Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 1 Cinética Reações Homogêneas (RHo) Referências: LEVENSPIEL, Octave. Chemical Reaction Engineering. Third Edition, United States of America, John Wiley & Sons, c1999. (Ou outras edições) [541.124^L576c3] ATKINS, P. W. Physical Chemistry, fifth edition – reprinted 1995, Oxford: Capítulo 25 – The rates of chemical reactions; Capítulo 26 – The kinetics of complex reactions; Capítulo 27 – Molecular reaction dynamics. (Ou outras edições.) SMITH, J. M. Chemical Engineering Kinetics. International Student Edition. Second Edition, Tokyo, McGraw-Hill Kogakusha, LTD, 1970. [541.124 Sm61c2] PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 2 Cinética Reações Homogêneas (RHo) Todos os componentes (reagentes, produtos e catalisadores) encontram-se numa única fase: sólida, líquida ou gasosa (implica uniformidade de T, P e composição) Embora existam várias definições para velocidade de reação, apenas uma é usual no caso das RHo: é a que se baseia na unidade de volume do fluido: dt dP RT 1 dt dc r:então )nRTPV( RT P V n c:gasososistemaPara dt dc rtetanconsVcom, dt dn V 1 r BA BB B BB B B B B B Cinética Reações Homogêneas (RHo) • Variáveis que afetam a velocidade das RHo: – composição dos reagentes (Pi) – T • Não afetam: – geometria do reator; – propriedades das superfícies de contato; – difusão; migração; convecção PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 3 PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 4 Equação da Velocidade em Função da Concentração Tipos de Reação • Quanto ao NÚMERO de equações cinéticas usadas para descrever o desenvolvimento da reação: – Reações Simples ou Isoladas – Reações Múltiplas • Quanto a FORMA das equações cinéticas usadas para descrever o desenvolvimento da reação: – Reações Elementares – Reações Não-Elementares PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 5 • Quanto ao NÚMERO: – Reações Simples ou Isoladas • Uma equação estequiométrica e uma equação de velocidade representam o andamento da reação – Reações Múltiplas • Idem, mais de uma... mais de uma… – Reações em Série: » ARS – Reações em Paralelo: » AR e A S – Reações Complexas: » A + BR e R + BS (paralela competitiva em relação a B e em série em relação a A, R, S) Equação da Velocidade em Função da Concentração Tipos de Reação PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 6 • Quanto a FORMA: 1. Reações Elementares: ocorre numa única etapa • Teoria das Colisões • aA + bB cC tem a velocidade dada por: rA = k.cA a.cB b k é chamada de constante de velocidade e é função da Temperatura Equação da Velocidade em Função da Concentração Tipos de Reação PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 7 Ref.: http://en.wikipedia.org/wiki/ em 01/8/2008. Nem todas as colisões geram produtos: energia de ativação. rA = k.cA a.cB b k: corrige o número de colisões, considerando apenas as colisões que geram produto. Quantas colisões ocorrem por unidade de tempo e volume? PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 8 Refs.: http://en.wikipedia.org/wiki/ Collision_theory http://en.wikipedia.org/wiki/ Kinetic_theory em 18/8/2009. NA = número de Avogadro AB = cross section = área ao redor da molécula onde é possível a colisão entre A e B = a um círculo de raio rAB que é a soma dos raios de A e B. kB = constante de Boltzmann μAB = é a massa reduzida das moléculas que pode, eventualmente, ser substituída pela Massa Molecular, apenas de A. A + B produtos PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 9 Esta massa μ é conhecida por massa reduzida do sistema formado pelas massas m1 e m2. Massa Reduzida: o problema da gravitação de dois corpos em torno do respectivo centro de massa pode formalmente ser convertido em um problema de corpo único - com "massa reduzida" - gravitando em torno de um referencial (inercial) situado onde se encontrava o outro corpo, este último substituído por um campo de força central adequado. Assim, a análise do sistema Terra-Lua pode ser feita a partir de um referencial com origem no centro na Terra desde que à Lua