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1 Prof. Marcio R. G. de Vazzi INSTITUTO EDUCACIONAL DE MONTE ALTO Faculdade de Monte Alto MARCIO ROBERTO GONÇALVES DE VAZZI ORGANIZAÇÃO DE SISTEMAS E MÉTODOS Monte Alto, SP 2013 2 Prof. Marcio R. G. de Vazzi INSTITUTO EDUCACIONAL DE MONTE ALTO Faculdade de Monte Alto MARCIO ROBERTO GONÇALVES DE VAZZI ORGANIZAÇÃO DE SISTEMAS E MÉTODOS Informações sobre este material Professor: Marcio Roberto Gonçalves de Vazzi Curso: Administração de Empresas Disciplina: Organização de Sistemas e Métodos Período: 5º Período Semestre/Ano: 01/2013 Datas: Criação: 16/10/2009 - Tempo Total de edição 64:12:04 - Última alteração 18/02/2013 Nº de páginas: 105 Versão: 2.1.1 Monte Alto, SP 2013 3 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Lista de Ilustrações Imagem 1 – Estrutura Linha e Assessoria .................................................................... 15 Esquema 1 – Componentes e Fluxo dos Sistemas ........................................................ 18 Esquema 2 – Ambiente dos Sistemas........................................................................... 20 Esquema 3 – Habilidades segundo Chiavenato ............................................................ 23 Esquema 4 – Habilidades do Administrador ................................................................ 23 Esquema 5 – Funções do Administrador ...................................................................... 25 Imagem 2 – Autoridade hierárquica............................................................................. 29 Imagem 3 – Autoridade Funcional .............................................................................. 29 Imagem 4 – Estrutura Organizacional ......................................................................... 30 Tabela 1 – Principais Simbologias utilizadas em Fluxogramas .................................... 47 Esquema 6 – Fluxograma Funcional ........................................................................... 48 Esquema 7 - Fluxograma Temporal ............................................................................. 48 Esquema 8 – Diagrama de Blocos - Processo de contratação de funcionário. ............... 49 Esquema 9 - Fluxograma ―Cortar cabelo e/ou ir pescar‖.............................................. 50 Imagem 5 – Departamentalização por função .............................................................. 58 Imagem 6 – Departamentalização por produto ............................................................ 59 Imagem 7 – Departamentalização territorial ................................................................ 60 Imagem 8 – Departamentalização por Cliente ............................................................. 61 Imagem 9 – Departamentalização por Processo ou Equipamento ................................ 62 Imagem 10 – Departamentalização por Projeto ........................................................... 63 Imagem 11 – Departamentalização de Matriz .............................................................. 64 Imagem 12 – Departamentalização Mista .................................................................... 66 Imagem 13 - Exemplo de Layout ................................................................................ 72 Tabela 2 – Iluminação e Índices de Reflexão ............................................................... 74 Imagem 14 – Postura correta ....................................................................................... 77 Tabela 3 – Vantagens e Desvantagens dos Manuais ..................................................... 80 Tabela 4 – Exemplo de estilo de redação teatral .......................................................... 84 Tabela 5 – Exemplo de estilo de redação ―Títulos e Cabeçalhos‖ ................................ 85 Imagem 15 – Exemplo de estilo de redação Matriz ..................................................... 85 Imagem 16 – Exemplo de Fluxograma ........................................................................ 86 Tabela 6 – Formatos e tamanhos de papeis .................................................................. 91 Tabela 7 - Formatos de papel brasileiros...................................................................... 91 Ilustração 17 – Tamanhos de papel .............................................................................. 92 4 Prof. Marcio R. G. de Vazzi SUMÁRIO 1 HISTÓRICO E INTRODUÇÃO. ................................................................................. 7 1.1 Definição ...................................................................................................................... 7 1.2 Conceitos da função Organização, Sistemas e Métodos ............................................ 8 1.3 Sua posição na estrutura da empresa ......................................................................... 9 1.4 Função de OSM......................................................................................................... 10 1.5 Introdução à OSM .....................................................................................................11 1.6 Atividades de OSM ................................................................................................... 12 1.6.1 Conceitos e princípios ............................................................................................. 12 1.6.2 Consequências da OSM .......................................................................................... 12 1.6.3 Algumas atividades Básicas .................................................................................... 13 1.6.3.1 Estrutura organizacional ..................................................................................... 13 1.6.3.2 Racionalização do Trabalho ................................................................................. 13 1.6.3.3 Desenvolvimento Organizacional......................................................................... 13 1.6.3.4 Algumas atividades de competência de OSM ...................................................... 14 1.7 O lugar de OS&M na estrutura ............................................................................... 14 1.8 Linha e Assessoria ..................................................................................................... 14 1.9 Exercícios de Fixação ................................................................................................ 16 2 TEORIA ORGANIZACIONAL E TEORIA DOS SISTEMAS................................. 17 2.1 Teoria dos Sistemas ................................................................................................... 17 2.1.1 Componentes do Sistema: ...................................................................................... 17 2.1.2 Classificação do Sistema ......................................................................................... 19 2.1.3 Ambiente do Sistema .............................................................................................. 19 2.1.4 Níveis do Sistema .................................................................................................... 20 2.1.5 Exercícios de Fixação.............................................................................................. 21 3 O PROFISSIONAL DE OSM ..................................................................................... 22 3.1 Habilidades do Administrador .................................................................................23 3.2 Exercícios de Fixação ................................................................................................ 24 4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E ORGANIZAÇÃO EM REDE .................... 25 4.1 Estrutura Informal: .................................................................................................. 26 4.2 Estrutura Formal ...................................................................................................... 27 4.3 Classificação da Estrutura Organizacional ............................................................. 28 4.4 Fatores condicionantes da estrutura organizacional. .............................................. 30 4.5 Organizações em rede ............................................................................................... 31 4.6 Exercícios de Fixação ................................................................................................ 31 5 ANÁLISES ORGANIZACIONAIS – O ESTUDO ORGANIZACIONAL............... 32 5.1 Etapas de um Estudo Organizacional ...................................................................... 32 5.2 Levantamento de Informações ................................................................................. 32 5.2.1 Questionário............................................................................................................ 32 5.2.2 Entrevista ................................................................................................................ 33 5.2.3 Observação pessoal ................................................................................................. 34 5.3 Exercícios de Fixação ................................................................................................ 