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INTRODUÇÃO AO DIREITO - 2ª aula - a norma jurídica conceitos gerais - 2º 2013

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Introdução do Direito – norma jurídica
Professor Juliano
CURSO: Direito	
DISCIPLINA:	Introdução ao direito
PERÍODO MINISTRADO/SEMESTRE/ANO:	2º/2013
PROFESSOR:	Juliano Vieira Alves
A NORMA JURÍDICA – Teoria E ESTRUTURA
1
Atualizado em 03.09.2013
Essa aula pode ser encontrada nos seguintes lugares:
	REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27ª. ed., ajustada ao novo Código Civil, 6ª. tiragem. São Paulo: Saraiva, 2009 – CAPÍTULO IX – “Da estrutura da norma jurídica” - pp. 93/104.
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 6ª. ed., rev. e ampl., São Paulo: Atlas, 2008 – “Dogmática analítica ou a ciência do direito como teoria da norma” – pp. 68/89.
LARENZ, Karl. Metodologia da Ciência do Direito. Tradução de José Lamego. 3ª. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997.
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito: introdução à teoria geral do direito, à filosofia do direito, à sociologia jurídica e à lógica jurídica: norma jurídica e aplicação do direito. 20ª. ed., rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2010 – capítulo 3, letra C “Conceito essencial de norma de direito” - pp. 355/387.
DIMOULIS, Dimitri. Manual de introdução ao estudo do direito. 2ª. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007 – Lição 3 “Teoria da norma jurídica” – pp. 63/91.
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do direito. Rio de Janeiro: Forense, 2009 – Capítulo IX: “Norma Jurídica” – pp. 83/96
NORMA JURÍDICA
O objeto da ciência do direito é a experiência social quando “é disciplinada por certos esquemas ou modelos de organização e de conduta que denominamos normas ou regras jurídicas” (REALE, 2009, p. 93)
Palavra latina regula
Padrão de referência
Regular equivale a impor regras por meio de normas de conduta ou pelo conserto (ajusta algo aos padrões desejáveis) para o bom funcionamento
Norma, em latim, é: “...o esquadro que utiliza o pedreiro para medir e ajustar a construção” (DIMOULIS, 2007, p. 63)
Normal é estar de acordo com o que habitualmente ocorre
Norma jurídica seria a categoria geral que tem duas espécies
	Regras jurídicas – concreto
	Princípios jurídicos – abstrato
	AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE REGRAS E PRINCÍPIOS:[1: GOMES CANOTILHO, apud COELHO, Inocêncio Mártires. A distinção entre regras e princípios e sua relevância para a especificidade da interpretação constitucional. In: Interpretação Constitucional. Porto Alegre: S.A. Fabris. Material da 3ª aula da Disciplina Jurisprudência Constitucional, ministrada no Curso de Especialização Telepresencial e Virtual em Direito Constitucional – UNISUL - IDP – REDE LFG.]
	• grau de abstração: os princípios jurídicos são normas com um grau de abstração relativamente mais elevado do que o das regras de direito;
	• grau de determinabilidade na aplicação ao caso concreto: os princípios, por serem vagos e indeterminados, carecem de mediações concretizadoras (e.g. do legislador ou do juiz), enquanto as regras são suscetíveis de aplicação direta;
	• caráter de fundamentalidade no sistema das fontes de direito: os princípios são normas de natureza ou com um papel fundamental no ordenamento jurídico devido à sua posição hierárquica no sistema das fontes (e.g. os princípios constitucionais) ou à sua importância estruturante dentro do sistema jurídico (e.g. o princípio do Estado de Direito);
	• proximidade da idéia de direito: os princípios são standards juridicamente vinculantes, radicados nas exigências de justiça (Dworkin) ou na idéia de direito (Larenz); as regras podem ser normas vinculativas com um conteúdo meramente funcional;
	• natureza normogenética: os princípios são fundamentos de regras, isto é, são normas que estão na base ou constituem a ratio de regras jurídicas, desempenhando, por isso, uma função normogenética fundamentante.
