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Apostila de Aqüicultura

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FESO
Medicina Veterinária
Aqüicultura
Giselle Keller El Kareh de Souza
(2004)
Aqüicultura
Introdução
A principal necessidade de uma propriedade para criação de peixes é a quantidade e a qualidade de água disponível. A quantidade de água disponível em uma propriedade é a água precipitada (das chuvas) e a encontrada no subsolo. A água precipitada é medida em milímetros. Cada milímetro precipitado por m² significa 1l.
A partir da quantidade de água disponível, verifica-se a qualidade desta água. Se a qualidade não for boa, há restrições para a produção. Para identificar a qualidade da água, deve-se solicitar sua análise física, química e biológica. Em razão do resultado desta análise, faz-se o projeto de acerto da água para que ela seja capaz de reproduzir o fito e o zooplâncton (alimentos naturais). Na água nos interessa saber:
Temperatura – depende da espécie;
O2;
pH – a maioria dos peixes prefere neutro ou ligeiramente alcalino: 7 a 7,5;
Dureza – presença de carbonatos de cálcio e magnésio;
Amônia – deve ser zero;
Turbidez – deve ser por seres vivos e não por presença de partículas de argila.
Outro fator importante é a topografia. Se a área possuir acidentes geográficos, dificulta a implantação dos tanques. O ideal é que a topografia seja ligeiramente plana.
Obs: 1 ha = 10.000m²
Um fator importante, também, é a textura do solo. Deve-se verificar se tem areia grossa, fina, muita ou pouca argila. Deve ser feita uma análise pedagológica (análise da parte física do solo) e uma análise edagológica (da parte química do solo). O ideal para cultivo de peixes é o solo argiloso ou argilo-arenoso.
Para evitar a infiltração dos tanques, o ideal é que o solo tenha uma profundidade maior que 1.50m (além de ser argiloso).
A fertilidade do solo está ligada a suas estruturas químicas. Para criação de peixes, o solo deve ser muito fértil, pois estimula o desenvolvimento de alimentos naturais.
Uma condição ótima para o desenvolvimento de peixes deve fornecer a possibilidade de drenagem dos tanques, pois dessa forma faz-se a limpeza e manutenção da água, livrando-a de dejetos.
Os fatores climáticos também devem ser levados em conta. São cinco os fatores climáticos importantes: temperatura; precipitação pluviométrica (chuvas); fotoperíodo (luz); vento; e pressão atmosférica (indicador de entrada de frente fria e quente, o que interfere nos outros fatores climáticos, servindo como fator de prevenção). A umidade não interfere para a criação de peixe, pois o mesmo já vive dentro da água. A temperatura da água é de extrema importância, pois os peixes são pecilotérmicos e a criação deve estar em ambiente de conforto. A temperatura da água deve ser adequada a espécie que está sendo criada. A temperatura e o oxigênio devem ser medidos duas vezes ao dia. São parâmetros fundamentais. Por eles se calcula o quanto de ração o animal irá comer. Por exemplo: a temperatura de conforto para Tilápia é de 26ºC. Se estiver em 16ºC irá comer muito pouco. Da mesma forma, se a concentração de O2 estiver fora da ideal, o animal também não irá comer. Só se deve administrar a ração após normalizar a água.
Ao definir o tamanho da criação, deve-se levar em conta todos estes fatores, mais o tamanho do(s) tanque(s), a espécie que será criada e o tipo de criação, se extensiva, semi-extensiva, intensiva, etc. Conforme o tipo de criação, pode-se aumentar o número de peixes por m³. Em criações intensivas, usa-se maiores quantidades de ração e de aeração da água, o que permite uma maior lotação dos tanques. Por exemplo, numa criação de Tilápias:
	m³ .
	Tilápias
	Extensiva
	1 a 10m³
	1
	Semi-extensiva
	1m³
	1 a 2
	Intensiva
	1m³
	2 a 15
	Super-intensiva
	1m³
	15 a 50
	Hiper-intensiva
	1m³
	50 a 300 ou +
Linhas filosóficas de criação de peixes
Existem duas linhas filosóficas sobre a criação de peixes. A linha de Ellek Wolnurovick (Húngaro) E.W., e a linha da Associação Americana de Produtores de Soja (ASA).
