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DIREITO CONSTITUCIONAL

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DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 1 
1 
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 
A CONSTITUIÇÃO 
•  CONCEITO = conjunto sistematizado de normas 
originárias e estruturantes do Estado que têm por objeto 
nuclear os direitos fundamentais, a estruturação do Estado 
e a organização dos poderes. 
•  Cuidado!!! = divisão de “poderes” → funções do Estado 
•  CONSTITUIÇÃO 
⇒  Lei suprema do Estado brasileiro 
⇒  Fundamento de validade de todas as demais normas 
jurídicas (razão pela qual estas só serão válidas se estiverem em 
conformidade com as normas constitucionais). 
2 
•  OBJETO = pode variar conforme a sociedade, o local e a 
época. 
•  Tendência das normas constitucionais abordarem questões que 
vão além das normas estruturantes do Estado. 
•  Conteúdos “básicos” da CR de 1988: 
–  direitos e garantias fundamentais; 
–  estrutura e organização do Estado e de seus órgãos; 
–  modo de aquisição e a forma de exercício do poder; 
–  defesa da Constituição, do estado e das instituições 
democráticas; 
–  fins socioeconômicos do Estado. 
•  NORMAS MATERIALMENTE CONSTITUCIONAIS 
x NORMAS FORMALMENTE CONSTITUCIONAIS 
3 
•  NORMAS MATERIALMENTE CONSTITUCIONAIS 
–  são normas constitucionais que tratam de assuntos 
verdadeiramente constitucionais (dir. fundamentais, 
organização do estado e das funções estatais). 
–  ESSÊNCIA CONSTITUCIONAL. 
•  NORMAS FORMALMENTE CONSTITUCIONAIS 
–  são normas que estão na Constituição, mas não tratam 
daqueles assuntos anteriormente relatados. 
–  APARÊNCIA CONSTITUCIONAL. 
O DIREITO CONSTITUCIONAL 
E OS RAMOS DO DIREITO 
•  O Direito Constitucional faz parte do Direito Público (Estado); 
•  Mas regula também relações de Direito Privado (hierarquia). 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
QUANTO À FORMA: 
*Escritas; 
*Não-escritas 
(costumeiras ou 
consuetudinárias). 
QUANTO À SISTEMÁTICA 
(ou quanto à unidade 
documental): 
*Codificadas (orgânicas ou 
unitextuais); 
*Não-codificadas 
(inorgânicas, pluritextuais) 
QUANTO À ORIGEM: 
*Outorgadas (ou impostas); 
*Pactuadas (ou pactuais); 
*Democráticas (populares, 
dogmáticas, votadas ou 
promulgadas). 
QUANTO AO MODO 
DE 
ELABORAÇÃO: 
*Dogmáticas; 
*Históricas. 
QUANTO À FUNÇÃO 
(ou estrutura): 
*Constituição-garantia (ou 
Constituição-quadro); 
*Constituição programática 
(ou dirigente). 
QUANTO À 
IDENTIFICAÇÃO DAS 
NORMAS 
CONSTITUCIONAIS: 
*Constituição em sentido 
material; 
*Constituição em sentido 
formal. 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
QUANTO À EXTENSÃO: 
*Concisas 
(breves, sumárias, sucintas, 
básicas ou clássicas); 
*Prolixas (analíticas ou 
regulamentares) 
 
QUANTO À ESTABILIDADE 
(mutabilidade ou plasticidade): 
*Imutáveis; 
*Fixas; 
*Rígidas; 
*Semi-rígidas 
*Flexíveis (ou plásticas). 
QUANTO À 
DOGMÁTICA: 
*Ortodoxas; 
*Ecléticas. 
 
