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Apostila de Bioclimatologia

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FESO
Medicina Veterinária
Bioclimatologia
Por: Giselle Keller El Kareh de Souza
2004
Bioclimatologia
O que é bioclimatologia?
	É a ciência que estuda a influência do ambiente sobre o animal. Interage com a fisiologia, endocrinologia, genética, nutrição, manejo, comportamento, etc.
	Efeitos do Clima
	Diretos
	Indiretos
	Temperatura do ar
	Quantidade e qualidade do alimento
	Umidade relativa
	Disponibilidade de água
	Radiação
	Efeito sanitário
	Vento
	
Bem Estar Animal
	O animal sente stress, depressão, tristeza, podendo até levar a morte. Por isso é fundamental a preocupação com seu bem estar.
Temperatura média ideal para conforto do animal = 13 a 18(C
Umidade média ideal para conforto do animal = 60 a 70%
OBS: Ração – é todo o conjunto da alimentação do animal: água, ração, volumoso (forragem), sal mineral, etc.
Sensação térmica – depende não só da temperatura, mas também da umidade, do vento, etc.
Fatores Inibidores da Produção Animal nas Faixas Tropicais e Subtropicais
Baixa disponibilidade de forragens de boa qualidade;
Alta incidência de doenças infecciosas e parasitárias (alta temperatura e alta umidade);
Escassez de leguminosas nas pastagens (a gramínea de clima tropical cresce muito rápido, fazendo sombra para as leguminosas, que não crescem);
Deficiência no melhoramento genético;
Comercialização, processamento e armazenamento insatisfatório dos produtos de origem animal;
Condições precárias de transporte;
Escassez de tecnologia (da utilização dessa tecnologia);
Base educacional.
“Os animais são fábricas para conversão de energia dos alimentos em formas utilizáveis para o homem”.
Aspectos Favoráveis dos Países nas Faixas Tropicais e Subtropicais
40% das terras são cultiváveis (tem mais planícies);
Menor tempo de crescimento das plantas (água e fotoperíodo);
Disponibilidade de água;
Viabilidade da forragem verde durante quase todo o ano (só quatro meses de seca).
“O homem deve ‘dominar’ a natureza e não copiar sistemas importados sem análise prévia”.
Ex: No Brasil, os animais de produção precisam de locais arejados e com boa ventilação, ao contrário de países frios, onde a necessidade maior é a de manter os animais aquecidos. A ração também é muito importante, pois existem alimentos mais e menos calóricos, onde animais de climas frios precisam de rações com alto teor calórico.
Roda de Bosma
	O homem é o eixo da roda, o animal o cubo, o manejo o óleo, a luz, temperatura, radiação, umidade, parasitos, doenças, etc., são os aros, que interagem com a engrenagem, onde uma influencia as outras.
Clima
	É o conjunto de fenômenos meteorológicos (radiação solar, temperatura, umidade relativa do ar, ventos, precipitação) de um determinado local. Esses fenômenos combinados definem a atmosfera e o clima deste local.
Tempo
	São as condições atmosféricas de um local, num determinado momento. Ou seja, o estado instantâneo da atmosfera de um local, no momento da medição.
Elementos Climáticos
	São as grandezas meteorológicas que sofrem variações: temperatura, vento, chuva, umidade, etc. Esses elementos sofrem influência de fatores climáticos como a quantidade de radiação solar emitida, a variação na órbita terrestre e no eixo de rotação, o aumento ou diminuição do dióxido de carbono atmosférico, etc.
Macro e Microclima
	Macroclima são as condições climáticas de uma área extensa, ou de uma região. Microclima são as condições climáticas de uma pequena área, ou de um local dentro de uma região.
Ondas curtas e longas
	O sol emite ondas curtas (0.3 a 3.0µm) e a Terra ondas longas (3.0 a 200µm). As ondas curtas esquentam mais que as longas. A atmosfera é aquecida pela absorção de ondas longas que vem da Terra, que por sua vez se aquece pela absorção de ondas curtas que vem do sol (radiação solar).
Temperatura do ponto de orvalho
	É a temperatura em que a quantidade de vapor presente na atmosfera está em sua concentração máxima. Se mede no sereno, nas gotículas de orvalho.
Calor específico
	É a quantidade de calor (caloria) necessária para elevar em 1(C a massa unitária de uma substância.
Calor sensível
	É uma mudança de temperatura.
Calor latente
	Ocorre a transferência de calor sem que ocorra mudança de temperatura, como, por exemplo, o suor (é uma troca de calor latente).
Temperatura do ar – (medida por termômetro de bulbo seco)
	É um importante fator bioclimático que influencia o meio ambiente do animal. Influencia o clima, a umidade, o vento, etc. A temperatura do ar depende da quantidade de radiação solar que incide sobre a Terra. Essa temperatura pode sofrer influência do vento e da altitude. Quando o vento se apresenta em alta velocidade, ele aumenta a sensação térmica de frio, o que faz com que o animal prefira ficar parado a ir ao comedouro se alimentar. Isso pode causar uma redução de até 40% na alimentação do animal. A altitude é favorável a redução de temperatura, pois a temperatura diminui 0.65(C a cada 100m que sobe.
	O horário mais quente do dia é entre 2 as 3h da tarde, onde temos a menor taxa de umidade (aumenta a temperatura, diminui a umidade). Isso porque ao meio dia há maior incidência de raios solares, que aquecem a Terra fazendo com que a temperatura aumente, chegando a seu máximo em torno de duas horas da tarde. Já o horário mais frio é logo antes de amanhecer, de nascer o sol, e é onde temos a umidade mais alta.
OBS: o termômetro de bulbo seco mede a temperatura em abrigos meteorológicos, pois é a base de mercúrio e portanto não pode ser colocado ao sol, pois ferveria.
Umidade relativa do ar (UR%) – (medida por termômetro de bulbo úmido)
	É a saturação de água no ar. Quando a temperatura do ar sai da faixa de conforto, outras variáveis climáticas tomam importância: o vapor d’água (UR%), por exemplo, afeta a perda de calor do animal.
	Todos os animais homeotérmicos possuem sua temperatura corpórea acima da temperatura ambiente. Isso ocorre para que possa haver troca de calor entre o animal e o ambiente, pois o organismo produz calor o tempo inteiro (com seu metabolismo) e precisa eliminar parte desse calor para o meio. Se a temperatura do meio subir acima da corpórea, há dificuldade nessa troca, podendo até levar o animal a morte.
	Quando a UR% está baixa, há muita perda evaporativa pelo animal, o que causa desidratação da pele. Quando a umidade está alta, a perda evaporativa diminui, alterando o equilíbrio térmico.
	O aumento da umidade causa problemas respiratórios, proliferação de agentes patogênicos, de insetos e outros vetores, o aumento do desenvolvimento de fungos na pele, reduz a qualidade e dificulta o armazenamento dos alimentos, etc.
	Cada categoria animal (novilha, bezerro, potro, pinto, etc.) tem uma umidade relativa de conforto.
OBS: deve-se procurar aproveitar o vento, ou bloqueá-lo, ao elaborar uma instalação, procurando melhorar o conforto térmico dos animais, melhorando a produção. Essa preocupação deve estar de acordo com o microclima onde se desenvolverá a produção.
	Diferença de pressão não causa morte ao animal, mas ele precisará de um tempo para se adaptar.
Radiação Térmica
	O sol é a principal fonte de radiação térmica, e o animal recebe essa radiação diretamente do sol e, também, do solo e de objetos próximos a ele (que recebem a radiação solar e refletem parte desta radiação, a que não é absorvida).
	As variações na temperatura, na umidade, na pressão, etc., dependem da radiação solar. Essa radiação, ao atravessar a atmosfera terrestre, é atenuada por processos de espalhamento e absorção. O espalhamento ocorre quando o feixe de radiação encontra um partícula e sofre um desvio. A absorção ocorre, pois a energia espalhada somada a energia transmitida, é menor do que a energia que incide sobre a superfície terrestre. Essa absorção se dá principalmente pela presença de vapor de água, ozônio e gás carbônico naatmosfera.
OBS: as nuvens refletem a radiação solar e absorvem a terrestre.
	Os animais criados em sistema de pasto aberto, sofrem alguns problemas: recebem radiação solar direta, refletida pelas nuvens (e por outras partículas) e refletida pelo solo e por outros objetos que recebem radiação solar. O último exemplo é responsável por 50% do calor incidente no animal.