36 6 ORGANIZAÇÕES NOS NOVOS TEMPOS ............................................................. 37 6.1 Modelo Mecanicista X Modelo Orgânico ................................................................. 37 6.1.1 Mecanicista (Taylor) ............................................................................................... 37 6.1.2 Orgânico (Elton Mayo) ........................................................................................... 37 6.2 Outros modelos na gestão contemporânea ............................................................... 37 6.2.1 Adhocracia .............................................................................................................. 37 5 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 6.3 Funções de OSM com as novas tendências organizacionais .................................... 38 6.4 Estratégias de atuação e análise organizacional ...................................................... 38 6.5 Por que planejar? (Fonte: http:// www.gerenco.com.br/page2.html) ..................... 39 6.6 O planejamento provoca modificações em pessoas, tecnologia e sistemas. ............. 39 6.7 Por que qualidade? (Fonte: http://www.gerenco.com.br/page4.html) .................... 40 6.8 Exercícios de Fixação ................................................................................................ 41 7 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA ....................................................................................... 42 7.1.1 O Lenhador ............................................................................................................. 43 7.2 Exercício de Fixação ................................................................................................. 44 8 FLUXOGRAMAS ....................................................................................................... 45 8.1 Principais simbologias: ............................................................................................. 47 8.2 Fluxograma Funcional .............................................................................................. 48 8.3 Fluxograma temporal ............................................................................................... 48 8.4 Diagrama de blocos ................................................................................................... 49 8.4.1 Exemplo - Fluxograma padrão .............................................................................. 50 8.5 Exercícios de Fixação ................................................................................................ 52 9 BENCHMARKING .................................................................................................... 53 9.1 Tipos de benchmarking ............................................................................................ 53 9.2 Características do benchmarking............................................................................. 53 9.3 Mitos do benchmarking ............................................................................................ 53 9.4 Os princípios do benchmarking ............................................................................... 54 9.5 O “Código de Ética” do benchmarking ................................................................... 54 9.6 Exercícios de Fixação ................................................................................................ 54 10 REENGENHARIA ...................................................................................................... 55 10.1 Definição de reengenharia ........................................................................................ 55 10.2 Exercícios de Fixação ................................................................................................ 56 11 DEPARTAMENTALIZAÇÃO .................................................................................... 57 11.1 Departamentalização por funções ............................................................................ 57 11.2 Departamentalização de produto ............................................................................. 58 11.3 Departamentalização territorial ............................................................................... 60 11.4 Departamentalização por cliente .............................................................................. 61 11.5 Departamentalização por processo ou equipamento ............................................... 62 11.6 Departamentalização por projeto ............................................................................. 62 11.7 Departamentalização de matriz................................................................................ 63 11.8 A melhor forma de departamentalizar ..................................................................... 65 11.9 Departamentalização mista ...................................................................................... 66 12 ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DO TRABALHO ................................................... 67 12.1 Análise da Distribuição do Trabalho ........................................................................ 67 12.2 Análise do Processamento do Trabalho.................................................................... 67 12.3 Análise das Operações e Postos de Trabalho ........................................................... 67 12.4 Exercícios de Fixação ................................................................................................ 68 13 LAYOUT, ARRANJO FÍSICO E AMBIÊNCIA ........................................................ 70 13.1 Influências/Impactos do Layout ............................................................................... 70 13.2 Objetivos do Layout .................................................................................................. 70 13.3 Análise e Distribuição do Espaço Físico / (“Ambiência”/ layout) ........................... 72 13.3.1 Fatores Ambientais (Ergonomia) ........................................................................... 72 13.3.2 Fatores Ambientais (Cores).................................................................................... 73 13.3.2.1 Com relação à temperatura: ................................................................................ 73 13.3.2.2 Com relação à iluminação: ................................................................................... 73 13.3.2.3 Com relação à utilização: ..................................................................................... 74 6 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 13.3.3 Fatores ambientais – Ruído .................................................................................... 75 13.3.4 Ventilação e Temperatura....................................................................................... 76 13.3.5 Finalidades do Arranjo Físico ................................................................................ 76 13.3.6 Princípios básicos para Elaboração de um arranjo físico ..................................... 76 13.3.7 Ergonomia............................................................................................................... 77 13.4 Exercícios de Fixação ................................................................................................ 78 14 MANUAIS ................................................................................................................... 79 14.1 Tipos de Manuais ...................................................................................................... 83 14.2 Tipos de Redação ...................................................................................................... 83 14.3 Exercícios de Fixação ................................................................................................ 87 15 FORMULÁRIOS ........................................................................................................ 88 15.1 Importância dos formulários .................................................................................... 88 15.2 Objetivos dos formulários......................................................................................... 88 15.3 Um bom formulário .................................................................................................. 89 15.4 Tipos de formulários ................................................................................................. 89 15.5 Elaboração de formulários ....................................................................................... 90 15.6 Análise de Formulários ............................................................................................. 90 15.6.1 Alguns formatos de papel (ISO) ............................................................................. 91 15.6.2 Cuidados na elaboração de formulários ................................................................ 93 15.6.2.1 Cores ..................................................................................................................... 93 15.7 Exercícios de Fixação ................................................................................................ 