Atenção: 
•  Constituição imutável = na qual se proíbe qualquer alteração. 
•  Constituição rígida = apenas alterável mediante processos, solenidades e 
exigências formais especiais, diferentes e mais difíceis que os de 
formação das leis infraconstitucionais. 
•  Constituição flexível = pode ser livremente modificada pelo legislador 
ordinário segundo o mesmo processo de elaboração das leis ordinárias. 
•  Constituição semi-rígida = contém uma parte rígida e outra flexível. 6 
Classificações da CR 
Brasileira de 1988 
•  Quanto a forma ⇒ escrita com elementos 
costumeiros 
–  Com elementos costumeiros (voto de liderança – 
costume constitucional) 
•  Quanto à sistemática ⇒ codificada 
•  Quanto à origem ⇒ democrática 
–  elaborada por representantes eleitos pelo povo 
especificamente para este fim (Assembléia Nacional 
Constituinte). 
•  Quanto ao modo de elaboração ⇒ dogmática 
–  Surge de uma só vez, seguindo dogma temporal. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 2 
7 
•  Quanto à estabilidade ⇒ rígida 
–  super-rígida: cláusulas pétreas (Alexandre de Moraes) 
•  Quanto ao conteúdo ⇒ constituição em sentido 
formal 
–  ATENÇÃO!!! Constituição em sentido formal = abrange as matérias 
típicas das Constituições em sentido material, por isso não é correto 
afirmar que a CR/88 é tanto Constituição em sentido formal como 
em sentido material. 
–  Correto afirmar → A CR/88 trata de matérias formalmente 
constitucionais, bem como de matérias materialmente 
constitucionais 
•  Quanto à extensão ⇒ prolixa 
•  Quanto à função ou estrutura ⇒ dirigente 
•  Quanto à dogmática ⇒ eclética 8 
HIERARQUIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO 
•  Supremacia material da constituição = atributo de toda 
Constituição 
•  Necessidade da supremacia formal = uma Constituição só 
possui relevância sociológica, para fins de controle de 
constitucionalidade. 
•  Existência de supremacia formal ⇒ CR escrita + CR rígida. 
•  SUPER ATENÇÃO ⇒ Não existe hierarquia 
entre as normas de uma constituição, sejam 
elas originárias ou derivadas, princípios ou regras, 
direitos fundamentais ou não, cláusulas pétreas ou 
demais dispositivos!!! Mas e os princípios??? 
9 
HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS 
•  Regra geral = TRATADO POSSUI HIERARQUIA DE LEI 
ORDINÁRIA 
EC/45, art. 5°, § 3° da CR: 
Ø TIDH aprovados por 3/5 em 2 turnos = Status de EC 
Ø TIDH não aprovados por 3/5 em 2 turnos = Status 
supra legal 
Ø Demais TI = Status de LO 
•  Regra geral = TRATADO POSSUI HIERARQUIA DE LEI 
ORDINÁRIA 
Ex: no caso de Depositário infiel, o STF tem concedido o HC. Só tem sido 
admitida prisão civil por dívida nos casos de não pagamento de 
pensão alimentícia (Pacto de San José da Costa Rica – ratificado 1992). 10 
ATOS NORMATIVOS 
PRIMÁRIOS: 
(lei federal, estadual, distrital e 
municipal; ordinária e 
complementar) 
+ medida provisória, lei 
delegada, decreto legislativo e 
resoluções da Câmara, do 
Senado e CN 
+ decretos e regulamentos 
11 
O CONSTITUCIONALISMO 
•  DEFINIÇÃO de Canotilho = teoria (ou ideologia) que ergue 
o princípio do governo limitado indispensável à garantia 
dos direitos em dimensão estruturante da organização 
político-social de uma comunidade. 
•  ⇒ técnica específica de limitação do poder estatal 
com o objetivo de garantir direitos. 
•  DEFINIÇÃO de Kildare = “em termos jurídicos, reporta-se a 
um sistema normativo, enfeixado na Constituição, e que se 
e n c o n t r a a c i m a d o s d e t e n t o r e s d o p o d e r ; 
sociologicamente, representa um movimento social que dá 
sustentação à limitação do poder, inviabilizando que os 
governantes possam fazer prevalecer seus interesses e 
regras na condução do Estado”. 12 
•  DEFINIÇÃO de André Ramos Tavares = 4 sentidos para o 
constitucionalismo: 
1) Movimento político-social com origens históricas bastante remotas 
que pretende, em especial limitar o poder arbitrário; 
2) Imposição de que haja cartas constitucionais escritas em cada 
Estado; 
3) Indicação dos propósitos mais latentes e atuais da função e 
posição das constituições nas diversas sociedades; 
4) Evolução histórico-constitucional de um determinado Estado. 
•  NECESSIDADE DE EXISTÊNCIA DE UMA CONSTITUIÇÃO 
EM CADA ESTADO → TEXTOS CONSTITUCIONAIS 
LIMITAM O PODER AUTORITÁRIO E BUSCAM A DEFESA 
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO HOMEM. 
•  Finalidade do Constitucionalismo ⇒ proteger direitos. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 3 
13 
PODER CONSTITUINTE 
•  CONCEITO⇒ manifestação soberana da 
suprema vontade política de um povo, social 
e juridicamente organizado. 
•  FINALIDADE⇒ A d o u t r i n a a p o n t a a 
contemporaneidade da idéia de Poder Constituinte 
com a do surgimento de Constituições escritas, visando 
à limitação do poder estatal e àpreservação dos 
direitos e garantias individuais. 
•  TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE: 
 ⇒ do POVO 
14 
•  Estado decorre da soberania popular → vontade do 
constituinte → vontade do povo → expressa por seus 
representantes 
Celso de Mello 
•  Assembléias Constituintes = não titularizam o poder 
constituinte. 
•  São apenas órgãos aos quais se atribui, por delegação 
popular, o exercício dessa magna prerrogativa. 
Manoel Gonçalves Ferreira Filho 
•  Povo pode ser reconhecido ⇒ como o titular do Poder 
Constituinte ⇒ mas não é jamais quem o exerce. 
•  POVO = titular passivo. 
15 
ESPÉCIES TRADICIONAIS DE P.CONSTITUINTE 
16 
P.CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
•  É aquele que vai fazer uma nova Constituição 
dentro de um Estado. 
•  Redundância do nome = constituinte + originário 
2 espécies de P. Constituinte Originário: 
•  Poder Constituinte Originário Histórico: 
–  É o que faz a 1ª Constituição dentro de um Estado; 
–  É a Constituição que vai dar origem ao Estado. 
–  Brasil = a 1ª Constituição foi a Constituição Imperial de 1824. 
•  Poder Constituinte Originário Revolucionário: 
–  Ele também cria uma nova Constituição, mas não a primeira e 
sim uma nova, que substituirá a anterior. 
17 
–  Brasil = todas as demais Constituições (depois da de 
1824) foram obras desse poder: 1891, 1934, 1937, 
1946, 1967/69, 1988. 
–  OBS: Revolução = é toda ruptura com o ordenamento 
jurídico anterior. 
•  Poder Constituinte Originário Material: 
–  É o que escolhe o conteúdo que será consagrado 
pela Constituição. 
•  Poder Constituinte Originário Formal: 
–  Poder Constituinte Originário Formal: é o que 
formal iza o conteúdo, através de normas 
constitucionais; ou seja, coloca em normas 
constitucionais o conteúdo escolhido. 18 
Aspectos Gerais do Poder Constituinte 
•  Natureza (essência) do P. Constituinte: 
–  É um poder de fato, ou poder político, não é um 
poder jurídico ou de direito, já que não retira sua 
força do Direito e sim da energia social. 
•  Titular do P. Constituinte: 
–  Titularidade é diferente de exercício e nem sempre 
o exercício vai corresponder à titularidade. 
–  A doutrina entende que o titular do Poder 
Constituinte é sempre um só: DO POVO 
–  Algumas teorias confundem a titularidade com o 
exercício. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 4 
19 
•  Exercício do P. Constituinte: 
–  Maioria das vezes = é exercido por uma minoria, que, em 
alguns casos, pode usurpar do povo a titularidade do poder. 
–  A análise desse poder é feito no âmbito da legitimidade, ou 
seja, analisa-se se o poder é legítimo ou não. 
–  Um dos aspectos para se saber se é legítimo ou não é 
justamente saber se há uma correspondência entre a 
titularidade e o exercício do poder, se esta correspondência 
existir o poder será legítimo. ⇒ aspecto subjetivo (diz 
respeito ao sujeito do poder constituinte). 
Celso de Mello 
–  Legitimidade no sentido objetivo = pelo qual o poder constituinte 
(do ponto de vista objetivo), para ser considerado legítimo, tem 
que fazer normas cujo conteúdo seja considerado justo pela 
sociedade. 
20 
Características do Poder Constituinte 
•  É um poder inicial: 
–  Está acima de todo ordenamento jurídico; 
–  É ele que dá início ao ordenamento jurídico, através da 
Constituição; 
–  Não existe nenhum outro poder antes ou acima dele. 
•  É um poder autônomo: 
–  Tem autonomia para escolher qual é a idéia de direito que 
irá prevalecer dentro do Estado (ele escolhe o conteúdo 
da Constituição); 
–  Esta escolha é uma escolha na qual ele não está 
subordinado a nenhum direito preexistente; 
21 
•  É um poder incondicionado: 
–  Não está submetido a qualquer tipo de condição, a 
nenhum pré-requisito jurídico. 
–  Obs: se é um poder autônomo e incondicionado, pode-se 
dizer que é um poder também: ilimitado juridicamente, 
independente e soberano. 
Divergência doutrinária: 
•  “Princípio da Vedação do Retrocesso” 
–  Esse princípio é, na verdade, mais utilizado em relação à 
vedação do retrocesso social. 
–  direitos fundamentais conquistados por uma determinada 
sociedade = não poderiam ser violados nem mesmo por 
uma nova Constituição 22 
P. CONSTITUINTE DECORRENTE 
•  É aquele responsável por elaborar as 
Constituições Estaduais (dos estados da federação). 
•  CR/88 ⇒ não consagrou especificamente um 
poder para elaborar as Constituições 
Estaduais. 
•  Art. 11 ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS 
TRANSITÓRIAS: 
Art. 11. ADCT - Cada Assembléia Legislativa, com 
poderes constituintes, elaborará a Constituição do 
Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da 
Constituição Federal, obedecidos os princípios desta. 
23 
•  P. Constituinte Decorrente → limitado pela CR/88. 
•  “Princípio da Simetria Constitucional” = a CE tem 
que ser simétrica à CR. Não há necessidade de que a 
CE seja uma cópia da CR, mas o modelo federal e os 
paradigmas da CR têm que ser observados pela CE. 
P. CONSTITUINTE DERIVADO 
•  É aquele responsável por fazer a chamada 
Reforma Constitucional, cujo procedimento 
está previsto no art. 60, CR. 
Art. 25. CR - Os Estados organizam-se e regem-se pelas 
Constituições e leis que adotarem, observados os 
princípios desta Constituição. 
24 
•  Características: 
–  é um poder jurídico (e não de fato), ou seja, decorre da 
lei e não da força; 
–  não é inicial, é conseqüente; 
–  não é autônomo; 
–  titularidade: é do povo; 
–  exercício: é pelo CN; 
–  é condicionado; 
–  é limitado. 
•  Trata-se de um poder previsto na CR e, portanto, de 
um poder que se sujeita às limitações impostas 
pela própria CR. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 5 
25 
→ Limitações impostas ao Poder Reformador: 
Limitações Temporais: 
•  São as que se referem a um determinado período de tempo 
durante o qual a CR não pode ser reformada 
•  CR/88 ⇒ não há nenhuma limitação temporal. 
•  A Constituição de 1824 foi a única constituição brasileira na 
qual existia uma limitação temporal → ela tinha um 
dispositivo que dizia que durante um período de 4 anos (de 
1824 a 1828) não poderia haver nenhuma modificação na 
Constituição. 
Limitações Circunstanciais: 
•  Impedem a alteração da Constituição em momentos de 
extrema gravidade, nas quais a livre manifestação do poder 
reformador possa estar ameaçada. 26 
•  3 circunstancias excepcionais nas quais a CR não 
pode ser emendada são: 
–  em caso de INTERVENÇÃO FEDERAL, em qualquer 
estado da Federação (art. 34); 
–  se for decretado o ESTADO DE DEFESA (art. 136), 
–  e se for decretado o ESTADO DE SÍTIO (art. 137), que é 
hipótese ainda mais grave do que o estado de defesa. 
•  Essas limitações circunstanciais estão dispostas no 
art. 60, §1º, CR. 
Limitações Formais: 
•  São limitações processuais ou procedimentais, 
também chamadas de implícitas. 
27 
•  Estão relacionadas ao procedimento de alteração 
(reforma) da CR. 
•  Essas limitações podem ser de duas 
espécies: 
LIMITAÇÕES SUBJETIVAS 
•  Limitações relacionadas ao sujeito competente para propor 
à EC. 
•  Constituição ⇒ rígida → o processo de elaboração de EC é 
mais dificultoso do que o processo para a propositura de leis. 
•  Legitimado para propor leis e para propor EC no 
Brasil ⇒ Presidente da República (PR). 
•  O PR só pode participar do processo de elaboração de EC 
através da INICIATIVA. 28 
•  Podem também propor EC: 
–  1/3 dos membros da CD ou do SF 
–  mais de 50% das AL das unidades da Federação, pela 
maioria relativa (+ de 50% dos presentes) de seus 
membros – e este processo é o processo para que o projeto 
possa ser encaminhado ao CN e este então possa aprovar oprojeto. (NUNCA ACONTECEU!) 
•  Atenção: não há previsão expressa de iniciativa popular de 
EC! 
Mas existe a possibilidade de haver 
iniciativa popular para a propositura de EC? 
Há divergência doutrinária: 
•  José Afonso da Silva ⇒ apesar de não existir previsão expressa, 
há que se fazer uma interpretação sistemática da CR. 
29 
•  Analogia → procedimento previsto no art. 61, §2º (o 
procedimento de iniciativa popular no caso de leis. 
•  Entendimento majoritário ⇒ o art. 61 é a regra geral de 
iniciativa, sendo o art. 60 (incisos I, II e III) uma exceção à 
regra geral, e as normas excepcionais devem ser 
interpretadas restritivamente, assim, não é possível que 
houvesse iniciativa popular para a propositura de EC. 
LIMITAÇÕES OBJETIVAS 
•  Se relacionam ao procedimento de elaboração de EC, 
após a iniciativa. 
•  Feita a iniciativa, a PEC será discutida em cada casa do 
CN. 
•  O quorum de aprovação da PEC é 3/5 em 2 turnos de 
votação (art. 60, §2º). 30 
•  Os 2 turnos acontecem simultaneamente (não são 
alternados), primeiro em uma casa e depois na segunda 
casa. 
•  Discutido e aprovado, a PEC vai para a promulgação, 
que será feita pelas mesas da CD e do SF – as duas em 
conjunto, não pode ser pela mesa do CN! 
•  A última limitação formal objetiva está prevista no art. 60, 
§5º, segundo o qual se a matéria for rejeitada (ou 
havida por prejudicada) numa sessão legislativa, não 
poderá ser reapresentada novamente na mesma 
sessão legislativa. 
•  Existe um outro ato legislativo que tem essa mesma 
limitação formal: a Medida Provisória (art. 62, §10). 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 6 
31 
LIMITAÇÕES MATERIAIS OU SUBSTANCIAIS 
•  Limites impostos pela soberania popular. São as 
chamadas cláusulas pétreas. 
Finalidades das cláusulas pétreas: 
–  Assegurar metas a longo prazo; 
–  Preservar a identidade material da Constituição; 
–  Assegurar o procedimento democrático. 
•  Estabelece limitações à vontade da maioria ⇒ a Constituição 
rígida ⇒ acaba funcionando como mecanismo para 
assegurar a própria democracia. 
•  A finalidade da cláusula pétrea é proteger a própria 
sociedade de suas “miopias”. Se elas não existissem, a 
maioria sempre iria querer maximizar os seus interesses. 
32 
Há 2 tipos de cláusulas pétreas = expressas e implícitas: 
São 4 cláusulas pétreas expressas: 
 