Vento – medição com anemômetro.
	A velocidade com que o vento se move sobre a pele do animal, influencia a troca de calor entre ele e o ambiente. Em ambiente quente e seco, a ocorrência de muito vento causa ressecamento da pele. A ocorrência de velocidades acima de 30km/h pode ser perigosa para os animais. Neste caso deve-se procurar proteção.
Pluviosidade – medição com pluviômetro.
	As chuvas podem causar problemas, tanto em falta da mesma quanto em excesso. Tem influência sobre a disponibilidade de alimentos e em aspectos sanitários (na proliferação de vetores).
Luz – Fotoperíodo – mede-se com heliógrafo tipo Campbell-Stokes
	Consiste no período de iluminação do dia, ou seja, entre o nascer e o pôr do sol. Influencia a reprodução, o período de alimentação (vigília), a idade, a puberdade, o crescimento e a muda de pêlo.
Pressão Atmosférica – medição com barômetro de escala compensada e móvel.
	O aumento da pressão atmosférica causa diminuição na temperatura ambiente. A pressão aumenta de acordo com o aumento de altitude. Os animais encontram dificuldades quando são transferidos de baixas para altas altitudes, e vice-versa. Precisam de um período de adaptação.
OBS: a composição do ar não modifica com o aumento de altitude, os elementos que o compõem permanecem os mesmos. O que sofre alteração é a quantidade desses elementos.
Medições
	Estação meteorológica – é o local onde são instalados os instrumentos que irão medir as condições meteorológicas do momento, de um determinado local. Para isso, deve ser instalada em um local que seja representativo do clima deste local, estando exposta aos ventos, ter horizonte amplo, estar longe de mananciais e ter solo com boa drenagem (evitando umidade excessiva). Este local deve ser nivelado, não receber sombra, não ter pedra, deve ser gramado (para impedir excesso de radiação do solo) e cercado (para impedir a entrada de animais, que poderiam danificar a estação).
	Abrigo meteorológico – é uma “caixa”, construída com madeira de lei, onde são colocados os instrumentos de medição (termômetros de bulbo seco e úmido, máxima e mínima, etc.). Deve estar a 1,5m do solo e sua função é proteger os equipamentos da radiação solar, da chuva, do orvalho, de nevoeiros, neve, etc.
	Termohigrografo – instrumento que faz a medição da temperatura e da umidade.
Regulação Térmica
	Existem animais que são capazes de controlar (com certos limites) sua temperatura corporal. São os animais de sangue quente, denominados Homeotérmicos.
	Outros animais não possuem essa capacidade, e mantém sua temperatura de acordo com a do ambiente. São os animais de sangue frio, denominados Pecilotérmicos.
Equação: M + A = P;
Esta equação também pode ser escrita desta forma: M + G = L + (C.
Onde M = calor produzido pelo metabolismo; A ou G = calor ganho do ambiente; P ou L = perda para o ambiente; e (C = variação de temperatura (calor).
	Esta equação só é válida para animais que mantenham sua temperatura constante. E o (C da equação só é diferente de zero em caso de doença ou de stress.
	O stress pode causar aumento de temperatura. Não é febre, portanto não reduz com antitérmico. Esse aumento de temperatura leva em torno de duas horas para ocorrer. Após instalado, se retirar o animal do ambiente que o está estressando, a temperatura leva novas duas horas para voltar ao normal. A única forma de a temperatura voltar ao normal é esta: retirar o animal do local que o está deixando estressado.
OBS: No inverno, a gordura do corpo forma uma camada subcutânea, com a função de formar um isolante térmico para diminuir a perda de calor. Já no verão, essa camada de gordura se localiza mais próximo as vísceras.
	O organismo adulto é composto em torno de 70% de água e 30% de matéria seca. (O de um filhote possui em média 80% de água). A água funciona como um tampão, pois possui calor específico alto (1g/1cal/1(C), mantendo a temperatura constante.
Calor específico (CE) = é a quantidade de calor que a substância precisa para elevar em 1(C sua temperatura. Ou seja, o número de calorias necessário para elevar a temperatura de 1g da substância em 1(C.
Capacidade de calor (CC) = é o número de calorias que elevaria a temperatura do corpo todo em 1(C. É medida pela equação: CC = CE x massa.
Ex: CE = 1cal/g/(C; massa = 50g
CC = 1cal/g/(C x 50g = 50cal/(C.
Caso esse animal perdesse 200 calorias de calor, sua temperatura cairia 4(C. Se calcula da seguinte forma:
Perda de calor / CC = queda de temperatura
200cal / 50cal/(C = 4(C
Capacidade de calor animal
	A capacidade de calor geral de um animal se mede segundo o seguinte cálculo:
	Um animal que pesa 100kg, composto por 70% de água e 30% de matéria seca _ o CE da matéria seca é 0,4cal/g/(C:
	CCG = CC da água + CC da matéria seca
	CCG = [(70kg) x (1kcal/kg/(C)] + [(30kg) x (0,4kcal/kg/(C)]
	CCG = (70kcal/(C) + (12kcal/(C) = 82kcal/(C
	O estudo da energética do animal determina o tipo de nutrição adequada, se mais ou menos calórica.
Conversão alimentar é o quanto o animal come para ganhar 1kg.
OBS: Para se desenvolver manejo e instalações adequados a um animal, é preciso conhecer a fisiologia e o comportamento deste animal.
Para se medir a temperatura corpórea, mede-se a temperatura retal (mais próxima do núcleo). Mas como os mamíferos são animais homeotérmicos, a temperatura corpórea não é indicativo de que o animal está em conforto. O ôfego (animal ofegante) é indicativo de que o animal está com calor.
Núcleo corporal = são as vísceras do animal (cavidades abdominal e torácica).
Gradiente térmico = variações de temperatura do núcleo em direção a periferia. A temperatura do núcleo é mais alta que a da periferia. O animal vai perdendo calor do núcleo em direção a pele. Gradiente é a diferença de temperatura entre duas superfícies.
Animal sangüíneo = de temperamento quente, agitado. Ex: gado de corte.
Animal linfático = de temperamento manso, lerdo. Ex: gado de leite.
	Espécie
	Temperatura corporal média ((C)
	Homem
	37,0
	Cavalo
	37,6
	Bovinos
	38,3
	Ovinos
	39,1
	Suínos
	39,2
	Cabra
	39,9
	Aves
	41,0
Centros Termorreguladores
	Quando o animal sofre mudança de temperatura ambiente, os centros termorreguladores desencadeiam processos fisiológicos, com a função de manter a homeotermia, o que reduz seu rendimento.
Hipotálamo anterior – trabalha com a perda de calor, portanto é susceptível ao aumento de temperatura. Promove a sudorese, redução no metabolismo, taquipnéia (aumento da freqüência respiratória), vasodilatação, etc.
Hipotálamo posterior – trabalha com o ganho de calor. É sensível a baixa de temperatura. Promove vasoconstrição, piloereção, tremores musculares, bradipnéia (diminuição da freqüência respiratória), aumento do metabolismo, etc.
	Esses mecanismos são chamados de ajustes funcionais de respostas rápidas. Ocorrem quando o animal está entre a temperatura de conforto e a de conforto moderado, caminhando para uma temperatura crítica. Existem os ajustes de resposta lenta, que são: no calor – redução da cobertura de pêlos, da espessura da pele, da gordura subcutânea e da produção de tiroxina. No frio – aumento da cobertura de pêlos, da espessura da pele, da gordura subcutânea e da produção da tiroxina. Esses ajustes de resposta lenta ocorrem quando o animal entra em temperaturas mais críticas. São controlados por hormônios, e essas modificações hormonais ocorrem de forma lenta.
	Os ajustes funcionais envolvem mudanças fisiológicas. Existem os ajustes de conduta do animal, que não envolvemmudanças fisiológicas, mas sim comportamentais. Essas normas de conduta são: no calor – buscam sombra, lugares molhados, expor-se ao vento, pisos frios, aumentam o consumo de água, reduzem o consumo de alimentos. No frio – buscam o sol, lugares secos, pisos quentes, refugiam-se do vento, diminuem o consumo de água, aumentam o consumo de alimentos. Essas normas de conduta são tomadas quando o animal se encontra entre a temperatura de conforto e de conforto moderado.