94 16 AS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO APLICADAS À ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO ........................................................... 95 16.1 O escritório do Futuro .............................................................................................. 95 16.2 Exercícios de Fixação .............................................................................................. 103 7 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 1 HISTÓRICO E INTRODUÇÃO. O termo Organização e Métodos surgiu pela primeira vez nos Estados Unidos através de um governador do Estado de New Jersey , Woodrow Wilson ( o qual foi presidente dos Estados Unidos e um dos responsáveis pela formação das Nações Unidas ), que advogava a ideia que a administração era o governo em ação. Porém, não foi nos EUA que a ideia se disseminou. Foi na Inglaterra que o termo Organização e Métodos foi rapidamente incorporado as unidades de administração pública, que cuidava dos processos de Organização e racionalização do trabalho, tudo isso próximo ao início da Segunda Grande Guerra Mundial. Já em 1950 pouco mais de 20 países já contavam com uma unidade de Organização e Métodos; no Brasil, a unidade de Organização e Métodos só aparece anos mais tarde, na estruturação do DASP (Departamento Administrativo Serviço Público ) . Em suma, a origem do termo é norte americana, mas a função tomou corpo mesmo foi na Inglaterra e em outros países da Europa , vindo ocupar espaço nas organizações brasileiras por volta de 1955 . Tudo isto começou especificamente na Administração Pública; na empresa privada, a assimilação só ocorreu após o surgimento na administração pública. 1.1 Definição A expressão organização é usada em vários sentidos e ocasiões, para identificar empresas, eficiência, sistema administrativo, estrutura de autoridade, ciência etc; nesta disciplina, o termo será empregado no sentido de capacidade de criar organismos, estruturas e sistemas devidamente integrados e constituídos, de compatibilizar elementos componentes necessários, constituindo a base para as atividades administrativas e operacionais. A organização é entendida como ciência do rendimento, procurando a eficiência (processo) para alcançar a eficácia (resultados) através do aumento da produtividade, isto é, melhorando os resultados em relação aos investimentos realizados nos diferentes fatores de produção. Todo empreendimento que exige o esforço coordenado de um conjunto de pessoas necessita de alguma organização, que pode ser boa ou má, determinando, através de sua qualidade, o sucesso da iniciativa. A definição clássica de organização esclarece que ela é a ciência social que procura dispor os elementos funcionais necessários, formando um conjunto integrado e capaz de apoiar o esforço cooperativo das pessoas que perseguem um objetivo pré-estabelecido, para 8 Prof. Marcio R. G. de Vazzi alcançá-lo com o menor dispêndio e risco. O trabalho a ser realizado com o intuito de alcançar metas pré-estabelecidas deter ter um método, uma forma correta de ser desenvolvido. O método deve ser entendido como sendo o melhor caminho, através da sequência de operações mais eficiente, para ultimar uma certa tarefa ou atingir um determinado objetivo. Quando o sequenciamento de fases é ilógico, temos um método de má qualidade, que determina perda de energia, tempo, oportunidade e material, aumentando o desperdício e fazendo diminuir a produtividade. Quando se faz referência à ―Organizações Sistemas e Métodos‖, identifica-se o binômio que expressa a base estrutural suficiente, potente e adequada para permitir o esforço cooperativo de pessoas realizando sequências racionais de fases do trabalho, para obter o melhor rendimento, diminuindo os custos e atendendo às metas das instituições e anseios dos recursos humanos envolvidos no trabalho. Organizações e Métodos é uma função da Administração, assim como finanças, recursos humanos, material etc.; seu início tem estrita relação com o início da administração tratada cientificamente, ou pelo menos, racionalmente. A interdependência que resultou na especialização da administração, O&M, decorreu da circunstância de que a organização procura estruturar e criar sistemas para chegar à eficácia através da eficiência, mediante o emprego da racionalização do trabalho, para aumentar a produtividade e, como implicação, a diminuição de custos. 1.2 Conceitos da função Organização, Sistemas e Métodos O conceito de organização dentro do campo administrativo é de gerir capital, recursos humanos, equipamentos e processos com o objetivo de se atingir um determinado resultado. A Organizaçãono sentido sistêmico ou no sentido puro da atividade de OSM é vista como o desenvolvimento ou adequação dos sistemas funcionais da Empresa, de forma a capacitá-la ao desenvolvimento de suas atividades dentro dos conceitos de produtividade. Quanto ao Método, de forma mais prática, seria traduzido como a forma de executar os referidos sistemas com o menor dispêndio de energia e maior eficácia do executante. Os Sistemas podem ser conceituados como um conjunto de métodos, procedimentos e/ou técnicas, que trabalhados geram informações necessárias ao processo decisório da Empresa. Ele trabalha tanto as informações processadas no computador, quando as processadas 9 Prof. Marcio R. G. de Vazzi manualmente. Assim, definindo Organização, Sistemas e Métodos, teremos como seu objetivo principal a procura de sistemas racionais, que executem as várias tarefas da empresa dentro do parâmetro de produtividade e eficiência garantindo, assim, a segurança de tais procedimentos e das informações envolvidas. 1.3 Sua posição na estrutura da empresa Uma questão sempre levantada por estudiosos e praticantes da área diz respeito à melhor localização da unidade no corpo da estrutura das organizações. Alguns pesquisadores, por exemplo Lerner, diz que ―toda atividade de organização, sistemas e métodos deve caracterizar-se em termos de formas de atuação e relacionamento com os demais órgãos da empresa por desempenho de staff, ou seja, ele é partidário da ação assessora da função‖. Deve ser staff e não linha como encontramos na maioria das organizações aqui no Brasil. De um modo geral, o departamento de Organização e Métodos não possui autoridade para mandar tomar as providências que seus estudos indicam ser necessárias. Seu papel é o de assessoria. Isto não significa que os responsáveis pelos métodos possam desprezar as recomendações feitas pelo departamento de Organização e Métodos, sem mais nem menos. Apesar de afirmar que a função é de assessoria, podemos caracterizar a função de Organização e Métodos com certo sentido mandatário; pode parecer de assessoria, mas há também um mínimo de intervenção na hierarquia da organização. Existem alguns autores que possuem uma posição mais intermediária, que sugerem ambos os comportamentos para a função; o primeiro seria o de aconselhamento (advisory service), ou de assessoramento e; o segundo seria o de linha, ou de caráter mandatário. Mas a posição de comando só se poderia ter em ocasiões especiais. A função é, portanto de assessoramento, porém com ressalvas que permitem, ocasionalmente, certa posição de controle do objeto de estudo. O fato de a função ser somente uma função de aconselhamento pode criar alguns problemas de ordem prática, como por exemplo: A ausência do caráter mandatário obriga o profissional de Organização e Métodos a aprofundar-se mais e mais no estudo no qual se vê envolvido. Isso faz com que a autoridade seja oriunda única e exclusivamente do saber. Ou seja, a competência passa a ser uma exigência do seu comportamento funcional. No caso da unidade de Organização e Métodos com poder de decisão, reduz-se a necessidade diária de 10 Prof. Marcio R. G. de Vazzi demonstração do saber do profissional de Organização e Métodos. Ele estará, de certa forma, protegido pelo manto da autoridade. Comandando, as explicações necessárias serão dadas a autoridade superior e não ao pessoal objeto de estudo. Suas atitudes são, portanto, de outra ordem. O posicionamento da função assessora é quase sempre num nível hierárquico superior; ou seja, atuando como assessoramento é certo imaginarmos a posição hierárquica da unidade próxima à autoridade superior e de maior poder na estrutura da organização. Daí ser comum encontrar assessorias de Organização e Métodos ligadas hierarquicamente a diretorias e presidências. A dificuldade está no fato de mais uma vez ser exigido um conhecimento bastante razoável sobre os fenômenos organizacionais. Nesse caso, a exigência compreende toda a organização, tendo em vista a obrigatoriedade do profissional em conhecer a estrutura da organização na qual atua. O profissional habituado à elaboração de normas e procedimentos terá, pelo menos no início de seu trabalho, algum problema em compreender o todo organizacional, pois está acostumado a se ver com tarefas típicas de racionalização do trabalho. O distanciamento das unidades de execução pode gerar outras dificuldades; sendo conhecida a crítica que se faz às unidades de aconselhamento. Via de regra, a unidade assessora pouco se envolve com a unidade de operação; toma as informações e devolve dias depois, já com a nova norma ou procedimento. É lógico que esse comportamento é natural para as unidades de assessoramento em geral, e não especificamente de Organização e Métodos. E isso acaba quando o pessoal da assessoria passa a agir de forma integrada. Essas dificuldades podem ser evitadas ou pelo menos minimizadas. O importante é dar à função a posição que necessita para que possa, então, atingir os seus objetivos. O importante, a partir de então, será a capacitação de seu pessoal. Uma unidade de assessoramento só irá se manter se o seu pessoal realmente for qualificado. Caso contrário, cairá no descrédito e na desconfiança e, retomar a credibilidade é tarefa das mais difíceis e que muitos poucos conseguem alcançar. 