Com o aumento crescente da produção brasileira de soja, a ASA estimulou o desenvolvimento da piscicultura no Brasil, para que o consumo interno de ração (conseqüentemente da soja) aumentasse e diminuísse no mercado internacional. Mas os produtores não obtinham lucro, pois o custo da ração era muito alto, o que inviabilizava a produção.
A linha de E.W. defende que o alimento do peixe deve ser natural (fito e zooplâncton). O segundo alimento que deve ser usado é o subproduto, como dejetos de suínos, bovinos, aves. Apenas o terceiro alimento usado é que seria a ração. Com isso, o custo diminui bastante. O planejamento deve ser feito visando o quanto vai se gastar (com o menor custo possível, no menor tempo possível e com a maior qualidade possível) para que o peixe atinja 1kg (custo de produção por kg).
Obs: cada emprego criado na zona rural gera 5 na zona urbana.
Quantidade de água
Há variação na quantidade de água dependendo da estação do ano. No verão há maior vazão, em conseqüência das chuvas. O cálculo da vazão de água deve levar em conta essa variação sazonal.
Florestas e matas auxiliam muito na retenção e fornecimento de água, pois proporcionam um efeito esponja, absorvendo água da chuva e liberando gradualmente. É esse efeito esponja que faz com que o volume de água aumente em anos que chovem mais do que o normal.
Aspectos básicos da qualidade da água
Para um bom desenvolvimento dos organismos aquáticos e uma produção economicamente viável deve haver um controle do meio ambiente dos mesmos, ou seja, a água dos viveiros onde são cultivados.
Os parâmetros físicos e químicos fundamentais no controle da qualidade da água em piscicultura, normalmente, são os seguintes:
	Físicos
	Químicos
	Temperatura
	pH
	Cor
	Alcalinidade
	Turbidez
	Dureza
	Visibilidade e transparência
	Oxigênio dissolvido
	
	Amônia
Aspectos físicos
Temperatura
A temperatura da água é um dos fatores mais importantes nos fenômenos biológicos exigentes em um viveiro. Todas as atividades fisiológicas dos peixes (respiração, digestão, excreção, alimentação, movimentos) estão intimamente ligadas à temperatura da água. Quanto mais alta a temperatura, maior atividade dos peixes e conseqüentemente, maior o consumo de oxigênio.
É extremamente prejudicial aos peixes, sobretudo na fase de ovos, larva a alevinos, uma variação na temperatura de 3 a 4ºC no mesmo dia.
Onde predomina o clima subtropical, as preocupações são maiores no verão, quando a temperatura da água pode gerar um consumo exagerado de oxigênio dissolvido e uma produção excessiva do gás carbônico livre.
Para um maior controle sobre esse aspecto, deve-se medir regularmente a temperatura da água e do ar para podermos verificar a influência de uma sobre a outra. As medições devem ser feitas à sombra.
A determinação da temperatura da água é realizada com termômetro químico. Introduz o termômetro na água, espera alguns minutos e faz a leitura com o termômetro ainda imerso. Anotam-se os resultados em uma planilha.
Para as profundidades recorre-se a uma garrafa de coleta e mede-se a temperatura logo após a retirada da garrafa.
A temperatura deve ser medida em varias profundidades para determinar a diferença entre a superfície e o fundo. Tais medidas devem ser feitas sistematicamente a cada estação do ano, para obter-se a curva da temperatura. Isto é muito importante para caracterizar o comportamento térmico do viveiro.
Obs: no inverno deve-se colocar menos adubo, pois a temperatura baixa diminui o metabolismo das bactérias e elas não conseguem degradar o esterco, que acaba se acumulando no fundo, trazendo problemas quando a temperatura voltar a subir.
Cor
Verde → mais indicada para criação de peixes (carpas e tilápias), pois demonstra a existência de elementos básicos para a manutenção da vida aquática.
Azuladas ou azul-esverdeadas→ também indicam boa produtividade.
Cristalinas → indicam baixa produtividadedo viveiro. Estas águas devem ser corrigidas para que os peixes encontrem alimento (isso se faz através de adubação ou fertilização).