seja atribuída a massa reduzida associada ao sistema Terra-Lua. http://pt.wikipedia.org/wiki/Massa#Massa_reduzida em 06/ago/2010 PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 10 OBSERVAÇÃO: Z[A][B]: é o número de colisões (fração). Z[A][B]: é o número de colisões que gera produto e, portanto, é a velocidade da reação: r = k [A][B]. (fração). Z[A][B] = r = k [A][B] (fração) = Equação de Arrhenius = f (T, ∆G*) Eventualmente, (fração) = (n/NTOT), onde “NTOT ” é o número de componentes do sistema e “n” é o número de componentes que se transforma (reage). PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 11 • Quanto a FORMA: 2. Reações Não-Elementares: não vale a expressão acima • estuda-se a reação através de uma sequência de reações elementares; a existência de espécies intermediárias explica a cinética • Exemplo: )g()g(2)g(2 HBr2BrH Equação da Velocidade em Função da Concentração Tipos de Reação 2 22 Br HBr 2 2/1 BrH1 HBr c c k c.c.k r PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 12 Observação sobre Espécies Intermediárias: • No caso de Reações Heterogêneas (assunto que será abordado na PMT2423) são encontradas as reações de hidrogênio e oxigênio em processos eletroquímicos, que ocorrem sobre uma superfície sólida e condutora (a superfície age como catalisador). Tais reações ocorrem em etapas. A reação: 2H+ + 2e H2 aparentemente simples, apresenta uma complexa sequência de reações elementares para explicar sua cinética. Por curiosidade, consulte a seguinte referência para conhecer os mecanismos propostos e suas etapas: ANTROPOV, L. I. Theoretical Electrochemistry. Trad. de BEKNAZAROV, A. Moscow; Mir, 1972. cap. 19, p. 411-441. (Translated from Russian.) H3O + + e- H2O + Hads H2O + e - OH- + Hads Hads + Hads H2 ou Hads + Hads H2 (ácido) (alcalino) PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 13 Observação sobre Espécies Intermediárias: Reação Heterogênea, não-elementar: O2 + 2H2O + 4e - 4OH- 1. O2 + e O - 2 2. O-2 + H + = HO2 3. HO2 + e = HO - 2 4. HO-2 + H + = H2O2 5. H2O2 + e = OH - + OH 6. OH + e = OH- Referência: SKORCHELLETTI, V. V. Theory of Metal Corrosion. Trad. de KONDOR, R. Jerusalem : Keter Publiching House Jerusalem Ltd. 1976, cap. IV, p. 132-143. (Translated from Russian.) Como no caso dos conceitos de ordem, reação elementar e não-elementar, também a teoria das Espécies Intermediárias/Complexos Ativados é aplicadaàs reações homogêneas e heterogêneas. PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 14 • Molecularidade – número de moléculas envolvidas na etapa que determina a velocidade da reação (1, 2, raramente 3) – numa reação elementar a molecularidade é a soma dos coeficientes estequiométricos – Exemplo: CO + ½ O2 = CO2 A molecularidade não pode ser 1,5 , pois não existe “meia” molécula de O2. Se esta reação for elementar, então a molecularidade vale 3, pois 2CO + O2 = 2CO2 . (No entanto, ela não é elementar. A molecularidade é o número de moléculas da etapa que determina a velocidade da reação.) PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 15 • Ordem da reação (n) aA + bB = cC rA = k.cA m.cB p • n = m + p : ordem da reação • quando m = a e p = b , a molecularidade e a ordem são iguais e a reação é elementar (uma forma de definir reação elementar é dizer que a ordem é igual a molecularidade). • a reação é de ordem m em relação à A • m, n, … podem ser números inteiros, fracionários ou nulos PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 16 Cinética e Equilíbrio • Definições de Equilíbrio – TERMODINÂMICA Clássica: um sistema está em equilíbrio com o meio externo a uma dada T e P se a energia livre do sistema é mínima: GP,T,min. Assim, para ocorrer um deslocamento do equilíbrio é necessário: dGP,T < 0 – MECÂNICA (Termodinâmica) ESTATÍSTICA: o equilíbrio é um estado do sistema caracterizado pelo maior número possível de configurações moleculares / energéticas que podem ser consideradas idênticas (não mudam o estado do sistema). – CINÉTICA: o sistema está em equilíbrio quando a velocidade da reação global é nula. As velocidades das reações