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PsiTrab UNI V Caderno

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Responsável pelo Conteúdo: 
Profª. Ms. Gisele de Lima Fernandes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comunicação e Liderança 
como Fator Motivacional 
Nesta unidade do curso, trataremos do tema “Comunicação e 
Liderança como fator motivacional”. Vamos refletir mais 
especificamente sobre a importância das práticas de 
comunicação e de liderança na promoção de 
comprometimento e motivação dos liderados. 
Atenção 
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar 
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. 
 
 
 
 
 
 
O quadrinho abaixo ilustra como Calvin, garoto de seis anos idealizado pelo cartunista Bill Watterson, 
utiliza-se das práticas de comunicação e de liderança para conquistar o comprometimento de sua 
equipe. Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://3.bp.blogspot.com/_Wc5alABRDj8/SRzzrPAEjBI/AAAAAAAAAUc/ly
HEPC51ef4/s400/calvin-comprometimento.JPG 
 
Nesta unidade, vamos refletir sobre como a postura do líder e a forma como este se comunica com sua 
equipe são fundamentais para se conquistar o real comprometimento, gerando assim motivação. 
 
 
 
 
Contextualização 
 
 
 
 
 Comunicação, liderança e motivação se conjugam numa relação de causa e efeito. Não 
há como abordar o tema motivação, sem mencionar a necessidade de zelo com as técnicas de 
liderança e de comunicação. As melhores estratégias motivacionais não terão êxito, se não 
houver práticas coerentes de comunicação ou de liderança. Comunicação, sem dúvida, é 
uma das competências mais importantes de um líder. 
 
Comunicação como fator motivacional 
“Não é possível dizer qualquer coisa, de qualquer jeito, em qualquer momento, a qualquer pessoa” 
Chanlat e Dufour 
 Mintzberg (1973) aponta que a função de um líder é em sua essência a comunicação. 
Embora executivos utilizem os verbos planejar, dirigir, coordenar, controlar, entre outros, para 
descrever suas funções mais rotineiras, o verbo comunicar estará sempre presente no 
cotidiano destes líderes. 
 Mas o que é comunicação afinal? No Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, do 
Ministério da Educação, encontra-se a seguinte definição para o termo comunicação “fazer 
saber, tornar comum, participar”. 
 Desta definição, dois aspectos devem ser destacados. 
 O primeiro deles é que comunicação envolve transmitir algo para alguém. A 
comunicação é um fator social. É necessário que haja um emissor, mas também um 
receptor, pois do contrário não há comunicação. 
 O segundo aspecto é que para que haja comunicação deve existir algo a ser 
transmitido. Ou seja, é necessário que haja uma mensagem. 
 Assim, dentre os elementos importantes a comunicação estão: o emissor, o receptor e a 
mensagem. O emissor emite uma mensagem por meio de um código, codifica a mensagem, 
e o receptor a decodifica. Esta mensagem é transmitida por meio de um canal da 
comunicação e para que a comunicação seja fluida faz-se necessário evitar qualquer ruído ou 
barreira a este processo. 
 O Diagrama Clássico da Comunicação demonstra de forma clara como se dá este 
processo. A ilustração de Roland, apresentada no livro Relações Humanas na família e no 
trabalho Pierre Weil1, representa de forma humorada alguns dos componentes deste 
Diagrama. 
 
1 WEIL, Pierre Relações Humanas na família e no trabalho Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 22º ed., 1968 
Material Teórico 
 
 
 Todavia, vale ressaltar que não basta apenas haver um emissor, um receptor, um canal 
e uma mensagem para que a comunicação ocorra, é necessário considerar os efeitos da 
mensagem sobre quem a emite e, principalmente, sobre quem a recebe. 
 A frase apresentada no início do tópico “Não é possível dizer qualquer coisa, de 
qualquer jeito, em qualquer momento, a qualquer pessoa”, de Chanlat e Dufour ilustra bem 
esta necessidade de considerar os efeitos da comunicação sobre o emissor e, principalmente, 
sobre o receptor. É necessário considerar todos os elementos envolvidos na comunicação 
para que a mesma ocorra de forma completa e adequada. 
 Analisando a frase de Chanlat e Dufour, podemos destacar que: 
 Não é possível dizer qualquer coisa de qualquer jeito. É preciso adequar o 
código utilizado na comunicação ao nível de nosso receptor. 
 Também não é possível dizer qualquer coisa, de qualquer jeito, em qualquer 
momento. O tipo de comunicação deve-se adequar a situação específica. Não é 
apropriado que o diálogo entre o líder e o liderado seja idêntico em situações distintas 
como uma reunião de trabalho e um evento informal da empresa, por exemplo. 
Embora, seja sempre necessária a postura profissional, a comunicação adequada pode 
aproximar as pessoas. Sobre momento também é importante lembrar que nem todos 
os assuntos são convenientes. Há assuntos que merecem ser deixados para momentos 
adequados. Cabe ao receptor avaliar qual é o momento mais adequado para cada 
assunto. 
 Não é possível dizer qualquer coisa, de qualquer jeito, a qualquer 
pessoa. Uma vez que as pessoas são diferentes a forma como estas recebem as 
mensagens também é bastante particular. Uma mensagem pode despertar 
motivação em alguns, mas desmotivação em outros. É preciso se ater à pessoa a 
quem a mensagem é transmitida e quais são as intenções desta mensagem. 
 Além de se preocupar com o que dizer, para não dizer qualquer coisa, de qualquer 
jeito..., é necessário também nos atentarmos às outras formas de comunicação. Quem nunca 
ouviu dizer que uma imagem vale mais que mil palavras? A transmissão de uma mensagem 
pode se dar, além da fala, por meio de uma expressão, de um olhar, de um tom de voz, 
enfim, a comunicação por ser feita de várias maneiras. 
 