Turbidez
	Depende do motivo da mesma. Se for por partículas de argila ou areia suspensas, não servem para a aqüicultura. Mas se for por presença de alimentos naturais, dependerá do grau desta turbidez. Se estiver muito turva, não será indicada para a criação de peixes, pois impede a penetração da luz solar e conseqüentemente o desenvolvimento do fitoplâncton. Mas um grau médio de turbidez por presença de seres vivos é adequado.
Visibilidade ou transparência
Transparência é a capacidade que a água tem de permitir a passagem dos raios solares. A transparência diminui em função da profundidade e da turbidez.
A transparência é um fator de enorme importância para a piscicultura, pois o raio solar é a fonte de energia essencial para todos os seres vivos (especialmente para as plantas clorofiladas que produzem oxigênio através da fotossíntese). A transparência que nos interessa medir está relacionada com a existência ou não, no viveiro, de pequenos animais e vegetais chamados de plânctons.
Esquema para avaliar as leituras do disco de Secchi:
	Leitura do disco de Secchi
	
	
Menor que 20 cm
	Viveiro muito turvo. Se o viveiro está turvo pelo Fitoplâncton haverá problemas com baixa concentração de oxigênio dissolvido. Quando a turbidez for por partículas de solo em suspensão a produtividade será baixa
	20 – 30 
	Turbidez se tornando excessiva
	30 – 45
	Se a turbidez for pelo fitoplâncton o viveiro está em boas condições.
	45 – 60
	O fitoplâncton está se tornando escasso
	Mais de 60 cm
	Água muito clara; produtividade inadequada e perigo de problemas com plantas aquáticas daninhas
Aspectos químicos
pH
	A interação entre as substancias dissolvidas na água, através de fenômenos biológicos, físicos e químicos torna a água acida, neutra ou alcalina. A água não pode estar nem muito acida nem muito alcalina para uma boa produção de peixes. Os valores entre 7,0 e 8,3 são considerados ótimos para a piscicultura, podendo, no entanto trabalhar com valores entre 6,5 e 9,0.
	Viveiros que apresentam elevada acidez ou alcalinidade exigem controle cuidadoso do pH para garantir o desenvolvimento dos peixes. Os pontos de acidez e alcalinidade da água que causam mortalidades em viveiros de peixes são aproximadamente 4 e 11, respectivamente.
A determinação do pH é feita através de um Kit.
Alcalinidade
	Indica a presença de sais minerais dissolvidos na água tais como carbonatos e bicarbonatos medidos em mg/L. se ao analisar a água forem encontrados valores entre 20 e 300 mg/L de alcalinidade, isso indica boas quantidades daqueles sais minerais para a piscicultura orgânica (ajudam na formação da piscicultura).
Dureza
Refere-se à presença de sais de cálcio e magnésio na água. É dada em mg/L e indica quando se faz a analise da água, que se ela contiver:
55 – 200 mg de Ca e Mg/L → água boa (tem a quantidade adequada de sais minerais).
201 – 500 mg de Ca e Mg/L → água dura (tem sais demais).
menos de 20 mg de Ca e Mg/L → água mole (tem poucos sais).
A importância de se medir a Dureza está no fato de que se a água apresentar valores inferiores a 20 mg/L as células das algas que compõem o fitoplâncton não conseguem se formar por falta de nutrientes (Ca e Mg). O magnésio ocupa o centro da molécula de clorofila. Para corrigir a água, o calcário dolomídico é muito usado. Possui cálcio e magnésio. Com o calcário corrige-se a acidez e a dureza. Com isso, fornece-se ambiente ideal para produção de algas. Essa correção deve ser feita antes de se colocar os peixes.
Calagem
Em alguns casos o calcariamento pode ajudar a resolver o problema de falta de alguns dos minerais citados (porém só é necessário e viável em alguns casos).
O calcário finamente moído é denominado de calcário agrícola. O calcário agrícola não leva a um alto pH e não é perigoso aos humanos. Cal virgem e cal hidratada são cáusticas e elevam o pH (podem irritar a pele e causar danos aos olhos do aplicador).