	O animal suporta mais o frio do que o calor, pois os mecanismos de proteção metabólicos são mais eficientes para produzir calor do que para perdê-lo. Mas o animal em hipertermia tem mais facilidade em sobreviver do que o que entra em hipotermia. Quase sempre após entrar em hipotermia, o animal morre.
No ambiente quente, o animal tem dificuldade em perder calor, portanto precisa diminuir sua produção. Algumas funções básicas precisam ser mantidas e sua mantença produz calor. Com isso, o animal reduz o consumo de alimentos e a prática de atividades, pois também produzem calor, mas não são fundamentais para sua sobrevivência. A urgência é produzir menos calor possível. Além do aspecto fisiológico, o comportamento do animal também influencia na produção e na perda do calor:
Funções orgânicas básicas – respiração, circulação, etc.
Mantença diária – produção de energia para as funções do organismo, produção de suco gástrico, etc.
Comportamento – se é sangüíneo ou linfático.
Você pode modificar o manejo para evitar a produção de calor/energia pelos animais, facilitando seu controle homeotérmico, proporcionando melhoria em seu bem estar. O manejo deve se adequar ao clima da região e ao tipo de animal (características fisiológicas e comportamentais). Toda essa preocupação visa a melhoria do rendimento da produção (leite, carne, gordura, ovos, etc.).
O animal que suporta maior diferença de temperatura é porque está mais bem alimentado, portanto mais resistente.
Quando está em grupo, suporta temperaturas menores, pois está em uma situação de conforto, onde o calor de um aquece o outro.
OBS: quando for analisar uma tabela de temperatura crítica, observar se a temperatura em questão é inferior (frio) ou superior (calor).
Adaptação – é uma mudança funcional, estrutural ou comportamental, que favoreça a sobrevivência animal em determinado ambiente.
Tensão – é uma do animal a um estímulo do ambiente, podendo ou não ser uma reação adaptativa.
Estresse – qualquer situação que provoque uma reação adaptativa.
Estressor – qualquer fator ambiental que provoque uma reação adaptativa.
Aclimatação – normalmente não ocorre, só em situações experimentais (em laboratórios), pois normalmente o estressor interage com outros fatores. É diferente de aclimatização, que é o que ocorre no ambiente.
Aclimatização – são reações compensatórias de um animal a ação de vários fatores ambientais, ao mesmo tempo, o que significa que o animal está adaptado ou se adaptando ao ambiente.
Habituação – é a redução das respostas a estímulos repetidos, como barulhos, entrada de pessoas, etc.
Mantença – Reprodução – Produção
	O mais importante é a mantença. Reprodução e produção são importantes de acordo com a sua criação (se são aves – produção; se são porcos – reprodução; etc.).
	Em aves, como possuem um ciclo de produção curto, são mais susceptíveis a danos com estresse, pois não tempo hábil para recuperar o animal. Sendo assim, o prejuízo é grande.
Complicadores ambientais
	Se é um local de clima quente, a umidade alta é um complicador. Se é um local de clima frio, o vento forte é um complicador. Complicador ambiental é um fator que potencializa o efeito negativo da temperatura local.
Produção de calor corporal
Influências:
Temperatura ambiente – além do clima local, as instalações também influenciam no calor incidente sobre o animal.
Plano nutricional – o tipo de alimento ingerido pelo animal influencia a produção de calor. Ex: o ruminante se alimenta de microrganismos de sua flora e fauna gastroentérica (que são quem digerem os alimentos), se alteram essa flora e fauna, altera todo processo digestivo e metabólico do animal.
Isolamento térmico – cada animal possui um tipo de isolamento térmico: os suínos não possuem glândulas sudoríparas (tem dificuldade para perder calor), portanto são mais susceptíveis ao calor.
Tamanho – peso corporal.
Metabolismo basal – é a energia que o animal desprende para mantença, por hora, em jejum, repouso e ambiente de conforto.
	A área de superfície do animal, em relação a sua massa corporal (peso total), é maior em animais menores do que em animais maiores, o que faz com que percam mais calor para o ambiente do que animais maiores. Isso provoca uma necessidade maior de atividade metabólica, para manterem sua homeotermia. Por esse motivo, bezerros possuem maior atividade metabólica do que a vaca adulta. Além disso, os recém nascidos não possuem seu sistema termorregulador completo.
	O sistema térmico da galinha só está completo com 14 dias. Portanto há uma maior preocupação com a temperatura ambiente de conforto desses animais. O sistema termorregulador de suínos de desenvolve em torno de uma semana, o de bezerros logo no primeiro dia, o que os torna mais resistentes.
	Temperatura média de contato – os animais normalmente são criados em grupo, sendo assim, a temperatura do grupo influencia na do indivíduo.
	O animal ganha calor do ambiente, quando está quente, e perde, quando está frio.
Troca sensível – não há mudança de estado físico. São as trocas secas (convecção, radiação, condução).
Troca latente – há mudança de estado físico. São as trocas úmidas (evaporação), perda de líquido para o meio.
Energia radiante – o animal recebe radiação direta e indireta. Quando o animal está sob uma instalação, ele recebe radiação, mas não diretamente, como a que recebe do sol. Isso o protege de radiação intensa.
OBS: em locais que ocorrem geadas, deve haver muitas árvores a campo para proteger os animais (ou plantações), pois em baixo das árvores não há geadas.
	O suor ocorre quando a perda de calor sensível não está sendo suficiente para resolver o problema. Por isso o suor não surge imediatamente após o animal sentir calor.
	Numa instalação não se deve utilizar materiais que sejam condutores térmicos, pois eles variam muito rápido de temperatura. O ideal é usar isolantes térmicos, para manter a temperatura ambiente dentro de um equilíbrio.
Condutores – alumínio, aço, concreto.
Isolantes – ar puro, espuma, madeira.
	O isolamento do animal (sua camada de gordura) influencia no fluxo de calor, dificultando essa perda.
Trocas térmicas secas:
Condução – é a transferência de calor entre o animal e os objetos próximos a ele. Se dá por diferença de temperatura, gradiente de temperatura.
Radiação – é a transferência de energia através do espaço. Objetos translúcidos emitem mais radiação (permitem a passagem) do que objetos opacos.
Envolve três passos:
Conversão do calor (do emissor da radiação) em ondas eletromagnéticas de energia;
A passagem desta onda pelo espaço – sofre influência de nuvens, poeira, etc.
Reconversão da onda em energia térmica no corpo do absorvedor desta radiação – o animal absorve a onda energética e a converte em onda de radiação.
Convecção – é a remoção do calor do corpo por correntes circulantes (de ar ou de água). Por exemplo, um animal dentro de uma piscina é troca por condução (água parada), já um animal dentro de um rio é troca por convecção (água corrente), onde só a água leva o calor. A convecção pode ser livre (natural) – vento; ou forçada (artificial) – ventilador.
	As perdas por convecção dependem da área de superfície, da forma do animal, das diferenças nas temperaturas, do tipo de convecção (livre ou forçada), da direção e velocidade da corrente de ar ou água, do perfil e da cobertura do animal.
OBS: as penas são melhores isolantes do que os pêlos.
	No frio o animalmodifica seu perfil (se aninha) para diminuir sua área de superfície total, preservando seu calor.
Energia líquida
	Se divide em energia líquida de mantença e de produção. A de mantença aumenta no frio e no calor, pois aumenta sua necessidade. No calor – aumenta a temperatura, diminui o consumo, diminui a produção, diminui T3 e T4 (hormônios calorigênicos), pois a necessidade é diminuir o calor interno. No frio – diminui a temperatura, aumenta o consumo, diminui a produção (a energia extra do consumo é usada para mantença), aumenta T3 e T4.
	Em animais de produção, a reprodução não é considerada mantença (que seria o normal) e sim produção.
Adaptação neonatal
	Em leitões, os três primeiros dias são os mais perigosos, onde ocorrem a maioria das mortes. Em suínos é comum a ocorrência de natimortos (são leitões com todas as condições para nascer perfeitos, mas morrem pouco antes, ou durante, o nascer), em torno de 6%, e de fetos mumificados. Entre os que nascem vivos, 20% morrem antes da desmama.
	Por esses problemas, sempre deve haver alguém na maternidade para auxiliar o parto, em caso de necessidade.
