidroxiprogesterona), intramuscular. No miométrio, a 
progesterona bloqueia o efeito estimulante da ocitocina e das 
prostaglandinas e aumenta a resposta α-adrenérgica, que é 
tocolítica.
Da Fonseca et al.4 (A) realizaram, entre 1996 e 2001, 
um estudo randomizado, controlado, duplo-cego, com 142 
gestantes de alto risco (parto prematuro anterior; cerclagem; 
malformação uterina). A progesterona ou o placebo foram 
prescritos de 24 a 34 semanas de gestação. Os resultados mos-
Trabalho de parto prematuro: predição e prevenção
FEMINA | Setembro 2011 | vol 39 | nº 9 447
traram que a progesterona foi eficaz em prevenir a ocorrência 
de parto prematuro (incidência de 28,1% no Grupo Placebo 
e de 13,8% no Grupo da Progesterona). Apesar de não ter 
tido diferença na incidência de trabalho de parto antes de 34 
semanas, demonstrou-se um benefício no uso de β-miméticos 
no tratamento das pacientes do Grupo da Progesterona: 85,7% 
das pacientes deste grupo retardaram seu parto em mais de 
72 horas, enquanto que isso ocorreu em apenas 36,4% das 
gestantes do Grupo Controle/Placebo. O período entre o início 
do trabalho de parto e o parto é extremamente importante 
para a administração do corticoide antenatal.
Meis et al.26 (A) conduziram um estudo randomizado, con-
trolado, duplo-cego, com a 17-α-hidroxiprogesterona (250 mg 
intramuscular por semana a partir de 16 a 20 semanas até a 36ª 
semana de gestação). Um total de 463 gestantes de alto risco 
(história de parto prematuro anterior) foi incluído. Os autores 
evidenciaram uma redução de 42% na incidência de partos 
abaixo de 32 semanas no Grupo da Progesterona. O estudo 
também sugeriu que necessitariam apenas cinco a seis mulheres 
tratadas para prevenir um nascimento antes de 37 semanas da 
gestação. Apesar de não ter sido demonstrada uma redução da 
mortalidade neonatal, houve uma diminuição significativa na 
incidência de algumas complicações, tais como: enterocolite 
necrotizante, hemorragia intraventricular e necessidade de 
suplementação com oxigênio. 
Uma revisão realizada por Dodd e Crowther5 (A) mostra que 
os estudos demonstram uma redução na incidência dos partos 
prematuros abaixo de 34 semanas, tanto quando a progestero-
na é utilizada em pacientes com história de parto prematuro 
anterior, como naquelas com comprimento do colo diminuído. 
Porém, em nenhum dos casos e estudos, demonstrou-se uma 
redução significativa na mortalidade perinatal. É importante 
salientar que o número de recém-natos disponível para análise 
não tem poder suficiente para detectar diferenças confiáveis nos 
marcadores de morbimortalidade neonatais.
Recentemente foi publicado um estudo multicêntrico, 
randomizado, controlado, duplo-cego, realizado por Hassan 
et al.27 (A), quanto ao uso da progesterona natural em gestantes 
com comprimento do colo de 10 a 20 mm. O uso do gel de 
progesterona via vaginal era iniciado entre 20 a 23+6 semanas 
de gestação, assim como o uso do placebo no Grupo Controle, 
e continuava até 36 semanas e 6 dias. Esses autores demons-
traram uma redução de 45% na incidência de partos antes de 
33 semanas no Grupo da Progesterona (8,9 versus 16,1%), com 
número necessário para tratar (NNT) de 14. Esse grupo tam-
bém apresentou incidência significativamente menor de partos 
abaixo de 28 (redução de 50%) e 35 semanas (redução de 38%). 
Quanto aos desfechos perinatais, foi demonstrada uma redução 
na porcentagem de nascidos com menos de 1.500 g (6,4 versus 
13,6%), assim como menor frequência da Síndrome do Distress 
Respiratório e de qualquer evento de morbimortalidade neonatal 
(7,7 versus 13,5%).
Diagnóstico e tratamento das infecções urogenitais
Já está bem estabelecido pela literatura que o tratamento de 
gestantes com bacteriúria assintomática reduz a incidência de 
parto prematuro28 (A). Portanto, o exame de cultura da urina 
deve ser realizado no primeiro trimestre para as gestantes. 
O mesmo não foi comprovado no caso das infecções do trato 
genital. Apesar de Carvalho et al.29 (B) terem demonstrado uma 
incidência três vezes maior de parto prematuro nas pacientes 
com vaginose quando comparadas àquelas sem vaginose bacte-
riana, estudos atuais mostram pequena ou nenhuma redução na 
incidência de partos prematuros ao se tratar essa infecção30-33 (A). 
Carey et al.34 (A) realizaram um estudo randomizado, duplo-cego, 
controlado com 1.953 gestantes com diagnóstico de vaginose 
bacteriana. Esses autores demonstraram não haver uma redução 
do risco de parto prematuro com o tratamento para vaginose 
bacteriana, seja no caso das pacientes de baixo risco como para 
aquelas com história anterior de nascimento antes de 37 semanas. 
As mesmas pacientes foram rastreadas para tricomoníase, e o 
tratamento dessa infecção não demonstrou ser capaz de reduzir 
o risco de parto prematuro35 (A).