Os materiais para a calagem elevam o pH da água e do solo, e elevam a alcalinidade total e a dureza total da água.
A neutralização da acidez do solo melhora as condições para os organismos de fundo e aumenta a disponibilidade de fósforo adsorvido ao solo.
A calagem pode auxiliar a clarear águas com partículas de argila em suspensão. Mesmo com alta alcalinidade, pouco carbono está disponível para plantas. Quando o pH é alto de calagem pode ter efeito negativo pela elevação do pH a níveis indesejados e por remover fósforo da água. Portanto viveiros só devem receber calagem quando houver necessidade (solos ácidos ou baixa alcalinidade total da água) e deve-se ter o cuidado de não aplicar excesso de calcário.
Os materiais para a calagem não são muito solúveis. Geralmente estes materiais não se dissolvem em água contendo mais de 60mg/L de alcalinidade total, e é difícil elevar a alcalinidade total e dureza total acima de 80 – 100 mg/L com calagem.
Não se deve fazer calagem exceto quando o pH do solo estiver abaixo de 7 ou a alcalinidade total da água é inferior a 50 – 60 mg/L, e a calagem não é recomendada nesses viveiros durante o ciclo de produção.
Aplicação de Calcário Agrícola
Viveiros podem receber calagem enquanto cheios de água e no fundo do viveiro, quando secos entre ciclos. Viveiros com alcalinidade total abaixo de 20mg/L respondem bem à calagem, mas em viveiros com tilápias e camarões, certa resposta pode ser esperada até que a alcalinidade total atinja 50-60 mg/L. As doses sugeridas p/ a aplicação de calcário agrícola são as seguintes:
	Alcalinidade total (mg/L – CaCo3)
	Calcário agrícola (kg/ha)
	0 – 5
	4.000
	5 – 10
	3.000
	10 – 15
	2.000
	15 – 50
	1.000
O calcário agrícola deve ser lançado sobre a superfície da água. Após 2-3 semanas, a alcalinidade total deve ser medida para saber se a alcalinidade desejada foi atingida. Se não, mais calcário agrícola pode ser aplicado.
	Fundos de viveiros com pH abaixo de 7 ou 7,5 devem receber calagem entre ciclos de produção se for desejado estimular a degradação microbiana da matéria orgânica durante o período de secagem. As doses de aplicação sugeridas de calcário agrícola no fundo de viveiros vazios são as seguintes:
	pH do solo
	Calcário agrícola (kg/ha)
	7,0 – 7,5
	500
	6,0 – 7,0
	1.500
	5,0 – 6,0
	2.000
	Menor que 5,0
	4.000
Aplicação de Cal Virgem ou Cal Hidratada
	A aplicação da cal virgem ou cal hidratada em viveiros cheios de água pode elevar o pH e matar peixes ou camarões. Quando aplicados no fundo de viveiros vazios, a cal virgem ou hidratada pode elevar o pH tão alto que as bactérias são mortas e a composição da matéria orgânica do solo pode ser muito retardada. O principal benefício do uso de cal virgem e hidratada é a esterilização do viveiro. Aplicações de 1000-2000 kg/ha no fundo de viveiro vazio podem matar organismos patogênicos abrigados no solo, e matar peixes e outros organismos indesejados nas depressões do fundo do viveiro onde possa restar água. 
	A cal virgem ou hidratada deve ser espalhada uniformemente sobre o fundo do viveiro enquanto o solo estiver úmido.
Oxigênio Dissolvido (OD)
	O oxigênio é utilizado para que a energia contida nos alimentos possa ser liberada e aproveitada para as funções vitais. Existem animais que, quando o oxigênio baixa, conseguem acelerar o ritmo respiratório. Mas os peixes, de um modo geral, não têm a capacidade de regular a respiração em função do oxigênio presente na água. Por isso, quando a quantidade do OD na água baixa, os peixes não conseguem compensar esta diminuição, ficando prejudicados e debilitados.
	A temperatura da água tem grande influencia na quantidade de OD:
Quanto mais baixa a temperatura, maior será o oxigênio no meio aquático.
Quanto mais alta a temperatura, menor será o oxigênio no meio aquático.