	As principais causas de morte de recém nascidos são pneumonia, inanição e diarréia. São causadas por mudança de temperatura (saem do corpo quente da mãe e sofrem resfriamento na temperatura ambiente. Esse problema pode ser diminuído com o uso de instalações corretas.
	Em bezerros de corte, 20% morrem antes de 6 meses. Entre as mortes, 69% ocorrem 12 horas após o parto.
	Em pintinhos, menos de 5% morrem nas primeiras 3 semanas pós eclosão. O ambiente pós natal tem pouca influência nestas mortes. Aves não possuem glândulas, portanto não suam.
Distocia – o parto distócico é um parto com problemas. Os animais que nascem de partos distócicos são menos resistentes.
Termogênese – produção de calor.
Termólise – perda de calor.
Metabolismo máximo – é a capacidade que o recém nascido tem de aumentar seu metabolismo em até 3 ou 5 vezes. Esse metabolismo começa: em bovinos – meia hora após o nascimento; suínos – nos primeiros dias; pintos – da primeira semana a 10 dias. O metabolismo máximo é proporcional a área de superfície (quanto maior a área de superfície, maior o metabolismo máximo – pois precisa de maior metabolismo para manter calor). Esse metabolismo máximo é mantido por pouco tempo. Se o filhote estiver em ambiente de conforto, mantém por menos tempo que um animal com frio. Para funcionar, precisa de substrato (alimentação).
Os ruminantes possuem a vantagem de nascer com pêlos. Os suínos não nascem com pêlos.
Gordura Marrom ou Tecido Adiposo Marrom (TAM)
	É um tecido adiposo altamente vascularizado, com a função de produzir calor. Os ruminantes o possuem quando filhotes, tendo a duração em torno de 45 a 50 dias. Os humanos também possuem, mas não se sabe ao certo o período de duração. Morcegos, ursos e mamíferos aquáticos o possuem por toda a vida.
	O SNC libera noradrenalina, que ativa a termogenina (UCP), que é uma enzima desacopladora que se localiza na membrana interna da mitocôndria, no tecido adiposo marrom. Ela impede a formação de ATP na cadeia respiratória da célula, ou seja, impede a finalização da fosforilação oxidativa, não formando ATP e liberando energia em forma de calor. Como é um tecido altamente vascularizado, esse calor produzido chega logo a pele, aquecendo o animal.
É mais um dos motivos que tornam os bezerros muito resistentes. Entre as espécies de produção é o animal mais resistente. (Conquistam a homeotermia em poucas horas de nascidos e deixam de ser monogástricos em torno de 30 dias, quando passam a se alimentar de volumoso).
Sua localização (da TAM) é axial, intercostal e no pescoço.
Gordura subcutânea
	Os recém nascidos quase não possuem gordura subcutânea. A exceção são os animais que vivem nos pólos.
Fatores que determinam resistência ao frio:
Colostro – fornece proteção imunológica e energia para produção de calor. Deve ser ingerido, preferencialmente, nas primeiras 6 horas após o nascimento, ou até 12 horas pós parto, pois sua absorção é muito favorecida (graças as vilosidades do organismo, que nas primeiras horas estão abertas, o que facilita a absorção. O colostro é rico em imunoglobulinas (anticorpos) e em gordura. Em temperatura de conforto (termoneutra) o consumo de colostro é alto. No frio esse consumo cai.
Peso ao nascer – o animal mais leve tem menor resistência do que o que nasce mais pesado.
Genótipo – os animais selvagens são mais resistentes que os domésticos, pois possuem maior tempo de gestação, mais pêlos, maior camada de gordura. Ou seja, possuem melhores características genéticas para protegê-los contra as intempéries do meio.
Condições do parto – os animais que nascem de parto distócico são menos resistentes, pois sofrem uma queda muito alta de temperatura. Essa perda pode ser moderada (o animal se recupera) ou profunda (não se recupera). Os que nascem de parto eutócico (normal) tem mais resistência.
Calor x Crescimento pós natal
	O animal que sofre estresse por calor após o nascimento tem seu crescimento alterado, não se desenvolve. Altera sua composição corpórea (porcos com fuço e orelhas maiores, corpo menor). Diminui seu consumo voluntário, aumenta o gasto de energia para dissipar o calor e diminui o tecido subcutâneo ou a quantidade de água. Sofre alterações hormonais: em casos extremos, T3 e T4 diminuem, causando acúmulo de gordura por falta de metabolização da mesma.
	No crescimento pré natal, o calor provoca vasodilatação periférica, o que causa menor vascularização do útero, ocasionando redução de substrato para o feto, diminuindo seu crescimento.
Frio x Produção
	No frio intenso, o animal tende a ficar parado para se aquecer, se alimentando menos vezes (menor freqüência), mas consumindo maiores quantidades (bocados) em cada vez.
	A digestibilidade também é alterada, para menos. A absorção diminui, pois a taxa de passagem do alimento é mais rápida, por causa da aceleração do metabolismo (para produzir calor). Isso pode alterar o crescimento do animal por falta de vitaminas.
	Para evitar a rapidez da taxa de passagem, dá-se mais fibras ao animal, auxiliando o aumento da digestibilidade.
OBS: no verão se usa óleo na ração para adensá-la (compactá-la), o que permite que o animal como maior quantidade de alimento em menos bocados. Além disso, em monogástricos, aumenta-se a quantidade de aminoácidos (no lugar da proteína), para evitar o gasto de energia necessário para quebrar a proteína em aminoácidos. No inverno isso não é necessário.
	No frio, o consumo alimentar aumenta para compensar a alta taxa de passagem e manter o ganho de peso. Com isso, a conversão alimentar piora, pois o animal come mais para ter o mesmo ganho de peso.
Conversão alimentar – ela não aumenta nem diminui (não se usa essa terminologia), ou melhora ou piora. Conversão alimentar é quanto o animal ingere para atingir 1kg de peso vivo. No verão, a conversão alimentar é muito boa, mas o animal leva mais tempo para atingir o peso final desejado (pois ganha menos peso por dia, já que ingere menos ração). A taxa de passagem no verão é mais lenta.
	A produção de leite e de ovos diminui no frio, pois o organismo precisa gastar mais energia com sua mantença, que é prioridade.
Incremento calórico – é o calor de fermentação, produzido pelo organismo para digerir alimentos.
Composição de carcaça
	No frio, o consumo de alimentos pode ser restrito ou “ad libitum” (a vontade). O consumo a vontade fará com que a carcaça tenha a mesma composição de gordura que teria na temperatura de conforto. Se a intenção for diminuir a gordura da carcaça, deve-se restringir a alimentação do animal. Em aves há menos quantidade de gordura, pois ela tem maior área de superfície, portanto consome mais gordura para manter a homeotermia. No frio, o consumo inicial aumenta, mas a conversão alimentar piora.
Adaptação ao frio
Redução da perda de calor – mudanças comportamentais:agrupamento; postura; eriçamento de pêlos; afofamento de penas.
Mudanças morfológicas e anatômica – aumento da quantidade de pêlos e penas; animais de climas quentes são mais longilíneos e os de climas frios mais compactos.
Aumento da produção de calor – consumo de alimentos, mobilização de reservas: lipólise (quebra de lipídios) e lipogênese (armazenamento de lipídios). Todo processo de metabolismo libera calor. No frio, a quebra de lipídios se dá mais na camada mais interna (próximo as vísceras) e o acúmulo no tecido subcutâneo.
Mudanças hormonais – ocorrem na adrenal (adrenalina e noradrenalina) e na tireóide (T3 e T4 - termogênicos). A adrenalina é usada para induzir respostas rápidas (tremor muscular), a noradrenalina estimula vasodilatação interna e vasoconstrição periférica, estimula o TAM.
Termogênese obrigatória – manter a integridade celular e estabilidade da condição animal (metabolismo basal). Ocorre em todos os tecidos.
Termogênese regulatória – exposição animal a determinados estímulos. Ocorre no tecido adiposo marrom e nos músculos.
Termogênese com tremor – musculatura lisa.
Termogênese sem tremor – musculatura esquelética.