O problema do conceito essencial da norma para Maria Helena Diniz:
“Tem razão Alexandre Caballero ao dizer que é um fenômeno normal o da evolução dos conceitos; quanto mais manuseada uma ideia, mais ela fica revestida de minuciosos acréscimos. A interferência das mais diversas teorias sobre um conceito em lugar de esclarecer complica, frequentemente, as ideias, pois o que era antes um conceito unívoco converte-se em análogo e até em equívoco. Tal a variedade e disparidade de significação que lhe acabam sendo atribuídas.
Assim, quem quiser orientar-se acerca do problema do conceito da norma jurídica encontrar-se-á, portanto, diante de pontos de vista diferentes que lhe não serão de fácil domínio.
Isto nos leva a pensar na necessidade de buscar, com absoluta objetividade, o conceito da norma jurídica, pois os juristas, pela dificuldade de discernir o mínimo necessário de elementos sobre os quais se deve basear a definição de seus caracteres, chegam a conclusões opostas” (DINIZ, 2010, p. 352).
Pressuposto: "Uma regra jurídica pode estar expressada numa lei, pode resultar do denominado Direito consuetudinário ou de consequências implícitas do Direito vigente, ou de concretizações dos princípios jurídicos, tal como estas são constantemente efectuadas pelos tribunais" (LARENZ, 1997, p. 349).
“Norma jurídica (ou regra jurídica) é uma proposição de linguagem (texto de norma) incluída nas fontes do direito válidas em determinado país e lugar; seu significado é fixado no âmbito da interpretação jurídica; a norma jurídica objetiva regulamentar o comportamento social de forma imperativa, estabelecendo proibições, obrigações e permissões. Na maioria dos casos, o descumprimento da norma está associado a sanções negativas” (DIMOULIS, 2007, p.67)
A característica efetiva da norma jurídica, para Miguel Reale “é o fato de ser uma estrutura proposicional enunciativa de uma fórmula de organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória” (REALE, 2009, p. 95).
Alf Ross: uma norma jurídica é “uma diretiva que corresponde a certos fatos sociais, de forma tal que o modelo de conduta expresso na norma é geralmente seguido pelos membros da sociedade como vinculante (válido)” (Alf Ross, apud ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Rio de Janeiro: Malheiros, 2008, p. 58).
“A norma jurídica é imperativa porque prescreve as condutas devidas e os comportamentos proibidos e, por outro lado, é autorizante, uma vez que permite ao lesado pela sua violação exigir o seu cumprimento, a reparação do dano causado ou ainda a reposição das coisas ao estado anterior. Por conseguinte, a norma jurídica se define, como ensina Goffredo Telles Jr. “imperativo-autorizante”. Conceito este que é, realmente, essencial, pois constitui a síntese dos elementos necessários que fixam a essência da norma jurídica. Esta, sem qualquer um destes elementos eidéticos, afigura-se incompreensível. Deveras uma norma jurídica que careça do autorizamento será uma norma moral, e sem a nota da imperatividade, apenas uma lei da física” (DINIZ, 2010, p. 387).[2: Segundo Maria Helena Diniz, esse elemento imperativo inclui a norma jurídica no grupo das normas éticas que regem a conduta humana.][3: O caráter autorizante marca sua diferença específica e distingue das demais normas – só a norma jurídica possui esse caráter.]
Para Miguel Reale, existe uma forma objetiva e obrigatória: o Direito vale de forma heterônoma – indiferente à vontade dos obrigados (regras de conduta) e não permitem alternativa para ser aplicada (normas de organização).
A norma é “um elemento constitutivo do direito” (REALE, 2009, p. 93) e possui as seguintes características:
1) possui natureza heterônoma ou objetiva;
2) encarta exigibilidade ou obrigatoriedade no que enuncia.