direta(s) e inversa(s) são iguais. PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 17 • Estes critérios dependem respectivamente de: – energia – probabilidade – velocidade São enunciados diferentes de um mesmo teorema. • Consequência: existe uma relação entre: K e as constantes kdireta e kinversa Cinética e Equilíbrio PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 18 Cinética e Equilíbrio: Relação K, kDireta e kInversa aparente)(constante cb B a A d D c C b B a A d D c C K c.c c.c a.a a.a K dDcCbBaA :BarelaçãoemreaçãodaVelocidade Inversa Direta b B a A d D c C B k k c.c c.c 0r:equilíbrioNo Inversa Direta b B a A d D c C k kK c.c c.c Obs: As reações homogêneas ocorrem em sistemas gasosos ou líquidos, diluídos, normalmente valendo a Lei de Henry. Por isso, sendo adotada a escala de atividade henryana, a concentração é a própria atividade, o que torna = 1. d D c CInversa b B a ADiretaB c.c.kc.c.kr PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 19 Cinética e Equilíbrio: Relação K, kDireta e kInversa Observações: 1. Termodinâmica: leis universais, previsão teórica; objetivo: determinar K. 2. Cinética: postulados, fato aceito sem demonstração teórica; leis empíricas; objetivo: determinar k. 3. Não tem sentido analisar a cinética se a análise termodinâmica indicar inviabilidade da transformação do sistema. PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 20 Reação de Primeira Ordem t.kexp.cc c.k dt dc dt.V dn r produtoA A o AA A AA A • PoA(g) = 173,5 mmHg • kA = 0,019 min -1 t.kexp.PP RT P V n c A o AA AA A 0 20 40 60 80 100 120 0 50 100 150 200 250 300 350 tempo (min) Pr es sã o de A (m m H g) PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 21 t.kexp.PP produtoA A o AA Equilíbrio: se o equilíbrio ocorre, p. ex., para PA = 40 mmHg, então o gráfico só tem sentido até esse ponto! • PoA(g) = 173,5 mmHg • kA = 0,019 min -1 0 20 40 60 80 100 120 0 50 100 150 200 250 300 350 tempo (min) Pr es sã o de A (m m H g) Reação de Primeira Ordem PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 22 • Tempo de meia-vida – é o tempo para consumo da metade da quantidade inicial de reagente – para a reação de primeira ordem: A 2/1 t 0 2 c c A A A A A k 693,0 t dt.k c dc c.k dt dc r produtoA 2/1 o A o A Meia-vida de isótopos http://www.chemistryexplained.com/Pr-Ro/Reaction-Rates.html 13/ago/2012 PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 23 Half-lives of Some Radioactive Isotopes Radionuclide Half-life (Days) Radionuclide Half-life (Days) 3H 4.50 × 10 3 90Sr 1.00 × 10 4 14C 2.09 × 10 6 99Mo 2.79 32P 14.3 99mTc 0.250 35S 87.1 99Tc 7.70 × 10 6 42K 0.52 109Pd 0.570 45Ca 16.4 111In 2.81 47Ca 4.90 129I 6.30 × 10 9 59Fe 45.1 131I 8.00 57Co 270 135I 0.280 72Ga 0.59 207T1 3.33 × 10 −3 58mCo 0.38 207Bi 1.53 × 10 −3 58Co 72.0 226Ra 5.84 × 10 5 60Co 1.9 × 10 3 235U 2.60 × 10 11 64Cu 0.538 236U 8.72 × 10 −5 67Cu 2.58 PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 24 • Fração Convertida: XA – A função XA explica-se pelo próprio nome: por se tratar de fração, é um número de 0 a 1, e por ser convertida, refere-se à quantidade de reagente consumido até o tempo t : A 0 AA A 0 AA0 A A 0 A A X1ccVpelodividindoendomultiplica X1nn n nn X t c k X 0 A A – Para ordem zero, tem-se: cA = cA 0 – kt – Igualando as duas expressões, tem-se: PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 25 A integração para a cinética de ordem zero (e também para outras ordens) pode ser feita em função de cA ou XA. Geralmente, em função de XA a integração é um pouco mais complicada, por isso, procura-se fazer a integração para cA e substituí-se cA por XA na equação integrada. Recomenda-se fazer como exercício. PMT2306 - Físico-Química para Metalurgia e Materiais II - Neusa Alonso-Falleiros 26 • Fração Convertida: XA – PARA REAÇÃO DE ORDEM ZERO! t c k X 0 A A Para: PA o = 173,5 mmHg k = 19 h-1 Para t = 1 h k/cA o = XA Notar que o valor máximo de XA é 1 e que: 0 Ac k tg 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tempo (h) Fr aç ão C on ve rt id a (X A ) método para determinar k !! 0 Ac k tg
Compartilhar