Instalações
	Antes de construir as instalações, deve-se conhecer o microclima do local aonde estas instalações serão construídas: temperatura, umidade relativa, intensidade e duração da radiação solar (onde nasce e onde morre o sol), velocidade e direção dos ventos, precipitação. Conhecendo-se o ambiente, monta-se a estratégia de manejo. Ex: em locais com alta umidade é necessário baixar a temperatura (através do manejo e das instalações) para manter o animal em conforto, pois a umidade dificulta a troca de calor.
	Para “driblar” o clima, faz-se modificações primárias na instalação, no manejo e na alimentação.
	
No calor
Modificações primárias
	Proporcionar sombra, usar materiais opacos (diminuem a radiação).
	Se for sombra natural, ter cuidado ao escolher a árvore, pois é necessário que a mesma tenha o tronco grosso e forte, já que as vacas gostam de se coçar nas árvores e podem derruba-las. O ideal é que tenham folhas perenes (que não caiam todas no outono) e que não sejam frutíferas, pois os animais vão acabar comendo as frutas, desbalanceando a ração.
	Se a sombra for artificial, as mais usadas são: sombrite, telhas ou bambus (para o teto).
	A sombra deve ter mais de 3 metros de altura, pois ela anda durante o dia (se for pequena não resolverá o problema).
	O telhado é o que mais emana radiação sobre o animal (na sombra), pois é o que recebe a radiação direta.
Materiais de telhado
	Sanduíche de isopor (entre duas lâminas de alumínio) – é o melhor, mas o custo é elevado.
	Sapê – bom isolamento térmico, mas há risco de incêndio e serve como abrigo de insetos.
	Maderit – material resistente, mas tem custo elevado e apodrece fácil.
	Alumínio simples – bom isolamento, mas é sujeito a danos por granizo e ventos, além de fazer muito barulho durante a chuva, estressando os animais.
	Telha de barro – quando são lisas produzem bom isolamento. As frestas dificultam a limpeza.
	Telhas de amianto – práticas, podem ser pintadas para reduzir a temperatura interna do galpão. Esquentam muito nas horas de maior insolação.
	Telhas de chapa zincada – não quebram, tem boa durabilidade e baixo custo. Produzem pouco isolamento térmico.
Outras modificações primárias
	As instalações devem ser construídas com a orientação de incidência solar de leste a oeste, e não de norte a sul. Desta forma, o sol irá passar por cima da instalação.
	O beiral (uma extensão do telhado) deve ser maior na face norte (pois há maior incidência solar) e menor na face sul (o sol passa mais baixo na face norte do que na sul).
	Tamanho do ângulo do beiral: face norte = 23o27’ + latitude local; face sul = 23o27’ - latitude local. Dessa forma, impede-se a incidência solar, mas permiti-se a entrada de vento.
	Outra modificação primária é o lanternim. Ele funciona como um exaustor, uma chaminé, expulsando o ar quente (que sobe). Não entra vento pelo lanternim. Ele deve ser protegido com telas para impedir a entrada de aves, que poderiam contaminar o galpão. Pode ser simples ou duplo, sendo que o duplo é mais eficiente. Proporciona a ventilação do galpão, auxiliando a manutenção da temperatura e o conforto dos animais.
	Se pintar o telhado, por dentro, de preto, absorve-se o calor interno ainda mais. Por fora, pinta-se de branco, para refletir a radiação.
Modificações secundárias
	Ventilação artificial – ventiladores, sempre a favor do vento dominante. Há áreas que podem ficar sem receber ventilação, então deve-se colocar os ventiladores de lado e não de frente, evitando esse problema. Ventiladores de teto não são eficientes, pois faz o ar quente circular e não o elimina.
	A ventilação é muito eficiente para diminuir o estresse por calor, pois a velocidade do ar diminui a sensação térmica de calor.
	A ventilação também ajuda no controle da poluição (CO2, vapor d’água, gases digestivos – amônia, poeira, etc.), eliminando-a junto com o calor.
OBS: Para aquecer: Pintos – campânula; suínos – examotiador (uma caixa de luz para aquecer leitões, mas sem que aqueça muito a porca).
	A cama deve drenar bem a água.
	A vegetação ao redor das instalações evita animais e doenças (trazidas pelo vento) – biossegurança.
	Cortinas dos galpões: no calor são levantadas de baixo para cima; no inverno, de cima para baixo.
	A baia de gestação (porcos) é importante porque o estresse causado pelo grupo é maior que o causado pela gaiola, e há muitos abortos quando está no grupo.
OBS: quanto menos material houver para limpar, nas instalações, melhor, pois causa menos estresse aos animais, além de ser mais higiênico.
Nutrição
	O importante em produção é o depósito de proteína, que é a formação de carne. É o que valoriza a carcaça.
	O ideal é trabalhar o animal na zona de neutralidade (temperatura de conforto), pois é onde temos o melhor aproveitamento do alimento.
	A exigência nutricional varia de acordo com a temperatura. Por isso a nutrição é modificada de acordo com o clima, com a estação do ano.
	
A energia ingerida (bruta) é todo o alimento ingerido. Retira-se a energia fecal, que é composta pelos alimentos não absorvidos e pelos metabólitos eliminados. Ficamos com a energia digestível aparente. Desta, perdemos a energia dos gases (principalmente em ruminantes, que fazem muita fermentação) e a energia da urina (aumentada com a ingestão de muita proteína, que libera nitrogênio, que é eliminado pela urina). A energia da urina se divide em endógena (metabólitos) e a de alimentos (derivada da energia bruta). Com isso chegamos a energia metabolizada aparente, que é a importante, pois é a que será aproveitada pelo animal. Incluindo a energia da urina endógena e a energia fecal metabolizada, chegamos a energia metabolizada verdadeira, pois não foram produzidas pela ingestão do alimento. Associa-se a esta EMV o incremento calórico, calor de fermentação, calor de digestão e absorção, calor de formação do produto, calor de formação e excreção de fezes, chegamos a energia líquida, que se divide em de mantença e para produção. A energia líquida de mantença é usada em: metabolismo basal, calor de atividade, calor de regulação térmica, energia metabólica fecal e energia metabólica urinária. A energia líquida de produção é usada em: crescimento, acréscimo de gordura, armazenamento de carboidratos, produção de ovos, produção de sêmem.
Essa exigência (energia de mantença e de produção) é modificada por fatores externos, onde aumenta a de mantença e diminui a de produção.
Os monogástricos são mais eficientes que os ruminantes para converter o alimento em energia, pois os ruminantes perdem muito na fermentação (de 6 a 10%).
Temperatura efetiva – é a que o animal realmente sente, a que está agindo sobre ele. É a temperatura associada a umidade, radiação, ventos. É a medida pelo globo negro.
Metabolismobasal – é a energia básica para sobrevivência. Não consegue ser medido, é hipotético. É a mudança química que ocorre nas células de um animal no momento do jejum e no descanso, usando somente energia suficiente para manter a atividade celular, respiração e circulação.
Fatores que influenciam no metabolismo basal: nutrição, índice de alimentação ingerida, ambiente, idade, atividade, doenças, infecções, sexo, raça, espécie, tipo da pelagem.
No calor extremo, o animal só come o necessário para mantença. No frio extremo também. Não sobra nada para a produção. Mas no frio, a necessidade de energia para mantença é muito maior, portanto o animal come mais.
Retenção de energia – glicogênio, lipídios e/ou proteína.
Digestibilidade em gado no estresse por calor: diminui a motilidade do rumem; aumenta a retenção do alimento e diminui a taxa de passagem. No inverno ocorre o contrário.
A energia de mantença sofre alterações:
No frio – ocorre aumento na energia urinária e na saída de nitrogênio.
Em ovelhas: diminuição da produção de gás metano provoca aumento do valor da energia de mantença.
Em aves: aumenta o valor da energia de mantença no calor.
Suínos em crescimento: queda na digestibilidade por mudança de temperatura.
A alimentação corresponde a 75% dos custos totais de produção. No frio, aumenta o consumo, então se dá menos proteína, pois ocorre a diluição desta proteína na quantidade que se está ingerindo. A exigência de proteína é a mesma. Se mantiver a mesma quantidade na ração, parte desta proteína será desperdiçada. Ao diluir na ração (pois a quantidade ingerida é maior), o animal não a desperdiça.
A metabolização (aproveitamento da energia da dieta) depende da digestibilidade aparente.
Calor pela fermentação: produzido pelos microrganismos anaeróbios no trato digestivo.
