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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM Instituto de Ciências Exatas - ICE Departamento de Química - DQ 3º RELATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL MANAUS - AM 19 DE MAIO DE 2015 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM Instituto de Ciências Exatas - ICE Departamento de Química - DQ DETERMINAÇÃO DO CALOR DE DISSOLUÇÃO ALUNOS: AYRTON LUCAS TELES 21201646 JOSIANA MOREIRA MAR 21206535 LUANA LEÃO 21201434 WAGNER MOREIRA 21203673 MANAUS - AM 19 DE MAIO DE 2015 DETERMINAÇÃO DO CALOR DE DISSOLUÇÃO RESUMO O calor de dissolução é a variação de entalpia gerada com a dissolução de 1 mol de substancia em solvente suficiente para considerar a solução como diluída. Essa relação é determinada pela equação de Van’t Hoff, , a pressão constante, que relaciona a variação da temperatura (T) com a variação da constante de equilíbrio (K), dado pela diferença de entalpia (ΔH), onde pode ser simplificada para os dados obti- dos nesse relatório. O valor da variação de entalpia de dissolução para o ácido ben- zoico encontrado nesse experimento é de 27,20 𝑘𝐽. 𝑚𝑜𝑙−1, um valor dentro dos parâ- metros descritos na literatura, entre 25,04 𝑘𝐽. 𝑚𝑜𝑙−1 a 31,41 𝑘𝐽. 𝑚𝑜𝑙−1, 305 K a 345 K, respectivamente. Por tratar-se de um experimento com reações rápidas em geral, pe- quenos erros podem ter sido cometidos, então esse valor pode ter sofrido diversas influências, mas apresenta boa concordância em relação ao valor descrito na litera- tura. INTRODUÇÃO O calor de dissolução representa a variação de entalpia que resulta da forma- ção de uma solução de concentração especificada, a partir de 1 g/mole do composto, e o número de g/mol de água líquida. Com estes dados pode calcular-se o calor total de formação de uma substância dissolvida. (HIMMELBLAU; DAVID, 1984) O estudo da medição do calor de dissolução indica que há dois calores de dis- solução, sendo o calor integral de dissolução e o calor diferencial de dissolução. O calor integral de dissolução define-se como o valor absorvido ou libertado quando um mol de soluto se dissolve numa quantidade adequada de solvente para obter uma dissolução de determinada concentração. O calor diferencial de dissolução pode-se representar matematicamente por 𝛿(∆𝐻) 𝛿𝑛 , e define-se como calor absorvido quando uma mol de soluto se dissolve numa quantidade de dissolução tal que não produza modi- ficação apreciável da concentração. (HOUGHEN, WATSON, RAGATZ; 1984) Desta forma, o calor total de uma determinada mistura é possível ser verificado experimentalmente. Denomina-se calor de solução a variação de energia, quando uma substância dissolve outra, sendo assim o próprio calor de dissolução. A variação de entalpia no processo de dissolução de um soluto para compor uma solução satu- rada é: 𝑑𝑙𝑛𝑆 = ∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙 𝑅 𝑑𝑇 𝑇2 , a p constante (1) Uma solução saturada é aquela em equilíbrio com excesso de soluto, ou seria se estivesse presente excesso de soluto. O termo saturado denota a maior concen- tração de soluto que uma solução pode conter e estar em equilíbrio com alguma por- ção de soluto não-dissolvido com o qual está em contato. (ATKINS; JONES, 2006) Na condição de saturação entre solução e soluto, a condição de equilíbrio com- porta-se da seguinte maneira: 𝜇2(𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜,𝑇,𝑝) = 𝜇2(𝑋2,𝑇,𝑝) (2) A titulação é um processo empregado em Química para se determinar a quan- tidade de substância de uma solução pelo confronto com uma outra espécie química, de concentração e natureza conhecidas. A substância de interesse em qualquer de- terminação recebe o nome de analíto. A espécie química com concentração definida recebe o nome de titulante, que é, em geral, uma solução obtida a partir de um padrão primário. A solução a ter sua concentração determinada recebe o nome de titulado. Neste processo faz-se reagir um ácido com uma base para que se atinja o ponto de equivalência. SKOOG; HOLLER; NIEMAN, 2002) O objetivo deste experimento é determinar o calor de dissociação do ácido