Cláusulas Pétreas Implícitas: 
•  Aquelas que não estão elencadas diretamente no art. 
60, §4º, CR. 
Art. 60. § 4º, CR - Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
33 
•  O sistema presidencialista e a forma republicana 
de governo não são CP expressas na CR. Mas 
seriam eles CP implícitas? 
•  Há divergência na doutrina: 
–  parte da doutrina (Ivo Dantas) entende que como o sistema 
presidencialista e a forma republicana foram submetidos a um 
plebiscito (art. 2º, ADCT), após este plebiscito eles teriam se 
tornado CP, pois foi o entendimento dado pela soberania 
popular; uma outra parte da doutrina justamente que se esses 
assuntos foram objeto de plebiscito, é porque não se desejou 
que eles fossem petrificados. 
–  Entendimento majoritário ⇒ pode haver alteração, 
desde que ocorra uma nova consulta popular (não são, 
pois, CP). 34 
REFORMA x REVISÃO CONSTITUCIONAL 
•  Reforma ⇒ via ordinária, comum e permanente de 
alteração da Constituição (art. 60, CR). 
•  Revisão ⇒ via extraordinária, excepcional e transitória 
de alteração da Constituição. A atuação do poder 
derivado revisor está disciplinada no ADCT, art. 3º. 
•  A Revisão ocorreu no Brasil em 93 e 94. 
•  O dispositivo já teve sua eficácia exaurida, de forma que 
não pode mais haver outra revisão no Brasil. 
•  A limitação imposta no art. 3º, ADCT é uma limitação 
temporal (5 anos). 
•  Trata-se de modalidade de alteração da CR com menor 
rigor do que a EC. 
35 
Art. 3º, ADCT – A revisão constitucional será realizada 
após 5 anos, contados da promulgação da Constituição, 
pelo voto da maioria absoluta dos membros do 
Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
EC de Revisão EC (simples) 
Quorum: Maioria absoluta 3/5 
Sistema de votação: Sessão unicameral Sessão bicameral (Câmara + Senado) 
Limites materiais, 
circunstanciais, 
procedimentais e 
implícitos: 
Sim* Sim* 
Limite temporal: Sim (5 anos)** Não. 36 
EVOLUÇÃO DO CONSTITUCIONALISMO 
•  PRINCIPAL PAPEL DO CONSTITUCIONALISMO = proteger 
direitos individuais 
•  Relação de hipossuficiência→ Indivíduo X Estado 
Constitucionalismo Primitivo: 
•  Chefes familiares ou líderes tribais = definiam as normas 
supremas que deveriam nortear a vida em comunidade, 
estabelecendo a estrutura-mestra da ordenação jurídica dos 
primeiros agrupamentos humanos. 
•  Religião = determinante das normas 
•  Costumes = fundamentais para a organização social 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 7 
37 
•  Nascimento do Constitucionalismo⇒ POVO HEBREU 
–  Estado teocrático hebreu → estabelecimento de limites ao poder 
político → imposição de uma chamada “Lei do Senhor” → 
profetas fiscalizavam e puniam os atos dos governantes que 
ultrapassassem os limites do Direito divino-transcendental, 
conhecido e difundido através das tradições (Karl Loewenstein). 
Constitucionalismo Antigo: 
•  GRÉCIA (Atenas) ⇒ democracia constitucional 
–  Plena identidade entre governantes e governados; 
–  Poder político igualmente distribuído entre todos os cidadãos 
ativos; 
–  valorização antropocêntrica do ser humano como centro da 
sociedade política (Sócrates); 
–  Primado da legalidade como garantia dos governados (Platão); 
38 
–  separação dos poderes; 
–  utilização do bem comum para a definição das formas de 
governo (Aristóteles) 
•  ROMA ANTIGA ⇒ República romana → sementes de 
constitucionalismo → interditos, → procuravam 
proteger os direitos individuais contra o arbítrio e a 
opressão do Estado. 
•  PROBLEMAS DO PERÍODO: 
–  inexistência de constituições escritas 
–  supremacia do parlamento 
–  ausência de controle de constitucionalidade 
–  irresponsabilidade governamental dos detentores de poder 
39 
Constitucionalismo Medieval: 
•  Sociedade extremamente fragmentada. 
•  Relação: Rei X Senhor Feudal X Servo 
•  Base do constitucionalismo = limitação do poder real em 
função de transferência desse poder aos senhores feudais. 
•  John Locke = propugna a limitação do poder dos 
governantes, através do reconhecimento da fidúcia 
entre governantes-governados e a afirmação dos 
direitos naturais dos cidadãos. 
•  Textos do período que limitaram a atuação do monarca 
e concederam direitos individuais: 
–  Magna Charta Libertatum (1215); 
–  Petition of Right (1628); 
40 
–  Habeas Corpus Act (1679); 
–  Bill of Rights (1689); 
–  Act of Settlement (1701) 
•  Direitos conquistados através dessas normas: 
–  igualdade dos cidadãos perante o Estado, 
–  direito de petição, 
–  liberdade religiosa, 
–  instituição do júri, 
–  habeas corpus, 
–  livre acesso à justiça, 
–  devido processo legal. 
 