Incremento calórico (IC): é produzido pelo animal durante a fermentação (TGI), processamento e uso dos nutrientes pelo organismo. A variação no IC é alta, pois é afetado por diversos fatores (consumo, estado fisiológico e composição da dieta).
O calor (IC) pode vir por: mastigação, processamento, digestão, ingestão, absorção, formação e excreção de uréia, transformação de nutrientes, etc.
A gordura é o alimento que menos produz IC. A proteína é a que mais produz. Por isso que, em monogástricos, acrescenta-se óleo na ração, para adensa-la. Faz com que o animal coma mais sem que aumente seu IC. Como no inverno é necessário aumentar o IC, acrescenta-se fibras na dieta, pois o monogástrico não digere fibras, o que produz alto IC.
No hipotálamo há dois centros: centro da saciedade e centro da fome.
Teorias sobre o controle do consumo voluntário de alimentos:
Teoria da digestão do trato gastrintestinal – tanto em ruminantes como em monogástricos, o consumo voluntário está diretamente ligado a densidade energética da dieta. Alimentos volumosos podem limitar a capacidade física do animal para ingestão de energia de mantença de acordo com suas necessidades.
Teoria quimiostática – os picos dos principais metabólitos sangüíneos circulantes fariam com que o animal atingisse a saciedade (glicose em monogástricos e ácidos graxos voláteis em ruminantes). Entretanto, os picos destes metabólitos só são atingidos horas depois do consumo cessar. OBS: altas taxas de insulina no sangue induzem o consumo (necessidade de glicose).
Teoria termostática – o IC do alimento atuaria diretamente nas células do hipotálamo, produzindo saciedade.
Teor de fibra na dieta e consumo voluntário em ruminantes em condições de altas temperaturas: Dietas com alto teor de fibras produzem alto IC. De acordo com a teoria termostática, em altas temperaturas, teríamos o consumo voluntário de energia para mantença inversamente relacionado com o nível de fibra da dieta.
Teor de fibra na dieta e consumo voluntário em monogástricos em condições de altas temperaturas: O teor de fibra está inversamente relacionado com o consumo de energia.
No calor, herbívoros e ruminantes primeiro param a ingestão de feno (capim seco – é rico em lignina, que tem alto IC e baixa digestibilidade), em seguida cessam ou diminuem a ingestão de concentrados (silagem) e por último a de capim verde, pois é o que menos produz IC.
Teor de fibra na dieta de ruminantes em baixas temperaturas: o alto IC de fibras é desejado. Usa-se o IC para manter a homeotermia.
Temperatura ambiente efetiva e nível de proteína na dieta: dietas desbalanceadas em aminoácidos produzem alto IC, logo seu consumo é reduzido. Em estresse por frio, o consumo estará aumentado, mesmo em dietas desequilibradas, pois o IC será utilizado para o controle da temperatura corporal.
Em estresse por calor, a alternativa é a redução dos níveis de proteína bruta da dieta e sua substituição por aminoácidos sintéticos. Em ruminantes isso não é necessário, pois a proteína que eles utilizam é a de sua flora microbiana.
Ao diminuir a proteína bruta da dieta de monogástricos, aumentando os aminoácidos, diminui-se a quantidade de N a ser eliminado pela urina (pois é o nitrogênio quem faz a ligação dos aminoácidos), diminuindo a energia da urina e a produção de calor, que ocorreria para quebrar a proteína em aminoácidos e eliminar o N.
Pele
Cor da pele – influências: genética e quantidade de pigmentos. Fatores que contribuem para pigmentar a pele: radiação solar, alimentação e hormônios.
Clima x pigmentação – animais expostos a radiação solar constante, acabam alterando sua cor de pele de forma definitiva. Com as gerações, essa característica acaba sendo absorvida.
A espessura da pele dá resistência ao animal, mas a relação entre derme e epiderme deve ser pequena (proporção de espessura), pois a raiz do pêlo fica na derme, e quanto mais rápido o suor chegar a superfície melhor.
Constituição do pêlo: cutícula, córtex, medula, bulbo (onde se localizam os melanócitos).
Os melanócitos são brancos, ficam escuros em contato com a radiação. A melanina é produzida pela tirosina.
O ideal é o animal de pele preta e pêlo claro (como o nelore), pois a pele preta protege e o pêlo claro reflete o calor.
Tipo de pêlo
	Influências: espécie e raça, temperatura, foto período, nutrição.
	Pode ser: comprido e grosso – retém calor; curto, liso e suave – libera calor; ou suave e lanudo – normalmente em ovinos, libera calor.
	Em regiões quentes: pelagem branca (curta, lisa e suave), pele pigmentada e pêlos medulados (nem todos os pêlos têm medula).
Glândulas exócrinas - sudoríparas
Écrina e apócrina.
A écrina no homem, e a apócrina nos animais.
A écrina se localiza toda na camada papilar da derme. A apócrina também se localiza na camada reticular da derme (que se divide em camada papilar e camada reticular). Por isso o suor dos humanos chega mais rápido a superfície.
As glândulas écrinas reabsorvem cloreto de sódio do suor.
A composição química do suor da écrina é de 99% água e 1% de sais (KCl e NaCl).
A apócrina está sempre associada aos pêlos verdadeiros (que possuem músculo contrator do pêlo e glândula sebácea, além da sudorípara). Os porcos não possuem pêlos, e sim cerdas, pois não estão associadas a glândulas sudoríparas.
Composição do suor da apócrina: 94,5% de água, 5% de cloretos e 0,5% de albumina (perda protéica). Isso ocorre, pois há rompimento da membrana da célula na secreção.
(As écrinas são mais eficientes por 3 motivos: sua localização mais próxima a superfície; reabsorve cloreto de sódio; tem menos gasto de energia, pois a apócrina rompe a membrana e tem alto gasto de energia para repor essa membrana.
Os búfalos possuem glândulas muito mais volumosas que os outros animais, o que o torna mais eficiente na troca de calor (apesar de possuírem poucos pêlos, conseqüentemente menor número de glândulas).
O volume da glândula é mais importante que sua quantidade, pois sua atividade está ligada a seu volume.
O número de glândulas é contado pelo número de pêlos por cm².
Distribuiçãono Zebu:				Índice (%):
Braço, perto do peito e axilas			100
Espádua, giba (cupim) e nádegas			60 a 80
Pescoço e costelas					40 a 60
Costilhar e cabeça					20 a 40
Prepúcio e bainha					0 a 2
Apêndices:
Orelhas – 2% da superfície total do corpo.
Barbela e giba – pouca irrigação sangüínea.
Umbigo e prepúcio – poucas glândulas sudoríparas.
As aves (galinhas) perdem mais calor pela crista, barbela e pernas. As aves não possuem glândulas sudoríparas, portanto não suam.
( Características que conferem resistência ao calor:
Pêlo – cor, comprimento e densidade (quantidade por cm²). Deve ser branco, curto, liso e suave.
Pele – cor e espessura (relação derme x epiderme).
Glândulas – localização, número e volume. Quanto mais volumosas melhor.
Apêndices – presença ou não (aumenta a área de superfície, favorecendo a troca de calor).
Superfície externa – se ampla ou não (quando mais ampla, melhor a troca de calor).
Hormônio x Ambiente
	Status fisiológico – perfil hormonal do indivíduo. Todo o funcionamento do organismo é controlado por hormônios.
Durante a hibernação, o animal faz catabolismo – quebra de gordura para produzir calor.
Os hormônios são indispensáveis na manutenção da homeotermia. Vários mecanismos termorregulatórios usados pelos animais são controlados por hormônios.
No estresse por frio, as glândulas envolvidas são: adrenal, tireóide, pâncreas. No estresse crônico por frio há uma ação sinérgica de todas elas, com a ação de alguns hormônios estimulando a de outros.
(Os principais hormônios na estimulação da termogênese em bovinos, suínos e ovinos são: os tireoideanos (T3 e T4) e as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) – hormônios calorigênicos.
Nas aves esse hormônio é o glucagon, capaz de mediar potentes efeitos calorigênicos.
Hormônios Tireoideanos – T3 e T4
No calor, ocorre queda na taxa de T3 e T4, que influencia a hipófise a produzir menos hormônios sexuais. É um dos motivos pelo qual ocorre queda na reprodução no verão.
