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Recurso Extraordinário e Especial

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Recurso Especial e Extraordinário
	Esses recursos podem ser exercitados conjuntamente e, isto é, contra uma mesma decisão, sendo que isso não invalida o princípio da unirrecorribilidade, pois cada um tem o seu cabimento distinto.
	Tais recursos somente são cabíveis para discussão de questões unicamente de direito, relacionadas a competência de cada um dos tribunais (STF - CF ou STJ - Lei Federal).
Prazo: 15 dias.			Legitimidade: art. 499 = sucumbente, 3ª interessado ou MP.
Cabimentos:
R.Esp.:
a) Contrariar ou negar vigência a Lei Federal ou Tratado (Lei Federal): dispor, na decisão, de forma contrária àquela prevista na própria Lei, ou negar vigência, isso é, a decisão negou expressamente a aplicação do dispositivo de Lei, ou a decisão implicitamente afastou sua aplicação.
b) Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal: acórdão que julgou ato executivo municipal ou estadual válido perante a lei federal.
c) Dissídio jurisprudencial: Sistema de paradigmas, em que se compara situações semelhantes buscando que a solução para essas situações sejam semelhantes, é que é o fundamento dessa última hipótese de cabimento. Para caracterizar esse cabimento deve-se procurar decisões divergentes de Tribunais de outros estados, julgando uma questão semelhante. Para se demonstrar a caracterização, deve-se fazer o cotejo analítico da decisão recorrida e da decisão paradigma, mostrando a semelhança dos casos, e a decisão divergente.
R.E.:
a) Contrariar dispositivo da Constituição Federal: Essa contrariedade a norma Constitucional deve ser direta, ou seja, a decisão recorrida deve contrariar norma Constitucional expressa que foi discutida no processo.
b) Declarar a inconstitucionalidade de lei federal ou tratado (lei federal): quando, em controle difuso, a decisão declara lei federal ou tratado inconstitucional.
c) Julgar válida lei ou ato de governo local contestada em face da Constituição Federal: Instituto que visa resguardar a Constituição, afastando o risco de um decisão proferida por um tribunal comum convalidar um ato inconstitucional.
d) Julgar válida lei local contestada em face de lei federal: quando há um entrechoque entre lei federal e uma lei municipal o bem que pode ter sido vulnerado não é a lei federal, mas é a própria Constituição. Se foi julgada válida uma lei municipal contestada em face de uma lei federal há, em tese, a possibilidade de que se tenha estabelecido um conflito de competência entre essas normas e, a competência da União sempre está acima das outras competências.
Peça: A peça do recurso extraordinário ou especial é dividida em duas partes. A primeira peça será dedicada a demonstração do cabimento do recurso, ou seja, irá demonstrar os requisitos recursais gerais (legitimidade, tempestividade, preparo recursal) e os requisitos recursais específicos (prequestionamento e repercussão geral, no caso do R.E.).
Repercussão geral: Deve ser demonstrada Repercussão geral na interposição do recurso extraordinário em um capítulo exclusivo preliminar. A repercussão geral se baseia na demonstração que a questão tratada no recurso interposto não interessa apenas as partes litigantes, mas a sociedade como um todo, por ser de grande importância política, econômica, jurídica ou social. Para haver a repercussão geral negativa, ou seja, para declarar a falta da repercussão geral, deve ser constatada por 2/3 do pleno, pois esta será julgada em separado do próprio R.E., sendo julgada pelo pleno e o R.E. sendo julgado pela turma. Quando o pleno decidir pela falta da repercussão geral, tal levará ao não conhecimento do recurso extraordinário, bem como, vinculará todos os futuros casos que tratarem da mesma matéria. 
Dupla fundamentação: Quando a decisão tem dupla fundamentação, ou seja, está baseada na Constituição Federal e em um Lei Federal, deve ser interpostos ambos os recursos concomitantemente. Toda decisão que não é recorrida no prazo estipulado, precluirá, e nesse caso não é diferente. Quando há a dupla fundamentação, é necessária a interposição de ambos os recursos, caso contrário, a decisão irá precluir com base na outra fundamentação não recorrida.