41 
Constitucionalismo Moderno: 
•  Século XVIII = Revoluções Liberais Burguesas 
•  Burguesia – desejo de obtenção do poder político 
•  Início do Constitucionalismo Moderno: 
–  1787: Constituição Norte Americana 
–  1791: Constituição da França (Rev. Francesa) 
•  EUA: 
–  Embrião do constitucionalismo norte americano ⇒ 
Compact of Mayflower (1620) e as Fundamental Orders 
of Connecticut (1639). 
–  contratos de colonização → base na igualdade de todos os 
indivíduos → estabeleceram o modo de organizaçãojurídico-política nas colônias na América do Norte. 42 
•  Carta Americana de 1787: 
•  Constitucionalismo se firmou na América do Norte 
–  Modelo para os futuros Estados independentes 
–  7 artigos + 26 emendas 
–  forma de Estado = federalismo 
–  sistema de governo = presidencialismo 
–  rígida separação dos poderes 
•  (Poder Executivo composto através da eleição indireta 
Presidente e Vice-Presidente; Poder Legislativo bicameral 
composto por uma Câmara dos Deputados e por um Senado; e 
Poder Judiciário – tendo a Suprema Corte como órgão de 
cúpula - incumbido de zelar pela supremacia da Carta Magna 
através do controle de constitucionalidade 
das leis) ⇒ caso Marbury vs. Madison (1803) 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 8 
43 
•  Constituição francesa de 1791: 
•  Primeira constituição escrita da França e de toda a 
Europa. 
–  Influência ⇒ contratualismo democrático (Rousseau) 
–  separação dos poderes como técnica jurídico-política 
de contenção do arbítrio (Montesquieu) 
–  monarquia constitucional 
–  limitação dos poderes reais (separação) 
–  grande valorização do Poder Legislativo 
–  enfraquecimento da idéia de contro le de 
constitucionalidade das leis. 
44 
ESTADO CONSTITUCIONAL MODERNO 
•  Constituições Escritas 
⇒  reflexo dos postulados do positivismo legalista, que optava 
pelo direito escrito (jus scriptum) por força do racionalismo 
iluminista e das exigências de segurança e previsibilidade do 
sistema capitalista de produção. 
•  Estado de Direito 
⇒  conseqüente submissão dos governantes à legalidade 
constitucional e infraconstitucional. 
•  Princípio da Supremacia Constitucional 
⇒  mecanismos de controle de constitucionalidade das leis e 
atos normativos. 
45 
•  Reconhecimento expresso de direitos e 
garantias individuais em Declarações 
internacionais e no corpo das próprias 
Constituições 
⇒  decorrência do jusnaturalismo como doutrina dos direitos 
naturais do ser humano. 
•  Soberania popular 
⇒  democracias representativas + participação popular nos 
processos decisórios fundamentais. 
•  Separação de “Poderes” 
⇒  técnica de limitação do poder e de salvaguarda dos direitos e 
garantias individuais. 
46 
EVOLUÇÃO DO CONSTITUCIONALISMO 
•  PRINCIPAL PAPEL DO CONSTITUCIONALISMO = proteger 
direitos individuais 
•  Relação de hipossuficiência→ Indivíduo X Estado 
Constitucionalismo Primitivo: 
•  Chefes familiares ou líderes tribais = definiam as normas 
supremas que deveriam nortear a vida em comunidade, 
estabelecendo a estrutura-mestra da ordenação jurídica dos 
primeiros agrupamentos humanos. 
•  Religião = determinante das normas 
•  Costumes = fundamentais para a organização social 
47 
•  Nascimento do Constitucionalismo⇒ POVO HEBREU 
–  Estado teocrático hebreu → estabelecimento de limites ao poder 
político → imposição de uma chamada “Lei do Senhor” → 
profetas fiscalizavam e puniam os atos dos governantes que 
ultrapassassem os limites do Direito divino-transcendental, 
conhecido e difundido através das tradições (Karl Loewenstein). 
Constitucionalismo Antigo: 
•  GRÉCIA (Atenas) ⇒ democracia constitucional 
–  Plena identidade entre governantes e governados; 
–  Poder político igualmente distribuído entre todos os cidadãos 
ativos; 
–  valorização antropocêntrica do ser humano como centro da 
sociedade política (Sócrates); 
–  Primado da legalidade como garantia dos governados (Platão); 
48 
–  separação dos poderes; 
–  utilização do bem comum para a definição das formas de 
governo (Aristóteles) 
•  ROMA ANTIGA ⇒ República romana → sementes de 
constitucionalismo → interditos, → procuravam 
proteger os direitos individuais contra o arbítrio e a 
opressão do Estado. 
•  PROBLEMAS DO PERÍODO: 
–  inexistência de constituições escritas 
–  supremacia do parlamento 
–  ausência de controle de constitucionalidade 
–  irresponsabilidade governamental dos detentores de poder 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 9 
49 
Constitucionalismo Medieval: 
•  Sociedade extremamente fragmentada. 
•  Relação: Rei X Senhor Feudal X Servo 
•  Base do constitucionalismo = limitação do poder real em 
função de transferência desse poder aos senhores feudais. 
•  John Locke = propugna a limitação do poder dos 
governantes, através do reconhecimento da fidúcia 
entre governantes-governados e a afirmação dos 
direitos naturais dos cidadãos. 
•  Textos do período que limitaram a atuação do monarca 
e concederam direitos individuais: 
–  Magna Charta Libertatum (1215); 
–  Petition of Right (1628); 
50 
–  Habeas Corpus Act (1679); 
–  Bill of Rights (1689); 
–  Act of Settlement (1701) 
•  Direitos conquistados através dessas normas: 
–  igualdade dos cidadãos perante o Estado, 
–  direito de petição, 
–  liberdade religiosa, 
–  instituição do júri, 
–  habeas corpus, 
–  livre acesso à justiça, 
–  devido processo legal. 
 
51 
Constitucionalismo Moderno: 
•  Século XVIII = Revoluções Liberais Burguesas 
•  Burguesia – desejo de obtenção do poder político 
•  Início do Constitucionalismo Moderno: 
–  1787: Constituição Norte Americana 
–  1791: Constituição da França (Rev. Francesa) 
•  EUA: 
–  Embrião do constitucionalismo norte americano ⇒ 
Compact of Mayflower (1620) e as Fundamental Orders 
of Connecticut (1639). 
–  contratos de colonização → base na igualdade de todos os 
indivíduos → estabeleceram o modo de organização 
jurídico-política nas colônias na América do Norte. 52 
•  Carta Americana de 1787: 
•  Constitucionalismo se firmou na América do Norte 
–  Modelo para os futuros Estados independentes 
–  7 artigos + 26 emendas 
–  forma de Estado = federalismo 
–  sistema de governo = presidencialismo 
–  rígida separação dos poderes 
•  (Poder Executivo composto através da eleição indireta 
Presidente e Vice-Presidente; Poder Legislativo bicameral 
composto por uma Câmara dos Deputados e por um Senado; e 
Poder Judiciário – tendo a Suprema Corte como órgão de 
cúpula - incumbido de zelar pela supremacia da Carta Magna 
através do controle de constitucionalidade 
das leis) ⇒ caso Marbury vs. Madison (1803) 
53 
•  Constituição francesa de 1791: 
•  Primeira constituição escrita da França e de toda a 
Europa. 
–  Influência ⇒ contratualismo democrático (Rousseau) 
–  separação dos poderes como técnica jurídico-política 
de contenção do arbítrio (Montesquieu) 
–  monarquia constitucional 
–  limitação dos poderes reais (separação) 
–  grande valorização do Poder Legislativo 
–  enfraquecimento da idéia de contro le de 
constitucionalidade das leis. 
54 
ESTADO CONSTITUCIONAL MODERNO 
•  Constituições Escritas 
⇒  reflexo dos postulados do positivismo legalista, que optava 
pelo direito escrito (jus scriptum) por força do racionalismo 
iluminista e das exigências de segurança e previsibilidade do 
sistema capitalista de produção. 
•  Estado de Direito 
⇒  conseqüente submissão dos governantes à legalidade 
constitucional e infraconstitucional. 
•  Princípio da Supremacia Constitucional 
⇒  mecanismos de controle de constitucionalidade das leis e 
atos normativos. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 10 
55 
•  Reconhecimento expresso de direitos e 
garantias individuais em Declarações 
internacionais e no corpo das próprias 
Constituições 
⇒  decorrência do jusnaturalismo como doutrina dos direitos 
naturais do ser humano. 
•  Soberania popular 
⇒  democracias representativas + participação popular nos 
processos decisórios fundamentais. 
•  Separação de “Poderes” 
⇒  técnica de limitação do poder e de salvaguarda dos direitos e 
garantias individuais. 
56 
NEOCONSTITUCIONALISMO 
•  DIREITO NATURALx DIREITO POSITIVO 
•  Nascimento = NEOCONSTITUCIONALISMO 
–  Modelo ainda incipiente no Direito, mas que ganha espaço no Direito 
Constitucional. 
Características do Neoconstitucionalismo: 
Início após a 2ª Guerra Mundial. 
•  Constelação plural de valores 
–  às vezes tendencialmente contraditórios, no lugar de uma 
homogeneidade de princípios, como havia nas constituições 
anteriores. 
57 
–  Ex: direito à propriedade X dever de conferir à propriedade a função 
social. 
–  Ex: direito à livre iniciativa X monopólio de determinadas atividades 
pelo Estado. 
•  Mais princípios do que regras; mais ponderação que 
subsunção: 
–  Quando se tem uma regra específica regulamentando o caso, é 
esta que deve ser aplicada, e não o princípio. 
–  Este (o princípio) é uma válvula de escape para quando não há 
regra ou para quando esta é inconstitucional. 
–  Temos que: a norma jurídica é o gênero do qual são espécies os 
princípios e as regras. 
–  Ponderação ⇒ forma de aplicação dos princípios 
–  Subsunção ⇒ forma de aplicação das regras (o fato se 
enquadra na norma) 58 
–  Ex: Regra = ocorre a estabilidade do servidor público após 3 anos de 
efetivo exercício → não há ponderação na aplicação, apenas a 
análise de cumprimento de requisitos. 
–  Ex: Princípios = direito de privacidade → há ponderação na 
aplicação → se aplica pela ponderação com outros princípios, e não 
de forma automática e definitiva (os princípios são mandamentos 
“prima facie”). 
–  dever prima facie ⇒ é obrigatório, salvo quando for 
sobrepujado por outras obrigações morais simultâneas. 
•  Onipotência judicial em lugar da autonomia do legislador 
ordinário: 
–  Garantia de obediência constitucional – dada pelo Judiciário 
•  Onipresença da Constituição em todas as áreas jurídicas 
–  Constitucionalização do Direito 
59 
•  Consagração de normas de outros ramos na 
Constituição 
•  Garantia de obediência constitucional – dada pelo Judiciário 
•  Toda interpretação jurídica → é também uma 
interpretação constitucional 
•  “Filtragem Constitucional”⇒ interpretação da lei à luz, sob a 
ótica da Constituição. 
•  Reaproximação entre direito e moral 
•  O conteúdo do direito tem que ser um conteúdo moralmente 
admissível. 
•  Interesse da sociedade = defesa de direitos humanos 
•  Constituição → proteção de direitos humanos → direitos 
fundamentais 60 
CONSTITUCIONALISMO e SOBERANIA POPULAR 
•  ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 
–  Todo Estado deve possuir uma Constituição 
–  A Constituição deve conter limitações ao poder autoritário 
estatal e regras de prevalência dos direitos fundamentais. 
•  SOBERANIA POPULAR 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
democrático de direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 60 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 11 
61 
•  Titular do poder ⇒ POVO 
•  Responsáveis pelo exercício do poder ⇒ Representantes do 
povo 
•  A CR/88 consagra a idéia de democracia semidireta ou 
participativa, verdadeiro sistema híbrido, conforme o quadro a 
seguir: 
61 
Democracia Representativa 
 