T3 e T4 aumentam no frio, aumentando a taxa metabólica para manter a termoneutralidade. Ativam as vias catabólicas (quebras) e inibem as vias anabólicas (armazenamento). Também ativam as enzimas que quebram as gorduras, estimulando a glicólise hepática. Aumentam a glicólise e a gliconeogênese. Favorecem a ação do GH (hormônio do crescimento), do glucagon e interagem sinergicamente com as catecolaminas. Ativam a bomba de sódio/potássio. Estão relacionadas com o metabolismo basal, aumentando-o, liberando energia em forma de calor.
OBS: Glicólise – é a principal via de utilização da glicose e ocorre no citossol de todas as células, mesmo na ausência de oxigênio, originando piruvato ou lactato (em condições anaeróbicas). É a quebra da glicose (metabolização) e esse processo produz ATP.
Glicose hepática – o glicogênio hepático está relacionado com o armazenamento e a liberação de unidades de glicose para a manutenção da concentração da glicose sangüínea, especialmente durante os intervalos das refeições. Após 12 a 18 horas de jejum, as reservas de glicogênio do fígado se reduzem a quase zero.
Glicogênio – é a principal forma de armazenamento de carboidratos em mamíferos. Ocorre principalmente no fígado e nos músculos, sendo que nos músculos funciona como fonte emergencial de energia para o próprio músculo e no fígado sua função é servir a outros tecidos, por sua transformação em glicose sangüínea.
Glicogênese – é a formação de glicogênio a partir da glicose.
Glicogenólise – é a quebra do glicogênio, liberando glicose.
Gliconeogênese – é o mecanismo de conversão de não carboidratos em glicose ou em glicogênio. Dessa forma, fornece glicose ao organismo quando não há carboidratos na dieta. Ocorre principalmente no fígado e no rim, pois são onde se encontram as enzimas responsáveis pelo processo.
 	
	A T4 induz o fator mitocondrial para aumento da síntese de proteínas hepáticas, atuando sinergicamente com o GH. Aumenta o número de receptores para T3, reduz o limiar de excitabilidade de diferentes receptores (se tornam mais sensíveis) aos estímulos da temperatura ambiente.
	Por estar causando lise para produzir calor, pode ocorrer perda tecidual (proteína). O GH estimula a síntese de proteínas, protegendo o tecido muscular, estimulando a quebra apenas de gorduras e ácidos graxos. A proteína é o alimento mais nobre e deve ser preservado, mantendo o animal em conforto.
	A T3 favorece a deposição diferencial de gordura no organismo e aumenta o consumo de alimentos.
Hormônios da Adrenal
	Catecolaminas: adrenalina (epinefrina) e noradrenalina (noraepinefrina).
	A adrenalina tem resposta de curta duração. É liberada no estresse agudo.
	A noradrenalina atua na exposição prolongada ao frio, em mamíferos. Com a exposição inicial ao frio, quem age é a adrenalina. Com a exposição prolongada, é a noradrenalina quem passa a atuar.
	Ocorre aumento na excreção urinária de catecolaminas durante o frio, proporcionalmente a intensidade do estímulo produzido.
	Nos mamíferos, estão associadas com o ajustamento cardiovascular, com aumento do débito cardíaco e reajuste do fluxo sangüíneo (máxima produção de calor e mínima perda): vasoconstrição periférica e vasodilatação interna; termogênese (tremor da musculatura esquelética).
	Sua principal função é mobilizar extratos ricos em energia. Primeiro consome-se os lipídios (ácidos graxos), depois a glicose e por último a proteína, que deve ser sempre poupada, só sendo utilizada em último caso.
	Nas aves, as catecolaminas têm pouco ou nenhum efeito calorigênico. Mas seus efeitos sobre a pressão sangüínea e vasoconstrição periférica são importantes, trabalhando no débito cardíaco. As aves sofrem muito de stress, tendo morte súbita.
Glicocorticóides – cortisol e glicocosterona
	Ativam vários mecanismos, entre eles o eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal, aumentando a concentração plasmática dos corticóides, que é a resposta mais importante dos animais quando expostos a condições estressantes.
Contribuem para a elevação da temperatura corporal, com o cortisol atuando em respostas rápidas frente a agentes estressantes, modulando a termorregulação de diferentes formas.
Atuam sobre o metabolismo de gorduras (lipólise na gordura periférica) aumentando a concentração de ácidos graxos livres. Aumentam a gliconeogênese, atuando sobre o metabolismo de carboidratos. Também atuam no metabolismo de proteínas, inibindo sua síntese e estimulando a degradação das proteínas nos músculos e na pele (tecidos periféricos).
Ampliam a reatividade do coração ao efeito das catecolaminas.
As aves morrem muito no estresse térmico (morte súbita), pois a ação dos glicocorticóides é ineficiente, não sendo capaz de ampliar a reatividade (reação) do coração.
Hormônios do Pâncreas - glucagon
Estimula o consumo. É muito importante nas aves. Produz efeitos lipolíticos, gliconeolíticos e calorigênicos. Aumenta a taxa metabólica do animal, com aumento da atividade celular.
Outros hormônios
GH – é um hormônio hipotalâmico, atua no aumento da síntese protéica e estimula a lipogênese (aumentado o número de ácidos graxos livres). Aumenta o substrato para o metabolismo.
Hormônios no estresse por calor
	A exposição prolongada ao calor provoca supressão dos fatores responsáveis pela liberação dos hormônios hipotalâmicos, ou seja, inibem os hormônios que estimulam o hipotálamo (T3, T4, etc.).
	As glândulas envolvidas são: adrenal, tireóide e pâncreas.
Hormônios tireoideanos
	Na fase aguda (início) do stress por calor, ocorre um aumento de T3 e T4. Após 72h, atingem um pico e sofrem redução.
	A taxa de passagem diminui (o alimento passa pelo trato gastrintestinal mais devagar). T3 estimula o consumo. No calor, o consumo é reduzido para diminuir a taxa metabólica. Com isso, o tamanho dos órgãos diminui. Não se sabe ao certo se é a diminuição de T3 que desestimula o consumo, ou se é a diminuição do consumoque diminui a concentração de T3.
Hormônios da adrenal
	Os glicocorticóides não são um bom hormônio para se medir o stress por calor. As informações na literatura são conflitantes, mas sabe-se que os níveis de cortisol aumentam durante o stress agudo e diminuem durante o stress crônico.
	O mineralocorticóide aldosterona diminui no calor, pois provocaria acúmulo excessivo de sódio e potássio, causando acúmulo de líquido. Não é muito usado para medir estresse por calor.
	As catecolaminas favorecem o aumento do fluxo sangüíneo periférico pelo aumento do débito cardíaco e da pressão sangüínea.
Hormônios do pâncreas
	Insulina – estimula a captação da glicose através do aumento da atividade enzimática, que favorece a glicogênese e a lipogênese, e inibe as enzimas que participam da glicogenólise. Tem seus níveis reduzidos durante o estresse por calor, para inibir o consumo.
Outros hormônios
Somatostatina
É um hormônio multitecidual, tanto na secreção como em sua ação. Inibe a secreção de GH (se o consumo é menor, não há proteínas para sintetizar, e a síntese produz muito calor) e TSH (que estimula T3 e T4). Inibe glucagon e insulina, os hormônios da digestão. Diminui a disponibilidade de substrato.
ADH (hormônio antidiurético)
	Sua secreção aumenta em temperaturas quentes. Permite vasodilatação, transpiração e ofegação, pois permite o aumento de líquido no organismo. O volume urinário diminui, a urina fica mais concentrada.
Prostaglandinas
	Respostas termorregulatórias agudas. A PGE é vasodilatadora e bronquiodilatadora – aumento de troca gasosa.
	
Ciclos
Ciclo:	Qualquer evento recorrente e contínuo que se repita. Pode ser – circadiano (principal – ligado a hormônios), ahemeral, anual.
Período: unidade de tempo necessária para o ciclo se complete.
Fase: momento específico do ciclo.
Influência relativa x absoluta (ciclo lunar x reprodução): o ciclo lunar é um forte indicador das estações do ano.
Sincroniza a demanda de nutrientes e a disponibilidade de alimentos – partos em boas condições ambientais.
Controla as funções produtivas dos animais (crescimento e reprodução).
Estação de monta (bovinos de corte).
