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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES aula I

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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
1. CONCEITO
Obrigare – “ob + ligatio”;
Institutas romanas: vínculo jurídico que adstringe necessariamente a alguém, para solver alguma coisa, em consonância com o Direito.
“ relação jurídica transitória, estabelecendo vínculos jurídicos entre duas diferentes partes (denominadas credor e devedor, respectivamente), cujo objeto é uma prestação pessoal, positiva ou negativa, garantindo o cumprimento, sob pena de coerção judicial”.
Principais caracteres:
Caráter transeunte;
Vínculo jurídico;
Caráter patrimonial;
Prestação positiva ou negativa.
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Nesses primitivos tempos pré-romanos, a hostilidade e a desconfiança entre os belicosos grupos tribais europeus impediu e desestimulou o aparecimento de um Direito Obrigacional.
Faltava a esses grupos humanos o necessário discernimento para entender o que fossem direitos individuais ou direitos obrigacionais.
Com o passar do tempo, porém, e o aumento das populações, surgiu a necessidade da cooperação intertribal, forçando as comunidades a se aproximarem. O intercâmbio comercial sobrepujou as disputas territoriais. 
No período mais antigo da república romana, as leis eram mantidas em segredo pelos pontífices e representantes das classes abastadas (patrícios) e aplicadas com cruel severidade, principalmente contra os plebeus. Em 462 a.C., um tribuno da plebe, Gaius Terentilius Harsa, tirando proveito da ausência dos nobres, empenhados na guerra, pressionou o Senado para que este codificasse as leis, eliminando a incerteza e a injustiça. 
A agitação causada por Terentílio deu resultado e os nobres do Senado, a contragosto, finalmente aprovaram, em 449 a.C., a Lei das Doze Tábuas, que seria o substrato futuro de todo o Direito Romano.
Ao tempo da Lei das XII Tábuas, o devedor respondia com o próprio corpo pelo cumprimento de sua obrigação. O vínculo que unia o credor ao devedor era pessoal, sem qualquer sujeição ao patrimônio do devedor, sendo que, por estar o devedor vinculado à obrigação com seu próprio corpo, o credor tinha direito sobre seu cadáver.
Uma vez estabelecido o compromisso obrigacional, o credor (tradens) tinha poder físico sobre a pessoa do devedor (nexum), o que lhe possibilitava, em caso de inadimplemento, exercer a manus iniectio, isto é, reduzir o obrigado à condição de escravo. Havendo lançado mão da pessoa do devedor e depois de o haverem oferecido em venda por três dias no mercado, os credores podiam levá-lo para além do Rio Tibre e, num concurso creditório macabro, cortá-lo em pedaços, distribuindo entre si os despojos.
Os vastos latifúndios da aristocracia romana exigiam grande número de escravos.
As dívidas dos plebeus os forçavam a venderem a si mesmos como escravos.
A revolta provocada por essa situação provocou séria luta de classes até que, em 326 a.C., a lex Poetilia Papiria (“Lei de Petilio”) libertou todos os devedores escravizados e proscreveu a venda ou matança dos endividados incapazes de honrar seus débitos.
Com o advento da Lex Poetilia Papiria, o devedor passou a ser responsabilizado por suas obrigações exclusivamente com seu patrimônio.
No Código Napoleônico de 1804, o caráter pessoal da obrigação tão presente na noção romana é suplantado pela impessoalidade da obrigação. NO Brasil, o Código Civil de 1916 foi profundamente influenciado pelo ideário liberal do código napoleônico.
 Com o Código de 2002, foram postos em choque os princípios liberais que informavam o CCB de 1916 com o constante intervencionismo do Estado (dirigismo contratual) e a publicização do Direito Privado característicos de nosso tempo.
A despatrimonialização do Direito das Obrigações e a superação do estrito formalismo e positivismo, que marcaram o Código Civil de 1916, podem ser vistos na consagração do princípio ético da boa-fé objetiva ( arts. 113 e 421, CC), na condenação irrestrita ao abuso do direito (art. 884, CC), na possibilidade de resolução contratual pela alteração de anormal de circunstâncias vigentes ao tempo de sua celebração pela onerosidade excessiva (art. 478, CC).
De acordo com Rosenvald: “Credor e devedor são idênticos titulares de direitos fundamentais e, portanto, devem visualizar, um no outro, deveres de proteção, cooperação e informação, preservando-se o princípio constitucional da solidariedade (art. 3º, I, CF) e, em última instância, o núcleo da dignidade da pessoa humana”.
3. DIREITOS PESSOAIS E REAIS
Os direitos reais (ius in re) incidem diretamente sobre uma coisa ao passo que o direito obrigacional (jus ad rem), tem por objeto uma determinada prestação. Ambos têm, como se pode antever, um caráter patrimonial inerente.
No quadro esquemático a seguir pode-se visualizar algumas das principais distinções:

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