1.4 Função de OSM OSM é usada no âmbito geral como uma função que diagnostica males administrativos 11 Prof. Marcio R. G. de Vazzi e depois os cura. Isto, é claro, tem uma importância primordial mas a analogia suporta, ainda, maior ampliação, à medida que a unidade de OSM, tal como a prática médica, se ocupa tanto da prevenção como da cura. Assim, em algumas organizações, a unidade de OSM existe como um serviço de permanente revisão crítica de áreas administrativas inteiras. Essa crítica revelará "problemas", sem dúvida, mas dedicará seu tempo a preparar a administração para fazer em face de condições e requisitos que são freqüentemente alterados, a examinar funções que estão operando satisfatoriamente mas necessitam de uma reorientação para o futuro. A unidade de OSM também pode ser chamada a estabelecer uma função inteiramente nova e o trabalho será, é óbvio, consideravelmente mais fácil, quando não existe o acréscimo de práticas e atitudes já instaladas pela rotina. 1.5 Introdução à OSM Em sentido geral organização é o modo como se organiza um sistema. É a forma escolhida para arranjar, dispor ou classificar objetos, documentos e informações. A importância da organização Podemos ter uma ideia porque a organização é importante compreendendo que ela é um dos primeiros passos para uma empresa implantar um processo TQM - gerenciamento total da qualidade (total quality management). Esse primeiro passo tem início no uso dos conhecidos 5 S, que significam, a partir das palavras japonesas: SEIRI que corresponde a eliminar o desnecessário separando-o do necessário. SEITON que significa colocar em ordem, guardando de forma ordenada tudo que é necessário. SEISO que significa limpeza, eliminação da sujeira, acabando com as fontes dos problemas. SEIKETSU que significa asseio, padronização, higiene, e também o estágio onde se evita que as etapas anteriores retrocedam. SHITSUKE que significa disciplina, com a cumprimento rigoroso de tudo que foi estabelecido pelo grupo. Os cinco S somente terão sucesso se forem praticados de forma sistemática e contínua, bem como sejam resultado do consenso do grupo envolvido neste processo. 12 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Saiba mais sobre Kaizen e 5S em http://www.infobibos.com/Artigos/2006_2/5s/Index.htmEm Administração, organização tem dois sentidos: Combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Exemplo: empresas, associações, órgãos do governo, ou seja, qualquer entidade pública ou privada. As organizações são compostas de estrutura física, tecnológica e pessoas. Modo como foi estruturado, dividido e sequenciado o trabalho. Organizar compreende atribuir responsabilidades às pessoas e atividades aos órgãos (unidades administrativas). A forma de organizar estes órgãos chama-se de departamentalização. 1.6 Atividades de OSM Como o nome indica, usa recursos de organização (ordenação e agrupamento de atividades e recursos, visando ao alcance dos objetivos e resultados estabelecidos), sistemas (conjunto de partes que interagem entre si para atingir um objetivo ou resultado) e métodos (caminhos ordenados e sistemáticos para se chegar a um fim). 1.6.1 Conceitos e princípios Objetivo básico: Eliminação do inútil e supérfluo buscando a maximização dos resultados com a otimização de recursos e a minimização dos custos. OSM não faz o planejamento para a empresa. Sua função está restrita ao auxílio (consultoria) na elaboração dos procedimentos ou em sua Maximização/otimização. Otimizar = usar adequadamente os recursos Maximizar = buscar resultados positivos (lucro) 1.6.2 Consequências da OSM Mudanças: Evolucionárias – Gradativas, lentas e consolidadas. Revolucionárias – Bruscas, extremamente rápidas e complexas. Pode resultar em traumas na organização. 13 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 1.6.3 Algumas atividades Básicas Estrutura Organizacional Racionalização do Trabalho Desenvolvimento Organizacional Controle de Sistemas Sistemas de Informação Consultoria Externa 1.6.3.1 Estrutura organizacional Projetar a criação, união ou eliminação de unidades, bem como acompanhar a respectiva execução. Descrever e definir o objetivo e as funções de cada uma das unidades empresariais. Divulgar, nos níveis competentes, os trabalhos desenvolvidos por OSM. Implantar e acompanhar in loco os trabalhos desenvolvidos por OSM. Elaborar, emitir e divulgar as normas, regulamentos e manuais necessários. 1.6.3.2 Racionalização do Trabalho Definir a movimentação de documentos. Definir o fluxo de decisões dos sistemas. Elaborar e acompanhar os estudos dos sistemas e rotinas administrativas. Modificar os métodos de trabalho através da análise e criação ou formas alternativas. Atualizar as técnicas administrativas e dos sistemas de trabalho. Definir os formulários e demais instrumentos que acompanhem e complementem as soluções operacionais, administrativas, funcionais adotadas. Fazer pesquisas sobre evoluções tecnológicas que possam ser utilizadas pela empresa em suas áreas. Desenvolver internamente novas ações tecnológicas. 1.6.3.3 Desenvolvimento Organizacional Estudar e definir os ciclos organizacionais Analisar ações alternativas visando a maturidade Avaliar impactos decorrentes de ações Estruturar o treinamento, adequando-o às necessidades. 14 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 1.6.3.4 Algumas atividades de competência de OSM Elaboração de modelos de estruturação organizacional; Ajustes em processos e procedimentos; Auxílio nos projetos de qualidade e produtividade; Desenvolvimento de metodologias de trabalho, normas e políticas. 1.7 O lugar de OS&M na estrutura As empresas devem tratar o assunto relacionado a OS&M como qualquer outro assunto. Sem transmitir a idéia de um assunto sigiloso, trancado entre quatro paredes, levando as pessoas à desconfiança e à insegurança pela falta de esclarecimentos e comunicação. Não se pode confundir o papel do profissional de OS&M com o papel do analista de sistemas. Enquanto o primeiro trabalha a estrutura da empresa, não se desviando da visão sistêmica, o segundo trabalha em assuntos relacionados à informática. Devido a este tipo de equívoco, muitas empresas posicionam erradamente na sua estrutura a área de OS&M, misturando-a com a área de informática. Por se tratar de uma área que interfere nas outras, provocando muitas vezes algumas mudanças, ela deve estar em uma posição que permita que ela faça isto. É importante definir se ela vai atuar como unidade organizacional de linha ou de assessoria. Diante de sua atuação, cabe melhor a ela uma unidade organizacional de assessoria, um staff. Portanto deve se posicionar em um nível hierárquico mais elevado dentro da organização, levando em consideração uma empresa de grande porte. Em uma empresa de pequeno porte não há necessidade de uma área de OS&M, podendo ser lançado mão, quando necessário, do trabalho de um consultor ou mesmo capacitando um profissional da empresa para executar a função de analista de OS&M. Em linhas gerais, entretanto, a posição mais adequada para a área de OS&M é junto da hierarquia maior, para lhe garantir autoridade nas mudanças necessárias. 1.8 Linha e Assessoria A estrutura Linha-Staff segue as características básicas da estrutura linear, distinguindo-se pela existência de órgãos de staff (assessoria) 15 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Imagem 1 – Estrutura Linha e Assessoria Resumindo, administrar é: Tomar decisões sobre recursos disponíveis, trabalhando com e através de pessoas para atingir objetivos. Gerenciar uma organização, levando em conta as informações fornecidas por outros profissionais e também pensando e assumindo previamente as consequências de suas decisões. É também a ciência social que estuda e sistematiza as práticas usadas para administrar. 16 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 1.9 Exercícios de Fixação 1 – Com as suas palavras, defina organização e argumente como ela pode ser importante na gestão de uma empresa. 2 – Levando-se em conta a Estrutura Organizacional de uma empresa, Qual a posição do departamento de OSM em uma organização? 3 – Baseado no material visto em sala de aula, cite os problemas de ordem prática que o profissional de OSM pode enfrentar devido ao fato de a função ser somente uma função de aconselhamento. 4 – Descreva algumas funções/atividades do profissional de OSM. 5 – Baseado nos ―tópicos de aula‖ e na afirmação de que todo processo de organização dos sistemas e métodos pode ocasionar mudanças das mais variadas possíveis em uma empresa, cite e exemplifique os dois tipos de mudanças que uma empresa pode ter que enfrentar. 