	Para Karl Larenz, são duas as características fundamentais de uma regra:
(LARENZ, 1997, p. 349)
	carácter normativo:
	carácter geral:
	em primeiro lugar, a sua pretensão de validade, quer dizer, ser o sentido a ela correspondente uma exigência vinculante de comportamento ou ser uma pauta vinculante de julgamento;
	em segundo lugar, a sua pretensãode possuir validade, não só precisamente para um determinado caso, mas para todos os casos de «tal espécie», dentro do seu âmbito espacial e temporal de validade.
Segundo o art. 3º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro: "Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece".
CONTRAFACTICIDADE
“Contrafático significa ‘contrário aos fatos reais’” (DIMOULIS, p. 69).
QUATRO SÃO OS SENTIDOS DO CONCEITO:
1 - a norma continua válida mesmo se for violada: o Estado ou mesmo os cidadãos devem cobrar seu respeito mesmo quando a norma contraria a realidade – a luta pelo direito de Rudolf Von Ihering.
2 - FUNÇÃO PROGRESSISTA: a norma exprime um dever ser que tem como objetivo modificar a realidade social, transformar mentalidades e comportamentos – momentos de crise e ruptura – mesmo sem revolução, as normas são contrafáticas.
EXEMPLO: igualdade entre os sexos, penalização da tortura/racismo/trabalho infantil;
3 - PAPEL CONSERVADOR: objetiva impedir mudanças sociais ao reprimir as tentativas de alteração da organização social
EXEMPLO: perseguição e punição de crimes de terrorismo e subversão quando têm o intuito de desestabilizar o poder político/proteção da propriedade privada no direito civil e penal
4 - FICÇÕES JURÍDICAS: seus mandamentos valem mesmo de forma contrária à lógica e ao senso comum – é uma “mentira técnica”: considera verdadeiro algo que não é verdade.
EXEMPLO: CERVEJA SEM ÁLCOOL
DECRETO Nº 2.314, DE 4 DE SETEMBRO DE 1997 - Regulamenta a Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas.
Art . 66. As cervejas são classificadas: 
I - quanto ao extrato primitivo em: 
a) cerveja leve, a que apresentar extrato primitivo igual ou superior a cinco e inferior a dez e meio por cento, em peso; 
b) cerveja comum, a que apresentar extrato primitivo igual ou superior a dez e meio e inferior a doze e meio por cento, em peso; 
c) cerveja extra, a que apresentar extrato primitivo igual ou superior a doze e meio e inferior a quatorze por cento, em peso; 
d) cerveja forte, a que apresentar extrato primitivo igual ou superior a quatorze por centro, em peso. 
II - quanto à cor: 
a) cerveja clara, a que tiver cor correspondente a menos de vinte unidades EBC (European Brewery Convention);
b) cerveja escura, a que tiver cor correspondente a vinte ou mais unidades EBC (European Brewery Convention).
III - quanto ao teor alcoólico em: 
a) cerveja sem álcool, quando seu conteúdo em álcool for menor que meio por cento em volume, não sendo obrigatória a declaração no rótulo do conteúdo alcoólico; 
b) cerveja com álcool, quando seu conteúdo em álcool for igual ou superior a meio por cento em volume, devendo obrigatoriamente constar no rótulo o percentual de álcool em volume;
“...as normas jurídicas são contrafáticas porque possuem validade mesmo contrariando a realidade e suas tendências. Isso ocorre quando o direito quer mudar a realidade social ou deseja impedir que a atuação de pessoas e grupos que coloquem em perigo a ordem social. Ressaltamos que, mesmo nos casos em que o direito não consegue impor sua vontade contrafática, as normas não perdem sua validade. Isso significa simplesmente que devem ser intensificados os esforços para implementar o direito em vigor” (DIMOULIS, p. 70)
Segundo o art. 2º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro: "Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue".
Firmadas as características gerais das normas jurídicas, passa-se a descrever alguns critérios de classificação da norma jurídica.