Cerclagem
Em mulheres com história compatível com incompetência 
istmocervical, a cerclagem em geral é fortemente recomenda-
da36 (B). Contudo, atualmente, acredita-se que a incompetência 
cervical frequentemente não se mostra como uma entidade 
clínica bem definida, podendo fazer parte de uma complexa 
síndrome que leva ao parto prematuro37 (B). Além disso, existem 
poucos estudos bem conduzidos que demonstram a eficácia da 
cerclagem nesses casos38,39 (A). O único a demonstrar algum 
benefício foi o estudo multicêntrico do Royal College of Obstetrics 
and Gynecology,que foi realizado entre 1981 e 198838 (A). Foram 
incluídas 1.292 gestantes com fatores de riscos diversos, sendo 
que o único grupo que demonstrou redução no risco de parto 
prematuro com a cerclagem foi o das pacientes com história de 
três ou mais perdas fetais no segundo trimestre.
Em relação às gestantes com colo curto ao ultrassom trans-
vaginal, alguns estudos já foram realizados. Owen et al.40 (A) 
desenvolveram um estudo multicêntrico, randomizado, contro-
lado, com gestantes de alto risco (história de parto prematuro 
anterior) e medida do colo inferior a 25 mm. Trezentas e uma 
Dória MT, Spautz CC
FEMINA | Setembro 2011 | vol 39 | nº 9448
gestantes foram randomizadas para serem ou não submetidas à 
cerclagem. Esse estudo não demonstrou benefício significativo 
na realização da cerclagem em prevenir o parto prematuro antes 
de 35 semanas. Porém, quando analisadas apenas as gestantes 
com colo abaixo de 15 mm, a cerclagem foi benéfica.
Em uma metanálise realizada por Berghella et al.41 (A) (4 estudos 
randomizados, somando 552 gestantes), não houve benefício da 
cerclagem quando realizada nas pacientes com colo curto, porém 
sem história prévia de parto prematuro. Entretanto, no caso das 
gestantes com história de parto prematuro, a metanálise mostrou 
benefício da cerclagem tanto para as pacientes com colo menor 
que 15 mm como para aquelas com medidas entre 16 e 24 mm. 
É importante ressaltar que a grande limitação desse estudo está 
no número de pacientes incluídas, o qual não tem poder suficiente 
para algumas aferições. São necessários, portanto, estudos rando-
mizados, controlados com maior número de pacientes.
Conclusão 
O parto prematuro representa um dos maiores desafios da 
atualidade para os obstetras. Apenas o conhecimento de seus 
fatores de risco não reduz a sua incidência, e diversos estudos 
foram realizados nos últimos anos com o objetivo de predizer 
ou prevenir sua ocorrência. 
Em relação às gestantes de alto risco para parto prematuro 
e apresentando sintomas, é indicado pela literatura atual que 
seja feito um rastreio com a medida do comprimento do colo 
por meio do ultrassom transvaginal. Sabendo que as pacientes 
com medida acima de 30 mm apresentam um risco de parto 
prematuro em sete dias ou abaixo de 32 e 35 semanas muito 
pequeno20,23,25 (B), pode-se evitar internamentos e intervenções 
desnecessárias. Para aquelas com medida inferior a 30 mm, 
deve ser realizada a pesquisa da fibronectina fetal na secreção 
cervical. As gestantes com medidas entre 16 e 30 mm e fibro-
nectina negativa também são classificadas como de baixo risco. 
Porém, aquelas com colo menor que 15 mm ou comprimento 
entre 16 e 30 mm, mas fibronectina positiva, apresentam alto 
risco de parto prematuro nas próximas 48 horas, 7 dias e antes 
de 32 semanas20,23,25 (B). Portanto, este subgrupo deve receber 
cuidados especiais: internamento, rastreio de infecções, realização 
de corticoide antenatal e tocolíticos (se necessário).
No que diz respeito às gestantes assintomáticas, porém com 
fatores de risco para parto prematuro (em especial, história anterior 
de parto antes de 37 semanas), indica-se a realização da medida 
do comprimento do colo por meio do ultrassom transvaginal 
entre 22 e 24 semanas11,19,21,22,42 (B). Não se aconselha que seja 
realizado o teste da fibronectina, pois apresenta baixas taxas de 
sensibilidade nesses casos.
O uso da progesterona parece ser benéfico nas pacientes de 
alto risco para parto prematuro, apesar de ainda não haver evi-
dência de diminuição na mortalidade perinatal4,26 (A) – talvez 
por ainda não existirem estudos com número de recém-natos 
com poder suficiente para analisar adequadamente esse desfe-
cho. Ainda mais recomendável é o uso da progesterona para as 
pacientes de alto risco com colo curto27 (A).
A realização de cerclagem nas pacientes de alto risco com com-
primento do colo menor que 25 mm parece trazer algum benefício, 
porém são necessários estudos multicêntricos com número maior de 
pacientes para que seu uso seja definitivamente recomendado.
Desde 1980, a incidência de recém-natos prematuros tem 
aumentado em alguns países ou pouco se modificou em outros, 
apesar dos avanços tecnológicos. Nos últimos anos, estabeleceram-
se novos marcadores de predição e foram publicados estudos mais 
bem conduzidos no que diz respeito ao que pode ser feito para 
prevenir o parto antes de 37 semanas, o que poderá levar, enfim, 
a uma diminuição na incidência de nascimentos prematuros.
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