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Universidade Federal de Campina Grande Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica Materiais de Construção Mecânica I O Átomo e Ligações Químicas Prof. Ricardo Cabral de Vasconcelos L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 2 O ÁTOMO ETIMOLOGIA ÁTOMO= A+ TOMOS A = negação; TOMOS = partes. ÁTOMO= Logo não há partes, não divisível L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ligação Química O átomo não é indivisível. átomo núcleo circundado pela eletrosfera. Núcleo prótons e nêutrons. eletrosfera elétrons Cargas: prótons (+) elétrons (-) nêutrons (sem carga). carga do elétron = 1,6 x 10-19 Coulombs. massa do elétron = 0,0005 x massa do nêutro.n Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 3 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 4 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 5 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 6 O ÁTOMO MODELOS Dalton (1803) Joseph John Thomsom (1898) Rutherford (1911) Niels Böhr (1913) L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 7 O Átomo de Dalton (1803) 1. Toda matéria é composta por átomos; 2. os átomos são indivisíveis; 3. os átomos não se transformam uns nos outros; 4. os átomos não podem ser criados nem destruídos; 5. os elementos químicos são formados por átomos simples; 6. os átomos de determinado elemento são idênticos entre si em tamanho, forma, massa e demais propriedades; 7. átomos de elementos diferentes são diferentes entre si; 8. toda reação química consiste na união ou separação de átomos; 9. átomos iguais entre si se repelem e átomos diferentes se atraem; 10. substâncias compostas são formadas por átomos compostos (as atuais moléculas); 11. átomos compostos são formados a partir de elementos diferentes, em uma relação numérica simples. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 8 O Átomo de Joseph John Thomsom (1898) Descoberta dos elétrons. Dividiu o átomo em duas partes distintas: No núcleo, que era praticamente todo o volume do átomo, existiam cargas positivas e as partículas neutras, a massa do átomo era a massa destas partículas Outra parte do átomo era composta de elétrons (cargas negativas) que uniformemente distribuídos entre as positivas e neutras, garantiam o equilíbrio elétrico, evitando o colapso da estrutura. Os elétrons não seriam levados em conta, para a massa do átomo, por serem muito leves L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 9 O Átomo de Rutherford (1911) Os átomos seriam constituídos por um núcleo muito denso, carregado positivamente, onde se concentraria praticamente toda a massa. Ao redor desse centro positivo, ficariam os elétrons, distribuídos espaçadamente. Modelo do Sistema Solar O átomo teria um núcleo com diâmetro aproximado de 10-13cm e que o diâmetro do átomo seria cerca de 100000 vezes maior. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 10 O Átomo de Niels Böhr (1913) O elétron do átomo de H descreve órbitas circular ao redor do núcleo; o elétron pode encontrar-se em uma série limitada de órbitas; as órbitas foram chamadas por Böhr de estados estacionários e, portanto, diz-se que o elétron está em um estado estacionário; as órbitas diferem pelos raios; o elétron só pode ocupar as órbitas que tenham determinadas quantidades de energia; um elétron que permanece em uma órbita não irradia energia; a passagem de um elétron de uma órbita para outra supõe absorção ou emissão de energia, conforme o elétron se mova de uma posição menos energética para outra mais energética, ou vice-versa; a energia é emitida ou recebida em forma de irradiação; cada órbita é caracterizada por um número quântico (n), que pode assumir valores inteiros entre 1,2,3,... L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 11 Outras Contribuições A Contribuição de Sommerfeld : Órbitas elípticas no átomo. O Parecer de Böhr : A quantização do comportamento do elétron. A Contribuição de Louis de Broglie : Caráter partícula-onda, comportamento ondulatório. O Princípio da Incerteza de Heisenberg (1926) : Substituição do conceito de órbita pelo conceito de probabilidade de posição. Quanto maior a densidade eletrônica, maior a probabilidade de encontrarmos um elétron. A Contribuição de Schrödinger : Determinação matemática das órbitas. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 12 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 13 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 14 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 15 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 16 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 17 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 18 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 19 Constituintes do Átomo Prótons, Nêutrons e Elétrons Quarks são as partículas constituintes da matéria - nêutrons e os prótons; são partículas maciças; suportam uma fração de carga elétrica; sempre se encontram combinados com outras partículas. Existem 6 tipos de quarks: up, down, top, botton, strange e charm; apenas o up e o down, ocorrem nos prótons e nêutrons; os demais só aparecem em partículas instáveis. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 20 Outras partículas atômicas: BARYONS - Hadrons que consistem de 3 quarks BOSONS - Partículas que suportam as forças físicas básicas FERMIONS - Todas as partículas com spin 1/2 ou 3/2. Exemplos incluem leptons e baryons GLUONS - Bosons que suportam intensas forças entre dois quarks. GRAVITONS - Bosons que se supões suportar as forças gravitacionais. Estas partículas já vem sendo observadas. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 21 Outras partículas atômicas: HADRONS - Todas as partículas que são compostas pelos quarks. LEPTONS - Partículas que foram encontradas fora do núcleo. Existem seis tipos de leptons: elétrons, múons, taus, e os respectivos neutrinos. MÉSONS - Hadrons formados por um quark e antiquarks. NEUTRINOS - Partículas sem carga elétrica e com nenhuma ou pouca massa VECTOR MESONS - (Também chamados de W+, W- e Z bosons). Bosons que carregam fracas forças, responsáveis por alguns tipos de decaimentos radioativos. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 22 TAUS - São leptons mais pesados. Hoje estas partículas podem apenasser encontradas em partículas aceleradas e em raios cósmicos, embora fossem abundantes no início da formação do universo. PHOTONS - Bosons que carregam força eletromagnética. São as partículas que compõe a luz. MÚONS - Leptons que são menos pesados que os elétrons. Embora estas partículas existam desde os primeiros instantes da formação do universo, elas agora existem apenas em partículas aceleradas e raios cósmicos. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 23 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ligação Química um átomo grama contém 6,02 x 10 23 átomos número de Avogadro = 6,02 x 1023 Número atômico = número de elétrons que circundam o núcleo de um átomo neutro = número de prótons no núcleo. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 24 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ligação Química São os elétrons, particularmente os mais externos que afetam a maior parte das propriedades de interesse em engenharia. determinam as propriedades químicas; estabelecem a natureza da ligação interatômica e, portanto, as características mecânicas e de resistência; controlam o tamanho do átomo; afetam a condutividade elétrica dos metais; influenciam as características ópticas. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 25 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 26 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 27 Números Quânticos Os números quânticos servem para identificar um elétron. A eletrosfera está dividida em sete camadas ao redor do núcleo. São quatro os números quânticos: Número Quântico Principal; Número Quântico Secundário; Número Quântico Magnético; Número Quântico Spin. Camada K L M N O P Q n0 máx. elétrons 2 8 18 32 32 18 8 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 28 Número Quântico Principal (n) Indica o nível em que está o elétron. Número Quântico Secundário (l) Indica o subnível de energia do elétron e a forma do orbital desse elétron. O orbital é a região mais provável de se encontrar um elétron. Subníveis: s – sharp; p – principal; d – diffuse; f – fundamental. Camada K L M N O P Q n 1 2 3 4 5 6 7 Subníveis s p d f l 0 1 2 3 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 29 Número Quântico Magnético (m ou m e ) indica o orbital do elétron; representando-se cada orbital por um quadrado ou círculo temos a Figura 1. Número Quântico Spin (s ou m s ) relaciona-se com um possível movimento de rotação do elétron. Figura 2. Figura 1 Figura 2 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 30 Subnível l m N0 de orbitais s 0 0 1 orbitais s p 1 -1 0 1 3 orbitais p d 2 -2 -1 0 1 2 5 orbitais d f 3 -3 -2 -1 0 1 2 3 7 orbitais f Quadro resumo L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Considerações Importantes Os elétrons são atraídos pelos prótons. Os elétrons se distribuem em orbitais. Níveis de energia bem definidos. os elétrons não podem assumir níveis intermediários; para trocar de nível, os elétrons tem que receber a energia exata que diferencia dois níveis. O elétron tem comportamento duplo (partícula e onda). Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 31 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Considerações Importantes A energia é função da distância dos elétrons ao núcleo. quanto mais perto do núcleo mais ligado o elétron; quanto mais longe do núcleo menos ligado o elétron. Sua posição não pode ser determinada com certeza, pode-se saber apenas a região mais provável (orbital). Caso o elétron receba energia suficiente, ele será arrancado e se tornará um elétron livre. O átomo ficará ionizado. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 32 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 33 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Atrações Interatômicas É desejável conhecer-se as atrações que mantém os átomos unidos nesses estados. Fio de cobre, o qual contém, em cada grama, (6,02 x 10 23 ) / 63,54 átomos. - As forças de atração que mantêm os átomos unidos são fortes, caso contrário, os átomos seriam facilmente separados, o metal se deformaria sob pequenas solicitações e as vibrações atômicas associadas à energia térmica provocariam a gaseificação dos átomos em temperaturas baixas. Como no caso deste fio, as propriedades de qualquer material dependem das forças interatômicas presentes. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 34 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 35 Configuração estável através de um dos seguintes mecanismos: recebendo elétrons; perdendo elétrons; compartilhando elétrons. Ligações fortes: iônica. covalente. metálica. Ligações fracas: Forças de Van Der Waals. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 36 Espaçamento Interatômico Na distância de equilíbrio, a força de atração entre os íons é compensada pela força de repulsão entre as nuvens eletrônicas L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 37 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 38 Ligação Iônica O Sódio tem apenas um elétron na última camada. Este elétron é fracamente ligado porque os outros 10 elétrons blindam a atração do núcleo. O Cloro tem 7 elétrons na última camada. Se adquirir mais um elétron forma uma configuração mais estável. Formada entre dois átomos que se ionizam. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 39 Ligação Iônica O Sódio perde um elétron e se ioniza, ficando com carga positiva (cátion). O Cloro ganha o elétron e também se ioniza, ficando Negativo (ânion). Os íons se ligam devido à atração Coulombiana entre cargas opostas. Note a diferença entre o raio atômico e o raio iônico. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 40 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 41 Empilhamento de íons sem orientação preferencial - É não-direcional. O empilhamento é governado pelo arranjo geométrico dos íons e pela necessidade de manter a neutralidade elétrica do sólido. A magnitude é igual em todas as direções ao redor do íon. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 42 Ligação Covalente Gerada pelo compartilhamento de elétrons de valência entre os átomos. Elétrons de valência são os elétrons dos orbitais mais externos. Ex: Molécula de Cl 2 Um elétron de cada átomo é compartilhado com o outro, gerando uma camada completa para ambos. Cl - Cl L i g a çõ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 43 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 44 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 45 A ligação covalente é direcional e forma ângulos bem definidos Tem uma grande faixa de energias de ligação => pontos de fusão Energias da ordem de centenas de kJ/mol Ex: Carbono na estrutura do diamante 3550°C Ex: Bismuto 270°C L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 46 Exemplo em polímeros Etileno e Polietileno Na molécula de etileno (C 2 H 4 ), os carbonos compartilham dois pares de elétrons. A ligação covalente dupla pode se romper em duas simples permitindo a ligação com outros “meros” para formar uma longa molécula de polietileno. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 47 Ligação Metálica Nos metais, existe uma grande quantidade de elétrons quase livres, os elétrons de condução, que não estão presos a nenhum átomo em particular. Estes elétrons são compartilhados pelos átomos, formando uma nuvem eletrônica, responsável pela alta condutividade elétrica e térmica destes materiais. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 48 Ligação Metálica A ligação metálica é não direcional, semelhante à ligação iônica. Na ligação metálica há compartilhamento de elétrons, semelhante à ligação covalente, mas o compartilhamento envolve todos os átomos. As energias de ligação também são da ordem de centenas de kJ/mol. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 49 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 50 Forças de Van Der Waals. L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 51 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 52 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 53 L i g a ç õ e s Q u í m i c a s Bibliografia 1. Van Vlack, L H., Princípio de Ciência e Tecnologia dos Materiais, Ed. CAMPUS Ltda, 1984. Ricardo Cabral de Vasconcelos UFCG/CCT/UAEM 54
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