 
 Um líder pode, por exemplo, transmitir uma mensagem de motivação e de incentivo 
por meio da fala, mas se contradizer pela mensagem emitida por meio de suas expressões 
faciais, seus gestos, sua postura. 
 É preciso considerar que todos os estímulos são importantes na comunicação e, 
consequentemente, na motivação. E quando falamos todos os estímulos, nos referimos a 
todos mesmo, inclusive à sua vestimenta, à sua imagem como profissional, como pessoa etc., 
tudo o que você é ou representa interferirá em como as mensagens que você transmite serão 
recebida por seu receptor. 
 Do mesmo modo que o descaso com a comunicação coloca a perder qualquer projeto, 
o cuidado com a mesma traz vantagens incontáveis para qualquer plano. 
 Quando se trata de comunicação, é 
importante ainda oferecer escuta a quem 
transmite uma mensagem. É comum 
observarmos pessoas que simplesmente não 
escutam o que o outro diz. Tamanha é a 
necessidade de falar, que simplesmente alguns 
ignoram as mensagens transmitidas pelos outros. 
Todavia, ter empatia pelo outro, ser bom ouvinte, 
permite ao líder conhecer melhor seu liderado, 
além de fazer com que este se sinta reconhecido e 
valorizado nesta relação. 
 Um outro aspecto sobre a comunicação que vale a pena se atentar é quanto ao 
feedback. É necessário que haja feedback tanto positivo, quanto negativo. É tão mais 
comum ouvirmos falar dos problemas, dos erros, das perdas, do que ouvirmos dos progressos, 
das conquistas, dos sucessos. Cabe ao líder se atentar para o sucesso e oferecer feedback 
positivo aos seus funcionários. 
 Por tudo isto, a comunicação interfere diretamente na motivaçãoe o líder deve estar 
atento às estratégias de comunicação utilizadas. 
 
Liderança como fator motivacional 
‘Para ser um líder, você tem que fazer as pessoas 
quererem te seguir, e ninguém quer seguir alguém 
que não sabe onde está indo”. Joe Namath 
Muito poderia ser dito sobre liderança como fator 
motivacional, mas aqui vamos nos ater à liderança 
como poder de influenciar o outro. Exercemos 
© Paha_l & Hannamonika - stockfreeimages 
 © Suravid - stockfreeimages.com 
 
 
liderança sempre que influenciamos o outro a atingir uma meta. E para influenciar o outro, é 
necessário que o líder exerça poder sobre este. 
 Todavia, existem tipos de poder. Podemos exercer poder sobre o outro, em função de 
uma posição que ocupamos, por exemplo. Você certamente conhece a frase: “manda quem 
pode, obedece quem tem juízo”. Quando devo obediência a alguém, em função do poder 
que este tem sobre mim, certamente esta pessoa me influenciará a fazer determinadas coisas. 
 Mas não é sobre este tipo de poder, que trataremos aqui, mas outro tipo, o poder 
legítimo, que não está vinculado ao cargo ou à posição, mas sim à pessoa. Quantas vezes 
vemos pessoas pedirem conselhos a um amigo, a um professor ou aos seus pais. Estes a 
quem pedimos conselhos exercem poder sobre nossas vidas, pois de certa forma influenciam 
nossas escolhas. Quanto maior a influencia dessas pessoas sobre nossas vidas, maior o poder 
que estas exercem sobre nós. 
 Embora seja cada vez menos comum, existem líderes organizacionais, que exercem 
poder legítimo sobre seus liderados. Independente de sua posição na empresa, de seu cargo, 
de seu poder em promover ou demitir alguém, estes líderes influenciam seus liderados. Este 
poder é conquistado não pelo cargo, mas a partir de atitudes de respeito, da transmissão de 
confiança, de proximidade para com seus liderados. E esta proximidade, confiança e 
respeito resultam em comprometimento, em motivação. 
 Quantas vezes já ouvimos de histórias em que a empresa estava passando por 
dificuldades financeiras, mas os funcionários permaneciam unidos, trabalhando, por vezes até 
sem receber salário, mas procurando reerguer a empresa? 
 Ou, quantas vezes, ouvimos também de empresas que estavam passando por 
dificuldades financeiras e os funcionários torcendo para que a empresa entrasse em falência, 
mesmo sem se darem conta de que perderiam seus empregos? 
 O que muda entre o primeiro e o segundo exemplo? Muitas vezes, o que muda é o 
estilo de liderança. O funcionário que se sente pertencente à empresa, que compreende que 
seu líder é comprometido para com ele, fará de tudo para ajudar a este líder, mas o contrário 
também é verdadeiro. O funcionário que não se sente parte da empresa, não se importará 
que a mesma encerre suas atividades, tenha prejuízos, perca clientes, pois ele não faz parte da 
empresa. 
 Daí a importância de uma liderança que conquiste liderados, que faça com que o 
funcionário se sinta parceiro da empresa. Mas, liderar assim não é tarefa fácil, exige cuidado e 
esforço. Exige olhar para o outro, procurar compreender suas necessidades, suas motivações. 
Este é um grande desafio para a liderança e, consequentemente, para o sucesso de qualquer 
empreendimento. 
 