17 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 2 TEORIA ORGANIZACIONAL E TEORIA DOS SISTEMAS Teoria Organizacional: é o corpo de conhecimentos a respeito das organizações e do processo administrativo. Seu objetivo é entender as organizações e os administradores , para poder explicá-los. (Maximiniano, 1997, p. 20) Por que estudar Teoria das Organizações ? Apresenta uma evolução histórica do estudo da ciência da administração. Pode proporcionar uma apreciação e um conhecimento do que está acontecendo nas organizações. Fornece subsídios para a tomada de decisão. Oferece uma visão sistêmica das organizações. 2.1 Teoria dos Sistemas As abordagens clássicas como um todo eram criticadas porque elas ignoravam o relacionamento da organização e o seu ambiente externo, tratando as organizações simplesmente como sistemas fechados. A suposição era de que, se os administradores aperfeiçoassem os processos internos a organização teriasucesso. Dessa forma o enfoque era apenas com a eficiência fabril e não com o desempenho da organização como um todo. Em repostas a essas críticas, estudiosos, durante os anos 50 voltaram-se para os detalhes da organização para tentar entendê-la como um sistema total. Esses esforços deram origem a uma abordagem denominada Teoria dos Sistemas. Esta abordagem fornece um meio para interpretar e entender as organizações. O enfoque sistêmico oferece ao administrador: • uma visão integrada da organização e dos processos administrativos (possibilitando que o administrador entenda a multiplicidade e interdependência das causas e variáveis dos problemas complexos) , e • uma ferramenta para organizar sistemas que produzam resultados específicos. 2.1.1 Componentes do Sistema: Objetivos: é a finalidade para a qual o sistema foi criado. 18 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Entradas: são os materiais, as informações e as energias que alimentam o sistema, gerando saídas, nas quais devem estar em sintonia com os objetivos estabelecidos. Processo de transformação: é a função que possibilita a transformação de um insumo (entrada) em um produto, serviço ou resultado (saída). Esse processo é a maneira pela qual os elementos componentes interagem a fim de produzir as saídas desejadas. Saídas: correspondem aos resultados do processo de transformação. Podem ser definidas como as finalidades para as quais se uniram os objetivos, neste sentido, as saídas devem estar coerentes com os objetivos do sistema. Controle: tem como função verificar se as saídas estão coerentes com os objetivos estabelecidos. Para realizar o controle e a avaliação de maneira adequada, é necessária uma medida padrão de desempenho do sistema, chamada padrão. Retroalimentação: é o feedback do sistema, ou seja, está bom ou não. É um instrumento de controle, em que as informações realimentadas são resultados das divergências verificadas entre as respostas de um sistema e os parâmetros previamente estabelecidos. Esquema 1 – Componentes e Fluxo dos Sistemas Fonte: O Autor Entradas Processo de Transformação Saídas Controle e Avaliação Retroalimentação Objetivos 19 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 2.1.2 Classificação do Sistema Os sistemas podem ser classificados de várias maneiras, porém para efeito desse trabalho, classificam-se os sistemas de duas maneiras principais: Sistemas Abertos e Sistemas Fechados. Sistema Aberto A interação da empresa com a sociedade e o ambiente onde ela atua caracteriza essencialmente o chamado sistema aberto. Sistema Fechado (Taylorismo) O sistema fechado independe do meio externo para o desenvolvimento das suas funções. Os sistemas fechados são entendidos como os que não mantém relação de interdependência com o ambiente externo. 2.1.3 Ambiente do Sistema Outro aspecto de fundamental importância a ser abordado é o ambiente na qual o sistema está inserido. Por ambiente entende-se por um conjunto de elementos (que não pertence ao sistema) que tem grande influência sobre o sistema. Dessa forma, qualquer alteração nos elementos pode mudar ou alterar o sistema, ou vice-versa, porém a primeira situação é mais fácil de ocorrer. 20 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Esquema 2 – Ambiente dos Sistemas Fonte: O Autor 2.1.4 Níveis do Sistema Sistema: é o que se está estudando ou considerando Subsistema: são as partes identificadas de forma estruturada, que integram o sistema. Ecossistema: é o todo, e o sistema é um subsistema dele. Quando se considera a empresa como um sistema, pode-se visualizá-la como composta de vários subsistemas: O de coordenação das atividades para que os resultados sejam alcançados. O decisório sobre informações existentes, para que as ações sejam desencadeadas visando aos resultados a serem alcançados. O de realização das atividades operacionais, que vão tocar a empresa em seu dia-a-dia. EMPRESA Mão de obra Governo Concorrência Consumidores Fornecedores Sindicatos Comunidade Tecnologia 21 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Esses subsistemas aparecem geralmente de forma hierarquizada, sendo que: Cada tipo deve ser precisamente conceituado com base em suas características, para que não ocorram dúvidas a respeito do que trata cada um deles. As peculiaridades de cada nível devem ser claramente descritas. A seqüência ordenada dos níveis deve ser estabelecida. A primazia do nível superior e a influência dos inferiores devem ser explicitadas. Do ponto de vista dos trabalhos do administrador, pode-se conceituar mais um critério: As interações dos vários níveis devem ser explicitadas. O conhecimento desses vários princípios pode auxiliar no desenvolvimento e implementação dos sistemas administrativos na empresa. 2.1.5 Exercícios de Fixação 1 – O que a Teoria dos Sistemas oferece ao administrador? Você concorda? Justifique. 2 – Segundo a Teoria dos Sistemas, quais os componentes de um sistema? 3 – Tendo em mente os componentes do sistema, represente graficamente o sistema empresa de uma locadora de DVD’s e descreva os itens constantes em cada componente. Observação: Faça primeiro o desenho e logo abaixo aponte as principais entradas, processamentos e saídas. 4 – Ainda com base na Locadora de DVD’s do exercício anterior, identifique um sub- sistema e descreva seus componentes. (Entradas, processamentos e saídas). 5 – Conceitue e exemplifique uma empresa/processo de sistema aberto e um/a de sistema fechado? 6 – Dê exemplos do ambiente ao qual a faculdade (FAN) está inserida. 7 – Identifique os níveis de sistema da FAN (Sistema, Sub-Sistema e Eco-Sistema) Observação: As atividades podem ser desenvolvidas em grupos de no máximo 3 pessoas. 22 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 3 O PROFISSIONAL DE OSM O profissional de OS&M representa uma peça de grande importância dentro das empresas e não deve ser confundido com o Analista de Sistemas uma vez que este último trabalha somente com os Sistemas Informatizados. Sua atuação pode levar a organização ao alcance de seus objetivos e a eficiência e eficácia da força de trabalho. As atividades de OS&M são bastante pragmáticas e, não poderia deixar de ser, metódicas. Para não tornar as atividades de OS&M cansativas e enfadonhas, o consultor deve ter uma filosofia de atuação perante os usuários da empresa de maneira adequada e saber estimular a equipe para a importância das atividades dentro das empresas. Agindo assim, OS&M se tornará uma atividade menos árida e terá reconhecido seu espaço dentro das organizações. Chiavenato (1999), descreve que há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para que o administrador possa executar eficazmente o processo administrativo: a habilidade técnica, a humana e a conceitual. A habilidade técnica consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários para a realização de suas tarefas específicas, através de sua instrução, experiência e educação. A habilidade humana consiste na capacidade e no discernimento para trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma liderança eficaz. Já a habilidade conceitual consiste na habilidade para compreender as complexidades da organização global e o ajustamento do comportamento da pessoa dentro da organização. A figura abaixo exemplifica os níveis administrativos e as habilidades necessárias na estrutura da empresa. Esta habilidadepermite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização total e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de seu grupo imediato. A adequada combinação dessas habilidades varia à medida que um indivíduo sobe na escala hierárquica, de posições de supervisão a posições de alta direção. 23 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Esquema 3 – Habilidades segundo Chiavenato Fonte: Adaptado pelo autor de CHIAVENATO, Idalberto (1999) 3.1 Habilidades do Administrador Esquema 4 – Habilidades do Administrador Fonte: Adaptado pelo autor de CHIAVENATO, Idalberto (1999) Alta Direção Gerência Supervisão Conceituais Humana s Técnicas 24 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Tais habilidades podem perfeitamente ser estendida aos profissionais que atuam na área de OS&M. Principalmente porque o foco principal é a estruturada da empresa onde é a atuação desse profissional e, onde também as três habilidades se encaixam. Deve entretanto haver um equilíbrio na apresentação destas habilidades. O profissional de OS&M pode atuar na organização como assessoria ou como parte integrante da unidade de linha e pode ser de dentro da organização ou de fora dela. Sendo ele de fora da organização as vantagens são as suas experiências em outras estruturas e facilidade para lidar com as mudanças necessárias na estrutura uma vez que não existe vinculo nenhum com as pessoas. A desvantagem é o desconhecimento da estrutura em que ele está atuando, sendo necessário gastar maior tempo conhecendo para melhor tomada de decisão. Sendo de dentro da organização ele certamente a conhece bem, o que representa uma grande vantagem. Por outro lado, uma grande desvantagem é a afinidade com as pessoas e setores, inibindo uma mudança necessária, com a proteção às pessoas e setores. 