Alguns peixes precisam de mais e outros demenos O2:
Peixes de águas quentes = sobrevivem em águas com baixo O2.
Peixes de águas frias = são mais exigentes em relação ao teor de OD.
	As duas principais fontes de OD são:
Ar atmosférico:
O O2 proveniente do ar penetra na superfície liquida dependendo da intensidade do vento (quanto maior for a intensidade do vento, maior a difusão do ar atmosférico na água). Por isso o ideal é posicionar o maior comprimento do viveiro na direção dos ventos predominantes.
A fotossíntese do fitoplâncton:
Nas plantas aquáticas submersas o O2 desprendido no processo da fotossíntese é dissolvido na água. O O2 liberado durante o dia será tanto aumento quanto for a quantidade de plantas cujas folhas e talos cresçam sob a água.
Quando a cor da água torna-se esverdeada, milhares de plantas muito pequenas estão em suspensão e fabricam O2.
Quando o numero de peixes é muito grande ocorre o seguinte:
Durante o dia as algas fabricam quantidade de O2 suficiente para a respiração de todos os peixes. Durante a noite, além das algas não produzirem O2, ainda o consomem junto com outros seres vivos. Por isso quando os peixes procuram a superfície da água nas primeiras horas da manhã, é sinal de que a água do viveiro esta com pouco OD. Neste caso deve-se deixar o fluxo de água durante a noite para garantir a aeração da H2O de todo viveiro.
8 – 6 mg/L → ótimo principalmente p/ peixes de águas frias (trutas).
6-4 mg/L → a maioria dos peixes vive bem nesta faixa.
4-2 mg/L → somente para peixes resistentes.
2-1 . mg/L → os peixes resistentes conseguem sobreviver por algum tempo.
mg/L → zona letal .
Nitrogênio amoniacal (amônia) - NA
	O NA proveniente da decomposição da matéria orgânica, ração, excrementos é tóxico e deve ser medido com freqüência. Sua toxicidade aumenta em função do aumento do pH.
Nitratos
	Um dos elementos que constituem as proteínas é o nitrogênio. Quando se apresenta em forma de nitratos são mais facilmente assimilados pelas plantas. Portanto são importantes para o desenvolvimento do fitoplâncton, pois após serem absorvidos são transformados em proteínas.
Fosfatos
	O fósforo é um elemento indispensável à formação de proteínas de animais e vegetais. O fitoplâncton absorve o fósforo apresentado em forma de fosfato que se encontra dissolvido na água.
Obs: o acumulo de matéria orgânica no fundo do viveiro cria ambiente para a formação de sulfetos que é bastante tóxico.
Conclusão
A água de aqüicultura deve ser periodicamente analisada para que se possam encontrar soluções quando os problemas começarem a aparecer ou, nem deixar que eles aconteçam.
A água que iremos utilizar deve ser analisada antes de se começar a construção do viveiro, pois, em geral, quase todas as águas servem para criar peixes, mas outras não.
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Questionário
O que é necessário para iniciar a criação de peixes?
Em primeiro lugar deve-se avaliar a capacidade produtiva do local escolhido, analisando se possui: Água em quantidade e qualidade (é a principal necessidade), um terreno adequado para a construção dos viveiros (topografia suavemente plana), de preferência um solo argiloso ou argilo-arenoso, alevinos para povoar os viveiros. Deve-se escolher a espécie de peixe adequada para as condições de temperatura e fotoperíodo do local, procurar proporcionar alimento natural, aproveitar subprodutos na alimentação e promover acompanhamento extremamente cuidadoso da criação durante todo o período.
Quais os seres vivos que podemos encontrar no viveiro?
Algas – produzem via fotossíntese matéria orgânica que gera a carne de peixe.
Animais unicelulares – não têm importância para piscicultura
Rotíferos – são muito importantes como primeiro alimento da maioria das larvas dos peixes
Crustáceos – inferiores microscópicos.
Anelídeos aquáticos, moluscos – vivem no fundo do viveiro ou no lodo. A carpa comum remexe o lodo e se alimenta de anelídeos e de larvas de insetos.