 
 O líder conquista quando sabe impor sua posição, sem ser autoritário. Preocupa-se 
com seus funcionários, mas sem que isto comprometa o desempenho, o desenvolvimento das 
atividades. Sabe o que está fazendo é transmite esta segurança aos seus liderados. Fala e 
age com entusiasmos sobre seus projetos. Enfim, como já dito, liderar não é tarefa fácil, exige 
dedicação. Liderar é como andar de bicicleta. Dizem que, quem aprende nunca mais 
esquece, mas existe muita diferença entre um ciclista profissional e um amador. O ciclista 
profissional dedica-se à prática de andar de bicicleta, enquanto o amador, não. O líder, deve 
se dedicar à prática de liderar, pois só com a experiência, poderá se tornar um líder que 
influencia verdadeiramente as pessoas. 
 Essa postura coesa e verdadeira desenvolve na 
equipe não só a confiança, mas a desejo de estar junto 
ao líder e atingir as metas por este determinadas. Este 
pode ser considerado um dos segredos de se obter 
comprometimento do funcionário. Quando o 
profissional admira seu líder, bem como reconhece que 
pode confiar nele como profissional e como pessoa, ele 
não só o respeita, como também se compromete com 
aquilo que lhe é proposto. 
 Claro que há variações de pessoa para pessoa, 
mas, de forma geral, há uma pré-disposição em se 
comprometer com quem se percebe como merecedor de 
nossa dedicação. 
 Vale lembrar também que para se comprometer com algo, precisamos gostar daquilo 
que fazemos e, isto, nem sempre está relacionado com a empresa ou com o líder, mas sim 
com a própria pessoa. O líder neste caso pode atuar como um orientador. 
 Enfim, se você deseja uma equipe comprometida com o que faz, deve conquistar a 
confiança e a admiração da mesma e isto, não se consegue sem dedicar respeito ao outro. 
 
 
© Orangeline - stockfreeimages.com 
 
 
 
 
 
BERGAMINI, C. W. Motivação: uma viagem ao centro do conceito. RAE Publicações. 
Disponível on-line em: http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/1716.pdf 
 
BISPO, Patrícia 3M une liderança e comunicação. RH.Com.br. Disponível online em: 
http://www.rh.com.br/Portal/Lideranca/Materia/3656/3m-une-lideranca-e-comunicacao.html# 
 
CRESPI, Darcio. Dinheiro é bom, mas não é tudo. Portal Exame. Disponível on-line em: 
http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0855/noticias/dinheiro-e-bom-mas-nao-e-
tudo-m0078525 
 
DOSSIÊ LIDERANÇA. A forma que a liderança terá. HSM Management 72 janeiro-
fevereiro 2009. Disponível on-line em: 
http://www.cnc.org.br/sites/default/files/arquivos/a_forma_que_a_lideranca_tera.pdf 
 
 
 
 
 
Material Complementar 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRIDGES, W., Job Shift: um Mundo sem Empregos. São Paulo: MB Books, 1995. 
DEJOURS, Christophe. Uma visão do Sofrimento Humano nas Organizações. Em: 
CHANLAT, Jean-François (organizador). O indivíduo na organização: dimensões 
esquecidas. Ofélia de Lanna Sette Torres (organizadora); tradução e adaptação Arakey 
Martins Rodrigues; revisão técnica Carlos O. Bertero, 3º Ed. São Paulo: Atlas, 1996. 
DEJOURS, C.; ABDOUCHELI, E. & JAYET, C. Psicodinâmica do Trabalho - 
Contribuições da Escola Dejouriana à análise da relação Prazer, Sofrimento e Trabalho. São 
Paulo: Editora Atlas S.A., 1994. 
LIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 7ed. São Paulo: Edgar Blucher, 2001. 
MILLS, Wright. A Nova Classe Média. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976. 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual De Procedimentos Para Serviço Da Saúde: Doenças 
Relacionadas ao Trabalho. Brasília, 2001. 
SAÚDE MENTAL EM FOCO. Em busca de novas perspectivas. Módulo de saúde mental 
é sucesso no Congresso Latino-Americano de Serviços de Saúde. SINDHOSP. Ano 02, 
Boletim nº 08, Jul/Ago/Set, 2009. 
 
 
 
 
Referências 
 
 
 
 
 
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Anotações

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