3.2 Exercícios de Fixação 1 – Com qual papel/profissional o profissional de OSM é confundido? Argumente sua resposta. 2 – Segundo Chiavenato, quais as habilidades necessárias para que o administrador possa executar eficazmente o processo administrativo? Você concorda? Justifique. 25 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E ORGANIZAÇÃO EM REDE Organização da empresa é a ordenação e o agrupamento de atividades e recursos, visando ao alcance de objetivos e resultados estabelecidos. Djalma, 2002, p. 84. Estrutura organizacional: Forma pela qual as atividades de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas. Stoner, 1992, p.230. Podemos então dizer que: Devem ser delineadas de acordo com os objetivos e estratégias estabelecidos pela empresa. É uma ferramenta básica para alcançar as situações almejadas pela empresa. Funções dos executivos: O executivo tem a função de organizar toda a empresa para o seu perfeito funcionamento, além disso, quatro outras funções básicas fazem parte da sua vida. São elas: Planejamento da empresa – objetivos esperados. Direção da empresa – orientação, coordenação, motivação, liderança das atividades. Controle da empresa – acompanhamento, controle, avaliação dos resultados. Organização – ordem nas coisas. Esquema 5 – Funções do Administrador Fonte: O Autor 26 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Benefícios de uma estrutura adequada: Identificação das tarefas necessárias; Organização das funções e responsabilidades; Informações, recursos, e feedback aos empregados; Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos; Condições motivadoras. Toda empresa possui dois tipos de estrutura: Formal e informal. Formal: Deliberadamente planejada e formalmente representada, em alguns aspectos pelo seu organograma. Ênfase a posições em termos de autoridades e responsabilidades. É estável. Está sujeita a controle. Está na estrutura. Líder formal. Informal: Surge da interação social das pessoas, o que significa que se desenvolve espontaneamente quando as pessoas se reúnem. Representa relações que usualmente não aparecem no organograma. 4.1 Estrutura Informal: São relacionamentos não-documentados e não-reconhecidos oficialmente entre os membros de uma organização que surgem inevitavelmente em decorrência das necessidades pessoais e grupais dos empregados. Está nas pessoas. Sempre existirão. A autoridade flui na maioria das vezes na horizontal. É instável. Não está sujeita a controle. Está sujeita aos sentimentos. Líder informal. 27 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Desenvolve sistemas e canais de comunicação. Vantagens da estrutura informal. Proporciona maior rapidez no processo. Complementa e estrutura formal. Reduz a carga de comunicação dos chefes. Motiva e integra as pessoas na empresa. Desvantagens: Desconhecimento das chefias. Dificuldade de controle. Possibilidade de atritos entre pessoas. Fatores que condicionam o aparecimento da estrutura informal. Interesses comuns Interação provocada pela própria estrutura formal. Defeitos na estrutura formal. Flutuação do pessoal dentro da empresa. Períodos de lazer. Disputa do poder. A estrutura informal será bem utilizada quando: Os objetivos da empresa forem idênticos aos objetivos dos indivíduos. Existir habilidade das pessoas em lidar com a estrutura informal. O executivo inteligente e esperto é o que sabe utilizar a estrutura informal da empresa. 4.2 Estrutura Formal É representada pelo organograma da empresa e seus aspectos básicos. Reconhecida juridicamente de fato e de direito. É estruturada e organizada. 28 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Elaboração da estrutura organizacional É o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa. Não é estática. É representada graficamente pelo organograma. É dinâmica. Deve ser delineada de forma a alcançar os objetivos institucionais. (Delinear = Criar, aprimorar). Deve ser planejada. O Planejamento deve estar voltado para os seguintes objetivos: Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser desempenhadas. Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a pessoas ou grupos. Proporcionar aos empregados de todos os níveis: o Informação. o Recursos para o trabalho. o Medidas de desempenho compatíveis com objetivos e metas. o Motivação. 4.3 Classificação da Estrutura Organizacional De acordo com a empresa ou mesmo a necessidade gerencial dos executivos, a estrutura organizacional pode ser escrita ou mesmo re-escrita de várias formas: ⇒ Funcional. ⇒ Clientes. ⇒ Produtos. ⇒ Territorial. ⇒ Por projetos. ⇒ Matricial. 29 Prof. Marcio R. G. de Vazzi São três os níveis de influência da estrutura organizacional: Nível estratégico, Nível tático, Nível operacional. São dois os tipos de autoridade: Hierárquica: Segue as linhas de comando estabelecidas pela estrutura hierárquica da empresa. Imagem 2 – Autoridade hierárquica Fonte: O Autor Funcional: Correspondente à autoridade estabelecida pela função exercida pelas unidades organizacionais Imagem 3 – Autoridade Funcional Fonte: O Autor Presidente Diretoria Marketing Diretoria Financeira Diretoria das Regionais Regional NorteSetor de Vendas Setor de Caixa 30 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 4.4 Fatores condicionantes da estrutura organizacional. Fator humano - A empresa funciona por meio de pessoas, a eficiência depende da qualidade intrínseca e do valor e da integração dos homens que ela organiza. Ao desenvolver uma estrutura organizacional deve-se levar em consideração o comportamento e o conhecimento das pessoas que irão desempenhar funções. Fator ambiente externo - Avaliação das mudanças e suas influências. Fator sistema de objetivos e estratégias - Quando os objetivos e estratégias estão bem definidos e claros, é mais fácil organizar. Sabe-se o que se espera de cada um. Fator tecnologia – Conhecimentos, Equipamentos, Pessoas e Infraestrutura Imagem 4 – Estrutura Organizacional Às vezes a estrutura hierárquica tradicional só atrapalha. 31 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 4.5 Organizações em rede As organizações em rede podem ser vistas e analisadas de duas maneiras: Organização em rede em Nivél Técnico Onde as empresas são interconectadas entre sí através do uso dos recursos oferecidos pelas Novas Tecnologias da Informação. Organização em rede em Nivel Estrutural e Estratégico Neste caso o conceito de rede é amplamente usado para se analisar interações entre unidades organizacionais e também entre empresas. Exemplos: - Franquia; - Alianças Estratégicas 4.6 Exercícios de Fixação 1 – Com suas palavras, defina Estrutura Organizacional e diga suas vantagens. 2 – Quais os tipos de estrutura organizacional? Comente. 3 – Como pode ser escrita ou classificada a estrutura organizacional? Exemplifique. 4 – Quais os níveis/tipos de influência e de autoridade em uma estrutura organizacional? 5 – Quais são os fatores condicionantes de uma estrutura organizacional? Qual você acha mais importante? Justifique. 6 – Qual a principal diferença entre as duas formas de se visualizar as organizações em rede? 32 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 5 ANÁLISES ORGANIZACIONAIS – O ESTUDO ORGANIZACIONAL A estratégia dos estudos organizacionais deve auxiliar o diagnóstico e o tratamento do(s) problema(s) identificado(s), onde, além dos passos normalmente existentes num estudo organizacional, devemos considerar uma fase em que tentamos colocar o(s) indivíduo(s) como parte da mudança, explicando, inclusive, as razões para a transformação a fim de obter a compreensão e colaboração de todos os envolvidos. 5.1 Etapas de um Estudo Organizacional Definição do objeto de estudo; Pesquisa preliminar; Planejamento da ação; Execução; Identificação dos principais problemas e necessidades; Formulação (e escolha) das alternativas de ação; Implantação das mudanças (acompanhamento); Reavaliação. 5.2 Levantamento de Informações Todo estudo deve ser baseado em informações e existem três métodos básicos para se realizar o levantamento destas informações: Questionário; Entrevista; Observação Pessoal. Observação importante: Podemos usar qualquer combinação dos três métodos, exceto confiar exclusivamente na observação pessoal. 