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Análise de um poema de Augusto dos Anjos

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UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS
Nome: 
 
 
ANÁLISE CRÍTICA DO POEMA “SOLITÁRIO”
Ecoporanga
2015
ANÁLISE CRÍTICA DO POEMA “SOLITÁRIO”.
Solitário
Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!
 
Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
-Velho caixão a carregar destroços -
Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos! 
(Augusto dos Anjos)
Augusto dos Anjos, poeta brasileiro pré-modernista viveu de 1884 a 1914. Teve sua obra “Eu e Outras Poesias”, publicada dois anos antes de falecer. Suas poesias apresentam acentuados sentimentos de pessimismo e desânimo, além de aptidão para a morte. Com relação à estrutura, pode-se dizer que suas poesias proporcionam austeridade na forma e rico conteúdo metafórico. Augusto dos Anjos se concebe o conjunto de tendências e costumes predominantes a partir do fim do século XIX até o princípio do século XX. Onde mesmo se posicionando como um poeta do Pré-Modernismo, Augusto dos Anjos diverge dos demais poetas desse período. Contando com uma obra da qual as características não se estabelecem em nenhuma outra escola literária, a começar das formas e estruturas ao anseio do Parnasianismo ,até mesmo as imagens e tendências do Simbolismo, além de outras correntes literárias e filosóficas existentes no fim do século XIX e princípio do século XX. O poeta faz uso de uma linguagem e estilo personalizado. Essas obras acabam obtendo influência do Parnasianismo, do Simbolismo e também precipita uma série de características modernistas. Constituindo que o Pré-Modernismo sucedeu-se em 1922, significando o período de transição entre as tendências do final do Simbolismo ou Parnasianismo, século XIX, e o Modernismo. Existem particularidades quanto às obras desse período: a cessação com a linguagem pomposa parnasiana, o regionalismo, a exibição da realidade social brasileira, a marginalidade apresentada nos seres e agregação aos fatos sociais, políticos e econômicos. No encalço disso, pode-se expor que de fato, Augusto dos Anjos não se afiliou, com precisão a nenhuma escola em particular. Volvendo-se dessa maneira a uma obra multíplice e personalíssima, expondo ainda um vocabulário naturalista. Em meio a suas características básicas, há, além da linguagem científica e esdrúxula, a temática do vazio das coisas como, por exemplo: o nada e a morte em seus estágios mais desedificados, referenciando fortemente a morte, onde se nota características do Romantismo conhecido por Mal do Século. Sua poesia é  indefinível, rica em itens de diversos estilos distintos: Simbolismo, Naturalismo, Parnasianismo e precipitações modernas, utilizando termos científicos, técnica parnasiana. Augusto dos Anjos retrata em seus poemas a intensa nostalgia, a incredulidade e o pessimismo frente ao indivíduo e à coletividade, dispondo, deste modo de uma poesia de negativa que recusa as falsas ideologias, a corrupção, os amores frívolos e as paixões temporárias.
No poema “Solitário” expõe-se a história infeliz de uma pessoa, que parte ao encontro de seu amor, entretanto é rejeitada. Nota-se o pessimismo como ainda o jogo de palavras típico da poesia de Augusto dos Anjos. Pode-se deduzir que o eu lírico padece então por um amor não correspondido, ficando à espera do ser amado, não compreendendo seu amor e nem sua existência. É nítido uma de suas relevantes características do poema que é a fixação à morte, bem como o eu lírico quando expõe que almejou a adorada sem conseguir sequer retorno se afastou da porta em carcaça dentro de um caixão e somente em pele e osso.  Desse modo “Solitário” revela os sentimentos do eu lírico ao ser deixado e desamparado ao frio daquele dia, “(...) Fazia frio e o frio que fazia/ Não era esse que a carne nos conforta / Cortava assim como em carniça/ O aço das facas incisivas corta! / Mas tu não vieste ver minha Desgraça! (...)”. Suas Poesias descrevem uma visão aflita da vida, ou seja, pessimista, juntamente com uma lamúria perto de ser cruel e vulgar, repreende a condição humana. 
No poema nota-se a influência parnasiana, proclamada na intensa austeridade formal, consistindo em sonetos e poemas mais extensos, prevalecendo os quartetos, com versos isométricos e rimados. É provável compreender a melancolia e o pessimismo nos escritos de Augusto dos Anjos. O autor ainda emprega muitos termos científicos e médicos. As formas métricas são bem rígidas, entretanto os versos já expõem certas características realistas. E o amor, tão caro aos românticos, é visto com ceticismo. Sincronicamente surgem com força as influências do Simbolismo, citadas pela sonoridade dos versos e pela utilização de algumas aparências temáticas, como a aflição cósmica, em meio a outras. Também sucede na obra indicadores da modernidade, visto que além da linguagem agressiva, por ocasião coloquial, congrega-se em seus versos o “podre e o sujo”, objetivando em algumas ocasiões a crítica e a denúncia social. Augusto dos Anjos distingue-se por ser um poeta singular em nossa poesia. A sua temática, a dos sofrimentos e aflições do indivíduo se conjetura em alguma coisa intensa e universal.
Seus poemas têm toda uma série de palavras de cunho científico. As imagens desvirtuadas e intensas induzem continuamente a uma meditação a propósito do embate em meio ao poeta e a sua sina, numa visão completamente pessimista.
Referências:
http://www.mundoeducacao.com/literatura/premodernismo.htm
http://cead.ifes.edu.br/moodle/mod/resource/view.php?id=206360
http://cead.ifes.edu.br/moodle/mod/resource/view.php?id=206362
http://educacao.globo.com/literatura/assunto/autores/augusto-dos-anjos.html
http://www.suapesquisa.com/pesquisa/augusto_anjos.htm
http://www.biblio.com.br/conteudo/AugustodosAnjos/molduraobras.htm
http://www.estudopratico.com.br/biografia-de-augusto-dos-anjos/

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