Quanto ao destinatário
O destinatário é o ser humano
A norma possui duas partes: descritiva e prescritiva – quem deve seguir a prescrição?
Todos, servidores públicos, aposentados, índios, etc.
Normas gerais e individuais
Norma jurídica seria a categoria geral que tem duas espécies
	GERAIS
- abrangem grupos amplos
- os integrantes não são conhecidos no momento da descrição da norma
- estabelecem como destinatários um número indeterminado de pessoas
Aplicam-se a todos
	INDIVIDUAIS
- têm como destinatário uma pessoa previamente conhecida: uma sentença
a grande maioria das normas é de natureza geral
a maioria das normas do Poder Executivo é de cunho individual (atos administrativos de efeito concreto), mas existem atos executivos de caráter geral (decretos, portarias, etc).
A norma editada pelo Poder Judiciário (???????????) quase sempre tem caráter individual
O Poder Judiciário cria uma norma jurídica de alcance limitado às partes
Quanto ao modo de enunciação
Escritas: a esmagadora maioria das normas jurídicas está em textos oficiais em razão de uma dupla exigência:
segurança jurídica: objetividade
publicidade: exigência para alcançar a todos os interessados
orais: raras – pertencem às escalas hierarquicamente inferiores: “voz de prisão”, “pare!”, etc.
não verbal: normas mudas – são fundamentadas em normas escritas
imagem: sinalização das ruas
gestos: fiscal de trânsito
aparelhos: semáforo
Quanto à forma de prescrição
Estrutura proposicional: o conteúdo é enunciado por uma (ou mais) proposições correlacionadas. “...o significado pleno de uma regra jurídica só é dado pela integração lógico complementar das proposições que nela se contém” (REALE, 2009, p. 95)
a norma prescreve algo ao destinatário: emite um mandamento
utiliza um verbo indicando um dever ser: verbo deôntico: proibir, permitir e obrigar[4: Expressões deônticas: “permitido”, “proibido” e “devem”.]
	É proibido conversar em sala de aula
	É permitido o uso da palavra de forma ordeira
	Deve-se manter silêncio em sala
antes de formular a prescrição, a norma jurídica descreve uma conduta
essa conduta pode ser vista como duas modalidades do comportamento: ação (é proibido matar) e omissão (sonegação de impostos)
Regras de conduta: os indivíduos são os destinatários - Juízo hipotético:
Se F é, C deve ser
Articulação de dois elementos:
hipótese ou fato-tipo (tatbestand – fattispecie);
dispositivo ou preceito (rechtsfolge - disposizione)
Quando na sociedade se verifica uma razoável correspondência entre um evento ocorrido e o fato tipo F (previsto na norma), o responsável (normalmente o autor do ato) goza ou suporta as consequências predeterminadas no dispositivo ou preceito.
normalmente pensa-se na norma jurídica somente como proibitiva ou impositiva
realmente, não teria sentido editar uma norma óbvia, mas existem duas situações interessantes:
a) a norma que permite um comportamento, pois proíbe outros:
Art. 36 da Lei nº 9.504/1997: "A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 5 de julho do ano da eleição".
b) a norma permissiva que autoriza a conduta e impõe a todos os outros (não destinatários) o respeito:
Art. 5º da Constituição Federal:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
EXEMPLOS: duas normas básicas no nosso dia--a-dia:
1) a responsabilidade civil:
No antigo Código Civil (http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/L3071.htm ), prescrevia o art. 159:
Aquele que, por ação ou omissão voluntária,negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.
O dispositivo foi desmembrado nos artigos 186 e 927, do Código Civil de 2002 (http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/2002/L10406.htm ), que determinam o seguinte:
Art. 186 — Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927 — Aquele que por ato ilícito (art. 186 e 187) causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Observação importante para a estrutura meramente enunciativa do art. 186: “O sentido do enlace do pressuposto de facto com a consequência jurídica não é, como na proposição enunciativa, uma afirmação, mas uma ordenação de vigência. O dador da norma não diz: assim é de facto; mas diz: assim deve ser de Direito, assim deve valer” (LARENZ, 1997, p. 353).