5.2.1 Questionário Maior abrangência (maior número de indivíduos) Condições para aplicação: 33 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Falta de tempo para entrevista Dificuldade para entrevistar (―quebra de gelo‖) Distanciamento geográfico Levantamento de dados quantificáveis Entre questionário e entrevistas, a entrevista normalmente obtém melhores resultados Vantagens: Permite a obtenção de informações enquanto outras atividades são realizadas Permite ao entrevistado maior tempo para respostas Respostas mais objetivas/diretas Serve de alternativa às entrevistas Desvantagens: Inibe as críticas e sugestões Resistência ao preenchimento Possibilidade de informações falsas Diversas interpretações à mesma pergunta Pode trazer uma maior lentidão Precauções e recomendações Concisão e clareza Poucas palavras e simplicidade nas questões Explicação da finalidade Terminologia adequada Da mesma forma que na entrevista tentar usar o vocabulário das pessoas que são objeto de estudo Experimentação prévia De preferência, mas não obrigatoriamente, com um grupo da própria organização 5.2.2 Entrevista Vantagens: Maior abertura para os entrevistados (anonimato) 34 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Exposição verbal (maior facilidade) Conhecimento mais profundo para o analista Acesso a informações armazenadas informalmente Melhor julgamento sobre chefias e funcionários envolvidos Estimula o raciocínio do entrevistado e do entrevistador Desvantagens: Certa dificuldade para fazer anotações Existência de palpites e adivinhações Possível envolvimento emocional Precauções e recomendações Envolver o entrevistado no estudo (contribuição) Estabelecer um roteiro prévio Evitar anotações pessoais na frente do entrevistado Evitar críticas e julgamentos antecipados à empresa Evitar promessas de futuros benefícios Evitar interromper o entrevistado (imparcialidade) Familiarizar-se com o assunto (terminologia) Evitar ser extremamente técnico (vocabulário) Evitar induzir a resposta Ser formal e objetivo 5.2.3 Observação pessoal Deve ser utilizada como subsídio ao estudo e não como instrumento principal de obtenção de dados. Uma observação, por mais bem feita que seja, não permite uma conclusão definitiva do que está ocorrendo numa determinada organização. O observador normalmente não está familiarizado com as características particulares da organização que está sendo observada de forma a tirar conclusões sem maiores explicações. Dessa forma, fica sujeita à interpretação 35 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Vantagens: Permite comparar as informações obtidas por outros instrumentos com a realidade Maior receptividade às sugestões decorrentes do estudo Propicia um melhor conhecimento técnico do assunto estudado Desvantagens: Pode tornar o processo mais demorado Permite impressões errôneas Pode causar perturbação no ambiente de trabalho Precauções e recomendações Evitar o caráter de ―inspeção‖ Marcar a visita com antecedência Ser informal Dar uma característica amistosa à visita A observação direta não define nada, não permite nenhuma conclusão Apenas subsidia o estudo 36 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 5.3 Exercícios de Fixação 1 – Qual a importância da Análise Organizacional e qual seu benefício para a empresa? 2 – Segundo a apostila, quais os métodos sugeridos para se realizar um levantamento de informações a fim de fazer a análise organizacional? Você sugere outro? Justifique. 3 – Em grupos, resolver o seguinte exercício: Entenda que você deve definir a necessidade de implantação de um software para controlar a inspeção de recebimento em uma fundição. Elaborar questionário 3 questões; Público alvo. Elaborar entrevista; 2 questões; Público alvo. Justificar as questões, o público alvo e argumentar se é necessário realizar observação. Ao final, o material deve ser discutido em sala de aula. 37 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 6 ORGANIZAÇÕES NOS NOVOS TEMPOS Quatro mudanças de paradigma têm impacto sobre as organizações nos dias atuais,em qualquer parte do mundo. AS QUATROS MUDANÇAS SÃO: 1 - Novas tecnologias (novas metas para a tecnologia de informação, computação em rede, aberta e centrada no usuário); 2 - O novo ambiente empresarial (mercado dinâmico, aberto e competitivo); 3 - A nova empresa (organização aberta atuando em rede e fundamentada na informação); e 4 - A nova ordem geopolítica (realidade mundial aberta, volátil e multipolar). 6.1 Modelo Mecanicista X Modelo Orgânico 6.1.1 Mecanicista (Taylor) Tarefas bem definidas e distribuídas; Decisões centralizadas na cúpula da empresa; Comunicações e interações verticais; Lealdade à empresa e obediência aos superiores; Hierarquia clara de controle e coordenação (burocracia). 6.1.2 Orgânico (Elton Mayo) Ajustamento contínuo e redefinição de tarefas com base no conhecimento; Decisões descentralizadas; Interações e comunicações em qualquer nível, de acordo com as necessidades do processo; Envolvimento e compromisso com os fins da organização como um todo; Sistema estratificado de acordo com o nível de conhecimento especializado (tecnocracia). 6.2 Outros modelos na gestão contemporânea 6.2.1 Adhocracia O nome vem do termo ad hoc, que em latim significa ―para o propósito específico‖, e representa uma organização moldada de acordo com as necessidades e objetivos que vão 38 Prof. Marcio R. G. de Vazzi surgindo. A expressão e o conceito de adhocracia foi popularizado por Toffler (1970), que por sua vez foi inspirado nas idéias da organização flexível e adaptativa sugerida por Bennis e Slater (1968). Algumas características da ADHOCRACIA 1) Baixo formalismo do comportamento; 2) Pequena padronização de procedimentos, uma vez que a inovação é o imperativo; 3) Papéis sem definição clara; 4) Descentralização seletiva; 5) Organização do trabalho fundamentada em equipes especializadas; 6) Existência de mecanismos de relacionamento de equipes – parte do trabalho gerencial é coordenar equipes; 7) Transferência do poder para equipes especialistas; 8) Especialização horizontal do trabalho; 9) Alto custo de comunicação; e 10) Cultura baseada em valores democráticos e não burocráticos. Um bom exemplo de adhocracia são as empresas de tecnologia, pois sua estrutura não pode ser ―engessada‖ para permitir uma evolução e crescimento naturais. 6.3 Funções de OSM com as novas tendências organizacionais A função de OSM utiliza-se de teorias, técnicas e procedimentos que evoluem constantemente, em paralelo com os avanços verificados na Teoria das Organizações e nas modernas tecnologias da informação e comunicação. 6.4 Estratégias de atuação e análise organizacional A área de OSM deve entrar em ação sempre que seja necessário alterar estruturas organizacionais, sistemas ou métodos de trabalho. Essa necessidade pode surgir de exigências legais, exigências do mercado, caracterização da ineficiência ou ineficácia da estrutura, dos sistemas ou métodos atuais. A análise organizacional pode abranger um ou mais dos aspectos abaixo relacionados: 39 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Análise estratégica. Quando são examinadas a missão, a estratégia (direção determinada pela organização com respeito a mercados, produtos ou serviços e resultados financeiros) e os objetivos e metas organizacionais. Análise da estrutura organizacional. Corresponde ao conjunto de responsabilidades, autoridade e relações entre pessoas de uma organização (NBR ISO 9000). Análise de processos. Podem ser vistos como conjuntos de atividades inter- relacionadas que convertem insumos (entradas) em produtos (saídas). 6.5 Por que planejar? (Fonte: http:// www.gerenco.com.br/page2.html) "O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes" - PETER DRUCKER. Qualquer atividade humana realizada sem qualquer tipo de preparo, é uma atividade aleatória que conduz, em geral, o indivíduo e as organizações a destinos não esperados, altamente emocionantes e via de regra a situações piores que aquelas anteriormente existentes. A qualidade é fruto de um esforço direcionado de um indivíduo ou grupo para fazer algo acontecer conforme o que foi anteriormente desejado e estabelecido, portanto a qualidade somente poderá ser alcançada através de um trabalho planejado. 6.6 O planejamento provoca modificações em pessoas, tecnologia e sistemas. "se você não souber onde pretende chegar, qualquer caminho serve." Portanto deve-se considerar que o planejamento é condição básica para o sucesso de qualquer trabalho que procure a melhoria da qualidade. Esse planejamento deverá ser feito nas diversas etapas da cadeia de fornecimento de um produto ou serviço, isto é, desde a pesquisa de mercado, o projeto, o fornecedor até a loja que fornece este item ao consumidor ou cliente. Portanto fica claro que a qualidade somente será conseguida se ela for planejada e que este planejamento ocorra de forma organizada, isto é, dentro de uma sequência de eventos pré determinada. Vale a pena recordar um ditado chinês que afirma que "se você não souber onde pretende chegar, qualquer caminho serve." Isto significa: se uma empresa quer alcançar a 40 Prof. Marcio R. G. de Vazzi qualidade competitiva, isto não se dará por acaso, mas será o resultado de um esforço de todos aqueles que trabalham na organização, desde o presidente até o mais simples funcionário. 