Democracia Direta 
 
Democracia Semidireta 
Ou 
Participativa 
“Sistema Híbrido” 
 
ESTRUTURA DA 
CONSTITUIÇÃO 
1) PREÂMBULO 
 
2) PARTE PERMANENTE 
(ART. 1 a 250) 
 
3)ATO DAS DISPOSIÇÕES 
CONSTITUCIONAIS 
TRANSITÓRIAS 
PREÂMBULO 
CONSTITUCIONAL 
•  Pequeno parágrafo no qual o 
constituinte nos diz os objetivos 
da constituição de 1988. 
•  TODA CONSTITUIÇÃO TEM QUE 
TER PREÂMBULO? 
PREÂMBULO 
CONSTITUCIONAL 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, 
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e 
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o 
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos 
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada 
na harmonia social e comprometida, na ordem interna e 
internacional, com a solução pacífica das controvérsias, 
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO 
DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
PREÂMBULO 
CONSTITUCIONAL 
QUAL É A NATUREZA DO 
PREÂMBULO? 
STF – O PREÂMBULO NÃO É NORMA 
J U R Í D I C A , M A S T E M U M A 
IMPORTÂNCIA INTERPRETATIVA DA 
CONSTITUIÇÃO. 
PREÂMBULO 
CONSTITUCIONAL 
CONSEQUÊNCIAS 
•  N Ã O É P A R Â M E T R O D E 
C O N T R O L E D E 
CONSTITUCIONALIDADE. 
 
•  NÃO É NORMA DE REPETIÇÃO 
OBRIGATÓRIA PELOS ESTADOS 
MEMBROS. (DEUS) 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 12 
PARTE PERMANENTE 
•  PARTE MAIS IMPORTANTE 
•  ART. 1 a 250 
•  ELEMENTOS ORGÂNICOS 
•  ELEMENTOS LIMITATIVOS 
•  E L E M E N T O S S Ó C I O -
IDEOLÓGICOS 
•  ELEMENTOS DE ESTABILIZAÇÃO 
CONSTITUCIONAL 
CLÁUSULAS PÉTREAS 
•  As cláusulas pétreas são limitações 
mater iais ao poder der ivado 
reformador e têm por finalidade 
básica preservar a identidade 
material da Constituição, proteger 
institutos e valores essenciais e 
permitir a continuidade do processo 
democrático. 
CLÁUSULAS PÉTREAS 
•  ART. 60. § 4º - Não será objeto de 
deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir: 
•  I - a forma federativa de Estado; 
•  II - o voto direto, secreto, universal 
e periódico; 
•  III - a separação dos Poderes; 
•  IV - os direitos e garantias 
individuais. 
ATO DAS DISPOSIÇÕES 
CONSTITUCIONAIS 
TRANSITÓRIAS 
•  São normas constitucionais 
temporárias. 
•  Se é norma constitucional, 
pode ser objeto de emenda 
constitucional. 
71 
Constitucionalismo clássico, social e democrático 
CONSTITUCIONALISMO CLÁSSICO 
•  Constitucionalismo ⇒ LIBERAL 
•  Marco histórico → revoluções liberais → final séc. XVIII 
•  Valor do liberalismo = LIBERDADE 
•  Necessidade de limitação do poder do Estado 
•  final séc. XVIII → surgimento das primeira constituições 
escritas 
–  1776 – Declaração de Direitos do Bom Povo da Virgínia (1ª Comst. 
Escrita) 
•  Principais valores: Individualismo, absenteísmo estatal, 
valorização da propriedade privada e proteção ao indivíduo. 
72 
•  Conseqüências: 
–  Concentração de renda 
–  Exclusão social 
•  O Estado deve se preocupar com: 
–  Preservação da Justiça 
–  Defesa Nacional 
–  Complementação da Iniciativa Privada 
•  Principais Características: 
–  Mercado Livre: o Estado não intervém de forma alguma, 
nem tabelando preços ou criando barreiras alfandegárias. 
–  Livre Concorrência: Os preços se formam em função do 
mercado. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 13 
73 
–  Iniciativa Individual: qualquer indivíduo pode exercer a 
função que quiser. 
–  Desregulamentação: O Estado deve remover todos os 
obstáculos legais que cerceiam a atividade econômica. 
–  Divisão Internacional de Produção: Os países devem 
produzir somente o que for economicamente mais 
conveniente e, por meio do comércio internacional trocarão 
seus excedentes. Com isso haverá uma diminuição de 
custos e um maior bem estar social. 
•  O Liberalismo só poderá existir nas Democracias, já 
que só nesse regime há uma AMPLA LIBERDADE 
INDIVIDUAL. 
•  Liberalismo = Doutrina do Laissez-faire 
CONSTITUCIONALISMO SOCIAL 
•  Reação ao Liberalismo ⇒ PENSAMENTO SOCIALISTA 
•  Intervenção Estatal → concessão de direitos sociais 
•  Lucro controlado 
•  Liberalismo→ direito á propriedade 
•  Estado Social → função social da propriedade 
•  1917 – Carta Política do México 
–  primeira a atribuir aos direitos trabalhistas a qualidade de direitos 
fundamentais 
Art. 6°. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, 
a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição 
75 
•  1919 – Constituição de Weimar 
–  República de Weimar (Alemanha) 1919-1939 
–  Auge da crise do Estado Liberal (fim 1ªGM) 
–  Movimento constitucionalista que consagrou direitos sociais. 
–  Reorganizou o Estado em função da Sociedade e não mais 
do indivíduo. 
•  Controle das relações de consumo: 
–  Protecionismo econômico (medidas protecionistas) 
–  Proteção à produção nacional dos Estados 
–  Valorização do trabalhador 
–  Regulação da relação de emprego 
–  Interesse social > interesse individual 
76 
CONSTITUCIONALISMO DEMOCRÁTICO 
•  Baseado nos ideais de: 
–  Liberdade individual, 
–  Direitos da comunidade 
–  Poder limitado do governo - cria um quadro para governar 
numa democracia. 
•  Governo democrático responsável ⇒ deve ser acompanhado 
de limites constitucionais ⇒ ao exercício do poder pelo Estado. 
•  Propósitos da Constituição democrática ⇒ aspirações de uma 
sociedade. 
•  Subordinação legal à → Constituição → estrutura do Estado 
•  Constituição → assegura direitos fundamentais do homem 
78 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 14 
80 
Concepções Constitucionais 
CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÕES 
•  Diferentes formas de se compreender o Direito ⇒ produzem 
diferentes concepções de Constituição, conforme o prisma de 
análise. 
•  As questões acerca das concepções passam pelo fundamento, 
pela forma como a Constituição encontra o seu fundamento na 
visão de cada autor. 
CONSTITUIÇÃO SOCIOLÓGICA 
•  PRINCIPAL EXPOENTE ⇒ Ferdinand Lassale 
•  1862 – Conferência realizada por Lassale 
Constituição Real 
X 
Constituição Escrita 
•  C. Real = soma dos fatores 
reais de poder que regem 
uma determinada nação. 
•  Detentores do poder de fato na 
sociedade = criam a C. real. 
•  C. Escrita = só tem valor se 
corresponder à real. 
•  C. Real > C. Escrita 
C. Escrita ≠ C. Real = 
folha de papel 82 
CONSTITUIÇÃO POLÍTICA 
•  PRINCIPAL EXPOENTE ⇒ Carl Schmitt (1929) 
•  Constituição = é apenas aquilo que decorre de 
uma decisão política fundamental 
•  Fundamento constitucional → decisão política que 
a antecede 
•  “matérias constitucionais” ⇒ que Carl Schmitt 
chama de Constituição 
•  Restante → não seria Constituição propriamente 
dita, mas apenas leis constitucionais. 
•  Concepção de Constituição 
política ⇒ decisão política 
fundamental, decisão concreta em 
conjunto sobre o modo e forma de 
existência da unidade política, 
distinguindo Constituição de leis 
constitucionais. 
 Divisão do texto 
constitucional de acordo 
com a matéria abordada 
•  Normas materialmente constitucionais 
= Constituição 
•  Normas formalmente constitucionais = 
leis constitucionais 84 
CONSTITUIÇÃO JURÍDICA 
•  PRINCIPAIS EXPOENTES ⇒ o austríaco Hans 
Kelsen e o alemão Konrad Hesse 
•  Surgiu após 2ªGM → mais presente a 
“normatividade da Constituição” 
•  Caráter normativo e vinculante da Constituição. 
•  Toda a Constituição, com exceção do 
Preâmbulo, é vinculante e obrigatória. 
•  Concepção que hoje prevalece!!!!!!!!! 
•  Concepções distintas de um autor para o outro, mas 
que vai de encontro com a concepção jurídica. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 15 
HANS KELSEN 
•  Constituição = conjunto de 
normas como as demais leis, 
ou seja, ela encontra o seu 
fundamento no próprio direito. 
•  Constituição ⇒ é norma pura, 
é puro dever-ser!!! 
•  Não pertence ao mundo do ser 
como quer o Ferd inand 
Lassale. 
•  Constituição em sentido lógico-
jurídico = norma hipotética 
fundamental. 
•  Constituição em sentido jurídico-
posit ivo = é o documento 
constitucional escrito. 
KONRAD HESSE (1959) 
•  Concepção de ⇒ “força 
normativa” da Constituição. 
•  Constituição = Apesar de 
muitas vezes sucumbir à 
realidade, possui uma força 
normativa capaz de conformar 
es ta mesma rea l i dade , 
modificando-a. 
•  vontade de Constituição > 
vontade do poder = mudança 
•  D. Constitucional = deve 
dizer aquilo que deve ser 
87 
CONSTITUIÇÃO CULTURALISTA 
•  Constituição total ⇒ aquela que não se contenta apenas 
em estabelecer as relações de poder, mas que trata de 
todos os aspectos, todos os setores da vida social. 
•  Reúne todas as concepções 
•  Constituição = fundamento sociológico + aspecto político + 
caráter jurídico 
•  Canotillho = a Constituição é um estatuto jurídico e um 
fenômeno político 
•  Constituição = é condicionada por uma 
determinada cultura e, ao mesmo tempo, é um 
elemento conformador, condicionante desta 
mesma cultura. 88 
⇒ DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
•  Funções dos direitos do cidadão: 
–  Normas de competência negativa para os 
entes públicos 
–  Exercício desses direitos fundamentais pelo cidadão 
Direitos Humanos X Direitos Fundamentais 
•  A CR se refere aos dois termos. 
Mas qual é a diferença entre direitos humanos e direitos 
fundamentais? 
•  Direitos humanos = direitos ligados à liberdade, igualdade 
e dignidade, consagrados no plano internacional. 
89 
•  Direitos fundamentais = direitos humanos consagrados no 
plano interno. 
•  FINALIDADE COMUM ⇒ proteger a pessoa humana, tendo 
como conteúdos a liberdade e a igualdade. 
•  O Título II da CR/88 fala em direitos e garantias fundamentais 
(gênero) do qual são espécies: 
–  direitos individuais; direitos coletivos; direitos sociais; 
direitos à nacionalidade; direitos políticos. 
Direitos Fundamentais X Garantias Fundamentais 
•  Direitos fundamentais ⇒ são bens e vantagens prescritos 
na norma constitucional 
•  Garantias fundamentais ⇒ instrumentos através dos 
quais se assegura o exercício dos direitos fundamentais, 
caso sejam violados. 
•  Remédios Constitucionais ⇒ Espécies de garantias 
fundamentais que estão consagrados na CR 
 