Insetos e suas larvas – parte do corpo destes animais são utilizados como alimento. Formados por diferentes grupos servem de alimento para diferentes espécies de peixes.
Larvas de sapos e rãs – eventualmente servem de alimento para carpa capim.
Plantas emergentes – se o viveiro é muito raso estas plantas servirão de alimento para grandes carpas capim.
Quais são os mais importantes espaços de vida no viveiro
Colunas de água – onde os animais e plantas flutuantes vivem (plâncton). 
Fundos – No lodo acumulam-se os materiais orgânicos sem vida. No fundo somente poucas plantas sobrevivem, devido à falta de luz. Perto da “superfície do fundo” ocorre escassez de oxigênio, contudo a temperatura é mais baixa do que na superfície da coluna de água.
Margem do viveiro – ou também denominada zona litoral, onde a água é pouco profunda. A maioria dos peixes prefere viver na margem do viveiro, onde tem bons lugares para fugir e se esconder.
Quais os processos biológicos naturais que participam na formação de carne de peixe?
Fotossíntese – quando as plantas aquáticas flutuantes produzem materiais orgânicos de materiais inorgânicos utilizando como energia os raios solares
Acumulação de materiais orgânicos – os animais que não podem sintetizar materiais orgânicos de compostos inorgânicos, acumulam em seus corpos materiais orgânicos. Essa acumulação acontece durante o processo de alimentação. Os animais usam a comida digerida para se manter vivos e acumular materiais orgânicos nos seus corpos ou no corpo de seus descendentes. No viveiro, os peixes são os mais importantes acumuladores de materiais orgânicos.
Decomposição – a matéria orgânica gerada por seres mortos e de desperdícios dos seres vivos não se acumulam no viveiro, porque as bactérias decompõem esta matéria inorgânica, transformando-a em matéria inorgânica, absorvendo a energia acumulada nessa matéria orgânica.
Metabolismo – todos os seres vivos metabolizam, utilizando oxigênio dos seus ambientes e produzindo energia para a manutenção da vida. Os animais como peixes usam energia para a locomoção, respiração, digestão, etc e essa energia são liberadas durante o metabolismo. Uma parte é retirada do alimento digerido e aproveitada através do metabolismo para manter a vida do peixe.Outra parte do alimento é absorvida e acumula-se no corpo do peixe, aumentando o seu peso. 
Quais as vantagens da piscicultura em áreas tropicais e subtropicais em comparação com a piscicultura em zonas temperadas?
O potencial natural: espaço, água e fotoperíodo. A produção, e com isso o crescimento de peixes, acontece durante todo ano. Em zonas temperadas os peixes alimentam-se e crescem somente 150 a 180 dias durante o ano. A temperatura adequada acelera os processos biológicos, aumentando a velocidade do desenvolvimento de seres aquáticos.
Quais as espécies de peixes que são utilizadas na piscicultura?
Existem várias espécies, entre elas: tilápias, carpas, trutas, tambaquis e pintados. As características que os peixes precisam ter, para que possam ser considerados “peixes de cultivo” são:
Boa aceitação no mercado por parte dos consumidores para poder ser vendido com preço aceitável.
Crescimento rápido. No Maximo o peixe deve demorar dois anos para chegar ao tamanho de mercado. Isto é valido para áreas tropicais e subtropicais.
Os peixes não podem brigar, para serem criados em cardume.
Poder encontrar e consumir alimentos naturais que crescem no viveiro (baixo custo).
Aceitar e apresentar boa conversão para os alimentos artificiais.
Ser rústicos, portanto resistentes, tolerando manuseio na água e o ar livre.
Reproduzir-se naturalmente no viveiro ou viveiro especial (viveiro de casamento) ou permitir a reprodução artificial – induzida – em escala comercial.
Quais são as mais importantes espécies de peixe para cultivo no Brasil?
Carpa comum – Os alevinos comem zooplâncton de depois de atingir o peso 50-100 gramas, reviram o lodo e se alimentam de animais que lá vivem. Com isso aumentam a turbidez da água, melhorando a produtividade do viveiro.Carpa prateada – é um peixe filtrador que aproveita as algas microscópicas. Não aceitam grãos e sementes, mas aceitam farinhas e farelos. Não se reproduz em viveiros, somente em rios.