6.7 Por que qualidade? (Fonte: http://www.gerenco.com.br/page4.html) A qualidade é hoje uma das principais estratégias competitivas nas diversas empresas e nos diversos setores. A qualidade está intimamente ligada à produtividade, a melhoria de resultados e aumento de lucros, através de redução de perdas e do desperdício, do envolvimento de todos na empresa e conseqüente motivação. O que é qualidade? Encontramos nas normas ISO série 9000--versão 19941, a seguinte definição para Qualidade: "Totalidade de características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas ou implícitas." É interessante acrescentar algumas das observações listadas no corpo da própria norma: "- Numa situação contratual, ou uma área regulamentada, tal como na área de segurança, as necessidades são especificadas, enquanto que em outros áreas, as necessidades implícitas devem ser identificadas e definidas. - Em muitos casos, as necessidades podem mudar no decorrer do tempo; o que implica em revisões periódicas dos requisitos para a qualidade. - As necessidades são traduzidas normalmente em características com critérios especificados. As necessidades podem incluir, por exemplo, aspectos de desempenho, facilidade de uso, dependabilidade (disponibilidade, confiabilidade, mentalidade), segurança, meio ambiente, aspectos econômicos e estéticos." Juran(1988) define classicamente "Qualidade é adequação ao uso". Também em seu Handbook, quarta edição, vemos as seguintes colocações: "Qualidade consiste nas características do produto que atendem as necessidades dos clientes e assim fornecem a satisfação em relação ao produto", e "Qualidade significa ausência de deficiências". A. V. Feigenbaun(1983) define "Qualidade significa o melhor para certas condições do cliente. Estas condições são (a) o uso atual e (b) o preço de venda do produto". Encontramos definido por P. Crosby(1984) que "Qualidade é conformidade com as especificações". 41 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Podemos citar ainda alguns outros autores, e suas respectivas definições: Segundo Nigel Slack(1993) -um especialista da área de manufatura - "qualidade é fazer certo". Jean Teboul(1991) define como qualidade "a capacidade de satisfazer as necessidades, tanto na hora de compra, quanto durante a utilização, ao melhor custo possível, minimizando as perdas, e melhor do que os nossos concorrentes". A partir das diversas expressões entendemos qualidade como o conjunto total de atividades que permitem obter um produto ou serviço dentro de requisitos que atendam às expectativas e necessidades dos clientes, com custo ótimo, dentro do prazo desejado, obtendo- se a melhor resposta, isto é, lucro e satisfação da empresa e do cliente. Robert Bly(1993) observa que "para o consumidor, qualidade de um produto é um produto que é bom, excelente ou um dos melhores. Um produto de qualidade utiliza os melhores ingredientes, os materiais mais caros, os componentes mais confiáveis. Um produto de qualidade é elaborado por uma mão de obra com alta qualificação e suportada por um excelente serviço. Qualidade, para muitos, simplesmente significa comprar o melhor, seja um produto ou um serviço". Enfim, qualidade sabe quem compra e no momento que compra. Podemos buscar uma definição final na regra dos três B's, qual seja, "Qualidade é ser Bom, Bonito e Barato". A qualidade não surge do acaso. A má qualidade sim é resultado do descaso, da improvisação e cobra caro quando acontece em uma empresa. Deve-se ressaltar que: QUALIDADE NÃO ACONTECE SEM PLANEJAMENTO ! Complemento: Vídeo ―Motivando todos para a mudança‖ 6.8 Exercícios de Fixação 1 – Com base nos modelos de organização vistos, compare com os movimentos/teorias de Ford – Taylor – Fayol – Weber e Maslow 2 – Quando o profissional de OSM deve entrar em ação? Justifique. 3 – Por quê uma empresa deve se preocupar em planejar? Argumente sua resposta. 4 – Por quê uma empresa deve se preocupar com qualidade? Cite um exemplo. 42 Prof. Marcio R. G. de Vazzi 7 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA Texto adaptado de Alexandre Portela Barbosa. Fonte: http://vencer.sossoon.net/blog.aspx?bid=3158 Eficiência significa fazer um trabalho correto, sem erros e de boa qualidade. Eficácia é fazer um trabalho que atinja totalmente um resultado esperado. Ao elaborar um material excelente, o Gerente foi eficiente, mas este trabalho não alcançou os resultados esperados, então não foi eficaz. Eficiência é fazer alguma coisa correta, Eficácia é fazer um trabalho que atinja plenamente um resultado que se espera. É fazer "a coisa certa", ou seja, a coisa que leve ao resultado almejado. Exemplo (Um pouco mórbido, mas real) O caso Suzane Von Richthofen Suzane era uma pacata moça de família e desejava muito ficar rica. Então, assassinou seus pais para ficar com a herança. Isto seria extremamente eficaz (só aborda os objetivos finais). Mas, ela e os irmãos Cravinhos não foram eficientes (não fizeram bem feito) e acabaram na cadeia (e recentemente, em 2011, sem herança). Uma das principais funções do administrador é cumprir metas, com prazos estabelecidos, da melhor forma possível e com o menor número de erros. Nesse processo estão envolvidos dois critérios para o cumprimento dos objetivos: eficiência e eficácia. Eficiência é fazer certo um processo qualquer. Complementando essa idéia, podemos dizer: eficiência é o meio de fazer certo um processo correto de boa qualidade, em curto prazo, com o menor numero de erros. Já a eficácia seria ligada ao objetivo em si, seria a relação entre os resultados almejados e os previstos, e também o processo de atingimento das metas propostas, aproveitando as oportunidades oferecidas. Unir os dois conceitos é essencial para o cumprimento desejado, porém nem todo administrador possui as duas qualidades. A eficácia é a mais importante, é indispensável ao administrador apresentar resultados, pois atualmente são o que as empresas exigem em primeiro lugar. Já a eficácia conciliada, é mais difícil de se encontrar nos profissionais atuais, pois, alguém eficaz e eficiente, apresenta os propostos resultados em curto prazo, com qualidade e sem cometer muitos erros, seria o administrador ideal. 43 Prof. Marcio R. G. de Vazzi Um Profissional, no decorrer de suas atividades, deve alcançar ao mesmo tempo a eficiência e a eficácia. Primeiro seu trabalho precisa alcançar o que se espera, os objetivos almejados, e esse trabalho não deve conter erros demasiados, deve estar o mais correto possível. Se o executivo é eficaz, mas não é eficiente, ou seja, faz o trabalho certo para alcançar uma meta , mas esse trabalho apresenta diversos erros, então os objetivos têm chances remotas de serem alcançados. 7.1.1 O Lenhador Diz uma história que certa vez um jovem lenhador resolveu desafiar o mestre de seu vilarejo. Este homem era um senhor já de idade, mas muito respeitado em sua profissão. Conhecia todas as técnicas e era quem tinha sempre a maior produção entre os lenhadores. O jovem, convencido de que era melhor do que ele fez o desafio. Nesta região, estes desafios eram eventos que agitavam os moradores locais. Ser o melhor lenhador era um título que conferia status, respeito e admiração. O jovem se preparou muito até o dia marcado. Chegando, cumpriram todo o ritual que deveria anteceder à competição. Cada qual deveria usar apenas um machado. Venceria aquele que cortasse mais árvores num período de 8 horas. Cabe aqui um pequeno comentário. Para que a história não tenha um sentido politicamente incorreto, ou seja, antiecológico. Vale destacar que se tratava de um reflorestamento específico para fins industriais e que o mesmo estava dentro das regras ambientais. Assim dito, foi iniciado o embate. Ambos começaram a atividade com vigor. Após um longo período, o lenhador mais jovem, ao olhar para trás viu o mestre sentado. E continuou a labuta. Por várias vezes o mancebo ao olhar em direção ao experiente lenhador o via sentado. Logo imaginou o cansaço do mesmo devido à idade e que com isto a vitória seria fácil. Ao final do período estipulado, os juízes foram contar o número de árvores que cada um havia derrubado. O sorriso do jovem traduzia sua certeza de vitória. Porém, o mesmo se viu decepcionado ao ouvir o resultado. Havia perdido por uma boa diferença. Inconformado questionou ao mestre como poderia ter perdido se sempre que olhava para trás o via sentado. O experimentado senhor disse-lhe: todas as vezes que me via sentando eu estava a amolar meu machado. Enquanto o jovem lenhador só se preocupava com a tarefa (derrubar árvores) seu machado ia cegando. A cada nova árvore era necessário despender muito mais força e tempo. Ao contrário do mestre que planejou e se preocupou no como fazer melhor. Esta é a grande distinção entre o significado de eficiência e eficácia. Imagine quem estava mais exausto ao 44 Prof. Marcio R. G. de Vazzi final da competição. Certamente o mais jovem e não o mais velho que soube dosar sua energia e preparar sua ferramenta adequadamente. Este mesmo efeito pode ser constatado em outro esporte que é a nossa paixão nacional: o futebol. Muitas vezes vemos times ou jogadores de grande vigor físico e de muita correria. Por outro lado, outro jogador, mesmo que não mais experiente, mas mais talentosos, conseguem com menos exaustão melhores e mais belas jogadas. O que, embora nem sempre, mas na maioria das vezes se converte em gol. Reavalie seus métodos. Descubra um jeito melhor de fazer as coisas. Isto poderá gerar economia de tempo, material, equipamento e poderá traduzir-se em um diferencial em sua carreira ou empresa. Faça certo e da maneira certa. Não fique preso somente ao fazer, mas fazer da melhor maneira
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