 
 
90 
Classificação dos Direitos Fundamentais 
CLASSIFICAÇÃO CONSTITUCIONAL 
•  A CR divide em seu título II os direitos e garantias 
fundamentais em: 
–  Direitos Individuais 
–  Direitos Coletivos 
–  Direitos Sociais 
–  Direito à Nacionalidade 
–  Direitos Políticos 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA GERACIONAL (DIMENSÕES) 
•  A doutrina classifica os direitos fundamentais em gerações, 
que são determinadas de acordo com o momento histórico 
em que cada direito passou a ser constitucionalmente 
defendido. 
•  Melhor nomenclatura ⇒ dimensões!!!!!! 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 16 
91 
1ª DIMENSÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS: 
(liberdade) 
•  Surgem com o principal objetivo ⇒ proteger a pessoa das 
arbitrariedades praticadas pelo Estado. 
•  Direitos Individuais, são caracterizados por uma obrigação 
de não fazer por parte do Estado. 
–  Vida – Existência, Integridade física 
–  Liberdade – Individual, Iniciativa e concorrência, Pensamento, 
Consciência, Filosófica, Política, Religiosa, Expressão, Associação, 
Locomoção 
–  Igualdade Formal 
–  Propriedade Privada - Caráter absoluto, Função central de 
garantia da liberdade 
–  Vida privada - intimidade Inviolabilidade de domicílio, Sigilo de 
correspondência, Sigilo bancário 
92 
2ª DIMENSÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS: 
(Igualdade) 
Surgem como uma crítica ao Estado Liberal e uma necessidade 
do Estado se responsabilizar para a concessão de direitos 
sociais. 
•  Direitos Sociais - correspondem aosdireitos econômicos, 
sociais e culturais. 
•  Obriga ao Estado a fazer em benefício da pessoa que 
necessite desses direitos. 
•  As ações do Estado devem estar motivadas e orientadas 
para atender a justiça social. 
–  Trabalho 
–  Saúde 
–  Educação 
–  Previdência 
–  Moradia 
–  Transporte 
93 
•  A 2ª Dimensão dos Direitos Fundamentais faz também uma 
releitura dos direitos de 1ª Dimensão: 
–  Liberdade Individual , Igualdade Material , Função Social da 
Propriedade 
3ª DIMENSÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS: 
(fraternidade) 
Direitos Coletivos: Direitos de Solidariedade ou Fraternidade 
•  O Estado tem obrigação de proteger a coletividade de 
pessoas, não o ser humano de forma isolada. 
–  Meio Ambiente 
–  Qualidade de Vida 
–  Defesa do Consumidor 
–  Defesa da Criança 
–  Defesa do Idoso 
–  Paz 
–  Autodeterminação dos Povos 94 
4ª DIMENSÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS: 
•  Advém da globalização política, ela foi a responsável por 
introduzir estes direitos no ordenamento jurídico. 
•  Direito das Minorias: são novos direitos sociais 
decorrentes da evolução da sociedade e da globalização. 
–  Democracia: Ao lado da vontade da maioria, entende-se que 
democracia é a proteção de direitos fundamentais, inclusive das 
minorias (P. Judiciário). 
–  Informação 
–  Pluralismo: pluralismo religioso, um pluralismo cultural, um 
pluralismo ideológico, artístico, econômico, de orientações sexuais 
(preservação e conservação das identidades). 
–  Evolução científica e tecnológica / Informática / Biociência, 
bioética, segurança genética 
95 
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
•  A Constituição consagra a inviolabilidade da dignidade da 
pessoa humana. 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
III - a dignidade da pessoa humana 
•  Ela está prevista no art. 1º, III, CR/88, sendo considerada 
como um fundamento. 
•  Não é considerada apenas como um fundamento e sim como 
um valor constitucional supremo, tendo peso maior na 
ponderação com os demais valores. 
•  A dignidade não é considerada como um direito 
fundamental, e nem mesmo como um direito. 96 
•  Função dos direitos fundamentais ⇒ proteger a 
dignidade da pessoa humana! 
•  A dignidade é o que diferencia o ser humano de todas as 
demais coisas 
–  coisas → tem preço $ 
–  ser humano → tem dignidade ☻ 
 
 
O DIREITO À VIDA 
•  A Constituição consagra a inviolabilidade do direito à vida. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 17 
97 
•  Todo ser dotado de vida é INDIVÍDUO = não pode se dividir. 
•  É o mais fundamental de todos os direitos, já que 
constitui-se em pré-requisito a existência e exercício de 
todos os demais direitos. 
Dupla dimensão do direito à vida: 
direito a permanecer vivo 
direito a uma vida digna 
Direito irrenunciável = O direito a vida, como DF é pressuposto 
dos demais direitos, também não pode ser renunciado. Mas 
atenção: a irrenunciabilidade não se confunde com o não 
exercício do direito. Este pode ocorrer. A renúncia é definitiva, o 
não exercício é temporário (no caso do direito à vida, por óbvio, 
não há que se falar em não exercício). 
VIDA x EUTANÁSIA 
VIDA x ORTOTANÁSIA 
VIDA x Autonomia da vontade e liberdade religiosa (testemunhas de Jeová 98 
•  DIREITO DE EXISTÊNCIA: direito de não ter interrompido o 
processo vital senão pela morte espontânea e inevitável. 
•  Legislação penal = pune todas as formas de interrupção 
violenta da vida 
•  Exceções: 
–  LEGÍTIMA DEFESA 
–  ESTADO DE NECESSIDADE 
–  ABORTO TERAPÊUTICO 
–  ABORTO SENTIMENTAL 
 
A pessoa pode defender 
sua vida, violando o direito 
de outrem. 
Art. 128 Código Penal - Não se pune o aborto praticado por médico: 
Aborto necessário 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento 
da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
99 
•  DIREITO DE INTEGRIDADE FÍSICA: Agredir o corpo 
humano é uma forma de agressão ao direito à vida. 
•  DIREITO À INTEGRIDADE MORAL: direito de respeito à 
moral individual. 
•  Moral = valor ético-social da pessoa e da família que se 
impõe ao respeito dos meios de comunicação social. 
•  Sem a moral o homem se reduziria á condição de animal. 
–  HONRA 
•  O Direito Penal tutela a honra contra a Calúnia, Difamação e Injúria. 
•  Arts. 138, 139 e 140 do Código Penal. 
–  BOM NOME 
–  BOA FAMA 
–  REPUTAÇÃO 
PENA DE MORTE: O direito à vida contrapõe-se à pena de 
morte. 
 
 
100 
•  A CR Brasileira como assegura o direito à vida e 
portanto não admite a aplicação da pena de morte no 
Brasil. 
•  EXCEÇÃO = no caso de guerra externa declarada 
Art. 5°, XLVII - Não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos 
termos do art. 84, XIX; 
•  Tortura: 
–  Crime contra o direito à vida 
–  Crueldade que atinge a pessoa em todas as suas dimensões 
–  Crime contra a humanidade 
101 
Art. 5º, inciso, III - ninguém será submetido a tortura nem 
a tratamento desumano ou degradante; - inciso XLIII 
DIREITO À PRIVACIDADE 
•  A Constituição consagra o direito à privacidade: 
Art. 5º, inciso X, da CR – são invioláveis a 
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de sua violação; 
•  Proteção Constitucional 
–  PESSOAS FÍSICAS 
–  PESSOAS JURÍDICAS 
•  Abrange = proteção à própria imagem frente aos meios de 
comunicação em massa 
102 
•  Privacidade ⇒ envolve todos os relacionamentos humanos 
•  Intimidade ⇒ relações subjetivas e de trato íntimo da 
pessoa, suas relações familiares, de amizade e amorozas. 
 