2) o atraso no pagamento:
Ainda no Código Civil de 2002:
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
EXERCÍCIOS PRÁTICOS - fazer uma pesquisa:
Ver, no código de defesa do consumidor - Lei nº 8.078/1990 - o conceito de consumidor:
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção (SEÇÃO II: Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço), equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo (CAPÍTULO V: Das Práticas Comerciais) e do seguinte (CAPÍTULO VI: Da Proteção Contratual), equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
Procurar no Código Penal, nos artigos 155 e 157 a diferença entre o roubo e o furto:
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
O juiz pode aumentar a pena (CP, art. 157, §2º, inc. I) do ladrão por ele estar usando uma arma de brinquedo?
§2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
Enunciado da Súmula 174 do STJ: "NO CRIME DE ROUBO, A INTIMIDAÇÃO FEITA COM ARMA DE BRINQUEDO AUTORIZA O AUMENTO DA PENA".
Entretanto, o STJ Julgando o RESP 213.054-SP, na sessão de 24/10/2001, a Terceira Seção deliberou pelo CANCELAMENTO da súmula n. 174 - SÚMULA CANCELADA
O PAPEL DA JURISPRUDÊNCIA: Com o cancelamento da Súmula n.º 174 do Superior Tribunal de Justiça, ficou assentado o entendimento segundo o qual a simples atemorização da vítima pelo emprego de simulacro de arma de fogo, tal como a arma de brinquedo, não mais se mostra suficiente para configurar a causa especial de aumento de pena, dada a ausência de incremento no risco ao bem jurídico, servindo, apenas, para caracterizar a grave ameaça já inerente ao crime de roubo" - HC 183.166/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 19/02/2013.
Ver no código penal o crime de corrupção ativa: art. 333. Em que consiste o crime?
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Procure no Código de Processo Penal o conceito de flagrante delito: art. 302 e diga: as cenas frequentemente vistas na televisão de um sujeito entregando dinheiro muito tempo depois da oferta autorizam a prisão em flagrante?[5: Art. 53 da LEI Nº 11.343/2006: "Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios: I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes; II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível."Verifica-se o flagrante esperado na hipótese em que policiais, após obterem, por meio de interceptação telefônica judicialmente autorizada, informações de que quadrilha armada pretende realizar roubo em estabelecimento industrial, consegue, por meio de ação tempestiva, evitar a consumação da empreitada criminosa" - HC 84.141/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 20/11/2007.]
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
O agente que deixa de prender o corrupto no momento da consumação do crime está cometendo o crime de prevaricação previsto no art. 319 do CP?
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
O "SILOGISMO DE DETERMINAÇÃO DA CONSEQUÊNCIA JURÍDICA" DE KARL LARENZ[6: "Um silogismo é um termo filosófico com o qual Aristóteles designou a argumentação lógica perfeita e que mais tarde veio a ser chamada de silogismo, constituída de três proposições declarativas que se conectam de tal modo que a partir das duas primeiras, chamadas premissas, é possível deduzir uma conclusão. A teoria do silogismo foi exposta por Aristóteles em Analíticos anteriores" A estrutura do silogismo é a seguinte: Todo homem é mortal (premissa maior); Sócrates é homem (premissa menor); Logo, Sócrates é mortal (conclusão) (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Silogismo).]