Carpa cabeça grande – é também um peixe filtrador. Não se reproduz em viveiros.
Carpa capim – se alimenta de plantas aquáticas, gramas, capim e gosta muito de siratro e folhas de cana-de-açúcar, etc. Não desovam em águas paradas, somente em rios.
Curimatã – este peixe raspa a superfície do lodo (conhecido como lodófago) e também se alimenta de plantas superiores. Utiliza as fontes de alimento não exploradas por outras espécies. Seu estomago é musculoso e não se reproduz em águas paradas.
Tambaqui – é onívoro, embora não se utilize o lodo. Come praticamente tudo que é comestível dentro do viveiro e, portanto tem um crescimento muito rápido.
Pacu – seu alimento é semelhante ao do tambaqui. Não se reproduz em águas paradas
Tilápia – dentro do viveiro a população de tilápias aumenta rapidamente e assim num curto período temos milhares de pequenos alevinos de tilápias
Bagre africano – é onívoro. 
Quantos alevinos devemos colocar nos viveiros?
Quando a densidade de peixes no viveiro é muito alta, provoca falta de alimento. Com isso eles não crescem e até podem morrer. Quando usamos uma densidade de peixes muito grande, estes crescerão muito bem, porem muitos alimentos naturais não vão ser aproveitados. Isto é indesejável economicamente.
A densidade de peixes no viveiro depende da qualidade da água e do solo, determinando a modalidade de piscicultura (mono ou policultivo, extensiva ou intensiva), a possibilidade de adubação de qualidade, quantidade e qualidade de alimento artificial que está à disposição da criação, a oxigenação da água e a possibilidade de drenagem do tanque.
Como fazemos a povoação de viveiros?
Povoamento de viveiros é quando colocamos e calculamos qualitativamente espécies adequadas e quantitativamente o número adequado de peixes no viveiro. Para se obter uma boa safra de peixes é preciso povoar os viveiros com alevinos adequados à engorda (com maior possibilidade de crescimento e ganho de peso mais rápido) e adaptados ao local onde será desenvolvida a criação.
Quais são os mais importantes inimigos dos peixes de cultivo?
Os mais atacados são os alevinos que são devorados por larvas de insetos, sendo os mais importantes as larvas de libélulas, larvas de besouros aquáticos e baratas d’água, pássaros piscívoros como o bem-te-vi, Martim pescador e peixes carnívoros ou de maior porte. Existem também inimigos indiretos como os girinos e grandes fillópodos que comem o alimento dos alevinos. Os peixes grandes são devorados por garças, biguá, crocodilos, lontra, ariranha, trairão, piranha.
Como aumentar a produção de carne de peixe?
No viveiro o produto final é a carne de peixe. A produção pode ser incrementada de varias maneiras:
Policultivo – utilizando todo o potencial de alimento natural
Adubação – adubo orgânico fresco
Alimentação – uma vez que através de alimentos artificiais aumentamos a possibilidade de ganho de peso dos peixes. Geralmente, na ultima fase de engorda, alimentamos o peixe principal, os outros se alimentam das sobras do alimento utilizado para o peixe principal.
Manipulação da população de peixes – durante o tempo de engorda, devemos capturar os peixes que já chegaram ao tamanho de mercado, deixando assim mais alimento natural e artificial para os outros peixes.
Observando se é possível diminuir o tamanho e mercado dos peixes sem causar danos aos consumidores.
Como usar os adubos orgânicos?
	O adubo orgânico é o mais importante material de adubação e o mais importante modo para aumentar a produção de peixes ou aumentar o lucro. Podemos usar o adubo fresco que contem um alto teor de compostos orgânicos necessários ao seres vivos do viveiro e também compostos de fosfatos e nitratos necessários para a fotossíntese. Os adubos frescos podem ser: esterco de suínos, de patos, de frangos, adubo de bovino (de vacas leiteiras, fresco de curral, semi-seco de curral) adubo composto (de plantas recolhidas e decompostas), adubo verde (vegetação verde do fundo do viveiro, roçada ou arada). 