 
DIREITO À IGUALDADE 
Igualdade Formal X Igualdade Material 
•  IGUALDADE FORMAL ⇒ é conhecida também como 
igualdade civil ou jurídica ou perante a lei. 
–  É um tratamento isonômico a todos os seres de uma 
mesma categoria essencial. É tratar pessoas que se 
encontram em uma mesma situação de uma forma igual. 
•  IGUALDADE MATERIAL ⇒ igualdade real ou fática ou 
perante os bens da vida. 
–  Idéia de REDUÇÃO DE DESIGUALDADES. 
–  Não é tratar pessoas diferentes de forma diferente. É 
reduzir as desigualdades existentes. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 18 
DIREITO À LIBERDADE 
Conceito: liberdade consiste na possibilidade 
de coordenação consciente dos meios 
necessários à realização da felicidade 
pessoal. 
•  3 esferas para a defesa da Liberdade: 
–  Liberdade Subjetiva ⇒ manifestação de vontade no 
mundo interior do homem – livre arbítrio. 
–  Liberdade Objetiva ⇒ expressão externa do querer 
individual. 
•  O direito positivo cuida apenas da liberdade 
objetiva – falamos de Liberdades no plural → 
formas de liberdade 
104 
DIREITOS LIGADOS À LIBERDADE 
LIBERDADE PARA AGIR E LEGALIDADE 
•  Liberdade-matriz = liberdade de atuar 
 
 
 
•  Todos tem a liberdade de fazer e de não fazer o que 
quiserem, salvo quando a lei determine ao contrário. 
•  Legalidade ⇒ deve ser legítima para poder restringir a 
ação do indivíduo. 
•  Regra = liberdade 
•  Exceção = restrição legal 
Art. 5°, CR – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidadedo direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguinte 
II – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei; 
105 
LIBERDADE DA PESSOA FÍSICA 
•  Liberdade Individual = primeira forma de liberdade 
alcançada pelo homem 
•  Se opõe à: 
 ♦Escravidão ♦Prisão 
•  Conceito: possibilidade jurídica de todos os 
indivíduos de locomoverem-se dentro do território 
nacional de acordo com a própria vontade. 
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO 
Art. 5°, XV, CR – é livre a locomoção no território nacional em tempo 
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, 
permanecer ou dele sair com seus bens; 
106 
•  2 Liberdades: 
–  Liberdade de locomoção no território nacional. 
–  Liberdade de entrar no território nacional, nele permanecer 
e sair com os seus bens (nos termos da lei) 
•  Garantia específica = habeas corpus 
 
 
 
LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO 
•  Direito de ir, vir, ficar, parar, estacionar. 
•  Faculdade de deslocar-se de um ponto a outro através de 
uma via pública ou afetada para o uso público. 
•  Direito de segurança pessoal = garantia constitucional para a 
proteção do indivíduo 
Art. 5°, LXVIII, CR – conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que 
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação 
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
107 
LIBERDADE DE PENSAMENTO 
•  Direito de exprimir , por qualquer forma, o que se 
pensa. 
•  Não existem direitos absolutos. Se a pessoa agiu de forma 
abusiva, e violou direitos de terceiros, ela pode ser 
responsabilizada 
LIBERDADE DE OPINIÃO 
•  Liberdade de pensamento primária – liberdade do 
indivíduo de adotar a atitude intelectual de sua 
escolha. 
•  Liberdade de pensar e dizer o que acredita ser 
verdadeiro. 
–  O TJ/RS condenou a Furacão 2000 a pagar uma 
indenização de 500.000 reais à associação de mulheres em 
razão da música “um tapinha não dói”. 
108 
LIBERDADE RELIGIOSA 
 
 
•  Envolve a liberdade de consciência, de crença, de culto e 
de organização religiosa. 
•  CR 1988 – Estado laico = liberdade de escolha religiosa. 
•  O Estado deve manter-se neutro. 
•  A neutralidade do Estado tem 2 funções: 
–  Garantir a simetria da liberdade religiosa, o equilíbrio 
das religiões; e, ainda 
–  Assegurar a pluralidade religiosa (um dos 
fundamentos da República Federativa do Brasil). 
•  Estado ⇒ não pode beneficiar ou prejudicar uma 
determinada religião. 
Art. 5°, VI, CR – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, 
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, 
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 19 
109 
 
É relevante estabelecermos uma distinção entre 3 aspectos: 
•  Laicidade (neutralidade religiosa): o exercício do poder deve 
ser neutro, não podendo prejudicar nem beneficiar religiões; 
•  Laicismo: é uma espécie de anti-religião, não é o caso do 
Estado brasileiro; 
•  Ateísmo: o Estado brasileiro não é um Estado ateu, tanto que 
no preâmbulo há menção a palavra “Deus”. O ateísmo não 
deixa de ser uma concepção contrária à religião. 
Art. 19, CR – É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, 
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus 
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na 
forma da lei, a colaboração de interesse público; 
110 
ESCUSA DE CONSCIÊNCIA 
•  É a possibilidade que a pessoa tem de alegar uma 
escusa para se eximir de determinada obrigação. Essa 
escusa abrange aspectos filosóficos, políticos e 
religiosos. 
 
LIBERDADE DE COMUNICAÇÃO 
•  Conjunto de direitos, formas, processos e veículos que 
possibilitam a expressão e difusão do pensamento e 
da informação. 
 