Ao descrever a estrutura lógica da proposição jurídica, Karl Larenz declara que a regra do Direito tem a forma linguística de uma proposição, a “proposição jurídica”[7: Nota de rodapé original nº 1 na página 350: “O termo «Rechtssatz» (=proposição jurídica) emprega-se aqui, portanto, com um significado idêntico ao de «Rechtsnorm» (=norma jurídica). Isto justifica-se precisamente porque a norma jurídica só pode ser expressa como proposição (ou nexo de proposições). KELSEN (Teoria Pura, 2ª ed., pág. 73 e segs.) reserva o termo «proposição jurídica» (Rechtssatz) para as proposições da ciência do Direito. Estas contêm enunciados sobre o conteúdo ou a vigência das normas jurídicas; são proposições enunciativas que pelo seu conteúdo se referem a normas, mas não são, elas próprias, normas”.]
	Larenz descreve essa figura lógica do seguinte modo:
	a premissa maior é constituída por uma proposição jurídica completa: Se P se realiza numa situação de facto, vigora para essa situação de facto a consequência jurídica C
	a premissa menor é a subordinação de uma situação de facto concreta, como um «caso», à previsão da proposição jurídica: Esta determinada situação de facto S realiza P, quer dizer, é um «caso» de P
	A conclusão afirma que para esta situação de facto vale a consequência jurídica mencionada na proposição jurídica.
P- C (para todo o caso de P, vale C)
S=P (S é um caso de P)
S - C (Para S vigora C)
“...se enuncia dada conseqüência, declarando-a obrigatória, é sinal que se pretende atingir um objetivo, realizando algo de valioso, ou impedindo a ocorrência de valores negativos” (REALE, 2009, p. 103).
A norma jurídica enuncia um dever ser: a realidade de dever ser: “é uma construção cultural de tipo finalístico, ou, por outras palavras, é uma realidade normativa, na qual fatos e valores se integram” (REALE, 2009, p. 96).
A forma da regra jurídica = momento lógico expresso pela proposição hipotética somente é compreendida e aplicada a partir de uma base fática e de seus objetivos axiológicos.
Portanto, para Miguel Reale, o direito é FATO – VALOR – FORMA LÓGICA
A plenitude da norma de direito: estrutura lógica – fática – axiológica.
A teoria do normativismo concreto de Miguel Reale:
Uma crítica aos adeptos do formalismo jurídico: A NORMA SE REDUZ A UMA PROPOSIÇÃO LÓGICA!!
Para Miguel Reale, o Direito deve ser compreendido de forma concreta: “a norma jurídica, não obstante a sua estrutura lógica, assinala o “momento de integração de uma classe de fatos segundo uma ordem de valores”, e não pode ser compreendida sem referência a esses dois fatores, que ela dialeticamente integra em si e supera” (REALE, 2009, p. 104).
A TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO DE MIGUEL REALE:
a) onde quer que haja um fenômeno jurídico, há, sempre e necessariamente, um fato subjacente (fato econômico, geográfico, demográfico, de ordem técnica etc,); um valor, que confere determinada significação a esse fato, inclinando ou determinando a ação dos homens no sentido de atingir ou preservar certa finalidade ou objetivo; e, finalmente, uma regra ou norma, que representa a relação ou medida que integra um daqueles elementos ao outro, o fato ao valor;
b) tais elementos ou fatores (fato, valor e norma) não existem separados um dos outros, mas coexistem numa unidade concreta;
c) mais ainda, esses elementos ou fatores não só se exigem reciprocamente, mas atuam como elos de um processo (já vimos que o Direito é uma realidade histórico-cultural) de tal modo que a vida do Direito resulta da interação dinâmica e dialética dos três elementos que a integram (REALE, 2009, p. 65).
Conceito de direito para Miguel Reale:
“Direito é a realização ordenada e garantida do bem comum numa estrutura tridimensional bilateral atributiva, ou, de uma forma analítica: Direito é a ordenação heterônoma, coercível e bilateral atributiva das relações de convivência, segundo uma integração normativa de fatos segundo valores” (REALE, 2009, p. 67).
Para Reale, seu conceito:
abrange todos os tipos de regras jurídicas;
não esvazia o possível conteúdo (conduta humana e os processos de organização social);
não reduz a norma a um mero enlace lógico.
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