ben- zoico a partir de sua solubilidade aquosa a diferentes temperaturas. PARTE EXPERIMENTAL Material e Reagentes - Erlenmeyers (8) - Termômetros (2) - Pipeta volumétrica de 25 mL - Bureta de 50 mL - Proveta de 100 mL - Béquer de 1000 mL - Bastão de vidro - Pipetador - Balões volumétricos de 250 mL (2) e de 50 mL (1) - Solução de Hidróxido de sódio (0,05 e 0,1 M) - Ácido Benzóico p.a. - Fenoftaleína Procedimento Experimental (a) Determinação do calor de dissolução à 73 °C - Colocou-se 6 g de ácido benzoico (p.a.) em um erlenmeyer. Foi adicionado 300 mL de água destilada e quente, em torno de 73 °C. - Aguardou-se a solução atingir o equilíbrio térmico, deixando o sólido repousar. - Pipetou-se rapidamente 25 mL do sobrenadante para prevenir a cristalização do ácido no interior da pipeta. - Transferiu-se a amostra para outro erlenmeyer e titulou-se a amostra com uma solução padronizada de hidróxido de sódio 0,1 M. Foi utilizado a fenolftaleína como indicador. (b) Determinação do calor de dissolução abaixo de 70 °C - Repetiu-se o procedimento (a) com as temperaturas 63, 53, 43 e 33 °C respecti- vamente, fazendo duas determinações em cada temperatura. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para um resultado mais preciso a fim de determinar do calor de dissolução, utilizou-se cinco variações de temperaturas de aproximadamente 10K entre elas (346,15K, 335,15 K, 327,15 K, 316,15 K e 307,15 K) com suas respectivas duplicatas. Os valores para o volume gasto de NaOH (0,1M) nas titulações, a concentração (mol.L-1) a cada temperatura, assim como a respectiva solubilidade foram tabelados, onde encontram-se no corpo deste relatório. A partir desses dados, pode-se calcular o Ln S e plotar o gráfico em razão do inverso da temperatura. Por fim, calculou-se a inclinação da reta, a fim de calcular a variação de entalpia do calor de dissolução do ácido benzoico. Determinação da solubilidade do ácido benzoico Os valores da variação dos volumes gastos de NaOH (0,1 M) em razão da temperatura foram agrupados e encontram-se na tabela 01. Tabela 1 - Variação do volume de NaOH em função da temperatura Soluto: ácido benzoico Volume de NaOH ºC ºK mL L 73 346,15 Volume 1 29,6 0,0296 Volume 2 29,8 0,0298 Média 29,7 0,0297 62 335,15 Volume 1 22,0 0,022 Volume 2 22,5 0,0225 Média 22,25 0,02225 54 327,15 Volume 1 14,4 0,0144 Volume 2 16,0 0,016 Média 15,2 0,0152 43 316,15 Volume 1 12,4 0,0124 Volume 2 10,0 0,01 Média 11,2 0,0112 34 307,15 Volume 1 8,7 0,0087 Volume 2 9,1 0,0091 Média 8,9 0,0089 Para determinar a solubilidade da amostra temos a seguinte equação I: 𝑆 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 (𝑔) 100 𝑔 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝐼) No entanto, deve-se calcular a massa do soluto que efetivamente reagiu com hidróxido de sódio (0,1 M). Para cálculo da massa do soluto, deve-se primeiramente saber o número de moles de hidróxido de sódio presente em cada amostra. Através da equação II pode-se determinar o valor para cada titulação. 𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝑂𝐻 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝑂𝐻 𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜 𝑛𝑎 𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑥 𝑀𝑜𝑙𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝑂𝐻 = (𝐼𝐼) 𝑀𝑜𝑙𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑁𝑎𝑂𝐻 = 0,1 𝑚𝑜𝑙. 𝐿−1 Tabela 2 – Valores para determinação do número de moles de NaOH Temperatura (K) Volume de NaOH (L) Número de moles de NaOH 346,15 0,0297 0,00297 335,15 0,02225 0,002225 327,15 0,0152 0,00152 316,15 0,0112 0,00112 307,15 0,0089 0,00089 Pela estequiometria, temos uma reação 1:1, logo o número de moles de hidró- xido de sódio é igual ao de ácido benzoico. C6H5COOH + NaOH → C6H5COONa + H2O Através do número de moles de ácido benzoico, pode-se determinar a massa do ácido em cada recipiente. Através da equação III, pode-se determinar a massa de ácido benzoico em cada amostra. 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑏𝑒𝑛𝑧𝑜𝑖𝑐𝑜 = 𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑥 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 (III) 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 á𝑐𝑖𝑑𝑜 𝑏𝑒𝑛𝑧𝑜𝑖𝑐𝑜 = 122,12 𝑔. 