 
Art. 5°, VIII, CR – ninguém será privado de direitos por motivo de 
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as 
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-
se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
111 
Princípios básicos do direito à liberdade de comunicação: 
1)  As formas de comunicação não sofrerão restrição; 
2)  Nenhuma lei conterá dispositivo que restrinja a liberdade 
de informação jornalística; 
3)  Vedada toda e qualquer censura de natureza política, 
ideológica e/ou artística; 
Art. 5°, CR 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no 
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal;  
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o 
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
112 
Princípios básicos do direito à liberdade de comunicação: 
4) A publicação de veículo impresso de comunicação não 
depende de autorização de autoridade; 
5) Os meios de comunicação não podem ser objeto de 
monopólio; 
6) Os serviços de rádio e tv dependem de autorização, 
concessão ou permissão do P. Executivo federal sob 
controle do Congresso Nacional. 
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO 
•  Aspectos externos da liberdade de opinião. 
Art. 5°, IV, CR – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado 
o anonimato; 
Art. 220, § 2º, CR – É vedada toda e qualquer censura de natureza 
política, ideológica e artística. 
113 
•  Liberdade de manifestação do pensamento ⇒ implica 
também na possibilidade de mantê-lo em segredo. 
•  Ônus do exercício desse direito = responder por eventuais 
danos a terceiros. 
Liberdade de Informação X Direito de Informação 
•  Liberdade de Informação = liberdade de informar e de ser 
informado. 
•  Direito de Informação = direito coletivo. 
Art. 5°, LXIII, CR – o preso será informado de seus direitos, entre os 
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência 
da família e de advogado; 
TUTELA CONSTITUCIONAL DAS 
LIBERDADES 
•  Remédios Constitucionais ⇒ Garantias Constitucionais 
Individuais que são instrumentos destinados a assegurar o 
gozo de: 
–  Direito fundamental violado; 
–  Direito fundamental em vias de ser violado; 
–  Direito fundamental não atendido. 
•  Conceito: Meios postos à disposição dos indivíduos e 
cidadãos para provocar a intervenção das autoridades 
competentes, visando sanar, corrigir, ilegalidade e abuso 
de poder em prejuízo de direitos e interesses individuais. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 20 
HABEAS CORPUS 
115 
•  CONCEITO: garantia individual ao direito de 
locomoção, consubstanciada em uma ordem dada 
pelo Juiz ou Tribunal ao coator, fazendo cessar a 
ameaça ou coação à liberdade de locomoção em 
sentido amplo – o direito do indivíduo de ir, vir e 
ficar. 
•  Remédio destinado a tutelar o direito de liberdade de 
locomoção, liberdade de ir, vir, parar e ficar. 
•  Liberdade de locomoção = garantida pela CR em 
tempo de paz. 
•  Natureza jurídica ⇒ Ação Constitucional de caráter 
penal e de procedimento especial, isenta de custas. 
•  Características: 
⇒  Ação de caráter penal 
⇒  Procedimento Especial 
⇒  Isenta de custas 
⇒  Objetivo: cessar ou evitar violação de liberdade 
de locomoção 
⇒  Ilegalidade ou abuso de poder 
Art. 5°, LXVIII , CR – conceder-se-á "habeas-corpus" 
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por 
ilegalidade ou abuso de poder; 
117 
•  Legitimidade ativa ⇒ Atributo de personalidade, não é 
exigida a capacidade para estar emjuízo, nem a 
capacidade postulatória⇒ Ação Penal Popular 
•  Não há a necessidade da presença de advogado 
•  Exercício do direito de autodefesa. 
•  Pessoa jurídica = não terá direito a habeas corpus, por 
inexistência de possibilidade de ameaça ao direito de 
locomoção. 
•  Habeas Corpus impetrado por pessoa jurídica em favor de 
pessoa física (divergências doutrinárias) = SIM 
•  Promotor de justiça = na qualidade de órgão do MP 
poderá impetrar habeas corpus. 
•  Juiz = poderá conceder o habeas corpus de ofício (nunca 
impetrar) 118 
Art. 654, CPP – O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer 
pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério 
Público. 
§1° A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência 
ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de 
simples ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não 
souber ou não puder escrever, e a designação das respectivas 
residências. 
§2° Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício 
ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem 
que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal. 
119 
•  Legitimidade passiva ⇒ o habeas corpus será 
impetrado contra o ato do coator que poderá ser: 
–  Autoridade (delegado de polícia, promotor de justiça, 
juiz de direito, tribunal, etc). (ABUSO DE PODER) 
–  Particular (ILEGALIDADE) 
•  Ex: internação em clínica psiquiátrica 
ESPÉCIES DE HABEAS CORPUS 
•  HABEAS CORPUS PREVENTIVO (salvo-conduto) 
•  Ataca = ameaça de coação à liberdade de locomoção 
•  Pretende evitar o desrespeito à liberdade de locomoção, 
que ainda não foi violado. 
•  Salvo conduto: documento emitido por autoridades de 
um Estado que permite a seu portador transitar por um 
determinado território. 120 
•  HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO OU REPRESSIVO 
•  Impetrado quando alguém já sofreu lesão ao direito de 
liberdade de locomoção por ILEGALIDADE ou ABUSO 
DE PODER. 
•  Objetivo = fazer cessar o desrespeito á liberdade de 
locomoção 
•  LIMINAR EM HABEAS CORPUS 
•  Poderá ser concedida tanto no caso de Habeas 
Corpus Preventivo como no Liberatório. 
•  Concessão do direito de liberdade sem oitiva do 
coator. 
•  Impossibilidade de Supressão da CR = Cláusula 
Pétrea 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 21 
HABEAS DATA 
121 
•  Remédio constitucional que tem como objetivo proteger a 
esfera íntima dos indivíduos contra: 
–  a) usos abusivos de registros de dados pessoais 
coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos; 
–  b) introdução nesses registros de dados sensíveis e 
–  c) conservação de dados falsos ou com fins diversos 
dos autorizados em lei. 
•  Direito de impetrar o habeas data é = personalíssimo do 
titular dos dados. 
•  Cabimento = necessidade de negativa de prestação da 
informação por via administrativa, para que seja cabível a 
solução do judiciário através do habeas data. 
•  Características: 
– Ação constitucional de caráter civil 
– Conteúdo e rito sumário 
– Proteção do direito líquido e certo do impetrante de 
conhecer todas as informações e registros relativos à 
sua pessoa e constantes na repartições públicas ou 
particulares acessíveis ao público 
– Eventual retificação. 
Art. 5°, LXXII, CR – conceder-se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à 
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de 
dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo 
por processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
123 
•  Legitimidade ativa ⇒ pessoa física ou jurídica cujo pedido 
de informação sobre os próprios dados foi negado (d. 
personalíssimo). 
•  Só informações do próprio impetrante poderão ser 
solicitadas. 
•  Legitimidade passiva ⇒ poderão ser sujeitos passivos do 
habeas data: 
–  Entidades governamentais de administração direta ou 
indireta 
–  Instituições, entidades e pessoas jurídicas que prestem 
serviço para o público ou de interesse público (desde 
que detenham dados referentes a pessoas físicas e 
jurídicas). 
•  Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os 
atos judiciais, exceto em relação ao habeas corpus e o 
mandado de segurança. 
MANDADO DE SEGURANÇA 
124 
• REQUISITOS DO MANDADO DE SEGURANÇA: 
–  Direito líquido certo violado → d. verificável de plano 
–  Violação por ato de autoridade 
• Espécies ⇒ REPRESSIVO x PREVENTIVO 
• Cabimento = atos comissivos ou omissivos de 
autoridades. 
Art. 5°, LXIX, CR – conceder-se-á mandado de segurança 
para proteger direito líquido e certo, não amparado por 
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável 
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do 
Poder Público. 
•  Características: 
– Ação constitucional de caráter civil 
– Conteúdo e rito sumário 
– Proteção do direito líquido e certo lesão ou 
ameaçado de lesão 
– Ato ou omissão de autoridade pública ou agente 
de pessoa jurídica no exercício de atribuições do 
Poder Público. 
– Ilegalidade ou abuso de poder. 
•  Incidência residual do mandado de segurança. 
126 
•  Legitimidade ativa ⇒ titular do direito líquido e 
certo, não amparado pelo habeas corpus ou 
habeas data. 
•  Pessoa = física, jurídica, nacional ou estrangeira! 
•  Exigência: que o impetrante tenha o direito 
invocado. 
•  Legitimidade passiva ⇒ autoridade coatora que 
vai contra o direito líquido e certo. 
•  PRAZO PARA IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE 
SEGURANÇA → 120 DIAS A CONTAR DA 
DATA DA CIÊNCIA DO ATO IMPUGNADO. 
•  Liminar em mandado de segurança = possível 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Professora Renata Furtado de Barros 22 
MANDADO DE INJUNÇÃO 
127 
•  Remédio ou ação constitucional posto à disposição de quem 
se considerar titular de qualquer daqueles direitos, liberdades 
ou prerrogativas, inviáveis por falta de norma 
regulamentadora exigida ou suposta pela Constituição. 
•  Finalidade = conferir imediata aplicabilidade à norma 
constitucional portadora daqueles direitos e prerrogativas, 
inerte em virtude de ausência de regulamentação. 
Art. 5°, LXXI, CR – conceder-se-á mandado de injunção 
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável 
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania; 
128 
•  Requisitos: 
–  Falta de norma regulamentadora de previsão 
constitucional 
–  Inviabilidade do exercício dos direitos fundamentais 
•  Legitimidade ativa ⇒ qualquer pessoa que esteja 
sofrendo com a impossibilidade de exercício de um 
direito fundamental pela falta de regulamentação legal. 
•  Legitimidade passiva ⇒ autoridade pública responsável 
pela criação da norma regulamentadora que ainda não a 
criou. 
•  STF = impossibilidade de concessão de liminar!! 
•  Os processos de mandado de injunção terão prioridade sobre 
todos os atos judiciais, exceto em relação ao habeas corpus, 
mandado de segurança e habeas data. 
129 
Efeitos do Mandado de Injunção: 
•  Posicionamento Não-concretista: Posição adotada pela 
maioria do STF → entende que o mandado de injunção 
não tem a capacidade de exigir do poder legislativo ou 
do poder executivo a regulamentação da norma 
constitucional, o mandado de injunção teria a única 
finalidade de comunicar ao órgão competente que este 
está omisso e deve sanar esta omissão. 
DIREITO DE PETIÇÃO 
•  CONCEITO: direito que pertence a uma pessoa de invocar a 
atenção dos PoderesPúblicos sobre uma questão ou uma 
situação, seja para denunciar uma lesão concreta e pedir a 
reorientação da situação, seja para solicitar uma modificação do 
direito em vigor no sentido mais favorável à liberdade. J.A.S. 
•  Legitimidade ativa e passiva ⇒ qualquer pessoa, física ou 
jurídica, nacional ou estrangeira possui o direito de 
apresentar reclamações aos poderes públicos (PE, PL, PJ 
e ao MP contra abuso de poder). 
•  Finalidade ⇒ Informar o poder público de fato ilegal ou 
abusivo para que as medidas adequadas sejam tomadas. 
•  Não é exigido endereçamento ao órgão competente → quem 
recebe tem a obrigação de encaminhar a petição à autoridade 
competente. 
•  Exigência ⇒ comprovação da existência de lesão a 
interesses do peticionário. 
Art. 5°, XXXIV, CR – são a todos assegurados, 
independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa 
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
DIREITO DE CERTIDÕES 
131 
•  CONCEITO: direito líquido e certo de qualquer pessoa de 
obter certidão para a defesa de um direito. 
•  Obrigatoriedade do Estado de fornecer as informações 
solicitadas sob pena de responsabilização política, civil e 
criminal. 
•  Exceções ⇒ Hipóteses constitucionais de sigilo 
•  Essa é uma garantia que não raro acaba por realizar por 
via de outro remédio→ o mandado de segurança, quando 
o pedido é negado ou simplesmente não é decidido. 
•  Pressupostos necessários para utilização do d. de 
certidão: 
⇒  Legítimo interesse 
⇒  Ausência de sigilo 
⇒  Indicação da finalidade do pedido 
•  Direito garantido independente do pagamento de 
taxas. 
•  A garantia constitucional que assegura a todos a 
obtenção de certidões em repartições públicas é de 
natureza individual, sendo obrigatória a sua expedição 
quando se destina à defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal do 
requerente. 
Art. 5°, XXXIV, CR – são a todos assegurados, 
independentemente do pagamento de taxas: 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, 
para defesa de direitos e esclarecimento de 
situações de interesse pessoal;

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