3 meses de estação (novembro, dezembro e janeiro). Com isso, aumenta-se a disponibilidade de alimento no período do nascimento dos bezerros.
O bezerro deve ser leve ao nascer, para facilitar o parto, e ter peso alto no desmame.
Percepção do fotoperíodo
	A percepção direta se dá pela retina (1a ordem) e pela janela craniana (percepção do dia e da noite para os cegos).
	A indireta se dá pela produção de hormônios (melatonina – liberada a noite) para estimulação do hipotálamo – que por sua vez, estimula as gônadas.
	O aumento do fotoperíodo causa diminuição de melatonina. A melatonina inibe o FSH e o LH. Portanto, com o aumento do fotoperíodo, há um aumento de fertilidade, pois há um estímulo ao estro, pela produção dos hormônios FSH e LH que são responsáveis pelo ciclo estral.
	Caprinos e ovinos tem o FSH em excesso. Com a diminuição da melatonina, há um controle do hormônio e o animal cicla.
O aumento do fotoperíodo influencia no aumento da produção de leite.
OBS: O teor de gordura do leite da vaca está primeiramente relacionado a sua raça, depois a alimentação.
	As ovelhas são mais fotossensíveis, há uma maior aumento em sua produção de leite.
OBS: vacas de leite devem ciclar o ano inteiro.
Crescimento e composição da carcaça x fotoperíodo
	Bovinos – o fotoperíodo não altera.
	Suínos – são pouco fotossensíveis, não sofrendo efeito no ganho de peso.
	Aves – o fotoperíodo influencia no comportamento, que irá se refletir na produção. São muito fotossensíveis. Modifica-se a claridade para economizar energia. O alimento do fotoperíodo nos primeiros dias da ave causa problemas de morte súbita.
	Intensidade da luz: azul – menor brilho; vermelha – mais fotoestimulante.
	Luz contínua é prejudicial para caprinos e ovinos.
Fotoperíodo x muda
	Muda induzida em poedeiras – redução do fotoperíodo.
Bovinos – pouca influência.
Novilhas nascidas na primavera x novilhas nascidas no outono
As nascidas no outono são tardias na produção de gonadotrofinas.
Desempenho Reprodutivo
	No estresse por calor, o desempenho reprodutivo dos animais diminui.
A influência do estresse na reprodução, de forma direta, pode causar danos ao óvulo, esperma ou embrião. O útero também pode ser afetado, causando mudanças nos níveis de hormônios esteróides. O estresse afeta a eficiência reprodutiva de duas formas: pela dificuldade de detecção de cio (cio silencioso), pois vacas estressadas por calor são menos ativas; e por uma redução de até seis horas no período do cio. Quando ocorre fecundação, há altas taxas de morte do embrião e sua reabsorção. As vacas perdem a libido.
É sabido que, para que a função reprodutiva seja iniciada e mantida dentro dos seus padrões normais, esta é totalmente dependente da ação dos hormônios, que, segundo os estudiosos, pode e é influenciada pela condição clínica de estresse. 
Outros estudos mostram que o estresse nos machos é uma das causas da degeneração testicular onde o estresse prolongado inibe a secreção dos hormônios reprodutivos, como a testosterona, hormônio reprodutivo que promove a maturação dos espermatozóides e a sua falta causa alteração na produção destes, assim ocorrendo a sua produção defeituosa, que conseqüentemente não irão promover fecundação, ou seja, não promovem prenhez. Ou seja, há uma redução na qualidade do sêmem e na espermatogênese, diminuição do volume ejaculado, da viabilidade dos espermatozóides e em sua motilidade. Há uma redução na taxa de concentração e na fertilidade do macho.
QUESTIONÁRIO:
1. Quais são as modificações primárias e secundárias no calor?
R: Primárias: proporcionar sombra, usar materiais opacos (diminuem a radiação). Se for sombra natural ter cuidado de escolher a árvore (tem que ter o tronco forte e grosso p/ que as vacas ao se coçarem não as derrubem), se for sombra 
artificial, usa-se sombrite, telhas ou bambus (para o teto) e o lanternim. Aproveitar a ventilação natural (ventilação ambiente, efeito chaminé).
Secundárias: promover ventilação artificial - ventiladores sempre a favor do vento dominante. Fazer uso de aspersores.
2. Quais os dois centros que existem no hipotálamo?
R: Centro da saciedade e centro da fome.
3. Quais os mecanismos anatômicos que o animal tem para se adaptar ao clima quente?
R: Pêlo:  cor, comprimento e densidade. Deve ser branco, curto, liso e suave.
Pele: cor e espessura (relação derme x epiderme).
Glândulas:  localização, número e volume. Quanto mais volumosas melhor.
Apêndices: presença ou não (aumenta a área de superfície, favorecendo a troca de calor).
Superfície externa: se ampla ou não (quando mais ampla, melhor a troca de calor).
4. Qual é a glândula mais eficiente?
R: As glândulas écrinas, pois sua localização é mais próxima à superfície, reabsorve cloreto de sódio, tem menos gasto de energia. A apócrina rompe a membrana e tem alto gasto de energia para repô-la.
5. O que fazer numa instalação de aves para amenizar a temperatura alta?
R: No calor devemos levantar de baixo para cima as cortinas dos galpões, podemos utilizar também um lanternim que proporcionará a ventilação do galpão, auxiliando a manutenção da temperatura e o conforto dos animais (sendo que, o lanternim deve ser protegido com uma tela para impedir a entrada de aves no mesmo), fazer uso de ventiladores, instalados nas laterais do galpão. Construir o galpão com incidência solar de leste a oeste. De preferência usar telhados de materiais que proporcionem bom isolamento térmico.
6. Como detectar o cio?
R: Quando a fêmea aceita a monta, aumenta a excreção de urina, produz um muco cristalino e apresenta-se inquieta.
7. Porque piora o desempenho reprodutivo?
R: O estresseafeta a eficiência reprodutiva de duas formas: pela dificuldade de detecção do cio (cio silencioso), pois as vacas estressadas por calor são menos ativas; e por uma redução de até 6 horas nos período do cio.  Quando ocorre a 
fecundação, há altas taxas de morte do embrião e sua reabsorção. As vacas perdem a libido. Há uma redução na qualidade do sêmem e na formação de espermatozóides, reduzindo a fertilidade do macho.
8. Quais os mecanismos envolvidos na termoregulação dos testículos?
R: Músculo cremáster – no frio o cremáster contrai para fazer com que os testículos fiquem mais próximos à cavidade pélvica (para aquece-los) e no calor o músculo relaxa, para resfriar os testículos na temperatura ambiente.
Túnica dartos – sua ação é importante no inverno, participando no aquecimento dos testículos.
Plexo pampiniforme – o sangue que desce pela artéria é resfriado pelo que sobe pela veia, mantendo a temperatura dos testículos abaixo da corpórea, para que possa ocorrer a espermatogênese.
9. O que é alcalose respiratória?
R: Alcalose respiratória é o aumento da freqüência respiratória (hiperventilação pulmonar) diminuindo pressão parcial de CO2.
10. O que é acidose respiratória?
R: É causada por insuficiência respiratória, aumentando a pressão parcial de CO2 no sangue.
11. O que é acidose metabólica?
R: Acidose metabólica é a diminuição da quantidade bicarbonato de sódio no sangue, causada por insuficiência metabólica renal.
12. O que é alcalose metabólica?
R: Alcalose metabólica é o aumento da quantidade de bicarbonato de sódio no sangue.
13. Cite quais as alterações causadas por estresse por frio e por calor?
R: No frio, aumenta a taxa de passagem, no calor diminui. No frio, ocorre aumento de T3 e T4, no calor diminui. No frio, ocorre aumento na quantidade de pêlos, no calor diminui. No frio, o tecido adiposo se acumula na camada subcutânea, no calor se acumula próximo as vísceras. No frio, ocorre vasoconstrição periférica, no calor ocorre vasodilatação periférica.
14. Quais os hormônios que se medem no estresse por calor?
R: Ocorre diminuição na concentração sangüínea de T3 e T4 e de insulina, e aumento na concentração de ADH. (No frio, ocorre aumento na concentração de T3 e T4).
15. Por que a égua é uma acasaladora de dias longos?
R: Porque depende de fotoperíodo longo para ciclar.
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