𝑚𝑜𝑙−1 Tabela 3 – Valores para determinação da massa em gramas de ácido benzoico em cada amostra. Temperatura (K) Número de moles de ácido benzoico Massa de ácido ben- zoico (g) 346,15 0,00297 0,3626964 335,15 0,002225 0,271717 327,15 0,00152 0,1856224 316,15 0,00112 0,1367744 307,15 0,00089 0,1086868 Conforme os valores obtidos de massa de ácido benzoico, pode-se então cal- cular o valor de solubilidade de cada amostra, conforme a tabela 4. Massa de ácido benzoico → Gramas de solvente Solubilidade→ 100 g de solvente Tabela 4 – Valores para determinação da solubilidade do ácido benzoico em cada amostra. Temperatura (K) Massa de ácido ben- zoico (g) Solubilidade (g soluto/ 100g solvente) 346,15 0,3626964 0,1209 335,15 0,271717 0,0906 327,15 0,1856224 0,0619 316,15 0,1367744 0,0456 307,15 0,1086868 0,0362 Com os valores definidos de solubilidade, pode-se calcular o Ln S para da amostra. Temperatura (K) Solubilidade (g soluto/ 100g solvente) Ln S 1/T (K-1) 346,15 0,1209 -2,1128 0,00289 335,15 0,0906 -2,4016 0,00298 327,15 0,0619 -2,7826 0,00306 316,15 0,0456 -3,0880 0,00316 307,15 0,0362 -3,3179 0,00326 Através desses dados, pode-se então plotar o seguinte gráfico. Figura 1 - Variação do logaritmo natural da solubilidade em função do inverso da tempera- tura. y = -3272,6x + 7,3125 -3,6 -3,4 -3,2 -3 -2,8 -2,6 -2,4 -2,2 -2 0,00285 0,0029 0,00295 0,003 0,00305 0,0031 0,00315 0,0032 0,00325 0,0033 L n S 1/T (K) Para determinação do ∆Hdissol, utilizamos a equação (III): 𝛿(𝐿𝑛 𝑆) 𝛿(1/𝑇) = − ∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙 𝑅 Onde o valor de R equivale a 8,314 𝐽. 𝑚𝑜𝑙−1. 𝐾−1 ∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙 = 3272,6 × 8,314 ∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙 = 27208,4 𝐽. 𝑚𝑜𝑙 −1 ∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙 = 27,20 𝑘𝐽. 𝑚𝑜𝑙 −1 Pode-se analisar que valor da ∆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙 = 27,20 𝑘𝐽. 𝑚𝑜𝑙 −1 trata-se de uma rea- ção endotérmica, ou seja, (ΔH >0), onde pode ser observado através dos dados obti- dos ao lodo do relatório. Existem fatores que também podem ter influenciado na obtenção desse valor de calor de dissolução. Dentre eles pode-se citar o tempo de transferência entre os líquidos, base ou ácido, a cristalização muito rápida da solução de ácido benzoico dentro da pi- peta, o tempo de transferência do ácido para o para dentro do erlenmeyer, o volume das soluções e as vidrarias por não estarem calibradas. Para correção desses possíveis er- ros, seria necessária maior rapidez no momento da transferência da solução ácida para o erlenmeyer, termômetros mais precisos e novos, maior precisão nos volumes das so- luções, verificação da concentração da solução básica.. CONCLUSÃO Para um resultado mais preciso a fim de determinar do calor de dissolução, utilizou-se cinco variações de temperaturas de aproximadamente 10K entre elas (346,15K, 335,15 K, 327,15 K, 316,15 K e 307,15 K) com suas respectivas duplicatas. Os valores para o volume gasto de NaOH (0,1M) nas titulações, a concentração (mol.L-1) a cada temperatura, assim como a respectiva solubilidade foram tabelados, onde encontram-se no corpo deste relatório. A partir desses dados, pode-se calcular o Ln S e plotar o gráfico em razão do inverso da temperatura. Por fim, calculou-se a inclinação da reta, a fim de calcular a variação de entalpia do calor de dissolução do ácido benzoico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de Química – 3ª edição. Editora Bookman. São Paulo, 2006 HIMMELBLAU, M. DAVID. Engenharia Química Princípios e Cálculos. Editora Pren- tice - Hall do Brasil 4ª Edição, Rio de Janeiro, 1984. HOUGHEN, A. Olaf, WATSON, M. Kenneth, RAGATZ, A. Roland; Princípios dos Pro- cessos Químicos - I parte - Balanços Materiais e Energéticos; Livraria Lopes da Silva - Editora, 1984. SKOOG, HOLLER, NIEMAN, Princípios de Análise Instrumental, 5ª Edição, Editora Bookman, São Paulo-SP, 2002.
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