	A adubação precisa ser feita nas primeiras horas do dia, pois pouco depois da adubação o teor de oxigênio tende a diminuir (a decomposição aeróbica de matéria orgânica consome muito oxigênio). Desse modo, há mais tempo aos processos naturais que resultam na produção de oxigênio, necessário para os seres vivos durante a noite, quando não ocorre a fotossíntese.
Como aplicamos os fertilizantes químicos?
No caso de não haver uma boa fonte de adubos orgânicos podemos utilizar alguns fertilizantes ou adubos químicos para incrementar a produtividade do viveiro. Na piscicultura se usam fosfatos, nitratos e para substituir o adubo orgânico se usa a uréia. Embora seus resultados não se comparem com o adubo orgânico, tem a vantagem de poderem ser utilizados em pequenas quantidades e a aplicação ser muito fácil. A adubação química deve ser feita a cada duas semanas. Em viveiros muito produtivos é suficiente uma adubação química por mês. A distribuição deve ser uniforme por todo o viveiro. Muitos fertilizantes, especialmente os fosfatos, podem provocar floração da água, o que não é desejável, pois pode causar a diminuição do oxigênio à noite, pois algas em excesso consomem boa parte do oxigênio contido na água do viveiro. Para se corrigir a suave acidez do solo se usa calcário e para matar os inimigos dos peixes se usa cal viva ou hidratada, espalhada em todas as partes molhadas do viveiro.
Como se controla o crescimento dos peixes? 
É necessário fazer a verificação mensal de crescimento dos peixes. Com este dado podemos calcular também a conversão alimentar dos peixes. Os viveiros onde engordamos os peixes devem ser monitorados, observando seus movimentos e comportamentos. É aconselhável capturar um numero adequado de peixes para que possamos verificar seu crescimento. Levantando o peso da população de peixes do viveiro e o seu peso nos meses precedentes é fácil calcular o peso atual e assim saber como está o crescimento destes peixes. Se observarmos que os peixes não crescem ou que crescem pouco, devemos suspeitar que a densidade no viveiro está alta em relação ao alimento total. Quando isto ocorre é preciso diminuir a densidade, retirando o excesso de peixes. Mas se observarmos que os peixes têm crescimento muito rápido podemos elevar o numero de peixes.
Como acontece a despesca ou a captura dos peixes?
A despesca é executada quando os peixes podem ser vendidos, ou para colocá-los em viveiros com bom abastecimento de água enquanto espera a sua venda. Estes peixes perdem peso, pois antes da despesca as atividades de alimentação e adubação são suspensas para que o peixe esteja de tripa vazia de modo a suportar captura e o transporte. Nas áreas tropicais nunca retiramos o peixe tirando toda a água do viveiro, mas fazendo sucessivas capturas com redes apropriadas e só quando uma pequena quantidade de peixe ainda se encontra no viveiro procedemos a retirada total de água. Os peixes não suportam águas rasas e quentes e por isso devemos ter cuidado ao esvaziar o viveiro, uma vez que os peixes morrem facilmente quando ficam algum tempo misturados com a lama.
16. Analise e explique o que ocorreu no caso abaixo:
Em um experimento foram usados 4 tanques de 25m³ com 50 peixes cada (2 peixes por m³). A água não foi corrigida antes do esperimento e era ligeiramente ácida. No tanque 1 foram usadas tilápias rosas, no tanque 2 tilápias tailandesas e nos tanques 3 e 4 carpas. Iniciou-se a criação com peixes juvenis de 50g, em novembro de 2003.
Em abril de 2004 (135 dias após):
As carpas atingiram 120g apenas.
As tilápias rosas atingiram 260g.
As tilápias tailandesas atingiram 310g.
A temperatura mais baixa neste período foi de 19ºC, a ração usada foi de baixa qualidade e teve um arrazoamento irregular.
R: Os dejetos dos peixes contémcálcio e fórforo, proporcionando uma correção da água, favorecendo o crescimento de algas. As tilápias adoram algas, mas as carpas não são algívoras (não se alimentam de algas), se alimentam de zooplâncton. Dessa forma, as carpas tiveram uma quantidade menor de alimentos que as tilápias, já que estas tinham as algas, além da ração.
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