	Procedimento: Será dada ciência a parte contraria, para, caso queira, contrarrazoar os recursos. Após, será realizado o juízo de admissibilidade provisório de ambos os recursos pelo juízo "a quo" (presidente ou vice-presidente do tribunal de origem). No caso da não admissão do recurso, contra tal decisão, caberá agravo contra decisão denegatória, do art. 544 do CPC. Quando admitidos, os autos serão enviados ao STJ, onde passará pelo juízo de admissibilidade definitivo, e se conhecido, passará para o julgamento. Caso o recurso seja provido, e a decisão seja modificada, o recurso extraordinário será prejudicado, beneficiando assim o recorrente. Caso não seja provido o recurso especial, a decisão continuará prejudicando o recorrente, então, os autos serão remetidos para julgamento ao STF.
Recurso repetitivo: Se o Presidente do Tribunal identifica que há uma quantidade considerável de ações envolvendo o mesmo tema de direito e consequentemente a manifestação de vários recursos extraordinários ou especiais sobre aquele mesmo tema, ele pode usar das faculdades previstas no CPC de eleger um ou alguns daqueles recursos como representativos da controvérsia e, mandar processar só aqueles ou aquele e suspender todos os demais casos semelhantes. 
	Estes casos semelhantes vão ficar todos sobrestados, aguardando aqueles que foram escolhidos como representativos da controvérsia, porque houve a chamada AFETAÇÃO, sejam julgados pelos Tribunais de destino. 
	Chegando no Tribunal de destino, o recurso representativo, o relator poderá pedir informações aos outros tribunais do país a serem dadas no prazo de 15 dias, e se o relator a quem for atribuído tal recurso concordar com a decisão do Presidente do Tribunal de origem, ele mandará expedir ofício aos Tribunais do Brasil inteiro e, todos os Tribunais deverão suspender todos os recursos que tratem da mesma matéria. Após oficiar os tribunais do país, poderá admitir a manifestação de entidades que atuem como "amigos da corte", no prazo de 15 dias. Seguindo, o MP terá vista, e mais 15 dias para se manifestar.
	Note-se que esta decisão do Presidente que admite o processamento, mas escolhe um ou alguns como representativos, não perde a natureza de decisão positiva de admissibilidade e, portanto, se mantém irrecorrível, porque ela é uma decisão positiva. 
	Esses recursos mandados para os Tribunais pode ser mantida a suspensão, não só naquele Tribunal como no País inteiro, ou o relator não concorda, caça a decisão do Presidente e, todos os recursos que estavam suspensos vão ser processados individualmente. 
	Se for abonada a decisão do presidente do tribunal ordinário, pelo relator do Recurso Especial ou extraordinário, mantêm-se a suspensão e ela será mantida até que haja o julgamento desses recursos tomados por amostragem. 
	A afetação de recursos extraordinários repetitivos, segundo o CPC é atribuição exclusiva dos presidentes dos Tribunais ordinários quando fazem o seu exame de admissibilidade provisório.
	Essa decisão tomada pelo STF ou pelo STJ, nos chamados recursos repetitivos julgados por amostragem, ela é aplicada a todos os recursos. 
	Consequentemente, se foi mantida a decisão do tribunal “a quo”, todos os recursos que foram paralisados não serão admitidos. 
	O problema surge na hipótese contrária, ou seja, quando o STJ julga de maneira diferente do que tivesse julgado o Tribunal de 2ª grau. 
	A lei prevê que nessa hipótese obrigatoriamente se julgará de novo para manter a decisão, mesmo sendo contrária ao do STJ, ou para reformar sua decisão para aplicar a decisão dada pelo STJ. Caso mesmo após o novo julgamento, a decisão seja mantida, a parte sucumbente poderá recorrer, e no STJ, a decisão será modificada para atender ao julgado no recurso repetitivo representante da controvérsia.

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